You Only Die Twice - Vivian Murdoch

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SINOPSE

Sempre me disseram para nã o brincar com a comida, mas como resistir


quando eles se servem para mim em uma travessa tã o deliciosa?
Ambos sã o marionetes, nunca percebendo que sou eu quem controla as
cordas.
Ele prefere morrer a contaminá -la, mas sei que seu ponto de ruptura
está chegando.

Este é um romance sombrio. Por favor, leia os avisos.


AVISOS DE GATILHO
Este livro é destinado ao pú blico adulto e contém temas adultos. Os atos
neste livro nã o pretendem retratar uma dinâ mica real e podem ser
perigosos se feitos incorretamente. Por favor, leia com
responsabilidade. A autora nã o se responsabiliza pelas açõ es dos
leitores.
Fetiches, Gatilhos:
Asfixia, Blood Play, Knife Play, Noncon, Dubcon, Drogas, Cinto, Anal,
Fear Play, Bondage, Rope Play, Humilhaçã o, Cuspe, Orgasmos forçados,
Mordidas, Psicose E Sonofilia, Natimorto, Violência e Gore.
CAPÍTULO UM

Katrina

A suavidade do travesseiro embala minha cabeça, afastando os


ú ltimos vestígios de dor. Um leve latejar bate atrá s das minhas
pá lpebras, mas vou tomar consciência desconfortável dos pesadelos
que ainda giram dentro da minha cabeça como um resíduo profano
cobrindo meu crâ nio. Gemendo, eu levanto meu braço, deixando-o
descansar sobre meus olhos fechados enquanto disseco tudo o que
ainda está agitado.
Nunca afirmei ser psiquiatra, longe disso. Mas nã o é preciso ser
um profissional para saber que meu medo de navios de cruzeiro,
abastecidos por mais á lcool do que eu provavelmente deveria, me
enviou visõ es de meus terrores internos como um pesadelo do inferno.
O que eu ainda estou lutando é por que diabos havia vampiros?
Que eu saiba, isso nunca foi uma coisa para apertar meus botõ es.
Inferno, mesmo quando os vampiros eram uma mania de romance, eu
ainda estava presa aos homens alfa corpulentos e à s coisas deliciosas
que eles podiam fazer com uma mulher. Um sugador de sangue nunca
apareceu no meu banco de palmadas uma vez. E Lizzy? Por que ela
estaria lá ?
Talvez algum medo profundo de ela fugir com aquele mestre de
masmorra tenha se intrometido ali. É a ú nica explicaçã o racional. Eu me
viro para o lado com outro gemido, determinada a me forçar a voltar a
dormir. Talvez desta vez os sonhos sejam muito mais eró ticos e menos
indutores de terror.
Arrepios explodem em minha pele quando o rosto de Lizzy
aparece em minha mente, sangue escorrendo por seu pescoço. No
momento em que levanto o joelho para ficar mais confortável, congelo.
O terror bate em mim enquanto testo minha perna mais uma vez,
confirmando que um objeto pesado a envolve.
— Nã o. Se. Mova. Porra. — A voz é um som á spero na escuridã o.
Familiar em alguns aspectos, mas estranha em outros. O som percorre
meu crâ nio como pregos arranhando meu cérebro.
A parte primordial de mim, aquela que insiste que eu fique
segura, quer fugir. A outra parte de mim quer derreter sob o calor do
tom de comando. Parece tã o certo, tã o perfeito.
Virando minha cabeça para o lado, forço meus olhos a se abrirem,
desesperada para ver quem está comigo. É como aqueles filmes de
terror em que tudo se move em câ mera lenta, mas rá pido demais ao
mesmo tempo. O quarto está escuro e mal consigo distinguir a forma de
um homem sentado contra a parede à minha frente. Mais uma vez, há
algo tã o familiar sobre ele.
— Jackson? — A histeria tinge minha voz enquanto mudo o pé,
tentando confirmar para o meu cérebro que estou bem e
verdadeiramente presa sem provocá -lo novamente. O que aconteceu
com ele? Com nó s?
— Eu disse — ele rosna, levantando-se em toda a sua altura. —
Nã o. Se. Mova. Porra. — Desta vez, sou incapaz de resistir ao
estremecimento que percorre meu corpo, levando minha cabeça para o
meu colo em uma tentativa insana de me proteger. Eu envolvo meus
braços em volta do meu corpo em uma tentativa desesperada de parar
o tremor, mas nã o ajuda. Nada faz.
Meu estô mago despenca quando ele se aproxima, na penumbra,
posso ver o brilho assassino em seus olhos. Ele usa o rosto e a pele de
Jackson, mas aqueles olhos... aqueles olhos sinalizam minha
condenaçã o. Este nã o é o homem com quem joguei algumas horas
antes. Ou foram dias? Nã o tenho noçã o de tempo.
Nada aqui me diz nada. Ainda estou no navio? Esta é uma parte
que eu nã o tinha visitado antes? A pior parte de tudo isso é o latejar
incessante na minha cabeça que me diz que nada disso é real. É um
zumbido de algodã o que permeia todos os recantos.
Toda vez que fecho meus olhos, tenho certeza de que, no
momento em que os abrir, estarei de volta à minha cama - sã e salva.
Mas isso nunca acontece. Cada piscada, cada momento de solidã o negra,
dá lugar ao sempre doloroso lembrete de que isso é real ou nã o consigo
acordar. Por que não consigo acordar?
Eu nã o sou idiota. Sei como é o ó dio e a luxú ria puros e nã o
adulterados. Já assisti filmes de perseguidores suficientes para saber os
sinais. Jackson me persegue como se eu fosse sua presa. Se
estivéssemos na masmorra principal com todos os outros, tudo bem,
mas aqui sozinhos? Nã o sinto nada além de terror.
Talvez esse seja o jogo dele? Talvez este seja apenas mais um
fetiche em seu repertó rio. A qualquer momento, uma cortina cairá ou a
parede desaparecerá , revelando uma audiência. Se esta é realmente
uma cena de sequestro, entã o ele está fazendo um ó timo trabalho. Eu
pensei que iria querer algo assim, mas a realidade é um pouco demais.
Como ele me trouxe até aqui? Ele me drogou? Isso cruza a linha
com certeza. Sentando-me sobre os cotovelos, respiro vá rias vezes para
me acalmar antes de lançar a ele meu melhor olhar. — Bom trabalho,
Jackson. Você se divertiu, mas quero que acabe logo. Santuá rio. Eu exijo
santuá rio.
Uma risada suave sobe pela minha espinha de uma parte diferente
da sala. Mais uma vez, meu corpo fica tenso enquanto olho ao redor.
Nã o consigo ver ninguém, mas sei que estã o lá , espreitando em algum
lugar nas sombras.
— Jackson? — Minha voz nã o é mais forte. É fina e fraca, patética,
na verdade. — Por favor. Ajude-me.
— Oh, ele quer, Katrina. — a voz estranha grita. — O fato de você
ainda estar aqui inteira é uma prova do quanto ele quer salvá -la de seu
destino.
Olho mais uma vez para Jackson, notando a tensã o em seus
ombros, a maneira como seus mú sculos se contraem e relaxam. Seus
dedos se fecham em punhos, entã o ele os solta. Cada parte de seu corpo
está tenso.
— Jackson?
— Eu nã o me preocuparia com ele agora. Ele está fazendo um
ó timo trabalho ignorando seus impulsos naturais de atacar você e te
sangrar até secar.
— S-santuá rio? — Eu imploro mais uma vez na penumbra. Eles
disseram que o navio estava programado para essa palavra. Alguém
deveria estar aqui. Por que ninguém está aqui? Manchas dançam diante
dos meus olhos enquanto meu pulso acelera. Respiraçõ es superficiais
mal expandem meu peito antes que eu esteja mais uma vez exalando e
sugando o ar.
Algo está errado. Muito errado pra caralho.
— Pobre querida. — a voz confirma. — Você ainda acha que está
segura naquele navio, nã o é? Bem, saiba disso, meu petisquinho. Nã o há
santuá rio aqui. Se você deseja clemência, entã o é melhor implorar por
isso de mim.
A voz está muito mais pró xima desta vez. A estranha cadência de
sua voz percorre meu cérebro até que minha mente possa evocar um
rosto. Esse sotaque é tã o distinto que nã o sei por que nã o o reconheci
antes. O medo tem uma maneira de confundi-lo, distorcendo sua mente
até que tudo o que resta seja o bater de seu coraçã o e respiraçõ es
roucas e ofegantes.
Luka.
Um choque me atinge quando seu rosto entra em foco, meu corpo
se contorce enquanto as memó rias inundam meu cérebro. Eu deveria
saber desde o momento em que o conheci que ele era perigoso. Eu
deveria ter ouvido meu instinto. Mas nã o. Em vez disso, escutei minha
maldita boceta. — Onde está a Lizzy? — Se estou presa neste lugar
horrível, o que está acontecendo com ela? Talvez ela tenha fugido?
— Eu nã o me preocuparia com sua amiga agora. Você tem coisas
muito mais... terríveis... a considerar, ou seja, como você vai sair ilesa
dessa situaçã o.
Luka desliza atrá s de mim como se seu corpo tivesse saído das
sombras. Ele nã o fala mais comigo, em vez disso, ele vai até meu
tornozelo e trabalha na fechadura que mantém a algema no lugar.
Uma vez que estou livre, ele me levanta da cama em que estou,
minhas mã os lutam para agarrar o lençol ao meu corpo nu. Mas nã o
adianta. Ele desliza atrá s de mim, sua mã o fria deslizando ao redor da
minha garganta, me segurando perto. Por mais que eu tente resistir,
algo dentro de mim responde a ele.
É uma parte que parece estranha, como se ele estivesse me
controlando de alguma forma, mas isso nã o é possível. Nada disso é
possível. Ele inclina minha cabeça para o lado e roça seus lá bios na
coluna lisa do meu pescoço, mais uma vez, Lizzy aparece em meu
cérebro. Ela está sentada lá , o sangue escorrendo pelo pescoço, a boca
aberta em um “O” chocado.
Não.
Não. Não. Não.
Vampiros não são reais. Isso não é real.
— Oh, minha pet, posso assegurar-lhe, eu sou tã o real quanto
você. — ele murmura contra a lateral da minha cabeça, mexendo nas
mechas de cabelo penduradas perto da minha bochecha. — Você
deveria estar me agradecendo agora. Salvei você daquele navio que
estava afundando e trouxe você para minha casa.
Sua língua desliza pela concha da minha orelha, enviando um
arrepio involuntá rio pela minha espinha. Os botes. A á gua. O frio que
me atingiu como uma agulha de gelo. Tudo isso era real. Nã o. Nã o posso
deixá -lo virar minha cabeça assim. Ele me drogou. Isso é tudo.

— Ahh, ainda lutando comigo, Kotenok1. Isso é perfeitamente


bom. Eu adoro quando você luta. — Luka envolve seu outro braço em
volta da minha cintura, eu voo em uma enxurrada de movimentos, cada
um com a intençã o de jogá -lo para longe de mim, mas ele nã o se mexe.
Nada funciona. Eu torço e viro, grunhindo com o esforço. Eu ouço
sua risada, sinto a respiraçã o entrecortada contra minha pele - fria,
assim como ele. Ele é como uma está tua, imó vel, inquebrável. O suor
escorre do meu corpo enquanto ficamos presos neste abraço infernal,
mas ainda assim, ele nã o se move.
— Você já se cansou? Confie em mim, eu sempre vou durar mais
que você. Você nunca será pá reo para a minha força.
Eu desprezo a verdade em suas palavras. A fadiga se instala em
meus membros e me sinto fraca como uma criança. Caindo contra ele,
eu olho de volta para Jackson. Em nenhum momento ele faz um
movimento para me ajudar. Ele apenas fica lá , estoico, braços cruzados,
seus olhos parecendo mais ferozes e famintos do que humanos.
Luka pressiona seus dedos contra a lateral da minha cabeça e
inclina meu pescoço para o lado, expondo a pele delicada para seu
olhar. Seu nariz roça em mim enquanto sua respiraçã o me lava. Mais
uma vez, meu corpo estremece quando a excitaçã o aumenta. Isso é uma
loucura. Pensamentos dele me mordendo, me rasgando, correm pelo
meu cérebro. Eu quero isso. Uma parte doente e demente de mim quer
isso.
— Você teve muito tempo, Jackson. Por que você nã o se
alimentou? Olhe para suas veias, tã o cheias, tã o cheias de vida. Ela foi
embrulhada para presente para você. Ou você nã o a deseja mais? —
Com um puxã o de sua mã o, Luka me empurra para frente, forçando o
olhar faminto de Jackson a observar meu corpo exposto.
Jackson dá um passo em minha direçã o, seus movimentos
espasmó dicos e hesitantes, como se ele estivesse travando alguma
batalha interna que nã o consigo ver. Lá grimas se acumulam em meus
olhos quando ele se aproxima. Seus lá bios se retraem em um rosnado
silencioso, revelando um conjunto de presas. Deus. Oh Deus. Isso nã o
pode estar acontecendo.
Por mais que eu queira acreditar que sã o adereços, por mais que
queira mentir para mim mesma e dizer que eles estã o exagerando na
atuaçã o, nã o posso. Há algo estranho demais em tudo isso para ser um
sonho ou mesmo uma encenaçã o. Mesmo que as presas sejam falsas, a
raiva pulsante que sai de Jackson é muito real.
Eu me arrasto mais para dentro, fazendo-me ficar imó vel. Se eu
continuar a agir como uma presa, tudo o que isso fará é aumentar sua
necessidade de caçar. A voz do meu pai ecoa em meu cérebro, me
contando sobre se fingir de morta. Nem sempre funcionava, mas era
muito melhor do que correr.
Mesmo que ele tenha soltado a corrente em volta do meu
tornozelo, nã o é como se eu fosse a algum lugar tã o cedo. As mã os de
Luka me envolvem em um aperto forte, me mantendo quase imó vel -
pior do que as correntes. Nã o tenho outras opçõ es e odeio nã o ter
opçõ es. Ficando mole nos braços de Luka, observo através das
pá lpebras semicerradas enquanto Jackson se aproxima, com as mã os
tremendo quando ele estende a mã o para mim.
Fechando meus olhos, conjuro imagens de meus pais, de Lizzy, de
pessoas pró ximas e queridas para mim, perto do meu coraçã o. Se vou
morrer, quero que seja com as memó rias deles em meu cérebro e nã o
com a dor inevitável que está prestes a acontecer. Meu corpo treme,
apesar de eu querer ficar parada, nã o consigo parar as lá grimas que
rolam pelo meu rosto e pingam no braço de Luka.
Os dedos de Jackson cravam em mim enquanto ele me puxa para
longe de Luka e em seus braços. Seu toque é suave, apesar da raiva
sacudindo seu corpo. — Shhh, Katrina. Apenas Respire. Te peguei.
Mas ele faz?
— Jackson, estou cansado de você agir como uma criança
petulante. Alimente-se ou haverá consequências.
— Como o quê? Matando-me? — ele cospe de volta, veneno em
seu tom. — Vá em frente. Por favor. Eu acolho a morte. Eu preferiria
morrer em suas mã os a viver esta existência maldita a que você me
forçou.
— Você gostaria disso. — Eu posso ouvir o desdém na voz de Luka
enquanto suas mã os deslizam pelas minhas costas. — Eu nã o vou
permitir que você se afaste de mim tã o facilmente. Mas certamente
posso machucar nosso bichinho aqui. O que você diz, Jackson? Você vai
se alimentar dela? Ou serei forçado a me vingar de outra maneira?
Jackson para, suas mã os ficando rígidas ao meu redor. Mesmo em
minha pró pria mente, nã o consigo imaginar nenhum curso de açã o que
permita a qualquer um de nó s escapar ileso disso. Prefiro que essa dor
venha dele do que de Luka. Pelo menos Jackson parece dar à mínima.
Estendendo a mã o, eu deslizo minha mã o em sua bochecha,
forçando seu olhar para o meu. A dor crua brilhando rouba minha
respiraçã o, mas eu continuo, precisando tomar alguma medida de
controle sobre esta situaçã o.
— Por favor, Jackson. Nã o deixe que ele me machuque. Se você se
alimentar de mim... — Eu tropeço nas palavras, ainda incapaz de
entender a magnitude total. — Se isso o mantém feliz, entã o faça. Por
favor. Só nã o deixe que ele me machuque.
— Sim, Jackson. — Luka entra na conversa. — Nã o permita que eu
machuque o que você acha tã o precioso. Em breve, ela será como nó s.
Você nã o quer saber qual é o gosto dela antes que isso aconteça?
Eu observo, apavorada enquanto as narinas de Jackson dilatam. O
homem que eu conhecia do navio desaparece lentamente diante dos
meus olhos enquanto ele desliza a palma da mã o em volta da minha
garganta, seus olhos se fechando enquanto ele acaricia minha pulsaçã o
com o polegar.
— Katrina. Deus me ajude, mas nã o posso resistir a você por
muito tempo. Isso vai doer, mas vou facilitar ao má ximo para você.
— Oh, pelo amor de Deus. — Luka interrompe. — É a porra do
almoço, nã o as preliminares. Morda a garota, ou farei muito pior. —
Suas mã os agarram meus quadris, puxando-me para trá s até que eu
sinta a dureza de sua ereçã o contra minha bunda. Eu gemo, balançando
contra ele, mesmo quando minha mente exige que eu me afaste.
Isso é o que há de tã o louco nisso tudo. Quanto mais eu resisto,
mais meu corpo exige que eu ceda. Sussurros insidiosos arranham meu
crâ nio, insistindo para que eu relaxe. É um cabo de guerra mental, e o
resultado final me deixa cansada e trêmula.
Ele sabe disso. Eu sei que ele sabe disso. Posso sentir isso na
postura presunçosa e rígida enquanto ele me segura perto dele. Nã o sei
por que nã o consigo resistir, mas o mais assustador é saber que nã o
importa o que aconteça, eventualmente terei que ceder.
Jackson olha para nó s, dor gravada em suas feiçõ es. Isso reflete a
minha, me pergunto se ele está enfrentando a mesma batalha que eu...
mas isso é um absurdo.
— Qual é o problema, Katrina — meu nome escorre da língua de
Luka como mel. É muito mais eró tico do que deveria ser, estremeço com
o som. — Nã o me quer mais? Eu salvei você, e é assim que você me
cumprimenta? Com desdém? Eu esperava mais de você.
Mais uma vez, as lembranças daquela noite inundam meu cérebro.
O navio está afundando, Lizzy com sangue escorrendo pelo pescoço.
Poderia tudo ter sido real? Nã o posso deixar meu cérebro acreditar.
Fazer isso seria confirmar meus maiores medos. Isso nã o apenas
faria de Luka um monstro no sentido físico e visceral, mas também um
monstro de natureza sobrenatural.
Embora fosse mais fá cil nã o lutar com ele, ainda nã o consigo
processar o que ele parece estar insinuando. É impossível. Puro e
simples. As vozes batendo na minha cabeça exigem o contrá rio.
Elas soam como a voz dele, todo veneno, malícia e luxú ria, girando
como uma névoa espessa.
— Eu pensei que você estaria de joelhos me implorando para
fazer você à minha imagem, mas ainda assim, você luta. Ahhh. Humana
simples. Você pode manter sua fisicalidade frá gil por enquanto. Mas em
breve, irei buscar sua alma, esteja você pronta ou nã o.
Ele me solta e quase caio de joelhos. A pressã o no meu crâ nio é
tã o intensa. É como milhares de agulhas me espetando. Internamente,
sei que se eu me submeter, pararia. Tudo iria embora. Mas e daí? O que
acontece depois que eu dou ao monstro o que ele mais deseja?
Luka se vira para mim, parando enquanto se afasta, e sorri,
respondendo aos meus pensamentos íntimos. — Você tem sua chance
de foder para sempre. Nã o que eu realmente me importe se isso agrada
a você. Você estará sob mim, sob nó s, em breve. Se você gosta ou nã o, a
escolha é inteiramente sua.
Como se fosse um filme, Luka se curva e desaparece nas sombras.
Se meu estô mago ainda nã o estivesse apertado e meu corpo prestes a
vomitar, eu pensaria que sonhei com tudo isso de novo. No fundo, eu sei
que é tudo muito real.
Assim que paro um momento para apenas respirar, olho para trá s,
para Jackson. Ele está tã o pá lido, tã o magro, muito mais magro do que
me lembro dele. Mais uma vez, aquele medo gelado escorre pela minha
espinha até que minhas costas quase se curvam contra ele.
— Diga-me. Agora. Que porra há de errado com você? Onde
estamos?
CAPÍTULO DOIS

Jackson

A emoçã o obstrui minha garganta enquanto olho para a humana


na minha frente. Estamos presos aqui juntos há apenas dois dias, de
alguma forma, nesse tempo, ela passou de Katrina para humana. Eu a
reduzi à soma de suas partes - sangue, nutriçã o, boceta, humana, nessa
ordem.
Mesmo agora, enquanto seus olhos ingênuos me encaram, estou
distraído com a pulsaçã o rítmica em seu pescoço. O sangue dela me
chama como um viciado voltando para a agulha, só que ela seria minha
primeira. Eu nã o teria nada para compará -lo.
No fundo, sei que bebi o sangue de Luka. Eu posso senti-lo
deslizando em minhas veias, sussurrando em meu ouvido. A diferença é
que nã o me lembro do gosto. Tudo o que tenho é um pressentimento e
o sabor inconfundível de metal enferrujado manchando cada gole.
Talvez beber da Katrina tire esse gosto vil e me preencha com algo
bom, algo puro. Entã o, novamente, a pequena atrevida é tudo menos
pura. Os gritos de prazer dela quando a forcei à minha vontade no navio
ainda ressoam em minha mente.
Ela gostava de mim selvagem, feroz. Seu corpo respondeu a isso
de uma forma primitiva de uma presa finalmente se submetendo ao seu
monstro predador. Eu era seu predador. O pensamento enche meu
cérebro, quase me deixando selvagem de desejo. Agora, sou apenas o
monstro dela - um predador em pele humana.
O pensamento nã o é meu, pelo menos nã o inteiramente. Parece
muito sinistro, muito parecido com Luka. No entanto, sob sua influência
há um pequeno fio que é todo meu.
Gemendo, afasto meu olhar dos olhos inocentes. Eu nã o suporto
olhar para ela agora, nã o com a guerra acontecendo dentro de mim.
Mesmo fraco como estou, ainda posso machucá -la, e isso é algo que
jurei nunca fazer.
Estou perdido dentro de mim, com essa batalha interna. Nunca
quis apenas devorar alguém antes. A necessidade agita meu estô mago,
enviando cã ibras debilitantes pelo meu corpo. É quase tã o ruim quanto
na noite em que me transformei.
Fechando os olhos, empurro essa memó ria para fora do meu
cérebro. A dor era irreal. Mesmo agora, tentá culos fantasmas se
estendem, tocando cada nervo do meu corpo. Se eu pensar muito sobre
isso, tenho certeza de que vou desmaiar mais uma vez, tendo espasmos
até me contorcer no chã o.
Mas nã o posso ceder.
Eu tenho que ser forte por esta humana de olhos arregalados,
olhando para mim como se eu tivesse todas as respostas do mundo...
mas eu nã o tenho. Só Luka tem isso, e ele nã o está revelando nada.
— Por favor. Apenas me dê algo. Qualquer coisa para silenciar
pelo menos uma dessas perguntas para que eu possa ter paz.
— Eu nã o posso te dar isso. Você nunca conhecerá a paz enquanto
estiver perto de mim. — É dramá tico, eu sei, mas nada parece estar
afetando ela. Nã o sou o mesmo homem que realmente considerou os
sentimentos dela no maldito navio. Eu sou um monstro agora, e os
monstros nã o confortam as garotinhas... eles as matam, as sacrificam ao
deus dos impulsos mais bá sicos. É apenas uma questã o de tempo até
que eu realmente quebre e festeje com ela e sua alma.
Eu me viro, de frente para o tijolo escuro, cerrando os punhos. A
dor é boa. Isso me lembra de que uma parte de mim está viva, mesmo
que a maior parte de mim já esteja morta. Seu toque suave quando ela
estende a mã o para acariciar meu braço é demais. É muito gentil.
Rosnando, afasto minha mã o, determinado a mantê-la no escuro o
má ximo possível.
Ela é muito boa para beber, muito pura. Nã o importa o que Luka
diz; ela nã o carrega a mesma má cula negra que nó s. Ela nunca viu a
morte. Ela nunca matou uma pessoa. Ela... ela deve ser protegida a todo
custo, e nã o por alguém como eu. Tem que haver outra maneira.
Não há outro caminho. Beba dela. Sinta-a no fundo do seu
corpo, da sua alma. Deixe a sua... bondade... infundi-lo se você
precisar. Faça isso. Tome-a. Tudo dela. Ela quer. Você pode sentir o
cheiro de sua excitação perfumando o ar. Lá. Ali. Sob o cheiro acre
do medo. Você sente o cheiro, não é? Você a quer. Você sabe que quer.
Ela é sua. Tome-a.
A voz insidiosa sussurra para mim, me chama. É uma voz que eu
conheço quase tã o intimamente quanto a minha. Mas nã o sou eu. Nada
disso sou eu. É a porra do Luka se fundindo com minha psique, minha
alma. Em breve nã o restará mais nada de mim. Será tudo dele. Tudo
Luka. Eu tenho que lutar. Devo.
— P-por favor, senhor. — Aquele sussurro melancó lico, aquele fio
de desejo. Isso quase me desfaz.
Você não pode lutar para sempre. Apenas um gosto. Um gosto.
Eu prometo a você, você não vai se arrepender.
Balanço a cabeça de um lado para o outro com força violenta.
Talvez eu possa apenas aliviar a tensão. Talvez um gole seja tudo que eu
preciso. Não! Não, não posso! Eu me forço ainda mais perto da parede,
precisando me afastar dela e de seu cheiro sedutor. Minhas presas
descem um pouco mais enquanto a saliva se acumula em minha boca.
Talvez não seja saliva. Talvez seja o que mantém o sangue fluindo.
As coisas mortas ainda podem produzir isso? Estou enrolando. Eu sei que
estou protelando. Redirecionando. É algo que aprendi na minha
formaçã o. Talvez se eu puder me concentrar em outros detalhes, os dela
nã o sejam tã o perceptíveis.
Eu inalo, desesperado para acalmar minha mente, mas seu cheiro
mais uma vez ataca meus sentidos. É como um soco no estô mago e um
taser no pau de uma só vez.
Eu a quero.
Eu preciso dela.
Eu a desejo.
Deus me ajude, mas neste quarto silencioso, posso ouvir seu
sangue fluindo por seu corpo.
Se eu fechar meus olhos, posso ouvir cada movimento minú sculo
que passa por seus ó rgã os. Ela está morrendo de fome. O ronco em seu
estô mago nã o é apenas o da fome normal. Ela nã o comeu desde que
veio para cá . Cansada. Morrendo de fome. Fraca. Ela nã o será capaz de
resistir a mim, mesmo que queira. E ela nã o quer. Essa é a parte
horrível.
É a parte que toca no meu cérebro como um refrã o interminável.
Querer.
Luxú ria.
Precisar.
Ela possui tudo isso, e misturado está o maldito cheiro de sua
excitaçã o. Isso me chama muito mais do que o sangue dela. Talvez eu
nã o precise beber dela. Talvez eu possa me enterrar dentro dela e
esquecer essa experiência horrível. Talvez seja onde encontraremos
conforto e consolo em tudo isso.
Você se lembra do nosso acordo?
Porra. Mais uma vez, cerro meus dedos em punhos. Maldito Luka.
Minhas bolas se contraem ainda mais com a ameaça nã o tã o velada. Eu
sei que ao tomá -la, estarei concedendo a ele consentimento para me
usar da mesma maneira.
Por mais que eu a deseje, Katrina nã o é minha. Ela é nossa, Luka
nã o vai parar até lembrar a nó s dois que pertencemos a ele. Eu nã o
deveria ficar excitado com o pensamento dele me usando. Nã o é típico
de mim sentir coisas assim. Nunca me senti atraído por homens antes.
Deve ser mais uma maldiçã o desse maldito sangue correndo em minhas
veias.
Vamos lá. Você está mais duro comigo do que em muito tempo.
Não negue. Agora, seja um bom soldadinho e pegue o que precisar.
Temos trabalho a fazer, e não posso deixar você protelando mais.
Faço uma pausa, suas palavras rastejando pelo meu cérebro como
se ele vivesse dentro de mim. Está ficando cada vez mais difícil separar
nó s dois. O cérebro dele e o meu estã o irreparavelmente ligados. Talvez
se eu conseguir chegar primeiro a Katrina, será o mesmo conosco.
Uma risada sombria desliza pela minha mente como unhas
afiadas raspando contra a carne macia do meu cérebro. Você pensa em
esconder seus pensamentos de mim? Como se eu não conhecesse
seus planos antes mesmo de você fazê-los? Oh, meu doce e ingênuo
Jackson. Talvez eu leve a lição para casa mais tarde. Você não pode
esconder nada de mim, meu protegido. Eu fiz você. Eu possuo você.
Você nunca estará livre de mim.
Gemendo, eu bato meus punhos contra o tijolo, imperturbável
quando pedaços de destroços voam com o impacto. Verdadeiramente,
neste ponto, nada mais me surpreende. Eu nã o sinto nada. Nã o há dor,
nã o há prazer, nada que Luka nã o permita. O doce aroma do Katrina é o
primeiro prazer que nã o encontrei em suas mã os desde que fui
transformado.
Fechando os olhos, respiro fundo, puxando-a ainda mais em meus
pulmõ es. Nã o posso continuar assim. Eu preciso sentir. Preciso saber,
no fundo, que nã o estou quebrado. E se isso significa que estarei
recebendo os impulsos mais sombrios de Luka, entã o que assim seja.
Vai valer a pena ouvir novamente os doces suspiros de Katrina. Ouvi-la
suspirar de prazer, gritar enquanto ela desmorona ao meu redor.
Eu me viro e encaro sua forma trêmula, observando-a, estudando-
a. Seu olhar trava no meu como se ela pudesse decifrar o que eu sinto
com essa... sondagem... humana. Continuo a olhar, paralisado enquanto
o ponto de pulsaçã o em seu pescoço salta. Medo e excitaçã o brotam
dela, poluindo o ar com o perfume mais doce.
Por mais que eu queira resistir, nã o consigo. Estou surpreso por
ter resistido por tanto tempo. — Contra a parede. Agora.
Sua boca se abre com minhas palavras, ela hesita, enraizada no
lugar. Ela nã o me ouviu? Ela nã o se importa em me obedecer? Ela era
tã o submissa, tã o disposta no navio. E agora, quando estou perdendo
tudo que já tive para dar porra. Dando um passo à frente, preencho seu
espaço, intimidando-a.
Poderoso.
A palavra flui pelo meu corpo, preenchendo-me, revigorando-me.
Como Dominador de Katrina, ela ainda tem a capacidade de dizer nã o.
Mas, como seu mestre vampiro, nã o há nada que ela possa fazer para
me impedir de pegar o que diabos eu quiser. Esse conhecimento clica
em meu cérebro, rolando como uma bola de gude em busca de um
buraco para cair.
Até agora, eu sempre fui pelas regras. Eu era assim no meu
trabalho e na minha vida. O consentimento era algo que eu respirava e
vivia, mas agora que estou olhando para a forma trêmula de Katrina,
percebo que nã o preciso me importar. Finalmente, a bola de gude se
encaixa enquanto a compreensã o preenche meu â mago.
O que eu vivia eram regras humanas de civilidade. Elas eram uma
má scara - um escudo para os outros. Um tapa-buraco para que eu
nunca os machuque. Era um verniz. Se eu fosse brutalmente honesto
comigo mesmo, nunca dei a mínima para as regras. Eu dava a mínima
para o que os outros pensavam.
Era a recompensa, os elogios. Todo mundo dizia que eu era um
Dom tã o bom... mas por quê? Foi porque eu seguia as regras. Eu nã o
bati mais forte do que o resto. Nã o fiz cena melhor do que outros Doms
experientes. Era porque eu nã o era um predador. Eu nã o era o monstro
que todos temiam que preenchessem suas fileiras.
Mas eu era. Eu sou aquele monstro. Escondi de todos, até de mim.
Mas agora, meu monstro está livre. Ele pode vagar e esticar as pernas. É
um pensamento perigoso, que continuo tentando empurrar de volta
para os recessos escuros de onde veio, mas agora que entendo minha
verdadeira natureza, ele nã o quer mais voltar para aquela caixinha
limpa e arrumada.
Ele quer sair e quer sangue - o sangue dela.
Seus olhos se arregalam enquanto eu avanço ainda mais, minha
pele fria roçando seu corpo quente. Deus, como eu quero apenas usá -la.
Ela é tã o quente, tã o... viva. Meu pau pulsa com a necessidade enquanto
eu a intimido, empurrando em seu espaço, forçando-a a me obedecer. O
cheiro de seu medo floresce quando eu a aproximo da parede.
Em vez de me repelir como antes, observo as nuances e sabores à
medida que preenchem o ar. Nã o sou um sommelier de forma alguma,
mas posso escolher seus perfis individuais que compreendem seu
medo. Nem tudo é á cido. Claro, há aquela nota de cinzas e fumaça
enquanto flutua no ar, mas é muito mais complexo do que isso.
É o cheiro de marshmallow e menos de um churrasco. Eu sei que
é colocar isso em termos humanos, mas caramba, isso é tudo que eu
tenho para continuar. Eu nã o tenho a linguagem dos monstros agora.
Tudo o que sei é que o medo dela é doce. É açú car, quase queimando.
Sã o marshmallows derretendo noite adentro em uma fogueira que
aquece o corpo e fala de delícias carnais sob as estrelas. É a infâ ncia se
transformando em idade adulta, de um menino se tornando um
homem. É renascimento. Esse é o cheiro dela. É doce, doce ressurreiçã o.
O sangue dela é meu sacramento, meu rito. Seu corpo é minha
oraçã o, apenas esperando que eu me delicie com ele e seja
transformado. Luka nunca colocou isso com essas palavras, mas de
alguma forma, eu sei. Só sei que ela será minha salvaçã o.
Caindo de joelhos, eu a empurro contra a parede, enterrando meu
nariz entre suas coxas, inalando o doce perfume que é todo dela, todo
decadente. Minhas presas coçam de desejo enquanto sua artéria
femoral pulsa contra a pele fina da parte interna de suas coxas. O
sangue será rico lá . Eu quase posso sentir o gosto cobrindo minha
língua.
Mas devo resistir.
Ainda nã o posso festejar com o corpo dela. Devo torná -la tã o
desejosa quanto eu. Eu quero que o desespero dela preencha o quarto,
sufoque qualquer um que ouse desafiar nosso espaço. Quero que Luka
saiba que ele pode possuir nossos corpos, mas ainda possuirei a alma
de Katrina. Ela pode responder a nó s dois, mas cantará para mim.
Luka nã o entende. Ele tem sido um monstro por muito tempo. Eu
ainda tenho humano suficiente em mim para fazê-la me querer... para
chorar por mim, para implorar por mim. Luka só quer a gratificaçã o,
enquanto eu quero me enterrar em sua alma e usá -la como uma
segunda pele.
Sem me preocupar em pedir permissã o, deslizo meus dedos por
sua pele, abrindo suas coxas, revelando sua boceta encharcada.
Gemendo, eu lhe dou uma lambida, meus olhos revirando para trá s em
meu crâ nio enquanto seu gosto explode em minha língua. Muito mais
comovente do que quando eu a tinha como humana. Tudo é muito mais.
Eu agarro suas pernas, me deliciando com o que ela está
oferecendo de má vontade. Seus dedinhos se enterram em meu cabelo,
seus movimentos hesitantes, como se ela nã o soubesse se deveria me
afastar ou me puxar para mais perto. A verdade é que nem eu sei a
resposta para isso.
A parte humana que está acostumada a pedir permissã o recua
com a maneira como estou lidando com ela, magoada por estar me
forçando sobre ela, mas o monstro nã o se importa mais. Dança em seu
cheiro, seu gosto, a textura de sua pele enquanto deslizo minha língua
ao longo de seus lá bios inferiores, a umidade de sua excitaçã o cobrindo
meu queixo.
Ela é o fogo para o meu gelo. A minha plenitude. Eu nunca
permitirei que ela seja levada embora novamente. Mesmo que isso
signifique se submeter à Luka, ela será minha. Eu a possuirei, cada
centímetro, cada suspiro, cada gemido. Tudo virá de mim. Vou devorá -la
e ela vai me agradecer, existindo apenas para cuidar do meu prazer.
Nosso prazer, a voz ressoa na minha cabeça.
Luka. Em meio ao meu novo despertar, ele saiu da minha mente
como uma nuvem de fumaça. Ele está tã o excitado quanto eu. A
necessidade de festejar com ela, alguém, qualquer um bate em meu
cérebro, levando minha necessidade ainda mais alto. Eu gemo
novamente e puxo Katrina contra mim, puxando suas coxas até que
estejam em volta da minha cintura.
Com ela segura em meus braços, eu a carrego de volta para a
lamentável desculpa de uma cama em que a fizeram dormir e a deito.
Os lençó is estã o imundos e amassados, manchados pelo tempo que ela
passou aqui. Posso entender mantê-la prisioneira, mas isso é demais. O
vermelho tinge minha visã o quando finalmente observo o que está ao
nosso redor. Estamos em uma masmorra digna de um vira-lata, nã o é o
lugar onde eu quero foder minha humana. Ela merece algo melhor, mais
legal.
Ela terá tudo isso e muito mais assim que você se deliciar. Pare
de se apegar aos vestígios da humanidade e pegue o que é seu por
direito. Você é o que está segurando ela de volta. Tudo isso. Tudo o
que fiz é por sua causa. Quanto mais você aguentar, mais ela
sofrerá.
A culpa bate em mim, quase substituindo a minha necessidade.
Com essas poucas declaraçõ es, a parte da minha humanidade que se
recusa a morrer ganha vida. Ao tomá -la, ao consumir o que a torna
humana, posso dar-lhe uma vida melhor, mas, com isso, também vou
perder cada vez mais a minha alma.
Qual é a utilidade de uma alma se você não pode usá-la como
moeda de troca?
Por que ele está certo? Por que ele está sempre certo? Afastando-
me, eu me forço do calor de seu corpo e olho em seus olhos. Eles sã o
largos, as pupilas comendo suas íris. Nada nela aparenta a afliçã o que
emana dela. Sua mente sabe. Sua mente vê o monstro e quer lutar, mas
seu corpo nã o se importa.
Olhando para o teto, atiro uma oraçã o, qualquer oraçã o, patética e
carente. Tenho que saber que estou fazendo a coisa certa. Se perder
minha humanidade significa que ela pode manter a dela por mais
algum tempo, entã o parece uma boa troca. Perdi tanto de mim ao longo
dos anos, e me resta tã o pouco.
Que tipo de homem eu seria - que tipo de Dominador eu seria - se
negasse a ela o que resta da minha humanidade em uma tentativa
desesperada de me manter inteiro? Fechando meus olhos, eu aninho
sua coxa interna, colocando minha orelha sobre sua artéria por alguns
momentos.
Seu batimento cardíaco é forte e vibrante. Certamente há o
suficiente dela que permanecerá quando eu me saciar. Estou apenas
ajudando-a fazendo isso. Mesmo racionalizar na minha cabeça nã o
ajuda totalmente. Involuntariamente, me vejo esperando pela voz de
Luka, aquele demô nio á spero em meu crâ nio apenas esperando para
me dizer o que fazer.
Mas é silencioso.
Ele está em silêncio.
Esta é uma decisã o que tenho que tomar sozinho. Uma vez que eu
faço, nã o há como voltar atrá s. Com um suspiro, beijo a pele delicada e
ardente antes de deslizar minha língua sobre onde pretendo morder.
Se eu pudesse chorar, as lá grimas estariam escorrendo pelo meu
rosto enquanto luto com meus demô nios interiores, mas, por mais que
eu tente, eles nunca vêm. Em vez disso, minha culpa lentamente se
transforma em raiva. Desta vez, nã o é comigo mesmo. Eu detesto a
pró pria existência de Luka. Eu odeio tudo sobre ele e sua espécie.
Sabendo o que sei agora, nã o tenho dú vidas de que ele matou
Gloria. Nã o apenas isso, ele se banqueteou com seu corpo. É por isso
que havia tanto sangue na cena do crime, mas nenhum corpo. Tudo se
torna cristalino para mim enquanto ouço o coraçã o de Katrina. Ele está
me moldando nele, me transformando em um monstro à sua imagem.
Quanto tempo levará até que eu também saia de um quarto
coberto de sangue? Dias? Semanas? Meses? Anos? Katrina é apenas a
primeira. Ela é a droga de entrada com a qual ele está me atraindo. O
problema é que nã o posso recusá -la. Fazer isso a faria sofrer, e ele sabe
disso. Ele sabe que, no fundo, nunca poderei matá -la voluntariamente.
Em vez de assassinato total, ele vai me fazer drenar pouco a
pouco. Dia a dia até que ela nã o seja nada além de uma casca.
Tão dramático. Se eu soubesse que você viraria um bebê, eu
teria te matado naquele maldito navio. Lembre-se, ela é minha
também. Que satisfação eu poderia ter se você a matasse? O corpo
dela me pertence. Só estou permitindo que você se entregue. Agora a
morda, ou eu faço isso por você. Confie em mim, não vou ser tão
legal.
Um arrepio de apreensã o percorre minha espinha enquanto meu
cérebro e meu corpo se lembram de como ele me tratou na minha
transformaçã o. Nã o posso permitir que Katrina sofra como eu sofri.
Maldito seja. Condene-o direto para os poços do inferno, onde ele
pertence.
Passando meu nariz sobre o local mais uma vez, perfuro a pele
com minhas presas, praticamente batendo no chã o enquanto seu
sangue flui para dentro de mim, enchendo minha boca com sua
essência acobreada. Eu dou uma lambida nela, chupo-a, apertando os
tecidos para que mais sangue saia.
A risada de Luka permeia meu cérebro enquanto meu monstro se
alimenta dela, nã o dando a mínima para o quanto ela luta. Eu a prendo,
ignorando os gritos de dor enquanto me alimento. Posso senti-lo fluir
pelo meu corpo, fortalecendo-me, revitalizando-me.
É como chocolate em um dia de Natal frio e com neve. Quente,
familiar, lar. Seu corpo é um lar para mim agora. O doce sabor de seu
medo apimenta minha língua, adicionando um tempero, um estímulo
que eu nã o esperava.

No fundo, eu sabia que ela teria gosto de maná do céu2, mas


conhecer e saborear sã o duas coisas diferentes. Eu a desejo. Nunca
haverá outra tã o deliciosa para mim quanto ela. Estendendo a mã o,
deslizo meus dedos por seus lá bios inferiores, sentindo o deslizar de
sua excitaçã o enquanto deslizo ao longo da pele delicada.
A pobre e travessa garota está tã o decadentemente molhada. Meu
monstro se delicia com esse conhecimento, se deleita com o fato de que
causar a ela esse tipo de dor a deixa excitada. É um afrodisíaco que eu
nã o sabia que precisava ou queria, mas agora que conheço seu segredo,
ela nunca mais será capaz de esconder de mim suas necessidades
bá sicas.
Minha pequena humana gosta de dor. Eu sabia disso em um nível
intelectual no barco, mas senti-la se contorcer sob minhas presas,
saborear a necessidade que flui dela sã o duas coisas diferentes.
— Suficiente.
Olho por cima de sua coxa, notando a presença iminente de Luka.
Eu apenas comecei. Nã o há como ele me dizer para parar. Nã o quando
ainda resta tanto nela. A sede de sangue bate em mim, exigindo que eu
me alimente, independentemente das consequências. Logo, Luka me
puxa para longe, suas garras cravando em meus ombros até que eu nã o
tenha escolha a nã o ser soltar.
— Me desafie novamente, e eu vou arrancar suas presas,
acorrentá -lo na parede e forçá -lo a assistir enquanto eu fodo e me
alimento dela até que cresçam novamente.
Deslizando as costas da minha mã o em meus lá bios, eu rosno para
ele, permanecendo em silêncio. O fato de ele estar tã o perto dela, da
minha humana... O mundo fica quase branco enquanto eu bato nele,
todos os pensamentos saindo da minha cabeça, exceto proteger o que é
meu.
— O que é nosso, pet. — ele me corrige, envolvendo a mã o em
volta da minha garganta. — Katrina sempre será minha. Eu só permito
que você se alimente dela e a foda com minhas boas graças. Nã o se
engane sobre isso. Mesmo que eu permita que você a transforme em
nosso rebanho, ela sempre será minha. Coloque isso em seu crâ nio duro
antes que eu separe sua cabeça de seu corpo.
Minhas presas se retraem enquanto forço minha mente a se
acalmar. Nã o posso protegê-la se estiver morto. Ela é tudo que eu tenho.
Monstro ou nã o, ainda sou a melhor coisa para ela. Posso ser um
amortecedor entre ela e Luka. Posso suportar o peso de sua fú ria, se
necessá rio. Mas, novamente, nã o posso fazer isso se estiver morto.
— Isso, bom pet. Olhe para ela. — Meus olhos se desviam para o
corpo imó vel de Katrina, o sangue um mero filete de sua pele pá lida. —
Você quase foi longe demais. Eu nã o desejo que ela seja transformada
ainda. Há mais algumas coisas que desejo desfrutar com ela como
humana. Quando eu disser para você parar, é melhor você parar. Da
pró xima vez, vou deixar você matá -la. Entendeu?
Tudo para enquanto eu me forço a ouvi-la. Ela ainda está
respirando, mas é irregular, nada estável, assim como seu coraçã o. Oh
Deus. Oh, Deus! O que eu fiz?

