Apostila Acarologia2008
Apostila Acarologia2008
Apostila Acarologia2008
1. Introdução
1
Pesquisador Científico, Instituto Biológico, E-mail: almatioli@biologico.sp.gov.br
4
3. Fisiologia de Ácaros
3.1 Sistema Digestivo
O sistema digestivo é um tubo simples (Fig. 1) que apresenta variações entre os
diferentes grupos, porém algumas características são comuns. O sistema digestivo se
inicia na abertura oral, onde são produzidas as salivas em glândulas especializadas,
depois disso tem o intestino anterior que consiste em uma faringe musculosa que
funciona como uma bomba de sucção do alimento e que, se continua por um esôfago
que é circundado pelo cérebro. O intestino médio ou ventrículo, caracteriza-se por ter
o epitélio digestivo muito desenvolvido, com variável número de cecos gástricos.
Um curto intestino liga o intestino médio ao intestino posterior, podendo receber
túbulos de Malpighi (orgãos excretores), semelhantes aos insetos. O intestino
posterior é representado por uma cavidade ou bolsa retal que se abre externamente
através do ânus.
6
3.4 Reprodução
São ácaros diminutos, variando seu comprimento de 0,15 a 0,35 mm , com corpo
alongado, anulado e vermiforme, apresentam dois pares de pernas localizadas
anteriormente e logo abaixo destas a presença de uma abertura genital transversal. Os
tarsos não possuem unhas porem os empódios em forma de pluma. As quelíceras são
estileteformes. Possuem estiletes curtos. Idiossoma em formato cônico com a parte
anterior do corpo mais larga. A grande maioria dos eriofídeos possuem tubérculos e
setas dorsais, porém em alguns gêneros e espécies estas estruturas podem estar
reduzidas (vestigiais) ou não existirem. Existe mais variação na posição dos
tubérculos dorsais nesta família que nos outros eriofióides. Existem já identificados
aproximadamente 3400 espécies em mais de 250 gêneros. A maioria dos Eriofióides
foram nomeados por Lindquist et al., 1996. Davis et al.(1982) e Amrine & Stasny
(1994) que apresentaram catálogos da fauna mundial. Amrine (1996) determinou
10
uma chave para todos os gêneros, Hong & Zhang (1996) publicaram um catálogo de
eriofiídeos que ocorrem na China e Baker et al. (1996) resumiu as espécies
encontradas nos EUA.
7. Coxa I com seta 1b presente; coxa das pernas I dividida, seta escapular em frente da margem do escudo
posterior, dirigida para frente e centralizada; tíbia das pernas I fundida com o tarso
................................................. Tribo Colopodacini Mohanasundaram
............................................................. 8
- Coxa I sem seta 1b; coxas das pernas I tanto separada ou fundida pela linha mediana; seta escapular e
tíbia das pernas I variáveis ...................... Tribo Notopodini Keifer
..................................................................... 10
8. Seta opistossomal e ausente; Genu II sem setas ........................................... Paracolopodacus Kuang &
Huang
- Seta opistossomal e presente; Genu II com seta presente
.................................................................................. 9
9. Seta escapular dirigida medianamente; região coxa-genital não usual, em forma de escudo, sem annuli;
opistossoma dorsal com um sulco mediano ......................................................................... Colopodacus
Keifer
- Setas escapulares localizadas em ângulos postero-laterais do escudo, dirigido posterolateralmente;
região coxa-genital não em forma de escudo, consistindo de vários anelações fracas; opistossoma
com um estreito sulco mediano, margeado por aneis submedianos .............................................
Apontella Boczek & Nuzzaci
10. Setas escapulares ausentes; seta opistossomal e ausente
................................................................................. 11
- Setas escapulares presentes; seta opistossomal e presente ou ausente
............................................................ 12
11. Tibia das pernas I distinta, porém curta e sem seta; opistossoma levemente arqueado, e coberto por
micro tubérculos ..........................................................................................................................
Anothopoda Keifer
- Tíbia das pernas I fundidas com o tarso; opistossoma com escudo mediano liso, anéis com
microtubérculos lateralmente .............................................................................................. Surapoda
Boczek & Chandrapatya
12. Não possui um lóbulo frontal sobre a base do gnatossoma; setas escapulares inseridas próximas da
margem do escudo posterior, setas direcionadas posteriormente, para cima ou anteriormente; tíbia
das pernas I fundida com o tarso; coxa das pernas I fundida na linha média; opistossoma com
anelações subiguais, repleta de microtubérculos
.................................................................................................. Nothopoda Keifer
- Escudo prodorsal com um curto lóbulo frontal sobre o gnatossoma
.............................................................. 13
13. Setas escapulares próximas da margem lateral do escudo, direcionadas lateralmente; opistossoma liso
dorsalmente
.................................................................................................................................................... 14
- Setas escapulares localizadas mais centralizadas, tanto a frente ou sobre a margem do escudo, dirigidas
póstero-lateralmente; se sc próxima da margem lateral, então as setas são dirigidas postero-
medianamente; opistossoma variável
...................................................................................................................................... 15
14. Setas escapulares dirigidas lateralmente, eixo basal de tubérculos longitudinais; tarso com seta u’
longa, inserida a um angulo de 90°; solenídios com extremidades esféricas; escudo da fêmea com
inúmeros sulcos curtos e sinuosos, em mais que duas linhas transversas; opistossoma levemente
arredondado, com grandes anelações e semelhantes dorsalmente
............................................................... Neocosella Mohanasundaram
- Setas escapulares dirigidas levemente postero-lateral, eixos basais dos tubérculos inclinados a 60°;
tarso com seta u’ normal, solenídio com pêlo recurvado distalmente; opistossoma com grandes aneis
dorsais e leves sulcos medianos ....................................................................................................
