Direito Económico - Constituição Económica-1
Direito Económico - Constituição Económica-1
Direito Económico - Constituição Económica-1
CAPÍTULO I
1. Conceito
A Constituição Económica (CE) traduz-se no sistema de princípios e normas constitucionais
relativos à Economia. Corresponde à parte económica da Constituição e contém o essencial
ordenamento da actividade económica prosseguida pelos indivíduos, pelas pessoas colectivas
ou pelo Estado.
A Constituição Económica é composta por: a) direitos, b) deveres, c) liberdades e d) respon-
sabilidades destes agentes no exercício da actividade económica, pelas normas e princípios
relativos à organização económica e às competências económicas dos poderes públicos.
Estes elementos conformam o ordenamento jurídico-económico fundamental. Esta con-
formação procede-se através de a) normas estatutárias ou de garantia - que são aquelas
que garantem as características básicas de um sistema que se visa proteger (ex. normas que
protegem o sector privado) - e de b) normas directivas ou programáticas, que são as que
apontam as principais linhas de evolução do sistema económico (normas que incumbem o
Estado de promover o bem-estar económico e social)2. Ilustrando:
a) normas estatutárias ou de garantia
1
Estudante do 4.º ano da Faculdade de Direito da UAN, 2023.
2
Vide. António dos Santos, Maria E. Gonçalves e Maria M. L. Marques, Direito Económico, 7ª Ed., 2014,
pág. 37.
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as questões económicas. Ela foi a primeira constituição a introduzir uma secção especial-
mente dedicada ao enquadramento da vida económica. Esta constituição consagrou prin-
cípios de auto-regulação (típicos do liberalismo) mas não só, também consagrou princípios
de hétero-regulação visando o seu equilíbrio.
O seu surgimento é comumente confundido com o surgimento do Direito Económico. Para
nós, o que existe é uma mera relação de coincidência cronológica entre o surgimento das
duas realidades, sendo que a Constituição Económica representa, no máximo, um reforço
da afirmação do Direito Económico, que surge também no séc. XX, em 1919 (no pós-1ª
Guerra Mundial), como um ramo específico do Direito.
À propósito da Origem e Desenvolvimento do Direito Económico, dissemos que ele é, na
esteira da Professora Helena Prata, um direito de intervenção do Estado na Economia, sendo
que esta intervenção se realizou, historicamente, por via de certas medidas – v. g., o controle
de preços e de câmbios – medidas que sempre encontraram precedente ou referencial histó-
rico em medidas reiteradas ou usos da actividade económica praticados pelos agentes econó-
micos. A Constituição Económica constitui uma das vias pelas quais muitas destas medi-
das de cariz económico foram, pela primeira vez, compiladas ou formalizadas.3
A Constituição Económica é responsável pela escolha de um modelo de organização da
vida económica. É por via da Constituição Económica que se define o sistema económico
vigente em determinado país, aliás, a CE é um reflexo das ideologias político-económicas de
determinado Estado.
3
“Situações fácticas já ocorriam em que eram aplicadas, não sendo, no entanto, em sua grande parte, legisla-
das. As suas primeiras formalizações, de carácter mais amplo do que um mero acordo inter partis, foram as
Constituições Sociais do México (1917) e a Constituição Alemã também conhecida como Constituição de
Weimar (1919).”, Helena Prata, Direito Económico - Lições, 2020, pág. 17
4
A ordem económica chega mesmo a abranger certas normas e princípios de Direito Civil (propriedade, con-
tratos), de Direito Comercial e das Empresas, de Direito Penal, etc..
5
Vide Helena Prata, Lições de Direito Económico, 2010, ed. Casa das Ideias, pág. 47.
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a) Sousa Franco diz que a Constituição Económica (entendida como o regime nor-
mativo da ordem fundamental da economia) se emancipou do pensamento polí-
tico-constitucional, integrando materialmente o Direito Económico.
6
Vide António dos Santos, Maria Gonçalves e Maria Marques, Direito Económico, 7ª Ed., 2014, pág. 39
7
Idem, pág. 38.
8
Vide ponto 6 deste material.
9
Sobre isto, também Helena Prata, Lições de Direito Económico, 2010, ed. Casa das Ideias, pág. 49.
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b) Simões Patrício diz que o âmbito da CE deverá ser determinado por critérios
exclusivamente jurídicos. Ao Direito cabe qualificar como constitucional o que
para si for “fundamental” – factores exclusivamente jurídicos vão determinar o
seu âmbito.
c) Jorge Miranda infere uma abordagem sintética, dialética ou eclética (como pre-
ferirmos), o âmbito da CE surge do “namoro” entre a norma Constitucional e
a Realidade Económica - Os critérios para determinar o seu âmbito serão jurí-
dicos e económicos.