— Nada ainda, seu pridurok3. É por isso que eu parei você. Leve-a
para a enfermaria. Eles vã o prepará -la para sua pró xima aula de
alimentaçã o.
CAPÍTULO TRÊS

Katrina

Gemendo, eu viro minha cabeça para o lado, nã o querendo abrir


meus olhos. Minha cabeça lateja no meu crâ nio, como se eu mais uma
vez tivesse bebido demais. Mas eu nã o bebi? Eu fiz? Memó rias confusas
flutuam à tona enquanto eu me esforço para manter a respiraçã o calma.
Flashes vívidos de Luka e Jackson batem em mim junto com a
masmorra.
Eu sou uma prisioneira. Esses monstros estã o me mantendo em
cativeiro! Forçando meus olhos a se abrirem, pisco contra a claridade
estéril que me assalta. Tudo parece familiar e estranho ao mesmo
tempo. Conheço este lugar, mas por que o conheço?
— Ah. Achei que você ia ficar fora por muito mais tempo.
Virando-me, noto os tubos intravenosos pendurados no meu
braço. Mais uma vez, as memó rias batem em mim, mas sã o tã o
desconexas que nã o consigo entender nenhuma delas. O rosto de Lizzy
enquanto ela sorri por trá s de seus pró prios soros voa em minha
mente, ricocheteando como uma bola de fliperama em uma má quina.
A qualquer minuto, vou acertar o bô nus de bola dupla e tudo
estará acabado. Eu mal consigo lidar com as imagens enquanto elas me
cortam como elas sã o. Gemendo, puxo o cobertor mais para cima, grata
pela camada extra de calor. Estou com tanto frio, gelada até os ossos.
A ú ltima vez que me senti assim, eu era criança. Naquela época, eu
pensei que estava morrendo. Como adulta, eu sei melhor. Morrer nã o é
assim. Imagino que seria muito pior. Eu gemo e deito no travesseiro.
Talvez seja isso que há de errado comigo. Finalmente fiquei doente com
este maldito cruzeiro.
Cruzeiro!
O rosto de Lizzy se transforma, ficando cinza e frouxo em minha
mente, enquanto o sangue escorre de seu pescoço. Os monitores ao
meu redor enlouquecem quando meu pulso dispara. Esse bipe
incessante só aumenta o desgaste dos meus nervos. O que há de errado
comigo? O que está acontecendo?
— Acalme-se. Eu preciso que você respire por mim. — A voz da
enfermeira soa calma e autoritá ria, com aquela pitada de russo por
baixo.
Estou em um navio de cruzeiro indo para a Rú ssia. Repito isso em
meu cérebro, inspirando no início e expirando no final. Logo, meu
coraçã o começa a ficar sob controle. Ainda está um pouco rá pido, a
acreditar nos bipes, mas é muito mais baixo.
— Boa menina. Nã o quero sedar você, mas o farei se necessá rio.
— Onde está a Lizzy?
— Quem?
— Lizzy! — Meu pulso dispara novamente enquanto a histeria
toma conta do meu tom. — Ela estava aqui comigo da ú ltima vez. Nó s
duas nos divertimos com os suplementos que você nos deu. — As
memó rias começam a colidir no lugar, uma imagem fragmentada de
cada vez. Eu nã o sou louca. Nó s estávamos aqui. Nó s duas.
— Oh. Ela. Ela já recebeu a injeçã o e está descansando
confortavelmente em seu quarto.
— Eu quero vê-la. Agora.
A enfermeira balança a cabeça, a simpatia puxando suas feiçõ es
para baixo em um sorriso triste. — Receio que isso nã o seja possível.
Você nã o terá permissã o para ver ninguém por um tempo.
Desconforto percorre minha espinha enquanto olho para a
mulher. Algo nã o está certo. Nem mesmo perto. Seu rosto nã o mostra
nenhuma evidência de mentira, mas, no fundo, sei que ela nã o está
sendo sincera.
— Eu tenho que vê-la. Ela...
— Ela foi exposta. O mesmo que você. Todos neste navio entraram
em contato com um vírus. Como tal, todos vocês devem estar em
quarentena. Nã o se preocupe. O navio assume a responsabilidade por
nã o rastrear seus passageiros completamente o suficiente e permitir
que isso aconteça. Você será totalmente compensada. Mas, por
enquanto, tenho que insistir que você fique em sua cabine até que seja
liberada.
Meu cérebro gira enquanto tento assimilar o que ela acabou de
me dizer. Eu tinha razã o. Estava certa, porra! Eu sabia que este navio
iria me matar, só esperava que fosse de um iceberg, à la Titanic, e nã o
de alguma doença desenfreada. Meus dedos tremem quando levo
minha mã o à minha garganta.
— Eu nã o estou...
— Nã o. Você nã o mostra nenhum sinal de tê-lo. É por isso que
estamos insistindo na quarentena até sabermos com certeza quem está
doente e quem nã o está . Vou dar-lhe um reforço para garantir o seu
bem-estar e depois mandá -la de volta para o seu quarto.
— Como vou saber se estou piorando?
— Dor de garganta, fraqueza, delírio, pele gelada. Se você começar
a exibir qualquer um desses, diga-me imediatamente. Temos uma ala
especial de quarentena para os doentes.
Meu estô mago revira, enviando bile pela minha garganta. Tusso
quando a queimadura me queima, levantando uma sobrancelha da
enfermeira. Normalmente sou uma pessoa que confia, principalmente
nos profissionais de saú de. Eles foram à escola para isso; eu nã o. Mas há
algo nela, algo que nã o bate certo. No fundo, sei que esta ala especial é o
ú ltimo lugar em que quero estar.
— Vou morrer se pegar?
— Oh, nã o. Nada tã o dramá tico assim. Mas nã o posso arriscar que
você infecte outra pessoa. Portanto, fique em seu quarto se souber o
que é melhor para você.
Arrepios percorrem minha espinha, mas eu reprimo o tremor. Já
tossi uma vez, nã o preciso que ela pense que estou doente se nã o
estiver. Vou monitorar as coisas por conta pró pria. Além disso, se eu
nã o vou morrer e nã o sairei do meu quarto, que mal há em eu guardar
qualquer sintoma potencial para mim?
Concordando, eu fecho meus olhos enquanto ela coloca um pouco
de líquido claro em minha bolsa de soro. Talvez quando eu finalmente
chegar em casa, eu me force a fazer algumas aulas de enfermagem.
Inferno, eu vou auditar se for preciso. Qualquer coisa para me tornar
mais experiente no futuro. Nã o posso discordar dela, eu nã o tenho
fatos. Nada para apoiá -la. Estou presa aqui à mercê dela.
Meus pensamentos giram em uma névoa enquanto o relaxamento
me inunda, me forçando a adormecer. Quero ficar longe, manter a
sanidade, saber exatamente o que está acontecendo comigo, mas nã o
posso. Presas, sangue e sangue coagulado enchem meu cérebro
enquanto eu caio no sono, dando lugar a pesadelos decadentes cheios
de terror e prazer.
CAPÍTULO QUATRO

Luka

Seu medo é palpável através da tela. Nã o preciso estar na sala com


ela para saber o quanto ela está apavorada. Vejo isso nas linhas finas de
seu rosto, na maneira como seu coraçã o acelera sempre que ela deixa
sua mente vagar. De jeito nenhum ela vai comprar essa porcaria de
quarentena, mas ela também nã o pode negar. E é isso que a mantém à
beira do medo.
Olhando para baixo, eu observo como Jackson toma meu pau em
sua boca, arrepios correndo pela minha espinha enquanto sua língua se
arrasta ao longo da parte inferior. Eu gemo quando sua garganta aperta
em torno de mim. Quem pensou que seriam necessá rios alguns dias e
algumas ameaças para transformá -lo em um aficionado oral? Verdade,
minhas prostitutas lá em cima poderiam fazer muito melhor, mas elas
me chupariam de bom grado.
É o fato de que Jackson me dá prazer em manter a Katrina segura
que torna tudo ainda mais pungente, decadente. Sua raiva flui sobre
meu pau enquanto os lá bios roçam minhas bolas. Ele me odeia, até se
ressente de mim, mas nunca vai me machucar. Nã o enquanto Katrina
ainda estiver viva.
No fundo, ele sabe que nunca vai vencer. Conheço seus
pensamentos como se fossem meus. Eu provo sua malícia enquanto ela
enche o ar. Enquanto ele nunca der voz aos pensamentos traidores, vou
permitir que ele viva. No momento em que ele sair da linha, porém,
Katrina pagará o preço.
Ele sabe disso. Ele odeia esse conhecimento tanto quanto odeia a
si mesmo. Se eu me alimentar dele, vou provar sua auto aversã o? Isso
fará com que seu sangue tenha um gosto melhor ou pior? Eu me
pergunto. Agarrando seu cabelo, eu o seguro, sufocando-o com meu
pau. Sua garganta tem espasmos sobre mim enquanto ele luta para
respirar.
Gloria tinha espasmos tã o parecidos com ele, aquela necessidade
humana de sobrevivência transformando seu cérebro em gosma. Eu
sinto a mesma luta com Jackson. Ele luta comigo, suas mã os agarrando
minhas coxas, mas eu nã o desisto. Gloria aprendeu depois de um
tempo, Jackson também, eventualmente. Só porque os vampiros nã o
precisam respirar, nã o significa que os instintos humanos ainda nã o
estejam lá . Grunhindo, eu balanço meus quadris para frente e para trá s
mais algumas vezes antes de jorrar profundamente dentro de sua
garganta.
Jackson engasga quando minha porra o sufoca um pouco mais,
seu lamentável esô fago tremula enquanto ele tenta me expulsar. Rindo,
eu o deixo ir depois de garantir que minha porra fique pesada em seu
estô mago. Ele se afasta, sua tosse crepitante transformando a risada em
uma gargalhada total.
Os recém-transformados sã o sempre tã o divertidos. Logo, porém,
sei que a diversã o dará lugar ao tédio. Essa é a sorte na vida de quem
viveu tanto quanto eu. Esperançosamente, eles serã o diferentes.
Esperançosamente, Katrina será diferente. Já comecei a desprezar
Gloria, e detestaria sentir o mesmo em relaçã o a ser humana
inconsciente levada para seu novo quarto.
Meu plano é pura genialidade. Se a deixarmos lentamente louca,
ela estará mais inclinada a vir até nó s de bom grado, em vez de lutar a
cada passo. Farei com que cada vez que nos encontrarmos, ela receba
com entusiasmo e nã o com medo. Ela vai implorar pelas coisas
depravadas que faremos com ela.
— Vá se preparar para esta noite. Katrina vai precisar de uma
distraçã o de seu tédio.
Pensamentos assassinos voam pela cabeça de Jackson quando ele
se levanta de onde estava ajoelhado. Em breve, ele virá ao redor. Uma
vez que eu possa amarrar Katrina a ele por toda a eternidade, ele nunca
mais me cruzará . A vida dele estará irrevogavelmente ligada à dela,
assim como a dele está ligada à minha. Quer eu o mate ou ele me mate,
ela vai acabar morrendo, e ele nunca vai permitir que isso aconteça.
CAPÍTULO CINCO

Katrina

Meu estô mago revira quando abro os olhos. Estou de volta à


minha cabine, minha nova prisã o. Saber disso e me permitir acreditar
nisso sã o duas coisas diferentes. Eu olho para as grandes janelas e
observo o oceano parado. Isso é estranho. Mesmo se estivéssemos
parados, a á gua ainda nã o se moveria?
A condensaçã o escorre, borrando minha visã o, eu desvio o olhar.
Nada de bom virá de mim olhando para fora. Isso só vai me lembrar de
que estou presa neste grande navio no meio de um corpo de á gua ainda
maior. Um arrepio percorre meu corpo quando saio de debaixo das
cobertas.
Quanto mais me aproximo das janelas, mais frio sinto. Estendo a
mã o para limpar a á gua, mas nada acontece. Nã o há umidade. Nenhuma
á gua fria encontra meus dedos. Em vez disso, um zumbido fraco flutua
através de mim, tã o sutil que nã o posso nem ter certeza se é isso que
estou sentindo. Afastando-me, fecho as cortinas, fazendo meu caminho
ao redor do quarto até que apenas as luzes do interior ilumine tudo.
Eu olho para a porta que separa Lizzy e eu. Quã o ruim seria se eu
a verificasse? Rastejando, coloco meu ouvido contra a madeira e escuto.
Nada. Está mortalmente quieto. Ela está bem? Eu bato e ouço
novamente. Ainda assim, nada se mexe.
Talvez as portas e paredes sejam à prova de som? Isso tornaria as
coisas menos complicadas, eu acho. Sem ouvir outras pessoas fazendo
sexo. Verdade seja dita, eu nem acho que me importaria. Pelo menos eu
saberia que ela está viva. Nã o seria uma pergunta nebulosa que fica no
ar.
Descendo, eu coloco minha mã o na maçaneta. Fria. Rígida. Outro
arrepio percorre meu corpo, eu puxo minha mã o para envolver meus
braços em volta da minha cintura. Talvez eu esteja doente. Ou talvez
nada esteja errado e tudo esteja na minha cabeça. O que foi, ela disse?
Delírio? Como vou saber que cheguei a esse ponto?
E se for uma lenta descida à loucura? Minha mente se agita
enquanto as histó rias da literatura americana rastejam em meu
cérebro. O que mais se destaca é “The Yellow Wallpaper” de Charlotte
Perkins Gilman. Quem teria pensado que uma das minhas histó rias
favoritas poderia se transformar em meu pesadelo acordada?
Eu examino o quarto, notando os mó veis que revestem as paredes,
nã o me dando acesso claro. Bem, isso é um alívio. Pelo menos eles nã o
vã o me encontrar aqui esfregando um sulco no painel enquanto rastejo
pelo quarto. Outro arrepio quase percorre minha espinha. Ninguém
acreditou nela também quando ela tentou avisá -los sobre as figuras
rastejando no papel de parede. Em breve, ninguém acreditará em mim
se eu enlouquecer. Eles vã o apenas culpar esta doença, seja ela qual for.
Ela nunca me deu um nome para isso. Eu nem sei como chamá -la.
E se eu morrer sem saber o que me matou? Meus dedos deslizam até
minha garganta enquanto a histeria mais uma vez ameaça me
ultrapassar. Fechando os olhos, afundo no chã o, desejando que o papel
de parede amarelo fuja do meu cérebro.
O que quer que me fez pensar nisso. Agora que está alojado em
minha mente, nã o posso mais deixar de ver as comparaçõ es. Minha
ú nica esperança é manter as cortinas fechadas para nã o ver lá fora. Isso
é pelo menos um passo na direçã o certa. O pró ximo seria me ocupar,
para que a quarentena passe como um borrã o. Além disso, disseram
que eu nã o veria ninguém, eles nã o disseram que eu nã o podia falar
com ninguém.
A euforia toma conta de mim quando me levanto do chã o e corro
para o suporte perto da cama. Posso ligar para a Lizzy. Isso vai me
ajudar, a saber, que ela está bem! A gaveta chacoalha quando a puxo
para fora e agarro a ú nica peça de tecnologia que posso controlar.
Sorriso em meus lá bios, eu bati na tela inicial apenas para ver meu
mundo despencar. Sem sinal.
O que eu vou fazer? Como vou passar o tempo? Observo o
controle remoto da TV ainda na gaveta e o puxo para fora. É assim que
vou me ocupar? Deve haver outra coisa. Eu nunca assisti TV, mesmo em
casa. Eu estava muito ocupada com o trabalho e a escola para sequer
pensar nisso.
TV era um luxo que eu nunca poderia pagar. Quando chegava em
casa, estava tã o cansada que simplesmente desabava na cama. Agora, é
irô nico que essa seja minha ú nica salvaçã o de enlouquecer. Lizzy
insistiu que eu assistisse algumas coisas com ela, mas nunca arrumei
tempo.
Lá grimas escorrem pelo meu rosto. E se for tarde demais? E se ela
estiver doente? Eu sei que a enfermeira disse que eu nã o morreria se
pegasse, mas e a Lizzy? A culpa bate em mim enquanto faço meu
caminho de volta para a porta. Eu tenho que tentar. Tenho que deixá -la
saber que eu a amo. Preciso ter certeza de que ela entenda que ela é o
mundo para mim.
Minha mã o mais uma vez fica tensa no metal frio, mas eu a
empurro e a pressiono, esperando por aquele rangido revelador da
abertura da porta. Nada. A maçaneta nã o se move. Ela trancou? Eles
fizeram? Eu balanço a maçaneta, esperando que o som pelo menos
chame a atençã o dela, mas nada funciona.
Soluços voam de meus lá bios enquanto eu caio no chã o, minha
mã o nunca deixando a maçaneta. Nã o é justo. Por que ela estaria doente
e nã o eu? Pelo menos assim estaríamos juntas na ala especial. Com um
grito alto, eu bato meus punhos contra a madeira, desejando que ela se
quebre ou que ela me ouça.
Nenhum dos dois acontece. Estendendo a mã o com o pulso, passo
o sensor por todas as á reas em que consigo pensar, mas nã o ajuda. Nã o
há liberaçã o má gica, nenhum som que indique que algo funcionou. Com
um grito alto, me afasto daquela porta e vou para a principal.
Quando me aproximo, o medo invade meu peito. Eu mal posso
respirar. Minha visã o nada quando estendo minha mã o. O pavor, como
dedos frios cravando meu coraçã o, me agarra e nã o me deixa ir. Eu sou
incapaz de me mover. Colada no lugar, eu encaro a ú nica coisa entre as
pessoas e eu.
Mesmo que isso signifique ter que ver a enfermeira novamente,
pelo menos seria alguém. Vá rios momentos se passam e percebo que
nã o estou nem respirando. Forçando uma respiraçã o profunda em
meus pulmõ es, dou um passo para trá s, suspirando enquanto o medo se
transforma em algo muito mais administrável.
Pelo menos essa é outra proteçã o contra mim rastejando pela
extensã o do quarto como o personagem principal fez no livro. Eu nã o
posso nem andar até a porta, como diabos eu iria rastejar até lá ? Para
testar minha teoria, fico de joelhos e rastejo em direçã o à parede
oposta.
Parece ridículo recriar uma cena aterrorizante de uma histó ria tã o
curta, mas eu preciso saber. Eu tenho que ver até onde minhas
profundezas de delírio podem me levar. Ombro contra a parede, rastejo
até encontrar um obstá culo.
Virando-me, rastejo, mantendo meu corpo em contato pró ximo
com qualquer coisa só lida, e continuo minha jornada. Faço isso até
chegar à soleira da porta. Mais uma vez, o medo bate em mim,
roubando minha respiraçã o, mas de alguma forma, nã o é tã o assustador
quanto antes. Talvez eu tenha encontrado uma maneira de superar isso.
Encontrei uma brecha no meu medo.
Embora eu ainda nã o seja capaz de tocar a maçaneta, estou mais
perto do que antes. Sorrindo, eu me viro e volto por onde vim,
rastejando até alcançar a parede oposta mais uma vez. Eu me levanto e
limpo minhas pernas, franzindo a testa enquanto olho para a entrada
principal do meu quarto.
Há algo estranho aqui, no meu íntimo, parece que é mais do que
apenas uma doença fantasma. Porém, se eu já estivesse doente, eu seria
capaz de dizer a diferença?

O colchã o é macio sob meu corpo, eu suspiro, me virando no


travesseiro. De alguma forma, parece mais suntuoso, como se minha
cama de navio de cruzeiro passasse de agradável a luxuosa. O calor me
envolve, prova de que nã o estou sofrendo desse aspecto da doença.
Acho que deveria ser grata por pequenos privilégios. Puxando as
cobertas até o queixo, me aconchego, deixando meus olhos se fecharem
mais uma vez.
O sono supera o tédio iminente e a lenta descida à loucura que me
confronta. Pelo menos quando estou dormindo, posso ter uma chance
de sonhar. Um sorriso se curva em meus lá bios enquanto deixo meus
dedos deslizarem para baixo entre minhas coxas. Além disso, a ú ltima
vez que dormi, tive o melhor sonho de Jackson me chupando.
É verdade, o fato de que ele me mordeu depois foi um pouco
estranho. Aparentemente, meu cérebro está fixado em vampiros. Nã o
importa que meus novos gostos tenham seguido esse caminho. Eu nã o
deveria estar sonhando com pessoas que conheço se transformando em
monstros sugadores de sangue.
Embora, para ser honesta, a maneira como Jackson se entregou
em meu sonho só me fez palpitar e ficar muito mais molhada. Gemendo,
deixei meus dedos deslizarem sobre meu clitó ris, arqueando-se com
meu toque. Se vou ficar presa neste quarto esquecido por Deus, posso
pelo menos cuidar de alguns impulsos.
— O que exatamente você pensa que está fazendo?
Meus olhos se abrem, meus dedos param. Essa voz. Luka. Meu
sangue corre quente e frio simultaneamente, minha mente cedendo sob
o feitiço de seu domínio. A dor lá no fundo se transforma em algo muito
mais poderoso. É um anseio que eu nã o sabia que era possível.
— Responda-me.
— Eu... eu...
— Eu nã o é uma resposta. Você estava tocando sua boceta, nã o
estava? Eu lhe dei permissã o para fazer isso?
— N-nã o, Luka...
— É assim que você se dirige a mim, submissa?
Seu rosto surge à vista, todo poder e seduçã o. Eu deveria sentir
repulsa pelo comando - nã o, propriedade - em seu tom. Eu nã o
pertenço a ele, e ainda assim ele me manda como se eu já fosse dele.
Eu já nã o sonhei com ele me possuindo de maneiras que eu nem
pensei que fossem possíveis? Esfrego minhas coxas quando a
necessidade bate em mim. É quase igual à luxú ria insaciável que sinto
perto do Mestre Jackson, mas algo o afasta um pouco.
Há um perigo em Mestre Luka que nunca senti vindo de Mestre
Jackson, pelo menos nã o até que sonhei com ele na outra noite. Se o
Mestre Jackson pudesse ser assim o tempo todo, como quando me
amarrou na cruz e me forçou ao orgasmo enquanto eu enfrentava meu
maior medo, entã o ele daria um bom concorrente para o Mestre Luka.
Apesar da aspereza e escuridã o nele, há uma parte de Mestre
Jackson que se importa comigo. Eu sei disso lá no fundo. Em contraste,
Mestre Luka nã o se importa com nada e ninguém, que é sua pró pria
marca de afrodisíaco. Eu posso ser quem Mestre Luka quiser que eu
seja porque ele nã o dá a mínima para mim.
Ele só se preocupa com seu prazer, caramba, se a masoquista
hardcore e submissa que está aqui dentro nã o fica ainda mais molhada
com esse pensamento. Mestre Luka pode realmente me levar a lugares
com os quais eu apenas sonho. Ele pode me levar ao limite e além
porque nã o se importa se me machucar no processo.
Na verdade, algo em mim quer que ele me machuque. Quero que
ele me transforme em nada - que me deixe sentir o vazio pela primeira
vez. Eu quero desesperadamente chegar à quele lugar onde nã o sinto,
onde nã o me importo. Tudo o que existe é “sim, senhor”. Mestre Jackson
pode me levar a esse limite, mas até agora ele nã o me deixou tombar.
Ele nã o me levou ao meu nú cleo mais bá sico, onde algo anseia
desesperadamente para sair.
— De joelhos, submissa. — Eu rastejo para fora da massa de
cobertores e caio no chã o sem pensar duas vezes. É como se eu nã o
tivesse mais controle sobre mim mesma. Com apenas suas palavras, ele
pode me manipular, me mover, me forçar a fazer o que ele quiser.
— Veja, Jackson. — Mestre Luka olha para trá s, com um sorriso no
rosto. — Basta saber treiná -las. Em breve, ela será como um
cachorrinho, perseguindo seus Mestres. É isso que você quer, Katrina?
Minha boca se abre, mas nada sai. Vasculhando meu cérebro,
penso na minha lista de preferências. Em nenhum lugar eu indiquei pet
play. Ele está saindo do roteiro. Devo dizer algo? Palavra de segurança?
Ele nã o está me machucando, tecnicamente, ainda nã o está me
transformando em um cachorrinho...
— Fale.
O comando estrondoso de Mestre Luka me assusta, tirando-me de
meus pensamentos. — Eu nã o sou um cachorro.
Ele joga a cabeça para trá s, um chiado estranho que pode se
assemelhar a uma risada passando por seus lá bios. — Entã o por que
você apenas obedeceu como um? — Mais uma vez, ele olha por cima do
meu ombro. — Leve-a para a cruz. É hora de nos divertirmos um pouco
com ela.
Mã os frias deslizam sob meus braços, me levantando como se eu
nã o pesasse nada. Fechando os olhos, deixei que Mestre Jackson me
conduzisse à cruz enquanto eu forçava minha respiraçã o a se
estabilizar. Estou dormindo. Eles realmente não podem me machucar.
Vou ter um orgasmo e depois acordar, flutuando com o suco feliz da
enfermeira como da última vez. Tudo ficará bem.
— Você vai me obedecer como você faz com Luka. — Mestre
Jackson murmura em meu ouvido. Seu há lito frio faz có cegas nos pelos
pequenos e ralos emoldurando meu rosto, eu estremeço. — Seja minha
boa menina. Por favor. — Há uma pitada de puro desespero em sua voz.
Virando-me, eu o encaro, observando a miríade de emoçõ es
passar por seu rosto. Há algo diferente nele, quase selvagem. Seus olhos
nã o sã o mais gentis. Eles sã o duros, cheios de malícia, mas nã o comigo.
Nunca comigo. Essa é a ú nica coisa em que posso confiar com ele. Nã o
importa o que aconteça, ele vai me proteger. Está na natureza dele.
Como ele pode fazer qualquer outra coisa?
Suas mã os fortes e seguras envolvem meu pulso enquanto ele o
leva até o topo da cruz. Um silêncio espesso paira no ar enquanto ele
fecha e se move para prender a outra. Depois disso, ele trabalha nos
meus tornozelos, me sacudindo, me movendo, certificando-se de que
nã o consigo sair.
— Sinto muito, Katrina. Sinto muito.
Antes que eu possa perguntar o que ele quer dizer, uma dor
ardente explode nas minhas costas. Eu sou incapaz de gritar. A agonia
por si só é demais. É demais. A ú nica coisa que posso fazer é olhar nos
olhos do Mestre Jackson enquanto ele segura meu olhar. Há uma força
ali, uma força que sou incapaz de possuir, mas desejo
desesperadamente.
Mais uma vez, a dor queima em mim, balançando-me para frente.
Mestre Jackson desliza sua mã o em minha direçã o, limpando as
lá grimas dos meus olhos. Quando eu comecei a chorar? Em vez de me
confortar como eu suponho, ele traz os dedos até os lá bios e serpenteia
para fora de sua língua, lambendo minhas lá grimas de suas pontas.
Apesar da agonia fluindo pelo meu corpo, meu nú cleo aperta com esse
ato.
Mais uma vez, ele traz seu olhar para o meu, mas em vez dos
olhares simpá ticos que estou esperando, é uma necessidade crua.
Vermelho tinge seus olhos enquanto ele olha para mim, narinas
queimando. O que diabos está acontecendo? Borboletas invadem
minhas entranhas enquanto ele continua a olhar, me enraizando no
local por sua vontade silenciosa.
Eu sou incapaz de desviar meu olhar. Antes da lambida de dor, eu
realmente ouço. O estalar de um chicote. Embora nã o estivesse na
minha lista de limites rígidos, nã o é algo que eu realmente pensei que
iria gostar, e nã o gosto. Se nã o fosse pela cruz me segurando, eu
provavelmente cairia no chã o sob o ataque de dor vibrante através do
meu corpo.
Mestre Luka me esfola. O ú nico aviso antes da dor é o zunido do
chicote voando pelo ar. Mestre Jackson está na minha frente, sua
respiraçã o irregular enquanto observa a dor em meu rosto. Ele está
gostando disso. Ele se inclina para frente, nã o mais satisfeito em lamber
minhas lá grimas de seus dedos.
Em vez disso, ele desliza a língua pela minha bochecha, parando
quando chega ao meu olho. Seus gemidos sã o imundos, lú gubres
enquanto ele me lambe com a mesma seriedade com que lambeu outras
á reas. Desta vez, é a minha vez de gemer. Em algum lugar entre os dois,
a dor se modifica, se transforma. Ainda há uma pontada de dor, mas
está escondida sob o fluxo de endorfinas.
Cada cílio agora é uma queimadura sensual, fluindo através de
mim, me preenchendo. Eu queimo enquanto estou lá , amarrada à cruz,
vivendo em meu pró prio inferno pessoal. Algo lá no fundo exige que eu
grite, que diga a palavra de segurança. Nã o importa se é santuá rio ou
gloriosa, preciso dizer algo, fazer algo.
Mas eu nã o posso.
Nada funciona mais. Estou quebrada da maneira mais
fundamental. Depois de passar o dia em uma massa de nada, sentir essa
dor é quase melhor do que a alternativa. Eu nã o quero voltar para o
nada. Se eu tiver que sofrer nas mã os de meus algozes, eu o farei.
Eu realmente nunca pensei sobre o que aconteceria se eu fosse
sequestrada. Você ouve sobre isso o tempo todo, mas nunca pensa
sobre isso. Nas poucas vezes que deixei minha mente vagar por esses
pensamentos, sempre imaginei que iria resistir. Mas aqui, em meus
sonhos onde minha mente está livre para fazer o que quiser, eu desisto.
Ao primeiro sinal de sensaçã o, dou tudo aos meus mestres, esse
pensamento ali me assusta até o â mago do meu ser.
Se isso nã o fosse a segurança de um sonho, o que eu permitiria
que eles fizessem? Eu deixaria que eles realmente me machucassem se
isso significasse nã o voltar para aquela existência medíocre? Eu fiz isso
um dia. Um maldito dia. Nunca posso me permitir pensar que sou
melhor do que aquelas mulheres que você vê na TV.
Elas resistiram por meses, anos até. Um maldito dia e estou
disposta a vender minha alma por uma voz rouca. Estou disposta a
trocar todos os meus confortos pela dor que Mestre Luka está causando
em mim. E se isso não for um sonho? A pequena voz arranha meu
cérebro, exigindo que eu reconheça, mas nã o posso. Fazer isso seria
reconhecer que ainda desejo sua dor, sua violência. Tudo menos o
inferno da solidã o.
Um. Maldito. Dia.

Jackson
Eu vejo a mudança nela, sinto na carícia de sua respiraçã o contra
minha bochecha. Seu cheiro passou daquela mistura doce e melíflua de
medo tingido com necessidade apenas para se tornar um fedor acre. Eu
quero confortá -la, dizer a ela que tudo ficará bem, mas conforme cada
chicotada abre mais pele, o cheiro de seu sangue é muito forte para
prometer qualquer coisa a ela.
No momento em que Luka permitir, vou festejar com ela. Seus
gritos estridentes enquanto seu corpo se sintoniza de volta à dor que
ecoa em minha cabeça. Eu sei que ele está fodendo com ela, fazendo-a
pensar que está dormindo, mas em algum lugar lá no fundo, ela sabe.
Ela nã o sabe que nada disso está certo, que Deus me ajude, mas nã o
posso confortá -la. Nã o agora.
Esse nã o é o meu trabalho. Meu trabalho é garantir que ela possa
aguentar até que Luka termine com ela, entã o eu posso reconstruí-la,
segurá -la até o amanhecer. Eu ainda nã o entendo completamente por
que ele insiste em que ela seja trancada, mas olhando para ela agora,
lentamente vejo seu jogo final.
Se a deixarmos louca por falta de sensaçã o, falta de conversa,
eventualmente ela ficará tã o quebrada que nunca mais vai querer ir
embora. Ela vai desejar esse pesadelo acordado até se forçar a dormir
só para estar conosco. Entã o, só entã o, ela estará quebrada o suficiente
para ser nossa para sempre.
Contanto que ele me deixe cuidar dela, entã o ele pode foder com a
mente dela o quanto quiser. Vou me beneficiar da loucura dela também.
Quanto mais cedo a quebrarmos, mais cedo ela será nossa
completamente. Insatisfeito com o sal de suas lá grimas, eu afundo no
chã o, inclinando minha cabeça entre suas coxas.
Até que Luka se satisfaça, nã o tenho permissã o para transar com
ela, como ela vive nas boas graças dele, sou obrigado a obedecer. Eu
odeio isso. Eu odeio tudo sobre isso. Ele encontrou minha ú nica
fraqueza e continua a explorá -la.
Apenas uma? Vamos lá. Você teve outras fraquezas, tenho
certeza.
Meu cérebro recua de sua voz enquanto ela rasga em mim,
deixando-me uma massa sem fô lego de fome e necessidade. Nã o é
apenas a minha fome. Estou fundido com o pró prio monstro, sentindo o
que ele sente, saboreando o que ele saboreia. Seu medo é diferente para
ele do que é para mim.
Ela é mais como chocolate fino para ele, embora ele nã o fosse
capaz de expressar isso dessa maneira. Ele tem idade suficiente para
que a maioria dos alimentos tenha gosto de cinza em sua boca. Para
mim, porém, ainda tenho a memó ria da comida. Eu posso traduzir as
sensaçõ es que ele está me alimentando em algo que eu possa digerir.
Gemendo, eu mergulho meus dedos na boceta de Katrina,
maravilhado com o aperto vibrante. Sua cabeça cai para frente
enquanto ela olha para mim, seu medo se transformando em luxú ria.
Enquanto eu puder dar prazer a ela, ela pode resistir a Luka. Estou
certo disso.
Eu enrolo meus dedos apenas um toque, atingindo aquele ponto
que eu sei que a faz se contorcer. Ofegando, suas paredes se fecham, me
segurando como refém dentro dela. Outro estalo corta o ar, muito mais
alto do que antes.
Em vez de um grito de terror ou dor, Katrina grita de prazer, seu
corpo tem espasmos ao meu redor. Maravilhado com a mudança,
quebro o contato visual e olho ao redor da cruz para olhar para Luka.
Seus lá bios se torcem em um sorriso presunçoso de conhecimento. Ele
sabia que ela reagiria assim, que acabaria por se excitar com a dor.
Olhando de volta em seus olhos vidrados, eu sorrio, o monstro se
contorcendo na minha cabeça até que estou quase dominado pela
sensaçã o. Eu encosto meus lá bios em seu clitó ris, gemendo enquanto
ela se mexe, cavalgando meu rosto com um abandono que rivaliza até
mesmo naquele momento no navio.
Continuo chupando, lambendo, provocando. Eu extraio seus
gemidos e grunhidos, selando-os dentro da minha cabeça para repetir
mais e mais sempre que Luka estiver ocupado demais para perceber.
Logo, os gemidos diminuem, novamente eu olho para cima, a parte
humana de mim precisando saber que ela ainda está viva.
Seus olhos estã o nublados e suaves, um sorriso provocando seus
lá bios. Conheço esse olhar em qualquer lugar. Nossa pequena humana
está flutuando no subespaço. É só entã o que Luka abaixa o maldito
chicote e caminha até nó s. Ele a solta e a levo até a cama.
Katrina está fraca, seus passos vacilam. Entrando em açã o, eu a
pego em meus braços, ignorando a sirene do sangue escorrendo de
suas costas o melhor que posso. Enquanto a levo para a cama, Luka
desabotoa a calça e passa o cinto pelas presilhas.
— Você se lembra do nosso acordo, nã o é?
Eu cerro os dentes, forçando meu olhar a ficar em Katrina. Agora,
ela é minha tá bua de salvaçã o, a ú nica coisa que me prende à
humanidade. — Sim.
— E você ainda deseja foder nossa pequena humana?
— Sim.
— Isso foi o que eu pensei. Quando você estiver pronto.
Deitado na cama, puxo o corpo flá cido de Katrina para cima do
meu. Seus suaves suspiros e arquejos enquanto suas costas se estica e
puxa, abrindo e reabrindo as feridas indo direto para o meu pau.
Finalmente, terei o paraíso que desejei.
Os joelhos de Katrina sobem ao redor de meus quadris, como se
ela soubesse o que se espera dela sem que eu sequer perguntasse.
Quando a coloco em posiçã o, Luka desliza para cima entre minhas
coxas, suas mã os amassando a carne enquanto manobro minha humana
sobre mim. Eu nã o dou a mínima para o que ele diz. Katrina sempre
será minha.
Posso ter que dividi-la com o pró prio diabo, mas ela sempre me
pertencerá . Luka agarra meu pau, eu forço o gemido a ficar na minha
garganta. Por mais que eu despreze o homem, nã o posso negar como é
bom quando ele me toca. Sem dú vida parte da mesma razã o pela qual
ouço a voz dele na minha cabeça.
Conhecendo-o, ele está me forçando a apreciá -lo. Mais uma
humilhaçã o para adicionar à contagem diante de mim. O calor da
boceta de Katrina enquanto Luka arrasta minha cabeça por seus lá bios
encharcados faz tudo valer a pena. Se eu tiver que passar pelo inferno
para experimentar o paraíso dela, que assim seja.
Eu agarro seus quadris, afundando-a em meu pau. Gemendo, eu
levanto um pouco para arrastar seu mamilo em minha boca. A
dualidade do mamilo duro envolto por uma pele tã o macia me
surpreende. Até a imortalidade, nunca pude apreciar totalmente a
sensaçã o, o cheiro e a textura do corpo humano.
Agora, posso me deleitar com isso. Gemendo, chupo mais fundo,
raspando sua pele delicada com minhas presas. As vibraçõ es percorrem
meu corpo, eu empurro para cima, socando-a no meu pau. Seu grito de
prazer surpreso faz meu pau pulsar, eu nã o quero nada mais do que
apenas devastar seu corpo, mas Luka está diante de mim, esperando até
que Katrina esteja totalmente sentada para fazer o que lhe é devido.
Segurando-a perto, forço meu corpo a relaxar, a me concentrar
nela enquanto a ponta de seu pau cutuca minha entrada. A experiência
me mantém imó vel. Eu sei que se eu lutar com ele, ele só vai piorar as
coisas. Se eu puder relaxar, permitindo que ele entre, ele pode
realmente tornar isso um tanto prazeroso para mim.
E isso aí é o jogo final dele. Fazer com que eu me rebaixe para
poupar o desconforto do meu corpo físico enquanto ele rasga minha
mente e vontade, deixando-me uma casca do homem que já fui. Se nã o
fosse pelo Katrina esfregando contra mim enquanto ele se forçava a
passar por aquele anel apertado, eu nã o acho que poderia ficar parado.
Simplesmente nã o é da minha natureza me submeter, mas por ela,
eu o farei. Moverei céus e terra se isso a mantiver segura. Centímetro
por centímetro, eu o sinto me preenchendo, deslizando para frente, me
esticando, me quebrando, até que os pelos crespos raspam contra
minha bunda. Estou tã o cheio, tã o incrivelmente apertado. O pau grosso
de Luka ameaça me dividir em dois, ainda assim, mantenho meu
controle sobre Katrina o mais leve possível.
Ela nã o tem culpa dessa situaçã o. Tudo isso é minha culpa, terei
que passar a eternidade com esse fato. Se ao menos eu fosse mais
cuidadoso. Se ao menos eu a mantivesse mais perto. Se ao menos… Meu
mundo parece girar e parar nessa ú nica frase. Se ao menos.
Se ao menos eu nã o tivesse encontrado a Gloria, ou melhor, a falta
da Gló ria. Se ao menos eu nã o tivesse ficado obcecado por Luka a ponto
de fazer todo o resto sofrer como resultado. Se ao menos eu nã o tivesse
vindo nessa porra de cruzeiro. Fazendo uma pausa, eu olho para a
expressã o extasiada de Katrina, e um sorriso suave aparece em meus
lá bios.
Se nã o tivesse, nunca teria conhecido minha humana, a outra
metade da minha alma. Bem, acho que ela é minha alma agora. A minha
se foi para sempre, amarrada ao monstro que é Luka. Ele grunhe
enquanto se enfia completamente, entã o se inclina para frente,
deslizando sua língua ao longo de uma de suas feridas abertas,
lambendo o sangue que brota.
Meu gemido combina com o dele enquanto ele abre sua mente,
compartilhando comigo as sensaçõ es, os gostos, tudo. A maneira como
minha bunda sufoca seu pau enquanto ele desliza para fora e para
dentro novamente em estocadas propositais. É muito mais eró tico do
que eu jamais imaginei. Meus sentidos estã o em chamas, enquanto as
sensaçõ es deslizam pelas minhas sinapses, ameaçando me dominar.
Agarrando os quadris de Katrina, eu a mantenho imó vel enquanto
empurro dentro dela e monto Luka ao mesmo tempo. É uma sensaçã o
estranha. Nã o há palavras para descrever a sensaçã o visceral de sua
boceta apertando em volta do meu pau enquanto eu forço meu caminho
para dentro, junto com o sentimento grosso e cheio quando Luka me
deixa usar seu pau como meu vibrador pessoal.
Nó s três gememos quase em uníssono enquanto buscamos nosso
prazer. Katrina cai contra mim, permitindo-me assumir totalmente o
controle. Correndo meu nariz ao longo de seu pescoço, faço uma pausa,
olhando para Luka. Ele acena com a cabeça e agarra a cabeça dela,
segurando-a no lugar enquanto eu corro minhas presas contra a pele
delicada.
Minhas bolas doem enquanto eu entro e saio dela, desesperado
para encontrar minha liberaçã o. Com um silvo, eu afundo minhas
presas em seu pescoço, recompensado com o gosto mais divino
enquanto seu sangue derrama sobre minha língua e desce pela minha
garganta. Seu pulso vibra enquanto sua boceta tem espasmos ao meu
redor, seu orgasmo desencadeado pela minha mordida.
Sorrindo contra seu pescoço, eu a chupo profundamente para
mim, deixando seu gosto me preencher como nenhum outro. No
momento em que o sangue dela entra em minhas veias, me sinto novo
de volta, quase humano. Eu a seguro perto, gemendo quando a
eletricidade desce pela minha espinha. Meu pau estremece dentro dela
enquanto meu pró prio orgasmo começa a se aproximar.
Eu me afasto e lambo as marcas em seu pescoço, parando para
morder meu polegar e misturar meu sangue na ferida. Sua pele se
contrai diante dos meus olhos, nã o deixando vestígios de que a mordi.
Gemendo, sinto as mã os de Luka deslizarem entre nó s enquanto ele a
segura, assumindo o controle. Enquanto ele empurra para dentro de
mim, ele levanta e abaixa Katrina, efetivamente me fodendo de duas
maneiras.
É uma sobrecarga de sensaçõ es. Depois de mais alguns golpes, ele
coloca Katrina de volta em cima de mim e estende a mã o para agarrar
minhas bolas. O orgasmo iminente bate em mim, deixando-me sem
fô lego. Já tive bons orgasmos antes, mas nada que se igualasse à
intensidade ou velocidade deste.
Minhas coxas tremem quando eu atiro minha porra dentro dela.
Eu me deleito com os arrepios que ondulam em seu corpo enquanto
minha porra fresca invade o calor de sua boceta. Acho que nunca vou
me cansar disso. Eu sei que ela logo será transformada e tã o fria quanto
eu, mas até entã o, mal posso esperar para fazê-la se contorcer de novo e
de novo.
Luka agarra minhas coxas, desta vez procurando sua pró pria
liberaçã o. Ele dá voltas nas costas de Katrina no mesmo ritmo de seu
impulso, empurrando meu corpo cada vez que ele soca em mim. Logo,
meu pau começa a se contorcer novamente dentro dela, eu gemo. Um
dia, vou admitir que gosto dessa tríade sombria, decadente e imunda
que temos, mas nã o agora. Eu nã o posso permitir que minha mente
deslize ainda.
Estou segurando o fio da minha humanidade. Admitir que gosto
disso dará ao monstro apenas mais um ponto de apoio. É mais um
passo para nã o me importar em como consigo meu prazer, se isso me
consome. Os gemidos de Luka enchem meus ouvidos enquanto ele
enche minha bunda com sua pró pria porra.
Mais uma vez, eu me contorço enquanto o prazer percorre meu
corpo. É realmente tã o errado simplesmente ceder? Eu seguro Katrina
perto enquanto Luka sai, o sorriso conhecedor nunca deixando seus
lá bios.
— Ela é sua para cuidar. A menos que você a queira inú til nos
pró ximos dias, sem mais sangue esta noite. — Ele pega a calça e sai sem
se importar com sua nudez ou com o resíduo de porra espirrando no
chã o. E por que ele iria?
Quem ousaria dizer algo a ele sobre isso? Eu seguro Katrina perto,
ouvindo seu coraçã o. Isso me acalma, acalma a besta que ameaça se
libertar e matar o homem que nos fez escravos de sua misericó rdia. Ela
geme contra mim, seu corpo se enterrando na segurança dos meus
braços.
Mesmo em seu sono, ela sabe que sou eu quem vai remendá -la.
Nem uma vez ela procurou Luka para nada além de necessidades
carnais, e tudo bem. Nã o me importo de ser o demô nio de armadura
brilhante dela. Puxo o cobertor entre nó s, permitindo que ele retenha
um pouco do calor que emana de seu corpo.
Seria tã o fá cil apenas me aconchegar com ela e ouvi-la respirar até
o amanhecer, mas precisarei cuidar de seus ferimentos antes de deixá -
la dormir em meus braços. Virando seu rosto para baixo, eu ignoro o
gemido de protesto de seus lá bios carnudos. É para o bem dela, nunca
vou deixá -la atrapalhar isso.
As feridas ainda estã o vazando, mas sã o pelo menos lentas. Eu
resisto à vontade de dar uma volta nelas, atendendo ao aviso de Luka.
Nã o quero que nada me comprometa a vê-la, mesmo que seja por uma
noite de cada vez. Ela é o ar em meus pulmõ es, a luz para minha
escuridã o. O que vai acontecer quando ele fizer dela uma de nó s?
Quando ele apagar essa luz?
Uma batalha se trava com esse mesmo pensamento. Parte do que
a torna tã o atraente é sua humanidade. É saber que a vida dela está em
nossas mã os. Tirar isso, torná -la imortal como nó s, tiraria o perigo. Nã o
haveria alegria em levá -la ao limite porque, como vampira, nã o seria tã o
terrível, tã o aterrorizante.
As feridas sã o muito maiores do que as que fiz no pescoço dela.
Correndo minha presa ao longo da ponta de um dedo, eu deslizo,
ignorando o grito de protesto. Deve estar causando uma dor
excruciante para ela gritar assim, mas nã o consigo parar. Nã o importa o
quanto ela chore, eu preciso curá -la.
Eu preciso ser aquele que cuida da segurança dela. Falhei com ela
antes. Eu nunca vou falhar com ela novamente. Uma vez que cada linha
é curada até que nã o haja nenhum traço de sequer um arranhã o, eu a
puxo em meus braços, cobertor dobrado em torno dela em um casulo
macio. Se meus cá lculos estiverem corretos, tenho algumas horas antes
de colocá -la em seu quarto durante o dia.
Embora eu queira mantê-la aqui conosco, nesta sala de jogos feita
especialmente para ela, tenho que devolvê-la. É tudo uma questã o de
jogos mentais para Luka. Para mim, eu só a quero em meus braços
enquanto eu puder tê-la, mas sei que nã o posso contrariá -lo. Com ela
ainda humana, tenho que seguir os jogos dele. Enquanto isso, vou
aproveitar esse tempo com ela, essas poucas e preciosas horas.
Serã o algumas horas para recuperar a sanidade que perdi
lentamente. Algumas horas para se sentir humano. Porra. Algumas
horas para apenas sentir. Katrina suspira contra mim, e o pouco
coraçã o que me resta grita por ela, desesperado para transmitir o
quanto ela significa para mim, mas sabe que nunca terá a chance. Luka
simplesmente pegaria essa fraqueza e a usaria contra mim.
Assim como ele usou Gloria.
CAPÍTULO SEIS