Pangacarus Manson
12
15. Setas escapulares próximas a margem do escudo, dirigida para tras, com tubérculos cilíndricos; coxas
I fundidas a linha central; tibia das pernas I fundida com o tarso ..........................................
Floracarus Keifer
- Setas escapulares acima da margem do escudo posterior, dirigida pra cima, tubérculos pregueados;
coxas I fundidas ou com linha external presente; tíbia da perna I mais visível sobre a perna
“underside” ............... 16
16. Coxas I lisas, separadas por uma curta ou média linha extrernal ........................... Disella Newkirk &
Keifer
- Coxa das pernas I fundidas (sem linha external) e mais ou menos fundida com o subcapitulum,
superfície granular ou com pequenas pontuações .....................................................................Cosella
Newkirk & Keifer
dorsal. Neste escudo localiza-se ainda, nas fêmeas, a abertura do sistema traqueal, o
estigma, que se posiciona geralmente na lateral anterior, podendo variar para posição
dorsal ou ventral dependendo também do grau de expansão e de dobramento do
escudo pró-dorsal. Os machos não apresentam estigma. Posteriormente ao escudo pró-
dorsal, nas fêmeas, nos tergitos C, D, EF e H, localizam-se, respectivamente, os pares
de setas c1 e c2, d, e e f, e h. Na extremidade posterior, já ventralmente, localiza-se o
segmento pseudoanal (Ps) portando um par de setas (ps) . Nos machos, os tergitos C e
D estão fundidos (tergito CD) e mantêm as mesmas setas observadas nas fêmeas, c1,
c2 e d; o tergito EF apresenta-se um pouco reduzido e geralmente portando apenas as
setas f; o tergito H é completamente modificado para juntamente com o segmento Ps
formam a cápsula genital do macho, a qual abriga o órgão copulatório dos
tarsonemídeos, o edeago, que é constituído por um par estruturas retrateis em forma
de gancho, formadas por modificações das setas ps.
Idiossoma ventral - A região ventral do tarsonemídeos tanto nas fêmeas quanto
nos machos é caracterizada pela presença de vários apódemas no podossoma,
geralmente situados entre as placas resultantes da fusão das coxas ao idiossoma, as
placas coxoesternais. Dessa maneira, na margem anterior da placa coxoesternal I
situa-se o apódema I; entre as placas coxoesternais I e II encontra-se o apódemas II;
no ponto de junção das placas coxoesternais de ambos os lados, medianamente, ocorre
o apódema pró-esternal; dividindo as regiões propodossomal (região das coxas I e II)
e metapodossomal (região das coxas III e IV) encontra-se o apódema sejugal; na
porção anterior da placa coxoesternal III situa-se o apódema III; entre as placas
coxoesternais III e IV esta o apódema IV; e na junção mediana das placas
coxoesternais do metapodossoma esta localizado o apódema pós-esternal. Estes
apódemas podem variar quanto a forma, extensão, presença ou ausência, se conspícuo
ou inconspícuo, etc., de maneira que são bastantes úteis na determinação de grupos e
espécies de tarsonemídeos. Normalmente os machos apresentam apódemas mais
desenvolvido que as fêmeas e com formato diferenciado. No propodossoma existem
dois pares de setas, 1a e 2a, enquanto no metapodossoma podem ocorrer até 4 pares
de setas, 3a, 3b, 3c e 4b, sendo que 3c e 4b estão ausentes em muitas espécies.
Posteriormente, a partir das placas coxoesternais IV, surge uma projeção, muitas
vezes em forma de língua, entres a coxas IV, chamada tégula. Esta estrutura é
raramente observada em machos. A região opistossomal do ventre das fêmeas é bem
reduzida, sendo recoberta pela placa agenital, que em algumas espécies pode
16
Ventre
Dorso
1. Metapodossoma ventral com 4 pares de setas, incluindo um par entre a base das pernas IV da fêmea;
setas agenitais presentes
............................................................................................................................................. 2
- Metapodossoma ventral com 2 pares de setas, nenhuma entre as bases das pernas IV; setas agenitais
presentes ou ausentes
......................................................................................................................................................... 3
2. Tarsos II com setas pl” (em forma de espinho) dorso-proximal junto ao solenídio ( ) tíbia-tarso I com
seta unguinal desenvolvida no sentido apical da unha, pernas II e III com unhas bem desenvolvidas;
perna IV do macho com unha terminal em forma de botão .....................................
Polyphagotarsonemus Beer & Nucifera
- Tarsos II sem setas pl”; tarso-tíbia I com seta unguinal reduzida; pernas II e III com unhas vestígiais;
Perna IV do macho com unha terminal bem desenvolvida em forma de garra ........ Ununguitarsonemus
Beer & Nucifera
3. Estiletes longos, bem próximos; geralmente projetados para fora da capsula gnatossomal; tricobótria
pró-dorsal (sc1) ausente; parasitos de
insetos............................................................................................................. 4
- Estiletes curtos e se longos, não curvados na base; não são parasitos de insetos, tricobótria pró-dorsal
(sc1) presente, geralmente capitadas, raramente setiformes, vestigial ou ausente
....................................................... 7
4. Conjunto sensorial da tíbia I com solenídio em forma de bastão, além de uma flâmula k inconspícua;
tarso I sem seta pl”; perna IV da fêmea robusta e curta, sendo o trocanter tão longo quanto os
segmentos distais combinados, com 5 setas; larvas com pernas II e III reduzida e sem unhas
.................................. Acarapis Hirst
18
- Conjunto sensorial da tíbia I com ou sem solenídeo, flâmula K bem desenvolvida; tarso I com ou sem
seta pl’’; perna IV da fêmea alongada, com trocanter menor que ¼ do comprimento dos segmentos
distais combinados, com 4-6 setas; larvas com pernas II e III bem desenvolvidas e com unhas
........................................................ 5
5 – Conjunto sensorial da tíbia I com solenídeos ( 1 e 2) presentes, além da flâmula k fendida
distalmente; seta pl’’ do tarso I ausente; trocanter IV do macho com uma seta; escudo pró-dorsal do
macho com 4 pares de setas ................................................................................................
