Trick or Treat - The Game of Death

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Copyright © 2023 Thaíssa Almeida

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos de imaginação do autor.
Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.

Revisão: Lidiane Mastello


Capa: HB Design Editorial
Diagramação Digital: Autora Jack AF

Esta obra segue as regras do Novo Acordo Ortográfico.

Todos os direitos reservados. É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de
quaisquer meios — tangível ou intangível — sem o consentimento escrito da autora.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela lei n . 9.610./98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.

Edição digital / Criado no Brasil.


Outubro de 2023
Agradecimentos
Playlist
Nota da Autora
Capítulo 1 - Amaya
Capítulo 2 - Amaya
Capítulo 3 - Amaya
Capítulo 4 - Amaya
Contatos
Agradeço a Deus pelo dom e capacidade de criar e escrever as minhas histórias, por nunca soltar a minha mão em nenhum
momento.
Obrigada às minhas amigas maravilhosas, Carol, Denize, Giovanna e Hanna que sempre me incentivam a continuar no
caminho certo e que nunca me deixam desistir. Em especial agradeço com todo o meu coração de gelo à minha amiga Graziele
por todo apoio incondicional e por amar o nosso garoto Killian. Vocês são tudo para mim e eu amo cada uma de vocês. Obrigada
por embarcarem nessa nova história comigo.

Boa leitura!
Thaíssa.
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Aviso de gatilhos
(Recomendado ler antes de iniciar a leitura do livro)

Caro leitor, acho extremamente necessário


avisá-los sobre alguns assuntos importantes
para o seu bem-estar.
Este livro não é recomendado para
menores de 18 anos, contém gatilhos
como: linguagem imprópria, sexo explícito, cenas de terror
que podem engatilhar pesadelos e morte.
Para todas as garotas que não se contém com apenas um homem.
Afinal, para que ter só um se você pode ter dois.
Saio correndo do dormitório, jogando minha mochila lilás no ombro. Hoje provavelmente
será o segundo e último dia de aula da semana e eu irei chegar atrasada graças as milhões de
brincadeiras que os alunos do meu prédio estão fazendo nesse caótico dia de Halloween. A
manhã para as meninas do meu corredor começou às 4 da manhã quando fomos acordadas com
gritos uma das outras quando ratos começaram a simplesmente brotar por todos os lados. A bile
se forma na minha garganta quando me lembro do rato que subiu no meu edredom quase
alcançando a minha barriga.
Depois de todo esse caos, logo pela manhã fomos tomar banho e a água quente que deveria
sair do chuveiro de nossos banheiros foi transformada em sangue falso. Como eu não sei. Ah, e
não posso me esquecer da água da pia que estava cheirando a banheiro químico. O meu cabelo
não está no seu melhor dia e o meu rosto tive que arrumar com lenço demaquilante. Eu até
mesmo fiquei com medo de fazer xixi e uma cobra ou sapo pular nas minhas partes íntimas.
Até o momento estava achando tudo calmo demais, nem mesmo as casas estão decoradas,
visto que isso é como uma tradição de séculos de gerações no nosso país. Uma hora dessa era
para todos nesse campus estar falando somente em festas do Dia das Bruxas e se vestindo de
acordo com a data comemorativa. Porém, nada disso está acontecendo em Fairbanks. Até agora,
tudo o que pude ver de assustador mesmo foi o rosto de minhas amigas quando acordaram com
ratos subindo em nossas camas. É nessas horas que sinto saudade de casa.
Entro no corredor da faculdade e caminho em direção ao banheiro. Mas não antes de
passar pelos meninos do time de hóquei da faculdade que nesse exato momento se encontram me
olhando e sussurrando entre eles. Provavelmente estão rindo da minha imagem deplorável no dia
de hoje. Não. Risca isso. Eles estão quase desmaiando de tanto gargalhar enquanto passo por
cada um deles. Eu sei como me pareço, uma merda. Reviro os olhos para o lado para ignorá-los,
sabendo muito bem que eles provocaram todo o caos no nosso prédio considerando o Halloween
diferenciado dessa cidade. Tenho certeza de que foram eles, os melhores da faculdade, os
intocáveis e os famosos jogadores de hóquei da BEU (Banks Elite University) que tramaram
isso.
Tentando ajeitar meu casaco vermelho, caminho mais rápido que posso para sair da vista
de todos quando meus olhos os avistam: os Carringtons. Esses são o motivo dos meus sonhos
perturbadores durante algumas madrugadas. Eles são conhecidos como os reis dessa faculdade se
não até mesmo dessa cidade congelada. Killian é o capitão do time de hóquei e seu irmão, Kaleb,
o segundo melhor atacante do time depois do seu irmão, é claro.
Eles são gêmeos idênticos e ambos estão no penúltimo ano de faculdade. Kaleb está
cursando artes cênicas e Killian direito. Eu sei quase tudo sobre eles, pelo menos o que é fácil de
se saber observando-os de longe. Os dois se mudaram para cá quando ambos começaram a
frequentar a faculdade, e segundo as fofocas da BEU eles nunca, nunquinha mesmo saíram com
garotas dessa faculdade. Talvez eles sejam gays.
Não. Eles não podem ser, isso mataria todas as meninas que em sã consciência sonham em
pegar um dos irmãos. Na verdade, circulam boatos obviamente falsos que somente uma delas
conseguiu fisgar um dos irmãos. Celeste, a própria personificação de demônio em pessoa. Ela é
intitulada como a rainha má juntamente com suas lacaias. Tudo cobra do mesmo ninho eu diria.
Todos os caras do time dizem que Celeste nunca ficou com nenhum dos irmãos, mas ela
bate o pé o tempo todo dizendo que sim. Então para não irritar a rainha má todos concordam com
ela antes que nossas notas vão por água abaixo, já que ela é a filha do reitor da faculdade e
consegue mexer todos pauzinhos possíveis e inimagináveis quando é para derrubar alguém.
— Santo Deus da misericórdia, você está um horror hoje. Um caminhão passou por cima
de você? — Eu pisco acordando dos meus pensamentos, sendo puxada pela minha melhor amiga,
Sadie.
— Tipo isso. — Eu olho para trás para observar os causadores de calcinhas molhadas por
todo esse campus — inclusive a minha —, mas minha amiga me arrasta para dentro do banheiro.
— Pare de ficar encarando os filhotes de lobo. — Ela para bem na minha frente e só então
eu volto a mim, saindo de uma espécie de transe. É o efeito dos irmãos Carringtons em todas as
meninas.
— Eu estou uma merda hoje — comento, voltando a focar em mim e em Sadie.