Katrina

Uma luz forte entra pela janela, quase me cegando quando abro os
olhos. Certamente a noite passada nã o foi apenas um sonho. Deitada na
cama, deixo minha mente voltar, desesperada para me apegar aos
detalhes. Tudo parecia tã o real. O latejar entre minhas coxas com
certeza parece real o suficiente.
Saindo da cama, examino cada mú sculo, notando qualquer dor.
Nã o há nenhuma. Eu me sinto ainda melhor agora do que quando fui
dormir. Mas isso nã o deveria ser possível. Nã o em uma cama que nem é
minha. Gemendo, eu esfrego minha mã o sobre meu rosto e deslizo
minhas pernas para fora, deixando meus pés balançarem sobre a borda.
As fibras do carpete fazem có cegas em minhas solas enquanto as
balanço para frente e para trá s. Há algo que estou perdendo. Algo que
nã o consigo identificar. Eu gostaria de poder entender o que meu
cérebro está tentando me dizer, mas parece que as respostas estã o
embrulhadas em algodã o e empurradas para os recessos mais distantes
do meu cérebro.
Quanto mais eu luto para chegar a esse entendimento, mais
distante ele parece. Olhando para a mesa de cabeceira, noto um copo e
dois comprimidos. Ao lado deles há uma nota com um toque irregular
de rabiscos. Só de olhar para a caligrafia sinto um arrepio na espinha.
Quã o estú pido é isso? É apenas uma nota. Sem dú vida do médico
a bordo. As palavras “tome dois comprimidos e me ligue de manhã”
trazem um sorriso aos meus lá bios. Ele obviamente tem senso de
humor. Isso é uma vantagem, pelo menos. Apertando os olhos, olho
para as cortinas abertas. Eu sei com certeza que as fechei ontem. Eu nã o
fiz?
Eu penso no passado, repassando os eventos de ontem em minha
mente, com certeza, tenho uma forte lembrança de fechá -las. Pode ser
que quem me entregou o remédio decidiu que eu precisava de um
pouco de luz solar. Estou pá lida o suficiente para entender a
preocupaçã o deles, mas ver toda aquela extensã o de á gua faz o oposto
de me acalmar.
Balançando a cabeça, eu faço meu caminho e as fecho novamente,
levando o quarto de incrivelmente brilhante a suportável. Se isso
significa que preciso tomar vitamina D extra, que assim seja. Prefiro
fazer isso a sofrer a ansiedade que o oceano traz. Arrastando-me para o
banheiro, acendo as luzes e espero que as luzes parem de dançar antes
de me olhar no espelho.
Além de estar ainda mais pá lida do que ontem, nada parece muito
diferente. Nã o há marcas na minha pele que eu possa ver. Virando-me,
eu arqueio meu pescoço e olho para minhas costas. Se eu realmente fui
açoitada até quase morrer, deve haver alguma evidência. Certo? Mas
nã o há nada. Nem mesmo um arranhã o. Nem mesmo uma sombra de
marca. Na verdade, minha pele parece muito melhor do que nunca.
Talvez sejam todas essas infusõ es. Porra, onde elas estavam
durante a puberdade? Está tudo na minha cabeça. Isso é o que tudo está
me dizendo. Estes sã o sonhos e nada mais. Até eu começar a ver Luka
ou Jackson no meu quarto, vou colocar a culpa de tudo em uma
imaginaçã o excitada e nã o em delírio.
Além disso, minha pele nã o está mais fria do que normalmente,
nã o estou me sentindo enjoada... apenas entediada. Eu nã o queria
depender da TV para me divertir, mas é assim que está começando a
parecer. Voltando para o quarto, arrasto um lençol para fora da cama,
notando a textura macia - muito mais macia do que eu me lembrava - e
o enrolo em volta de mim.
Eu olho para a porta, ignorando o estremecimento que passa por
mim. Nã o estou nem perto dela e já quero começar a suar frio. O que
diabos está errado comigo? Balançando minha cabeça em
determinaçã o, eu caminho até a porta, meus passos decididos, no
entanto, quanto mais perto chego, começo a vacilar.
Embora eu dê um passo a mais do que ontem, meu corpo treme
quando eu forço minha mã o. Eu só quero tocar na maçaneta. É isso. Mas
eu nã o posso nem fazer isso. Meu braço cai mole, inú til ao meu lado
enquanto meu corpo estremece no lugar. Nã o consigo parar de tremer,
nã o importa o quanto eu tente.
Me afastando, eu ando para trá s em passos trêmulos, minha
respiraçã o voltando ao normal com cada movimento de recuo que faço.
Logo as cortinas roçam minhas costas e sei que nã o tenho para onde ir.
Há apenas o lado de fora, diabos se eu vou sair para aquela varanda
onde posso ser jogada ao mar.
Sei que é irracional, mas pelo menos sei que sou eu. Isso nã o é o
delírio falando. Esta é apenas a minha autopreservaçã o entrando em
açã o e nã o me deixando morrer neste navio estú pido. Já é ruim eu estar
presa aqui em quarentena, nã o vou piorar as coisas fazendo algo
estú pido propositalmente. Além disso, deve estar congelando lá fora.
Nenhuma das minhas roupas será quente o suficiente.
Rastejando de volta para a cama, puxo meus joelhos até o peito e
balanço para frente e para trá s. Um pavor sem nome bate em meu
cérebro, exigindo que eu saiba algo, entenda algo... mas nã o consigo
entender. Mais uma vez, olho para as pílulas. Talvez seja disso que eu
preciso. Algo para me ajudar a lutar contra esta doença. Sã o
comprimidos indefinidos, simples e brancos. Eles nã o deveriam ter
algum tipo de marcaçã o neles? Mas entã o, eu nã o sou uma médica. Nã o
posso presumir saber o que devo ou nã o tomar.
Felizmente, estes sã o mais reforços imunoló gicos, algo para me
ajudar a ficar bem - vitaminas. As vitaminas geralmente nã o têm
marcas. Forçando meu cérebro a seguir a resposta mais ló gica, pego as
pílulas e coloco na boca antes de tomar um grande gole de á gua.
Naquele momento, meu estô mago gorgoleja alto o suficiente para que
Lizzy provavelmente possa ouvi-lo. Isto é, se ela estivesse no quarto ao
lado.
Meu estô mago dá voltas quando olho para a maçaneta que nos
separa. Eu poderia tentar a pulseira novamente. Talvez eu nã o tenha
colocado no lugar certo ou nã o tenha o sensor certo. É para nos deixar
entrar em qualquer lugar, por que nã o no quarto dela? Vasculhando a
gaveta, localizo-a de lado e agarro-a. Logicamente, sei que ninguém
pode me ver, mas, por precauçã o, seguro-a na palma da mã o, cobrindo-
a com o telefone antes de trazê-la para fora.
Isso é loucura. Eu sei que é uma loucura. Está além do irracional,
no entanto, quanto mais penso nisso, mais tudo faz sentido... de uma
forma complicada, só parece racional quando nã o penso muito sobre
isso. Com a pulseira na mã o, vou até a porta e a seguro contra a
maçaneta.
Nada.
Eu tento em outro lugar, e o resultado ainda é o mesmo. Lá grimas
escorrem pelo meu rosto enquanto tento, repetidamente, saber que o
que estou fazendo é a pró pria definiçã o de insanidade. No entanto,
continuo esperando que talvez eu nã o esteja colocando no lugar certo.
Um soluço brota da minha garganta quando largo a pulseira e bato os
dois punhos contra a porta.
— Lizzy! — Eu grito, esmurrando a madeira, sem me importar
nem um pouco que dó i. E daí se eu tiver hematomas mais tarde? Pelo
menos estou fazendo alguma coisa. Estou tentando de tudo para fazer
contato com outro ser humano. Caindo no chã o, eu seguro a pulseira no
meu peito e balanço para frente e para trá s.

— Shhhhhh. Lyubimets4. Você vai ficar doente. — Dedos envolvem


meu ombro, me afastando da porta.
Nã o consigo nem me importar que nã o estou mais sozinha. Além
disso, eu conheço essa voz. Está embutida na minha alma. Por que eu
deveria me surpreender que meu algoz noturno aparecesse quando eu
menos precisasse dele? Estendo a mã o para pegar sua mã o, mas nã o
está lá .
Virando minha cabeça, eu estudo o quarto. Nada está diferente.
Nada está fora do lugar. Eu pulo e vou para o banheiro, vasculhando
cada centímetro, mas nada. Ninguém mais está no quarto comigo.
Ninguém poderia ter vindo da porta de Lizzy, eu estava bem na frente
dela. Tenho certeza de que se alguém viesse pela porta principal, eu
teria visto. Está bem na minha visã o periférica.
Eles teriam que atravessar pelo menos metade do quarto e depois
atrá s de mim. Eu teria notado isso. Eu nã o? Volto para as cortinas e as
afasto. Ainda a mesma velha visã o. Á gua infinita e alguns icebergs. Nã o
há nem uma baleia ou algo para quebrar a monotonia do brilho e do
azul.
Eu afundo de volta no chã o e descanso minha bochecha nos
joelhos. Algo está muito errado. Ou estou doente, ou estou ficando
louca. Se estou realmente doente, preciso falar com alguém. Se for o
ú ltimo, com certeza nã o vou enlouquecer aqui. Ficando de joelhos,
rastejo pelo chã o até minha pulseira.
Talvez se eu começar por aqui, chegue ainda mais longe na porta
principal. Eu tenho que alertar alguém de alguma forma. Se isso nã o
funcionar, usarei o interfone da cabine para falar com alguém. O carpete
roça em minha pele enquanto sigo em frente. Já gotas de suor
pontilham minha testa. É apenas uma porta.
O que diabos há de tã o assustador em uma porta? Chego à seçã o
que fiz ontem e sigo em frente. O medo ainda está lá , transformando
minhas entranhas em líquido, mas eu me forço a passar por ele. — Está
tudo em minha mente. — murmuro repetidamente enquanto me
arrasto para frente apenas para recuar. — Por que nã o posso fazer isso?
Eu passo talvez meio centímetro além de onde fiz ontem, mas
ainda assim, nã o posso me forçar a ir mais longe. É como se houvesse
uma barreira física contra a qual estou lutando, ela simplesmente nã o
quer ceder. Toda vez que eu empurro contra ela, algo em mim empurra
de volta. Devo apenas ouvir meu cérebro e meu corpo e parar de
tentar?
Nã o.
O momento em que desisto é o momento em que me perco. Eu
nã o posso nem voltar aos meus pés. Estou presa aqui no chã o. Soluços e
temores destroem meu corpo quando eu me viro, a derrota agarrando-
me. Se ao menos eu fosse mais forte... mas aparentemente nã o sou. Eu
rastejo de volta para a porta de Lizzy e me deito, enrolada ao lado dela.
— Deus — eu sussurro, desesperada para fazer contato com alguém,
qualquer um. — Eu estou tã o sozinha.
CAPÍTULO SETE

Jackson

Eu encaro a tela, incapaz de me afastar. Os passos de Luka ecoam


atrá s de mim, mas nem me importo em me virar para olhar para ele.
Era tã o fodido da parte dele aparecer assim, brincando com a mente
dela. Qual é o objetivo dele porra? Eu sei que estamos tentando deixá -la
louca, mas o que ele está fazendo é empurrá -la além do limite.
— Algum dia — ele murmura atrá s de mim, batendo a mã o no
meu ombro. — Você vai entender a fragilidade da mente humana. Achei
que alguém como você, um agente especializado em quebrar pessoas,
entenderia exatamente qual é o meu objetivo. Como de costume, tenho
que alimentar tudo com uma colher. É cansativo. Apenas uma vez, eu
gostaria de transformar alguém que nã o é um idiota.
— Eu nã o sou idiota, Luka. Só nã o sou um psicopata como você.
Ele ri e se senta em sua cadeira antes de apoiar os pés no painel
de controle perto de mim. — Ainda nã o, mas você chegará lá . Eu vejo
esperança em você. Agora, entã o. Eu tenho uma missã o para você.
— Nã o até que nó s a transformemos. Esse era o acordo. —
Afastando-me da tela, fixo Luka com um olhar ineficaz. Se eu olhasse
para um humano assim, eles provavelmente se mijariam, mas nã o Luka.
Ele apenas sorri e puxa os pés para baixo para ficar de pé,
pairando sobre mim, colocando essa diferença de altura de cerca de
dois centímetros em bom uso. Verdade, ele poderia facilmente me
matar sem pensar duas vezes, mas na maioria dos dias, eu nã o me
importava. A morte seria uma bênçã o comparada a essa experiência
infernal.
A ú nica coisa que me mantém aqui, me curvando a Luka, é aquela
humana lamentável chorando até dormir no chã o. Nã o posso
abandonar Katrina. Inferno, logicamente, eu sei que ela nã o é minha
responsabilidade, mas a partir do momento em que vi o terror em seus
olhos enquanto ela avaliava o navio e a ajudava a superar aquele medo
inicial, decidi que ela seria minha. O fato de Luka mantê-la como refém
para garantir minha cooperaçã o é desprezível em muitos níveis.
Só porque sou um monstro nã o significa que seu domínio sobre
mim diminuiu. Na verdade, de alguma forma, tornou tudo ainda pior. É
como se agora eu estivesse sintonizado com ela de uma forma que
simplesmente nã o é possível para um ser humano. Ela está enterrada
dentro de mim, e nã o vejo isso mudando tã o cedo.
Nã o tenho nenhum problema em cuidar desses problemas
incô modos para Luka, mas isso significa deixar Katrina sozinha com ele,
nã o confio nele nem por um momento.
— Awww. Você me feriu. Nã o vou matá -la enquanto você estiver
fora, se é com isso que está preocupado.
— Saia da minha cabeça. — eu rosno, esticando a mã o atrá s de
mim para agarrar o painel. Preferiria que fosse o pescoço dele em
minhas mã os, mas tenho certeza que ele já sabe disso.
Seus olhos se estreitam enquanto ele me encara, ó dio pú trido
escorrendo de seus poros. Sem dizer uma palavra, ele estende a mã o e
me agarra pelo pescoço, puxando-me para ele. — Parece-me que você
precisa de uma liçã o de submissã o. Você está vivo pro meu capricho. Eu
poderia matá -lo facilmente. Poderia matá -la sem pensar duas vezes. É
porque você me diverte que ainda está aqui.
Com os olhos ainda fixos em mim, ele estala os dedos. Do nada,
uma mulher magra entra na sala, com os olhos baixos para o chã o. Nada
nela parece familiar. Entã o, novamente, ele provavelmente tem hordas
de pessoas dispostas a cumprir suas ordens. — A gaiola. Agora. E diga a
Jeremy para me enviar a mulher do quarto 224.
Ela inclina a cabeça, o ú nico reconhecimento de que o ouviu, antes
de voltar a sair. Luto contra seu aperto de ferro, usando todas as tá ticas
que aprendi na CIA, mas nada além de cortar sua mã o fará com que ele
ceda. Já que ele me privou de todas as minhas armas, isso parece ainda
mais impossível.
Mesmo se você tivesse suas armas, você não seria capaz de me
tocar. Sua mão estaria no chão antes mesmo de você ter a chance.
Eu o encaro, notando o sorriso impassível em seus lá bios. Embora
eu já tenha ouvido sua voz vá rias vezes, vê-lo ali, os lá bios pressionados
enquanto ele invade meu cérebro, é incompreensível. Por mais que
tente, nã o consigo entender o que estou vendo.
— Ahh. No momento certo. — Ele me solta e se vira para a mulher
prostrada a seus pés. — Parece que nosso querido Sr. Jackson precisa
de uma liçã o de humildade, e você servirá como o recipiente perfeito
para este momento de aprendizado.
A lamentável mulher está deitada lá , seu cabelo pegajoso cobrindo
seu rosto. Só pelo cheiro, fica claro que ela nã o é cuidada há algum
tempo. A mulher de antes entra na sala e entrega a Luka um objeto de
metal antes de voltar para fora, aparecendo e desaparecendo como se
ela nunca tivesse estado aqui.
Há algo familiar sobre a mulher no chã o. Faz có cegas no fundo do
meu cérebro como uma memó ria há muito reprimida lutando para se
libertar. As curvas de seu corpo, as linhas prostradas de sua submissã o,
eu já vi. Entã o, novamente, poderia ser apenas uma ilusã o. A
necessidade excitante de subjugar Katrina à minha dominaçã o
voluntá ria provavelmente está obscurecendo tudo.
Além disso, a mulher diante de mim está tã o magra que nã o vou
conseguir dizer quem ela é sem ver seu rosto. Logo, Luka se abaixa,
passando a mã o sobre os fios oleosos antes de erguer a cabeça dela
para trá s. O choque toma conta de mim enquanto olho para um rosto
que nunca pensei que veria novamente.
Gloria.
Apenas o nome dela tropeçando no meu crâ nio é o suficiente para
parar minha respiraçã o por um momento. Nã o tenho mais sentimentos
sexuais por ela, essa parte morreu enquanto eu a lamentava. No
entanto, ainda há uma coisinha no que resta da minha alma, uma
saudade da mulher que segurei em meus braços enquanto
adormecíamos.
Ela era o meu mundo inteiro. Minha vida consistia em meu
trabalho e Gloria. Era isso. Quando ela morreu…. Eu fiquei lá , incapaz de
me mover, incapaz de pensar. Ela está ali na minha frente, a mulher que
pensei ser a outra metade da minha alma. Embora eu tenha uma vaga
lembrança de tê-la visto no navio, ela nã o era real.
Nada disso era real.
Isso ainda é uma miragem? Estou para sempre preso naquele
maldito navio? Estendendo a mã o, eu me belisco, esperando pela dor
que nunca vem. Olhando para baixo, pontos vermelhos em meus braços,
mas nã o sinto nada. Estou vazio, oco. Eu nã o consigo nem entender
direito a mulher que estou olhando na minha frente.
— Eu acredito que vocês dois se conhecem. Diga-me, Jackson,
como é ver sua prostituta ajoelhada diante de você neste estado? Isso
faz seu pau estremecer? Suas bolas doem? — Ele solta o cabelo dela e
empurra seu rosto para baixo antes de andar em torno de sua forma
deitada.
— Quando a vi pela primeira vez — continua Luka, cruzando os
braços atrá s das costas enquanto caminha. — Ela mal podia esperar
para estar debaixo de mim, nã o apenas por minhas proezas sexuais. Ela
queria a ú nica coisa que só eu poderia dar a ela. Vida eterna. Ela me
implorou. Ela me ofereceu todas as coisas sexuais que você poderia
imaginar.
Minha mente gira enquanto penso em nossas conversas. Embora
Gloria permitisse muito no quarto, havia algumas á reas à s quais ela se
recusava a me permitir acesso completo. Sim, ela se submeteu a mim,
mas mesmo assim nunca se entregou totalmente. Eu sabia disso. No
fundo do meu coraçã o, eu sabia que havia á reas que nã o estava
tocando, mas me deixei cair na armadilha de pensar que ela era o
suficiente.
Sua submissã o era o que eu precisava, ou pelo menos o que eu
achava que precisava. Entã o, eu conheci Katrina. Ela se entrega tã o
livremente, apenas pedindo que eu a segure quando ela cair.
Comparando as duas, é fá cil ver a fachada desgastada e as arestas
irregulares que Gloria mantinha ao seu redor como um manto.
— Ahh, sim. Você entende agora. — Luka levanta os lá bios em
uma espécie de sorriso que nunca alcança seus olhos. — Agora que
você provou o abandono a que Katrina se entrega, você pode ver onde
Gloria estava falhando. — Fazendo uma pausa, ele olha para ela, seu
sorriso se transformando em um sorriso de escá rnio. — Abra.
Eu meio que espero que Gloria lute com ele. Embora ela tenha
cedido, ela nunca me obedeceu na primeira vez que eu disse a ela para
fazer algo. Sempre foi uma batalha, uma força de vontade. Eu sempre
ganhei, mas agora estou começando a me perguntar se foi realmente
uma vitó ria ou se ela apenas permitiu que acontecesse. Eu já estive
realmente no controle?
— Nã o. Você nã o estava — ele responde minha pergunta
silenciosa em voz alta. Luka desliza um anel de metal por trá s dos
dentes de Gloria, é entã o que vejo os dois caninos perdidos. — Ela
manipulou você desde o começo. A ú nica maneira pela qual eu sei disso
foi observando-a, estudando-a. Até que fiz dela minha progênie, pensei
que a conhecia, assim como você, mas entã o fiquei a par de seus
pensamentos mais íntimos.
Ele se ajoelha e desliza a mã o pelo cabelo dela antes de abaixar os
lá bios até a boca aberta dela, mordiscando a carne macia por um
momento antes de se afastar. — Servos sempre parecem esquecer que
eu os possuo, corpo, mente e alma. Quando ela me implorou para
transformá -la, eu disse que ela nunca mais pertenceria a si mesma. Ela
acreditou em mim? Claro que nã o.
Rindo, ele fica para trá s na minha frente. — O mesmo que você.
Desde o momento em que o transformei, você tem lutado
profundamente dentro de si mesmo, relutante em permitir que eu o
molde, que o guie. Mas, apesar do quanto você luta, ainda posso ver
cada pensamento, cada minuto que passa por um pensamento. Você
ainda nã o aprendeu a esconder as coisas de mim, mas Gloria aprendia
rá pido.
Eu olho para ela, os restos do meu coraçã o partido quebrando
ainda mais. Mesmo em seu estado humilde, ela olha para mim com
tanta veemência, com tanta raiva amarga. Eu quase posso provar sua
raiva enquanto ela cobre o espaço. É como lama escorrendo pelas
paredes, espessa, acre.
Tudo o que fiz foi amá -la. O que a fez me odiar tanto? Mais uma
vez, Luka ri e desliza as mã os para a minha calça. A vergonha inunda
meu rosto enquanto meu pau estremece com sua proximidade. Eu
continuo dizendo a mim mesmo que é a manipulaçã o dele fazendo isso,
mas no fundo, eu sei que é outra coisa.
Há uma parte dele que me completa. Eu odeio saber que ele me
atrai, e tenho certeza que nenhum outro homem jamais vai me
compelir da mesma forma. A fome corre pelo meu corpo ao seu toque,
embora seja principalmente alimentada pela raiva. Nossa uniã o nã o é a
mesma que com Katrina e eu, nem é como Gloria e eu. É mais visceral,
primitiva, marcada principalmente pela raiva e pelo ó dio.
Nã o há amor entre Luka e eu, apenas a necessidade constante de
reivindicar e ser reivindicado. Nos momentos em que ele está no
controle, fico tã o absorto em revidar que nã o consigo pensar em mais
nada. Nã o é assim com a Katrina. Ela cala o barulho. Estar com ela
acalma a fome sombria que ameaça me dominar. Luka vê aquela
escuridã o e a convoca, exigindo violência.
No entanto, enquanto ele está me usando para seu prazer sexual,
ele deixa bem claro que, ao fazer isso, recebo minha recompensa com
Katrina. Infelizmente, isso significa que meu corpo o recebe como um
amigo em vez de um inimigo. No fundo, sei que posso suportar sua
violência sexual, pois isso me dará tempo com Katrina, tempo para
controlar o monstro de volta antes que Luka o puxe de volta à
superfície.
Mais uma vez, olho para Gloria, a pena substituindo a raiva que
fervilha em meu coraçã o. Para ela estar aqui, ela sofreu o mesmo que
eu. Ninguém pode lutar contra Luka, fazer isso seria assinar sua
sentença de morte ou a sentença de alguém que você ama. Talvez seja
por isso que ela está aqui? Ela se transformou para me proteger?
Luka começa a rir, seu corpo convulsionando com o som estranho
saindo de seus lá bios. — Seu pobre tolo ingênuo. — ele murmura entre
respiraçõ es ofegantes. — Você realmente acha que estava em algum
lugar em sua mente quando eu a inclinei, possuindo aquele cu virginal?
Você sabe, aquele que ela negava toda vez que você pedia?
O rubor nas bochechas de Gloria confirma a histó ria de Luka, mas
ainda nã o me diz por que ela fez isso. — Você envenenou a mente dela
— eu cuspo, a raiva subindo pelo meu corpo, me preparando para uma
luta que eu sei que vou perder. — O mesmo comigo. O mesmo com
Katrina. Você usou seu truque de vampiro nela e a forçou a servi-lo
dessa forma.
— Oh. Realmente? Você acha? Sou tã o autoritá rio que as
prostitutas de todos os lugares simplesmente se curvam e imploram
para que eu tome a bunda delas? — Com a risada morrendo em seus
lá bios, ele caminha até Gloria e coloca o pé em seu ombro antes de
empurrá -la para o chã o.
Seu grito de dor e alarme nã o deveria me excitar, mas Deus, eu
nã o posso evitar o pulsar do meu pau com esse som. Nã o é Gloria que
está fazendo com que os tentá culos de excitaçã o se enrolem em mim, é
o som de sua angú stia que aperta minhas bolas. — Você já fez isso
antes. Você nã o pode negar.
— Claro que eu posso. Posso dizer o que quiser, mas isso nã o vai
torná -lo verdade. No fundo, você quer que eu seja o vilã o. Desde que
você viu aquele quarto coberto de sangue. Eu odeio ser o ú nico a lhe
dar as má s notícias, mas ela me implorou. Eu nunca precisei dela.
Inferno, eu nem mesmo a queria. Ela me perseguiu. Ela me ofereceu seu
corpo em troca da imortalidade, eu nunca a forcei a fazer isso.
— Sim, mas você também nunca a negou. — Nã o tenho ideia do
porquê, mas algo em mim sente a necessidade desesperada de justificar
o comportamento dela. Se o que Luka está insinuando é preciso, entã o
ela nã o só me traiu, como ofereceu a ele uma submissã o que nunca me
deu. Era tudo uma farsa, uma mentira. Essa traiçã o é mais profunda do
que o fato de ela ter me traído. Ela me levou a acreditar que ela me deu
tudo de si, mas em vez disso, ela simplesmente passou tudo para Luka.
— E por que eu faria isso? Se um humano quiser se entregar a
mim de bom grado, aceitarei esse presente da maneira que foi dado.
Obviamente, havia uma necessidade nela que você nã o poderia
satisfazer. Por que outra razã o ela deixaria sua cama e viria até mim,
molhada, dolorida, desejando? Embora, sinceramente, eu tenha
provado você na cama e posso ver tanto o problema quanto o apelo.
Um rosnado sai da minha garganta quando dou um passo à frente,
com as presas à mostra. Se é assim que eu morro, que assim seja. É
melhor do que esse vaivém infernal, só esperando que ele me mate.
Antes que eu possa dar mais um passo, Luka enfia a mã o no bolso e tira
um pequeno controle remoto. Ele clica, iluminando a parede com vá rias
telas de TV.
Cada uma delas mostra um â ngulo diferente do quarto de Katrina.
No momento, ela está na cama, à s cobertas puxadas até o queixo
enquanto olha para as cortinas grossas que cobrem as telas da mídia
usadas para convencê-la de que ela ainda está naquele maldito navio. O
que ela poderia estar vendo? Olhando para um monitor diferente,
observo seus olhos irem para frente e para trá s, vendo, mas sem foco ao
mesmo tempo.
Meu coraçã o bate forte no peito quando Luka se aproxima e
desliza os dedos por uma imagem maior do que a vida de seu rosto. —
Que pena. Sem mim aqui, quem está impedindo os outros vampiros de
se saciarem. Muitos nã o sã o muito mais velhos que você e ainda sã o
escravos de suas fomes. Sem eu garantir que suas necessidades sejam
atendidas, quanto tempo você acha que a Katrina tem? Um dia? Dois?
E aí está . Eu nã o preciso de coleira. Luka sabe que nunca colocarei
a vida de Katrina em risco, ele está cem por cento certo. Sem ele
mantendo as engrenagens desta má quina funcionando, quanto tempo
antes de tudo ir para o inferno em uma cesta de mã o. Eu realmente
quero arriscar a humanidade, mais importante, Katrina, ficando à
mercê de vampiros descontrolados?
Ele desliga as telas enquanto me encara. — Você sabe por que eu
gosto de você, apesar do ó dio que passa por você?
— Me esclareça.
— Você é honesto. Você me odeia. Você tem desde o primeiro dia e
nunca tentou esconder isso. Aquela mulher — ele cospe — Katrina,
significa mais para você do que eu jamais significarei, eu o aplaudo por
ser tã o guiado por suas bolas que está disposto a morrer para mantê-la
viva. Você me fascina. Nunca tive um servo tã o complicado quanto você,
o que funciona a seu favor. Eu nã o vejo você nunca me entediando.
— Vamos esperar que nã o. Eu odiaria ver o que acontece quando
um de seus brinquedos fica empoeirado.

— Ahh. E isso nos leva de volta a essa pequena izmennik5 aqui.


Ela ficou preguiçosa. Desleixada. Uma vez que ela percebeu que poderia
esconder a maioria de seus pensamentos estranhos, ela nã o continuou
praticando. Isso, ou ela pensou que eu estava tã o envolvido com meus
novos brinquedos que nã o se preocupou em esconder.
O pavor gelado desliza para baixo em meu estô mago quando Luka
se aproxima de mim novamente e desliza a mã o contra a frente da
minha calça. Seus dedos sã o como gelo, tã o frios que posso senti-los
através do tecido. Gemendo, inclino minha cabeça para trá s, odiando e
precisando de seu toque.
— Quã o preciosa é Katrina para você?
Minhas presas coçam quando puxo minha cabeça para trá s para
encará -lo. Raiva e luxú ria, uma combinaçã o volá til, giram através de
mim. — Machuque-a e eu mato você.
— Meu querido e doce Jackson. Eu esperava que você nã o ficasse
tã o chato. Sim, eu sei. Você pensa essa frase exata para mim, com muito
pouca variaçã o, toda vez que olho na direçã o dela. Honestamente, está
se tornando, qual é a frase? — Ele estala os dedos algumas vezes,
procurando as palavras. — Kak zeyezzhennaya plastinka. Como disco
arranhado. Toda vez essa frase. Você nã o pode pensar em algo melhor?
Mais colorido?
— Isso mostra o ponto. — eu resmungo, ignorando a pontada de
medo em suas palavras.
— Vou repetir a pergunta. Quã o preciosa ela é? O que você faria
por ela? Você mataria. Obviamente, você está disposto a morrer, sem
dú vida, mas o que mais? O que mais você poderia fazer?
Faço uma pausa, internalizando suas palavras. Embora eu mal a
conheça, algo sobre Katrina me chama. É primitivo, possessivo. Ela é o
ar em meus pulmõ es quando estou quase desmaiando. Mas sem mim,
nã o há ela.
Luka acena com a mã o, descartando meus pensamentos como
vapor se dissipando sob a forte luz do sol. — Ela está sã e salva.
Nenhuma decisã o que você tomar irá afetá -la de alguma forma. Diga-
me, Jackson. Eu quero ouvir suas palavras em voz alta. Você morreria
por ela?
— Sim. — Nã o há hesitaçã o em minha voz. Eu morreria por essa
humana, ou pelo menos lutaria até a morte se necessá rio. Qualquer
coisa que a ameace é uma ameaça para mim.
— Excelente. E se alguém mais quisesse prejudicá -la? Nã o eu,
claro, porque tenho uma eternidade para extrair dela os deliciosos
gritos que quero ouvir, mas isso nunca acontecerá até que ela seja uma
vampira como nó s.
Com essas palavras, Gloria grita ao redor do anel, seus olhos e
narinas queimando enquanto ela olha para Luka. — O que está
acontecendo? — Eu grito, irritaçã o arranhando minhas entranhas. É
como se ele estivesse propositalmente falando em enigmas.
— Gostaria de contar a ele, minha querida? Ah, me perdoe. É bem
difícil falar com esse anel na boca, nã o é?
Mais uma vez, ela grita e recua para se ajoelhar na frente dele. Em
um movimento rá pido, Luka vai de um vampiro calmo e relaxado a um
inferno furioso. Seus olhos brilham quase vermelhos na penumbra
enquanto ele usa sua velocidade elevada para pairar sobre Gloria. Antes
que ela possa fazer outro som, sua cabeça está no chã o, o pé dele
pressionando em seu pescoço.

— A suka6 pensou que ela poderia matar nosso novo brinquedo.