Flechtmannus Moraes, Lindquist & Lofego
- Conjunto sensorial da tíbia I sem solenídeos, flâmula k presente não fendida distalmente; seta pl’’ do
tarso I presente; trocanter IV do macho sem seta; escudo pró-dorsal do macho com 2 pares de setas, ou
raramente com um terceiro par vestigial
.............................................................................................................................. 6
6. Fêmea com 3 setas no fêmur-genu IV, e placas coxoesternais III e IV muito alargadas dorso-
lateralmente cobrindo grandes porções dos tergitos D, EF e H; macho com tibia e tarso IV fundidos
...........................................................................................................................................
Amcortarsonemus Fain
- Fêmea com 2 setas no fêmur-genu IV, e placas coxoesternais III e IV não muito alargadas dorso-
lateralmente e não cobrindo os tergitos D, EF e H; macho com tibia e tarso IV separados ...................
Coreitarsonemus Fain
7. Fêmures I e II com apenas 1 seta cada; seta dorsal do gnatossoma (ch) alargada em forma de lança e
serreada; seta do genu IV (v’) ausente; tricobótria pródorsal (sc1) ausente ....................................
Eotarsonemus De Leon
- Fêmures I e as vezes II com pelo menos 2 setas cada (geralmente 3 ou 4 sobre os fêmures I e 3 setas
sobre os fêmures II; setas dorsais sobre o gnatossoma finas, setiformes, lisas; seta do genu IV, v’
presente; tricobótria pró-dorsal (sc1) presentes, capitada, raramente setiforme ou vestigial
............................................................... 8
8. Fêmures I com 3 setas; tíbio-tarso I com unha curta, em forma de bastão, não caracteristicamente em
forma de gancho apicalmente, ou vestigial; fêmur-genu IV do macho com uma pequena, porém
distinta, franja hialina triangular na superfície postero-lateral
................................................................................................................ 9
- Fêmures I com 2 a 4 setas; tíbio-tarso I com unha característica em forma de gancho ou vestigial;
fêmur-genu IV do macho sem franja, ou se presente, com formato diferente do descrito acima
......................................... 10
9. Tarso II com seta pl’’ (em forma de espinho) próxima ao solenídeo ; escudo pró-dorsal da fêmea
curvando-se sobre o gnatossoma, e com estigma situado na margem do escudo, não alargado; apódema
III da fêmea estendendo-se lateralmente além da extremidade proximal do trocanter III, e apódema IV
não estendendo-se postero-lateralmente à inserção da seta 3b ..................................................................
Heterotarsonemus Smiley
- Tarso II sem seta pl’’; escudo pró-dorsal da fêmea não curvando-se sobre o gnatossoma, e com estigma
situado dorsalmente próximo à margem do escudo, alargado; apódema III da fêmea não estendendo-se
lateralmente além da extremidade proximal do trocanter III, e apódema IV estendendo-se postero-
lateralmente à inserção da seta 3b ........................................................................................................
Hemitarsonemus Ewing
10. Pelo menos algumas setas fortemente modificadas no idiossoma dorsalmente; serreadas e longas;
expandidas (lanceoladas, capitada ou clavada); tarsos II com 3 setas setiformes, sem seta pv” e a seta
dorso proximal pl” em forma de espinho; fêmea com escudo pró-dorsal em forma de capota, com
margens laterais aprofundadas ao nível dos estigmas; dorso geralmente ornamentado; reticulado pelo
menos no tergito C .......................... 11
- Setas dorsais do idiossoma lisas, levemente serreadas ou pilosas, tamanho médio; Tarsos II com 3 a 4
setas setiformes, tanto pv” quanto pl” presentes ou pelo menos uma delas; fêmea com dorso liso ou
ornamentado em estriações finas e pequenas pontuações
..................................................................................................... 12
11. Pernas III com 3 ou raramente 2 setas no genu; setas c2 lisas ou ligeiramente serreadas, de
comprimento moderado (menor que 30 µm); fêmea com escudo pró-dorsal e tergitos C, D, EF
fortemente reticulados ou estriados; setas verticais e escapulares lisas ou ligeiramente serreadas,
moderadamente curtas (escapular 1/3 da largura do prodorso), setas dos tergitos C e H lisas e
levemente serreadas, curtas (menor que 20 µm), as setas dos tergitos D e EF levemente serreadas;
lanceoladas filiformes ou clavada; setas e as vezes expandidas, filiforme e robusta; macho com tibia
IV 3-5 vezes mais longa que o tarso IV
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................................................................................................................................ Daidalotarsonemus
De Leon
- Pernas III com apenas 1 seta no genu; setas c2 fortemente serreadas e longas (maior que 40 µm);
fêmea com dorso não extensivamente ornamentado, totalmente liso ou reticulado apenas em partes do
tergito C; seta vertical (v1) e escapular (sc2) fortemente serreadas e longas (escapular tão longa quanto
a largura do prodorso), setas dos tergitos C e H fortemente serreadas e longas, (30 a 100µm), assim
como as setas dos tergitos D e EF; macho com tibia IV não mais que 1,5 vezes mais longa que o tarso
IV.............................................................................................................................. Ceratotarsonemus
De Leon
12. Cápsula gnatossomal muito mais longa que larga, com extremidade anterior e palpos fortemente
alongados; com setas pequenas na sua parte distal apenas
................................................................................................ 13
- Cápsula gnatossomal de largura próxima ao comprimento, com extremidade anterior e palpos não
muito alongados; palpos com setas pequenas na sua parte distal e mediana
............................................................... 14
13. Tarso II com seta pl’’ (em foram de espinho) próxima ao solenídeo ; apódemas sejugal e pós-
esternal vestigiais, sejugal claramente desenvolvido apenas nas extremidades laterais; fêmea com
tégula fortemente alargada e subtriagular; e pernas II e IV com comprimentos semelhantes; macho
com seta sc2 obliquamente alinhada com as demais setas prodorsais
.................................................................................. Suskia Lindquist
- Tarso II sem seta pl’’; apódemas sejugal e pós-esternal bem desenvolvidos; fêmea com tégula
moderadamente larga e arredondada; e pernas II claramente mais longa que a IV; macho com seta sc2
inserida lateralmente ao alinhamento oblíquo das demais setas prodorsais ...............