Aqui, conforme uma das aulas da professora Helena Prata, perfilha-se à última posição, aliás,
o estudo do Direito Económico envolve, inicialmente, a preocupação com a compreensão
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do que seja atividade económica, principalmente, o seu modo de acontecer, para que as
normas jurídicas não interfiram nas regras naturais da ciência económica.
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Refere-se ao sistema económico efectivamente consagrado pela Constituição Económica de um determi-
nado Estado.
11
Vide o ponto 5 deste material.
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Neste não há uma entidade central com as funções do sistema anterior: o mercado dita as
suas próprias regras.12 O consumo é definido por cada sujeito, a produção é fixada pelos
produtores e os bens circulam livremente pelo mercado, em função do fluxo das activi-
dades económicas. Nela vigora a liberdade de apropriação dos bens e meios de produção.
Ele é norteado pelos seguintes princípios:
▪ Propriedade Privada;
▪ Livre Iniciativa Económica;
▪ Aqueles dois princípios combinados originam o princípio da Livre Concor-
rência.
Na prática, estes dois modelos de organização económica são modelos abstractos de refe-
rência teórica13, o que significa que, na prática, eles sofrem adaptações diversas por razões
histórico-sociais, a fim de melhor responderem às necessidades histórico-geográfico-políti-
cas de cada Estado, surgindo por isso sistemas concretos. O que quer dizer que, hoje em dia,
não existem sistemas puros.
Nas palavras da professora Helena Prata (2020):
Assim, é possível combinar elementos da direcção central e da economia livre, de modo a
obter elementos que conduzam a outros sistemas. Os sistemas concretos que assim se pode-
riam obter seriam inúmeros, correspondendo a múltiplas combinações e adaptações possí-
veis.14
Do acima aludido, resulta que a Constituição Económica poderá consagrar um destes siste-
mas:
a) Modelo de Mercado*15
b) Economia Centralizada*
c) Economia Mista
Enquadra uma Economia de Mercado e uma maior Intervenção do Estado num ambiente
harmónico e possível, isto é, efectivamente funcional. Aqui, a Economia Livre e a Direcção
Estadual surgem lado a lado, sem um anular o outro. Há uma coexistência pacífica entre
ambos.
d) Sistema de Superação da Economia Livre
Este sistema aponta para objectivos socialistas ou socializantes com uma planificação cen-
tral mais forte. Aqui, a coexistência pacífica entre os elementos dos dois sistemas (de
12
Recorde-se da mão invisível de Adam Smith.
13
Na expressão da professora Helena Prata, Lições de Direito Económico, 2010, ed. Casa das Ideias, pág. 51.
14
Helena Prata, Op. Cit., pág. 26.
15
* Devem estes sistemas ser entendidos “com um grão de sal” (de forma cuidadosa) no sentido de não se re-
ferirem aos sistemas puros (e por isso, abstractos) mas, sim, aos sistemas concretos, por razões de adaptação
aos cotextos em que são aplicados).
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mercado e centralizado) não é possível, sendo que ele tende a eliminar os elementos de
mercado que possui.
e) Neutralidade da Constituição
As questões de Direito Económico não têm assento constitucional - a constituição nada (ou
pouco) diria acerca da ordenação jurídico-económica (Constituição Aberta). Porém (como
frisamos atrás) a Constituição não poderá ser totalmente neutra, antes apontando para
certos modelos jurídico-económicos mais ou menos puros em termos valorativos. Vale
uma nota dada pela professora Prata em uma das lições:
Se uma certa constituição económica não consagra expressamente um sistema económico,
este pode ser depreendido (ou integrado com recurso) dos princípios constitucionais con-
sagrados.16
Discutidas as questões teóricas atinentes à Constituição Económica, faz-se mister o enqua-
dramento das Constituições Económicas que já vigoraram no ordenamento económico cons-
titucional angolano.
CAPÍTULO II
a) A Constituição de 197517
A melhor forma de analisarmos o sistema económico que certa constituição consagra é por
intermédio do estudo dos princípios que esta constituição consagra, que possuem impacto
directo na ordem económica. Assim, os princípios em que se sedimenta a Constituição An-
golana de 1975 são os seguintes:
▪ Princípio da Propriedade Pública (art.º 11.º);
▪ Princípio da Intervenção (art.º 2.º, 8.º e 9.º);
▪ Princípio da Planificação (art.º 2.º, 8.º);
▪ Princípio da Propriedade Privada (art.º 10.º);
▪ Princípio da Livre Iniciativa Privada (art.º 10.º)
▪ Princípio da Coexistência de Sectores (9.º, 10.º, 11.º).
