Material de apoio ao professor

Orientações para a aula

O menino
VER:
ENTEN DER.
que
O,
ÇÃO:

RENDE R
aprendeu
a ver
NDE A LER.

Ruth Rocha
Ilustrações de Madalena Matoso
Organização pedagógica
Maria José Nóbrega

ILUSTRAÇÕES DE

MADALENA MATOSO

4/27/18 3:22 PM
 Propostas de atividades • Leitura global do texto.
• Caracterização da estrutura do texto.
Este material fornece orientações para aulas que pre­ • Identificação das articulações temporais e lógicas res­
parem os estudantes antes da leitura da obra, durante o ponsáveis pela coesão textual.
processo de leitura, assim como para a retomada e proble­
matização do conteúdo.
1. Leia a história em voz alta para a turma. É muito impor­
tante que você leia página a página, dando oportunidade
e tempo às crianças para que observem e interpretem os
PRÉ-LEITURA
desenhos de cada página e a sua relação com o texto.
Ao ler, mobilizamos nossas experiências para compreen­ 2. Estimule o debate caso as crianças comecem a trazer
der o texto e apreciar os recursos estilísticos utilizados pelo experiências pessoais. À medida que aprende a ler e a
autor. Folheando o livro, numa rápida leitura preliminar, po­ escrever, Joãozinho descobre cada vez mais as palavras
demos antecipar muito a respeito do desenvolvimento da que há no mundo. Ele se surpreende quando vê as le­
história. As atividades propostas favorecem a ativação dos tras que vai aprendendo escritas em vários lugares. Essa
conhecimentos prévios necessários à compreensão do texto: situação vivida pela personagem faz parte da memória
• Explicitação dos conhecimentos prévios necessários recente de seus alunos. Instigue-os a refletir sobre isso:
para que os alunos compreendam o texto. “Já aconteceu com vocês uma coisa parecida quando
• Antecipação de conteúdos do texto a partir da observa­ começaram a aprender a ler e a escrever?”.
ção de indicadores como título (orientar a leitura de títu­ Ajude-os a relatar suas diferentes experiências no decor­
los e subtítulos), ilustração (folhear o livro para identificar rer da leitura. Por exemplo, há crianças que aprendem a
a localização, os personagens, o conflito). ler sílabas, outras leem palavras inteiras de uma só vez.
• Explicitação dos conteúdos que esperam encontrar na Ajude-os também a perceber que cada um tem sua ma­
obra levando em conta os aspectos observados (estimu­ neira de “aprender a ver”: “Qual foi a primeira palavra que
lar os alunos a compartilhar o que forem observando). você leu sozinho(a)? Onde ela estava escrita?”. Incenti­
ve as crianças a dar seus depoimentos. Dependendo do
1. Comente com os alunos a relação entre a ilustração da grau de alfabetização do grupo, você pode perguntar:
capa e o título. Será que eles conseguem relacionar os “Qual foi o último livro que você leu? Você gostou?”.
elementos presentes na ilustração à história que está por Você também pode dizer que a história de Ruth Rocha é
vir? Levante as hipóteses. muito bonita porque conta a história de um menino que
2. Uma criança pode ler o texto da quarta capa para a turma. está aprendendo a ler e a escrever, mas nem por isso o
Dê um tempo para os alunos comentarem a temática do enredo tem “jeito de lição”. A autora brinca com as pala­
livro. Algumas perguntas que você pode propor: “O que vras “ver”, “ler” e “aprender” no decorrer da narrativa.
está escrito nos desenhos da capa?” (Palavras ilegíveis,
sem sentido.); “Por que será que a ilustradora representou
as palavras dessa maneira?”. Se eles não conseguirem PÓS-LEITURA
responder, proponha: “Vamos ler o livro para saber?”.
Propõe-se uma série de atividades para permitir uma
3. Sugira aos alunos que leiam a parte final do livro, que traz
melhor compreensão da obra, aprofundar o estudo e a refle­
a biografia da autora e da ilustradora, para que conheçam
xão a respeito de conteúdos das diversas áreas do conheci­
um pouco mais a respeito da trajetória delas.
mento, bem como debater temas que permitam a inserção
4. Leia a seção Para saber mais, no final do livro, para mais do aluno nas questões contemporâneas:
informações que podem auxiliar o trabalho com a obra. • Compreensão global do texto a partir da reprodução oral
ou escrita do texto lido ou de respostas a questões formu­
ladas pelo professor em situação de leitura compartilhada.
DURANTE A LEITURA
• Apreciação dos recursos expressivos mobilizados na obra.
São apresentados alguns objetivos orientadores para a • Identificação dos pontos de vista sustentados pelo autor.
leitura, focalizando aspectos que auxiliem a construção dos • Explicitação das opiniões pessoais diante de questões
significados do texto pelo leitor: polêmicas.