Rhynchotarsonemus Beer
14. Fêmea com tégula moderada a fortemente alongada, estreitamente arredondada ou afilada
apicalmente, suas margens basais continuas com um secundário processo agudo em cada lado entre as
bases das pernas III e IV; Distância entre as bases das pernas IV, semelhante a largura do trocanter IV
................ Xenotarsonemus Beer
- Fêmea com tégula curta a moderadamente longa, amplamente arredondada apicalmente, suas margens
basais não demonstram um processo agudo entre as bases das pernas III e IV; Distância entre as bases
das pernas IV, muito maior que a largura do trocanter IV (mais de 2 vezes maior)
......................................................... 15
15. Estiletes fortemente curvados na base e ligados a uma ampla base transversal ou obliqua a largura da
capsula; seta subunguinal em formato de espinho no tarso I e, seta unguinal u’ do tarso II e III bífida
ou truncada apicalmente; fêmea com idiossoma alongado em forma de elípse; pernas relativamente
pequenas, pernas II menores que as pernas IV
.............................................................................................. Steneotarsonemus Beer
- Estiletes não são fortemente curvados na base, sendo ligados a bases que não ocupam toda a largura
da capsula; seta subunguinal do tarso I e unguinal dos tarsos II e III, geralmente inteiras e pontiagudas
distalmente; fêmeas com idiossoma não alongado e pernas moderadamente longas, pernas II mais
longa que a perna IV
........................................................................................................................................................... 16
16. Tarsos II com 3 setas filiformes; fêmea com faringe conspicuamente alargada, sua maior largura
ocupa pelo menos metade da largura da capsula gnatossomal; todas as setas tergitais (exceto c2)
moderadamente espessas e levemente serreadas; escudo pró-dorsal e tergitos usualmente pontuados ou
estriados ..............................................................................................................................................
Iponemus Lindquist
- Tarsos II com 4 setas filiformes; raramente com 3; fêmea com faringe com menos da metade da
largura da capsula gnatossomal, variando de pouco a muito esclerotizada a moderadamente largo e
muscular com finas paredes; setas tergitais podem ser: afiladas, levemente espessas, curtas, longas,
lisas, ou levemente serreadas; escudo pró-dorsal e tergitos não ornamentados
............................................................................................... 17
17. Pernas de I a III com tarsos relativamente longos, de forma que nas perna II o tarso excede o tamanho
da tíbia e do genu juntos; tarsos II com seta pl” dorsoproximal filiforme; fêmea com seta escapular
(sc2) inserida ao lado do estigma, anterior ao poro v2, e na metade anterior do escudo pró-dorsal
................................................................................................................................... Fungitarsonemus
Cromroy
- pernas de I a III com tarsos de comprimento moderado a curto, de forma que a perna II tenha o tarso
menor ou igual ao tamanho da combinação tíbia e genu; tarsos II com seta pl” em forma de espinho
quando existir; seta escapular (sc2) inserida posteriormente ao estigma e poro v2, em posição
20
espécie mais estudada é Acarophenax lacunatus, que foi introduzida no País para o
controle de Rhyzopertha dominica (Coleoptera: Bostrichidae), importante praga em
grãos armazenados (Matioli, 1997). Os ácaros fêmeas desta família apresentam o
processo reprodutivo da fisiogastria que, define-se pelo desenvolvimento da progênie
dentro do corpo da fêmea, e ao emergirem os indivíduos, estes já no estádio adulto,
amadurecidos sexualmente. Sendo, as fêmeas fecundadas pelo macho-irmaõ que
geralmente nasce primeiro e auxilia a emergência de suas irmãs e fecundando-as,
proporcionando um alto índice de autogamia.
Tenuipalpidae Berlese,1913.
Phytoptipalpidae Ewing, 1922.
Pseudoleptidae Oudemans, 1928.
Trichadenidae Oudemans, 1938.
