Enviando Por Email Dissertacao Juliana Correa 2
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CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DO CONHECIMENTO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA E GESTÃO DO
CONHECIMENTO
Florianópolis
2022
Juliana de Souza Corrêa
Florianópolis
2022
Juliana de Souza Corrêa
Certificamos que esta é a versão original e final do trabalho de conclusão que foi julgado
adequado para obtenção do título de Mestre em Engenharia e Gestão pelo Programa de Pós-
Graduação.
___________________________
Prof. Roberto Carlos dos Santos Pacheco, Dr.
Coordenador do Programa
____________________________
Profa. Clarissa Stefani Teixeira, Dra.
Orientadora
Florianópolis, 2022
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus pai todo poderoso, pois por meio Dele tenho sido
agraciada durante toda a minha vida.
Agradeço a minha família maravilhosa que me forneceu todas as bases para buscar meus
sonhos e destaco aqui um agradecimento ao meu pai e a minha mãe. Agradeço também ao meu
noivo Jaime que acompanhou o que acontece por trás dos palcos e fez de tudo para que eu
tivesse a melhor jornada possível.
Agradeço, de coração, a minha orientadora Clarissa Stefani por ter me oportunizado ser
membro do Grupo VIA e por todo aprendizado não só como orientanda, mas como pessoa.
Aproveito para agradecer a todos que compartilhei a experiência de ser grupo VIA, amigos que
sempre levarei comigo. Agradeço aos meus amigos que me apoiam, torcem e vibram por mim.
Agradeço especialmente a Universidade Federal de Santa Catarina por toda vivência,
por todos os encontros e conexões proporcionados que contribuíram para o meu crescimento.
Ao Programa de Pós-graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento que é composto por
pesquisadores de excelência com quem pude aprender fora da caixa.
Agradeço também aos especialistas que participaram da minha pesquisa com
contribuições que permitiram a execução dessa dissertação. Aos membros da banca e ao meu
coorientador Júlio Monteiro Teixeira por aderirem positivamente ao meu tema de pesquisa.
RESUMO
In the current society where the knowledge economy predominates, universities are becoming
increasingly important due to the potential they have in relation to the creation, dissemination
and application of knowledge. Higher education institutions receive demands from society to
be solved by translating academic knowledge into economic and social utility, which configures
the third mission of universities: regional socioeconomic development. University action in
favor of fulfilling the third mission led higher education institutions to adopt entrepreneurial
practices that permeate all dimensions of universities. The importance of university
performance is already the subject of national and international assessment instruments and the
expansion of the university's mission has brought challenges in measuring entrepreneurial
universities. The research sought to present dimensions, characteristics and indicators for the
evaluation of Brazilian entrepreneurial universities from the point of view of the literature and
the corporate world, through existing rankings and frameworks, in order to systematize all the
information and overcome the challenges of evaluation, contributing, thus, for university
strategy with regard to entrepreneurial action. First, a systematic literature review was carried
out on the dimensions of entrepreneurial universities, raising a total of 101 dimensions and it
was verified that entrepreneurship is analyzed in all university activities, from the mission,
policy, procedures, organization, management, personnel, teaching, research, innovation ,
financing, international interaction and with other types of organization. Afterwards, a
documental analysis of eight rankings and three frameworks was carried out, which resulted in
the identification of 60 dimensions of evaluation of entrepreneurial universities. From the study
of dimensions, characteristics and indicators of entrepreneurial universities were identified. The
survey of this information was analyzed by a focus group, where specialists discussed about the
dimensions, characteristics and indicators. 14 dimensions, 75 characteristics and 150 indicators
were analyzed. From the experts' perception, 13 dimensions, 61 characteristics and 198
indicators were defined that can guide the evaluation of Brazilian entrepreneurial universities.
1. INTRODUÇÃO
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
tornando-se uma lacuna de conhecimento que esta pesquisa pode contribuir para a geração de
novos conhecimentos acerca do tema.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
forma, contribuir para a sociedade em geral (ETZKOWITZ, 2016). Entende-se que a indústria
precisa de informações para alocar os investimentos em pesquisa e inovação universitária
(ALMEIDA; MARICATO, 2021).
De acordo com Etzkowitz (2016), os rankings se concentram principalmente nos
critérios tradicionais de pesquisa universitária e de ensino universitário, negligenciando a
contribuição da universidade para o desenvolvimento econômico e social, além de não
desenvolver métricas para avaliar problemas universitários persistentes, como falta relativa da
diversidade no corpo docente e nos alunos, e contribuição para os desafios de interesse público.
A medição da inovação universitária como um fenômeno próprio é um desafio, uma vez
que o componente da pesquisa acadêmica tem se tornado parte do sistema de inovação em razão
da sua afinidade com a Pesquisa e Desenvolvimento associados ao aumento da cooperação entre
empresas e governo (HALÁSZ, 2018). Além disso, Almeida e Maricato (2021, p. 11) observam
que “a mudança gradativa da economia baseada em produtos para uma mais experimental,
orientada a serviços, vem alterando a natureza das atividades de P&D”.
Nesse cenário, uma iniciativa empreendedora requer uma análise multidimensional,
onde fatores individuais e contextuais competem para definir o que desencadeia o processo de
criação de novos negócios (PITA et al, 2021). Assim, Panõs-Castro et al. (2021) esclarecem
que a resposta ao empreendedorismo é diferente em cada universidade e é determinada por
fatores contextuais, incluindo se a universidade é pública ou privada, sua cultura
organizacional, as políticas governamentais do país e a necessidade de buscar financiamento.
Monitorar e mensurar as variáveis que promovem a inovação tem se tornado uma prática
crescentemente relevante visto que, além de permitir o acompanhamento da atividade inovativa
de países e regiões, auxilia na definição de caminhos a serem percorridos na busca por inovação
(ALMEIDA; MARICATO, 2021). O desafio consiste, portanto, em decidir em quais aspectos
focar e como priorizá-los para desenvolver um sistema de classificação robusto (LANDINEZ
et al, 2019).