Atacá -la enquanto eu estava distraído com outros assuntos, mas eu a
ouvi. Oh, eu ouvi seus pensamentos traiçoeiros. A vaca burra teve a
audá cia de entrar em seu quarto enquanto dormia, quando Katrina
estava mais vulnerável.
O vermelho tinge minha visã o enquanto olho para Gloria. Toda a
raiva e o ó dio de antes me preenchem, reunindo-se em um turbilhã o de
emoçõ es difíceis de controlar. Esse tempo todo eu pensei que Luka era
a ameaça. Nunca sonhei que poderia ser Gloria. O fato de eu ter me
sentido em conflito com meus sentimentos antes me enoja.
Nã o importa que eu nã o sabia que ela ainda estava viva. Agora
que sei que ela está e como ficou assim, nã o sinto nada por ela. Talvez
um dia Katrina me traia da mesma forma, mas se eu a transformar,
saberei. Vou ouvir seus pensamentos traidores e rasgar sua garganta
antes mesmo que ela possa agir sobre eles. Apenas esse pensamento
envia uma onda de dor através do meu coraçã o, eu sei que mesmo se
ela me trair, nã o poderei fazer nada sobre isso.
Katrina realmente é meu ponto fraco. Nã o há como matá -la,
mesmo que ela se transforme em uma traidora como Gloria. No fundo,
sei que Katrina nunca fará isso. Nã o sei como sei, mas é a minha
intuiçã o.
Normalmente nunca está errada, mas Gloria provou que nem
sempre posso confiar nisso. Por que é entã o que Katrina parece
diferente? É porque eu posso realmente ver uma diferença agora? Com
Gloria, fiquei muito feliz por finalmente encontrar alguém que nã o se
opusesse a alguns dos meus desejos mais sombrios. Nunca me permiti
acreditar que ela pudesse ser outra coisa senã o a mulher que se
mostrava ser.
Mas depois de brincar com Katrina, sei que a submissã o de Gloria
era falsa. Nã o havia fogo atrá s dela. Era tudo uma fachada controlada.
Embora eu nã o saiba qual era seu jogo final, ela nunca se submeteu a
mim porque realmente ansiava por isso. Nã o houve perda de controle,
nem abandono selvagem. Nã o como Katrina. Katrina se entregou
totalmente a mim, sem reservas.
Quando foi a ú ltima vez que Gloria fez isso por mim? Mesmo
depois de dar a ela orgasmos mú ltiplos, ela me agradeceu, beijou meus
lá bios e se virou para dormir. Superficial. Por que eu nunca vi isso
antes? Porque eu era jovem e apaixonado. É por isso. Eu deixei meus
pensamentos ficarem nublados. Mas agora que sou um vampiro, agora
que tenho muito mais bom senso do que antes, meu pensamento está
claro.
Luka me observa, seus lá bios se abrindo em um sorriso enquanto
ele estuda meu monó logo interior. Isso é exatamente o que ele quer. Ele
quer me tornar um corno para Katrina, para me curvar a todos os
caprichos dela que ouço, mas eu me recuso. Gloria pode ter zombado de
mim, mas isso nunca vai acontecer com Katrina.
Mesmo que ela seja tã o inocente quanto parece, sempre a
observarei. Eu sempre saberei. A princípio, a pró pria ideia de
transformá -la em vampira era repugnante, mas se for eu quem a
transformar, seus pensamentos serã o tã o claros quanto ela falando
comigo.
Com esse conhecimento, vou mantê-la tã o satisfeita que tudo em
que ela pode pensar é em Luka ou em mim, ou Luka provavelmente a
matará . Puro e simples. Fechando meus olhos, respiro fundo vá rias
vezes. Estou projetando. Sei quem eu sou.
Katrina nã o é a culpada aqui. Ela nã o é a cadela mentirosa e
manipuladora que me traiu, o tempo todo fingindo dor de cabeça ou
algo assim para escapar de fazer sexo comigo.
Mesmo agora, os olhos de corça de Gloria se arregalam, cheios de
lá grimas de sangue enquanto ela me encara sob o peso implacável do
pé de Luka. Ela é o inimigo. Ela ousou ameaçar o que mais significava
para mim. Sem Katrina, minha vida seria vazia, sem sentido. Ela ousou
ameaçar o ú nico santuá rio que eu tinha neste lugar esquecido por Deus.
— O que você pretende fazer com ela?
— Estou me sentindo magnâ nimo. Já planejei o castigo dela, mas
adoraria que você fizesse as honras. — Ele enfia a mã o no bolso e tira o
que parece ser um cinto de castidade, só que este parece nã o ter
fechadura.
Pequenos picos pontilham a superfície de metal, cada ponta
brilhando com uma nitidez perversa conforme ele a vira na luz. Minhas
bolas apertam quando noto a crescente histeria de Gloria na minha
visã o periférica. Ela está apavorada. Como ela deveria estar. Eu nunca
brinquei com medo. Gostei da adrenalina ao jogar com um parceiro cuja
energia combinava com a minha? Absolutamente.
Isso é diferente. É visceral. Seu terror é palpável no ar, uma nota
amarga que queima minha garganta. Algo profundo dentro de mim se
agita quando seu corpo vibra no chã o. Nesse ponto, Luka move o pé, em
um borrã o de movimento, Gloria está aos meus pés, seus dedos
agarrando os sapatos de grife em que ele me calçou.
Eu nã o me importo se ela os estragar. As coisas materiais nã o
significam muito. As coisas que significam alguma coisa sã o as pessoas.
Ela estava morta. Ela deveria estar morta. Minha mente ainda gira
enquanto tento aceitar a apariçã o diante de mim. Ela é tã o real. Tã o
viva, bem, tã o viva quanto alguém pode estar e ainda ser um vampiro.
Quanto mais a vejo implorar por misericó rdia com grunhidos e
gemidos guturais, mais tudo se encaixa, alinhando meu coraçã o e
minha mente. Este é o fechamento que eu precisava. Eu praticamente
implorei a Luka por isso, pensando que ele era o responsável pela
morte dela. E de certa forma, ele era, mas nã o no sentido humano da
palavra. Meu cérebro volta para o navio, para as poucas interaçõ es que
tivemos. Eu estava convencido de que todas eram apenas um sonho
febril causado por TEPT7 e alucinaçõ es, mas eram reais.
Cada merda que aconteceu comigo foi real. — Por quê? — A
palavra saiu antes mesmo que eu pudesse impedir que ela saísse de
meus lá bios. Com um sorriso esbugalhado, Luka se inclina e remove o
anel, permitindo que Gloria fale. Ela nã o faz. Em vez disso, ela encosta a
cabeça no meu sapato e soluça.
Ao mesmo tempo, o mundo girava em torno de suas lá grimas,
seus sorrisos, suas necessidades e desejos. Eu teria movido céus e terra
para fazê-la feliz. Ela nã o era apenas minha parceira no trabalho, mas
também minha parceira na vida, minha outra metade. Porra, eu tinha
planejado pedi-la em casamento nã o muito tempo no futuro. Mas entã o
ela estava morta. Arrancada. Meu coraçã o foi com ela.
Mas agora vejo tudo claramente. Cada toque, cada risada, cada
suspiro. Era tudo uma mentira. Ela nunca me quis. Ela nunca desejou
meu domínio do jeito que ela liderava. Meu olhar volta para as telas em
branco, desejando que o rosto de Katrina reapareça, mas Luka nã o me
permite. Por que ele iria? Nem uma vez, desde que fui transformado, ele
facilitou alguma coisa para mim.
Gloria choraminga, sua bunda se erguendo no ar enquanto ela
força a parte da frente de seu corpo ainda mais para baixo. Como se de
alguma forma ela pudesse reunir submissã o suficiente para reprimir a
raiva que girava no fundo do meu coraçã o. Seus ruídos sã o irritantes,
patéticos até o â mago. Tenho certeza de que sã o tã o falsos quanto ela.
Ela nã o quer que eu a machuque e fará de tudo para escapar desse
castigo.
— Nã o vou me repetir.
Gloria fica de joelhos, numa postura que faz lembrar as cenas
anteriores. Se nã o fosse pelo sangue que escorria por seu rosto e se
acumulava na base de seu pescoço, seria como qualquer outra sessã o
de jogo.
— Por que tem tantas conotaçõ es...
Eu envolvo meus dedos ao redor da coluna de seu pescoço,
apertando por um breve momento. — Você sabe exatamente o que
estou perguntando. Chega de jogos.
— Ele me ofereceu a eternidade. — Gloria encolhe os ombros,
seus olhos assumindo um brilho opaco de desamparo. Como se aquela
frase pudesse mudar a trajetó ria de nossas interaçõ es, mas agora é
tarde demais para isso.
Cada fibra em mim exige recompensa, e nã o é apenas por suas
açõ es enquanto ela ainda estava viva. O pró prio fato de ela representar
uma ameaça para o novo objeto de minha obsessã o é demais para lidar.
Com um empurrã o do meu braço, eu a jogo longe, ignorando o baque
doentio quando sua cabeça atinge o chã o.
Um mero solavanco nã o vai matá -la. Isso seria uma ilusã o. — Por
favor — ela geme, sua voz baixa e lamentável. — Por favor, deixe-me
fazer as pazes com você.
Eu olho para Luka, olhando para ele em busca de conselhos. Ela
nã o é mais minha para controlar ou punir, na verdade. Esse é o trabalho
de Luka. No momento em que ela dormiu com ele, ela nã o era mais
minha. O fato de ele estar me permitindo ajudar é um leve bá lsamo
para a ferida devastada em meu coraçã o.
O problema é que nã o há forma de puniçã o que realmente me
satisfaça. Nã o é como se qualquer coisa que eu fizesse causasse um
efeito duradouro. Uma ou duas noites em seu caixã o, e ela estará como
nova. Entã o o quê? Ainda haverá a questã o da Katrina. Se ela ameaçou
sua vida uma vez antes, ela o faria novamente.
Nã o posso ficar com ela vinte e quatro horas por dia. É duvidoso
que Luka se importe o suficiente para dedicar um guarda para Katrina
também. Mas como matar um monstro? Se eu soubesse disso, teria feito
o trabalho dias atrá s e poupado todo mundo do problema... mas entã o
Katrina ficaria sem um guardiã o.
— Eu ouço seus pensamentos dolorosos enquanto eles giram em
torno de seu cérebro. — Luka murmura, passando por cima do corpo
de Gloria para chegar até mim. — Você sofre demais com coisas que
estã o além do seu controle. Eu prometo a você, nã o vou ouvir esse
lamento incessante por séculos. Ou você encontra uma saída desse
pâ ntano miserável em que se encontra, ou eu farei isso por você.
Seus lá bios deslizam sobre os meus. Apenas um breve toque de
pele com pele, mas é o suficiente para trazer uma onda de excitaçã o
através de mim, tã o forte que quase dobra meus joelhos. Eu tenho que
ficar forte para Katrina. Eu nã o tenho outra escolha. Em vida, fui um
soldado, sempre em busca do bem maior. Na morte eterna, minha
missã o ainda deve ser a mesma, mesmo que seja um pouco distorcida.
Deslizando minha mã o para a nuca de Luka, eu o puxo para mais
perto de mim e coloco meus lá bios nos dele. Como vampiro, o mundo
agora está aberto para mim de uma forma que eu nem poderia
imaginar, e devo agradecer ao meu criador por isso. Agora, nunca vou
me cansar, nunca vou ficar fraco. Ele me deu uma oportunidade, pela
primeira vez, preciso agarrá -la e torná -la minha.
A mã o de Luka desce, agarrando minha ereçã o endurecida através
do tecido. Com um toque experiente que só vem com a experiência, ele
desliza os dedos para cima e para baixo, apertando aqui, puxando ali.
Ele nã o é gentil. Suas mã os sã o exigentes, á speras. Elas nã o sã o como
nada que eu já experimentei antes e provavelmente nunca mais. Se
esses sã o os pequenos prazeres que me sã o proporcionados como
vampiro, posso muito bem ceder.
Gemendo, deixo meu corpo relaxar, permitindo-me desfrutar do
toque de Luka em vez de forçar meu cérebro para longe. Só porque o
velho Jackson nã o achava os homens atraentes, nã o significa que este
novo Jackson nã o possa. Verdade seja dita, provavelmente ainda nã o
acharei outros homens atraentes, mas por algum motivo, nã o consigo
tirar Luka do meu sistema.
Pode ser que ele esteja fazendo uma lavagem cerebral em mim
para aceitar seu toque. Muito provavelmente, foi o que aconteceu com
Gloria. Ele lançou algum feitiço sobre ela, arrastando-a para longe do
meu lado e para o dele. Pouco a pouco, ele desgasta minhas pró prias
paredes, me persuadindo a ir para a escuridã o com ele, dia apó s dia, eu
escorrego um pouco mais.
Há algo tã o decadente na paixã o que Luka me dá . Como se eu
fosse a ú nica pessoa no quarto com ele. Eu sei que está tudo na minha
cabeça, mas é bom ter alguém além de Katrina realmente se
importando comigo. Gloria com certeza nã o. Comparando-a com Luka e
Katrina, vejo agora o quã o fria ela realmente era. Quã o distante.
Eu mereço ser o objeto da obsessã o de outra pessoa, por Deus,
vou absorvê-la como um deserto esperando pela chuva. Os lá bios de
Luka se curvam contra os meus enquanto sua mã o puxa mais uma vez
meu pau. — Você pensa demais, meu servo. Um dia desses, as rodas
pararã o e você apenas sentirá .
Afastando-se, ele arrasta um dedo pelo meu pau e circula a cabeça
do meu pau, extraindo um gemido ilícito dos meus lá bios. Se eu ainda
fosse humano, nã o seria capaz de sentir isso sob minhas camadas de
roupa. Do jeito que está , é o roçar do tecido na minha pele sensível que
a torna muito mais prazerosa.
— Mas — ele continua, caminhando até Gloria. — Temos outros
assuntos a tratar.
Mais uma vez, ele agarra Gloria pela nuca e a força a cair no chã o
na minha frente. — Abra. — Mais uma vez, seus lá bios tremem
enquanto ela luta contra a compulsã o, mas nã o há como fugir de seu
comando. O tom de Luka nã o permite discussã o. Por mais que lute, ela
nã o tem escolha a nã o ser obedecer.
Meu pau estremece enquanto observo o jogo de emoçõ es em seu
rosto. Pela primeira vez, ela nã o consegue se esconder atrá s daquele
exterior gelado. Tudo agora está exposto diante de mim. Cada vacilada,
cada contraçã o. Eu me deleito com isso. Fechando meus olhos, eu
arrasto seu perfume profundamente em mim. Eu a cheirei antes
quando a segurei em meus braços.
Quantas noites eu respirei seu perfume em mim enquanto me
aconchegava com ela, adormecendo com os sons suaves de sua
respiraçã o? Mas agora, com meus sentidos aguçados, é muito mais
complexo. É como se eu nã o tivesse conseguido respirar durante toda a
minha vida, de repente, estou sobrecarregado.
É uma cacofonia de aromas, mas quanto mais eu me aprimoro,
mais consigo identificar notas e nuances. Há partes em Gloria que
sempre serã o as mesmas. O cheiro almiscarado de sua excitaçã o ainda
está lá , embora agora esteja enterrado sob camadas de terror. É aquele
cheiro predominante de medo que traz uma gota de pré-sêmen para o
topo do meu pau.
Gemendo, observo enquanto Luka mais uma vez desliza o anel
entre os lá bios e atrá s dos dentes. A língua de Gloria chicoteia contra o
metal, como se por pura vontade ela pudesse empurrá -lo para fora. A
ú nica maneira de sair de sua boca é se Luka ou eu removê-lo, ou se por
alguma habilidade estranha, ela for capaz de arrancar ele com os
dentes.
Com os incisivos da frente faltando, nã o é difícil imaginar o resto
dos dentes cedendo. Balançando a cabeça, forço esse pensamento do
meu cérebro, em vez disso, me concentro na fina linha de baba
escorrendo por seus lá bios. Hipnotizado, eu fico olhando enquanto a
gota cai no chã o com um plop quase inaudível.
Como humano, eu nunca teria chegado nem perto de ouvir isso,
mas agora, eu ouço tudo. A respiraçã o de Gloria vem em suspiros
irregulares, o ritmo pró ximo ao meu. A principal diferença é que a
minha é de excitaçã o. Algo muda por dentro conforme o monstro em
mim se aproxima da superfície.
Luka desliza os dedos pelo couro grosso na parte de trá s da
cabeça dela, segurando Gloria imó vel. Posso fazer o que quiser com ela
e ninguém vai me impedir. Toda a dor, toda a raiva finalmente terá um
receptá culo. Gloria será o corpo frio de quem extraio minha vingança,
desta vez, ela nã o pode dizer nã o.
O poder sobe à minha cabeça e eu balanço por um momento
enquanto a sensaçã o inebriante toma conta de mim. Ela nã o pode dizer
nã o. Tudo e qualquer coisa que eu sempre quis fazer com ela, eu posso.
Meus dedos flexionam e soltam quando começo a andar de um lado
para o outro, chamando cada má goa de cada injustiça em minha mente.
Já é ruim o suficiente ela ter mentido para mim. Já é ruim o
suficiente ela ter dormido com o inimigo. Cristo. Estávamos caçando
Luka juntos. Ele era a prioridade nú mero um antes mesmo de ela
“morrer”. Ela fodeu o maldito inimigo.
— Na sua cama, devo acrescentar. — Luka interrompeu, os lá bios
mais uma vez deslizando naquele maldito sorriso malicioso. Ele sabe
que está me provocando. Ele está adicionando combustível a um fogo
que nã o precisa de mais gravetos. Eu já estou quente o suficiente.
— É verdade? — Luka afrouxa o aperto o suficiente para Gloria
acenar com a cabeça, seus olhos se arregalando como se para transmitir
algo com um olhar.
É tarde demais para isso agora. Sem sequer pensar nisso, eu abro
meu punho e deixo minha mã o voar, minha palma se conectando com
sua bochecha tensa. O som é como tiro, instantaneamente, eu recuo.
Nunca bati em uma mulher antes. Assim nã o. Nã o com raiva. Olhando
para Gloria, um pedido de desculpas repousa em meus lá bios. Mas
entã o ela se vira para mim, seus olhos brilhando com um ó dio interior
que eu nunca soube que poderia existir nela.
Ela escondia bem esse lado de si mesma. — Tire esse maldito
anel, Luka. Ela obviamente quer conversar.
O sorriso desaparece de seus lá bios quando ele estende a mã o
para pegar minha camisa. A força quando ele me puxa para frente quase
rasga o tecido. Desta vez, é a vez dele de olhar para mim. — Nã o se
atreva a me dar ordens, lacaio. Nã o é você quem manda. Você assume o
controle ao meu capricho, por enquanto, essa troca me diverte. Mas
nunca pense em me dar ordens de novo. Você entendeu?
Ele aperta o botã o novamente, dando vida à s telas. Katrina anda
de um lado para o outro, suas mã os se contorcendo a cada passo. O
pouco que resta do meu coraçã o vai para ela. Ela está tã o assustada, tã o
sozinha. Mais uma vez, esqueci a missã o. Katrina é minha missã o agora,
nã o revisitar velhas má goas.
— Você tem o começo de uma vida perfeita aqui. — continua
Luka. — Nã o estrague tudo. Em breve, Katrina estará comendo na
palma da sua mã o, a submissa perfeita. Alguém que você pode rasgar
em pedaços e deixar curar apenas para fazer tudo de novo. Pense,
rapaz. Chega de esperar dias ou semanas para brincar com ela o
má ximo que puder. O brinquedo de foda perfeito. Nã o jogue tudo fora
porque você deixou sua cabeça levar o melhor de você. Ainda sou eu
quem mando. Ela ainda respira porque eu quero que assim seja.
Ele tem razã o. Por mais que eu odeie admitir, Luka está certo. Por
que estou jogando fora a aparência de felicidade por causa de uma
boceta que nã o conseguia manter as pernas fechadas? Mesmo agora, ela
olha para mim, como se tudo isso fosse minha culpa. Como diabos eu
causei tudo isso. Uma calma mortal toma conta de mim enquanto
inclino minha cabeça, me submetendo a Luka no momento.
Ele é a ú nica coisa que mantém Katrina e eu vivos. Por mais que
eu o odeie, ele ainda está no controle. É verdade, sua coleira em torno
de mim parece estar ligada ao respeito. Se eu respeitar ele e suas
decisõ es, sou livre para fazer o que quiser. Contanto que eu nã o fique no
meu pró prio caminho, posso ter tudo - uma submissa que me deseja,
um Mestre que sabe como distorcer minha mente até que eu
desmorone sob seu domínio.
Nunca pensei em mim como um switch, mas Luka nã o me deu
escolha. É um pequeno sacrifício que estou disposto a pagar para
segurar Katrina em meus braços. Um sorriso levanta meus lá bios
enquanto meu cérebro gira com nada além dela - seu cheiro, seu toque,
a sensaçã o de seus lá bios nos meus. É puro êxtase. E agora, posso
brincar com ela como quiser, sem recursos. Desta vez, quando olho de
volta para a tela, seu terror percorre minha espinha, enchendo meu ser
com luxú ria pura e nã o adulterada.
Ela sempre estará segura comigo, mas por dentro ela nã o saberá
disso. Ela nã o será capaz de aceitar mentalmente as coisas que
pretendo fazer com ela, mas seu corpo sim. Querido Deus, seu corpo vai
ondular ao redor do meu como Luka, eu dou a ela o prazer que ela
anseia.
Nã o me importo que ela lute contra a escuridã o dentro dela. Eu
luto também. Mas juntos... juntos podemos governar o mundo. O sangue
escorrerá de nossos lá bios enquanto nos banqueteamos. Em breve,
poderei lamber ela, sangue e excitaçã o se misturando. Meu pau lateja
quando outra gota de pré-sêmen desliza para baixo, provocando um
arrepio em meu corpo.
Com mã os autoritá rias, Luka estende a mã o e puxa minhas
roupas, quase arrebentando os botõ es enquanto abre a braguilha.
Afastando-se da minha boca, ele agarra o tecido, enfiando os polegares
sob o elá stico da minha cueca e empurrando-a pelos meus quadris.
O rosto de Luka se suaviza quando ele me solta, minhas coxas
presas por minhas roupas rígidas. Em um surpreendente ato de
ternura, ele se ajoelha e passa a língua pelo meu pau, pegando o pré-
sêmen, saboreando-o com um suspiro suave.
A partir daí, ele puxa minhas roupas pelo resto do caminho e as
coloca sobre meus pés. Eu saio dos buracos, meu cérebro zumbindo. Eu
quero isso. Eu realmente quero que ele me satisfaça, para me forçar a
sua vontade. O prazer de seu toque é surpreendentemente gentil,
produzindo um gemido lá no fundo.
— Isso mesmo — ele sussurra, voltando a ficar de joelhos. —
Tudo isso e muito mais será seu. Minha ú nica exigência é que você
satisfaça meus desejos e me obedeça em todas as coisas. Isso é
realmente tã o difícil de fazer? Meu jugo é realmente tã o pesado que nã o
pode ser suportado?
Minha mente volta à s liçõ es da Bíblia que aprendi quando criança.
O fato de Luka se colocar no mesmo pedestal que Deus é ridículo
quando ele é claramente o diabo enviado para me enredar. Gemendo, eu
levanto meus quadris, meu corpo tremendo enquanto ele raspa suas
presas ao longo da ponta sensível.
Se eu olhar para baixo agora, tenho certeza que ele tirou sangue,
mas a queimadura nã o me detém. Em vez disso, isso me estimula.
Descendo a mã o, passo meus dedos pelo cabelo de Luka, grunhindo
enquanto ele desliza meu pau em sua garganta. Ele me leva fundo em
sua boca como uma prostituta experiente, por um momento, surge
aquela onda de ciú me.
Com esforço consciente, eu a reprimo. Nã o tenho controle sobre o
que ele faz ou com quem ele faz. Sussurros insidiosos voam sobre meu
cérebro enquanto ele me chupa, sua língua lambendo a parte de baixo
do meu pau enquanto ele chupa com força. Pontadas de dor quando ele
passa suas presas sobre mim só aumentam as sensaçõ es que giram em
meu corpo.
Minhas bolas apertam quando Luka puxa apenas a minha ponta,
deixando seus dedos fazerem parte do trabalho. Ele aperta, levando-me
apenas ao ponto de dor antes de ceder. Mais e mais, ele me leva à beira,
provocando-me com a ponta da língua e seu toque experiente. Arrepios
percorrem minha espinha quando ele se afasta e olha para mim, o
sangue manchando seus lá bios. Eu deveria estar furioso por ele me
tratar com tã o pouca consideraçã o, mas nã o me importo mais.
Um rugido sai da minha garganta quando eu caio no chã o na
frente dele e fundo minha boca na dele, provando meu sangue dentro
de sua boca. O mundo fica branco quando eu o empurro para o chã o.
Ele permite. Por alguma razã o, Luka permite que eu seja o perseguidor
desta vez.
Provavelmente porque ele quer que eu finalmente desista. Ele nã o
está me forçando agora. É tudo eu agindo de acordo com meus desejos.
Com a boca ainda conectada com a dele, eu me atrapalho em seu cinto,
arrancando-o no momento em que a fivela se solta. A partir daí, é um
emaranhado de membros enquanto Luka rasga minha camisa,
expondo-me a seu olhar faminto.
— Perfeiçã o — Luka murmura enquanto seus dedos finos
trabalham nos botõ es de sua camisa. Logo, nó s dois deitamos lá , nus.
Meu peito arfa enquanto o desejo me queima de dentro para fora. Luka
é uma está tua, mal se movendo, eu estudo seu corpo na penumbra.
A maneira como seus mú sculos ondulam a cada movimento, a
maneira como seu cabelo macio brilha quando ele passa o polegar por
seus lá bios exuberantes. Eu o quero. Deus me ajude, mas eu o quero.
Desta vez, nã o é por causa da Katrina. Nã o é ceder aos caprichos de
Luka para salvá -la de alguma ameaça desconhecida. O que temos agora
é paixã o crua e animalesca.
Em uma onda de movimento, me estico sobre Luka, prendendo
suas mã os acima de sua cabeça. Seus lá bios se torcem em um sorriso
enquanto ele se deita embaixo de mim, esperando que eu dê o primeiro
passo. Ele quer isso. Ele quer que eu foda com ele. Assim, ele pode dizer
que escolhi esse caminho.
— Nã o. Se. Mova. — Minha voz é rouca e á spera enquanto me
agito sobre ele. Nã o é um comando. Em vez disso, é um apelo. Parte de
mim sabe que se ele quebrar esse feitiço de alguma forma, eu vou
recuar. Meu cérebro substituirá minha necessidade e pensarei demais
em tudo. É o que eu faço.
Luca deve saber disso. Ele nã o luta como eu esperava. Em vez
disso, ele apenas dá de ombros, um movimento fluido que transforma
meus joelhos em geleia. Virando-me, lanço a Gloria um olhar sombrio. A
cadela fodeu com ele. Na minha cama. Agora, ela pode assistir enquanto
seu semideus é fodido por mim.
É um círculo completo, realmente. A ú nica coisa que tornaria isso
perfeito é se Katrina estivesse aqui na mistura, seu corpo suado e
cansado com o esforço enquanto Luka e eu a tocávamos à nossa
vontade. O quanto eu quero que Gloria assista isso, para ver o que ela
poderia ter tido se ela nã o fosse à vadia falsa que acabou sendo.
Deixo Luka por um momento e corro para Gloria. Agarrando-a
pelos cabelos, eu a arrasto até uma parede pró xima e grito por um
conjunto de restriçõ es. Se ela acha que seus gritos de indignaçã o
dolorida farã o alguma coisa para me deter, ela ainda nã o entende o que
está acontecendo.
O velho eu está morrendo lentamente. A agonia bate em mim
quando Gloria se contorce em meus braços, implorando com grunhidos
e ganidos distorcidos para ser solta. Parte de mim ainda quer obrigar,
soltá -la e permitir que ela saia da minha vida.
A parte de mim que está assumindo o controle, me engolindo em
um abismo negro, nã o dá a mínima. Ela me machucou profundamente.
Ela ameaçou a mulher que eu amo. Ela fodeu com o homem que possui
as chaves do meu ser. Isso nã o vai durar.
Luka se vira para o lado e se apoia no cotovelo, observando o caso
com o mesmo distanciamento de um gato olhando para um pedaço de
barbante enquanto seu dono tenta convencê-lo de que é uma criatura
viva a ser atacada. Desdém. Todo o caso o entedia. E por que ele deveria
realmente se importar? Ele fez as pazes com seus demô nios séculos
atrá s. Eu sou o ú nico que ainda está lutando.
A submissa de antes entra na sala em passos silenciosos. O tilintar
das correntes é a ú nica coisa que me alerta de sua presença. Agarrando
o metal de suas mã os, prendo as algemas nos pulsos de Gloria antes de
puxar a corrente no ar para passar por cima de um pedaço de metal
saindo da parede. Isso a força a ficar de joelhos, Gloria se contorce, seu
corpo balançando para frente e para trá s enquanto ela tenta se libertar.
— Certifique-se de que ela assista a tudo isso. — eu rosno para a
submissa, colocando meu dedo sob seu queixo para forçar seu olhar
para o meu. Por um momento, ela olha para mim, seus olhos
desprovidos de emoçã o, antes de deslizar seu olhar para Luka. Faz
sentido que ela precise da permissã o dele para seguir minhas ordens,
mas isso ainda me irrita. Só um pouco.
Luka responde a ela, o russo saindo de seus lá bios em um
grunhido agudo. Meu pau balança com cada sílaba á spera, no momento,
nã o dou a mínima para Gloria ou essa submissa sem nome. Tudo o que
me importa é meu pau enterrado no fundo da bunda de Luka com
minhas presas em sua garganta.
A garota acena quando ele termina e pisca para mim. Depois de
um momento, eu a solto e observo enquanto ela puxa uma faca fina. A
lâ mina mortal brilha nas luzes enquanto ela a segura no pescoço de
Gloria. O cheiro de seu terror se intensifica, encharcando o quarto com
o aroma pú trido.
— Eu ficaria perfeitamente imó vel, Gloria. — Luka intervém,
cortando qualquer potencial, apelo sem palavras de seus lá bios
esticados. — Qualquer movimento brusco, ela pode e vai cortar sua
cabeça. Você já viu esta faca em açã o antes.
Olhando para Luka, minha respiraçã o fica ofegante enquanto
caminho de volta para ele. Ele fica lá , passivo enquanto eu mais uma vez
me coloco entre suas coxas, mas sei que é tudo uma fachada. A qualquer
momento, ele pode mudar isso tudo. Ele pode rasgar minha garganta,
acabando comigo com um golpe de sua mã o.
O fato de que ele está escolhendo se submeter a mim neste
momento me liga a ele de uma forma que eu nunca esperei. Algo
semelhante à ternura se desenrola em meu coraçã o, mas nã o é a mesma
coisa. Nã o é terno no sentido de um marido possuindo sua noiva jovem
e virginal. É mais como... apenas um pouco menos selvagem do que eu
sentia antes de entrar neste quarto. Luka é lindo daquele jeito de
predador enjaulado.
De tirar o fô lego.
Afundando ainda mais de joelhos, observo com fascínio como seu
pau estremece com cada leve roçar de carne contra carne. Ele
permanece imó vel, como má rmore esculpido, apenas esperando que eu
faça meu movimento. E é entã o que eu sei qual é o jogo final dele. Ele
precisa de mim para dar esse passo, para levá -lo a um torpor
alimentado pela luxú ria.
Eu sabia desde o começo, mas vê-lo, senti-lo, cheirá -lo... Ele sabe
que eu quero isso, mas ainda estou lutando. Eu meio que esperava que
ele me jogasse no chã o e me pegasse como sempre faz, mas ele sabe
que isso nunca vai me agradar. Eu tenho que ser o ú nico a fazer esse
movimento. Isso me toca profundamente por dentro tanto quanto me
enfurece.
Sei que ele está brincando comigo. Ele está apostando em meus
desejos para me dominar, como tudo mais, ele está certo. Ele sempre
esteve certo. Gemendo, eu alinho meu pau com seu cu, levando apenas
um momento para cuspir na minha mã o para me lubrificar. É mais
consideraçã o do que ele já me mostrou.
No fundo, eu sei que ele nã o se importaria se eu o pegasse cru e
bruto, mas tanto quanto é da minha natureza machucar, eu nã o consigo
simplesmente nã o me importar. Mesmo no meu estado mais sá dico,
nunca quis que o ato sexual parecesse nada menos do que incrível.
— Bem, você vai me foder ou está esperando para me levar ao
baile primeiro? — Apesar de ter uma faca na garganta, Gloria ri, eu vejo
tudo vermelho.
Já é ruim o suficiente ela ter me traído, mas chegar a um ponto em
que ela está prestes a se machucar e ainda assim zombar de mim? É
muito. Olhando para baixo, noto o sorriso presunçoso no rosto de Luka
e sinto o controle começar a escapar de minhas mã os. Um golpe verbal
bem calculado e estou pronto para rasgar sua garganta novamente. Por
que ele nã o pode simplesmente me permitir este momento?
Porque você nunca terá vantagem comigo. Eu possuo você,
meu lacaio. Eu possuo cada centímetro de você - sua mente, seu
corpo. Pena que você não possui mais uma alma, ou eu também a
possuiria. Assim como Katrina, você é meu. Você nunca será livre a
menos que me mate.
— Faça isso. — ele sussurra, seus lá bios mal se movendo
enquanto profere a tentaçã o final. Seria tã o fá cil acabar com tudo isso
agora. Mas matá -lo seria me matar. Nã o estarei mais lá para proteger
Katrina, potencialmente matando-a.
Ter sentimentos tã o conflitantes surgindo dentro de mim é
avassalador. Minha cabeça gira enquanto meu cérebro e corpo lutam
um contra o outro. Seria tã o simples. Eu olho de volta para a tela,
notando os movimentos frenéticos de Katrina enquanto ela rasteja pelo
quarto, seu ombro nunca deixando uma superfície só lida.
Eu tenho que viver, mesmo que apenas por ela. Tenho que ser a
proteçã o, o amortecedor entre ela e as maquinaçõ es malignas de Luka.
Eu olho de volta para o meu algoz, notando a leve inclinaçã o de seus
lá bios. Ele sabe tudo. Ele ouve tudo. Ele vê tudo. E caramba, apesar de
tudo isso, ele ainda me quer. Apesar de conhecer meu desejo ardente de
matá -lo, ele ainda sente prazer em meu corpo.
Ser mantido cativo pelo diabo é sentir sua queimadura. Fechando
os olhos, deslizo a ponta do meu pau sobre a pele plissada de seu
buraco inferior, estremecendo com o sentimento tabu de tudo isso.
Antes de Luka, nunca tinha experimentado um homem. Agora, aqui
estou, prestes a transar com ele, nã o porque ele me ordenou, mas
porque eu quero.
Eu o quero com o mesmo desespero que desejo Katrina. Eu o
quero se contorcendo debaixo de mim, gritando seu prazer da mesma
forma que ele me forçou a gritar o meu. Quero minha porra escorrendo
de seu corpo enquanto eu arranco um orgasmo dele. E acima de tudo,
quero que Gloria veja como seu Deus é corrompido pelo meu pau.
Nã o lhe dando mais preâ mbulos, eu avanço, o anel apertado de
seu cu me apertando de uma forma que eu nunca pensei ser possível.
Faço uma pausa, minha cintura presa pelo aperto forte que ele tem
sobre mim. Respirando fundo, forço meu caminho através de seus
mú sculos, notando o cerrar dos dentes de Luka. Olhando para ele,
observo o jogo de emoçõ es que cruzam seu rosto.
Bem, eu serei amaldiçoado. Afinal, o monstro pode sentir.
Apoiando-me em uma mã o, deslizo a outra para envolver sua garganta,
prendendo-o no chã o. Eu sei que ele pode mudar o roteiro a qualquer
momento, mas há algo tã o eró tico em segurá -lo ali, envolvendo-me na
ilusã o de controle.
Nó s dois sabemos quem está realmente no comando, pela
primeira vez, nã o sou eu. Mas também, pela primeira vez, tudo bem.
Nã o há problema em deixar ir por apenas um momento e me derramar
neste homem, esta besta... este monstro. Luka mostra suas presas
enquanto eu avanço os ú ltimos centímetros, enchendo-o com meu pau.
Seus mú sculos internos pulsam sobre mim, apertando,
massageando meu pau. Um gemido decadente sai dos meus lá bios
enquanto seu pau roça minha barriga, empurrando no ritmo de seu cu.
Nã o há nada como tê-lo à minha mercê sexual, vendo a prova de seu
desejo se projetando como um mastro.
Uma gota de pérolas pré-sêmen no topo, nã o consigo mais resistir.
Curvando-me, forço minha coluna a se curvar para que eu possa lamber
sua fenda, deleitando-me com os gemidos suaves enquanto ele enfia os
dedos em meu cabelo. Luka puxa os fios, liberando algo dentro de mim.
Com um uivo torturado, eu me levanto e agarro seus quadris,
prendendo-o no lugar enquanto fodo sua bunda. Logo, ele se levanta,
seus quadris encontrando os meus em um choque de carne. O som ecoa
no quarto, abafando os gemidos de prazer de Gló ria. Eu nã o dou à
mínima se ela está gozando por isso.
Agora, nã o é mais sobre ela. É sobre eu finalmente sucumbir ao
que quero e desejo, e agora nã o quero nada mais do que fazer Luka se
desfaça. Goze com o mesmo abandono selvagem que corre em minhas
veias. — Toque-se. — eu ordeno, minha voz profunda e rouca... nã o
mais meu timbre normal. É como se alguém ou alguma outra coisa
tivesse tomado conta do meu corpo.
Em vez de lutar contra mim, Luka estende a mã o entre nó s, seus
dedos segurando o pau grosso entre suas coxas, empurrando-se
enquanto eu bombeio para dentro e para fora. — Aproveite enquanto
pode. — ele geme, a cabeça rolando para o chã o enquanto se masturba.
— Depois desse gostinho, você vai voltar a ser minha vadia. Minha
porra vai pingar de você novamente em breve.
Suas palavras sã o vulgares quando ele murmura tudo o que quer
fazer com o meu “pequeno cuzinho apertado”, em vez de me enfurecer
com uma raiva impotente como normalmente faço, algo lá no fundo se
abre e vibra no fundo do meu estô mago. Eu nunca me submeto a
ninguém, mas neste momento, eu me submeteria a ele. Só ele. Além
disso, enquanto ele estiver ocupado me fodendo, ainda serei eu quem
possuirá e cuidará de Katrina. Isso nunca vai mudar.
A ú nica coisa diferente é que nunca mais terei medo de nossas
sessõ es. Se Luka dando prazer a si mesmo com meu corpo sente algo
pró ximo do que eu sinto transando com ele, entã o quem sou eu para
negar isso a ele. Fechando meus olhos, eu deixo meu orgasmo quebrar
sobre mim. Minhas bolas apertam, raspando contra as de Luka
enquanto apertam impossivelmente. Relâ mpagos correm pela minha
espinha enquanto a porra sai do meu pau profundamente na bunda de
Luka.
Gemendo, eu fico olhando maravilhado enquanto Luka se curva,
sua pró pria porra saindo, pintando seu corpo com o fluido branco. —
Solte Gloria. Eu quero que ela o limpe. — eu rosno. — Deixe-a provar o
desejo que fiz seu amante expelir.
Luka revira os olhos, virando-se para a submissa com outra
enxurrada de russo. Com um aceno de cabeça, ela levanta a corrente,
puxa a faca para trá s e fica encostada na parede, com a cabeça baixa.
Gloria olha para a faca por um momento antes de olhar para Luka e
para mim. Com uma graça apenas suportada por vampiros, ela começa
a se levantar, seu rosto presunçoso contraído em expectativa.
— De joelhos, puta. — eu grito, emocionado com o espasmo de
Luka ao redor do meu pau amolecido. — Eu quero que você rasteje. E
entã o, quando você chegar aqui, quero ouvir você implorar. Implore
pela porra que você lambeu tã o livremente.
Os lá bios de Luka se curvam quando ele olha para mim, diversã o
dançando em seus olhos. Essa é a primeira vez que vejo humor
verdadeiro dele, apenas uma pequena parte de mim se orgulha de ter
sido eu quem trouxe aquele sorriso verdadeiro para o rosto dele. Mais
uma vez, ele fala com a garota em russo, ela acena com a cabeça antes
de desfazer o anel. — Você com certeza é mandã o. — ele me provoca. —
Alguém já te disse isso? — Seu sorriso nunca vacila quando nos
olhamos.
— Eu fiz. — murmura Gloria, deslizando de volta para o chã o.
— Nenhum de nó s perguntou a você. — Luka grita, olhando para
sua forma deitada. — Agora rasteje seu traseiro até aqui como uma
cadela maldita e faça o que Jackson lhe ordenar. Ou você pensou que
seu cheiro de excitaçã o em nossa foda me faria esquecer o que você
tentou fazer com Katrina?
A raiva sai dele, eu me encontro endurecendo novamente
enquanto permaneço dentro de Luka. Mais uma vez, ele olha para mim,
os pequenos mú sculos ao redor de seus lá bios se contraem enquanto
ele tenta abafar o sorriso. — Acalme-se, garoto. Você vai precisar do seu
pau para mais tarde. — Olhando para a parede, ele fala com a submissa
um momento antes de plantar os pés no chã o e se afastar de mim.
— Raechka — ele continua enquanto se afasta, alheio a porra
derramada de sua bunda — Vai te limpar. — Seus olhos endurecem
enquanto ele me observa ficar de pé. — Você coloca um dedo nela de
uma forma sexual, eu vou cortar seu pau e alimentar você com ele. Você
nã o vai me desafiar nisso.
E, em um instante, voltamos a ele sendo o Mestre e eu sendo seu
sú dito nã o tã o disposto. Além disso, Luka nã o tem com o que se
preocupar. Minha mente está muito ocupada com ele, Katrina e Gloria
para sequer olhar para outro vampiro. Com um aceno de cabeça, a
pequena submissa sai da sala, seus passos silenciosos.
Em tudo isso, quase esqueci por que estava aqui em primeiro
lugar. Nã o era para fazer sexo destruidor da terra com Luka; era para
provar um ponto para Gloria. Olhando de volta para as telas, meu
coraçã o e meu pau batem dolorosamente enquanto assisto a queda de
Katrina na loucura.
Como eu nã o quero nada mais do que entrar em seu quarto e
abraçá -la, assegurando-lhe que somos reais, e logo ela será como nó s.
Mas eu nã o posso. Luka proibiu. Eu me preocupo muito com a humana
frá gil para contrariá -lo nisso. Meu olhar estreito desliza de volta para a
víbora rastejando em nossa direçã o, sua excitaçã o pairando sobre ela
como um perfume forte, uma reminiscência das senhoras da igreja mais
velhas se encharcando para mascarar o cheiro da morte.
É tã o forte, tã o perfumado. Isso me dá vontade de vomitar. Eu
fodendo Luka deveria ter tido o efeito oposto. Deveria ter provado a ela
que eu estava pronto e capaz de colocá -la em seu lugar. No entanto,
tudo o que fez foi deixá -la molhada. Mesmo agora, enquanto ela se
aproxima, vejo o pingar atrá s dela. Ela nunca ficou tã o molhada para
mim. É apenas um subproduto de ser um vampiro? Ou toda a nossa
vida juntos foi uma mentira?
Fechando meus olhos, permiti que a pequena submissa arrastasse
panos quentes sobre meu pau e bolas, limpando-me da porra que já
estava secando em minha pele. Respiro fundo, forçando meus
pensamentos para longe de qualquer coisa sexual, apenas para ter
certeza de que Luka sabe que nenhuma reaçã o é por causa dessa
mulher.
Ela é tã o pequena, seus olhos arregalados quando ela olha para
mim, quase infantil. Se eu a visse como humana, pensaria o pior de
Luka. Ainda assim, nã o há como provar que ele nã o trafica crianças.
— Chega — Luka berra, sua voz forte ecoando no espaço. Gloria
se encolhe, parando em sua jornada humilhante. — Raechka, deixe-nos.
Ele está mais do que limpo o suficiente.
Com uma pequena reverência, ela sai do quarto, com os olhos
fixos no chã o. — Eu nunca disse para você parar, Gloria. — Luka rosna,
seus olhos brilhando em um vermelho opaco sob as luzes fracas. —
Você vai parar com essa linha de pensamento, Jackson. — ele fala, me
prendendo com seu olhar irado.
— Nunca negociei, nem jamais negociarei com crianças. Posso ser
um monstro, mas até eu tenho meus limites. Raechka é minha irmã , nã o
que isso seja da sua conta. Ela foi deixada para morrer, com a garganta
cortada. Fiz a ú nica coisa que sabia fazer. Eu a transformei. Ela tinha
doze anos, muito jovem para deixar este mundo. Agora, você tem
alguma outra pergunta sobre minha ética antes de continuarmos?
Balanço a cabeça, minhas mã os tremendo enquanto o observo. É
alívio? É isso que eu sinto? Algo dentro se solta, permitindo-me
respirar. Ser um monstro já é ruim o suficiente, mas pensar que
precisaria me banquetear com crianças me manteve acordado a maior
parte do dia. Nunca quis admitir isso em voz alta, mas saber a verdade
torna a eternidade muito mais suportável.
A expressã o de Luka se suaviza enquanto ele me estuda, ouvindo
meus pensamentos tã o claramente como se eu falasse. — Somos
monstros, Jackson. Mas até os monstros têm padrõ es. — Gloria sobe em
Luka, com a língua aparecendo enquanto ela se aproxima.
Em vez de prestar atençã o nela, ele olha para mim, acariciando
seu pau enquanto nossos olhos se encontram. Eu também massageio
meu pau, gemendo quando o sangue aumenta, me deixando duro mais
uma vez. Mais uma vantagem da minha existência imortal. Nã o sou
mais um Johnny de uma ou duas vezes. Agora, posso praticamente ficar
duro sob comando se tiver ingerido sangue suficiente.
Luka enfia as mã os no cabelo de Gloria, segurando-o com força o
suficiente para que ela grite. O sangue pulsa pelo meu pau com seus
sons lamentáveis. Hoje à noite, vou me deleitar com seu desconforto da
mesma forma que ela se divertiu em pegar meu coraçã o e pisoteá -lo.
Embora eu nunca tenha esquecido a noite em que encontrei o quarto
dela coberto de sangue, suspiro ao saber que aquele pesadelo nã o vai
mais me assombrar depois disso.
Tudo o que ela fez comigo - cada risada à s minhas custas
enquanto ela se divertia com Luka em nossa cama. Toda vez que ela me
visitava no navio e me fazia pensar que eu estava enlouquecendo,
deixando-me como ela fez enquanto me fazia pensar que ela morreu
uma morte horrível. Tudo isso termina esta noite.
Uma vez que o corpo de Luka está o mais limpo possível, ele se
levanta, a mã o ainda em punho no cabelo dela. Ela grita quando os fios
caem no chã o. A dor dela nã o deveria me deixar mais duro, mas deixa.
Eu sou uma vara enquanto eu olho para ela se contorcendo em
desconforto. Ele a arrasta pelo chã o, ignorando suas mã os enquanto ela
o agarra, exigindo que ele a deixe ir.
Mais uma vez, ele pega o anel de metal e o coloca atrá s dos dentes,
examinando-a para garantir que se encaixa corretamente. Com os
lá bios em uma linha firme, ele traz de volta para mim e estende a mã o, a
bainha de metal brilhando nas luzes.
— Põ e isto. Castigue-a por conspirar contra sua futura serva. Ela
planejou matá -la. Beber seu sangue até que Katrina tivesse dado seu
ú ltimo suspiro. Gloria... essa boceta, essa nada... achava que era mais
importante, que só a submissã o dela a mim garantia a vida eterna dela.
Luka faz uma pausa por um segundo, pesando o metal na mã o
antes de continuar. — Eu pensei em como puni-la, mas sinceramente,
isso é mais uma absolviçã o para você. Katrina é sua. Como tal, você é o
ú nico a mantê-la segura e protegida. Aqui.
Gloria grita quando pego a bainha de Luka e a estudo. Embora eu
nunca tenha usado nada no meu pau antes, parece simples. Há uma
faixa na base para envolver minhas bolas, mantendo o metal no lugar.
Mas o que ele esperava que eu fizesse com isso?
Mais uma vez, ele joga Gló ria no chã o e puxa para trá s a tira de
couro que segura o anel, nã o mais fingindo carinho ou delicadeza. O
sangue escorre do canto de sua boca enquanto a abre, o anel forçando
sua boca aberta. Tudo fica claro quando ele a empurra para frente,
alinhando seus lá bios esticados sobre a cabeça do meu pau.
Posso fazer isso? Posso realmente prejudicar outra pessoa a esse
ponto? O olhar de Luka perfura o meu enquanto ele a segura lá ,
mantendo-a imó vel enquanto tomo minha decisã o. Conhecendo-o, está
acontecendo de qualquer maneira. Ele está apenas permitindo que eu
extraia vingança desta mulher por seus crimes contra minha
companheira.
Eu congelo quando a palavra voa pelo meu cérebro. Até este
momento, Katrina era mais uma posse, um prêmio, nunca alguém tã o
pró ximo de mim. Mas conforme reviro a palavra em meu cérebro,
quanto mais ela se encaixa, mais eu gosto dela, mais desejo vingança. Os
lá bios de Luka se curvam novamente enquanto ele olha para mim.
Ele sabe.
Querido Deus. Ele sabe.
Nã o consigo manter isso em segredo, agora Luka sabe exatamente
o quanto Katrina é preciosa para mim. Ele nã o hesitará em usá -la ainda
mais forte contra mim.
Não. Eu não hesitaria. Mas lembre-se, enquanto você for meu
bom soldadinho, sua companheira, nossa conquista, estará segura.
O coração dela pode pertencer a você, mas o corpo dela pertencerá a
nós. Companheira ou não, ela também é minha.
Fechando os olhos, sigo a voz de volta à sua origem, tentando
desesperadamente ouvi-lo como ele me ouve. É fraco, confuso, mas aqui
e ali, capto fragmentos, pensamentos que ele prefere manter em
segredo. Pensamentos tã o perigosamente pró ximos aos meus. Embora
seus pensamentos sejam mais animalescos, como imagens mais do que
palavras, eu os vejo enquanto eles se juntam.
Quem sabe se ele está me permitindo esse momento, mas
aproveito ao má ximo, vasculhando pensamentos, memó rias, desejos,
tudo como se estivesse acontecendo em tempo real. Ele está
apaixonado por Katrina quase tanto quanto eu. Os sentimentos que ele
possui em relaçã o a ela, embora mais voltados para o lado sá dico do
que os meus, sã o tã o carentes, tã o desesperados para mantê-la segura.
No momento em que ele ouviu os pensamentos de Gloria, foi isso.
A prostituta assinou sua sentença de morte. Nã o sei como ela vai
morrer. Luka nã o está permitindo que isso venha à tona, ou isso ou
ainda nã o sabe, mas de qualquer forma, em breve, Gloria nã o existirá
mais.
Esse pensamento deveria me entristecer, considerando tudo o que
ela e eu passamos. Ela nã o era apenas minha parceira. Ela era mais.
Luka sorri para mim, mostrando os dentes enquanto continuo a
vasculhar seu cérebro.
Companheira.
Nossos cérebros colidem nessa ú nica palavra, nó s dois
endurecendo com os instintos possessivos e protetores de reivindicar e
manter a salvo. Agora sei que ele nunca fará mal algum a Katrina. Ele
nã o pode. Machucá -la seria cortar a ú ltima emoçã o restante que ele
possui.
Eu recuo, notando a raiva queimando em seu olhar, mas nã o é de
mim. Pela primeira vez, sua raiva se limita apenas à mulher ajoelhada
entre nó s. Permitir que eu aceite essa parte da puniçã o é doloroso para
ele. Ele obviamente nã o quer nada além de vê-la sofrer e obviamente
me vê como muito fraco e humano para fazer o trabalho.
Mas é aí que ele está errado.
Oh... Oh, ele está tã o errado.
Agora que meu cérebro e coraçã o estã o de acordo sobre quem e o
que Katrina é para nó s, nã o haverá misericó rdia para Gloria. Nosso
passado nã o ditará o futuro dela. Eu aceno para Luka, transmitindo a
ele o melhor que posso que vou lidar com isso. A tensã o drena de seu
corpo enquanto ele me encara. Quase posso ouvir as palavras: “Nã o
estrague tudo”, mas sei que nã o estã o lá . Elas nã o sã o dele. Ele está
tirando completamente a mã o da situaçã o e me permitindo lidar com
isso... a primeira demonstraçã o verdadeira de que ele confia em mim.
Agarrando minha ereçã o, deslizo o metal frio em meu pau,
observando o ajuste confortável. Ele envolve meu pau como uma
segunda pele. Apenas no caso, eu pego a faixa e enrolo em minhas
bolas, gemendo com a sensaçã o de aperto. Os olhos de Gloria se
arregalam quando ela pega a bainha, balançando a cabeça para frente e
para trá s tanto quanto Luka permite.
Até este momento, ela provavelmente nã o pensou que eu tinha
isso em mim, mas oh, ela está errada. Qualquer ameaça a minha
companheira é uma ameaça a mim também. Deslizando a mã o pelo
rosto dela, seguro sua bochecha por um momento, olhando em seus
olhos. Nã o há nada além de terror nessas profundezas. Meus olhos
voam para Luka e depois para a tela. Um sorriso suave surge em meus
lá bios enquanto observo Katrina, meu corpo queimando de desejo por
ela.
— Juntos — murmuro, olhando de volta para Luka. Seu sorriso
combina com o meu quando ele se inclina, seus lá bios roçando os meus.
Sua mã o empurra para frente enquanto eu encaixo minha ponta no
anel, certificando-me de que todos os pregos possam passar por ele
antes de avançar.
Gloria engasga quando Luka empurra a cabeça dela o resto do
caminho, forçando as pontas afiadas profundamente em sua garganta.
Sangue quente cobre meu pau, salpicando o ar com aquele aroma
picante, metá lico e glorioso. Conforme os pregos cortam sua pele
delicada, sei que nã o há como voltar atrá s.
Talvez tudo isso tenha sido o jogo final de Luka de qualquer
maneira, mas de qualquer maneira, sinto o monstro se contorcendo por
dentro, se contorcendo profundamente dentro de mim, banhando-se no
sangue de Gloria. Uma luxú ria frenética bate em mim quando as pontas
dos pregos se cravam em sua garganta, cravando-se por apenas um
momento antes de eu recuar, rasgando o tecido macio.
A ú nica maneira de descrever a sensaçã o sã o as vibraçõ es
irregulares de uma faca de carne rasgando a carne. Eu vi dentro e fora
de sua boca, cada impulso e puxã o arrastando para fora outro gorgolejo
de dor. Luka se inclina, seus lá bios descendo nos meus. Ele continua a
empurrá -la para mim enquanto eu fico lá , minhas mã os acariciando seu
rosto enquanto sua língua invade minha boca.
Eu nem tenho que empurrar mais. Com uma mã o, Luka segura a
parte de trá s da minha cabeça, prendendo-me sob o ataque de seu
beijo, enquanto a outra força a cabeça de Gloria para frente e para trá s
no meu pau. Gemendo, coloco minhas mã os em sua cabeça, segurando-
a perto enquanto despejo minha porra em sua garganta.
A queimadura ó bvia que pinga sobre seus tecidos esfolados a faz
se contorcer, cravando-se mais profundamente nas pontas. Eu a deixo. A
partir deste momento, ela nã o significa mais nada para mim. Afastando-
me, arranco meu pau de sua boca. Ainda está duro por causa da bainha
e da faixa em volta das minhas bolas. Mais sangue jorra enquanto eu
saio do anel.
Gloria se ajoelha ali, ofegando enquanto sangue e porra escorrem
de rasgos em sua garganta. Ela nunca pareceu mais gloriosa. O monstro
em mim abre caminho, destruindo os vestígios finais da minha
humanidade, muito parecido com o que a bainha com pontas fez com
ela. Eu me contorço, sentindo esse novo eu.
Antes que eu possa dizer qualquer coisa, Luka dá um passo para o
lado e pega um pedaço fino de metal. É como arame de prisã o, só que
mais fino. As bordas perversas brilham na luz suave enquanto ele o
segura em volta do pescoço de Gloria. Com os olhos frenéticos, me
implorando para salvá -la, ela estende a mã o, sua respiraçã o
borbulhante enviando respingos de sangue para o chã o.
Eu nã o dou à mínima. E é aí que percebo que abracei totalmente o
monstro dentro de mim. Normalmente, eu faria qualquer coisa para
salvá -la, mesmo depois de toda a merda que ela me fez passar. Mas
agora ela é como uma barata debaixo do meu pé, esperando para ser
esmagada.
— Mesmo na morte, ela se apega aos ú ltimos vestígios da
humanidade... patética. — Com um puxã o de seus pulsos, ele envolve
seu pescoço e puxa, separando sua cabeça de seu corpo. — Está feito.
CAPÍTULO OITO