11. Opistossoma com 7 pares de setas dorsais; ventre sem escuto na região genito-anal
..................................... 12
- Opistossoma com 10 pares de setas dorsais; ventre com escuto na região genito-anal
................................ 13
12. Opistossoma da fêmea dividido por uma sutura transversal entre as setas dorsocentrais; setas não
inseridas sobre turbérculos dorsalmente, e distribuídas da seguinte maneira: 2 pares de dorsocentrais
e 5 pares de marginais (humeral e dorsolateral); 1 par de setas genitais ......................................
Obuloides Baker &Tuttle
- Opistossoma não dividido por sutura transversa; setas do corpo dorsal inseridas sobre grandes
tubérculos e seguindo a seguinte distribuição: 3 pares de setas dorsocentrais e 4 pares de marginais; 2
pares de setas genitais no opistossoma ventralmente ...........................................................................
Krugeria Smith Meyer
13. Unhas pareadas e empódio curto e almofadado; cada uma das unhas pareadas com 2 curtos pêlos
tenentes e outro longo, empódio com 2 linhas de pêlos tenentes curtos; rostro proeminente,
extendendo até o meio da tibia I
........................................................................................................................... Capedulia Smith
Meyer
- Unhas pareadas e empódio relativamente longos, cada um possuindo 2 linhas de pêlos tenentes
semelhantes; rostro não tão proeminente, atingindo a metade do genu I .........................................
Capedulia Smith Meyer
14. Margem anterior do prodorso amplamente projetada, cobrindo completamente o gnatossoma
............................................................ Australopalpus Smiley & Gerson 1955
- Margem anterior o prodorso não projetada, deixando o gnatossoma descoberto ou cobrindo apenas o
prodorso
........................................................................................................................................................ 15
15. Fêmeas com 3 pares de pernas; machos com 4 pares
................................................................................... 16
- Fêmeas e machos com 4 pares de pernas
...................................................................................................... 17
16. Palpos com 5 segmentos; unhas unciformes ............................................................ Phytoptipalpus
Tragardh
- Palpos com 2 ou 3 segmentos; unhas almofadadas ............................................... Raioellana Baker
& Tuttle
17. Opistossoma com 11 pares de setas dorsais
.................................................................................................. 18
- Opistossoma com mais que 11 pares de setas dorsais
.................................................................................. 20
18. Palpo uniseguimentado fundido no rostro
................................................................................................... 19
- Palpo com 4 segmentos .............................................................................. Macfarlaniella Baker &
Pritchard
19. Palpos com sensores em forma de bastão ............................................................. Obdulia Pritchard
& Baker
- Palpos sem sensores em bastão ............................................................... Lisaepalpus Smiley &
Gerson 1955
20. Palpos com 2 segmentos
............................................................................................................................... 21
- Palpos com mais que 2 segmentos
................................................................................................................ 22
26
21. Setas do corpo dorsal levemente clavadas; prodorso sem projeções pareadas anteromedianamente
.....................................................................................................................................................
Raioella Hirst
- Setas do corpo dorsal bem largas, e formas de folhas; prodorso com pares proeminentes de projeções
anteromedianas .........................................................................................................
Phyllotetranychus Sayed
22. Opistossoma com 4 pares de setas dorsosublaterais ............................................................
Aegyptobia Sayed
- Opistossoma com 2 ou raramente 3 pares de setas dorsosublaterais
............................................................ 23
23. Prodorso com projeções pontuadas e reduzidas anteromedianamente; superfície do corpo dorsal
estriado; escudo ventral ausente ...................................................................................................
Pseudoleptus Bruyant
- Projeções prodorsais, quando presentes, formadas como grandes lóbulos anteromedianos; superfície
do corpo dorsal reticulada; escudos ventral e genital presentes ............................... Pentamerismus
MacGregor
Tetranychidae Donnadieu et al., 1952: 211; Pritchard & Baker, 1955: 4; Tuttle &
Baker, 1968: 1; Fréitez, 1974: 16.
Baker, 1955; Fréitez, 1974; Tuttle et al., 1976; Salas, 1978). Os macho são de
tamanho reduzido, comparado com as fêmeas e apresentam o opistossoma afilado.
A família Tetranychidae possui cerca de 1200 espécies, em aproximadamente
70 gêneros. Meyer (1987) confeccionou uma chave de identificação de gêneros a
nível Mundial e um catálogo registrando a fauna mundial destes acarinos foi
publicado por Bolland et al. (1998). Baker & Tuttle (1994) confeccionaram uma
chave de identificação para espécies encontradas nos EUA.
Esta família se divide em duas subfamílias: Bryobiinae Berlese, 1913 e
Tetranychinae Berlese, 1913; a primeira possui pêlos aderidos ao empódio,
conhecido de pêlos tenentes, enquanto a segunda, quando apresenta empódio, este
não possui tais pêlos.
Empódios Edeago
Palpo
Setas dúplices
Dorso Opistogaster
13. Empódios unciformes com pêlos próximo-ventrais; setas dúplices do tarso I distais e próximas; dois
pares de setas anais ............................................................................................................................
Olygonychus Berlese
- Empódios sem unha, possuindo de três a quatro pares de pêlos; setas dúplices nos tarsos I bem
separadas (como se dividindo o tarso em três partes) ...........................................................................