16
Vide Helena Prata, Op. Cit., pág. 48.
17
Sobre este tema, vide Idem, pág. 55.
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b) A Constituição de 1978
Quais os princípios consagrados por esta constituição?
▪ Princípio da Propriedade Pública Universal19 (art.º 9.º, 11.º, 2.º);
▪ Princípio da Intervenção do Estado (directa e indirecta – art.º 8.º, 2.º);
▪ Princípio do Dirigismo Económico (art.º 2.º, al. a) do 41);
▪ Princípio da Propriedade Privada e Livre Iniciativa Económica (art.º 10.º)
▪ Princípio da Planificação (al. g) do art.º 41.º)
A parte económica da constituição sofreu consideráveis alterações no período de 1978. Uma
destas alterações foi a recepção na lei da opção pela via socialista de desenvolvimento de-
cidida pelo 1.º Congresso do MPLA – Partido do Trabalho, além deste último se ter afirmado
nesta época como um partido marxista-leninista (vide art.º 2.º).
Aquele Princípio da Coexistência de Sectores, consagrado pela Constituição de 75, passou
a ter carácter residual e excepcional, adaptado ao regime então vigente.
Tendo se adoptado princípios como o da propriedade socialista e propriedade estatal, con-
jugado com os princípios acima aludidos, conclui-se que o sistema económico consagrado
pela CE de 78 é o da Economia Centralmente Planificada, que veio realizar efectivamente
18
Vide a alínea d) da pág. 6 deste material.
19
Refere-se a uma propriedade colectiva dos meios de produção. Basicamente, legitima o Estado a ter a totali-
dade dos meios de produção.
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a transição iniciada pela CE de 75, que estabelecia um programa de transição para o socia-
lismo ao consagrar um sistema de superação da economia livre.
A consagração do sistema centralmente planificado por esta constituição desembocou em
desastrosas consequências ao nível da vida económica nacional, que vão desde recessões
económicas até o pacote legislativo S.E.F, tema desenvolvido na questão 2 da pág. 13 deste
material.
c) A Constituição de 1992
A revisão operada em 1992 veio permitir alterações significantes na ordem económica.
1.º - Completou a descarga ideológica socializante iniciada pelo pacote legislativo S.E.F,
eliminou o princípio das nacionalizações como princípio ordenador da economia, diminuiu
o papel do planeamento e suprimiu o objectivo do desenvolvimento da propriedade social.
2.º - Foram retirados dos princípios fundamentais as referências à construção de uma
sociedade socialista, mantendo-se tão só a referência à democracia económica e a aprofun-
damento da democracia participativa, como objectivos da organização política e democrá-
tica.
3.º - A revisão operada em 1992 não só conferiu maior flexibilidade à constituição econó-
mica, ao alagar as possibilidades de combinação de formas de apropriação e de regulação,
como, sobretudo, reforçou a iniciativa privada, ao aumentar o seu espaço de actuação, pos-
sibilitando reprivatizações, aumentando o papel do mercado e reduzindo o papel do
plano.
4.º - Genericamente, pode dizer-se que a Constituição de 92 consagra um modelo de eco-
nomia mista, estabelecendo princípios básicos de uma economia de mercado, impondo ou
permitindo a regulação pública de alguns aspectos do seu funcionamento e salvaguardando
os direitos dos trabalhadores e dos consumidores, enquanto limites ao poder económico
público e privado.
Que princípios orientaram a rácio da CE de 1992?20
➢ P. da Propriedade Privada;
➢ P. da Livre Iniciativa Económica;
➢ P. da Livre Concorrência;
➢ P. da Propriedade Pública;
➢ P. da Planificação;
➢ P. da Intervenção;
➢ Reconhecimento dos Direitos do Trabalhador, do Consumidor e Defesa do
Ambiente.
20
Cfr. o art.º 7.º ao 13º da referida Constituição.
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Vale dizer que os princípios da planificação e da intervenção, nesta seara, não aparecem
com o mesmo sentido que nas CEs de 75 e 78, sendo que a planificação aqui terá um carácter
democrático: é muitas vezes executado pela via contratual. É obrigatório para os entes públi-
cos e facultativo para os particulares, e ainda, aprovado pelo Parlamento. E a intervenção
era essencialmente uma intervenção indirecta (reguladora) e concertada.