— Eu percebi. — Ela dá uma risadinha e me olho no espelho pegando minha necessaire da
minha mochila. — Já está em todas as redes sociais as merdas que fizeram no seu prédio. —
Olho perplexa para ela.
— Foi um horror. — Pego meu gloss e passo em meus lábios recém-curados do frio
congelante do Alasca.
— Isso sempre acontece, não é novidade para quem nasceu e cresceu aqui. Mas... — Sadie
vira-se ficando de costas para o espelho, apoiando-se na pia.
— Mas o quê? — questiono, prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo. É a única
maneira dele ficar bom hoje.
— Meus pais me contaram que quando eu era criança várias mulheres, homens e até
crianças foram assassinadas e alguns desapareceram no dia de Halloween durante 3 anos
seguidos. — Começo a sorrir, guardando minha necessaire na mochila. — É sério, Maya. —
Concordo ainda rindo.
— E você acreditou? — Saímos do banheiro juntas e avançamos até a nossa sala de aula.
— Claro! Pode perguntar para qualquer um da cidade. — Olho para os lados atravessando
o corredor mais como se estivesse procurando por alguém. Eles. Kaleb e Killian. — Acho que as
antigas famílias da cidade ficaram traumatizadas e por causa disso nunca tem festa de Halloween
e isso explica as brincadeiras idiotas que fazem nos dormitórios como uma forma de não deixar
passar em branco. — Entramos na sala de aula com alguns alunos já presentes.
— Então quer dizer que vocês não enfeitam as casas por esse motivo? — Isso... parece
bizarro para não dizer um horror. Sadie se senta ao meu lado e jogo minha mochila na cadeira
vazia do meu outro lado.
— Exatamente! Meus pais não me deixam nem sair de casa para você ter uma ideia. —
Perplexa olho para ela sem acreditar. Por mais que isso seja verdade, isso foi há séculos e com
certeza tem uma explicação lógica para os fatos. Algum psicopata que morava aqui ou aos
arredores na época que aconteciam essas coisas era obviamente obcecado pelo Halloween e
cometeu esses crimes com os moradores. Deve ser isso.
— Bom dia, princesa. — Nick, o namorado de Sadie e também jogador da BEU, a
cumprimenta beijando seus lábios. Nick, Kaleb e Killian são amigos e sempre que posso estou
fazendo uma perguntinha ou outra para o namorado da minha amiga.
— Bom dia, bebê — ela responde e justamente nesse momento é como se tudo ao nosso
redor congelasse com a entrada triunfante dos reis supremos da faculdade. É automático, todas as
meninas quase param de respirar somente para observá-los passar pelo corredor estreito e se
sentarem na fileira ao lado da parede. Kaleb está com sua jaqueta vermelha com o número 7 nas
costas, o símbolo da BEU bordado no peito musculoso. Seu cabelo é uma bagunça bonita e
escura que me faz sonhar com seu rosto no meio das minhas pernas quase todas as noites. E
então, Killian. Ao contrário do irmão, ele apenas joga a jaqueta do time sobre os ombros para
não perder a pose de capitão do time.
Em minhas pesquisas nas redes sociais, não encontrei quem foi a responsável por essas
duas criações extraordinárias e muito menos o perfil de qualquer um deles. Killian tem cabelo
escuro e liso como o de Kaleb, mas algo em seu olhar parece mais... profundo, obscuro. Os dois
têm uma pose aristocrática, mas o capitão do time de hóquei sem sombras de dúvidas é o mais
sério deles. Killian sempre que pode anda pelos corredores com seu peitoral estufado, seus
passos firmes e seu sorriso diabólico.
— Nós vamos a uma festa hoje — Nick comunica Sadie e como uma curiosa começo a
observar os dois.
— Sem condições! Meus pais não me deixam sair no dia de Halloween, até estava falando
isso para Maya. — Pego meu notebook da mochila e coloco sobre a minha mesa.
— Ah, qual é, princesa, você tem o quê, 15 anos? — De fato os pais de Sadie são um
pouquinho rígidos com ela, no entanto, nunca digo nada sobre isso.
— Festa de Halloween? — pergunto curiosa.
— Não posso dizer, é particular e não queremos problemas. — Minha amiga bate no braço
do seu namorado.
— Ei, ela é minha amiga — tenta me defender.
— Eu sei, mas não estou autorizado a dar detalhes. — Que idiotice, parece coisa de ensino
fundamental. Sadie cruza os braços e dá as costas para o namorado fazendo birra. Ela diz que
sempre funciona. — Mas que porra. É, é uma festa de Halloween, princesa. — Nick a puxa em
seus braços.
— Ótimo, só para saber mesmo por que eu não irei e se descobrirem sobre isso todos os
envolvidos estarão na lista negra da cidade. Você sabe, pelas coisas que aconteceram. — Ligo
meu notebook e começo a entrar no arquivo da aula de hoje.
— É justamente por isso que estão dando essa festa. É coisa do passado e não é justo que
paguemos por algo que aconteceu naquela época. — Exatamente como penso. Sadie parece
pensar na explicação do seu namorado e então diz:
— Se Maya for eu darei um jeito de escapar dos meus pais, senão... esquece. — Ela finge
desinteresse pegando seu iPad.
— Eu não disse que quero ir. — Entro no meio da conversa, e Nick revira os olhos.
— Tá, tanto faz — ele concorda, e ela o beija quando o professor passa do lado dos dois
balançando a cabeça. Logo depois minha amiga aperta meu braço e olha para mim abrindo um
enorme sorriso quase saltando da cadeira.
— Que incrível, minha primeira festa de Halloween. — Eu entendo o entusiasmo dela, já
que Sadie nunca foi a uma festa temática do dia das bruxas.
— Depois da aula vamos comprar nossas fantasias. — Sadie vira-se para Nick. — É a
fantasia, não é? — Dou risada.
— Sim, princesa — ele confirma apertando sua coxa quando os meninos do time
gargalham do outro lado da sala. Eu olho para Kaleb e no mesmo momento ele olha para mim,
fazendo-me ficar surpresa. Acho que ele nunca olhou para mim. Não que eu seja invisível ou
feia, mas... Rapidamente desvio meu olhar para o professor, sentindo meu rosto corar e minhas
mãos começarem a suar de ansiedade. De repente sinto-me com 16 anos, quando fui à minha
primeira festa quando morava em outra cidade com os meus pais, porém a diferença é que aquele
frio na barriga agora é por dois motivos. Por ora tudo que consigo pensar é na pergunta de
milhões: os irmãos Carringtons irão a essa festa?