Luka

Encaro o corpo arfante de Jackson, seu torso salpicado com o


sangue de Gloria. Eu nunca esperei que ele me envolvesse como ele fez.
Com toda a honestidade, eu esperava que ele agisse como eu e
assumisse o controle total da situaçã o, mas ele nã o o fez. Mais uma vez,
ele me surpreendeu. Prazer dispara através do meu nú cleo enquanto eu
empurro o corpo flá cido de Gloria entre nó s e puxo Jackson para mais
perto.
É perigoso. Muito mais perigoso do que eu esperava inicialmente.
Pela primeira vez em quinhentos anos, alguém escapou das minhas
defesas. Ele conseguiu ver meus pensamentos, algo que nenhum servo
meu jamais conseguiu. Meus dedos se enroscam em seu cabelo
enquanto coloco minha boca de volta na dele, precisando
desesperadamente estar de volta no controle.
Eu nunca esperei permitir esses mortais sob minha pele,
especialmente Jackson. Ele entrou naquele navio de cruzeiro,
determinado a me matar. Eu nã o precisava ler seus pensamentos para
saber disso. E agora, aqui estamos nó s, seu pau pingando sangue e
porra, e nã o quero nada mais do que reivindicá -lo novamente.
Um pequeno desenrolar de emoçã o desliza pelo meu coraçã o,
despertando nervos que deveriam estar mortos há muito tempo. Eu
deveria odiá -lo, odiar os dois, mas nã o consigo fazer isso. E é isso que
os torna perigosos. Felizmente, ninguém mais estava aqui, exceto minha
irmã , e ela nunca revelará nada.
Se alguém visse, seria minha ruína. Embora concedido, se alguém
decidisse matar qualquer um deles para chegar até mim, isso ainda nã o
me afetaria fisicamente, esse é o pensamento que preciso para me
fortalecer agora. Minha língua desliza para o calor voluntá rio de
Jackson, eu me perco no homem abaixo de mim.
Haverá tempo mais tarde para examinar esses sentimentos,
principalmente quando eu estiver longe da mente curiosa de Jackson.
Ele é muito mais forte do que qualquer outra pessoa que já transformei,
e pela primeira vez, estou feliz por ter enredado tanto ele quanto
Katrina. Isso evitará que qualquer um deles aja e me coloque em perigo.
Eles me protegerã o com suas vidas, pois minha morte significará sua
pró pria morte.
No início, eu pretendia permitir que Jackson reinasse totalmente
sobre Katrina. Parecia justo que meu animal de estimaçã o favorito
tivesse um animal de estimaçã o, alguém que eu pudesse usar como um
porrete, mas agora que meus verdadeiros sentimentos por ela foram
revelados, nã o tenho escolha a nã o ser reivindicá -la ao lado dele. Dessa
forma, nenhum deles pode vir atrá s de mim.
Deslizando minha palma para baixo, eu seguro as bolas de
Jackson, deliciando-me com seu gemido enquanto ondula sobre minha
pele. Eu o desamarro e deslizo a bainha, jogando-a no chã o. Dobrando
meu tornozelo ao redor dele, eu o deixo cair no chã o e o cubro com meu
corpo. Embora ele já tenha gozado duas vezes, seu pau ainda está duro,
exigindo liberaçã o.
Grunhindo, empurro suas pernas para cima, quase o dobrando ao
meio. Eu nã o brinco com preliminares. Nã o há cuspe para aliviar meu
pau, honestamente, Jackson nã o entenderia se eu de repente mudasse
de ideia e tornasse as coisas prazerosas. Ele nã o confiaria nisso,
pensando que era apenas mais um estratagema para mexer com sua
cabeça.
E talvez eu devesse. Mas nã o hoje. Minha necessidade é muito
grande. Nã o muito longe da carcaça de Gloria, eu me jogo contra
Jackson, estremecendo com seu grito de dor. Embora o machuque, seu
pau se esforça contra mim, mostrando-me a batalha entre seu corpo e
sua mente.
Deslizando minha mã o entre nó s, eu agarro o ó rgã o dueo,
segurando-o em um punho apertado, arrancando outro grito delicioso
dele. Eu toco seu corpo, dando-lhe prazer e dor. Em breve, ele
aprenderá a aceitar ambos de mim, nã o satisfeito em ter um sem o
outro. O mesmo para Katrina. Nó s dois a marcaremos em nossa forma
de amor, convertendo-a a religiã o em que ela nos adora.
Apenas imaginar seu corpo apertado escorrendo sangue é o
suficiente para apertar minhas bolas, forçando a semente
profundamente na bunda de Jackson. Eu balanço para frente e para
trá s, deixando seu aperto forte arrancar o resto do fluido de mim
enquanto eu bombeio minha mã o para cima e para baixo. Logo, seu
corpo explode quando ele goza, sua ejaculaçã o revestindo sua barriga,
semelhante a como a minha foi a poucos momentos atrá s.
Desta vez, no entanto, nã o há ninguém para engolir. Nesse
sentido, lamento que Gloria nã o esteja mais entre nó s. Ela era um
aspirador de porra tã o bom, mas eu nã o podia permitir que ela vivesse.
Nã o depois da trama que descobri. Uma vez que ela quebrasse minha
confiança, seria apenas uma questã o de tempo até que ela fizesse isso
de novo. Quem sabe. Da pró xima vez, ela poderia ter conseguido.
Meu corpo se contrai, meus sentidos em alerta má ximo enquanto
esse pensamento martela em meu cérebro. Por mais que eu adore
brincar com Katrina, provocá -la, curvá -la à minha vontade, precisarei
transformá -la em breve. Essa será a ú nica maneira de mantê-la segura.
É muito mais fá cil matar um humano do que um vampiro.
Saindo de Jackson, volto para as telas, estudando o terror em seu
rosto enquanto ela cai mais fundo na psicose. Ela vai quebrar a
qualquer momento, e estaremos lá para juntar os cacos. Enquanto isso,
preciso tornar a Rú ssia o mais segura possível para ela. Uma vez que ela
liberte o monstro dentro de si, nã o será um problema, mas com ela, isso
pode demorar um pouco.
— Enviei coordenadas e instruçõ es para o seu telefone. Limpe-se
e vá em frente. Eu cuidarei de Katrina enquanto você estiver fora.
Lembre-se. — eu paro, virando-me para sorrir para meu novo
protegido. — Você tem que matar o chefe da família. Uma vez que ele
esteja morto, todos aqueles abaixo dele também morrerã o.
Ele balança a cabeça, levantando-se do chã o. Seus passos sã o
quase silenciosos quando ele passa por mim. Por um breve momento,
ele faz uma pausa, as pontas dos dedos deslizando pela parte inferior
das minhas costas em uma carícia suave, quase como um amante, como
folhas.
Maldito seja. Eu nã o deveria sentir nada por este homem. Inferno,
eu nã o deveria nem dar a mínima para o que acontece com Katrina, mas
aqui estou eu, com séculos de idade e sentindo medo pela primeira vez
desde que me lembro. É por isso que você nã o tem coisas preciosas.
Uma vez que elas quebram, os fragmentos cortam profundamente.
Preciso recuperar o controle que parece estar passando por entre
meus dedos como a neve que derrete na tundra. Mais uma vez, eu
encaro Katrina, meus lá bios puxando para trá s em um sorriso. Ainda
pretendo brincar com minha comida, essa parte nã o mudou nada.
CAPÍTULO NOVE

Katrina

Olho para as janelas, as cortinas puxadas para trá s para que eu


possa ver o lado de fora. Nã o há conceito de tempo. Nã o mais. Meu
telefone nã o funciona. Os reló gios nã o funcionam. A ú nica coisa que me
faz companhia é a tagarelice fú til na TV, mas até isso é só barulho. É
repetitivo, nada como a companhia humana.
Balançando na cama, eu deslizo uma mã o entre minhas pernas. A
ú nica coisa que consigo fazer é gozar e dormir. É a ú nica coisa que
realmente passa o tempo. Minha pele está quente, quase febril, e o
terror volta. Devo estar doente. Seja o que for, devo tê-lo.
As cortinas tremulam por um momento, apenas uma sugestã o de
movimento, o suficiente para me fazer questionar se eu as vi. Eu me
levanto, caminhando para confrontar meu algoz. Nã o há nenhum
padrã o real, apenas um marrom opaco que parece girar diante dos
meus olhos. Gemendo, eu seguro o tecido na minha mã o, meu cérebro
determinado a chegar ao fundo do que realmente está acontecendo.
— Eu também acho essa sombra horrível.
Um grito sai da minha boca enquanto eu me viro, meus olhos fixos
em Luka. Excitaçã o e medo passam por mim enquanto ele avança, me
mandando para longe dele. Isso significa que estou dormindo? Eu me
abaixo, me beliscando. A sensaçã o é maçante, mas está lá .
A confusã o gira em minha cabeça enquanto Luka se espalha pelas
bordas, a imagem dele se dividindo em dois por um momento antes de
voltarem a ficar juntos. Uma falha. Essa é a melhor maneira de
descrever o que estou vendo. Algum tipo de falha visual estranha. Levo
os punhos até os olhos e os esfrego vigorosamente até que pontos de
luz apareçam atrá s de minhas pá lpebras fechadas.

Fosfenos8.
Lembro-me de ter lido isso uma vez, por algum motivo, ficou
comigo. Fosfenos. Deixei a palavra rolar em meu cérebro enquanto as
cores brilhavam atrá s de minhas pá lpebras. É algo real, tangível. Eu vejo
isso tã o claramente quanto vi as sombras esvoaçando sobre as cortinas
antes de abri-las.
Talvez nã o seja real entã o.
Talvez nada disso seja.
Com os olhos ainda fechados, eu caio no chã o e coloco os joelhos
no peito. Estou presa entre um mundo onde sonhos e pesadelos
ocupam o mesmo espaço. Estou andando em meio a uma névoa,
incapaz de determinar o que é real e o que nã o é. Eu costumava pensar
que nada seria uma façanha incrível de se alcançar. Sem preocupaçõ es,
sem cuidados, sem nada. Agora que existo neste mundo de nada, nã o
consigo mais lidar com isso.
Eu preciso de toque. Preciso de vozes, mesmo que estejam
sussurrando para que eu faça todas as coisas erradas. De alguma forma,
eu sei que vai parecer tudo tã o certo. Tirando minhas mã os do meu
rosto, eu olho de volta para Luka, meio esperando que ele tenha ido
embora, assim como todos os outros fantasmas em minha mente.
Mas ele está lá . Ele ainda está lá . Olhando para mim com um
estranho tipo de fascínio - como um cientista olhando para um inseto
sob um microscó pio. Eu já vi esse olhar antes. Foi o mesmo que Chet me
deu quando pedi para ele me bater, só que nã o há recriminaçã o nos
olhos de Luka, apenas curiosidade.
Estendo a mã o, meio que esperando que minha mã o atravesse a
miragem que conjurei, mas isso nã o acontece. Ele é só lido. Real. Ou tã o
real quanto meu cérebro confuso pode conceber. Ainda nã o há provas
de que isso nã o seja um sonho. Embora, sonho ou nã o, vou aproveitar
cada pedacinho enquanto durar.
Levantando-me do chã o, eu me lanço para Luka, quase rindo com
o olhar de choque que desliza em seu rosto por um breve segundo
antes de ele me pegar. Isso, mais do que qualquer outra coisa, me diz
que é apenas um sonho. Nã o há como Luka se surpreender. Ele parece
saber tudo a qualquer momento.
Assim que estou em seus braços, ele nã o perde tempo me levando
para a cama e me deitando. Sua respiraçã o fria roça minha pele
enquanto seus lá bios pairam sobre meu pescoço por apenas um
momento. Posso sentir sua hesitaçã o, embora nã o entenda por quê. É
um sonho. Podemos fazer o que quisermos.
Uma risada histérica borbulha em meu peito enquanto eu o
empurro, determinada a exercer minha pró pria vontade. De que
adianta sonhar se eu nã o forçar os limites? Ele é como uma está tua de
pedra, imó vel enquanto eu empurro para cima, tentando empurrá -lo
para que eu possa montá -lo.
Ele é uma força implacável me pressionando, quase me sufocando.
Cada respiraçã o é preenchida com seu perfume. É frio, assim como ele,
pois queima meus pulmõ es. Se eu fechar meus olhos, quase posso
imaginar estar lá fora na neve em vez de neste navio infernal.
Minhas pá lpebras tremulam quando algo frio e ú mido apimenta
minha pele. Neve! Eu fico olhando maravilhada enquanto flocos gordos
caem sobre mim, obscurecendo minha visã o. Como isso é possível?
Pisco de novo e balanço a cabeça. A neve se foi e em seu lugar está a
estú pida cabine do navio e o olhar fixo de Luka.
Ele está nu de alguma forma, um fato que nã o está totalmente
perdido em mim. Onde antes ele usava uma camisa de botã o e calça
elegante, agora ele é uma está tua sensual. Cada mú sculo ondula
enquanto ele se move. Eu deslizo meus dedos em sua pele, procurando
por algo dele, qualquer coisa.
Tremendo, eu me encolho nele, buscando calor, alguma coisa, mas
nã o há nada lá . Apenas carne fria e insensível. — Por favor. — As
palavras saem da minha boca antes mesmo que eu possa pensar. Nã o
sei o que quero ou mesmo o que procuro. O que eu preciso é
inexplicável e certamente nada que Luka possa entregar.
Quero promessas sombrias embrulhadas em um laço suave.
Quero o perigo beliscando meu pescoço com uma rede de segurança
debaixo de mim. Eu quero viver, mas também ser tã o consumida que
parece que estou morrendo. Eu abro minha boca para dizer a ele tudo
isso quando ele desliza seus lá bios nos meus.
Uma mordida afiada aqui, uma lambida ali. Dor seguida de
calmante. É como se ele soubesse o que eu preciso sem que eu
implorasse. Ele estica um dos meus braços e o segura na cama antes de
pegar o outro. Estou estendida diante dele, um sacrifício para ele
devorar.
Enquanto ele se afasta, percebo apenas um indício de caninos
afiados, mas é tã o rá pido, tã o fugaz que tenho certeza de que apenas
imaginei. Mesmo quando tentei interpretar com Chet, os vampiros
nunca apareceram. Nunca fui arrebatada por essa mania, mas aqui
estou, imaginando-os em todos os lugares. Um ou dois livros populares
depois, e sou uma viciada em vampiros.
Com um puxã o de seus pulsos, ele rasga minha camisa, revelando
a falta de um sutiã por baixo. Desde que meus dias começaram a borrar,
nã o coloquei mais calcinha. Qual era o ponto? Seus lá bios deslizam pelo
meu esterno, ignorando os picos doloridos que estã o desesperados por
seu toque.
Seus dedos encontram o có s da minha calça e a puxam para baixo,
seus lá bios seguindo em uma trilha ardente. Mais para baixo, ele vai até
que sua boca roça a pele macia e delicada dos meus lá bios inferiores.
Estremeço quando ele passa os polegares por eles, abrindo-me em uma
dança lenta e agonizante. Meu clitó ris dó i enquanto ele toma seu
tempo, me abrindo para ele, me estudando de uma forma que nenhum
homem jamais fez.
É como se ele estivesse me vendo. Nã o apenas meu corpo. Eu.
Minha pulsaçã o é alta em meus ouvidos enquanto sua respiraçã o sopra
através de mim. Eu quero tã o desesperadamente me arquear, forçar sua
boca no meu monte, mas eu resisto. Nã o quero quebrar este momento
entre nó s. Algo está acontecendo aqui, algo profundo e visceral. Em vez
de me tomar com uma necessidade implacável como de costume, ele é
lento, terno até.
Como um sonho.
Suspirando, deito-me, deleitando-me com os lá bios de Luka em
mim. Ele é tã o gentil, tã o diferente do que estou acostumada. Parte de
mim sabe que algo mais está por vir, tem que acontecer, mas eu
realmente nã o me importo. Depois de incontáveis horas e dias sem
nada, eu o aceitarei como puder. Se ele está sendo doce, ó timo. Se isso
se transformar em pesadelo e me devastar, arrancando a carne do meu
osso, nã o me importo mais. Eu só preciso acabar com esse tormento
monó tono que apodrece meu cérebro.
Sua língua serpenteia para fora, deslizando entre meus lá bios
internos e externos, me provando, fazendo uma refeiçã o com meu
corpo. Lento. Metó dico. Desliza para cima, faz uma pausa, gira em volta
do meu clitó ris e desliza para baixo. Ele mantém esse padrã o,
embalando meu corpo para que confie nele, meus quadris balançando
suavemente enquanto ele recompensa minha paciência com sua língua
mais uma vez em meu clitó ris.
Meu corpo está pesado, lâ nguido. Mesmo quando meus olhos se
fecham, eu sei que nã o é um sono de verdade. É onde eu já moro. É
onde eu existo. Lá grimas queimam meus olhos enquanto ele me leva ao
auge do orgasmo apenas para que ele se esgote. Seu tormento é o mais
delicioso e nã o porque me faz gritar de dor, mas porque me obriga a
ficar com ele neste momento.
Maldito Chet.
Quanto mais perto chego, mais memó rias surgem, memó rias que
guardei para nunca mais olhar. É como se sua língua os estivesse
sugando de mim, desenterrando-os dos recessos mais distantes da
minha mente, onde estavam escondidos com segurança.
— Desista. Dê-me tudo. Nã o se esconda mais de mim.
A voz de Luka sussurra contra a minha pele, mas ainda assim, sua
língua nunca para a jornada sem fim ao redor da minha boceta.
Gemendo, eu me mexo, apenas um movimento de um fio de cabelo,
indetectável, mas é claro, ele sabe. Ele sente isso, assim como com tudo
o mais. Fogo corre através de mim enquanto meus lá bios delicados
queimam. Nã o consigo identificar a causa da dor sem fim, mas me
afasto, a autopreservaçã o batendo em meu crâ nio.
Suas mã os fortes me seguram no lugar, nã o me deixando mover
um centímetro enquanto sua língua renova seu caminho, parando a
cada poucos momentos para lamber a pele macia antes de fazer seu
caminho de volta para o meu clitó ris. As lá grimas começam a cair de
verdade enquanto meu corpo se contorce, à beira do orgasmo. Eu quero
tanto gozar que é como uma cã ibra que começa no meu nú cleo e se
espalha pelo meu corpo.
Mais uma vez, ele me traz direto para aquela borda e me deixa
pendurada. Eu quase desejo que ele simplesmente me batesse, me
esfolasse viva se fosse preciso. Eu só preciso de alívio. Gemendo, eu
flexiono meus dedos, a sú plica em meus lá bios.

Luka
Meu pau pinga enquanto eu olho para sua boceta, encharcada de
excitaçã o e sangue. Ela é quente, oh tã o quente. Embora eu pretendesse
transar com ela, forçá -la a suportar minha agressã o, isso é
surpreendentemente muito melhor. A agonia em seu rosto é muito mais
prazerosa do que qualquer coisa que eu tenha visto em muito tempo.
Sua cabeça se debate para frente e para trá s enquanto um
balbucio fú til sai de seus lá bios. O fato de eu tê-la tornado
incompreensível é apenas mais uma camada para este delicioso lanche.
Como ela ainda é humana, seu sangue assume as vá rias notas de suas
emoçõ es. Agora, eles cantam com necessidade nã o correspondida e
apreensã o.
É um pouco mais sutil do que o medo absoluto, mas estou
descobrindo que gosto desse sabor muito mais do que do outro. É
quase como um caramelo quente sobre a mordida de sorvete de
baunilha frio, em oposiçã o ao açú car torrado, ainda quente do fogo.
Ambos têm seus benefícios e gostos, mas este me dá vontade de comê-
la.
Seus gemidos e choramingos suaves atraem meu pau, fazendo
meu pau inchar e pulsar enquanto eu lambo a guloseima tã o
habilmente espalhada diante de mim. Eu tinha me perguntado se
deveria amarrar seus tornozelos também, mas parte de mim queria ver
se ela lutaria. Ela nã o o fez, e a surpresa ainda mexe comigo.
Desde o momento em que nos olhamos pela primeira vez, ela
sabia que eu era um monstro, um predador. Embora eu tenha tirado de
seu corpo, ela nunca me deu de boa vontade. Agora, ela está aberta,
suas coxas tremendo com a força de sua contençã o. A parte animal de
seu cérebro, a porçã o reptiliana que a mantém viva, é o que bombeia
essa apreensã o por seu corpo e nã o algum medo profundo de mim.
Nã o sei por que essa distinçã o é tã o importante para mim, mas é.
Embora eu despreze o quã o suave esses dois estã o me deixando, a lasca
de humanidade que deixei se revela em sua confiança. Vou quebrá -la
com muito mais frequência do que mantê-la, mas os poucos momentos
em que ela se solta e realmente se entrega a mim sã o aqueles que vou
valorizar.
Me afastando, puxo minha faca de volta, deslizando a ponta em
um local diferente, sorrindo enquanto o sangue sobe e escorre,
cobrindo seus lá bios e manchas. Vou para o outro lado e faço outro
corte, deixando aquele sangue escorrer para se misturar com o resto.
Nã o é a dor que a faz se contorcer. Pelo contrá rio. A cada corte da minha
faca, ela fica ainda mais molhada, como naquela primeira noite no
navio.
Como é recordativo. Só que desta vez, embora ainda drogada, ela é
uma participante ativa. Ela geme e sussurra, balançando seus quadris
em mim. Está muito longe da primeira vez. Variando meu caminho bem
forjado, eu mudo as coisas e deslizo minha língua para baixo, reunindo
o sangue que escorre perto de onde sua boceta encontra sua bunda.
Sua inspiraçã o afiada enquanto passo a ponta da minha língua ao
longo dessa á rea sensível é reveladora. Meus lá bios se curvam contra
sua pele, bebendo o calor, a vida, a vitalidade que flui através dela. É
uma pena que tudo isso desapareça assim que a transformarmos, mas
valerá a pena ser capaz de destruí-la adequadamente sem ter que se
preocupar com algo tã o incô modo quanto sua morte.
O que resta do meu coraçã o murcho treme com esse pensamento,
eu sei com certeza que estou irrevogavelmente fodido. Eu rosno para
sua boceta, determinado a lutar contra qualquer coisa real ou
imaginá ria que ouse ameaçá -la. Ainda nã o tenho ideia do que ela tem,
mas ela sempre será minha.
Há um desejo possessivo aqui que nunca senti com nenhum dos
humanos que transformei. Um apó s o outro, continuei procurando por
isso, continuei buscando por isso. Inferno, eu pensei que Gloria seria
aquela que preencheria essa necessidade em mim, mas agora, a ú nica
humana que já conseguiu me agarrar de alguma forma é essa que se
contorce ao meu toque, me implorando para deixá -la gozar.
Esta pequena garota tem mais poder sobre mim do que meus
inimigos, e ela nem sabe disso. Tudo o que ela sabe é o prazer que estou
dando a ela, o orgasmo que estou prestes a forçar em seu corpo. Ela nã o
sabe que com um passo em falso, ela pode se machucar e quebrar os
sentimentos frá geis que se enrolam dentro de mim.
A raiva por deixar um verme humano tã o insignificante entrar em
meu coraçã o murcho enche meu corpo. A raiva é um sentimento que
conheço intimamente. É um que eu posso deixar para trá s. Perto da
cabeceira, Katrina balança a cabeça, suas palavras se tornando mais
confusas e incoerentes.
Uma se destaca entre todas elas, no entanto…. Chet. Eu ouço o
chamado melancó lico claro como o dia. Nã o sei quem é Chet, mas sei
que ele deve morrer. O fato de que estou tomando meu tempo com ela,
esbanjando-a com tanta ternura que posso reunir, e ainda assim, ela
liga para um idiota chamado Chet.
O nome fica como cinzas na minha boca enquanto me inclino para
beber dela. Espero que seu sabor mude e se prepare contra a doce
plenitude do desejo. Em vez disso, o toque acre de raiva explode contra
a minha língua. O que quer que esteja acontecendo em sua cabeça, nã o
é no prazer que ela está pensando. É raiva, quase ó dio.
Furando meu dedo indicador, passo meu sangue ao longo das
feridas, esperando que fechem antes de ir até ela. Os olhos de Katrina
estã o selvagens, vidrados e sem foco. O medo bate em mim enquanto
seguro sua cabeça em minhas mã os. Sua pele está febril, muito mais
quente do que deveria.
— Katrina. Eu preciso que você se concentre. Katrina. — Eu
seguro sua cabeça em minhas mã os, deixando a frieza tirar um pouco
do calor dela. Nã o sei o que está causando essa febre. A ú nica vez que
ela deixou este quarto foi para ser agradada por Jackson ou por mim, e
com certeza nã o podemos ficar doentes.
Esse é o problema dos humanos. Eles podem simplesmente ficar
doentes sem nenhuma razã o. A fú ria bate em mim enquanto desfaço
suas amarras e coloco seu corpo junto ao meu. Eu poderia chamar a
enfermeira, mas entã o ela saberia que eu dou a mínima para esta
humana, confio nos vampiros ao meu redor tanto quanto posso com
eles.
A menos que tenham sido feitos por mim, nunca poderei saber
verdadeiramente se estã o do meu lado ou nã o. Infelizmente, a maioria
dos que gerei morreram ou estã o no mundo, aumentando meu alcance.
Agora, mais do que nunca, gostaria de ter mantido mais deles em casa.
Inferno, mesmo alguns dos idiotas como Gage ou Joseph serviriam no
á pice. Mas isso é o que acontece quando você nã o dá a mínima para
quem te faz companhia.
Mesmo agora, estou amaldiçoando o fato de ter enviado Jackson
em sua missã o estú pida. Eu realmente precisava dele para provar sua
lealdade tanto assim? Ele realmente precisava aprender tanto a liçã o de
matar o pai de alguém? Eu nã o posso arrastá -lo de volta porque,
novamente, isso iria me fazer perder minha mã o. Ele já conhece meus
pensamentos, mas isso os solidificaria em sua mente.
Eu poderia transformá -la agora e manter tudo o que está
acontecendo a distâ ncia, mas entã o eu nã o poderia tê-la amarrada a
Jackson. Puxando Katrina para perto, ouço seu coraçã o enquanto
balanço para frente e para trá s, alisando minhas mã os frias ao longo de
sua pele aquecida. Ela geme, virando-se para mim, embora eu nã o saiba
dizer se é pelo prazer do meu toque ou pelo frescor da minha pele.
Os pensamentos giram em meu cérebro enquanto a seguro perto,
mantendo-nos pele com pele. A ú ltima vez que a febre foi um problema,
foi mortal. Puxando os lençó is, estudo seu corpo, procurando por
qualquer sinal de erupçã o cutâ nea. Sinceramente, minha progênie e eu
nunca fomos afetados pela epidemia que varreu a Rú ssia, mas vi tantos
humanos sucumbirem a ela que conheço alguns dos sintomas.
O problema é que nunca estive perto deles o suficiente para saber
exatamente o que aconteceu ou em que intervalos. É uma loucura
pensar que algo tã o mortal possa estar aqui, na minha propriedade,
mas coisas mais estranhas aconteceram. Empurrando-a para o meio da
cama, vou até minha calça e as visto antes de pegar meu telefone.
Tem que haver algumas respostas online. Com todas as
informaçõ es ao meu alcance, com certeza posso cuidar de uma humana.
Certo? Mexendo, digito minha consulta, clicando no primeiro site
médico. Meu sangue corre mais frio do que o normal, quase
congelando. Poderia ser realmente que ela tem câ ncer?
Eu olho para ela, uma carranca franzido minhas sobrancelhas. Se
fosse algo tã o ruim, eu nã o teria sentido o cheiro nela? Provado em seu
sangue? Ainda…. Eu rolo um pouco mais, examinando os sintomas.
Cada link deste site me leva a mais um artigo sobre câ ncer.
Eventualmente, chega a um sobre câ ncer testicular, e eu quase
jogo meu telefone, a raiva impotente borbulhando dentro de mim. Nã o
há como ela ter câ ncer testicular. Quantas malditas formas de câ ncer
existem? Enojado, começo uma nova busca, focando apenas em febres
mortais, mas mesmo isso é suficiente para assustar qualquer humano,
muito menos um imortal.
Balançando a cabeça, eu puxo os lençó is até o queixo, notando seu
corpo trêmulo quando os tremores começam a dominá -la. Mais uma
vez, coloco minha mã o em sua testa, uma pontada de preocupaçã o
percorrendo minha espinha. Tenho estado tã o fora de contato com os
humanos que sou incapaz até mesmo de cuidar de um.
Eu esfrego a mã o no meu rosto. Ela está ainda mais gostosa do
que antes. Depois de colocá -la na cama, abro a porta de seu quarto e
agarro o guarda pela garganta, jogando-o contra a parede.
— Você faz qualquer coisa para perturbá -la. Qualquer coisa. E vou
foder suas entranhas enquanto as estou puxando para fora de você.
Você me entende?
O guarda sem nome empalidece um pouco mais e acena com a
cabeça, seus olhos se arregalando quando eu me afasto. Foda-se tudo
isso. Assim que Jackson voltar, vou passar por todos que trabalham aqui
e garantir sua lealdade a mim. Eu apenas tomei tudo como certo, mas
agora nã o tenho esse luxo. Nã o até que ela seja uma de nó s.
Indo pelo corredor, pego meu telefone e mando uma mensagem
para Jackson, exigindo um relató rio. Eu poderia olhar dentro de sua
mente, mas agora estou muito preocupado com Katrina para permitir
que meu cérebro faça qualquer tipo de desvio. Além disso, tudo o que
conseguirei sã o seus pensamentos sobre o assunto. Isso nã o é
realmente a mesma coisa.
Eu vou até a enfermaria, meu telefone puxado com tudo que eu
preciso para manter Katrina bem e ser capaz de monitorá -la. A
principal coisa que todos mencionaram foi algo para esfriá -la. Por sorte,
sou uma geladeira ambulante, se quiser.
A cozinha felizmente está vazia enquanto eu ando abrindo vá rias
gavetas e tal. Como ela é nossa ú nica humana aqui, nã o temos tantos
suprimentos quanto deveríamos. A maior parte da lista está
lamentavelmente ausente. Já que ela será a ú ltima humana permitida
aqui, nã o faz sentido estocar agora. Nã o vai me ajudar no momento.
Embora seja fá cil levá -la para cima, nã o quero o que quer que seja
infectando todos os outros humanos - isso me fecharia para sempre.
Além disso, nã o costumo manter um médico na equipe. Se for
necessá rio, nó s os transportamos.
Pego o termô metro, mas nã o há mençã o de nada remotamente
parecido com acetaminofeno ou anti-inflamató rios nã o esteroides. Na
verdade, a maioria dos armá rios está vazio. Um rosnado rasga minha
garganta quando pego uma comadre e a jogo pelo quarto. Para que
serve uma comadre? Que eu saiba, ninguém aqui tem esse fetiche.
Quando estou prestes a sair, vejo um enema preparado. Embora a
pesquisa nã o tenha mencionado nada sobre isso, lembro-me de ser um
tratamento predominante quando vá rias epidemias diferentes
surgiram. Seria melhor tê-lo e nã o precisar do que precisar e ter que
descer e deixá -la em paz.
Meu telefone toca, felizmente, Jackson está voltando. Embora
tenham se passado apenas algumas horas, ainda pensei que levaria
mais tempo. Um vislumbre crescente de respeito se mistura com o meu
medo. Se ele for realmente tã o bom, será ó timo tê-lo por perto, e nã o
apenas como uma boa transa. Envio uma mensagem rá pida ordenando-
lhe que compre o remédio de que preciso e coloco meu telefone no
bolso antes que ele possa me fazer qualquer uma das centenas de
perguntas irritantes em seu cérebro.
Minha língua fica mais grossa na minha boca enquanto corro de
volta, a emoçã o obstruindo minha garganta. Felizmente, como nã o
preciso respirar, nã o estou hiperventilando, mas me sinto
perigosamente perto. Se eu nã o fechar minhas emoçõ es, nã o serei bom
para ela. Sei que há uma pequena chance de o que quer que esteja
errado ser mortal, mas minha ú nica lembrança da febre sã o as dezenas
de vidas que ela tirou.
O fato de eu realmente me importar com essa humana, é…. É
desconfortável. Logo depois de me transformar, nunca mais pensei na
vida humana, agora, aqui estou, debatendo mentalmente os méritos dos
enemas nas febres. Como os poderosos caíram e caíram duramente.
Gemendo, eu me forço para frente, ignorando os olhares
questionadores do guarda. Nã o o pago para se perguntar o que estou
fazendo, se o fizesse, ainda nã o seria da conta dele. Eu deslizo de volta
para Katrina e a puxo em meus braços, deixando sua cabeça pender.
Deslizo o termô metro e mantenho sua boca fechada enquanto espero o
bipe.
O silêncio é ensurdecedor. Esperamos lá , com meu proverbial
coraçã o na garganta enquanto vejo os nú meros subirem. 38°. Porra. Eu
a coloco de volta na cama e pego meu telefone, ignorando a enxurrada
de perguntas que eu sabia que estaria lá . Ele vai descobrir em breve.
Volto ao site popular e procuro a temperatura. Nenhum dos artigos é
bom.
Embora ela nã o esteja em grande perigo, ela pode precisar ir ao
hospital. Aqui fora, nã o há ninguém perto o suficiente para o meu gosto.
Nã o há maneira de contornar isso. Assim que Jackson voltar, teremos
que transformá -la. Nã o posso arriscar perdê-la para algo tã o estú pido
quanto uma maldita febre no século XXI. As pessoas nã o deveriam estar
morrendo de febre.
Examino a lista de causas de febre naquela temperatura e meu
estô mago revira. Tantas coisas podem estar erradas com ela, nem vou
saber dizer. Sei que posso descartar exaustã o pelo calor e queimaduras
solares, mas, novamente, ele lista o câ ncer junto com tantas outras
coisas que nã o tenho como diagnosticar.
Rastejando para a cama, pego Katrina em meus braços, cobrindo o
má ximo de sua pele que posso com a minha na esperança de baixar sua
temperatura. Arrepios explodem em sua pele enquanto eu a balanço
para frente e para trá s. Espontaneamente, as memó rias do meu
primeiro amor passam pelo meu cérebro. Achei que, depois de
quinhentos anos, o havia empurrado para longe o suficiente para nunca
mais senti-lo.
Mas nã o.
Como um fantasma do meu passado, ainda consigo evocar o rosto
dela. Nã o era febre nem nada do tipo; foi o parto. Seus gritos saltam em
meu crâ nio enquanto ela implorava para segurar nosso filho natimorto.
Ambos estavam cobertos de sangue. Deus. Tanto sangue. A parteira nã o
podia fazer nada. Ela a ajudou como pô de. — Violaçã o — ela
murmurou, colocando o bebê em uma mesa pró xima.
Eu nã o suportaria deixar minha esposa ver nosso filho assim, mas
ela insistiu, seu cérebro e olhos mal registrando meu pró prio rosto. Nã o
havia mal algum em permitir-lhe alguns momentos de paz antes que ela
também morresse. Lá grimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu o
colocava em seus braços, sussurrando seu nome para ela enquanto ela
estendia a mã o para ele.
Suas mã os mal conseguiam segurar seu peso insignificante
enquanto eu segurava os dois, ajudando-a a embalá -lo. Eu tinha que ser
forte. Eu tinha que ser o ú nico a mantê-la unida. Horas se passaram
enquanto ela continuava a sangrar, seu corpo ficando mais fraco a cada
minuto. Quando ela fechou os olhos para se juntar ao nosso filho, nã o
pude evitar o suspiro de alívio.
Era uma agonia vê-la sofrer. Meu coraçã o morreu naquele dia,
junto com os dois. Embora eu ainda nã o fosse um monstro, isso me
preparou muito bem. Afinal, bons monstros sempre têm a melhor
histó ria de fundo. Enterrei os dois ao amanhecer, colocando Eriks nos
braços de sua mã e. Governante eterno. Por isso escolhi esse nome.
Embora ele já tivesse partido, eu ainda esperava que ele fosse um líder
forte, mesmo nos céus.
Olhando para Katrina, o mesmo medo que me paralisou entã o se
aproxima de mim agora. Mesmo com o quã o poderoso eu sou, nã o
posso ajudá -la. Assim nã o. É tã o fá cil ligar para alguém pró ximo para
vir ajudar, mas eu nã o confio neles. Nã o confio em nenhum deles.
Ninguém jamais encostará um dedo na minha humana. Nunca. Jackson
é o ú nico homem em quem confio para nã o machucá -la.
Seus lá bios se movem enquanto ela se aconchega em mim, o
cheiro de medo e doença saindo de seu corpo. Chet. Chet sempre. O
ú nico consolo é que ela nunca diz o nome dele de maneira cativante. É
sempre com uma pitada de raiva e um toque de arrependimento.
Embalando sua cabeça em meu braço, eu me abaixo e abro suas
pá lpebras, olhando profundamente em sua alma.
Estando doente como ela está , ela nã o pode fechar suas memó rias
para longe de mim. Ela nã o pode se esconder atrá s de qualquer
pretensã o. Ela está ali para eu ver, crua e linda. As lembranças dela e
dessa desculpa patética de homem passam por sua mente como um
filme que nã o consigo parar e nem quero. Quero ver tudo o que ele fez
com ela. Bom e mau.
Embora ele nunca tenha sido cruel, ele nunca deu a ela nada que
ela precisasse. Eu observo como ele a rejeitou repetidamente, fazendo-a
se sentir barata, usada, estranha por suas tendências. As que ela trouxe
para ele eram mansas em comparaçã o com o que eu fiz com ela. Eu me
pergunto o que esse aspirante a político pensaria da minha garota
agora? Ela nunca mais terá que esconder quem ela é. Nunca.
Deixando sua pá lpebra cair, eu a seguro perto de mim novamente,
medindo sua temperatura a cada cinco minutos ou mais. É
provavelmente além do compulsivo, mas nã o tenho como saber como
avaliar o progresso dela. Mesmo com tudo isso, nã o vou mudar minha
opiniã o sobre os humanos. Eu nã o vou estudá -los e descobrir o que faz
seus corpos funcionarem ou quebrarem, mas se eu tivesse que fazer
tudo de novo, eu teria procurado pelo menos um médico e o forçado a
ficar por perto.
Minutos passam enquanto espero por Jackson neste quarto
horrível. Se eu tivesse certeza de que movê-la nã o pioraria as coisas, ela
estaria na minha cama e nã o aqui. O amanhecer está se aproximando.
Em breve, Jackson terá que estar aqui conosco ou encontrar abrigo em
outro lugar.
Irritaçã o e preocupaçã o deslizam pela minha espinha, tomando
conta. Nã o quero olhar para o telefone novamente por medo de ver
mais uma série de perguntas que nã o tenho vontade de responder.
Depois de uma eternidade, a porta se abre e Jackson corre para dentro
do quarto, seu olhar pousando primeiro em Katrina e depois em mim.
Desprezo à acusaçã o em seus olhos, como se de alguma forma eu
fosse à causa. — Eu nã o a machuquei ou a transformei, e a menos que
você queira que eu te curve sobre o corpo dela enquanto eu te fodo de
volta à submissã o, você vai muito bem tirar esse olhar do seu rosto. —
eu rosno, meus braços apertando em torno do seu corpo quente.
Os olhos de Jackson suavizam apenas um pouco enquanto
olhamos um para o outro, mesmo que Katrina esteja obviamente
doente, suas respiraçõ es retraem com a minha ameaça. — Bem? Entã o,
está feito? — Continuo manobrando meu corpo para que Jackson possa
se sentar. Eu nã o quero que ele saiba o quã o forte o pâ nico agarra meu
peito. Ele nã o pode me ver tropeçar ou vacilar. Nã o vou me permitir
perder a estima aos olhos dele.
— Está feito. — Sua voz é rouca, como se ele tivesse gritado. Ele
engole vá rias vezes, seus olhos desaparecendo por um momento. —
Você estava certo. Eu matei o líder deles, e o resto deles caiu, seus
corpos virando cinzas. O que há de errado com Katrina?
— Nã o sei. — Eu odiava admitir isso, mas negar nã o ajuda em
nada. — Este site diz que é câ ncer, mas nã o posso verificar isso.
Os olhos de Jackson se estreitam quando ele estende a mã o. —
Qual site?
— Um médico. — Eu entrego a ele meu telefone e deixo minha
mã o voltar para a testa de Katrina, fazendo movimentos suaves
enquanto forço meu eterno frescor em seu corpo febril.
Sua gargalhada faz minha espinha vibrar. A insolência dele rindo
de mim. — Nã o consigo ver o que é engraçado.
— Ninguém usa este site. Eles sã o famosos por assustar as
pessoas, fazendo-as pensar que estã o morrendo ou algo assim.
— Entã o ela nã o está ? Morrendo?
Ele balança a cabeça e a puxa para fora dos meus braços.
Instantaneamente sinto falta do peso dela. Preciso de toda a minha
força de vontade para nã o puxá -la de volta para onde é seguro. Estou
gostando cada vez mais de Jackson, mas isso nã o significa que ainda
nã o seja eu quem assumirá o comando de ambos. Se ele fizer algo que
prejudique a saú de dela, desejará a morte de Gloria.
— Eu nã o sou médico, entã o nã o posso dizer isso com certeza.
Qual é a temperatura mais atual dela?
— Está oscilando entre 38° e 39°.
— Hmmm. Nã o alto o suficiente para ser uma emergência.