A mesma consagra formas mais discricionárias de intervenção pública na esfera privada (ex.,
expropriação por utilidade pública, nacionalizações e confiscos – art.º 12 e 13.º).
d) A Constituição de 2010
Não difere muito do modelo constitucional adoptado em 1992, apresentando algumas parti-
cularidades:
1.º - Consagra o direito à propriedade privada e iniciativa privada como um dos Princípios
Fundamentais da República de Angola (art. 14.º). O que possui importantes consequências
práticas.
2.º - Atribui importantes responsabilidades ao Estado (art. 21.º, al.), d), e), i), e m) - possíveis
de concretizar por via de uma intervenção indirecta.
3.º - Consagra os princípios de intervenção e de mercado (89.º, al. a), b), c) e d)), princípio
do planeamento (91.º) e as áreas de reserva económica do Estado (93.º).
4.º - Consagra um leque de direitos potencialmente conflituantes com as actuações económi-
cas pública e privada, mas que são importantes para a determinação do sistema económico
adaptado (76.º, direito dos trabalhadores, 78.º, direito dos consumidores, 39.º, protecção
ao ambiente).
A CE de 2010 traz o desenvolvimento de um estado intervencionista voltado para o bem-
estar social, na medida em que reforça a ideia de que a participação estatal é imprescindível
sob muitos aspectos, em especial no campo social. O Estado tem um importante papel,
indispensável no alcance de certos objectivos previstos no art.º 1.º da CE de 2010. A CE de
2010 sofreu forte influência socialista, e isto é visível na posição do estado como figura cen-
tral no alcance dos principais objectivos macroeconómicos.
Ela procura ainda combinar a actuação do estado, seja como agente regulador, seja
como agente económico que desenvolve actividades estratégicas para a defesa nacional
ou ao desenvolvimento do país.
Ao declarar os princípios gerais da actividade económica, a CE de 2010 estrutura um sistema
económico descentralizado ao declarar que a ordem económica se funda na valorização do
trabalho e na livre iniciativa, consagrando princípios da propriedade privada (ainda que do
ponto de vista da sua função social) e da livre concorrência (89.º).
O Estado tem o poder de planificar a actividade económica global, sendo a planificação me-
ramente indicativa para o sector privado, porém determinante para o sector público (91.º).
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Ao abrigo da sua actividade regulatória, o estado tem competência para reprimir o abuso do
poder económico que vise a dominação do mercado e a eliminação da concorrência ou au-
mento arbitrário dos lucros – Direito Antitrust ou Concorrencial.
O Estado como distribuidor de prestações sociais surge para suprir as incapacidades do
mercado de por si só conduzir a uma redistribuição justa dos bens. Passa-se hoje até
mesmo a exigir a intervenção do estado como agente necessário ao funcionamento e equilí-
brio do sistema Economico, chegando-se a um modelo económico misto passou a ser adop-
tado para “superar os problemas gerados pelos extremos do liberalismo sem planificação
e os inconvenientes de uma planificação sem liberdade.”
Garante-se a coexistência de 3 tipos de propriedade e 3 sectores de organização económica
– sector privado, público e cooperativo. A CE visa gerar uma espécie de policentrismo eco-
nómico (divisão de poderes ao nível da CE) – Tratando-se de uma garantia institucional de
cada um dos 3 sectores, impedindo a eliminação de qualquer um deles pelo outro.
Nenhuma das 3 formas de iniciativa preclude ou prejudica as outras. São concorrenciais nas
áreas em que coabitam, não podendo o Estado servir-se das suas prerrogativas públicas
parar criar vantagens para suas empresas.
QUESTÕES AD-HOC
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Helena Prata, Lições de Direito Económico – Lições, 2020, pp. 28-29.
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sector público passou a crescer em um ritmo bastante acelerado, tendo esse endivida-
mento público comprometido a capacidade do Estado em investir. A qualidade dos ser-
viços públicos deteriorava-se e o Estado não tinha recursos para realizar novos investi-
mentos. Era necessário procurar um outro modelo de desenvolvimento.
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O sistema económico reclamava por uma substituição: a prática económica passou a ser de-
senvolvida à margem do sistema constitucionalmente consagrado (o tal mercado paralelo) e
não só a prática económica, mas também a prática legislativa.
Este conjunto de leis contrariava grosseiramente o espírito e letra da CE de 78 e o sis-
tema económico vigente: Levantava-se o problema da inconstitucionalidade do S.E.F.
Duas posições ressaltam:
a) A dos que criam no argumento da flexibilidade da CE de 73: esta última integraria a
categoria doutrinal das constituições flexíveis, sendo por isso, caracterizada por uma
maior abertura material, e nestes termos, o S.E.F estaria alinhado com o pensamento
sistemático-teleológico.
Após a sua publicação, começam de forma gradual a se desenvolver as fases das privatiza-
ções:
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