Tetranychus Dufour
30
5.2 Aloenzimas
31
O método PCR utiliza a enzima Taq polimerase para sintetizar uma sequência
de DNA complementar de oligonucleotídeos, DNA simples (primer) hibridizado para
uma parte específica (alvo) da fita de DNA. Um equipamento de PCR
(termociclador) aplica sucessivos ciclos de temperaturas (variando de 30 a 50 ciclos),
que incluem os ciclos de desnaturação (94° C) seguido por um estágio de anelamento
(40 a 60° C), seguido de um estágio final de extensão sob o efeito da polimerase (72°
C). O fragmento de DNA flanqueado por dois primers é assim duplicado
exponencialmente para produzir quantidades de DNA suficientes para procedimentos
analíticos (Fig. 6). Dentre as diferentes técnicas disponíveis, descreveremos aquelas
que já foram e são usadas ou que possuem potencial para serem utilizadas em ácaros.
32
Apesar desta técnica já não ser mais utilizada, nos tempos atuais, é de extrema
importância que se tenha o conhecimento desta, pois foi pioneira entres as diversas
técnicas de PCR. A técnica de RAPD utiliza os princípios de PCR para amplificação
casual de sequências de DNA (Williams et al., 1990). A amplificação é conduzida
usando um único primer simples com curta sequência (8 a 10 pares de bases) sob
condições de temperatura (geralmente baixas) obtendo multiplas cópias do pedaço de
fita de DNA do genoma estudado. Muitos fragmentos de DNA são amplificados e
alguns destes podem estar presentes em uma proporção de indivíduos da população.
A utilização de uma grande quantidade de primers tem a vantagem de se conseguir
copiar o genoma inteiro. Entretanto, a interpretação dos dados de RAPD é muitas
vezes limitada devido a baixa repetibilidade dos resultados (Black, 1993), sendo mais
agravante no caso de espécies de tamanho pequeno, as quais a quantidade de DNA
obtido por indivíduo é reduzida, assim é importante a realização de ensaios
determinando-se a concentração de DNA. Outro limite destes marcadores é que os
RAPDs padrões apresentam dominância, dificultando a identificação de
heterozigotos. No entanto, a técnica de RAPD foi muito utilizada como primeira
fonte de informação, devido seus resultados rápidos e de baixo custo. Pesquisas com
RAPD foram realizadas para comparar raças de Tetranychus sp e como complemento
de fecundidade e estudos de biometria (Hence et al., 1998).
5.6 Microsatélites
São definidos como sendo fragmentos curtos de DNA (≈ 100 bp) contendo
padrões com dois a seis pares de bases repetidos “in tandem”. Durante a replicação
do DNA, repetições de unidades são adicionadas ou perdidas determinando a
evolução rápida destas regiões. Existe geralmente, uma grande variabilidade no
número de repetições de um determinado locus. Isto proporciona um número de
alelos por locus de microsatélites disponíveis para a análise da população. Existem
marcadores codominantes e o polimorfismo substâncial deste locu pode ser detectado
por um simples método, medindo o tamanho dos fragmentos amplificados de PCR.
Locu de microsatélites estão disponíveis para um número crescente de organismos e
este novo tipo de dado tem estimulado o desenvolvimento de métodos estatísticos
poderosos e programas capazes de analisar a frequência alélica (Luikart & England,
1999). Os microsatelites ainda são excelentes para estudar genética de populações
(Jarne & Lagoda, 1996; Goldstein and Schötterer, 1999).
Uma vez que o locus tenha sido identificado e suas sequências e primers foram
desenvolvidos para um único microsatelite flanqueador de regiões. Este passo pode
ser omitido se primers conhecidos funcionarem em outras espécies próximas
amplificando as regiões de microsatelites na espécie estudada. Desta forma,
sequências de microsatelites foram consideradas presentes em todos os genomas
eucariotos (Hamada & Kakunaga, 1982). Navajas et al. (1998) mostraram que são
extremamente raros em dois ácaros amostrados (T. urticae e N. falacis). Esforços
devem continuar nas pesquisas de microsatelites para T. urticae, do qual uma
biblioteca enriquecida com sequências de microsatelites, vem sendo construída
35
Referências Bibliográficas.
2
Biólogo, Doutor, Instituto Biológico. E-mail: jmineiro@biologico.sp.gov.br
40
A boca continua-se por uma faringe que funciona como uma bomba de sucção
para os alimentos. Pode haver glândulas salivares, que se abrem por condutos pares na
cavidade bucal ou por estiletes salivares anteriores à abertura oral. Essas glândulas
elaboram vários enzimas que permitem a digestão pré oral.
O idiossoma pode apresentar escudos bem esclerotizados ou pode ser mole. É
uma peça única porém pode ocorrer sulcos transversais em alguns ácaros pouco
esclerotizado. No idiossoma reconhecemos o podossoma, = região das pernas, e o
histerossoma, = região genital, que podem ser separados ou não por um sulco. Partes do
idiossoma podem apresentar escudos. Um escudo anterior pode cobrir o prodorso ou
todo o idiossoma, podem ocorrer um ou mais escudos posteriores. Ventralmente o
idiossoma pode mostrar-se dividido por sulcos e pode ou não apresentar escudos. As
aberturas genital e anal encontram-se geralmente em um escudo ou são protegidas por
valvas (Fig. 1).
Tegumento
Órgãos sensoriais
Figura 5. Representação
esquemática dos diferentes tipos
de órgãos sensoriais. A-B:
famuli; C: solenídia inclinada;
D: solenídia ereta; E: lirifissura
– tarso IV de Mesostigmata; F:
tricobótria (Oribatida) (Evans,
1992).