— Nã o é Typhus9? — Jackson me encara com a incredulidade de


quem nunca viu uma febre devastar uma naçã o.
— Nã o é Typhus.
Hesito por um momento, detestando a ideia de parecer idiota. —
Nã o é câ ncer?
— Mais provável que nã o. Mas, novamente, nã o sou médico. O que
você quer que eu faça? Posso levá -la depois do pô r do sol, mas se nã o
baixarmos a febre, isso nã o vai ser bom.
Eu me levanto e caminho, detestando a falta de controle da
situaçã o. — Nã o. Nã o precisamos esperar. Eu digo para transformá -la.
Tenho brincado de Deus com a vida dela e nem mesmo percebido. Nem
me ocorreu que ela poderia ficar doente.
Jackson olha para o balcã o onde estã o os comprimidos dela e
estreita os olhos. — O que sã o esses?
— Hum? Oh. Apenas algo para ajudar a tornar esta viagem viva
para ela. Por assim dizer.
Seu corpo treme quando ele a puxa para mais perto. — Eles nã o
seriam nada parecidos com o que você me drogou, nã o é?
— E se fossem? — Eu me endireito em toda a minha altura,
lançando lhe um olhar penetrante. Apesar da humana doente entre nó s,
eu ainda o possuo. Inferno, eu possuo os dois. A coragem que ele tem
me questionando assim. — Eu nã o preciso que você a transforme, você
sabe. Ainda quer me questionar?
Ele se levanta, segurando Katrina em seus braços. — O uso
prolongado de drogas pode fazer com que os humanos fiquem doentes.
Inferno, você poderia ter sido a causa de tudo isso.
Assim como a doce Inessa. Se eu nunca a tivesse forçado a
conceber, ela poderia ter ficado comigo. Porra. Se ela nã o tivesse
morrido, eu nunca teria procurado a morte. Balançando a cabeça,
empurro os pensamentos recriminadores de volta para as partes
escuras da minha mente, onde eles pertencem.
— O que está feito está feito. Eu ainda digo para a transformamos.
Nã o faz sentido deixá -la morrer conosco. De acordo?
Eu posso ler seus pensamentos claros como o dia. Ele me odeia
por deixá -la doente, mas ele é muito esperto para brigar comigo sobre
isso em voz alta. Há um fio de preocupaçã o sob tudo isso, semelhante
ao meu. Isso me faz sentir um pouco melhor sabendo que nã o sou o
ú nico com suas rodas girando.
Se ao menos eu nã o tivesse encontrado aquele maldito site. Nó s
dois estaríamos em um lugar muito melhor. Mas nã o. É tã o
irresponsável, tã o repreensível, que exista um site desses. Imagine o
pâ nico desnecessá rio causado por uma simples busca. Porém, no que
diz respeito a Katrina, nada é desnecessá rio. O pâ nico pode ser maior
do que o necessá rio, mas o desejo de nã o deixá -la morrer nã o é
diminuído por um site estú pido que afirma que ela pode ter câ ncer.
Os lá bios de Jackson se abriram em uma linha sombria enquanto
ele olhava para ela. — De acordo. — Balançando a cabeça, eu a puxo
dele e a deito na cama, alisando o cabelo para trá s de seu rosto.
— Você nunca transformou ninguém antes, entã o você precisa
seguir exatamente o que eu digo. Assim que você começar a beber o
sangue dela, vou ouvir o coraçã o dela. Quando eu disser para você
parar, você deve. Se você for mais longe, corre o risco de matá -la. Faça
isso e desejará nunca ter ouvido falar do país Rú ssia. Entendeu?
Ele balança a cabeça, recusando-se a responder em voz alta. É
mais seguro assim. Eu posso ouvir a maldiçã o e a raiva fluindo por seu
cérebro tã o facilmente como se ele estivesse gritando para mim. Um
sorriso se ergue em meus lá bios enquanto ele se inclina sobre Katrina e
faz o possível para conter sua irritaçã o. É o seu espírito que a manterá
interessante.
Uma vez que suas presas perfuram seu pescoço, eu me concentro
em Katrina, afastando todos os outros pensamentos. Se fosse eu a
transformá -la, nã o seria tã o difícil, mas só tenho o som de seu coraçã o e
o pulsar de seu sangue para continuar. Eu nã o tenho nenhum dos
sentidos tá teis.
Jackson geme enquanto a lambe, seu pau empurrando
insistentemente contra sua calça. Igual o meu. Normalmente, eu tento
saciar os dois desejos ao mesmo tempo, mas com ela doente, isso
precisa acontecer sem nenhuma tensã o adicional em seu corpo. Depois
que ela se transformar, podemos despejar nossos desejos nela. O
primeiro sinal de que seu corpo está falhando é a gagueira de sua
respiraçã o. Ele olha para mim, os olhos arregalados de medo. Eu
entendo tudo muito bem.
Minhas primeiras mortes foram traumá ticas, mas logo as superei.
Os monstros sempre as superam. O pró ximo sinal é a desaceleraçã o de
seu coraçã o. Há uma linha tênue, um ponto perfeito para parar. É
quando o coraçã o está lento o suficiente para manter o sangue em
movimento, mas nã o bombeando.
Eu dou a volta para o lado da cama, esperando o momento certo,
antes de tirar Jackson de cima dela. Eu sei que disse que contaria a ele,
mas é muito delicado confiar que ele pararia rá pido o suficiente. Ela fica
lá , um sussurro de respiraçã o em seus lá bios. Fazendo sinal para
Jackson, nó s dois mordemos nossos pulsos e deixamos o sangue
escorrer.
Abrindo sua boca, abro espaço suficiente para nó s dois
colocarmos nossos pulsos em seus lá bios e enchê-la com nosso sangue.
Dessa forma, ela ficará ligada a nó s dois. A adrenalina flui através de
Jackson. Eu posso dizer pela forma como seu padrã o de respiraçã o
flutua. Nem tudo é excitaçã o. É o mesmo que depois de uma nova
matança.
Ele desce do alto, seus olhos se arregalando enquanto ele olha
para nossos pulsos antes de olhar de volta para mim. Entendimento
cruza seu rosto com um toque de traiçã o. — Eu te disse antes. Eu
possuo você. E agora, eu possuo vocês dois. Nã o se preocupe. Você
sempre terá a opçã o de me matar, mas, em vez disso, estaria tirando a
vida de ambos.
— Eu te odeio pra caralho. — ele resmunga, seus olhos brilhando.
É risível. Como se ele pudesse me enfrentar.
Mesmo no meu ponto mais fraco, ainda sou uma força a ser
reconhecida. Um momento de fraqueza nã o muda quem eu sou, e agora
que Katrina está ligada a nó s dois, o medo de perdê-la nã o existe mais.
Minha ú nica fraqueza, meu ú nico calcanhar de Aquiles, agora foi
removido, tornando-me invencível.
Uma risada borbulha na minha garganta, mas nã o é de alegria ou
prazer. De uma só vez, eliminei um inimigo e sua maior moeda de troca.
Agora, a menos que Jackson esteja preparado para morrer pela segunda
vez, ele está à minha mercê.
Ele se inclina, suas presas brilhando nas luzes brilhantes.
Continuo rindo enquanto o puxo ainda mais para perto e deslizo minha
língua por um de seus caninos alongados, permitindo que meu sangue
pingue em sua boca. — Lembre-se, senhor, você só morre duas vezes.
Eu sugeriria que você fizesse esta pró xima morte valer a pena se eu
fosse você. — Um sorriso se alarga em meus lá bios enquanto afasto
nossos pulsos da boca questionadora de Katrina.
Olhando para baixo, eu a observo lutando para respirar,
esperando pelo primeiro suspiro como uma imortal. É a segunda
melhor coisa depois de ter um filho, exceto que, neste caso, ela nã o
morrerá . Nã o se eu tiver algo a dizer sobre isso.
CAPÍTULO DEZ

Jackson

Ela fica lá , seu corpo mal se movendo. Foi o mesmo comigo? Eu


parecia tã o morto quando a transformaçã o começou? E se a febre dela
interferir de alguma forma? Eu olho para Luka, seu rosto desprovido de
qualquer emoçã o, como de costume, mas desta vez, isso nã o me dá
conforto. Ele está me protegendo do pior?
Eu deveria estar furioso por ele ter dado seu sangue a ela quando
a transformamos, mas faz sentido. Do ponto de vista tá tico, eu entendo.
Do ponto de vista emocional, sinto-me quase tã o traído como quando
descobri que a Gloria ainda estava viva. Balançando a cabeça, eu me
afasto da cama e saio do maldito quarto.
Meus pró prios aposentos nã o sã o muito longe, pelo menos lá
dentro, posso descansar em particular. Embora eu saiba que Luka
provavelmente vai ouvir meus pensamentos e a pequena lasca de
insanidade que permito assumir, ele nã o estará lá para me ver fazer
isso. Por alguma razã o, parece muito menos invasivo tê-lo apenas
vivendo na minha cabeça. Quase posso esquecer que ele está lá , como
se fosse apenas uma sombra de pensamento entre os outros que
passam a residir.
Abro a porta e suspiro ao entrar. É o meu pedaço de céu no meio
deste inferno que sou obrigado a suportar. Entro no banheiro e acendo
a luz, embora realmente nã o haja necessidade. Instintos humanos, eu
acho. O espelho fica grande e proeminente no espaço, quase como um
efeito para todo o conhecimento que pensei ter aprendido enquanto
crescia.
Há uma diferença. As histó rias que você ouve e compartilha em
fogueiras quentes na noite fria nã o podem ser realidade. Por outro lado,
nunca esperei me tornar a criatura de minhas pró prias histó rias.
Quantas vezes eu me sentei em casa assistindo a filmes de vampiros e
animes? Nunca me considerei obcecado, apenas intrigado como
qualquer outra pessoa.
No fundo, deve ter sido mais do que isso, como se toda a minha
vida eu estivesse treinando para um papel que mais tarde seria
empurrado para mim. O ú nico problema é que obviamente escolhi o
lado errado. Em vez de assumir o papel da criatura, sempre me coloco
no papel do detetive temerá rio que resolveu o caso e salvou a garota.
Bem, eu salvei a garota, mas para quê? Olhando para cima, eu
encaro meu reflexo, ainda maravilhado com o quanto Hollywood errou.
Nenhuma das coisas que eu achava que sabia era verdade. Uma estaca
no coraçã o de um antigo vampiro era quase inú til. Sim, paralisava-os
para facilitar a retirada da cabeça, mas nã o os matava. As presas podem
ser arrancadas e levar meses para se regenerar. Isso é algo que os
programas acertaram eventualmente.
Eu baseei meu conhecimento nos aspectos mais româ nticos e nã o
nos fundamentos reais, e por que eu faria? Que criança cresce certa de
que se tornará um monstro? O reflexo que me encara está cansado,
abatido. Ainda estou salpicado de sangue das atividades desta noite.
Matar os outros vampiros nã o foi difícil fisicamente, mas me rasgou,
arrancando a maior parte da minha pequena, mas apegada
humanidade.
Se eu nã o tivesse sido interrompido, teria me deliciado com o
sangue do meu inimigo? Eu teria dançado no vermelhã o que caiu
enquanto eu arrancava sua cabeça? O olhar que ele me deu momentos
antes de sua morte gravou-se em minha alma. Ele parecia
despreparado, como se nã o esperasse que sua vida acabasse tã o cedo.
Já que os vampiros param de envelhecer no momento em que se
transformam, é difícil até mesmo entender quantos anos ele tinha... mas
ele parecia tã o jovem. Quase como um adolescente. Mesmo como
agente da CIA, nunca matei alguém que parecesse tã o inocente. O brilho
de suas presas estava longe de ser dó cil e benigno, mas por baixo havia
um desespero que eu nã o esperava.
Pelo nú mero de outros vampiros que apareceram, ele parecia ter
gerado uma legiã o. Ninguém tã o jovem poderia ter feito tudo isso.
Certo? Fechando meus olhos, meu cérebro é inundado com as
memó rias de hoje à noite, da adrenalina correndo pela minha espinha,
da consciência formigante de que eu nã o estava sozinho com ele no
momento em que entrei na sala.
Eu sabia que meus sentidos estavam aguçados desde a
transformaçã o, mas esta era minha primeira missã o desde aquela noite
fatídica. Até hoje, nã o consegui realmente esticar minhas pernas de
vampiro, por assim dizer. Eu estive muito consumido com Katrina e o
que a eternidade significava para nó s dois.
Agora que sei do que sou realmente capaz, sinto-me imparável,
invencível, mas mesmo no fundo do meu cérebro, sei que essa é uma
linha de pensamento perigosa. Uma vez que você se sente incapaz de
morrer ou ser conquistado, é aí que ele entra em açã o. Eu vi isso esta
noite, gravado no rosto do inimigo. Aquele olhar de horror e descrença.
No fundo, orgulho e cautela guerreiam um contra o outro.
Derrubar um vampiro tã o velho quanto ele nã o deveria ter sido uma
tarefa fá cil, mas lá estava ele, pronto para ser pego. É ló gico que ele
ficou mole, complacente. Eu nunca vou me permitir fazer isso.
Talvez tenha sido uma vantagem injusta. Minhas habilidades
como agente só melhoraram desde que fui transformado. Sangue ainda
salpica meu cabelo e corpo de onde lutei contra dezenas de vampiros
mais jovens até que finalmente fui capaz de alcançá -lo. O líder. Uma vez
que sua cabeça quicou no chã o, o resto desapareceu em uma explosã o
de fumaça e poeira.
É uma maravilha que nã o esteja embutido no meu couro cabeludo
e na minha pele. Eu corro uma mã o trêmula sobre minha mandíbula
enquanto continuo a estudar meu rosto. Luka sabia exatamente o que
estava fazendo quando me mandou para lá . Nã o era sobre velhos
rancores ou proteger seu reino. Inferno, nã o era nem para manter a
Katrina segura. Na verdade.
Ele queria me mostrar em primeira mã o o que significaria matá -
lo. Agora que Katrina se transformou, a ideia de eu morrer ao lado de
Luka nã o é tã o assustadora. Assim que ela atingir seu pleno poder,
ninguém mais será capaz de detê-la, no entanto, o efeito em cadeia
ainda a atingiria. Agora que ela é uma de nó s, a morte dele significa a
minha e a dela.
Luka nã o precisava adicionar seu sangue à mistura quando a
transformamos. Se eu morresse, ela também morreria. Ele fez isso
como mais uma maneira de nos unir. Um trio perverso que nunca pode
escapar. A ú nica maneira de algum de nó s sermos livres é morrermos
todos juntos. É uma ideia româ ntica, mas que eu nã o quero mais.
Algo mudou entre nó s quando pegamos Gloria nas mã os. Estou
mais ligado a Luka do que apenas através de seu sangue. O que eu sinto
nã o é amor. Nã o é devoçã o. É sem nome, insidioso, rastejando ao redor
do meu crâ nio como se fosse uma parte de mim, mas nã o é realmente.
Tudo o que sei é que morreria por ele, e nã o porque ele me ordenou,
mas por causa de qualquer que seja essa emoçã o equivocada que está
me guiando.
Mas agora temos que considerar Katrina. Nã o sou mais apenas eu
a serviço do vampiro Bratva. Somos nó s dois. Ela aprenderá a se
submeter, a nos desejar tanto quanto eu desejo Luka agora. Aquele
momento entre ele e eu foi uma mudança de vida monumental, espero
que ela tenha a mesma experiência. Se nã o, tenho certeza que Luka e eu
encontraremos uma miríade de maneiras de curvá -la à nossa vontade.
Eu corro meus dedos pelo meu cabelo, meu cérebro e pau em total
acordo. Nã o basta forçá -la a aceitar as coisas que fazemos com ela. Eu
quero que ela anseie por isso. Me deseje. Nó s. Sem ela nã o há nada.
Luka é apenas parte da equaçã o. É verdade, ele é metade disso - uma
grande parte - mas Katrina é certamente a outra metade desta tríade
distorcida. Sem sua vontade, sua doce complacência... É tudo por nada.
Ela é o nosso lado suave, a parte gentil que nos lembra da nossa
humanidade. Eu desejo desesperadamente que essa parte possa ficar
assim quando ela estiver totalmente transformada. Preciso dela aos
meus pés, desesperada para me servir, nã o egoísta como Gloria. No
fundo, sei que ela nunca será como ela. Há bondade demais, pureza
demais. O monstro dentro dela vai contaminá -la, com certeza, mas nã o
terá os mesmos demô nios internos para brincar como Luka, Gloria e eu.
Agora que ela nã o pode mais morrer de nossas afeiçõ es, temos
muito mais ferramentas em nosso arsenal. Sorrindo, eu desenvolvo
meus lá bios, mostrando minhas presas no espelho. É realmente uma
boa aparência para mim. E agora que estou me importando menos com
a humanidade em geral e mais com minhas necessidades, fica mais fá cil
abraçar o monstro que vive na minha pele.
Embora esta noite tenha sido difícil, foi uma liçã o que precisava
ser levada para casa. Luka sabia que eu iria testar os limites, para ver o
que poderia fazer. Inferno, até que Katrina se transformou, eu estava
pensando seriamente em acabar com ele e eu e salvá -la da dor de
cabeça, mas no fundo, eu nunca poderia. Eu nã o gostaria que outro
vampiro a transformasse, dando-lhe o prazer de uma eternidade
dolorosa.
Essa honra é minha, e agora de Luka. Sabendo em primeira mã o
quais sã o nossos limites, posso levá -la a esse limite. Posso deixá -la em
queda livre sabendo que posso pegá -la. Antes, eu tinha tantas noçõ es
preconcebidas que nã o chegavam nem perto de serem precisas. Agora,
mal posso esperar para afundar minhas presas de volta em sua pele
macia enquanto bebo dela, sabendo que seu coraçã o nunca vai parar
porque ela nã o tem mais um.
Eu ligo a á gua, deixando o fluxo ficar quente embaçar o espelho
antes de colocar minhas mã os embaixo. Vou sentir falta de seu calor, de
sua humanidade, mas tudo isso é incomparável a realmente tê-la como
eu, como nó s. Eu nunca vou ter que me preocupar com a morte dela. Se
chegasse a isso, eu morreria junto com ela.
A parte do meu peito onde meu coraçã o deveria estar dó i com
esse pensamento. Estou tã o enredado com ela, tã o entrelaçado que é
como se sua respiraçã o enchesse meus pulmõ es. Agarrando a pia, deixo
o vapor quente flutuar sobre mim enquanto a dor destró i meu corpo. É
só por um momento. Apenas aquele breve segundo. Mas estava lá . Uma
dor que eu nã o deveria estar sentindo.
O medo toma conta de mim quando saio correndo do banheiro, a
pia ainda aberta. Quem se importa se eu inundar todo esse maldito
complexo. Essa dor significa que algo está errado com Luka ou com
Katrina. Nã o estou amarrado a mais ninguém. Eu alcanço a porta,
minha mã o pairando sobre meu coraçã o.
Embora eu nunca tenha tido um ataque cardíaco, conheço muitas
pessoas que tiveram para reconhecer os sintomas. Mas nã o há como
Luka sofrer com um desses. É Katrina? Há algo de errado com o coraçã o
dela? Tropeço pela porta, meu cérebro disparado enquanto faço meu
caminho de volta para o quarto.
Abro a porta, mas eles nã o estã o lá . Onde diabos eles estã o? Um
rosnado enche meu peito quando saio, notando um guarda parado
perto da entrada. Estendendo a mã o, agarro sua camisa e o puxo para
mim, notando o alargamento de seus olhos. Temor. Nã o deveria fazer
minhas gengivas doerem ou meu pau pulsar, mas faz. Naquele
momento, nã o quero nada mais do que jogá -lo no chã o e fazê-lo
entender o quanto ele deveria ter medo de mim.
Mas nã o há tempo.
As dores em meu peito ficam mais fortes, explodindo em mim
como raios. A dor começa no centro do meu peito e se espalha até que
minhas mã os e pés formiguem. Nã o posso deixar esse vampiro idiota
saber que algo está errado. Se for mesmo Luka, nã o preciso que ele
entre em pâ nico. — Onde eles estã o? — Eu rosno para ele, meu pau se
projetando enquanto ele treme sob minha ira.
— Mestre Luka disse que eles estavam indo para a sala de jogos.
Imagino que você saiba o que isso significa.
Eu o deixo cair de volta e giro, indo na direçã o oposta. O vampiro
atrá s de mim suspira audivelmente de alívio quando eu saio, meus
lá bios se curvam em um sorriso selvagem. É assim que parece o
verdadeiro poder. As curvas e desvios deste castelo esquecido por Deus
me atrasam, me mantendo longe das duas ú nicas pessoas com quem
me importo.
A raiva ondula ao longo da minha espinha enquanto dou mais
uma volta. O que diabos ele estava pensando? Ela estava perfeitamente
segura lá em cima. Se ele queria movê-la, por que nã o me disse
pessoalmente?
Meu cérebro vai a mil por hora enquanto evoca os piores cená rios
apenas para empurrá -los para o lado tã o rapidamente quanto eles
surgem. Eu nã o deveria pensar essas coisas sobre ele. Nã o quando ele
pode ouvir cada maldito pensamento, certamente nã o com a minha
Katrina em suas garras.
Nã o há sentido ló gico para ele trazê-la até aqui, e nã o consigo
pensar em nenhuma razã o que justifique isso. A ú nica coisa que prende
é a ideia de que eles foram forçados a recuar. Por mais forte que Luka
seja, tenho certeza de que Katrina o atrapalharia se ele tivesse que lutar
contra as pessoas.
Quando chego à entrada, abro a porta, meu corpo em alerta
má ximo, pronto para lutar contra quem quer que seja uma ameaça para
minha companheira e amante. Com um rosnado em meus lá bios, entro,
parando enquanto observo Luka passar os dedos pelos cabelos de
Katrina com tanta ternura que me faz perder o fô lego.
Ele olha para cima, um sorriso levantando seus lá bios. — Eu
estava me perguntando quando você estaria aqui. — Katrina geme e se
contorce, os lençó is deslizando por seu corpo flexível. — Isso me
assustou na primeira vez também. Nã o se preocupe. Você sempre
saberá quando sua progênie está nascendo. No momento em que
começarem a se transformar, você sentirá isso em seu corpo, assim
como eu senti você.
Distraidamente eu esfrego meu esterno enquanto caio de joelhos
ao lado deles, alívio fluindo em minhas veias. Agora que tenho minha
família, a ideia de perdê-los é mais assustadora do que originalmente
me permiti pensar. — Você a sente também?
Luka acena com a cabeça, aquele sorriso suave surgindo mais uma
vez em seu rosto. É de tirar o fô lego. Ele parece tã o gentil, tã o... sexy. É a
ú nica palavra que vem à mente. Com suas feiçõ es suavizadas assim, ele
parece acessível, mais como um amante do que como um inimigo com
benefícios.
Sua mandíbula está relaxada, as linhas permanentes gravadas em
sua testa diminuíram, a tranquilidade o faz parecer mais jovem de
alguma forma. Por um momento, o coraçã o fantasma em meu peito bate
forte, como se me implorasse para me apaixonar por ele novamente.
Nunca vi esse visual e quero desesperadamente vê-lo com mais
frequência.
— Eu sei o rumo de seus pensamentos, Jackson. Nã o seja
enganado. Eu ainda sou o monstro em sua cama. Porque eu escolhi
comemorar adicionando mais um em minhas fileiras exibindo um
momento do que você pode considerar fraqueza nã o significa que eu
ainda nã o seja o animal endurecido que irá curvá -lo à minha vontade e
fodê-lo até que você tenha dificuldade em andar no pró ximo dia.
Meu pau estremece em minha calça com suas palavras. Como o
cachorro adestrado salivando por aquela guloseima, eu quero o pau de
Luka dentro de mim, me preenchendo, me consumindo. Ele sorri
novamente antes de se voltar para Katrina. — Vai ficar mais fá cil quanto
mais você fizer. — ele continua, me lançando um olhar sombrio. — Nã o
que eu vá permitir que você transforme muitos outros. Quero manter
um controle rígido sobre a frequência com que procriamos. Nã o vou
deixar a Rú ssia cair porque um servo meu nã o consegue guardar suas
presas para si. Minhas puniçõ es serã o rá pidas se você transformar
alguém sem minha permissã o.
Eu olho para Katrina, meu pró prio coraçã o duro amolecendo com
os ruídos fracos e angustiantes vindos de sua garganta. Agora que a
tenho, nã o consigo imaginar precisar de mais ninguém. Por mais
sentimental que pareça, ela nos completa. Ela é a peça do quebra-
cabeça que faltava em nossa tríade demente, os cantos suaves e
arredondados de nossas arestas duras e irregulares.
— Ela vai ficar bem?
Luka bufa e se vira para mim, os lá bios pressionados como se para
abafar uma risada. — Você ficou mole na velhice? Ela está bem. Acredite
em mim, a morte de um servo nã o se parece nada com isso. É uma
explosã o de dor e depois nada. É um buraco negro onde um ser residia.
O que você está sentindo agora é mais como dores de parto. É a emissã o
da vida.
— Doeu quando Gloria morreu?
Seus lá bios se curvam em um rosnado silencioso. — O prazer de
tirar a vida dela superou qualquer agonia. Além disso, quando você vive
para ser tã o velho quanto eu, ter aqueles abaixo de você morrendo nã o
é nada novo. Tantas almas residem em meu corpo que, se uma delas
desaparecesse, nã o seria uma grande perda. Tenho meus favoritos, é
claro e esses imagino, realmente fariam diferença para mim se
desaparecessem.
Eu me pergunto se eu sou um desses favoritos. Até Luka, eu
realmente nã o me importava com o que as pessoas pensavam. Era eu
contra o mundo. Quando dei meu coraçã o a Gloria, ela foi a primeira.
Apó s a morte dela… Eu simplesmente nã o poderia permitir que mais
ninguém entrasse assim.
Suas reflexões internas são divertidas e irritantes. Você não
estaria aqui ao meu lado, dando as boas-vindas a Katrina em nosso
mundo se não estivesse pelo menos no meu top 10.
Olhando para Luka, noto o sorriso surgindo em seus lá bios
enquanto ele olha para Katrina. De alguma forma, ainda nã o é o
suficiente. Por alguma razã o, preciso saber que isso nã o é unilateral. Eu
mudei toda a minha vida, inferno, toda a minha sexualidade por este
homem, apenas para ele reconhecer que eu estava entre os dez
primeiros. Nã o é bom o suficiente. Dou um passo à frente, abrindo a
boca para exigir uma resposta quando ele finalmente desvia o olhar de
Katrina.
— Você vai recuar, garoto. — ele rosna, levantando-se do lado
dela. — Nã o me faça demonstrar o poder que exerço sobre você. Eu
ouço seus pensamentos. Sei o que você acha que precisa. Eu sei o que
você quer. Nã o sou româ ntico. Eu nã o faço gentilezas. Você quer flores
de seu amante, entã o vá foder outro homem. Eu nã o sou o ideal. O que
posso lhe dar é minha palavra de que o possuirei e o protegerei até o
dia de sua morte, se esse dia chegar. Você seria o maior buraco negro da
minha vida, perdendo apenas para Katrina. Isso responde a porra da
sua pergunta?
Em um passo ou dois, ele vem até mim, agarrando-me pela nuca
para me puxar para ele. Seus lá bios se chocam contra os meus, nó s nos
devoramos. Embora ele nunca tenha dito as palavras, percebo que nã o
preciso mais delas. Ele disse o suficiente. À sua maneira, ele me ama,
mesmo que nunca possa dizer isso.
Ele pode falar casualmente sobre a ideia de eu transar com outro
cara, mas a posse de seu toque, a maneira crua e primitiva como ele me
segura contra seu corpo, me conta uma histó ria diferente. Assim como
eu mataria qualquer homem que pensasse em dar prazer a Katrina, nã o
tenho dú vidas de que Luka seguraria outro homem pelas entranhas se
ele mostrasse o mínimo interesse em mim.
A mã o de Luka desliza para baixo para envolver meu pau, o aperto
quase doloroso. Gemendo, envolvo minhas mã os em suas costas,
marcando minhas unhas na pele pá lida. Ele sibila, mas me permite
infligir minha marca temporá ria nele, uma sombra pá lida da marca que
ele tem em meu coraçã o e alma.
No fundo, sinto a mudança de Katrina. A dor se transforma em
outra coisa - quase uma corda. Em vez de apenas dor, há algo mais que a
liga a mim. Luka se afasta, seus olhos fixos nos meus enquanto
deixamos a sensaçã o nos dominar. Seu corpo se curva enquanto
gemidos de dor saem dela.
Luka deve ter visto o olhar preocupado que cruzou meu rosto
porque ele se inclina, seus lá bios roçando os meus no beijo mais terno
que ele já me deu. — Vamos trazer nossa garota para o nosso mundo
juntos?
CAPÍTULO ONZE

Katrina

Dor. Essa é a ú nica palavra para descrever a sensaçã o que flui


através de mim. É isso. Devo estar muito doente. A ú ltima coisa que me
lembro é de Luka entre minhas coxas, o frescor de sua pele aliviando
um pouco do fogo correndo por mim. A ú ltima vez que tive uma febre
tã o forte, minha mã e me obrigou a tomar um banho frio.
Arrepios percorrem meu corpo quando me lembro de como
estava com frio. O tremor nunca parou, assim como agora. Gavinhas de
gelo estremecem através de mim, vibrando meu corpo com a força
disso, e sou incapaz de parar. Gemendo, eu balanço minha cabeça para
frente e para trá s enquanto uma pressã o terrível aumenta em minhas
gengivas. É como se meus dentes estivessem tentando saltar para fora
da minha boca.
Já tive sonhos assim antes. Toda vez que eu acordava, apalpava
minha boca, certificando-me de que meus dentes ainda estavam lá , mas
isso é diferente. Em vez de uma dor abafada ou uma pressã o
entorpecida, é uma dor lancinante. Alfinetadas afiadas explodem em
torno da linha da minha gengiva e nã o cedem. Quando tento levantar a
mã o para sentir o que está me causando tanta agonia, nã o consigo.
Nada se move.
Estou imó vel. Amarrada com laços invisíveis.
Eu posso ouvir sussurros suaves vibrando sobre mim. Embora eu
nã o consiga entender as palavras, elas sã o persuasivas, calmantes.
Anseio por abrir os olhos para ver quem está falando. Neste momento,
nã o consigo entender nada do que estou sentindo ou ouvindo. Se eu
pudesse ver, talvez isso juntasse as peças.
No fundo do meu corpo, parece que minha alma está sendo
arrancada de mim. A pressã o é intensa, literalmente rasgando de
dentro para fora. Se eu nã o estivesse deitada, se nã o sentisse nada
só lido embaixo de mim, poderia facilmente me convencer de que estava
sendo puxada do avesso.
Meu estô mago revira enquanto a dor rasga meus intestinos como
uma faca quente esfaqueando-me repetidamente. Eu grito, desesperada
por qualquer forma de alívio, mas nunca vem. A ú nica coisa que me
ancora, me impedindo de perder a cabeça completamente, sã o as mã os
frias acariciando meu corpo febril enquanto eu desmorono.
A enfermeira nunca insinuou algo tã o horrível quanto isso. Lizzy
está sofrendo o mesmo destino? Jackson? Luka? Esses sã o os ú nicos
nomes que meu cérebro me permite agarrar. Todo o resto está confuso.
Minhas memó rias derretem no momento em que tento me agarrar,
como se todo o meu ser estivesse sendo reduzido a nada. É isso que eu
vou me tornar? Nada?
O murmú rio fica mais alto e sinto as sensaçõ es de suas mã os com
muito mais clareza. Em vez do toque superficial de um médico
desapaixonado, as mã os percorrem meu corpo, tomando posse de cada
pedacinho de mim. Elas beliscam meus mamilos, espalham meus lá bios
inferiores. É invasivo. É errado. Por que eles estã o me tocando assim
enquanto estou morrendo?
— Você nã o está morrendo, minha menina dramá tica. — A voz
perto do meu ouvido é fria, nítida, com um sotaque mordaz. Luka. De
alguma forma, saber que ele está lá me faz sentir um pouco melhor.
Pelo menos nã o é um médico aleató rio me molestando.
Uma risada suave desliza contra a minha pele do outro lado. —
Você gostaria que nó s molestá ssemos você? — Essa voz é tã o familiar. É
legal, desapegada, assim como Luka, mas sem o russo amarrar suas
palavras. Só poderia ser Jackson. Eu quase soluço quando viro minha
bochecha para ele.
Nã o é que eu o deseje em vez do Luka, exatamente, mas
instintivamente, sei que de alguma forma ele é mais seguro. Em meus
sonhos, era ele quem me recompunha, me segurava, me confortava.
Ahhh, minha querida e doce pequena Katrina. Se você acha que
sou o menor dos dois males, mal posso esperar para mostrar meu
novo lado. Acho que você vai desejar esse novo eu mais do que
desejou o homem no navio que a devastou durante a tempestade.
As palavras saltam em meu crâ nio, como se fossem meus pró prios
pensamentos. Que porra está acontecendo?
— Muito bem, Jackson. — Luka murmura do outro lado de mim.
— Você está levando a sério ser um pai tã o bom.
Pai? O que está acontecendo? Mais uma vez, tento me mover, mas
nã o consigo. O peso de um corpo em cima de mim me mantém imó vel.
Acho que posso mover minhas mã os e dedos, mas é só isso. Eu ainda
estou fraca. Tã o fraca, mas a dor diminui à medida que meu mundo se
torna mais nítido, mais claro.
Com fome.
Sedenta.
Voraz.
Essa é a sensaçã o predominante que aperta meu estô mago. Nã o é
por comida. A ideia de consumir qualquer coisa só lida me dá vontade
de vomitar novamente. Ná useas percorrem meu corpo, mas diminuem
quando desligo meu cérebro do que normalmente comeria e beberia
quando estou doente e me concentro nos dois homens que me colocam
entre eles.
A pele deles nã o é mais fria para mim. Nã o sei exatamente quando
essa parte aconteceu, mas talvez isso signifique que minha febre está
baixando. Eu poderia viver depois de tudo. Minhas pá lpebras tremem
enquanto continuo forçando-as a abrir, mas continuo falhando.
Gemendo, deixo minha cabeça cair para trá s enquanto a escuridã o me
consome.
Está lá por apenas um momento. Se eu nã o estivesse tã o
sintonizada comigo mesma, poderia ter perdido, mas por um momento,
um momento aterrorizante, nã o havia nada. Era um buraco negro e
escancarado com um pontinho de luz bem no final.
Morte.
Estava lá .
Eu poderia estender a mã o e tocá -la, abraçá -la, acabar com a dor
que continua a torcer meu corpo, embora tenha diminuído
consideravelmente. A umidade cobre meu rosto. Lá grimas talvez? É a
saudade da morte? O desejo de ir para aquela luz, para acabar com
tudo? Apesar de quã o forte eu alcanço, ela dança para longe, apenas
pairando na ponta dos meus dedos.
Soluços atormentam meu corpo enquanto ela se afasta ainda mais
até que estou de volta à escuridã o. A umidade se torna mais do que
apenas uma sensaçã o. É um movimento, um raspar no meu rosto.
Línguas lambem minha pele como se fossem lamber minhas lá grimas.
Mas por quê?
Enquanto eu vagueio em busca dessa luz, mais sensaçõ es
iluminam meu corpo. Nã o é mais apenas dor. O prazer percorre meu
corpo, dissipando os restos de agonia. Os dedos deslizam
profundamente dentro da minha boceta, puxando-me para longe da
escuridã o bocejante e para o presente.
Logo, os dedos escorregam enquanto meu corpo é movido,
manobrado para uma nova posiçã o. Eu ainda estou mole, incapaz de
lutar contra eles enquanto meus quadris sã o forçados ao redor do
corpo de outro. A cutucada contundente de um pau na minha entrada é
registrada, mas nã o consigo impedir. Talvez tudo isso ainda seja apenas
um sonho.
Oh não, minha pequena kotenok. Isso não é um mero sonho.
Este é o seu pesadelo eterno. Abrace-o, minha lunnyy svet10. Você
agora pertence aos dois homens mais poderosos da Rússia. Suas
coxas cremosas cercam meu servo, seu Mestre. Sua boceta se
espalha enquanto ele a empala, reivindicando você como nossa.
Você pode levar nós dois, minha dragotsennyy11? Seu corpo pode
aguentar ser esticado a ponto de quebrar enquanto nós o
preenchemos tão completamente que qualquer outro homem vai
empalidecer ao pensar em nós?
A voz de Luka penetra na névoa, obrigando-me a confrontar as
sensaçõ es que ele descreve. Mã os fortes agarram minhas coxas,
puxando meu corpo em cima de um peito e abdô men duros. Meus
dedos se enrolam nos lençó is enquanto o pau de Jackson desliza para
dentro, seu pau me enchendo de uma forma que nã o tinha antes.
Eu sabia que ele era grande, o senti me fodendo antes. Mas agora?
Agora que estou confinada na escuridã o com apenas meus sentidos
para me guiar, ele parece impossível, seu pau grosso já me estendendo
enquanto ele avança mais para dentro, uma força imparável. Ele de
alguma forma ficou ainda maior do que eu me lembrava?
Mã os frias deslizam pelas minhas costas, forçando-me ainda mais
para baixo até que minha cabeça repouse sobre o peito arfante de
Jackson. Parece tã o familiar, tã o reconfortante. Quase como se ele fosse
um descanso das sensaçõ es que ele está tirando de mim. Cada arrasto
de seu pau contra minhas entranhas envia o desejo de se curvar através
de mim, mas ainda assim, nã o consigo me mover.
Uma vez que ele está totalmente dentro, eu suspiro, minha
respiraçã o deslizando em seu peito enquanto deitamos lá , completude
preenchendo o espaço onde minha alma pertencia. Isso estava certo.
Era aqui que eu pertencia. Seus dedos se enredam em meu cabelo
enquanto ele balança os quadris para cima, me fodendo com uma
lentidã o requintada, como se tivesse todo o tempo do mundo para me
prender a ele.
Depois de algumas estocadas, as mã os de Luka estã o na minha
bunda, massageando os mú sculos tensos, marcando o ritmo da nossa
foda, como se ele fosse o grande orquestrador e nó s apenas seus
asseclas. Sua risada suave roça o interior do meu crâ nio com esse
pensamento, meu estô mago despenca de pavor.
Como se Jackson pudesse conhecer as sensaçõ es girando em meu
estô mago, ele envolve seus braços em volta de mim, me ancorando a ele
enquanto seus pró prios murmú rios suaves invadem meu cérebro, bem
ao lado de Luka. Isso tem que ser um sonho. Um sonho febril de alguém
prestes a morrer. Embora a dor nã o esteja mais lá , a sensaçã o da vida
sendo sugada de mim ainda causa espasmos em todos os mú sculos,
mesmo quando Jackson tenta expulsar esses sentimentos de mim com
seu pau bombeando dentro e fora de mim com dedicaçã o constante.
Outro pau, um pouco maior, desliza ao longo da entrada da minha
bunda, roçando a pele sensível do meu buraco inferior enquanto Luka
espalha minhas ná degas. Gemendo, eu trago minhas mã os até os
ombros de Jackson, segurando-o enquanto Luka me atormenta com seu
pau. Toda vez que a cabeça passa por aquele buraco, ele para, como se
estivesse pensando em pegar minha bunda, mas nã o foi isso que a voz
disse.
Concedido, neste meu sonho, tudo pode acontecer. Ele poderia
mudar de ideia se quisesse. Apenas o pensamento de ambos me
preenchendo ao mesmo tempo envia um arrepio excitado pelo meu
corpo. Eu me contorço no pau de Jackson, minha mente e corpo
vibrando com o pensamento de estar tã o inexplicavelmente preenchida,
de ser o ú nico objeto de desejo de dois homens.
É impressionante.
Mesmo nos meus sonhos mais loucos, nunca me senti assim. A
deliciosa agonia de querer os dois profundamente dentro de mim até
que eu nã o consiga diferenciá -los. Ambos me levando para aquele
precipício do qual nunca mais voltarei. Minha boceta vibra quando o
início de um orgasmo me provoca. Eu nunca fui capaz de gozar apenas
com o pau, entã o as sensaçõ es sã o eró ticas e um pouco assustadoras.
É como se eu nã o tivesse controle sobre meu pró prio corpo.
Você não tem. Luka e eu possuímos você agora. Desista. Não
lute contra nós. Deixe-nos entrar, pequenina. Seja uma boa menina
e deixe-nos possuir você completamente. Deixe-nos enchê-la até que
você não consiga nem respirar.
A voz de Jackson é como um bá lsamo enquanto lava minha mente.
É uma reminiscência de noites quentes na praia com a á gua do mar
batendo em meu corpo. É lâ nguida, decadente. Tudo depende de suas
palavras em meu cérebro, eu nã o quero nada mais do que me fundir
com ele, para que nos tornemos um.
Oh não, minha querida, kotenok. Não apenas vocês dois. Minha
também. Ou já esqueceu o pau que te provoca o cu? Vocês dois
pertencem a mim e ninguém jamais se intrometerá entre nós. Não
se eles quiserem viver. Sua vida, seu corpo, agora é nosso.
Luka pontua suas palavras deslizando sua ponta ainda mais para
baixo e segurando-a na minha entrada, esfregando contra o pau de
Jackson e minha boceta. Ele realmente planeja se forçar onde mal há
espaço para um?
— Nã o se preocupe. Seu corpo vai me acomodar. — ele sussurra
contra a minha pele. — Você foi feita para isso. Feita para nó s. Vai doer?
Ah, eu planejo isso. Mas nã o se preocupe, Solnechnyy Luchik12. O que
nã o te mata certamente te deixará mais forte. Agora, gema para mim.
Grite por mim. Deixe-me saber o quanto você quer meu pau em sua
boceta, guerreando com o de Jackson enquanto tomamos você juntos.
Nã o posso. Qualquer protesto que eu desejo fazer morre em meus
lá bios enquanto seus dedos cravam em minha bunda, me segurando
ainda. Até mesmo Jackson faz uma pausa quando Luka força sua ponta
além do anel apertado da minha boceta. A dor é quase ofuscante
quando ele empurra para frente. É quente, abrasador, a ú nica sensaçã o
de calor que preenche meu corpo. Nã o consigo me afastar enquanto
Jackson me agarra a ele, murmurando palavras fú teis que nã o fazem
nada para diminuir a agonia de Luka me forçando a abrir.
Meu corpo rasga enquanto o acomoda, eu grito, em pâ nico quando
ouço cada rasgo individual enquanto ele continua avançando. Como
posso ouvir isso? É impossível! O líquido escorre, espalhando-se contra
nó s, nem preciso olhar para saber que é sangue. Tem que ser.
— Shhh, meu amor. Pegamos você. — Jackson murmura contra a
minha pele, um gemido dançando ao longo de sua respiraçã o. Deve ser
do pau de Luka deslizando contra o dele, aumentando a pressã o que
minha boceta já estava dando a ele.
— Só mais um centímetro, meu pet. Ainda nã o ouvi gritos
suficientes.
Fico ali, imó vel, incapaz de pensar, incapaz de respirar. Isso
deveria ser devastador, doloroso além de toda capacidade de pensar ou
raciocinar, mas nã o é. A pontada de dor se dissipou, as gavinhas
diminuindo enquanto eu fico ali. Com um empurrã o forte, Luka soca em
mim.
Eu grito.
Nã o por causa da dor. O prazer é intenso, imensurável. No
momento em que ele se enterra totalmente, meus olhos se abrem,
travando com Jackson. É como se meu corpo estivesse se curando,
envolvendo Luka, abraçando-o com força. Estou tã o cheia, a ponto de
nã o conseguir nem me mexer se quisesse.
Jackson olha para mim, maravilha em seus olhos, como se ele
estivesse me vendo pela primeira vez. E talvez seja porque nada disso
parece real. Eu nã o me sinto real. Sou uma casca quebrada caída ao
longo da costa apenas para ser unida novamente para ser quebrada
mais uma vez. Com os dois parados, posso absorver as sensaçõ es, o
alargamento, a pulsaçã o de seus paus dentro de mim.
É como se eu pudesse de alguma forma sentir cada veia pulsando
contra minhas entranhas delicadas. E entã o, eles se movem. Mais uma
vez, a abertura se divide para acomodar o movimento, mas logo depois
começa a cicatrizar novamente. É a sensaçã o mais estranha e eró tica
que eu poderia ter sonhado.
Fechando meus olhos, eu choro no peito de Jackson, desejando
que esse sonho nunca acabe. A ú ltima coisa que quero que aconteça é
que eu acorde e me encontre de volta ao quarto com Chet, seus roncos
altos salpicando o ar enquanto eu fico ali, desesperada e sedenta. A
agonia floresce em meu peito ao pensar que tudo isso é apenas um
sonho eró tico. O navio, os vampiros, Luka, Jackson, tudo isso. Nã o há
nenhuma maneira de me permitir tal prazer de outra maneira.
Ambos Luka e Jackson rosnam, seus dedos cravando em minha
pele. Ambos preenchem meu cérebro, golpeando-o de dentro para fora,
torcendo meus pensamentos de acordo com a vontade deles. E uma vez,
seus movimentos se tornam frenéticos, apressados e possessivos. Suas
mã os sã o uma marca em minha pele. Cada toque é misturado com raiva
e paixã o enquanto eles me agarram.
Os lá bios de ambos roçam meu corpo enquanto seus dentes se
cravam em mim, marcando-me, marcando-me como deles. Eu grito,
minha voz rouca e suave, quase inaudível acima de seus grunhidos e
rosnados. Eu deveria estar com medo. Isso deveria ser considerado um
pesadelo, mas nã o consigo pensar nisso nesses termos.
É desgastante, avassalador, mas nã o assustador. Se os sonhos
pudessem se tornar realidade, eu gostaria de ficar neste momento para
sempre, trancada entre os dois homens que me desejam, permitindo-
me chafurdar nos desejos mais sombrios do meu coraçã o, em vez de
afastá -lo para o bem deles.
É assim que eu sei que é tudo um sonho. Ninguém jamais poderia
me querer assim. Chet me jogou fora, nem mesmo chegando perto de
entender as necessidades profundas dentro de mim que assustaram até
a mim, mas esses homens sabem. Eles vivem no meu cérebro, reagindo
aos meus pensamentos. Nã o é possível.
Nenhum humano jamais poderia ser assim.
— E o que te faz pensar que somos humanos, Kotenok?
Eu congelo, minha mente e meu corpo colidem, encarando a
verdade que ele nã o quer ver. O navio. O naufrá gio. Os botes salva-vidas.
Tudo isso passa diante dos meus olhos em uma montagem da qual nã o
consigo desviar o olhar.
Vampiro.
Não.
Eu não posso acreditar nisso.
Isso não é real.
Não pode ser real.
Oh, que coisa, Solnechnny Luchik. Isso é. Jackson e eu criamos
você, modelamos você à nossa imagem. Nós somos o seu Deus, e você
se curvará a nós, ou nós o faremos. Pare com esses pensamentos
incessantes. Permita que sua mente aceite o que você é. Renda-se.
Deus, Katrina. Você parece tão boa pulsando ao nosso redor,
nos agarrando enquanto usamos você. Não tenha medo desses
impulsos mais sombrios, dessas vontades e desejos que fluem
através de você. Não importa o que Luka faça com você, faça
conosco, sempre estarei lá para remediá-lo. Você não precisa mais
ter medo de não ter suas necessidades atendidas. Você está em casa.
Você nos pertence.
Nessa ú ltima frase, meu corpo explode, minha boceta vibrando o
melhor que pode dentro do aperto de seus paus me enchendo. Ambos
gemem em uníssono, suas mã os agarrando-me enquanto procuram sua
pró pria liberaçã o. Com uma onda poderosa, ambos me empalam,
esticando-me mais uma vez até o ponto de ruptura.
Eu grito mais uma vez quando a porra vai bem no fundo,
queimando as bordas cruas e rasgadas da minha boceta. É como fogo
líquido me enchendo até a borda. Entã o, novamente, meu corpo se
adapta à dor, transformando-a em puro prazer. Ambos se curvam, seus
caninos rasgando minha carne enquanto bebem de mim.
A sensaçã o de ser drenada é deliciosa, como se estivessem tirando
toda a dor e agonia e me deixando flutuando em uma nuvem. Minhas
pá lpebras se fecham enquanto permito que o corpo de Jackson tome
todo o meu peso. Seu peito arfa debaixo de mim enquanto ele bebe de
mim, minha boceta convulsionando em torno dos dois enquanto outro
orgasmo bate em mim, deixando-me sem fô lego.
Sou recompensada com mais de sua porra quente, suspirando
enquanto me aquece de dentro para fora. Eu estou tã o fria. Tã o fria, mas
sua porra é como uma transfusã o de calor, queimando-me, deixando-
me ofegante com a sensaçã o. Chet já gozou dentro de mim antes, mas
nunca senti isso.
Foi apenas um fato. Ele gozou em mim. Minha ida ao banheiro
confirmou isso. Mas agora, eu sinto cada jorro, cada gotejamento deles
enquanto eles forçam profundamente em meu corpo. Eu sinto suas
cabeças roçando minhas entranhas enquanto eles se contorcem,
esvaziando-se dentro de mim.
Eu sou o receptá culo deles.
Sua pequena vagabunda. É um papel que eu sempre quis
interpretar, mas nunca tive a chance. Chet estava tã o preocupado com a
possibilidade de eu engravidar que colocou camisinha ou me fez ir ao
banheiro assim que terminamos. Nã o importava que eu estivesse
tomando anticoncepcional. Um político nã o poderia ter um filho fora do
casamento. Simplesmente nã o acontecia.
Eu também nã o queria filhos, mas em vez de obrigar-se a usar
camisinha todas à s vezes, ele me obrigou a me esvaziar com ele
olhando, convencido de que de alguma forma eu iria mantê-lo em mim
e engravidar, apesar de ambos nã o querermos. Era ridículo entã o, mas
nã o tanto agora. Eu queria que ele me usasse, me degradasse, qualquer
coisa.
Mas nã o.
Eu nunca valia isso para ele. Nunca valia a pena ter minhas
necessidades atendidas. Jackson e Luka, no entanto, eles me desejam,
me valorizam, me dã o tudo o que meu coraçã o deseja, e muito mais.
Pena que vou acordar de tudo isso sozinha e querendo meu quarto.
Lá grimas escorrem de meus olhos, mais uma vez, sinto o raspar
de uma língua contra minha bochecha. Como se lamber as lá grimas
fosse aliviar a dor em meu coraçã o. É demais para suportar. Eu nã o
posso mais fazer isso. A agonia de saber que tudo vai passar me
consome, apesar dos sussurros tranquilizadores e rosnados enchendo
meu cérebro.
Apenas confirma o que já sei.
Boas garotas nã o têm um final feliz.
CAPÍTULO DOZE