— Doçuras ou travessuras? — Sadie sussurra ao meu lado toda feliz.
— Travessuras!
Parece que a história contada por Sadie realmente foi real. Mas o pior de tudo isso é que
Fairbanks ficou marcada pelo massacre cruel até os dias de hoje e com isso nem mesmo uma loja
de fantasias de Halloween tem nesse lugar, o que fez com que eu e minha amiga viajássemos
duas horas de carro até a cidade vizinha para comprar uns pedaços de panos e maquiagens
artísticas.
Sadie desce do carro de Nick, toda vestida de pirata assim como seu namorado. Eu estou
vestida de freira. A minha fantasia é composta por um corset preto de couro e uma saia do
mesmo estilo e cor. O corset tem um decote dos meus seios até meu umbigo, deixando minha
pele nua para todos verem, enquanto o negócio todo quase não me deixa respirar de tão apertado
que Sadie amarrou, deixando minha cintura ainda mais fina. Eu também coloquei uma meia
calça preta que vai até minhas coxas, onde uma renda fina deixa o look ousado.
O cordão dourado no meu pescoço tem uma cruz caindo bem acima dos meus seios, os
cristais vermelhos decorando a peça pesada sobre meu pescoço. Em nossas maquiagens Sadie e
eu decidimos fazer somente o que já fazemos regularmente e não um show de horrores, até
porque ela disse que não combinaria com a minha escolha ousada.
Paro na frente de uma mansão abandonada e coberta de teias de aranhas e sujeira. Logo
atrás de mim estão vários carros estacionados um atrás do outro enquanto uma música alta toca
de algum lugar no quintal.
— Mas que lugar é esse? — Sadie faz a pergunta que eu também queria fazer quando
ouvimos gritos histéricos de provavelmente duas meninas correndo na para os fundos da casa.
Nick não responde à pergunta e começamos a entrar no jardim de horrores. Minha amiga segura
minha mão me arrastando, meu salto preto fazendo pequenos buracos na grama seca. Tudo que
podemos ver ao nosso redor é a completa escuridão, literalmente. A lua cheia é a única que traz
um pouco de luz para o lugar, o que deixa o local mais bizarro e me faz lembrar de filmes de
terror. Alguns passos a mais e começamos a avistar o que parece o ponto de encontro dos
convidados da festa, onde muitas pessoas estão dançando e outros estão em grupos envolvidos
em uma conversa qualquer.
— Isso é tão legal — Sadie comenta quase gritando por causa do som que fica cada vez
mais alto, conforme nos aproximamos dos convidados. A música Vampiros - Rosalía feat Rauw
Alejandro está tocando agora e isso me anima um pouco mais. Forçando meu olhar noto algumas
cruzes, abóboras e outros objetos decorativos.
— E aí, cara, pensei que não viria mais. — Ai. Meu. Deus. Killian, é a voz dele.
— Eu não perderia a festa — Nick responde.
— Está quase na hora. E seja bem-vinda, querida Sadie — Kaleb cumprimenta. Eu fico
atrás da minha amiga e de Nick enquanto eles se cumprimentam, meu coração acelerando e meus
pés quase falhando. De repente, sinto um puxão para frente e quando levanto a cabeça para olhar
dou de cara com os irmãos Carringtons.
— Obrigada! Eu trouxe uma amiga comigo, espero que não seja um problema. Ela faz
uma aula com a gente. — Sadie, vadia eu vou te matar. Ela não me contou que eles estavam
dando a festa. O que eu devo falar? Olho para Kaleb vestido de vampiro. Seu semblante parece...
normal a não ser pelo sorriso de lado, mostrando suas presas falsas. Será que isso quer dizer que
tudo bem eu ter vindo?
Olho para Killian, seu maxilar é tão fino e marcado que às vezes tenho dúvida se ele
nasceu tão perfeito assim ou fez harmonização facial. Seu cabelo preto como o céu noturno está
caindo em sua testa, mas ao contrário do seu irmão ele não está sorrindo. Na verdade, ele está me
olhando de cima a baixo enquanto segura um copo transparente com duas balas comestíveis
dentro em formato de olho. Seu aperto no copo é tão forte que está quase o amassando.
— Não há problema algum. — Kaleb dá um passo até mim, estendendo sua mão. — Acho
que não fomos apresentados devidamente. Kaleb Carrington. — Aperto sua mão e quase paro de
respirar neste momento.
— Com certeza não. — Deixo escapar e Sadie solta uma risadinha. Eu vou morrer. Kaleb
solta uma risada, provavelmente me achando uma palhaça pelo comentário feito e em seguida
bate no ombro do irmão.
— Esse é meu irmão Killian. — Ao contrário de Kaleb, este não parece gostar da minha
presença e muito menos de mim já que não para de me olhar com seus olhos escuros e
perfurantes além de não me cumprimentar.
— É um prazer conhecê-los — digo, dando um passo para trás e olhando para Kaleb. —
Onde posso conseguir um desses? — Aponto para a bebida na mão de Killian como uma forma
de quebrar o gelo entre todos. Como se eu mesma não estivesse a ponto de sofrer um ataque
cardíaco agora mesmo.
— Venha comigo, irei te mostrar. — Kaleb abre caminho, mas uma mão gelada pousa em
meu braço nu, fazendo-me erguer o olhar somente para ver que é Killian.
— Eu resolvo isso. — Uau, ele finalmente falou. Fico dividida em ir com ele ou Kaleb,
mas no mesmo momento a dúvida me abandona quando cada um deles entrelaçam seus braços
em cada lado do meu corpo. Meu Deus do céu, o que está acontecendo? Eles me encaminham
em direção aos fundos e logo atrás de mim Sadie e Nick nos seguem, minha amiga abrindo um
sorriso enorme e fazendo joia para mim escondido. Eu nunca fiquei perto o bastante deles para
sentir o cheiro maravilhoso que está invadindo minhas narinas agora, mas realmente gosto disso,
é como um sonho. Paramos em frente a uma pilha de copos, bebidas e gelo espalhadas dentro de
um... caixão. Um caixão de verdade.
— O que você gostaria de beber, freira? — Killian pergunta para mim, e eu juro que estou
viciada na voz dele. Bem, na voz dele falando comigo. Ele me chamou de freira, merda, eu nem
disse meu nome a eles.
— Qualquer coisa está bem pra mim. E meu nome é Amaya, eu... esqueci de dizer quando
nos apresentamos — respondo, olhando a escolha de roupa dos dois irmãos à minha frente.
Ambos estão de calça jeans preta e enquanto Killian está vestindo uma camisa preta, deixando
alguns botões abertos revelando seu peitoral, Kaleb está vestindo uma camisa branca totalmente
aberta e com algumas manchas de sangue falso.