Pernas
Referências
Ordem Mesostigmata
Família Phytoseiidae Berlese
1. Região podonotal do escudo dorsal com 5 ou 6 pares de setas “laterais”; setas j3, z2,
z4 e s4 sempre presentes; setas z3 e/ou z6 presentes .................................................2
1’. Região podonotal do escudo dorsal com 4 pares de setas “laterais”; setas j3, z2, z4 e
s4 (Fig. 1)......................................................... Amblyseiinae Muma .....................3
2
Biólogo, Doutor, Instituto Biológico, Caixa Postal 70, 13001-970, Campinas, SP. E-
mail: jefmin@hotmail.com
46
Figura 1. Amblyseiinae.
2. Setas Z1, S2, S4 e S5 ausentes; setas r3 geralmente inseridas no escudo dorsal
................. Phytoseiinae Berlese ......... Algumas setas do escudo dorsal dilatadas e
serreadas; setas s6 presentes e z6 ausentes ...................... Phytoseius Ribaga (Fig. 2).
2’. Setas Z1, S2, S4 e S5 presentes; setas r3 geralmente na cutícula próximo ao escudo
dorsal (raramente no escudo) ............Typhlodrominae Wainstein ........................ 10
3. Setas j6 mais longas que o dobro da distância entre suas bases .............. Phytoseiulus
Evans.
3’. Setas j6 menores que o dobro da distância entre suas bases ...................................... 4
5. Genu III sem macrosetas; perna IV com ou sem macroseta; levemente esclerotizados;
coloração levemente amarelada; setas afilando-se progressivamente da base ao ápice
...................................................................................................... Neoseiulus Hughes.
5’. Genu III e genu, tíbia e tarso IV com macrosetas ...................................................... 6
8. Tarso I com seta proximal ereta; setas Z5 consideravelmente maiores que a distância
entre suas bases; pilus dentilis inserido no meio do dígito fixo ............... Amblyseius
Berlese.
8’. Tarso I sem seta proximal ereta; setas Z5 menores que a distância entre suas bases
.....................................................................................................................................9
3. Escudos dorsais anterior e posterior sem linhas transversais no nível das setas z6 e
J1; genu IV com 9 setas; tíbia IV com 10 setas ........... Gamasellodes Athias-Henriot
(Fig. 3).
3’. Escudos dorsais anterior e posterior com linhas transversais no nível das setas z6 e
J1; genu IV com 8 setas, tíbia IV com 9 setas ........................ Protogamasellus Karg.
48
4. Pernas II-IV com lóbulo mediano do púlvilo delgado; fêmur I-II com 11 e 10 setas;
seta 1 do hipostoma longa, em forma de chicote ........................ Cheiroseius Berlese.
4’. Pernas II-IV com lóbulo mediano do púlvilo arredondado: fêmur I-II geralmente
com 12 e 11 setas, seta 1 do hipostoma não é longa ................................................. 5
6. Dígito fixo com pilus dentilis setiforme; dígito móvel sem mucro ventral; escudo
genital geralmente truncado posteriormente ............................................................. 7
6’. Dígito fixo com lóbulo membranoso no lugar do pilus dentilis; dígito móvel
geralmente com mucro ventral próximo da base; escudo genital da fêmea
arredondado posteriormente ..................................................................................... 8
7. Fêmeas com 11 pares de setas na região anterior do escudo dorsal (s5 ausente) e 7 a
10 pares na região posterior (Z1 e J2 ausentes); escudo genital arredondado
posteiormente; genu II e III com 10 e 8 setas respectivamente ............. Aceodromus
Muma.
7’. Fêmeas com 12 a 23 pares de setas na região anterior do escudo dorsal (s5 presente)
e 10 a 15 pares na região posterior (Z1 e J2 presentes); escudo genital de fêmea
truncado posteriormente; genu II e III com 11 e 9 setas, respectivamente
....................................................................................................... Lasioseius Berlese.
8. Adultos com 7 a 13 pares de setas marginais (r-R) sobre a membrana lateral; fêmeas
com no máximo 15 pares de setas na região posterior do escudo dorsal .. Melichares
Hering.
8’. Adultos com 0 a 3 pares de setas (R) sobre a membrana lateral; fêmeas com 18 a 22
pares de setas na região posterior do escudo dorsal ................ Proctolaelaps Berlese.
A família Laelapidae foi descrita por Berlese em 1892, incluindo vários gêneros
como Seius Koch, Iphis Koch, Laelaps Koch, Neoberlesia Berlese, Podocinum Berlese,
Iphiopsis Berlese e Stylochirus G. & R. Canestrini, com espécies de vida livre,
associadas à artrópodes e ectoparasitas facultativos.
Os ácaros da família Laelapidae caracterizam-se pela forma de gota pendente do
escudo genital da fêmea; escudo dorsal inteiro; apotele do palpo geralmente bifurcado
(Figura 1).
1. Fêmeas com escudo genital expandido posteriormente às coxas IV, com 4 pares de
setas, 2 pares na margem e 2 afastados da margem .............. Pseudoparasitus
Oudemans
1´. Fêmeas com escudo genital com 1 par de setas
................................................................ 2
49
Ordem Prostigmata
Família Cheyletidae Leach
2. Sem ocelos
.......................................................................................................................... 3
2’. Um par de ocelos presentes
................................................................................................. 4
5. Setas marginais do propodossoma heteromórficas, as que estão acima dos ocelos são
flabeladas e as que estão entre os ocelos são longas e estreitas ....... Grallacheles De
Leon.
5’. Setas marginais do propodossoma similares no tamanho e na forma, durtas e em
forma de leque .................................................................................................
Hemicheyletia Volgan.
Figura 6. Cunaxidae.