Desse modo, observa-se que a terceira missão reposiciona o papel das universidades na
sociedade e levanta questões sobre como avaliar o seu impacto (LANDINEZ et al, 2019). Ao
mesmo tempo percebe-se que faltam pesquisas sólidas que investiguem a integração de
indicadores de terceira missão nos principais rankings, especialmente no que diz respeito aos
indicadores que refletem o perfil empreendedor das universidades uma vez que os rankings
universitários, como ferramenta de medição de desempenho também são questionados por
serem os métodos apresentados de forma superficial, a escolha dos indicadores e seus pesos
questionáveis e as pontuações não são explicadas em detalhes (LANDINEZ et al, 2019).
26
Dessa forma, segundo o estudo de Landinez et al. (2019), os rankings têm introduzido
lentamente alguns aspectos das atividades da terceira missão como forma de avaliar a qualidade
e o desempenho das Instituições de Ensino Superior (IES), contudo de forma variada e
fragmentada. Para tais autores, existe um desafio fundamental em ir além das publicações e
patentes e integrar medidas mais sofisticadas de transferência de conhecimento, como por
exemplo as abordagens pedagógicas inovadoras que ainda são pouco contabilizadas, tendo em
vista que medir aspectos qualitativos e tácitos é desafiador.
para organizações gerenciais de pleno direito, preocupadas em gerar lucros e criar um impacto
econômico em escalas local, regional e nacional (BUDYLDINA, 2018).
Meissner et al (2022) consideram que o macroambiente no qual essas organizações estão
inseridas é a camada analítica primária na avaliação de universidades empreendedoras. Isso
envolve não apenas características nacionais, mas também condições regionais e locais. A
estrutura socioeconômica dos ecossistemas de inovação e empreendedorismo tem forte
influência na densidade de vínculos entre parceiros acadêmicos e industriais (CASPER, 2013).
Isso acontece em função não apenas da proximidade social, mas também por causa das
capacidades da empresa, interesses estratégicos e incentivos para estabelecer um
comportamento orientado para a inovação (MEISSNER et al., 2022) Para os autores, iniciativas
de nível universitário que promovam uma maior integração com o setor privado devem levar
em consideração tanto a concepção dos mecanismos de incentivo quanto na comunicação dos
objetivos institucionais aos pesquisadores (ADEGBILE; SARPONG; KOLADE, 2021;
ALFALIH; RAGMOUN, 2020; ALVES et al., 2019; MEISSNER et al., 2022)
Por outro lado, seja numa base estratégica, estrutural, cultural, organizacional, ao nível
dos sistemas internos, da liderança ou de modelos de desenvolvimento, parece claro que
inúmeros autores ressaltam fatores institucionais endógenos para criação ou fomento da UE
(BRÁS et al., 2021).
Segundo Meisser et al (2022), aspectos institucionais que definem as “regras do jogo”.
Um aspecto importante, mas muitas vezes negligenciado, está nos regulamentos legais que, em
muitos casos, atribuem às universidades o status de entidades públicas que, por leis
constitucionais, não são permitidas a entrar em empreendimentos conjuntos – como
laboratórios conjuntos – com atores privados.
Além disso, o direito do trabalho muitas vezes é uma barreira para envolver
pesquisadores da universidade pública em entidades privadas ou semiprivadas. Existem
certamente boas razões para atribuir às universidades o estatuto de entidades públicas, mas isso
constitui um sério desafio para aproximar as universidades e a indústria (MEISSNER et al.,
2022). Parece uma hipótese de trabalho plausível que cada sistema universitário empreendedor
precise incorporar as respectivas dimensões institucionais e culturais locais (ROTHAERMEL
et al, 2007).
Existem ainda autores que preferem enfatizar a estrutura organizacional acadêmica
enquanto elemento crítico para a criação da UE (PINHEIRO; STENSAKER, 2014), bem como
modelos de desenvolvimento nos quais a organização interna é a pedra basilar da UE
(MOHRMAN et al., 2008).
28
2.2.2 Avaliação das Universidades Empreendedoras com base nos rankings e frameworks
Para esta pesquisa foram selecionados, com base em uma análise bibliográfica e
documental, os sistemas de classificação e frameworks que abordam dimensões da
Universidade Empreendedora. Desta feita, serão analisados o framework da Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a ferramenta HEInnovate, o painel de
da Economia da Inovação nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) da Corregedoria-
Geral da União (CGU), o Ranking das Universidades Empreendedoras, o Time High Education,
o Edurank, o QS Ranking, o Ranking Universitário Folha e o U-Multirank.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) entendeu
que o ensino superior enfrenta desafios na definição de seu papel, finalidade e organização no
âmbito da sociedade e economia. Somado a isso, a revolução das tecnologias de informação e
comunicação, o surgimento da economia do conhecimento e as incertezas econômicas sendo as
Universidades Empreendedoras uma resposta diante desse cenário. Sob essa perspectiva, a
OCDE organizou um guia orientador para universidades empreendedoras no âmbito europeu.
É um guia projetado para auxiliar as universidades interessadas a se avaliarem em relação a
fatores que caracterizam a UE (OCDE, 2012).
Trata-se de uma ferramenta de autoavaliação em que as instituições de ensino superior
podem identificar sua atual situação, bem como potenciais áreas de atuação (OCDE, 2012).
Para avaliar o nível do aspecto empreendedor de uma universidade, a OCDE definiu uma escala
que varia de 0 (muito fraco) a 10 (muito forte) em sete áreas comumente identificadas: liderança
e governança; capacidade organizacional; pessoas e incentivos; desenvolvimento do
33
Para obter uma pontuação alta, as universidades devem ter um sistema em vigor que
permita a fertilização cruzada de conhecimentos e ideias de parques científicos e
empresariais, por exemplo, fornecendo espaços abertos para colaboração, palestras e
organizando workshops conjuntos, reuniões de café da manhã e outros eventos de
networking e oportunidades. Deve haver um fluxo de pessoas e conhecimento em ambas
as direções. As universidades também podem ter um interesse financeiro ou gerencial
direto nos parques científicos e incubadoras, desde a participação até a propriedade
(OCDE, p. 13, tradução nossa).