— Nós sabemos o seu nome. — Um copo surge em minha visão, e eu logo o pego notando
um líquido vermelho e algumas gomas de mascar em formato de dentaduras. Killian acena para
que eu beba minha bebida e algo automaticamente se instala em meu estômago. Cautelosa, levo
o copo até meus lábios e assim que o líquido é derramado na minha garganta abro um sorriso
adorando o sabor.
Um grupo de meninos passa correndo atrás de duas meninas em direção à parte da frente
da casa abandonada e quando volto a minha atenção para os irmãos Carringtons eles não estão
mais aqui. Olho para os lados, tentando encontrá-los ou ao menos Sadie e Nick, mas apenas
encontro alguns jogadores da escola e algumas meninas. Tomo mais um pouco da minha bebida
e começo a andar entre as pessoas fantasiadas. Cada um está com uma fantasia diferente, a não
ser por Killian e Kaleb que parecem nem mesmo ter se dado ao luxo de pensar em uma fantasia
mais elaborada para sua própria festa.
— Atenção, vadias, o jogo da morte já vai começar. — A música alta de antes cessa sendo
substituída pela voz de Killian. Viro-me, indo de encontro para onde o fluxo de pessoas estão
indo, mas nenhum dos irmãos aparecem no meu campo de visão ou em qualquer outro lugar. —
Por favor, façam uma fila horizontal em frente à fita amarela. — De repente todas as meninas
começam a correr em direção ao labirinto abandonado e escuro da casa. Mesmo sem entender eu
as sigo de longe vendo Sadie vindo de encontro comigo. Os meninos estão segurando lanternas,
formando uma rodinha e observando as garotas. Aproximo-me deles e noto a presença de Killian
e Kaleb que aparecem falando em um microfone conectado à caixa de som.
— Que jogo é esse? — questiono para minha amiga que dá de ombros segurando minha
mão, puxando-me até uma fila que está se formando.
— Nick disse que todas vão participar, é uma espécie de labirinto assustador. — Na última
festa do Dia das Bruxas que fui não teve jogos, mas algo me diz que isso parece uma boa opção
para entreter todos os convidados. Aposto que foi ideia dos gêmeos Carringtons.
— E qual é a finalidade do jogo? — Sadie fica ao meu lado na fila, deixando-me ser a
última em frente a uma fita amarela onde está escrito não ultrapasse. Ela está um pouco suja, mas
ainda assim, dá pra entender muito bem as palavras.
— Eu sei lá, apenas vamos nos divertir. — Ela está certa, eu já estava achando chato
demais esse Halloween e agora que estou em uma festa não faz sentido ficar questionando cada
detalhe, por mais bizarro que seja.
— Não se esqueçam, meninas, todas vocês devem entrar no labirinto separadamente e
somente uma será a ganhadora. — Agora é a voz de Kaleb saindo do som. Logo na minha frente
tem um labirinto antigo, onde as paredes são todas altas e de folhas secas enfeitadas com itens de
Halloween. Eu só quero saber o que a vencedora ganhará e até penso em perguntar, mas no
momento em que me viro para questioná-los uma espécie de apito soa tão alto que dou um pulo
assustada.
Tudo acontece rápido demais e as meninas que estavam na fila começam a correr entrando
no labirinto escuro, os gritos histéricos de felicidade começando por todos os lados. Eu olho para
trás e vejo Kaleb e Killian conversando e observando-me parada feito uma tonta, então começo a
seguir meu caminho não sabendo para onde ir.
Eu não me importo em ganhar, porém seria legal descobrir o que a vencedora levará já que
todas as meninas pareciam ansiosas e felizes por entrar aqui.
— Uhh. — Esbarro em algo afiado apontado para o corredor onde entrei. Levo minha mão
até meu braço acertado e algo liso escorre. Sangue. — Mas que idiotice — digo em voz alta,
mesmo sabendo que ninguém será capaz de ouvir. O chão por onde estamos andando faz um
barulho estranho como um baque seguido de tombo. Não sei.
— Ahhhhhh — um grito longo é ouvido bem ao meu lado, no corredor próximo a mim e
do nada um barulho de algo líquido é ouvido. Eu paro de andar tentando entender quando sinto
algo passando por cima do meu pé. Começo a chutar desesperada, meu coração acelerando e
então corro para sair desse corredor o quanto antes. — Não, não, não — a mesma menina grita.
— É sangue, seus fodidos... — Ela começa a fazer sons de ânsia de vômito e eu entro em outro
corredor diferente. Quando chegamos à festa estava quase tremendo de frio por causa da minha
quase inexistente roupa e agora que estou correndo, sinto uma camada fina de suor brotando na
minha testa.
Engulo em seco e continuo entrando em outro corredor, meu corpo se choca
imediatamente com algo parecendo um peitoral masculino, mas de repente sinto um arrepio e
algo molhado tocando minha orelha. Viro-me no mesmo momento para trás para ver o que é, no
entanto, tudo que posso ver é a completa escuridão. Estico meu braço para tentar decifrar se tem
alguém comigo, mas não toco em nada, então resolvo continuar andando pelo corredor estreito.
Outra menina começa a gritar dizendo que está presa em um caixão cheio de baratas e
ratos enquanto bate desesperadamente contra o caixão para tentar sair dele. Meus pés começam a
doer à medida que ando cuidadosamente e alguns momentos corro entre os corredores, sentindo
a presença estranha de alguém atrás de mim. Passos rápidos e os gritos das meninas chegam aos
meus ouvidos quando tenho um breve vislumbre de algo voando sobre as paredes do labirinto.
Uma hora dessa não pode ser passarinhos...
— Ah, porra, morcegos. — Abaixo-me um pouco com medo de alguns deles acabarem
esbarrando em mim. Eu não tenho medo de animais como baratas, ratos, sapos, dentre outros,
porém parte de mim se sente um pouco enojada de certos bichos tocando-me. Os gritos
assustados de várias meninas continuam, algumas pedindo socorro e outras referindo-se a bichos.
De longe vejo uma luz fraca se mexendo e talvez pode ser o fim do labirinto, contudo, têm dois
corredores até lá e somente um deles provavelmente é o certo. O barulho das outras meninas
gritando em meu ouvido começa a ficar irritante, passando a me incomodar. Foda-se também!