Luka

A raiva me enche enquanto ouço seus pensamentos, observando o


tremor de seu corpo enquanto ela chora. Este é o dia de seu despertar.
Ela nã o deveria estar derramando lá grimas por um idiota que nem
consegue foder sua mulher direito. Agora que estou profundamente
dentro dela, eu a conheço de dentro para fora. Posso ver todos os seus
desejos, suas vontades, seus medos.
O pouco que ela mostrou daquele idiota nã o é nada comparado ao
poço profundo e oco de saudade que está crescendo dentro dela. Ela só
pediu o mínimo, e o que ele fez? O idiota arrogante a rejeitou. Ela.
Katrina. A mulher para quem as estrelas brilham à noite.
Eu nã o sou sentimental. Nã o sou piegas. Eu até disse isso a
Jackson, mas o que posso fazer, o que vou fazer, é alimentar aquela raiva
que fervilha lá no fundo. O fato de que ele rejeitou este espécime
perfeito de humano... nã o... nã o mais uma humana. Algo semelhante ao
orgulho floresce em meu peito enquanto a observo dormir no peito de
Jackson.
Ela nã o é mais nossa pequena humana. Ela é uma força a ser
reconhecida. Se ao menos ela se permitisse acreditar no quã o forte ela
é. Katrina poderia curvar o mundo à sua vontade, mas, em vez disso, ela
lamenta por uma barata patética que nem se deu ao trabalho de ver o
tesouro que possuía.
Eu continuo vasculhando seu cérebro, a tarefa muito mais fá cil
agora que ela está dormindo, embora nã o haja lembranças dele a
traindo ativamente, há pontuaçõ es em que ela se sentiu sozinha,
abandonada, até carente de contato. Eu percebo as zombarias, o
escá rnio, todas as coisas que Katrina realmente nã o viu ou notou, mas
seu cérebro sim. Seu subconsciente o absorveu.
Deslizando minhas presas para fora de seu pescoço, eu lambo o
lento filete de sangue, meus olhos fixos em Jackson. Eu posso ver a fú ria
torcendo suas feiçõ es enquanto ele segura Katrina perto, suas mã os
roçando seu corpo enquanto ele a embala. Eu deslizo meu pau para
fora, suspirando enquanto me sinto totalmente saciado no momento.
Eu olho para os dois, ainda envolvidos no abraço de seus amantes.
Algo muda dentro de mim enquanto eu olho para eles. Pela
primeira vez em séculos, sinto um vislumbre de algo pelo qual viver,
algo para amar. Nã o é o mesmo amor e devoçã o que sentia por minha
esposa - é muito mais intenso. Ele rouba o proverbial ar dos meus
pulmõ es se eu o deixar me consumir.
Minha ú nica esperança é que eles nunca me traiam. Eu odiaria
lamentar suas mortes. Eu faria isso. Teria que fazer isso para manter a
ordem que construí, mas seria como cortar meu pró prio membro. Eu
me curaria eventualmente, mas a agonia nesse ínterim seria quase
intolerável.
CAPÍTULO TREZE

Katrina

Eu arrasto o ar profundamente em meus pulmõ es, minhas mã os


se debatendo na minha frente. Escuridã o e silêncio me cercam. É
opressivo. Quase como se eu pudesse cortá -lo com uma faca, mas
nenhuma quantidade de golpes faz diferença. Gemendo, viro-me de
costas, meu cérebro repassando o sonho que mantém a excitaçã o
vibrando através de mim.
Estendendo a mã o, deslizo meus dedos contra minha boceta,
procurando pelo enorme rasgo que sei que está lá . Tem que estar. Tudo
parecia tã o real para nã o ser. Nada. Tudo parece bem, como se nada
tivesse acontecido comigo. A ú nica diferença é a quantidade de
sensaçã o que sinto quando me toco.
Apenas deslizar sobre o meu clitó ris me deixa transando com o ar,
meus mú sculos internos se apertando, desejando ser preenchido.
Acima de tudo, uma fome intensa aperta meu estô mago, quase
expulsando o prazer agonizante que encontro ao meu toque. Gemendo,
eu viro meu rosto para o lado, aninhando-o contra o travesseiro macio
sob minha bochecha. Até isso parece divino.
Uma fungada suave chama minha atençã o, arrepiando os cabelos
ao longo da minha nuca. Todos os meus sentidos se aguçam enquanto
procuro o som. Quanto mais eu olho, mais percebo que posso realmente
ver na escuridã o. Nã o é perfeito, mas consigo distinguir formas. O
quarto é tã o familiar e leva um momento para que tudo se encaixe.
Este é o quarto em que acordei depois que o navio afundou. Meu
corpo congela enquanto eu movo meus pés. Meus tornozelos nã o estã o
presos à cama, entã o isso é pelo menos diferente. Mais uma vez, o
fungar chama minha atençã o. Balançando minha cabeça na direçã o do
barulho, eu encaro a pequena forma acorrentada na parede.
Um som suave vibra em meu cérebro enquanto a observo. É quase
inexistente, mas está apenas sob os sons dela tentando esconder o
choro. É um som constante, a batida frenética, assustada. Eu posso
ouvir o coraçã o dela. Estendendo a mã o, deslizo meu dedo indicador
em minha boca, meu pró prio coraçã o gaguejando quando sinto as
presas.
Minhas gengivas coçam quando as sinto descer. Elas pulsam no
mesmo ritmo de seu coraçã o. Vampiro. Isso significa que nã o foi um
sonho, afinal? Eu sou realmente um monstro como eles? A risada suave
de Luka roça minha mente, suave, como as asas de uma borboleta, mas
muito mais intrusiva.
Balanço a cabeça, determinada a tirá -lo do meu cérebro, mas isso
o faz rir ainda mais. Meu corpo tem espasmos com o som, minha boceta
fica mais molhada quando sinto sua presença residindo em meu crâ nio.
Essa necessidade está de volta com uma dor feroz. Eu nã o quero nada
mais do que ser submetida a seus desejos sombrios, ser o receptá culo
de suas luxú rias mó rbidas.
Então coma. Devore-a. Tome-a em seu corpo para que você
possa crescer forte. Vamos satisfazer todas as suas necessidades,
mas primeiro você precisa comer.
Eu balanço minha cabeça novamente. Para forçar Luka a sair do
meu cérebro. Tem que haver uma maneira. Nã o há nenhuma maneira
na terra de que eu possa viver assim. Se essa for minha nova realidade,
vou enlouquecer com ele ali dentro, nã o me permitindo um momento
de sossego.
Não foi isso que seu corpo disse quando usamos sua mente
para lhe dar o prazer que você desejava. Não brigue com Luka. Você
nunca vai ganhar. Confie em mim.
Eu gemo, jogando minha cabeça em minhas mã os. Isso é um
pesadelo. Um do qual temo nunca mais acordar. Quanto mais eles
sussurram seus desejos por mim em meu cérebro, mais molhada eu fico
até que estou quase transando com a cama para obter algum alívio.
Depois, há a questã o da mulher na minha cela.
Vendo os paralelos, eu entendo agora. Eu sinto o conflito que
Jackson sentiu quando Luka ordenou que ele se alimentasse de mim.
Quantas vezes mais eles fizeram isso desde entã o? Meu cérebro gira
enquanto tento entender o que é real e o que é falso. Nada disso faz
sentido.
Tudo o que sei é que a dor nas minhas gengivas é insuportável,
mas nã o é nada comparada à fome profunda que me corroe por dentro.
Ela tem um cheiro delicioso. Algo que nunca pensei que usaria para
descrever o cheiro de alguém. Mas isso me chama. É doce, mas nã o
enjoativo. Nã o exatamente como flores, mas tem o tom de um perfume
rico.
Eu me levanto, meus pés me levando para o lado dela sem que eu
o permita totalmente. Meu corpo nã o me obedece, mas também nã o
está obedecendo a Luka ou Jackson. Nenhum deles fala enquanto
diminuo a distâ ncia entre mim e a suposta comida. Isso é o que eles
querem, no entanto. Mesmo que eles nã o falem, sinto o calor de sua
aprovaçã o vibrando dentro do meu peito.
Ela é pequena, mas limpa. Por alguma razã o, eu esperava ver
alguém que foi tratado como um animal, mas, apesar do choro, ela
parece muito bem cuidada. Estendo a mã o, meus dedos deslizando
sobre a curva de sua bochecha antes mesmo de perceber o que estou
fazendo. Afastando-me como se sua pró pria pele me queimasse, voo de
volta para a segurança da minha cama.
Eu nã o me importo com o que eles fazem. Eles podem se
alimentar, mas eu posso recusar. A irritaçã o de Luka se desenrola em
meu cérebro, preenchendo cada respiraçã o minha com sua raiva. Mas
eu nã o posso fazer isso. Nã o posso ser um deles. Eles nã o podem
esperar que eu aceite tirar uma vida para manter a minha,
simplesmente nã o vai acontecer.
Acomodando-me na cama, puxo meus joelhos para cima,
balançando para frente e para trá s. A agonia de seu desagrado quase
supera as dores da fome…. Quase. Ainda está lá . Uma coceira incessante
que nã o consigo coçar. Os soluços do outro lado do quarto ficam mais
altos, enchendo meu cérebro com mais um barulho.
— Suficiente! — Eu rosno, agarrando o travesseiro e jogando-o
nela. Ele cai inofensivamente para o lado, mas ainda chama a atençã o
dela. — Eu nã o vou comer você, entã o cale a boca. Nã o consigo pensar
com sua choradeira!
— Eu acho que ela puxou a você. — Jackson diz, seu tom seco
pontuando o espaço. — A irritaçã o dela nã o conhece limites.
Eu olho para ele, a esperança enchendo meu corpo. Se ele estiver
aqui, talvez nã o me force a fazer isso!
— Eu nã o apostaria nisso, Kotenok. Ele quer que você se alimente
tanto quanto eu. — Meu corpo gira enquanto Luka preenche o espaço,
seu corpo pairando sobre mim, forçando-se em minha bolha. — Mas
você vai comer. Mesmo que tenhamos que acorrentá -la à parede e
forçar o sangue a descer pela sua garganta.
Fechando os olhos, rezo por uma saída para isso. Nã o suporto a
ideia de viver se isso significar a morte de outra pessoa. Tem que haver
alguma maneira. Meu cérebro gira para a vida enquanto penso em
todas as histó rias que ouvi. Em todos eles, havia vampiros que se
posicionaram, que escolheram viver de animais e nã o de humanos. Eu
poderia fazer isso.
— Nã o! — O rosnado de Luka vibra em minha pele enquanto ele
se posiciona na minha frente. Sua mã o agarra meu queixo em um
aperto implacável, forçando-me a olhar em seus olhos avermelhados. —
Este nã o é um voo de primeira classe. Nã o há — ele zomba — Uma
opçã o vegetariana. Ou você se alimenta dessa humana ou morre de
fome.
— Mas...
Ele me interrompe, seus olhos perfurando os meus. — Estamos na
Rú ssia, Printsessa. Nas profundezas da tundra nevada. O que você acha
que está lá fora para você comer? Porque posso assegurar-lhe que
nenhum animal se aventura perto de minha fortaleza. E nem pense em
ratos porque este lugar é imaculado. Nenhum verme jamais ousaria
contaminá -lo com sua presença.
— Um... um urso polar? Um alce? Eu nã o sei, porra. Tem que haver
alguma coisa. Uma loja de animais por perto? Nã o sei!
Como se eu estivesse em uma versã o mó rbida de policial bom,
policial mau, Jackson abre caminho entre nó s, seus movimentos lentos,
como se para nã o incitar ainda mais a ira de Luka. Nã o acho que estou
sendo irracional. Ele sorri para mim, e é pena. Eu detesto isso.
— Eu entendo. No começo é difícil, mas você se acostuma...
— O quê? — Eu interrompo. — Vou me acostumar a tirar uma
vida? Há matar alguém para que eu possa viver? Eu obviamente nã o
sou como você. Nã o sou um monstro!

— Oh. Oh, mas você será , Pishcha Dlya Bogov13. Eu posso garantir
que você será . Você acha que eu ia deixar você matar esse lanche? Ela é
uma das garotas que trabalham lá em cima. Ela é muito mais valiosa
para mim viva do que morta, mas agora, agora que você está se
tornando desafiadora, como se você tivesse algo a dizer, porra, ela vai
morrer. A morte dela estará em suas mã os. Saiba isso.
Ele faz uma pausa por um momento e olha para Jackson. —
Segure-a. Nã o quero que ela interfira.
— Nã o! — Meu grito é interrompido pelo aperto de Jackson
enquanto ele envolve seus dedos em volta da minha boca, me puxando
para seu colo. — Shhh. A primeira é difícil. Mas depois disso você se
acostuma. Eu prometo.
Lá grimas escorrem pelo meu rosto enquanto eu desvio o olhar,
nã o querendo ver o que Luka está fazendo. Como eu poderia saber que
a alimentaçã o nã o iria matá -la? Ninguém me disse isso. Eles apenas me
deixaram aqui com ela como se fosse algum tipo de teste… E eu
obviamente falhei.
O barulho de correntes ferem meus ouvidos, entã o o som de seus
gritos. Eu me encolho, enterrando-me no peito de Jackson. Mais e mais,
seus gritos perfuram meus ouvidos. Eu nã o posso aceitar isso. Nã o
posso fazer isso. Por que ele está me forçando?
— Por quê? Você quer saber por quê? — Nã o há como confundir a
queimaçã o de raiva enquanto Luka me dá um sermã o. — Porque você
tem que se alimentar. Você nã o morrerá sem isso, mas escapará de nó s,
presa em um mundo pior do que viver. É um pesadelo infernal do qual
você nunca estará livre. E Jackson e eu teremos que experimentar isso
com você.
Aí está . O egoísmo por trá s de tudo. Como é muito Luka.
Jackson agarra meu queixo e força meu rosto para ele, suas
sobrancelhas juntas. — Nã o é egoísmo. Nã o podemos sobreviver sem
você. Nã o posso falar por Luka, mas morreria se você me deixasse. Na
verdade, é você que está sendo egoísta.
— Traga-a para mim.
O cheiro de sangue bate em mim, roubando minha respiraçã o.
Fico com á gua na boca enquanto estudo cada nota individual. É
acobreado com uma nitidez subjacente. Como maçã s caídas em um dia
frio. Cheira a fogueiras e festas de torcida, trazendo de volta memó rias
que devo ter suprimido. Eu finalmente olho para Luka, sua pele pá lida
coberta de gotas de sangue.
Meu estô mago aperta enquanto eu o encaro, amando e odiando-o
naquele instante. Ele é, de fato, o diabo e nã o tem nenhum problema em
me arrastar para o inferno com ele. Ele acena para mim, seus dedos se
curvando enquanto ele faz um gesto para que eu vá até ele. Jackson se
inclina, sua respiraçã o agitando meu cabelo.
— Ou você vai até ele, ou eu vou fazer você ir. Posso garantir que
você preferirá agir por conta pró pria.
Deslizando do colo de Jackson, eu avanço lentamente, ainda me
recusando a olhar para cima. O sangue está vindo de algum lugar e eu
conheço sua origem. Ainda posso ouvir seus gritos, embora agora
estejam abafados, como se ela estivesse amordaçada ou algo assim. O
desespero me impulsiona para frente, a necessidade de me alimentar.
Ela já está ferida. Qual o problema em aproveitar o que está sendo
oferecido?
Assim que estou perto o suficiente, Luka me puxa para baixo,
forçando minha boca em seu corpo onde o sangue se encontra,
gemendo enquanto eu o lambo. O gosto explode em minha língua, e
minhas lambidas sã o apressadas, frenéticas enquanto ingiro cada gota.
Uma vez que Luka está limpo, ele me força a ficar de costas, me
colocando contra seu peito.
A garota está pendurada acima de mim, com ganchos nas costas,
suspendendo-a no teto. É das feridas que o sangue escorre, deslizando
sobre sua pele, pintando-a de vermelho antes de cair sobre mim. Eu
quero gritar. Quero me desculpar, implorar por perdã o, mas tudo isso é
empurrado para fora da minha mente quando Luka me agarra com
força e entra em mim, enchendo minha bunda com seu pau.
Eu grito entã o, mas nã o é de terror ao ver a vida se esvair dos
olhos da garota. É por estar tã o totalmente preenchida. Minha boceta
aperta quando ele bate em mim, forçando seu pau a passar pelo anel
apertado da minha bunda. Como da ú ltima vez que eles me levaram, eu
posso sentir o rasgar, o rasgar da minha pele enquanto ele me possui,
mas eu estou além de me importar. É uma sensaçã o incrível, como se eu
estivesse sendo quebrada novamente.
Jackson caminha para frente, seu passo preguiçoso enquanto ele
se aproxima, ignorando o sangue que pinga em meus lá bios. Ele se
acomoda entre minhas coxas e as empurra para trá s, quase me
dobrando ao meio.
Meus olhos se fecham quando o â ngulo me aperta em torno de
Luka, fazendo-o parecer ter quase o dobro do tamanho. Gemendo, deixo
que ele me empurre, confiando na força deles, no fato de que posso
curar. Posso apreciá -los me despedaçando porque isso nã o significa
para sempre.
Jackson dá um tapa na minha boceta com seu pau, eu tenho um
espasmo, precisando dele em mim, preenchendo o espaço vazio. Ele
estende a mã o, seus dedos se forçando a passar por meus lá bios
cerrados, separando meus dentes, mesmo quando ele avança.
Sangue pinga em minha língua, preenchendo um frenesi em mim
que só eles podem satisfazer. Nã o ouço mais os gritos de dor da mulher.
Em vez disso, sã o meus pró prios grunhidos e gemidos enquanto os dois
deslizam para dentro e para fora de mim em um delicioso cabo de
guerra. Jackson mantém minha boca aberta, recusando-se a permitir
que eu negue o presente que eles estã o me concedendo.
Com eles me forçando, nã o parece tã o ruim. Nã o sou eu que estou
me alimentando dela. Eles estã o me obrigando a fazer isso. Essa
pequena mentira alivia a amargura de seu sangue enquanto desce pela
minha garganta, enchendo meu estô mago. Meu corpo aperta enquanto
meu orgasmo paira, fora de alcance. Embora ambos estejam fodendo
comigo, é como se eles tivessem se inclinado para onde eles obtêm o
maior prazer enquanto me provocavam com a esperança de conclusã o.
Ambos gritam, seus paus inchando impossivelmente grandes.
Com os dois dentro de mim, sou incapaz de me segurar mais, mas em
vez do orgasmo estourar através de mim, mal está lá , nem mesmo o
suficiente para aliviar a tensã o. Na verdade, isso me faz desejar ainda
mais essa liberaçã o.
Em vez de cuidar de minhas necessidades e prazer, eles saem,
derramando sua porra no chã o, deixando-me lá com a jovem enquanto
ela começa a chorar ainda mais. Ela nã o tem muito mais tempo, mas
ainda assim, seu sangue vivificante flui para o chã o, misturando-se com
suas porras.
Incapaz de me conter, eu bebo, porra e sangue misturados. É uma
mistura ambrosial que eu nunca sonhei que poderia querer. Antes,
quando ainda éramos humanos, a porra de Jackson tinha um gosto
melhor do que a média, mas ainda continha notas amargas. Agora, é
como açú car mascavo, algodã o doce caindo na minha língua como
flocos de neve antes de derreter. Adicionar o sangue realça tudo com
seus sabores á cidos, evitando que a porra seja muito opressora.
Eles me deixam lá , degradada enquanto continuo a lamber. Mas
era isso que eu queria, certo? Ser sua pequena vagabunda? Eles ainda
estã o cuidando de minhas necessidades, apenas da maneira mais
humilhante possível.
Lá grimas ardem em meus olhos e caem no chã o, o carmesim
escuro enfraquecendo com as da humana. É por isso que eles estavam
lambendo meu rosto. Tantas coisas fazem muito sentido agora. E
quando eles saem, a dor oca do meu coraçã o ressoa. Quero implorar
para que fiquem, mas sei que estou sendo punida.
Quase posso sentir o desespero de Jackson, mas Luka é uma força
inabalável. Ele vai me curvar à sua vontade, nã o importa o quê.
Arrastando-me do chã o, arrasto-me para a cama, minha mente girando
com o que acabou de acontecer. Embora minha fome tenha diminuído
um pouco, ela ainda está lá , zumbindo sob a superfície.
Pior que isso, a dor entre minhas coxas é irreal. Deito-me de
costas e abro as pernas, as lá grimas ainda escorrendo. A solidã o se
infiltra em todos os poros enquanto eu forço três dedos em mim, o
alongamento nã o é o suficiente. É uma pá lida comparaçã o com a porra
que eles me dã o.
Soluçando, continuo a me acariciar, desesperada por qualquer
tipo de alívio. O orgasmo que me foi negado corre através de mim, mas
parece oco, vazio, assim como o quarto. A garota está morta agora, e seu
sangue cheira mal, quase rançoso. É a ú nica coisa que me impede de
escalar as paredes de alguma forma para lamber suas feridas.
Virando-me para o lado, puxo os cobertores ao meu redor, minha
alma se partindo em duas ao saber que causei a morte dela. Nã o posso
viver assim. Nã o posso andar por aí com a morte dela, quem sabe
quantas outras no futuro, manchando minha alma. Eu nã o era religiosa,
mas nã o tem como isso estar certo. Se existe céu ou inferno, perdi
minha chance de chegar ao paraíso.
Eu tenho que fazer alguma coisa, descobrir uma maneira de
acabar com isso enquanto minha alma ainda está o mais intacta
possível. Conhecendo Luka, ele vai me forçar a continuar matando até
que eu nã o seja mais capaz de dizer a diferença entre o certo e o errado.
Rolando para o outro lado, deixo cair os pés no chã o e caio de joelhos.
Vampiros podem morrer com uma estaca no coraçã o. Certo?
Todos os livros e filmes falam sobre isso. Se eu conseguir reunir a
vontade de acabar comigo mesma, entã o posso parar toda a dor sem
sentido e a morte antes mesmo de começar. Agarro a perna da cama e
puxo, esperando que alguma das outras tradiçõ es esteja correta. Super
força com certeza seria incrível agora.
Leva vá rios puxõ es, mas logo a madeira voa livre em uma bagunça
estilhaçada. Colocando a madeira no chã o, alinho a borda onde deveria
estar meu coraçã o. É largo o suficiente para que, mesmo que eu erre um
pouco, ele ainda deve atingir alguma coisa. Minha respiraçã o sai em um
suspiro trêmulo enquanto deixo meu peso corporal fazer o trabalho.
O terror toma conta de mim quando ouço os gritos e rosnados
frenéticos de Jackson em meu cérebro. Se eu nã o fizer isso logo, ele vai
me parar. Eu sei que ele vai. Ele nã o entende, e como pode? Ele já está
sob o feitiço de Luka, mas ainda tenho uma chance. Com um suspiro
final, eu me jogo o resto do caminho, gritando quando a madeira
perfura meu corpo.
Fechando os olhos, espero que o esquecimento me leve.
CAPÍTULO QUATORZE

Jackson

Eu ouço seus pensamentos, mesmo enquanto eles giram em sua


cabeça. Olhando para Luka, tento igualar seu comportamento calmo,
mas nã o consigo. Acabamos de pegá -la, como diabos podemos perdê-la
tã o rapidamente. Virando-me, faço um movimento para invadir lá , para
evitar que ela se machuque, mas Luka me impede, sua mã o imó vel em
volta do meu pulso.
— Você vai simplesmente deixá -la se matar? Você quer que ela
morra? — A histeria tinge minha voz, mas nã o me importo no
momento. A ú nica coisa que me importa é chegar a Katrina antes que
ela acabe com sua vida. Inferno, se eu tiver que fazer smoothies de
sangue para ela todos os dias para mantê-la alimentada, entã o é isso
que farei. Qualquer coisa para mantê-la ao meu lado.
Se eu pudesse pensar logicamente, entã o me lembraria do que sei
sobre ser estacado. O problema é que ela ainda é tã o jovem, tã o frá gil. O
que há para dizer que isso nã o vai realmente matá -la? Ela mal
conseguiu fazer o sangue descer, entã o se ela sangrar, e daí?
Luka ainda me segura, seu rosto e postura cheirando a tédio.
Como ele pode ser tã o insensível? Inferno, até eu estou bem com o
monstro que me tornei, mas isso? Nenhum sentimento? Meus lá bios se
curvam em um rosnado, pronto para lutar contra meu criador por
minha companheira, mas ele simplesmente balança a cabeça e revira os
olhos.
— Diga-me. O que há na sua geraçã o que os faz chegar a
conclusõ es erradas com tanta certeza?
— Isso vindo do homem que pensou que Katrina tinha câ ncer
quando, mais do que provavelmente, a febre dela foi causada pelo uso
de drogas que você a forçou?
Isso fez com que ele se movesse. Ele se irrita, seu corpo pairando
sobre mim. — Isso foi diferente. Como eu poderia saber que a febre
dela nã o era mortal? Isso nã o é a mesma coisa.
— Nã o é a mesma coisa? — Eu grito de volta, meu peito doendo
de onde a ponta de madeira reside no dela. — Ela vai morrer! Você vai
simplesmente deixá -la?
Mais uma vez, ele revira os olhos e me solta antes de cruzar os
braços. — Ela nã o vai morrer. Nã o é tã o simples assim. Tudo o que está
acontecendo é uma forma vampírica de greve de fome. Você
honestamente acha que ela é a primeira a fazer uma façanha como
essa? Pense. E nã o apenas com suas emoçõ es confusas. Deixa-as irem,
elas honestamente nã o servem bem a você.
Eu respiro fundo para parar meus pensamentos rodopiantes.
Fechando os olhos, sinto o momento em que a madeira perfura seu
corpo como se fosse o meu. É uma agonia. Luka também sente isso.
Seus lá bios estã o definidos em uma linha fina enquanto a madeira
passa por nó s dois. É isso que realmente significa ser um senhor? Sofrer
toda a sua existência sentindo tudo o que seu servo sente?
— Fica melhor. — Luka murmura. — Quanto mais velho você fica,
mais fá cil se torna separar sua mente deles. Foi assim que Gloria
chegou tã o longe em seus planos. É mais difícil separar-se daqueles que
você acabou de transformar. Deus. Achei que vocês dois seriam um
pouco menos dramá ticos. Como, em toda a existência, consegui
encontrar as duas pessoas mais emocionais para transformar?
Ignorando seu golpe, eu fico lá , esperando pelo vazio como Luka
descreveu, mas ele nã o vem. Depois de um ou dois minutos, abro um
olho e olho para ele. O olhar em seu rosto é uma estranha mistura de
humor e aborrecimento.
— Isso significa que perdeu o coraçã o dela?
Os lá bios de Luka se curvam. — Oh, tenho certeza que ela
conseguiu perfurar aquele ó rgã o inú til. Sem dú vida, seu corpo levará
pelo menos uma noite ou duas para reparar o dano que ela fez. Se ela
pensa que isso vai me impedir de liberar meu desprazer em seu corpo,
entã o ela está redondamente enganada. Vamos.
Ele abre a porta e nó s dois entramos, a visã o é um horror de se
ver. Katrina está caída sobre a madeira, seu cabelo espalhado em volta
do rosto enquanto ela olha para o chã o. Luka se aproxima, seus passos
ecoando no quarto. É um som ameaçador, por um momento, tenho
medo por ela. Terei o poder de segurar Luka, se necessá rio?
— Por que você insiste em deixar seus pensamentos irem nessas
direçõ es? Se eu nã o me importasse com a garota, nã o removeria a
estaca. Eu apenas a deixaria ficar aqui até que eu sentisse vontade de
aliviá -la. Suficiente. Estou cansado de suas suposiçõ es.
Com um rá pido empurrã o do pé, Luka empurra Katrina para o
chã o. Seu corpo cai com um baque doentio enquanto sua cabeça rola
para trá s, revelando olhos sem vida. Por instinto, alcanço meu esterno,
esperando por seu vazio. Ela está morta. Nã o há dú vida sobre isso. Eu já
vi a morte antes.
— Venha aqui. — Eu me arrasto, tentando desesperadamente
manter minhas emoçõ es turbulentas sob a superfície. — Quando você
matou o líder que eu ordenei que destruísse, o que aconteceu com seus
asseclas?
— Eles viraram fumaça.
— O que aconteceu com Gloria?
— Eu... eu realmente nã o sei. Depois da cabeça dela...
Luka se vira, lançando-me um olhar feroz. O calor de sua raiva me
lava, como dedos ardentes roçando minha pele. Em vez de me
repreender, isso me excita. Mesmo agora, sobre o cadáver de Katrina,
meu pau sobe, latejando, insistente.
— Sabe, para um agente, você realmente nã o é tã o observador.
Isso é uma falha pessoal ou uma coisa americana?
Meu corpo se arrepia enquanto cerro os punhos. — Perdoe-me
por desligar depois de uma decapitaçã o improvisada. Eu realmente nã o
enfrento muito isso em campo.
— Se você notou. — ele continuou, ignorando minha
demonstraçã o de coragem. — Ela nã o tinha mais corpo. O que você vê
aqui no chã o?
— O corpo de Katrina.
— Isso deve dar uma pista para você. Ela nã o está morta. Ela nã o
está morrendo. Ela está apenas sendo uma criança petulante, fazendo
birra porque nã o conseguiu o que queria. — Voltando-se para Katrina,
ele afasta o cabelo de seu rosto. — Eu nã o permito acessos de raiva.
Você aprenderá em breve que existem destinos piores que a morte.
Rolando-a de costas, ele mantém a madeira alojada em seu peito
enquanto abre suas pernas. — Ela pode ver, ouvir e sentir tudo, mas
nã o consegue se mover. É por isso que as lendas se espalham sobre essa
ser a maneira de matar um vampiro. Simplesmente nã o é verdade.
Apenas nos paralisa, tornando-nos vulneráveis à verdadeira morte.
Sem qualquer preâ mbulo, ele puxa para fora a mesma bainha de
pau que eu usei quando transei com Gloria, meu sangue gela. — Nã o se
atreva...
Luka me cortou com um olhar furioso. — Você está pretendendo
me dar ordens? Você se atreve a ter bolas para ficar aí e me dar ordens
enquanto tenho a vida de nossa companheira em minhas mã os? Você é
tã o estú pido? Eu sabia que você tinha um desejo de morte, mas nunca
imaginei que sua audá cia chegasse a níveis tã o idiotas.
Ele segura a bainha na frente de Katrina, passando-a sobre os
olhos para que ela possa dar uma boa olhada antes de colocá -la na
testa. — Você ainda nã o sabe, meu igrushka14, mas eu tenho uma
maneira muito peculiar de manter meus servos na linha. Jackson
conhece meus métodos intimamente, mas você nã o teve o privilégio.
Uma vez que as pernas de Katrina estã o bem abertas, Luka
empurra seu pau para dentro dela com uma força que desliza o corpo
dela pelo chã o. — Considere isso seu aviso. — ele rosna, suas palavras
pontuadas por seus golpes duros e punitivos. — Da pró xima vez, essa
porra de puniçã o vai acontecer com essa bainha. E nã o — ele se vira
novamente para mim. — Nã o vai te matar, mas vai deixar o sexo muito
desconfortável até você se curar. E Printsessa, pode contar comigo te
fodendo sem parar depois desse castigo, minha porra enchendo seus
cortes e arranhõ es, queimando enquanto te enche. Se você acha que
vou sentir algum remorso, você nã o me conhece.
Eu fico lá , impotente enquanto ele soca nela. Agora que sei que ela
nã o está morta, a mesma irritaçã o flui através de mim, sinto um pouco
do que Luka sente. Para mim, ainda é temperado pelo fato de que ela
me deixou tã o preocupado. Para Luka, isso provavelmente aconteceu
tantas vezes que é mais uma irritaçã o do que uma preocupaçã o.
Como ela pô de fazer isso comigo? Com nó s? Ela é realmente tã o
egoísta a ponto de nos deixar aqui sozinhos sem ela? Quanto mais
penso nas açõ es dela com o mesmo distanciamento frio de Luka, mais
furioso fico. Apressando-me, pego a bainha e deslizo sobre meu pau
endurecido.
Se Luka está chocado com minhas açõ es, ele nã o demonstra. Em
vez disso, ele sorri, revelando um canino afiado. Ter o metal de volta em
volta do meu pau é muito melhor do que deveria. O poder sobe à minha
cabeça, deixando-me tonto com isso.
— Eu já usei isso antes — eu gemo, apertando minhas bolas para
obter um pouco de alívio. — Foi um castigo também. Entã o eu também
sei como lidar com isso. Parece-me que em tudo isso você esqueceu o
menor detalhe. Mesmo sendo uma vampira, você ainda é nossa
submissa, e quando uma submissa desobedece, ela é punida.
Eu me ajoelho, deixando a cabeça do meu pau deslizar contra sua
têmpora, espalhando o fluido claro que vaza de mim em seu cabelo. —
Você me assustou pra caralho. — eu sussurro, deslizando meus dedos
ao longo de seu couro cabeludo, sentindo a sacudida de sua cabeça
contra a minha mã o enquanto Luka continua a transar com ela. — Você
nunca mais fará isso comigo. Espero que tenhamos deixado isso bem
claro.
Embora Luka provavelmente tenha seus pró prios motivos para
estar zangado com ela, os meus decorrem completamente do medo de
perdê-la. Se isso significa danificar o corpo dela para passar o ponto,
entã o que assim seja. Nã o posso continuar a tratá -la como se fosse
porcelana. Nã o importa o quã o duro eu seja, nã o importa o quã o severo
seja o castigo, ela sempre se recuperará disso.
Enquanto mantivermos a cabeça dela conectada ao corpo,
podemos destruir todo o resto, se for preciso para mantê-la
acorrentada com segurança ao nosso lado. Nã o se trata de quebrar
nosso brinquedo. Essa é sua pró pria categoria de satisfaçã o. Para mim,
trata-se de fazer um ponto. Ela nã o pertence mais a si mesma. Ela é
nossa propriedade. E ela certamente se certificará de cuidar de si
mesma, ou faremos isso por ela.

Katrina
Medo faíscas ao longo dos meus nervos enquanto observo Jackson
em minha visã o periférica. Eu deveria estar grata por eles nã o estarem
me machucando enquanto estou neste estado vulnerável, mas estou
muito tomada pelo pâ nico para pensar com clareza. Achei que isso
funcionaria. Eu realmente pensei que seria uma absolviçã o.
Eu quero gritar, dizer a eles que sinto muito, mas nada está
funcionando. Nã o posso nem derramar uma lá grima para mostrar a
eles meu remorso. Mas isso nã o importa. Nã o é uma tristeza verdadeira.
Na verdade. Estou arrasada por nã o ter conseguido. Eu nã o dou a
mínima para eles sentirem minha falta. Pelo menos, nã o nessa altura.
Quanto mais Jackson me acaricia durante o acasalamento furioso
de Luka, mais meu coraçã o se parte com a ternura contrastante. Eu
posso sentir a raiva saindo de ambos, mas parece vir de um lugar de
carinho. Mas como? Como esses monstros podem se importar com
alguma coisa?
Não apenas qualquer coisa, Kotenok. Você. Não confunda
nossa paixão, nossa posse de você com fraqueza. Nós mataríamos
por você. Jackson morreria por você. Eu não tenho esse luxo. Há
muitas bolas que giram por causa da minha existência. A única
razão pela qual não estou aqui te fodendo como um meio de sexo
para afirmar a vida é porque isso não é novo. Você não é a primeira
a fazer esse truque, sinceramente, pensei que você seria mais
criativa.
A voz castigadora de Luka queima em minha mente, refletindo a
queimaçã o em minha boceta enquanto ele se move dentro e fora, nã o
dando a mínima para o meu prazer. Com esta aposta em mim, até
mesmo essa parte é silenciada. Eu realmente nã o sinto o desconforto
tanto quanto ele provavelmente está querendo, mas também nã o estou
sentindo o prazer. Estou nessa névoa cinza, e é uma sensaçã o que
detesto.
Depois de bombear para dentro e para fora mais algumas vezes,
Luka se levanta e se acaricia sobre mim antes de me encharcar com sua
porra. Gotas frias e grossas descem no meu rosto, respingos caindo nos
meus olhos enquanto ele me marca. Se eu ainda fosse uma humana,
haveria uma corrida louca para um pano para ter certeza de que nã o
estraguei os tecidos delicados, mas nenhum deles fez um movimento
para me limpar.
Assentindo, Luka e Jackson me deixam lá , ainda empalada. A
batida da porta parece final quando eles me deixam sozinha com meus
pensamentos. Nada disso é justo. Se eu nã o sou a primeira a tentar isso,
eles deveriam saber o que eu estava pensando. Por que me deixar
continuar com isso?
Minutos se transformam em horas enquanto eu fico lá , esperando
que ele volte. Eventualmente, depois de uma eternidade, ele chega.
Luka nã o diz uma palavra para mim enquanto arranca a madeira. No
momento em que sai do meu peito, eu suspiro, o ar enchendo meus
pulmõ es pela primeira vez em muito tempo.
— Filhotes. — ele diz antes de mais uma vez me deixar sozinha no
quarto.
Descendo a mã o, sinto o buraco aberto, meu abdô men
despencando quando sinto a pele exposta. Eu sinto tudo - a dor de onde
fui empalada e a picada de sua porra enquanto pisco meus olhos sobre
os restos em crostas. É uma agonia, pior porque nã o tenho o prazer de
meus homens fazerem tudo valer a pena.
Rastejando até a cama, me forço nela e arrasto as cobertas. Fechar
os olhos é quase impossível enquanto forço as pá lpebras a passarem
pela película arenosa. Parece uma lixa, só que é um milhã o de vezes
pior. Finalmente, sou capaz de cair no sono, por mais intermitente que
seja.
CAPÍTULO QUINZE

Katrina

Eu encaro a parede, contando os tijolos pela enésima vez.