Nesse sentido, a universidade deve incentivar a participação dos funcionários e alunos
com o ambiente externo. E o conhecimento absorvido nesse movimento deve voltar ao ambiente
acadêmico por meio do ensino, da pesquisa colaborativa e parcerias industriais e comerciais
(OCDE, 2012).
A OCDE (2012) também identificou que a perspectiva internacional em todos os níveis
da instituição de ensino superior é considerada uma característica empreendedora, constituindo,
assim, a sexta área do modelo de avaliação da OCDE o qual confere uma pontuação alta a
universidade que garante que os compromissos estabelecidos na estratégia de
internacionalização reflitam nos objetivos empreendedores da instituição (OCDE, 2012). O
framework também analisa a mobilidade internacional da comunidade acadêmica por
intermédio de programas de intercâmbio, bolsas de estudo, estágios no exterior e o uso de outros
programas de mobilidade mais amplos. Ademais, a universidade deve estabelecer a demanda
por pessoal internacional e empreendedor; o ambiente de ensino deve estar adaptado ao público
global e devem existir parcerias internacionais voltadas à pesquisa bem como vínculos com
ambientes de inovação (OCDE, 2012). As universidades devem, portanto, usar suas redes,
parcerias e ex-alunos internacionais para retroalimentar as agendas de ensino, aprendizagem e
pesquisa (OCDE, 2012).
Por fim, a estrutura de avaliação da OCDE se completa com o sétimo tema concernente
à mensuração do impacto das Universidades Empreendedoras. De acordo com a Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2012), grande parte das medidas
encontradas na literatura relaciona-se a spin-offs, propriedade intelectual e resultados de
pesquisa, em vez de empreendedorismo na pós-graduação, retenção de talentos,
desenvolvimento econômico local ou os impactos mais amplos da estratégia empreendedora.
Para De Araújo Ruiz e Martinez (2019), o guia apresentado pelo OCDE (2012)
possibilita a identificação de certas informações sobre o progresso da mudança em uma
universidade e propõe que estas instituições sejam organizações empreendedoras não
direcionadas por sistemas de controle detalhados, mas sim por missão e valores. Além disso, os
36
autores ressaltam que o guia estimula o estabelecimento de estratégias alinhadas com toda a
comunidade acadêmica para atingir os resultados traçados (DE ARAÚJO RUIZ; MARTINEZ,
2019).
Desse modo, o modelo da OCDE não apresenta as áreas em que uma universidade deve
mensurar mas sim as áreas que tal instituição pode querer medir como: coletar evidências do
efeito das atividades em sua agenda empreendedora; avaliação do nível do engajamento do
ensino e aprendizagem em toda a universidade; monitoramento regular da educação
empreendedora o qual deve considerar as mudanças na motivação dos participantes e o nível
de competência nas habilidades adquiridas por meio das atividades empreendedoras; a troca de
conhecimento deve ter critérios de sucesso, neste item a OCDE esclarece:
Para medições internas, isso pode incluir o número de start-ups e spin-offs, patentes,
novas ideias de pesquisa e novos relacionamentos. Para medições externas, deve incluir
o valor percebido e o impacto da universidade no ambiente mais amplo das partes
interessadas (negócios, governo, etc.) (OCDE, 2012, p. 18, tradução nossa).
Outro monitoramento que deve ser realizado é referente ao apoio fornecido às empresas
nascentes o qual considera não só o suporte inicial, mas também o impacto em um momento
posterior do negócio.
Com base no guia orientador para universidades empreendedoras da OCDE (2012) foi
construída a ferramenta HEInnovate por uma iniciativa da Diretoria Geral de Educação e
Cultura (Comissão Europeia), Fórum de Desenvolvimento Econômico e Emprego local, além
do apoio de seis especialistas. Assim como o guia da OCDE (2012), a ferramenta consiste em
uma autoavaliação para Instituições de Ensino Superior que estejam interessadas em explorar
o potencial inovador e empreendedor (HEINNOVATE, 2022).
A HEInnovate utilizou as sete dimensões do framework da OCDE e acrescentou uma:
transformação e capacidade digital. Essa dimensão considera que as IES devem utilizar as
tecnologias digitais para seu desenvolvimento e para apoiar a inovação e o empreendedorismo.
Dessa maneira, a ferramenta possui oito dimensões com 42 afirmações para avaliar a
instituição, sendo que há possibilidade de escolha das áreas que a universidade deseja avaliar,
não sendo necessário completar as oito dimensões (HEINNOVATE, 2022).
As afirmações são, então, classificadas pelos respondentes em uma escala de 'não
aplicável' (n/a) a 5, de acordo com o quanto concordam ou discordam da declaração em relação
à instituição. Na escala, 1 representa a menor pontuação e 5 a maior pontuação
(HEINNOVATE, 2022).
37
A Controladoria Geral da União criou o Painel Economia da Inovação nas IFES com o
“objetivo de avaliar se os arranjos, as estratégias, os incentivos e as políticas do ecossistema de
inovação estão contribuindo para o desenvolvimento da inovação pela rede federal de ensino
superior, considerando o paradigma da tríplice hélice (CGU, 2022). Para tanto, o painel
considera a estrutura de avaliação disposta no quadro 3.
proteção da PI e da TT
Proximidade IES- Empresas incubadas Número de empresas incubadas para cada Própria IES
empresa 1000 alunos na IES.
Percebe-se que a maioria das atividades avaliadas por essa dimensão são executadas
pelos Núcleos de Inovação Tecnológica, ambientes responsáveis pela criação e identificação de
spin-offs e comercialização de patentes como também facilitam a interação entre unidades de
pesquisa e empresa (COMPAGNUCCI; SPIGARELLI, 2020).
Por fim, a dimensão Extensão está relacionada, conforme o Ranking, ao
compartilhamento do conhecimento produzido na universidade com o público externo e de
43
funcionários internacionais e
colaboração internacional
Renda da Indústria Receita de pesquisa que uma 2,5%
instituição ganha da indústria
(ajustada para Paridade do Poder de
Compra) em relação ao número de
funcionários que ela emprega.