Faço minha escolha escolhendo a entrada do lado esquerdo e assim que coloco meus pés
no corredor me arrependo da escolha. Caio de joelhos tropeçando em um chão instável, meus
joelhos se chocam contra algumas coisas duras e pontiagudas, provavelmente provocando cortes
em minha pele. Apoio minha mão no chão para tentar me equilibrar e levantar, mas então
começo a tatear os objetos no chão. Eu pego um deles e começo a passar meus dedos tentando
pensar no que isso deve ser.
— Cobras! — uma garota grita, o som chega até mim tão alto que parece que ela estava
atrás de mim. Talvez esteja, o que me deixa com um certo receio. Eu também não tenho medo de
cobras, porém elas podem realmente me fazer mal se elas forem venenosas.
Voltando minha atenção para o objeto em minha mão, deslizo meus dedos mais uma vez e
levanto-me, meu salto torcendo até procurar por um fundo realmente estável. Assim que consigo
parar de pé, apoio minha mão livre na parede de folhas secas do corredor, vários espinhos
perfuram minha palma. Aos poucos vou pisando nos objetos abaixo de mim, às vezes torcendo
meu salto no processo e minha mão apoiando na parede de espinhos para me equilibrar e não cair
novamente. Meus joelhos estão ardendo devido ao baque e talvez um corte ou dois. A grande
maioria dos gritos se foram, agora, restando talvez umas três meninas ainda competindo comigo.
Finalmente deixo o corredor, a luz fraca que vi antes a poucos metros de distância. Há
pouco outra garota foi eliminada e tenho quase certeza de que foi Sadie pelo seu grito. Parece
que tinha aranhas andando pelo corpo dela, não sei dizer e muito menos se de fato isso aconteceu
e pior, como as aranhas foram parar no corpo dela. Levanto meu braço para cima, ainda
segurando o objeto duro que peguei quando cai, mas ainda não consigo ver o que é.
— Eu desisto. Não, não, por favor, eu desisto. — Ao contrário das outras meninas, essa
está chorando, e eu sinto pena por ela. Viro à direita e meu rosto dá de cara com um boneco,
talvez espantalho ou sei lá o quê.
Levo minha mão até o objeto assustador, apertando para tentar saber o que de fato é,
quando um vulto seguido de um vento frio passa atrás de mim, fazendo-me virar rapidamente.
Não vejo nada, mas meu coração acelera.
— Ahhh — outra menina grita, o som um pouco mais longe de mim. Sinto outro vulto
atrás de mim e o boneco assustador de antes se mexendo, então volto a me virar para tentar vê-lo.
O boneco não está mais lá e obviamente algum menino está no jogo para atormentar e assustar
nós meninas enquanto prega peças como essa.
Deixando para trás sigo o rumo da saída do labirinto, o silêncio ensurdecedor e o vento
gelado agora me assustando mais do que os bichos, as peças pregadas em nós e os gritos das
garotas. Eu nem mesmo ouso olhar para trás e muito menos para o chão ou para os lados, apenas
acelero meus passos, quase correndo.
— Pegamos você! — Um sussurro fraco atrás de mim me faz parar de andar na mesma
hora, então lentamente me viro para encontrar a voz.
— Parabéns, Amaya! Você é a grande vencedora do jogo da morte. — A outra voz vem
das minhas costas, então mais uma vez viro-me quando uma pequena lanterna é direcionada para
o meu rosto. Eu levanto minha mão para tirar o foco da luz dos meus olhos e só então vejo que o
objeto que estou segurando há um tempo é um osso. Um osso do corpo humano. Um gosto ruim
brota na minha boca e no mesmo instante solto o osso no chão. Eu caí de joelhos sobre ossos
humanos? Levanto meu olhar para a pessoa segurando a lanterna e então vejo Kaleb. Começo a
me afastar, dando alguns passos para trás quando minhas costas batem contra algo firme. Suas
mãos vão para a minha cintura, uma de cada lado, segurando-me com firmeza. O pânico de
segundos atrás se transforma em algo diferente. E então o perfume de mais cedo invade minha
narinas e sei que é ele. Killian.
Desço do carro e caminho sobre uma passagem de pedras brancas em direção a uma casa
de campo próxima do labirinto que estava antes. Eu mal consigo pensar com clareza. Quando
finalmente deixei aquele lugar assustador ao lado de Killian e Kaleb eles me encaminharam até
um carro preto e me trouxeram para esse novo lugar.
O veículo em si é de Kaleb, já que Killian prefere motos a carros. A casa onde estou
entrando agora é da família Carrington. Pergunto-me se algum deles ou os dois moram aqui ou
na casa dos pais, na mansão próxima à faculdade.
Antes de aceitar vir com eles até aqui, pensei se seria o certo a fazer já que não os conheço
tão bem quanto gostaria. A questão é que ganhei o jogo da morte, e Killian colocou suas mãos
em meu quadril. Sim, ainda pareço uma retardada por saber que eles estão falando comigo e
estão tão perto de mim, como desejei em meus sonhos... eróticos. Será que eu tenho algum
problema? Digo, eles são irmãos gêmeos que vivem grudados um no outro, porém eu deveria me
sentir atraída somente por um e não pelos dois.
Kaleb está segurando a minha mão como se eu não pudesse andar por conta própria.
Talvez se ele me soltar, eu de fato desmaie, porque tudo está girando na minha cabeça ao mesmo
tempo que observo cada detalhe deles. Pela nona ou décima vez depois que sai do labirinto,
pergunto:
— Qual é o prêmio? — Killian está andando atrás de mim como se fosse meu segurança,
contudo, não diz nada.
— Se eu falar estraga a surpresa, minha pequena Maya — Kaleb responde enquanto
paramos de frente a uma porta chique. Eu quase solto um gemido com as palavras escolhidas por
ele, mas Killian passa por nós e para diante da porta digitando um código. Um bipe é ouvido e
com certa delicadeza a porta se abre, revelando uma enorme sala de estar. Os dois irmãos entram
na casa e eu permaneço aqui, parada, olhando para eles e o local à minha volta.
— Está esperando um convite, freira? — Killian começa a desabotoar sua camisa preta.
— Não. Talvez, eu não sei — me atrapalho. — E a festa já acabou então, é, Amaya. —
Eles se viram e olham para mim, os dois pares de olhos encarando-me profundamente, como se
pudessem me despir com esses olhares penetrantes.
— Quem disse que acabou? — Kaleb entra na conversa e noto um sorriso surgindo nos
lábios dele.
— E-eu pensei que... — As tatuagens estranhas de Killian me chamam a atenção, fazendo-
me observar cada uma delas conforme elas sobem por seus braços musculosos.
— Seja lá o que você pensou, pensou errado. Nós estamos apenas começando com você.
— Ergo meu olhar, e Kaleb vem até mim, puxando-me para dentro. A porta é encostada assim
que entro e novamente uma pontada de incerteza me bate.