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1. Se for viável, proponha uma atividade parecida com complicadas e deixe as crianças tentarem adivinhar os
uma das passagens da história: “Vamos dar uma vol­ significados. Depois, leia em voz alta o real significado
ta no quarteirão da escola. Durante o trajeto, vamos no dicionário, mostrando como localizar cada palavra.
ler as palavras que estiverem escritas nas placas, nos Depois, você pode propor: “Nós também podemos brin­
muros ou nas paredes etc. Se aparecer alguma placa car com o significado das palavras. Por exemplo: ‘Fofo­
que alguém não consegue ler sozinho, peça ajuda a um ca’ pode ser o nome de uma senhora gorducha: ‘Dona
colega”. Leve um caderno e vá anotando as placas que Fofoca foi à doçaria e comeu três tortinhas de moran­
as crianças lerem durante o passeio. Se houver possi­ go...’; ‘Almoçar’ pode ser o nome de uma princesa da
bilidade, eles podem fotografar com seus celulares as história As Mil e Uma Noites: ‘Almoçar era uma princesa
que acharem mais interessantes.
que vivia em um palácio que flutuava no Saara...’; ‘En­
Retome a atividade, conversando com a turma: “Há mui­ dosso’ pode ser um velho muito bravo: ‘O Sr. Endosso
tas palavras escritas nas placas, nos muros, em torno do sempre furava nossas bolas que caíam no seu quintal’”.
nosso quarteirão? Quais palavras nós lemos? Em quais
Vá procurando no dicionário palavras “sonoras” e engra­
placas, mesmo sem conseguir ler todas as palavras, pu­
çadas ou traga uma lista de casa e leia o significado de
demos perceber o que estava escrito por causa do local
cada uma para a turma. Depois, cada um escolhe uma
em que ela estava pregada?
palavra, inventa um personagem ou um cenário para ela
Escreva no quadro, com a ajuda da turma, uma lista co­ e desenha na folha de sulfite.
letiva das principais palavras ou placas encontradas.
Por exemplo, “paracutaca”. No dicionário, o significado
Deixe-a disponível durante a realização dessa segunda
é: “uma árvore que vive perto dos rios, de madeira forte e
parte da atividade. Em seguida, proponha: “Tente lem­
leve, utilizada pelos indígenas na construção de canoas”.
brar-se do nome de um dos locais que você viu durante
o trajeto ou escolha um outro. Escreva em um pedaço Mas “paracutaca” na nossa imaginação pode ser, por
de papel o nome desse local. Exemplos: FARMÁCIA / exemplo, o nome de uma arara ou o nome de uma esco­
PADARIA / CAFÉ / ESCOLA / BANCO / RUA CANÁRIO la de samba: “Unidos da Paracutaca”. Ou alguma coisa
etc. Quem quiser pode também desenhar o local que viu ou pessoa legal: “Ele é da paracutaca”. O que mais “pa­
ou imaginou”. racutaca” pode ser?

Com a fita-crepe, pendure as placas em uma parede re­ Em seguida, cada criança mostra para a turma o perso­
servada para a atividade. nagem ou o cenário que desenhou na primeira folha de
sulfite recebida.
Peça a cada criança que pegue um segundo pedaço de
papel e diga: “Agora, vamos criar placas para cada local O próximo passo é criar uma história em que figure o
da escola. Exemplos: PÁTIO / BANHEIRO / SECRETARIA personagem ou o cenário desenhado. Por exemplo:
etc. Não faz mal que várias crianças criem placas para “Dona Fofoca adorava carnaval. Seu sonho era sair de
um mesmo local. Em seguida, se possível, saiam pela baiana em alguma escola de samba. Aquelas baiano­
escola e preguem as placas nos respectivos locais. nas que giram e giram... a ala mais bonita da escola!
2. Inicie esta atividade conversando com os alunos: “Nos­ Um dia, ela foi até a quadra da escola Unidos da Para­
so alfabeto tem 26 letras. Só com essas letras combi­ cutaca e...”.
nadas, escrevemos todas as palavras da língua portu­ Depois, cada um lê para a turma a história que criou.
guesa escritas e faladas no Brasil. No dicionário estão Dependendo do estágio de domínio de escrita de sua
todas as palavras da nossa língua. Eu vou ler algumas turma, a história pode ser bem curtinha e registrada por
dessas palavras e vocês devem dizer de quais gosta­ você, ou pode até ser uma história coletiva, tentando
riam de saber o significado”. Escolha palavras mais reunir alguns personagens.