Fonte: Elaborado pela autora com base no THE (2022) e em Almeida; Maricato (2021).
O ranking THE também elabora uma tabela de desempenho das universidades a partir
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas (ONU)1. O ODS
número 9 se refere à indústria, inovação e infraestrutura, o ranking mede, então, a pesquisa das
universidades sobre indústria e inovação, seu número de patentes e empresas derivadas e sua
receita de pesquisa da indústria (THE, 2022). As métricas dessa avaliação podem ser
observadas no quadro 6.
Patentes citando pesquisas Número de patentes de qualquer Os dados são fornecidos pela
universitárias (15,4%) fonte que citam pesquisas realizadas Elsevier e referem-se a
pela universidade. patentes publicadas entre 2016
e 2020. As patentes são
provenientes da Organização
Mundial da Propriedade
Intelectual, do Escritório
Europeu de Patentes e dos
escritórios de patentes dos
EUA, Reino Unido e Japão
Spin-offs de universidades (34,6%) Spin-offs que foram estabelecidas Dados fornecidos pela
em ou após 1º de janeiro de 2000. universidade
Elas devem ter sido estabelecidas há
1
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma agenda mundial adotada durante a Cúpula das
Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em setembro de 2015, composta por 17 objetivos e 169
metas a serem atingidos até 2030 (ESTRATÉGIA ODS, 2022). Os ODS contemplam um plano de ação para acabar
com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar
de paz e de prosperidade (NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2022).
45
2
Um z-score é o número de desvios padrão em relação à média de um ponto de informação (DATA SCIENCE,
2022).
46
O Edurank também elabora rankings por região e áreas específicas de pesquisa. Assim,
o ranking traz a lista de universidades com base no desempenho em pesquisa em
empreendedorismo, por exemplo. Para isso, foi usado um gráfico de 1,74 milhão de citações
recebidas por 44,8 mil trabalhos acadêmicos feitos por 748 universidades no mundo para
calcular as classificações das publicações, que foram ajustadas para datas de lançamento e
adicionadas às pontuações finais (EDURANK, 2022b).
O QS World University Ranking é um ranking internacional universitário que fornece
informações da qualidade do ensino, população estudantil, fatores de empregabilidade, pesquisa
e diversidade e também é possível comparar a reputação de universidades em todo o mundo e
filtrar a seleção por categoria e região (QS RANKING, 2022a). Os indicadores desse ranking
podem ser vistos no quadro 7.
ponderação maior é aplicada aos indivíduos apresentados em listas voltadas para perfis
mais jovens, para garantir um alto nível de relevância contemporânea. Ademais, as
licenciaturas têm um peso superior às pós-graduações, uma vez que se assume que as
fases iniciais do processo de aprendizagem no ensino superior são mais formativas para
estabelecer a empregabilidade de um indivíduo (QS RANKING, 2022b).
b. Parcerias com Empregadores por Faculdade que representa 25% dos pontos da
Reputação do Empregador. Tal métrica é balizada pelo banco de dados Scopus da
Elsevier para estabelecer quais universidades estão colaborando com sucesso com
empresas globais para produzir pesquisas transformadoras e citáveis. Apenas empresas
distintas que produzem dois ou mais trabalhos colaborativos em um período de cinco
anos (2015-2019) estão incluídas na contagem. E também considera as parcerias
relacionadas a estágios que são relatadas pelas instituições e validadas pela equipe de
pesquisa do QS. Ambos os números são ajustados para levar em conta o número de
professores em cada universidade e, em seguida, combinados em um índice composto
(QS RANKING, 2022b).
c. Conexões empregador/aluno que corresponde 10% da pontuação e abrange a soma do
número de empregadores individuais que estiveram ativamente presentes no campus de
uma universidade nos últimos doze meses, proporcionando aos alunos a oportunidade
de interação e de acesso a informações. Essa contagem é ajustada pelo número de
alunos, levando em conta o porte de cada instituição. A presença do empregador
também aumenta as possibilidades que os alunos têm de participar de estágios de início
de carreira bem como oportunidades de pesquisa. Além disso, esta presença mais ativa
pode resultar em participação em feiras de carreiras, organização de apresentações de
empresas ou quaisquer outras atividades de autopromoção (QS RANKING, 2022b).
d. Taxa de emprego de pós-graduação representa 10% do indicador principal e
compreende a medição da proporção de graduados em empregos de tempo integral ou
parcial dentro de 12 meses após a formatura (excluindo aqueles que optam por continuar
os estudos ou indisponíveis para trabalhar). Para calcular as pontuações, é levado em
conta a diferença entre a taxa de cada instituição e a média do país em que estão
sediadas. Para evitar anomalias expressivas, os resultados são ajustados pelo intervalo
entre os valores máximos e mínimos registrados em cada país ou região. Isso explica o
fato de que o desempenho econômico do país em que a universidade está situada afeta
a capacidade desta em promover a empregabilidade (QS RANKING, 2022b).
48
Figura 3- Indicadores, componentes, peso e fonte dos dados utilizados pelo RUF 2019
apontamento relaciona-se aos índices que consideram os números totais sem considerar o
tamanho da instituição (MONDARIN et al, 2020).
52
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Fases Etapas
2) Reunião do GF
partir de buscas sistematizadas nas bases Scopus e Web of Science pela relevância para área de
inovação e afins que se dispõem dentro de sua multidisciplinariedade.
A busca foi realizada em março de 2022 e resultou em 60 artigos na base de dados Web
of Science e 54 artigos na Scopus, totalizando 114 artigos com as seguintes palavras nos títulos,
resumos e palavras-chaves: "entrepreneurial universit*" AND "dimension*" a fim de analisar
as dimensões que compõem a avaliação de uma Universidade Empreendedora. Após, foi
realizada uma seleção dos artigos para formação do corpus de pesquisa e a busca analítica na
avaliação integral dos artigos, caracterizando sua elegibilidade para análise que finalizou em
julho de 2022.