— Onde estão Sadie e Nick? Preciso avisá-los que estou aqui — começo.
— Eu não sei e não me importo. E isso não será necessário — Killian responde todo
grosso. O que diabos ele quis dizer? Inferno, é estranho estar ao lado deles, eu mal os conheço e
por causa da minha curiosidade idiota em saber qual o prêmio por ter entrado naquele labirinto,
minhas pernas e também minha cabeça avoada acabaram trazendo-me até aqui. Tento pensar em
uma saída melhor, mas meu cérebro imbecil não entende o meu ponto. Afinal, quem eu quero
enganar?
Desde o primeiro dia que coloquei meus pés naquela faculdade meu corpo quase sucumbiu
com a ideia de ter ao menos um dos meninos me tocando e beijando. Agora que estou sozinha,
não só com um, mas sim com os dois, quero fugir e ir pra casa para ter mais uma noite de sono
imaginando ter suas mãos sobre o meu corpo.
Desde que cheguei a Fairbanks não fiquei com nenhum garoto. É como se eu não tivesse
olhos para ninguém além dos irmãos bem aqui à minha frente. E mesmo que eu tenha perdido a
minha virgindade no último ano do ensino médio, isso parece diferente agora.
— Você é sempre tão quieta assim ou faz parte da fantasia de freira? — Killian corta o
silêncio.
— Eu não sou quieta, apenas não sei o que dizer para vocês. Não somos do mesmo círculo
social e até hoje de manhã vocês nem me conheciam. — Kaleb ri, sentando-se em um sofá
branco, apontando para que me sente ao seu lado.
— Sabe, Maya, meu irmão e eu temos os mesmos gostos. — Franzo o cenho, não entendo
a mudança de assunto repentina. — Estamos cientes da sua presença desde o primeiro dia que
entrou na BEU. — Eu abro a boca para falar algo, mas nada sai. Estou quase perplexa pela
confissão quanto pelo fato de estar sozinha com eles agora. Killian traz uma garrafa de vodka
com ele e se senta do meu outro lado, minhas pernas quase nuas tocando a dele e de Kaleb.
— Engraçado porque vocês nunca me disseram ao menos um bom dia — retruco. Killian
passa o litro de vodka para seu irmão que a bebe direto da garrafa. Observo toda a cena, seus
lábios macios pressionando o bico, bebendo um longo gole da bebida.
— Você bebe, freira? — Ele continua me chamando desse nome e quando me viro para
olhar para Killian, ele sorri mostrando suas covinhas enquanto observa meus lábios. Eu não
respondo, apenas concordo. — Kaleb... — ele chama atenção do seu irmão que agora já parou de
beber diretamente da garrafa. — Dê um pouco da sua bebida a nossa grande ganhadora da noite.
— Meu olhar volta para Kaleb e ele deixa a garrafa na mesinha ao seu lado.
— O que você está... — Antes que eu conclua minha frase, Kaleb puxa-me em seus braços
e me beija, passando um pouco da vodka para a minha boca. Penso em me afastar de sua boca,
mas seus lábios e sua língua se tornam viciantes em contato com a minha. Sinto uma mão
tocando minha cintura, e sei que é Killian pela posição. As mãos do seu irmão estão no meu
rosto, segurando-me como se eu pudesse escapar do seu beijo quente. Mal sabe ele que sonhei
acordada com esse momento e que desejei sentir seus lábios macios fazendo exatamente o que
está fazendo agora. Killian puxa o véu preto da minha fantasia, deixando-o cair entre nós e logo
em seguida desliza os dedos pelas minhas costas, subindo lentamente até meu cabelo.
As mãos de Kaleb que antes estavam em minha cintura começam a descer. Nossos lábios
se separam, dando a nós uma pausa forçada. Os olhos dele se encontram com os meus, o desejo
que sempre tive tanto por ele quanto por Killian crescendo ainda mais. Os grampos que seguram
meu coque são arrancados, os fios do meu cabelo ruivo caem em cascatas em minhas costas
nuas.
— A partir de hoje você não vai prender mais o seu cabelo — Kaleb diz, encarando-me.
— Você não pode me pedir isso — retruco, achando-o ousado, mas adorando conhecer
esse lado dele.
— Não estou pedindo, estou mandando. — Com um puxão rápido e doloroso, meus
cabelos são puxados para trás e então sinto meu corpo colado ao de Killian, meu pescoço
esticado e meus peitos empinados para frente. Uma umidade começa a crescer em minha
calcinha e como se eles estivessem combinando, sinto os lábios frios de Killian roçando meu
pescoço, no mesmo momento em que as mãos de Kaleb vão para as minhas pernas. Seus dedos
longos acariciam minha pele, trazendo-me arrepios por todo corpo.
A língua de Killian começa a deslizar no meu pescoço, deixando um rastro molhado
enquanto cada fibra do meu corpo parece se desfazer com toda essa atenção que estou tendo dos
dois homens ao meu lado. Kaleb sai do sofá ajoelhando-se no chão, abrindo minhas pernas ao
mesmo tempo que leva suas mãos para o meio das minhas coxas, abrindo-as lentamente para ele.
Seu irmão por outro lado, começa a morder meu pescoço, provavelmente deixando marcas para
eu cobrir com maquiagem amanhã. No entanto, nem estou me importando com isso, apenas
quero que ele e Kaleb continuem deixando-me cada vez mais excitada.
Sentando-me entre as pernas de Killian, encosto minha cabeça em seu ombro enquanto ele
começa a desamarrar meu corset delicadamente, deixando seus dedos tocarem entre meus seios e
minha barriga. A sensação se torna ainda mais quente quando seu irmão começa a roçar seus
dedos sobre a minha calcinha úmida. Eu quero gemer e gritar de tanto desejo, um que nunca
experimentei igual. Mas me contenho por ora.
Assim que meu corset é desamarrado, Killian o puxa jogando-o para o lado, deixando
meus seios saltarem livres, meus mamilos rosados ficam excitados e duros com os olhares deles.
Kaleb pega a garrafa de vodka sobre a mesa e entrega para o seu irmão que a destampa
rapidamente. O zíper lateral da minha saia é aberto e em um deslize ele leva junto a minha
pequena calcinha de renda preta, minha meia calça e o salto. O tecido de couro junto com a renda
começa a descer pelas minhas pernas, o couro fazendo uma fricção contra a minha pele que deixa
meu núcleo ansioso.