Ninguém me vê, exceto para deixar um copo de sangue e depois ir
embora. Por alguma razã o, ser ignorada assim é pior do que Luka
simplesmente gozar em cima de mim e ir embora. É uma agonia estar
separada de meus dois amantes, e essa é a liçã o que eles provavelmente
estã o levando para casa.
Ninguém sequer fala em minha mente, deixando-me
completamente sozinha com meus pensamentos. Inclinando-me, tomo
outro gole de sangue, quase engasgando com a textura fria e coagulada.
Sã o todos os piores aspectos da gelatina misturados com um cheiro
estranho, azedo e metá lico que quase me faz vomitar toda vez que o
cheiro me atinge.
Nã o é nada como lamber o sangue vivo que escorria do corpo. Ela
ainda está lá no canto, seu cadáver começando a se decompor. O cheiro
disso é ainda pior do que o sangue. Beliscando meu nariz, eu tento
sugar um pouco mais da... nutriçã o... mas mesmo isso nã o ajuda.
Demora mais alguns minutos, mas finalmente bebo tudo.
Embora a fome pareça saciada no momento, nã o faz nada para
diminuir a fome mental e física que ainda gira sob a superfície.
Descendo a mã o, eu toco o buraco, notando que seu tamanho fica
menor a cada bebida que eles me trazem. Talvez só isso valha a pena
engasgar e vomitar.
Deitada, mais uma vez puxo as cobertas e conto os ladrilhos. Isso
nã o me ajuda exatamente a voltar a dormir, mas agora é reconfortante,
algo esperado, previsível. Embora o pró prio tédio esteja me matando, é
honestamente a solidã o que mais me destró i.
Nã o tenho nada a fazer além de realmente pensar em minha
bú ssola moral. Matar pessoas ou, pelo menos, beber delas, vale a
companhia de meus amantes? A palavra “sim” passa rapidamente pelo
meu cérebro, mas nã o soa exatamente como nenhuma delas. Parece
outra coisa, algo rastejando dentro de mim.
É aterrorizante, mesmo com essa atraçã o hipnó tica. Gemendo, eu
enterro meu rosto nas cobertas, forçando a voz a sair. Está se tornando
muito mais forte com o passar dos dias, estou preocupada que seja
apenas insanidade se aproximando.

Mã os á speras me agarram, me puxando para fora da cama. A


escuridã o me envolve quando abro os olhos. É diferente da primeira vez
que olhou para a escuridã o como um vampiro. Há algo os cobrindo.
Finalmente posso sentir o tecido á spero em meu rosto. Farejando o ar,
sinto o cheiro familiar de Luka e instantaneamente meu medo se
dissipa.
Eu nã o me importo com o que ele planeja fazer comigo, pelo
menos ele está aqui, me tocando. A temperatura muda conforme
subimos uma rampa, o ar fica mais quente, quase abafado. Salpicos de
á gua ferem meus ouvidos e minha inquietaçã o começa a crescer
novamente. Se eles fossem me matar, eles já teriam feito isso em vez de
me deixar curar.
Nã o importa o que eu diga. A apreensã o só aumenta. Nã o ajuda
que eu possa sentir a raiva de Luka aumentando ao meu lado quanto
mais tempo estamos juntos. Seus dedos arrancam a venda, ele olha para
mim, seus lá bios puxados para baixo em uma carranca de raiva.
— Que diabos há com você e Jackson e seu medo constante de
serem mortos. Eu juro, seus pensamentos estã o inundados com isso. Eu
nã o iria te transformar se eu fosse apenas matar você. — Endireitando-
se, ele aponta para alguém atrá s de mim, e meu coraçã o se aquece
quando a presença de Jackson preenche o espaço.
Com os dois aqui, parece certo. Ambos parecem possuir parte da
minha alma, e quando um se vai, há uma dor, uma coceira fantasma,
como um membro meu estivesse faltando, mas ainda posso sentir onde
deveria estar. A carranca de Luka suaviza quando ele desliza a palma da
mã o na minha bochecha.
— Vou ensiná -la a nunca temer a morte. Vocês dois. — Olhando
por cima do meu ombro, ele dá a Jackson um olhar severo. Uma
risadinha nervosa irrompe dos meus lá bios, mas logo é sufocada
quando aquele olhar acalorado desliza para mim. Mesmo com toda a
sua ferocidade, Luka ainda é um espetá culo para ser visto.
Eu me contenho de estender a mã o e tocar o má rmore frio de sua
pele, de roçar meus lá bios contra o exterior gelado até que ele se torne
flexível e quente ao meu toque.
— Por mais que eu adorasse satisfazer seus pensamentos
caprichosos, Kotenok, temo que você nã o tenha nada com que me
aquecer. Você é tã o fria quanto eu. Mas nã o se preocupe, todos
estaremos aquecidos em breve.
Suas palavras enigmá ticas giram em minha cabeça enquanto ele
me leva até uma enorme banheira. O tamanho é tã o grande que é quase
como uma piscina acima do solo. O vapor sobe do topo, as gavinhas
quentes dançando sobre minha pele, causando arrepios na minha
espinha.
— Vocês dois estã o muito consumidos pela morbidez de sua
pró pria morte. Hoje, retificamos essa situaçã o. — Ele pula na banheira,
enviando uma onda de á gua para o lado. Ela escorre pela superfície
preta brilhante para desaparecer no chã o. — Jackson, você vai se juntar
a mim no lado oposto.
Sem esperar pela resposta, Luka se vira para mim e me faz sinal
para seguir em frente. Jackson sobe, gemendo quando a á gua quente
bate em seu corpo esculpido. Minha boca saliva e minha boceta tem
espasmos enquanto observo os dois reclinados, seus olhares
semicerrados em mim.
Nã o é só o fato de estar tanto tempo sem eles. No fundo, sei que
mesmo que fizesse sexo com eles todos os dias, ainda nã o seria o
suficiente. Meu sangue canta com a forte excitaçã o gravada em seus
rostos, sem dú vida alimentada pelo cheiro do meu desejo.
— Suba para dentro de frente para mim. — A voz de Luka é rouca,
cheia de necessidade. Talvez eles tenham sentido minha falta tanto
quanto eu deles?
Assim que me acomodo na á gua, Luka estende a mã o, agarrando-
me pelo cabelo com um aperto firme que nã o me solta. A ú nica maneira
de escapar dele é arrancar meu pró prio cabelo, mas isso também nã o
parece atraente. Antes que eu possa respirar, ele enfia minha cabeça
sob a á gua morna, me sufocando em seu pau endurecido.
O desconforto da á gua enchendo minha boca logo é substituído
pela fome que bate em mim. Uma vez que seu pau está na minha boca,
nã o posso deixar de chupá -lo, mesmo quando a necessidade de respirar
luta dentro de meus pulmõ es. Depois de alguns momentos, a novidade
desaparece e o pâ nico se instala.
Eu luto sob a superfície, meus dedos agarrando suas mã os em
uma tentativa desesperada de quebrar seu aperto. Eu preciso respirar.
Preciso de ar, mas ele nã o desiste. Os gritos de Jackson sã o abafados
pela agitaçã o da á gua, mas ele está pelo menos tentando colocar algum
juízo em Luka.
Pare com essa luta agora! A voz de Luka ressoa em minha
cabeça, cortando a neblina que se forma em meu cérebro. Você está
perturbando Jackson. Fique quieta e concentre-se no meu pau. Você
não precisa respirar para viver. Você é imortal, uma vampira. Você
deve se libertar do domínio que seu corpo exerce sobre você.
Não posso! Eu grito de volta em minha mente, tentando transmitir
o medo muito real pulsando em meu corpo.
Seu pau surge, enchendo minha boca, mergulhando em minha
garganta. Eu engasgo em torno dele, meu esô fago tendo espasmos
contra a intrusã o. Meu corpo estremece quando a necessidade de ar
agarra meus pulmõ es, exigindo que eu respire ou morra. Luka é uma
força lenta e implacável enquanto desliza para dentro e para fora da
minha boca, me dando algo para agarrar além do fantasma queimando
em meus pulmõ es.
Ele desliza a mã o sobre meu cabelo em uma carícia suave, como
se estivesse me confortando, mimando-me durante esta provaçã o. É
quase reconfortante. Se fosse qualquer outro homem além dele, eu
acreditaria nos sentimentos ternos que ele está demonstrando, mas nã o
posso. No fundo, sei que ele está fazendo o melhor que pode, mas nã o é
sua natureza. Se estou sendo honesta, estou realmente bem com isso.
Luka nunca foi feito para ser um namorado. Ele é o homem que te fode
em um beco antes de roubar sua carteira e coraçã o ao mesmo tempo.
Outro par de mã os desliza sobre minhas costas, desta vez, o
conforto parece real. Elas correm em círculos suaves para cima e para
baixo na minha espinha, deslizando para cima quando eu desço e
deslizando para trá s quando eu subo. É um fluxo e refluxo muito mais
relaxante do que apenas o oral sozinho. Isso me embala em um ritmo
de balanço, permitindo que eu flutue.
Mesmo na névoa luxuriosa, posso sentir o pau de Jackson batendo
contra a parte interna da minha coxa, mas, para seu crédito, ele nã o
parece tã o interessado em gozar quanto em se certificar de que estou
realmente bem.
Eu preciso que você fique calma, Baby. Nós temos você. Você já
esteve aqui por muito mais tempo do que qualquer humano poderia
e ainda está viva. Você está bem. Apenas se concentre em como o
pau de Luka é bom em sua boca. Seja uma boa menina, eu vou
encher essa boceta para você com meu pau grosso. Apenas continue
chupando até saciá-lo.
A excitaçã o inunda meu sistema com suas palavras, cortando o
pior do medo. Eu quero desesperadamente ser a boa menina deles, e
estou tentando muito. Eu sei que queria que meus limites fossem
ultrapassados, mas isso foi tã o difícil, tã o rá pido. Os dedos de Jackson
deslizam em minha boceta, meus mú sculos o agarram, apertando em
torno dele.
Embora seus dedos sejam grossos, eles estã o muito longe de seu
pau. Se eu puder segurar um pouco mais. Se eu conseguir fazer Luka
gozar, entã o posso ter o prazer de seu pau enterrado bem no fundo. Um
gemido escapa dos meus lá bios quando Jackson pressiona meu ponto G,
permitindo que a á gua encha minha boca, me sufocando.
Eu suspiro, meu corpo se recusando a fazer isso sem ar quando o
mundo inteiro para por um momento. Mesmo com a á gua enchendo o
que deveriam ser meus pulmõ es, ainda estou consciente. Nã o estou
engasgando nem chegando perto de morrer. É desconfortável como o
inferno, mesmo agora, eu quero bater no meu peito, dissipando a á gua
que nã o está realmente me incomodando.
É a merda mental da situaçã o. Meu pró prio corpo exige o que nã o
precisa, mas nã o cede quando confrontado com a prova de que nã o vou
morrer. A ú nica coisa que posso fazer é expulsar os pensamentos
intrusivos da minha cabeça e me concentrar em dar a Luka o melhor
oral que puder.
Abaixando-me ainda mais em seu pau, eu o tomo profundamente
em minha garganta, flexionando os mú sculos enquanto engulo. Mesmo
debaixo d'á gua, ouço seu gemido quando seus dedos se fecham em meu
cabelo. Ele nã o é mais o homem gentil que tentou me acalmar. Agora,
ele devasta minha boca, possuindo-a com seus golpes duros e rá pidos.
Quando ele se aproxima do orgasmo, ele empurra minha cabeça
até a base de seu pau até que seu abdô men inferior bata no meu nariz.
Logo, a porra gelada escorre pela minha garganta, fazendo meu corpo
ter espasmos com o contraste entre ele e a á gua morna ao meu redor.
Nã o queima como antes, é entã o que começo a entender o quã o
completamente eles me foderam, me esticando, me rasgando por
dentro de forma que apenas uma gota parecia á cido. Nã o era uma
sensaçã o ruim, apenas diferente.
Engulo quando seu pau empurra na minha garganta, nã o
querendo perder uma gota. Seu sabor é drasticamente diferente do de
Jackson. Em vez de doce, Luka tem gosto de chocolate amargo coberto
com caramelo salgado. É sombrio, decadente, exagerado.
Eu quero tanto lamber meus lá bios enquanto o chupo até secar,
mas minha boca está tã o aberta sobre seu pau duro que o melhor que
posso fazer é contorcer minha língua, extraindo outro espasmo de seu
pau amolecido. Ficamos ali, por alguns instantes, presos no abraço
desse amante, até que ele finalmente me solta.
Ao romper a superfície da á gua, respiro fundo, cuspindo enquanto
tusso toda a á gua que acabou enchendo meus pulmõ es enquanto eu
estava lá embaixo. Enquanto ele me observa, Luka acaricia seu pau
endurecido, um lado de sua boca se curvando em um sorriso. Ele acena
para Jackson como se eles estivessem tendo sua pró pria conversa
mental enquanto eu estava presa entre eles.
Jackson envolve a mã o em volta do meu pescoço e me vira para
ele, a luxú ria brilhando em seus olhos. — Abra a boca. — ele exige.
No momento em que meus lá bios se separam, sua língua
mergulha, lambendo-me, saboreando Luka em mim. A ideia de
compartilharmos sua porra é puro erotismo, enviando picos de
excitaçã o para minha boceta já pulsante e carente. Jackson me puxa
para o outro lado da banheira, seus lá bios nunca quebrando o contato
com os meus.
Finalmente, ele se afasta, seu sorriso selvagem e quente. —
Respire fundo por mim, baby. Agora é minha vez. — Nó s dois
respiramos em uníssono, puxando o ar para dentro de nossos pulmõ es.
Nã o é que tenhamos que respirar, mas alivia um pouco o desconforto.
Ele me empurra para debaixo d'á gua e me prende com seu corpo,
seus lá bios encontrando os meus mais uma vez. Enquanto nossas
línguas dançam, seu pau penetra fundo em mim, nã o consigo evitar o
gemido, as bolhas de ar escapam da minha boca. Depois de tantas horas
sem nada, senti-lo lá no fundo é melhor do que qualquer outra coisa
que eu possa imaginar.
Jackson mergulha fundo, seus grunhidos se misturando com meus
gemidos até que todo o ar tenha saído de nossos pulmõ es. Mas nã o nos
importamos mais. Estamos muito consumidos em encontrar nosso
prazer. Depois de vá rias estocadas, ele faz uma pausa, seu dedo
agarrando e soltando em meus quadris enquanto ele geme forte e
demoradamente.
Por um momento, acho que ele terminou, mas logo ele balança
novamente, seu corpo nã o mais empurrando. Em vez disso, é um
movimento de balanço nã o tã o suave quando sua pélvis esfrega contra
a minha. É uma sensaçã o estranha, mas ainda mais prazerosa do que
qualquer coisa que já consegui com Chet.
No momento em que seu nome surge na minha cabeça, rosnados
gêmeos preenchem o espaço, expulsando qualquer pensamento
racional.
Mesmo agora, Luka rosna, as palavras praticamente vibrando em
meu crâ nio, com um companheiro enchendo você até o ponto de
ruptura e seu outro companheiro enchendo a bunda dele. Você
ainda pensa naquele idiota patético? O que mais temos que fazer
com você para expulsá-lo de seu cérebro? E não se atreva a pensar
que está a salvo de eu tentar uma lobotomia em você. Mesmo se eu
errar, você vai se curar e eu posso tentar de novo.
Há uma leve nota de má goa sob a raiva, no fundo, sei que sua
ameaça é vã . Ele pode me machucar, sim, mas nunca vai me fazer mal.
Ele simplesmente nã o tem as ferramentas para expressar seus
sentimentos sem violência. Instantaneamente, o remorso inunda meu
corpo e expulsa todos os pensamentos do meu cérebro, exceto os dois
homens me dando prazer.
Agarrando Jackson pela cintura, eu movo meus quadris,
cronometrando-o com os solavancos das estocadas de Luka até que seja
como se nó s dois estivéssemos transando com ele, imprensando-o
entre nossos corpos. A á gua gira ao nosso redor, criando um mini
vó rtice enquanto Luka soca nele.
É quase uma reminiscência dos tempos em que fiquei debaixo
d'á gua enquanto o oceano batia na costa acima de mim. Luka é
igualmente potente, uma força implacável. Jackson geme, suas presas
arranhando a lateral do meu pescoço enquanto ele agarra meus quadris
e me usa como seu pró prio brinquedo .
Estou além de me importar.
Neste momento, sou um brinquedo, uma boneca, um recipiente
para a paixã o deles. Como uma reaçã o em cadeia, meu orgasmo rasga
através de mim enquanto as presas de Jackson perfuram minha pele.
Meus mú sculos ondulam ao longo de seu pau, agarrando sua carne
pulsante até que ele se derrame profundamente dentro de mim. Mais
uma vez, o contraste é profundo. Eu posso senti-lo jorrando sua porra
dentro de mim, esfriando minha carne aquecida. Meu corpo deve estar
aprendendo a acomodar seu pau, ou está se recuperando ainda mais
rá pido do que antes.
Os dedos de Jackson se fecham quando o rugido de Luka penetra
nas á guas, enviando um arrepio por nó s dois. Nã o tento pensar em
Chet. Nã o é algo que eu goste de fazer. Mas, honestamente, nã o consigo
evitar a comparaçã o que meu cérebro faz quando comparo seu
desempenho medíocre com essas má quinas sexuais. Simplesmente nã o
se compara.
Mã os fortes me puxam para fora da á gua, estou tã o consumida
pelos meus pensamentos que nem penso em encher meus pulmõ es de
ar. Eventualmente, a necessidade me alcança, mas nã o é tã o terrível
como era antes. Talvez depois de algumas maratonas de sexo na á gua,
nã o seja tã o ruim?
Jackson me enxuga, garantindo que cada centímetro de mim fique
seco, antes de me entregar a toalha para enrolar no meu cabelo.
Nenhum de nó s fala ao sair da á gua, e o silêncio parece pesado e
opressivo. Eu sei que eles podem ouvir meus pensamentos e detestam o
fato de que eu nã o consigo evitar que minha mente se desvie, mas eu
simplesmente nã o consigo evitar.
Tanta coisa mudou e aconteceu comigo que meu cérebro tenta
comparar com o que eu sei. E até o cruzeiro, tudo que eu conhecia era
Chet. Ele foi meu amante mais recente, embora sem brilho. Deslizamos
para uma cama ao lado, nossos corpos desabando em uma pilha de
membros.
Jackson muda e me manobra até que eu esteja no meio de ambos.
Um suspiro suave deixa meus lá bios enquanto eu descanso minha
cabeça em seu peito enquanto Luka se aconchega atrá s de mim, seu pau
já duro novamente enquanto descansa contra minha bunda. Alfinetadas
de consciência inundam meu sistema enquanto ficamos lá . É como uma
pressã o no meu peito, um pavor sem nome.
— Shhh. Calma, Kotenok. É apenas o seu corpo alertando você
para o nascer do sol. Vocês dois ainda sã o tã o novos que isso os afeta de
uma forma que nã o me afeta mais.
Enquanto ele fala, meus membros ficam pesados, quase como
chumbo. Essa mesma sensaçã o já me atingiu antes, mas eu tinha coisas
piores ocupando meu cérebro. Agora, envolvida com meus homens, é
quase reconfortante. Luka esfrega sua ereçã o contra mim, eu suspiro,
tentando arquear de volta em seu toque, mas nã o posso.
Quando meus olhos se fecham, ele arrasta minha perna flá cida
sobre sua coxa e esfrega a cabeça contra meu buraco. Eu quero tã o
desesperadamente ficar acordada, para apreciá -lo reivindicando minha
bunda, mas nã o posso. Meu corpo ondula ao redor dele enquanto me
estico para acomodar seu enorme pai. À medida que minha consciência
escorrega, sinto aquela dor lancinante e prazerosa enquanto ele se
empurra, me preenchendo completamente.
CAPÍTULO DEZESSEIS

Katrina

O prazer explode através do meu corpo, me deixando tensa


enquanto bate através de mim. Sussurros suaves alcançam meus
ouvidos quando começo a recuperar a consciência, me livrando do sono
paralisante dos mortos. As vozes sã o abafadas, mas aquecidas.
Eu começo a me mover, para acalmar o que quer que esteja
acontecendo, mas estou presa entre os dois homens, cheia com um pau
na minha boceta e o outro na minha bunda. Eles estã o se movendo em
ritmos á speros e frenéticos, ambos me fodendo com abandono
selvagem. Isso explicaria o orgasmo que ainda vibra em meu sistema.
Desde que me transformei, nã o sonho, e isso inclui sonhos
sexuais. Sinto falta dessa parte da humanidade, mas acordar assim mais
do que compensa. Meu corpo ondula sobre eles enquanto o prazer
corre através de mim enquanto eles continuam a empurrar
profundamente dentro de mim.
Estou segura entre meus dois homens, feliz em deixá -los resolver
qualquer problema que estejam tendo. Luka arqueia o pescoço em volta
de mim e beija Jackson enquanto os dois começam a perder o ritmo.
Eles estã o chegando perto. Posso finalmente começar a dizer o
que seus corpos estã o fazendo, mesmo quando estã o dentro de mim.
Luka goza primeiro, seu pau inchando ainda mais, esticando minha
boceta enquanto ele se esfrega contra mim, gemendo contra os lá bios
de Jackson. Jackson é o pró ximo, seu orgasmo enchendo minha bunda
com sua porra. Quando ele sai, ele enfia um plug antes de beijar o topo
do meu ombro.
— Bom dia, baby. — ele sussurra contra a minha pele. — Com
fome?
Meu estô mago aperta com o pensamento de outra porra de
smoothie, mas é o que eu tenho que fazer para manter aquele monstro
rastejando dentro do meu corpo sob controle. Senti um gostinho da
sombra insidiosa que reside dentro de mim enquanto lambia o sangue
daquela garota, e nã o posso deixá -la livre novamente.
Se eu escorregar apenas uma vez, será isso. O monstro estará
livre, e que Deus cuide das consequências. Ambos os homens se
afastam de mim e começam a vestir suas roupas, deixando-me nua na
cama.
— Sim, por favor. Eu adoraria um café da manhã .
Luka e Jackson trocam olhares por cima da minha cabeça, mais
uma vez, sinto que estou perdendo uma conversa importante. Em vez
de dizer qualquer coisa para mim, ambos vestem ternos combinando. É
a primeira vez desde que me transformei que realmente os vejo em
roupas. De alguma forma, isso me faz sentir ainda mais nua e pequena.
— Venha, Printsessa. Vamos pegar um pouco de comida para você.
— Luka estende a mã o e eu a pego, meus dedos tremendo enquanto ele
me puxa da cama.
Algo nã o está certo. Apesar de nó s três termos gozado, há uma
tensã o no ar que é espessa, como fumaça. Quase engasgo quando
saímos do quarto, eu nua entre os dois homens. À medida que
descemos a rampa, percebo que estamos voltando para minha cela, um
verdadeiro pâ nico começa a se instalar.
Eu me viro, prestes a correr, quando Luka me agarra pelo braço e
me força para frente. — Basta disso. Você vai se alimentar como nó s.
Nã o vou mais atender à s suas sensibilidades humanas. — Fico pesando
suas palavras quando ele abre a porta, revelando um rosto que eu
nunca pensei que veria novamente.
— Chet!
Corro para dentro do quarto, arrancando meu braço das mã os de
Luka. Ambos rosnam atrá s de mim, mas eu ignoro. Eles conhecem meu
cérebro. Eles sabem que nã o tenho sentimentos íntimos por essa
escó ria, mas vê-lo acorrentado como carne é demais.
Ele olha para cima, seus olhos me perfurando com um olhar tã o
odioso que rouba minha respiraçã o. Paro no meio do caminho, sentindo
a animosidade fluindo dele, mas nã o entendo por quê. Nã o é minha
culpa que ele esteja aqui… É ?
— Eu acredito que você conhece o seu café da manhã ? — O
ronronar de satisfaçã o de Luka penetra em minha pele até que começo
a recuar apenas para entrar em contato com ele. — Sentimos que seria
melhor se fosse alguém de quem você nã o gostasse.
Ele tem razã o, mas as pessoas sentiriam falta dele. Nã o é como se
ele fosse um estranho que pegaram na rua. As pessoas vã o procurar.
Jackson se aproxima e coloca a mã o no meu ombro. Por instinto, deslizo
minha bochecha pelos nó s de seus dedos, me deliciando com sua força.
Por mais que eu odeie Chet, ainda nã o quero que ele morra. Ser uma má
transa nã o deveria significar a morte. Ninguém merecia isso.
Não se preocupe com isso, querida. Lembre-se. Eu costumava
estar na CIA. Somos excelentes em fazer as pessoas desaparecerem.
Claro, essa é a parte em que ele se apega. Suas palavras enviam
um arrepio de excitaçã o através de mim. Isto é ridículo. Eu nã o deveria
estar ficando excitada com a ideia de Chet desaparecendo pelas frestas,
desaparecendo, para nunca mais ser encontrado.
Claro que deveria, Kotenok. Você fica excitada pelo poder, pelo
domínio. Isso é exatamente no mesmo sentido. Jackson está sendo
competente em suas habilidades, provando que ele é um macho alfa.
Você responde a isso como uma cadela no cio.
— Onde diabos estã o suas roupas? Você nã o tem vergonha? Deus.
Eu sabia que você era uma aberraçã o, mas vamos lá .
A dor atravessa meu coraçã o com suas palavras, mais uma vez,
estou de volta ao lugar onde implorei para ele me amar. Sem perceber,
caio no chã o, meus joelhos batendo no tijolo. Eu pensei que tinha
superado a dor que ele causou, mas ela ruge como uma ferida
purulenta que finalmente estoura, vomitando sua dor necró tica em meu
corpo.
Jackson afunda ao meu lado, suas mã os deslizando sobre meus
ombros e costas. — Você se sentiria mais confortável com roupas?
— Nã o. — Luka ruge, puxando Jackson de cima de mim. — Nã o há
nada de errado com a aparência dela. Nã o se atreva a tentar conformá -
la para corresponder ao que esse idiota pueril pensa que ela deveria
ser. Ela permanecerá nua até que eu decida que ela precisa de alguma
roupa.
Jackson abaixa a cabeça em uma pequena demonstraçã o de
submissã o, por algum motivo, isso reforça minha vontade de me
submeter também. Vê-lo, forte em sua submissã o a Luka, deixa claro o
quã o forte é a necessidade em mim também. Essa é a razã o pela qual eu
fui naquele maldito cruzeiro em primeiro lugar.
Abaixando minha pró pria cabeça, afasto meus joelhos, imitando
uma pose de escrava que vi uma vez. Eu coloco minhas mã os em
minhas coxas, palmas para cima, e espero pelo pró ximo comando de
Luka ou Jackson. Ambos se aproximam de mim, a pressã o de suas coxas
fortes me dando força.
Porém, quando Chet dá uma risada zombeteira, ainda dó i. Nã o é
tã o ruim com meus homens me protegendo, mas ainda atravessa a
armadura.
— Nã o sei do que você está rindo, seu idiota. — Luka rosna. Seu
tom é assassino. Meus cabelos se arrepiam conforme cada sílaba desce
pela minha espinha.
— Estou rindo dela. Ter que fazer isso, ser essa prostituta devassa,
só para ajudá -la a gozar. Eu sabia que ela nã o poderia lidar apenas
comigo. Agora ela tem que ter dois caras só para chegar lá . — Eu olho
para cima, notando o desdém em seu rosto.
Para alguém que está sendo mantido como prisioneiro, ele com
certeza é arrogante. Nã o achei que ele desejasse morrer, mas
obviamente há uma necessidade profunda que ele nunca atendeu. Luka
põ e a ponta dos dedos na minha cabeça e a guia de volta para baixo, de
modo que fico olhando para o chã o.
— O que você quer, aberraçã o? — Eu me encolho com a amargura
na voz de Chet quando ele se dirige a Luka.
O som de roupas sendo rasgadas chega aos meus ouvidos, mas
mantenho meu olhar fixo no chã o.
— Kotenok, você gosta dos efeitos de uma nova droga que estamos
testando?
Eu olho para cima e vejo a calça de Chet espalhada pelo chã o, sua
ereçã o se projetando para o teto. Pré-sêmen pinga de sua pequena
fenda enquanto ele olha para mim, como se de alguma forma isso fosse
tudo culpa minha.
— É semelhante à s suas drogas potentes na América. — continua
Luka, ignorando as lutas de Chet. — Mas com uma pequena reviravolta.
Com a ajuda de Jackson, criei um soro da verdade que deixa a vítima
dura enquanto nã o filtra seus pensamentos. O veneno que sai de seus
lá bios é todo dele. Nó s apenas tornamos mais fá cil sair.
Jackson me cutuca, incitando-me a ficar de pé. — Você gostaria de
fazer algumas perguntas a ele, talvez obter algum fechamento?
Fechamento. A ú nica coisa que eu nã o sabia que precisava. Sim.
Acho que preciso disso mais do que tudo. Quero seguir em frente com
esses homens, mas nã o posso porque estou presa ao que deu errado no
relacionamento.
— Por que você parou de me amar?
Os homens se afastam, dando-me espaço para fazer o que sinto
que precisa ser feito. A liberdade me preenche, provocando o monstro à
espreita. Ele sabe exatamente o que quer fazer. Eu sou o ú nico
segurando sua coleira.
— Você está realmente me perguntando isso? Isso é intenso vindo
de alguém que leva pelo menos uma hora para gozar, e isso em um bom
dia? Por favor. Eu tinha um trabalho importante a fazer. Eu nã o poderia
perder meu tempo cuidando de suas necessidades psicó ticas
imaginá rias. — Ele faz uma pausa, seus olhos se estreitando. — O fato
de você pensar que eu já te amei mostra o quanto você é uma aberraçã o
carente.
A dor floresce em meu peito enquanto eu olho em seus olhos
cheios de ó dio. Isso é bom. É o que eu preciso ouvir. Porque suas
palavras me dizem que nã o é minha culpa. Meus homens nunca
questionaram o que eu precisava. Eles me deram um prazer além da
imaginaçã o e nã o me julgaram pelo que me levou até lá .
Antes que eu possa responder, Jackson avança, seus passos
pesados o suficiente para enviar vibraçõ es pelo chã o. — Oh nã o. Você
nã o vai falar com ela assim. Eu estava bem com ela fechando, mas você
nã o vai menosprezá -la e machucá -la assim. Além disso — ele estende a
mã o e agarra o pau de Chet, apertando até ele gritar. — Você realmente
acha que algo tã o pequeno iria levá -la até lá ?
Luka desliza para cima, envolvendo a garganta de Chet com a mã o.
— Você quer ver como é difícil para o nosso animal de estimaçã o gozar?
Nã o temos nenhum problema em mostrar a você. — Estendendo a
outra mã o, ele abre as pá lpebras de Chet, forçando-o a observar tudo o
que Jackson faz comigo.
— Claro que ela pode gozar com dois homens. Nã o é justo ter
pessoas como eu em desvantagem. Só porque nã o sou pervertido o
suficiente...
Luka o interrompe com um aperto na garganta. — Você vai ficar
em silêncio para isso, ou eu vou acabar com o fechamento de Katrina.
Nã o tenho nenhum problema em drenar uma pequena bolsa de
espinhas pustulenta como você.
Ele empalidece e fecha a boca, o medo real finalmente brilhando
em seus olhos. Talvez ele tenha pensado que isso era apenas um reality
show ou algo assim, mas agora ele sabe que sua vida está nas mã os dos
dois homens que me protegem dele.
Jackson arrasta uma cadeira para o meio da sala e se senta, seus
olhos fixos nos meus. — Ele nã o importa, Baby. É só você e eu, ok?
Agora se ajoelhe aos meus pés.
Eu corro, plantando meus joelhos entre suas coxas, descansando
minha cabeça contra o membro fortemente musculoso. A paz me
invade, expulsando os pensamentos desagradáveis que circulam desde
que Chet ganhou uma visibilidade.
— Essa é minha boa menina. — ele murmura, passando os dedos
pelo meu cabelo. — Agora, mostre-me o quanto você quer se submeter
a mim lambendo meus sapatos.
Faço uma pausa por um momento e olho para seus mocassins
brilhantes. Eles sã o tã o limpos que quase posso me ver neles. Eu nunca
tive um fetiche por esse tipo de coisa, mas agora, eu faria qualquer coisa
que Mestre Jackson me pedisse, incluindo isso.
Ficando de quatro, deslizo minha bochecha contra o couro,
parando enquanto reú no meus pensamentos e encontro meu centro.
Com lambidas lentas e determinadas, corro minha língua ao longo da
superfície, concentrando-me na sensaçã o enquanto a lambo. Gemendo,
Jackson desce a mã o pela curva da minha bunda e dá um tapa.
Calor se desenrola através de mim enquanto ele alterna entre
bater e amassar minha carne. Estou tã o vergonhosamente molhada.
Olhando para cima, ignoro Chet, em vez disso, olho para Luka, bebendo
em seu olhar escuro. Sua calça esticada em torno da enorme ereçã o que
ele está ostentando ao assistir a esta cena, eu formigo por dentro,
sabendo que ele vai me encher em breve. É o jeito deles.
— Liberte meu pau, pequenina. — Jackson resmunga, recostando-
se contra a cadeira.
Sua garganta se contrai com força, engolindo enquanto eu subo
entre suas coxas, provocando-o tanto quanto ele está me provocando.
Eu faço um trabalho rá pido em seu cinto e abro seus botõ es, suspirando
quando seu pau salta livre.
— Monte-me.
Eu levanto minha perna para montá -lo quando Luka fala por trá s.
— O outro jeito. Eu quero que ele veja o quã o pouco esforço é
necessá rio para fazer você gozar em cima do pau de Jackson. Quero que
ele saiba que nã o há vibradores escondidos, nem truques na manga.
Jackson junta os joelhos e me agarra pela cintura, levantando-me,
deslizando-me entre seu abdô men e seu pau duro. Seu pau grosso roça
na frente da minha boceta enquanto eu me contorço contra ele,
ganhando um tapa de advertência no meu mamilo direito.
O grito de surpresa sai da minha boca enquanto minha boceta tem
espasmos. Abrindo as pernas, Jackson me puxa para ele, forçando
minhas costas contra seu peito enquanto ele se segura, deslizando a
cabeça pela minha entrada lisa.
— Abra seus lá bios para mim. Deixe Chet ver que garota travessa
e molhada você é. — A respiraçã o fria de Jackson vibra contra a minha
pele enquanto ele me dá ordens. Choramingando, deslizo minha mã o
para baixo e me abro para ele, gemendo quando ele me recompensa
batendo seu pau contra meu clitó ris.
Empurrando-o para baixo, ele desliza para dentro, nossos
gemidos se misturando enquanto ele me balança no lugar. Ele parece
tã o gostoso dentro de mim. Seu pau pulsa contra minhas paredes
internas, eu aperto em torno dele, girando meus quadris para esfregar
todos os pontos internos.
— Deite-se sobre mim. Eu farei todo o trabalho.
Com um suspiro, eu me inclino para trá s, deixando-o assumir o
controle. Ele desliza as mã os sob minhas coxas e me mantém no lugar
enquanto seu pau entra e sai, batendo tã o fundo que vejo estrelas a
cada golpe. Suas presas roçam meu pescoço, enviando um arrepio de
eletricidade pelo meu corpo. Gemendo, eu me forço a ficar parada, para
confiar nele para me levar até lá .
Soltando uma mã o, ele a desliza para baixo em direçã o ao meu
clitó ris. Os tapas sã o um barulho agudo e ú mido enquanto ele me bate
mais e mais. Dor e prazer colidem, girando profundamente enquanto
ele continua a me encher com seu pau impressionante. Gemendo, eu
cravo meus dedos em suas coxas, segurando enquanto meu orgasmo
me percorre.
Com um grito alto, eu convulsiono sobre ele, minha boceta tendo
espasmos enquanto os tremores fluem através de mim. O prazer
continua rolando pelo meu corpo enquanto seu pau continua a entrar
em mim até que, finalmente, sua porra escorre por nossas coxas em
riachos gelados. Com um beijo suave no meu pescoço, ele me deixa cair,
sussurros de boa menina soando em meus ouvidos.
— Você vê? — Luka olha para o pulso nu como se tivesse um
reló gio. — Meros minutos. Nada dessa besteira de hora que você está
reivindicando. Inferno, eu levaria uma eternidade também se eu nã o
tivesse conhecimento prá tico de como realmente agradar uma mulher.
— Ele se vira de Chet e olha para mim, seu olhar aquecido me
preenchendo. — Rasteje até mim, pet. — Luka murmura.
A satisfaçã o rola através de mim quando mais uma vez fico de
quatro. A porra de Jackson escorre pela minha perna e me segue em
uma trilha ao longo do chã o. Quanto mais perto chego de Chet, mais
ouço o vitríolo saindo de sua boca, mas quando ouço a palavra
prostituta, minha visã o escurece.
O monstro interior já teve o suficiente de seu abuso. Olhando para
Luka, espero seu sorriso e aceno antes de me aproximar de Chet.
— Eu sou uma prostituta? Por quê? Porque eu amo experimentar
prazer? — Ele abre a boca, mas eu o interrompo. — Nã o. Agora sou eu
quem está falando. — Estendendo a mã o, eu deslizo minha mã o sobre
seu pau, segurando o comprimento insignificante na palma da minha
mã o. Nã o é que o tamanho realmente importe para mim, ele era mais
do que suficiente para me preencher quando estávamos juntos. O mais
importante é que ele nunca tentou usar seu pau de uma forma que me
desse algum prazer.
Conhecendo-o, ele certamente igualaria o tamanho, nã o somando
dois mais dois no que diz respeito à habilidade. Eu movo minha mã o
um pouco, apenas o suficiente para minha unha roçar a pele macia,
abrindo um pequeno conjunto de capilares. O grito de Chet nã o faz
nada além de alimentar o monstro que se contorce.
— Permissã o para apreciá -lo?
— Sim, Kotenok. Drene-o até secar.
Caindo de joelhos, lambo o sangue que escorre de seu pau, sem
me preocupar com o ó rgã o em si. Eu nã o dou a mínima se ele goza ou
nã o. Isso é sobre eu finalmente conseguir uma bebida que nã o é de um
maldito copo coagulado. Gemendo, eu agarro suas bolas, apertando
mais forte do que provavelmente o necessá rio. Mais uma vez, sou
recompensada com um guincho ofegante quando Chet se esforça para
manter sua necessidade de controle.
O sangue de seu pau nã o é suficiente. Eu quero mais. Eu desejo
mais. A ú ltima coisa que quero, no entanto, é seu pau na minha boca.
Nunca mais. Caindo um pouco mais baixo, eu solto minha mã o,
deixando suas bolas balançarem livremente. A escuridã o invade
novamente, sussurrando coisas em meu ouvido que sã o muito
atraentes.
Sorrindo, eu trago uma de suas bolas em minha boca, sentindo o
calor pulsando através de mim antes de virar minha cabeça para deixar
minha presa roçar a protuberâ ncia rígida. Eu fico lá , deixando-o sentir a
picada afiada do meu canino contra sua carne sensível, permitindo que
sua mente preencha os espaços em branco e crie qualquer cená rio
assustador que queira fornecer.
Com infinita lentidã o, deixei minha presa descer, absorvendo seus
gritos de gelar o sangue quando primeiro perfurei sua pele, depois o
estalo quando minha boca se encheu de sangue e fluidos. Ele é amargo.
Muito mais amargo do que eu esperava. Afastando-me, deixo o líquido
claro espirrar no chã o, esperando até que fique vermelho antes de
colocar minha boca de volta para ele.
Luka se abaixa, uma mã o guiando minha boca enquanto a outra
desliza pelo meu cabelo. — Aqui, meu pet. Você quer ser mais medial. O
sangue que você liberou sã o apenas capilares e nã o vai enchê-la da
maneira que você precisa.
Chet dá um grito estrangulado, sua boca desesperada para formar
palavras, mas falhando. Com um grunhido suave, Luka solta meu rosto e
estende a mã o para a outra bola exposta, cortando a esfera branca e
carnuda com unha do polegar. — Você nã o vai interromper minhas
aulas.
Desta vez, enquanto ele grita, Chet fica mole, desmaiado pela
agonia que infligimos a ele, mas isso é mais do que bom. Agora, nã o
precisarei ouvi-lo. Posso me concentrar apenas na cadência calmante e
cortante da voz de Luka enquanto ele mais uma vez direciona minha
atençã o para as pequenas artérias que correm ao longo da parte
interna de suas bolas quebradas.
— Estas sã o as artérias testiculares. Se você vai se alimentar desta
parte do corpo, faça-o daqui. Caso contrá rio, é melhor descer aqui para
a artéria femoral. Tudo depende de quã o rá pido você quer que ele
sangre.
Luka mais uma vez guia minha cabeça para o saco vazio, entã o se
afasta, permitindo que eu assuma o controle. Eu agarro o saco flá cido
em minha mã o enquanto passo minha presa pela artéria esquerda,
suspirando enquanto ela atravessa como uma faca quente na manteiga.
Ambrosia carmesim flui em minha boca. Gemendo, eu chupo
profundamente, enchendo meu corpo com seu sangue vivificante. O
monstro se levanta, banhando-se em seus fluidos vitais. Ele dança ao
redor, girando enquanto suga cada gota. Eu o sinto se contorcer contra
a minha pele, me pressionando de dentro para fora, exigindo que ele
assuma o controle.
Fechando os olhos, deslizo para o vasto nada, sabendo que a
garota que eu era nunca mais será a mesma. Continuo bebendo,
recuperando o tempo perdido, perdido nas delícias do sabor acobreado
que mancha minhas papilas gustativas. Luka envolve suas mã os em
volta dos meus ombros, me puxando para trá s antes que eu beba muito
e vá longe demais, tirando sangue de morto.
Seu batimento cardíaco é lento, pois ele está perto da morte. Eu
posso ouvi-lo claramente. Embora eu nã o entenda completamente por
que nã o posso beber até que ele morra, confio em Luka. Isso nã o ajuda
com a fome que ainda me atormenta, mas, no fundo, sei que Luka
cuidará disso também.
O sangue continua a escorrer do corpo de Chet e a respingar no
chã o, enchendo-me de desagrado. Todo aquele sangue bom vai para o
lixo. Luka e eu ficamos lá , suas mã os me embalando contra seu corpo
enquanto esperamos a batida final de seu coraçã o.
Eu olho para ele, uma névoa vermelha tingindo minha visã o. —
Mais, mestre. Por favor.
Ele me puxa para cima e me joga contra a parede, seus lá bios se
fundindo com os meus. O tijolo á spero da parede marca minhas costas,
me queimando enquanto Luka desliza minhas pernas sobre seus
braços, me prendendo com seu pau. — Alimente-se de mim,
Malen'kiy15. Beba-me em seu corpo. Deixe-me nutrir você. O meu gosto
com certeza lavará o sangue vil e purulento de seus lá bios.
Eu abro minha boca, afundando minhas presas em seu enorme
tríceps. É a primeira vez que me alimentei dele conscientemente. O
tempo que ele me transformou nã o contou, já que eu nã o conseguia me
lembrar. É rico e untuoso enquanto flui sobre minha língua, acalmando
um pouco da fome que ainda corroía minha garganta.
Ele me empurra para trá s com mais força, praticamente me
dobrando ao meio enquanto me penetra, me fodendo com abandono
selvagem. Ele está se segurando. Mesmo com o quã o duro ele tem sido,
isso é diferente. É animalesco, reivindicando. Com um rugido, ele puxa
minhas presas para longe dele e me morde, enviando espasmos
trêmulos através do meu nú cleo.
Luka bebe de mim, puxando sangue de volta para ele,
alimentando-se com meu corpo. Gemendo, eu embalo sua cabeça, meus
suspiros pontuados por seus impulsos duros. Com um rugido, ele goza
em mim, sua essência se misturando com a porra restante de Jackson,
me enchendo com ambos.
Eu gozo mais uma vez, a ferocidade chicoteando através de mim
até que eu seja uma casca mole, saciada, esgotada. A agonia da fome
nã o me morde mais. A energia inquieta que carrego e que só se dissipa
quando acerto as sanguessugas do subespaço enquanto Luka me puxa
para longe da parede e me abraça, sussurrando Deus sabe o quê em
russo.
Fechando os olhos, descanso em seu abraço, sabendo que em
breve ele vai me reanimar para fazer tudo de novo. Jackson desliza
atrá s de nó s, tirando um pouco do peso de Luka enquanto ele envolve
seus braços em volta de nó s dois. Eles murmuram sons suaves de amor
e posse, suas respiraçõ es frescas deslizando sobre mim, enviando
arrepios pelo meu corpo.
Eles falam da eternidade, de se deleitar com meu corpo, de me
foder ao longo de seus dias. Um suspiro paira em meus lá bios enquanto
me inclino para frente para descansar minha cabeça contra o peito de
Luka, as vibraçõ es enquanto ele fala retumbando em mim.
Se é isso que tenho de enfrentar por toda a eternidade, entã o
estou mais do que pronta para o desafio.
NOTAS
[←1]
Gatinha.

[←2]
Citado no Antigo Testamento, é o alimento que Deus deu aos israelitas durante o Êxodo. É
sinônimo de um alimento milagroso.

[←3]
Idiota.

[←4]
Querida.

[←5]
Traidora.

[←6]
Puta.

[←7]
Transtorno de Estresse Pós Traumático.

[←8]
Fosfeno nada mais é que aquela sensação de quando vemos luzes e estrelas quando
esfregamos os olhos. Normalmente, este fenômeno é inofensivo, mas em alguns casos, pode
indicar que algo não vai tão bem com a visão.

[←9]
A Febre Tifoide é uma doença bacteriana aguda, causada pela Salmonella enterica sorotipo
Typhi.

[←10]
Luz da lua.

[←11]
Preciosa.
[←12]
Raio de Sol.

[←13]
Comida para os Deuses.

[←14]
Brinquedo.

[←15]
Pequenina.

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