Os critérios de elegibilidade foram baseados nos procedimentos da metodologia
PRISMA (2009). Os artigos científicos da pesquisa foram incluídos no corpus de pesquisa
considerou:
● Campo – aderência com o objetivo da pesquisa – foco do estudo na discussão do
termo dimensões da universidade empreendedora;
● Desenho do estudo – considerados elegíveis estudos teóricos e estudos
empíricos;
● Ano de publicação – não foram estipulados recortes temporais.
● Idioma – considerados estudos escritos em inglês e português;
● Status de publicação – incluídos apenas artigos originais de periódicos revisados
por pares sem restrição de áreas.
A partir dos resultados encontrados, foi realizada a fase 2 por meio da qual foi possível
identificar as dimensões das universidades empreendedoras. As dimensões podem ser
entendidas como variáveis de análise. Tais informações foram sintetizadas pelas seguintes
etapas: 1) identificação das dimensões das universidades empreendedoras coletadas a partir da
leitura completa dos 27 artigos encontrados na revisão sistemática de literatura. A partir da
revisão foi possível verificar na literatura as variáveis de análise que os autores consideram
relevantes para uma atuação empreendedora das universidades, possibilitando assim, identificar
as dimensões disponíveis no âmbito acadêmico.
A etapa 2) configura-se na identificação das dimensões das universidades
empreendedoras a partir da leitura das metodologias dos 11 instrumentos de avaliação
investigados foi possível coletar as dimensões disponíveis no mercado; na etapa 3) realizou-se
a computação total das dimensões obtidas pela literatura e computação das dimensões
encontradas nos rankings e frameworks a fim de identificar o estado da arte nesta temática e
assim ter um olhar holístico da avaliação das universidades empreendedoras.
A etapa 4) dedicou-se a verificar quais dimensões eram abordadas tanto pela literatura
quanto pelos instrumentos de avaliação com objetivo de identificar as convergências de
mensuração das UE na esfera acadêmica e mercadológica; na etapa 5) foi realizado um
agrupamento de termos semelhantes e sinônimos, visto que se observou muitos temas que
traziam o mesmo escopo de análise, o agrupamento está detalhado na seção 4.1; e a etapa 6)
consistiu na descrição das dimensões com base nas descrições e nos exemplos fornecidos pelos
autores e pelas ferramentas de avaliação estudadas.
Na sequência, foi possível seguir para a fase 4 que busca identificar os indicadores para
avaliação das universidades empreendedoras. Entende-se que o indicador é uma medida, de
ordem quantitativa ou qualitativa, dotada de significado particular e utilizada para organizar e
captar as informações relevantes dos elementos que compõem o objeto da observação. É um
recurso metodológico que informa empiricamente sobre a evolução do aspecto observado.
(FERREIRA; CASSIOLATO;GONZALES, 2009).
Para tanto, essa fase foi constituída por 3 etapas: 1) identificação de indicadores na
literatura a partir dos achados da revisão sistemática de literatura; 2) identificação de
indicadores nos rankings e frameworks a partir das métricas utilizadas pelos instrumentos de
avaliação e 3) associação dos indicadores às dimensões e características encontradas nas fases
anteriores com base na descrição e conceituação realizadas nas fases anteriores.
Por fim, a fase 5 caracteriza-se pela utilização da técnica do Grupo Focal para apoio às
definições das dimensões, características e indicadores para avaliação das universidades
empreendedoras. Tal fase foi realizada em duas etapas: 1) envio de questionário online
(Apêndice A) aos especialistas para a primeira coleta de informações e 2) realização de reunião
do grupo focal.
O Grupo Focal, conforme apresentado anteriormente nesta seção, operacionaliza-se em
torno da discussão do tema de pesquisa em suas mais variadas dimensões dentro de um processo
de interação e participação dos envolvidos (TRENTINI; GONÇALVES, 2000; OLIVEIRA et
al, 2008). É composto por um moderador, um observador e pelos participantes que se encontram
por um período em torno de um tema de interesse a fim de capturar informações e percepções
acerca da pesquisa (LEOPARDI et al, 2001; ASCHIDAMINI; SAUPE, 2004; OLIVEIRA et
al, 2008).
Nesse contexto, o moderador, para proporcionar uma discussão produtiva, precisa ter o
domínio máximo dos tópicos relevantes sobre o conteúdo, deve limitar suas intervenções a fim
de possibilitar que a discussão flua e intervir apenas para introduzir novas questões e facilitar a
condução do processo (MORGAN, 1997). Assim como o moderador, o observador tem
59
Nesse cenário, foi escolhido o GF como procedimento com intuito de esclarecer pontos
ou resultados que ainda eram vagos (PADILHA, 2022) na literatura, rankings e frameworks
acerca da avaliação das universidades empreendedoras. Assim, a presente pesquisa selecionou
seis especialistas para participar do grupo focal que pudessem contribuir com os objetivos da
pesquisa e com a finalidade de verificar a adequação das dimensões, características e
indicadores para avaliação das universidades empreendedoras coletados na etapa anterior.
Todos os participantes tinham atuação em universidades com foco em inovação e
empreendedorismo, sendo esse o traço em comum.
Tendo em vista a complexidade da temática e agenda dos membros, optou-se,
primeiramente, elaborar um questionário on-line para coletar as primeiras percepções sobre o
tema com questionamentos em relação à adequação dos dados coletados e possíveis sugestões
de melhoria. Essa etapa resultou em cinco respostas que foram analisadas, via sumário
etnográfico e codificação de dados, para levar para a reunião do grupo, servindo também como
um guia de temas para a condução da sessão. O quadro 11 apresenta o conjunto dos especialistas
que participaram da pesquisa.
Tipo Especialidade
Especialista 1 Gestão do Conhecimento para inovação e empreendedorismo em
Instituições de Ensino Superior
Especialista 2 Comportamento inovador
Especialista 3 Gestão visual e Inovação digital
Especialista 4 Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a
Inovação e Administração Universitária
Especialista 5 Gestão de ambientes de inovação
Fonte: elaborado pela autora.
abordadas tanto pela literatura quanto pelos frameworks e rankings, dispostas no quadro 12. E
também revelou que certas dimensões foram citadas somente pela literatura, apresentadas no
quadro 13. Na figura 6 ilustra-se o fluxo de análise das dimensões.