— Porra... — Kaleb diz, olhando para meu corpo agora nu. Killian suspira em meu ouvido
e retira meu cabelo caindo acima dos meus seios colocando-os para o lado. Sem aviso ele
começa a despejar a vodka no meu colo, o líquido transparente percorrendo pelo meu colar de
cruz entre meus peitos.
— Ahh — gemo, sentindo uma pitada de frio pela vodka derramada em meu corpo
exposto. Olho para Kaleb, vendo seus olhos transmitindo fome e desejo enquanto ele abre
minhas pernas e aproxima seu rosto acima do meu sexo. O líquido logo escorre para minha
barriga plana, alcançando meu umbigo e indo diretamente para a minha boceta, onde os lábios de
Kaleb o recebe.
Um gemido sai dos meus lábios com a sensação da língua dele lambendo minha pele e
então Killian puxa meu cabelo de lado, beijando-me. Meu corpo todo parece nas nuvens sentindo
uma tensão sem igual tomando conta da minha mente e corpo. A língua de Kaleb desce para
minhas dobras escorregadias e minha mão corre para seus cabelos, puxando os fios escuros ao
mesmo tempo que o seguro bem onde eu quero.
Os lábios de Killian se separam brevemente dos meus e seus dentes mordiscam meu lábio
inferior, fazendo-me gemer em sua boca. Ele me cala novamente, selando sua boca na minha, um
gosto metálico surgindo em nossas línguas tocando uma na outra. Sinto a mão de Killian
apertando meu seio com força, sua outra mão livre agarrando minha coxa sem nenhuma
delicadeza. O sangue que ele arrancou de mim misturado com seu aperto é perverso e doloroso.
Mas gosto de como eles estão me fazendo sentir, como se nada do que experimentei antes tivesse
chegado nem mesmo aos pés desse momento.
— Você tem um gosto tão bom, exatamente como eu imaginei — Kaleb comenta e volta a
deslizar sua língua perversa ao longo da minha boceta em um ritmo viciante, deixando-me ainda
mais úmida. Quando ele se levanta depois de me chupar, seus olhos se tornam selvagens, seu
cabelo despenteado dando um charme para seu rosto perfeito. Seu irmão coloca-me sentada no
sofá, os dois ficam em pé para tirarem suas roupas. Eu fico perplexa com a visão dos dois nus à
minha frente e de certa forma, curiosa para saber como isso vai funcionar. Nunca estive com dois
caras, apenas com um e devo confessar que não foi tão bom quanto pensei que seria.
Killian vai até um cômodo ao lado e volta com duas camisinhas em sua mão enquanto
Kaleb vem até mim, chupando meu seio, apertando o outro com sua mão. Ele pega meu mamilo
entre seus dentes e morde levemente depois de sugar minha auréola em sua boca. Seu irmão joga
o pequeno pacote para ele que o pega abandonando a atenção que estava dando aos meus peitos,
deixando arrepios por todo meu corpo devido ao vazio deixado por ele. Eles rasgam a
embalagem da camisinha e sou pega observando-os à minha frente. O eixo de Killian é bem
grosso e de um tamanho que me faz ter dúvidas se isso caberá em mim, enquanto o de Kaleb é
muito longo.
Mesmo quando me toco durante a madrugada depois de sonhar exatamente com Kaleb e
Killian, nunca fico tão excitada como estou agora. É como se eles tivessem me enfeitiçado, me
transformado em uma poça de desejo. Olho para Kaleb todo nu à minha frente olhando para o
meu corpo. Tanto ele quanto Killian são puro músculos, perfeitos. A única diferença visualmente
entre eles é que Killian tem várias tatuagens em seu braço, enquanto Kaleb não tem nem ao
menos um arranhão.
Killian se senta no sofá e me puxa para seu colo, sentando-me sobre seu abdômen
definido. Minhas mãos tocam seus cumes, uma nova onda de excitação batendo diretamente em
meu núcleo.
— Vocês já... — Olho para trás para encontrar o olhar de Kaleb sobre mim.
— Compartilharam a mesma garota? — Killian completa a minha pergunta, e eu balanço
minha cabeça em concordância.
— Como eu disse anteriormente, meu irmão e eu temos os mesmo gostos. Então sim, nós
iremos compartilhar você, ruiva — Kaleb comenta, se aproximando de mim. Killian abre um
sorriso diabólico em seu rosto e em seguida começa a se ajeitar no sofá. Ele começa a me beijar,
levantando-me do seu abdômen e me posicionando sobre o seu pau.
Nossos lábios se separam, meu rosto ficando bem próximo ao dele, seu olhar penetrando
no meu, enquanto começo a deslizar sobre o seu eixo.
— Oh, porra. Tão apertada... — Killian geme, mordendo seu lábio. Kaleb se aproxima da
minha bunda, seu pau se aproximando da minha outra entrada. Sinto uma pitada de medo
misturada com ansiedade, mas acabo afastando. A mão de Kaleb acaricia minhas costas,
empurrando-me lentamente sobre o abdômen do seu irmão, minhas nádegas ficando empinadas,
seu membro entra em minha bunda com calma. Demora alguns segundos até que Kaleb esteja
todo dentro de mim e assim que o faz, Killian diz: — Agora você vai começar a cavalgar no meu
pau como uma boa freira que é. — Eu faço como ele me pediu e quase gozo com as suas
palavras. Tudo ao meu redor começa a ficar ainda mais intenso quando Kaleb começa a foder a
minha bunda ao mesmo tempo que o pau de Killian entra e sai de mim. Eu ainda consigo ir no
meu ritmo, mas assim que Killian começa a apertar, arranhar minhas nádegas puxando-me para
mais perto dele, perco o controle tendo o meu primeiro orgasmo.
— Ahh, ahh, ahh — grito, sentindo-os por todos os lugares do meu corpo. Kaleb começa a
segurar minha nuca, seus dedos se perdendo em meu cabelo enquanto sua outra mão alcança meu
seio. Eu posso sentir os dois entrando e saindo da minha boceta e bunda e isso me faz revirar os
olhos, arrancando todo e qualquer orgasmo que um dia tenha guardado. As mãos de Killian e
Kaleb estão por todos os lugares, tocando e dando-me um prazer sem igual.
— Tão gostosa, minha ruivinha — Kaleb geme, empurrando mais forte. — Goze, Maya.
Goze no pau do meu irmão como uma boa garotinha. — Meu aperto nos ombros de Killian se
intensifica com as palavras de seu irmão e quando sinto o meu colar sendo puxado para trás,
levando junto meu pescoço, grito de prazer gozando novamente. A cruz dourada está roçando
minha pele, quase cortando, meu cabelo esparramado em minhas costas, minha franja grudando
na minha testa. Dando atenção a Killian começo a rebolar no pau dele, minha boceta pulsando
como se não tivesse acabado de gozar.