Dimensões Fonte
Liderança e Governança Alfalih; Ragmoun (2020), OCDE, HEINNOVATE.
Capacidade Organizacional, Pessoas e incentivos Alfalih; Ragmoun (2020), OCDE, HEINNOVATE.
Desenvolvimento do empreendedorismo no ensino e na
aprendizagem Alfalih; Ragmoun (2020), OCDE, HEINNOVATE.
Caminhos para empreendedores Alfalih; Ragmoun (2020), OCDE, HEINNOVATE.
Relações universidades-empresas/externas para troca de Alfalih; Ragmoun (2020), Klasova e Hudec (2019);
conhecimento OCDE, HEINNOVATE.
65
Quando da análise das dimensões abordadas tanto pela literatura quanto pelos rankings
e frameworks, percebeu-se que haviam dimensões levantadas somente pela literatura de
universidades empreendedoras, segundo o quadro 13.
Dimensões Autor
Contexto estratégico
Meinsser et al (2022)
Aspectos individuais
Estrutura organizacional
Fatores organizacionais
Alfalih; Ragmoun (2020)
Fatores individuais
66
Fatores ambientais
Vetores sistêmicos
Alves et al (2019)
Traços individuais
Processos
Sułkowski, Ł.; Patora-Wysocka, Z (2020)
Contexto ambiental
Dimensão Agrupamento
Fatores individuais (Alfalih; Ragmoun 2020); indivíduo (Adegbile et al, 2021); traços
Fatores individuais individuais (Alves et al, 2019); aspectos individuais (Meinsser et al, 2022); campeão
acadêmico (Morris et al,. 2019).
Pesquisa: pesquisa (Morris et al, 2014); qualidade da pesquisa (Budyldina, N., 2018);
pesquisa científica (Dalmarco et al, 2018); pesquisa de aplicação (Corso, 2020). RUE,
Pesquisa
THE, Subranking THE ODS 9, Edurank, U-multirank (2022); RUF (2019) e
Atividades (CGU).
68
Inovação: arranjo de inovação (Dalmarco et al, 2018); tecnologia (Uden, L.; Del
Vecchio, P., 2018); transferência de tecnologia e inovação (Uden, L.; Del Vecchio, P.,
Inovação
2018); inovação (Alvarez-Torres et al, 2019). RUE (2021); RUF (2019); Atividades
(CGU); Produtos (CGU).
Infraestrutura (Ruiz; Costa, 2020); RUE (2021); OCDE (2012); (CGU, 2022);
Infraestrutura
(Salomaa, 2019).
Impacto da universidade empreendedora: Alfalih; Ragmoun (2020), OCDE (2012),
Impacto HEINNOVATE; impacto socioeconômico nas regiões (Fischer et al, 2020); Impacto
(CGU).
Fonte: elaborado pela autora (2022).
Com base na fundamentação teórica e nas metodologias dos rankings e dos frameworks,
chegou-se na seguinte descrição das dimensões segundo ilustra o quadro 15:
Dimensão Descrição
Nesse sentido, entendeu-se que a extensão está relacionada à dimensão “engajamento regional''
visto que “o conceito de extensão é atribuído à universidade visando viabilizar sua interação
com a sociedade” (ORTEGA, 2016, p. 121).
Dimensão Agrupamento
Fatores individuais (Alfalih; Ragmoun 2020); indivíduo
Individual (Adegbile et al, 2021); traços individuais (Alves et al, 2019);
aspectos individuais (Meinsser et al, 2022).
Fatores institucionais (Alfalih; Ragmoun 2020); aspectos
institucionais (Meinsser et al, 2022); contexto institucional
(Klasova et al, 2019); metas institucionais (Salomaa, 2019)
missão e estratégia (Panõs-Castro et al, 2021); manifestação
Institucional
da missão empreendedora (Budyldina, N., 2018); políticas e
procedimentos (Panõs-Castro et al, 2021) e Capacidades
(CGU); liderança empreendedora (Corso, 2020); Governança
e liderança (OCDE, 2012).
Contexto jurídico e administrativo (Panõs-Castro et al, 2021);
contexto ambiental (Salomaa, 2019), macroambiente
(Meinsser et al, 2022); fatores ambientais (Alfalih; Ragmoun
2020). apoio da equipe de gestão (Panõs-Castro et al, 2021);
liderança e governança (Alfalih; Ragmoun 2020); OCDE
Contextual
(2012), HEINNOVATE. liderança (Salomaa, 2019;
Sułkowski, Ł., & Patora-Wysocka, Z, 2020); gestão
estratégica (Ruiz; Costa, 2020); contexto estratégico
(Meinsser et al, 2022); Processos (Fischer et al, 2020;
Sułkowski, Ł.; Patora-Wysocka, Z, 2020).
Fatores organizacionais (Alfalih; Ragmoun 2020); capacidade
organizacional (Alfalih; Ragmoun 2020; Gracia-Hurtado et al,
2022) OCDE, HEINNOVATE; estrutura organizacional
Organizacional (Gracia-Hurtado et al, 2022); design organizacional (Panõs-
Castro et al, 2021); organização interna (Brás et al, 2021);
contexto organizacional (Panõs-Castro et al, 2021; Klasova et
al, 2019).
Inclusão de profissionais de empresas e organizações no
desenvolvimento e entrega do currículo (Panõs-Castro et al,
2021); currículo (Morris et al, 2014); programa co-curricular
(Morris et al, 2014); formação extracurricular em
Ensino empreendedor
empreendedorismo (Panõs-Castro et al, 2021); metodologias
ativas (Panõs-Castro et al, 2021); desenvolvimento do
empreendedorismo no ensino e na aprendizagem (Alfalih;
Ragmoun, 2020) OCDE, HEINNOVATE; Atividades (CGU).
73
Característica Descrição
Visão (RUE, Visualizar cenários futuros a fim de orientar esforços e ações para
2021) expandir seu empreendimento (SALAMZADEH et al., 2014; DIAS-
TRINDADE et al, 2020).
Desse modo, tendo em vista que a universidade empreendedora deve ser composta por
membros que agem de forma empreendedora (PAÑOS-CASTRO et al, 2021), a dimensão
Individual torna-se importante na atuação da instituição.
compromisso social. Fator corroborado pela CGU (2022) segundo a qual traz em seu escopo de
avaliação a incorporação da inovação na estratégia institucional: planos, políticas e normas.
Da mesma forma, de acordo com o framework da OCDE (2012), para se desenvolver
como uma organização empreendedora com cultura empreendedora as atividades
empreendedoras devem ser estabelecidas na estratégia que quando definida por um
compromisso, principalmente a nível de reitoria, já confere uma melhor avaliação nessa área.
Ademais, de acordo com a OCDE (2012, p. 13, tradução nossa) “o envolvimento ativo
de uma série de partes interessadas tem se mostrado um fator que contribui para o sucesso das
Universidades Empreendedoras”. Assim, considera-se que a troca de conhecimento com a
sociedade, indústria e setor público devem fazer parte da política institucional da universidade,
logo, deve haver alguém a nível de reitoria responsável pela agenda empreendedora e estrutura
que coordene as atividades dentro da instituição e com outras partes interessadas dentro do
ecossistema de empreendedorismo local (OCDE, 2012).
Na visão do guia da OCDE, as universidades com menos barreiras burocráticas têm
mais facilidade para empreender atividades empreendedoras e acelerar a criação de ideias e a
tomada de decisões, assim avalia-se também o grau de autonomia das unidades universitárias.
Por fim, a liderança e a governança é bem avaliada caso seja um ator ativo no ecossistema
regional, social e na comunidade por meio de participação de clusters regionais, apoio a
atividades culturais e artísticas, fornecimento de instalações para a comunidade externa (OCDE,
2012).
Dessa maneira, a dimensão institucional das universidades também deve ser avaliada
para atuação de uma universidade empreendedora.
Característica Descrição
Característica Descrição
Características Descrição
Relação entre ensino e pesquisa (PAÑOS- Criar sinergia entre as estruturas de ensino,
CASTRO et al, 2021). grupos de pesquisa e departamentos (OCDE,
2012).
Estrutura de baixo para cima (PAÑOS- A abordagem Bottom Up (de baixo para
CASTRO et al, 2021). cima) enfatiza a influência da equipe da linha
de frente como tomadores de decisão
essenciais e com determinado grau de
autonomia para adaptar e mediar as demandas
que são impossíveis de serem controladas
totalmente (WINTER, 2010). Nessa
abordagem, o conhecimento é formado pela
base e a organização tem uma estrutura
organizacional mais horizontal, com poucos
níveis hierárquicos entre o topo e a linha de
frente (PEREIRA, 2012). O foco são atores
executores e suas ações (GAMA et al, 2020).
No que tange à dimensão Ensino empreendedor, observa-se que uma universidade tende
a se tornar empreendedora ao adotar a educação empreendedora (GIBSON; FOSS, 2017) que
é um conceito intra-disciplinar intrínseco ao desenvolvimento de todos os alunos. A educação
para o empreendedorismo não se limita apenas à criação de novas empresas e postos de
trabalho, podendo ter diversos objetivos, como sensibilização e motivação; formando os alunos
para iniciar e gerir um negócio, não necessariamente empresarial, mas socialmente responsável;
intraempreendedorismo na organização; e desenvolvendo habilidades empreendedoras para
identificar e aproveitar oportunidades (PANÕS-CASTRO et al, 2021).
A OCDE avalia essa dimensão pela existência de cargo de Professor de
empreendedorismo ou ao menos um pessoal responsável por este tema ao nível da unidade que
estejam envolvidos no planejamento universitário. Ademais, para alcançar uma boa pontuação
o ensino empreendedor deve ser adotado em todos os departamentos por uma variedade de
métodos como por meio de living labs e aprendizado interdisciplinar. Além disso, o contato
com empreendedores reais também faz parte do ensino empreendedor informal (OCDE, 2012).
83
Outro ponto abordado pelo Guia da OCDE é que as universidades devem validar os
resultados da aprendizagem do empreendedorismo. Outrossim, a pesquisa acerca do tema
também compõe a avaliação desta área a qual é ponderada pela atualização do currículo dos
funcionários a fim de incentivar o intercâmbio de conhecimento (OCDE, 2012).
As universidades empreendedoras devem enfatizar a aprendizagem baseada em
problemas, bem como os programas de educação para o empreendedorismo em uma ampla
gama de disciplinas científicas e sociais (FISCHER, 2020). Panõs-Castro et al (2021) abordam
essa dimensão pela inclusão de profissionais de empresas e organizações no desenvolvimento
e entrega do currículo e metodologias ativas de ensino-aprendizagem e Brás et al (2021) falam
em métodos inovadores de ensino e inclusão do ensino do empreendedorismo em vários ciclos
de estudos. O Painel da CGU (2022), por sua vez, traz aspectos como cursos de pós-graduação;
oferta de disciplinas em inovação, PI ou empreendedorismo.
A partir dessa abordagem da literatura de universidade empreendedora, identificou-se
características que foram descritas conforme quadro 21.
Característica Descrição
Características Descrição
Característica Descrição
Orçamento total (RUE, Dados orçamentários das instituições de ensino (RUE, 2021).
2021)
Característica Descrição
Característica Descrição
Características Descrição
Característica Descrição
Característica Descrição
Característica Descrição
Dimensão Indicadores
Utilização de habilidades, comportamento e experiência empreendedoras como
critérios de recrutamento (OCDE, 2012)
Fatores individuais
Existência de política formal de desenvolvimento de carreira para todos os
funcionários, que aborde a agenda empreendedora (OCDE, 2012).