— Não se segure, freira. Quero o meu pau todo lambuzado — Killian diz, segurando meu
queixo. — Ou terá que pagar por seus pecados. E Deus sabe muito bem o quanto você está se
segurando. — Ele me solta, e eu desabo gozando e gemendo. — Isso, exatamente assim. — A
exaustão começa a tomar conta do meu corpo e tudo que eu sentia antes se intensifica com Kaleb
me fodendo por trás, gozando enquanto seu irmão geme fazendo o mesmo. — Ohh, porra... Que
boceta gostosa. — Meus olhos se fecham sentindo um líquido quente na minha boceta e na
minha bunda. Mas o melhor disso — ou não — é que eles não param, eles continuam, continuam
e continuam me fodendo além do que a minha mente pode aguentar. E então, apenas deixo que
eles levem tudo de mim, como sempre desejei e apago sentindo uma dor no meu pescoço.
Atordoada abro meus olhos sentindo-me perdida. Observo o teto branco com um enorme
lustre de cristais e abaixo meu olhar, virando meu rosto para o lado, vendo Kaleb deitado ao meu
lado, aparentemente dormindo em um sono profundo. Sinto meu estômago apertar
provavelmente de fome, então me levanto devagar, avistando Killian sobre as minhas pernas.
Quando adormeci exausta pela intensidade do sexo, lembro-me de estar ainda montada sobre
Killian, mas agora todos nós estamos amontados no chão do carpete... Sangue. Com o pânico se
instalando dentro de mim, olho para meu corpo vendo um rastro vermelho seco, assim como na
boca de Killian e Kaleb. Todos os dois estão com os peitos sujos de aparentemente sangue e eu
não entendo. Com cuidado retiro a cabeça de Killian das minhas pernas e me levanto confusa.
Devido à cortina escura na janela não consigo ver se amanheceu ou ainda é madrugada. Meu
estômago ronca de fome novamente e meus olhos correm rápido no cômodo buscando pelas
minhas roupas. Meus batimentos começam a acelerar de medo e meus ouvidos conseguem captar
os sons do meu coração alto demais, como se estivesse ouvindo com estetoscópio.
Começo a caminhar entrando em um corredor escuro. O lugar não é muito grande como a
mansão dos Carringtons, mas pelo menos, quatro quartos têm aqui. Eu passo por cada um deles,
outro corredor à direita que leva a sala de jantar e cozinha e quando chego à última porta dou de
cara com o banheiro. Assustada comigo mesma abro a porta sentindo meu corpo estranho e meus
olhos vidrados em tudo que olho. Assim que entro no banheiro fecho a porta atrás de mim e pego
uma toalha branca no armário enrolando no meu corpo. Um cheiro estranho invade minhas
narinas e sei que é o sangue grudado em minha pele. Vou até a pia de mármore branco e olho-me
no espelho, sentindo dor na parte de cima das minhas gengivas. Encarando-me diante o meu
reflexo, noto o rastro de sangue saindo diretamente do meu pescoço, então aproximo-me mais
um pouco do espelho e levo meus dedos para a minha pele, tocando exatamente o lugar. Esfrego
meu pescoço, tentando tirar o sangue seco grudado para ver algo, mas nada aparece e não sinto
nenhuma dor.
— Ai. — Sinto uma fisgada aguda em minha gengiva e abro minha boca olhando no
espelho. Começo a tocar a minha gengiva lentamente quando o cheiro de sangue fresco, como se
estivesse escorrendo diretamente de mim, toma conta dos meus sentidos. Minhas presas saem
pontiagudas e afiadas furando meus dedos. — Ahhh... Mas que merda está acontecendo? — eu
mesma me questiono, olhando-me para o espelho, notando somente agora meus olhos vermelhos
e não azuis como antes. Eu abro a porta rapidamente saindo em disparada pelo corredor quando
ouço uma voz de mulher gritando da sala, provavelmente tem a minha idade.
— Que porra vocês dois fizeram ontem? — Eu paro no meio do corredor, ouvindo a voz
alta da garota. — Nossos pais descobriram a festa fajuta de vocês. — Eles têm uma irmã? —
Vocês não sabem o que fizeram. Os Blakes voltaram. Eles estavam bem do lado de vocês
durante o jogo da morte e mataram dez meninas dentro daquele labirinto idiota. — Meu coração
começa a bater com mais força, ódio ou raiva invadindo meu corpo. Eu sei que lá tinha quinze ou
mais meninas e se tudo isso for verdade restaram apenas eu e mais cinco. Isso nem importa.
Sadie. Ai meu Deus, Sadie... — Papai e mamãe estão arrumando nossas coisas, estamos indo
embora desse lugar graças a vocês dois. — Indo embora? O cheiro de sangue novamente toma
meus sentidos e não sei como, mas apenas sigo a direção de onde o cheiro está vindo, pegando o
outro corredor à direita. Acho que estou andando normalmente, no entanto, em poucos segundos
estou do lado de fora da casa, usando a saída dos fundos.
Olhando tudo ao meu redor, eu vejo o branco da neve que caiu durante a madrugada e
alguns passos à frente um homem apertando seu braço manchado de vermelho. Meus dentes
doem novamente, um suor frio me atinge e ando em direção ao homem não conseguindo ver e
nem sentir nada além de sangue. Como antes, eu não demoro para chegar até ele e quando paro
diante da pessoa à minha frente meu estômago ronca e só sei que preciso do sangue dele. Usando
meus braços eu o agarro e ataco sua jugular, minhas presas sugando o gosto maravilhoso,
saciando a minha fome. Meus dedos cavam firmemente na pele do homem, as mãos dele antes
lutando contra mim caem do lado do seu corpo, suas forças indo embora enquanto tudo que
consigo fazer é sugar cada gota do seu dócil sangue. Os joelhos dele cedem dobrando-os, e eu
não o deixo cair segurando seu pescoço de lado, dando mais espaço para a minha boca faminta.
Eu continuo sugando, sugando e sugando o líquido do corpo à minha frente, mas quando a
quantidade começa a diminuir, uso minhas duas mãos trazendo seu pescoço mais fundo à minha
boca, estraçalhando toda pele e músculo em busca de mais.
— Maya? — Solto o pescoço do homem, deixando-o cair em meus pés e viro-me
encarando Kaleb, Killian e uma garota de cabelo escuro e pele clara. — O QUE VOCÊ FEZ
COM ELA? — Kaleb grita.
— Não é óbvio? Eu a transformei — Killian responde. — Ela é uma de nós e agora é
nossa.
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