Nº de objetivos, ações e metas em relação ao fomento de parcerias (CGU, 2022)
Nº de objetivos, ações e metas em relação ao fomento do empreendedorismo
(CGU, 2022)
Nº de objetivos, ações e metas em relação ao fomento da produção de PI (CGU,
2022)
Nº de objetivos, ações e metas em relação ao fomento de prestação de serviço
Fatores institucionais (CGU)
Nº de objetivos, ações e metas ao fomento da transferência de tecnologia (CGU,
2022)
Existência de temas da Lei e Decreto da inovação na política de inovação (CGU,
2022)
Existência de normativos específicos além da política nos temas Lei e Decreto
da inovação na política de inovação (CGU, 2022)
Fatores contextuais -
Nº de ferramentas da gestão do conhecimento aplicadas (GARCÍA-HURTADO
et al., 2022)
Fatores Nº de decisões descentralizadas nos últimos doze meses (PAÑOS-CASTRO et
organizacionais al, 2021)
Existência de estrutura de baixo para cima (MARKUERKIAGA et al. (2017;
PAÑOS-CASTRO et al, 2021)
Nº de disciplinas em inovação (CGU, 2022; Panõs-Castro et al, 2021)
Nº de disciplinas de PI (CGU, 2022)
Nº de disciplinas de empreendedorismo (CGU, 2022)
Nº de Cursos de pós-graduação (CGU, 2022)
Nº de cursos específicos para desenvolvimento de habilidades empreendedoras
(Panõs-Castro et al, 2021)
Nº de disciplinas com aplicação de metodologias ativas (OCDE, 2012; Panõs-
Castro et al, 2021)
Ensino empreendedor Profissionais de empresas e organizações no desenvolvimento e entrega do
currículo (Panõs-Castro et al, 2021)
Existência de cargo de Professor de empreendedorismo (OCDE, 2012).
Professores de empreendedorismo (OCDE, 2012).
Existência de um pessoal responsável por este tema ao nível da unidade que
estejam envolvidos no planejamento universitário (OCDE, 2012).
Contatos com empreendedores reais (palestras, visitas técnicas, eventos)
(OCDE, 2012)
Nº de disciplinas com cunho interdisciplinar (OCDE, 2012)
100
Observa-se que há pouca abordagem dos indicadores referentes aos fatores individuais
pelos instrumentos de avaliação. Destaca-se que não foram encontrados indicadores na
literatura, rankings e frameworks relacionados aos fatores contextuais, sendo que os
instrumentos de avaliação analisados não consideram essa dimensão na avaliação das
universidades. Além disso, algumas dimensões possuem maior número de indicadores devido
à maior ocorrência das dimensões nas fontes pesquisadas. Ademais, os fatores organizacionais,
104
segundo essa configuração, também não foram abordados pelos instrumentos de avaliação.
Outro ponto a se observar é que alguns modelos de avaliação são desenvolvidos a partir de
coleta de percepções e opiniões (RUF, 2019; RUE, 2021; QS RANKING, 2022).
Após as rodadas do grupo focal percebeu-se que os indicadores “Utilização de
habilidades, comportamento e experiência empreendedoras como critérios de recrutamento
(OCDE, 2012)” e “Existência de política formal de desenvolvimento de carreira para todos os
funcionários, que aborde a agenda empreendedora (OCDE, 2012)” enquadraram-se na
dimensão Institucional. Além disso, alguns aspectos da dimensão Gestão/governança foram
incorporados na dimensão Organizacional e outros na dimensão Institucional. O quadro 31
apresenta as dimensões e os indicadores existentes ajustados após as discussões do grupo focal.
Dimensão Indicadores
Nível de qualificação (ADEGIBLE et al, 2020)
Individual
Tempo de trabalho (ADEGIBLE et al, 2020)
Percebe-se que foram encontrados apenas dois indicadores na literatura para a dimensão
Individual, e a dimensão contextual não foi identificado indicador pelos instrumentos de
avaliação tampouco pelos autores da revisão de literatura. Destaca-se que a literatura de
109
Característica Indicador
Característica Indicador
Característica Indicador
No que diz respeito à dimensão Organizacional parte das características trazidas pela
literatura possuem indicadores existentes frameworks como pode se observar no quadro 35.
Características Indicadores
nº de ações de inovação e
empreendedorismo realizadas virtualmente
(HEINNOVATE, 2022).
Característica Indicador
Característica Indicador
Observa-se que essa dimensão se faz bastante presente nos instrumentos de avaliação,
todavia a literatura acrescenta os itens “diploma conjunto/ compartilhado” e “cursos com
instituições” como relevantes para a mensuração da Internacionalização na universidade.
Característica Indicador
120
Característica Indicador
Observa-se que o apoio à cultura empreendedora não foi abordado por rankings
internacionais e, que além da literatura, o framework nacional (CGU) e internacional (OCDE)
e o Ranking das Universidades Empreendedoras adotam esse critério para avaliação das
universidades empreendedoras.
Indicador
Característica
Intensidade da pesquisa Volume de produção científica para cada 100 alunos na IES (RUE,
(ABREU et al., 2016). 2021)
Características Indicadores
nº de contratos de know-how
125
Característica Indicador
Impacto das produções Impacto das produções científicas em ambientes online obtido pela
científicas no ambiente plataforma altimetric (RUE, 2021)
online (RUE, 2021)
nº de movimentos estudantis
Uma perspectiva diferente de avaliação da extensão pode ser notada por uma
característica do Painel da Inovação da CGU em que se propõe avaliar a prospecção ativa de
problemas e oportunidades pela Universidade, prática que pode ser compreendida como
empreendedora a medida que o empreendedorismo é postura proativa de identificar
oportunidades, capacidade de resolver problemas, assumindo riscos e desenvolvendo soluções
que agreguem valor para os outros (FFE-YE, 2012; SILVA et al, 2020; RUE, 2021). Ademais,
observa-se que a literatura também aborda a interação com habitats de inovação como forma
de interação com a sociedade, visto que, tais espaços promovem essa conexão com diversos
atores do ecossistema de inovação.
128
Característica Indicador
Características Indicadores
5 CONCLUSÃO
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