3. Tarsos I-IV longo e delgado, terminando em uma pequena borda lateral biolobada
.................................................................................................... Armascirus Den
Heyer.
3’. Tarsos I-IV curto e robusto, terminando em uma grande borda lateral bilobada
........................................................................................................... Dactyloscirus
Berlese.
2. Tricobótria ausente nas tíbias I e IV; prodorso estriado com lobos irregulares
dispostos longitudinalmente; setas ve em linha transversa com a sensila anterior;
4 setas no basifemur do palpo e 5 setas no tibiotarso palpal; 8 setas em cada
valva genital ...................................... Tetrabdella neotropica Hernandes & Feres
2´. Tricobótria presente nas tíbias I e IV; prodorso com estrias contínuas e
transversas; setas ve próximas à sensila posterior do que a anterior; 9 setas no
basifemur do palpo e 7 setas no tibiotarso palpal; 10 setas em cada valva genital
................................................... Spinibdella denheyeri Hernandes, Daud & Feres
3. Tricobótrias ausentes nos tarsos IV; 6-7 setas em cada valva genital
.............................................Hexabdella cinquaginata Hernandes, Daud & Feres.
3´. Tricobótrias presentes tarsos IV; 8 setas em cada valva genital ... Bdella Latreille
com quatro sensílos; o vestíbulo anal e genital é coberto por um par de escudo
anogenital.
4. Setas ad-oral or3 simples; tarso das pernas com almofadas membranosas que
podem estar entre as
unhas…..............…..................................................................…Mullederia Wood
- Setas ad-oral or3 em forma de foice ......................Makilingeria Rimando e Corpuz-
Raros
7. Ventre do sub-capítulo com um par de seta (m); unha da tíbia palpal menor que a
metade do comprimento do tarso, seta acessória em forma de pêlo; dorso com 12
pares de
setas……............................................................................…..............Mediolata
Canestrini
- Ventre do sub-capítulo com dois pares de setas (m e n); unha da tíbia palpal quase
do mesmo tamanho que o tarso, seta acessória em forma de unha; dorso com 13
pares de
setas..……..........................................................................….....Cheylostimaeus
Willmann
10. Número Máximo de quatro pares de setas no escudo mediano; escudo mediano às
vezes representado por um a três pares de escudos pequenos; setas dorsais e1 e e2
nunca sobre escudos separados..................................................Zetzellia Oudemans
...........................11
- Máximo de três pares de setas no escudo mediano; escudo mediano compreende um
escudo mediano grande e/ou um escudo mediano grande e dois escudos próximos
medianos pequenos; setas e1 e e2 estão inseridas sobre escudos diferentes
……...………......…....................................................................................Stigmaeus
Koch
12. Escudos no opistossoma quase obscuros, escudo mediano ausente, setas dorsais
sobre pequenos
escudos…………..…….....................................................................……..…..13
- Escudos medianos presentes porém sem setas; setas dorsais sobre escudos
alongados; setas ag2 sobre escudos grandes e alongados...............................Z.
malvinae Matioli et al.
56
13. Tarso I com 13 setas; setas ag1 e ag2 em escudos muito pequenos
….....................................................................................................Z. mapuchina
Gonzalez
- Tarso I com 12 setas; setas ag2 sobre grandes escudos alongado ..........Z. maori
Gonzalez
14. Idiossoma alongado pelo menos três vezes mais longo que largo, com 14 pares de
setas
dorsais………………………....................................................….Macrostigmaeus
Berlese
- Idiossoma fusiforme ou amplamente oval, com 12 a 13 pares de setas dorsais
...............15
16. Dorso quase completamente coberto por três ou quatro escudos (excluindo escudo
umeral); eupatídio terminal do tarso palpal
tridentado……………..................................17
- Escudos dorsais reduzidos; escudo prodorsal confinado na porção média do corpo;
tarso palpal com quatro eupatídios….....................................................Prostigmaeus
Kuznetzov
17. Dorso quase completamente coberto por três escudos (prodorsal, mediano e supra-
anal)......................................................................................................Eustigmaeus
Berlese
- Dorso quase completamente coberto por quatro escudos (escudo opistossomal
dividido
transversalmente)…...........................................................…Ledermuelleriopsis
Willmann
22. Setas dorsais longas, sci, c1, d1, e e1 iguais ou mais longas que as distâncias para
c1, d1, e1 e h1, respectivamente; corpos pós-oculares grandes e sem uma estrutura
lenticular associada.…..........................................................A. impavidus Chaudhri,
Akbar & Rasool
- Setas dorsais curtas; sci, c1, d1, e e1 mais curtas que a distância para c1, d1, e1 e
h1, respectivamente; corpos pós-oculares pequenos e com uma estrutura lenticular
associada ……............................................................…..…...........................….A.
clavatus Gonzalez
24. Corpos pós-oculares muito grandes; setas sce quase que com o mesmo tamanho do
diâmetro dos corpos pós-
oculares………..........................................................................25
- Setas sce muito mais longas que o diâmetro dos corpos pós-oculares
….........................27
25. Setas sce do mesmo tamanho ou ligeiramente mais curtas que o diâmetro dos
corpos pós-oculares; escudo prodorsal mais largo que o escudo mediano
…............................................................................................... A. macrommatus
Gonzalez
- Setas sce mais longas que o diâmetro dos corpos pós-oculares ou as distâncias entre
as setas sci e
sce….................................................................................................................26
26. Setas sci muito mais longas que ve; razão ve/ve-ve = 1,7 ...A. giganteus Ehara &
Wongsiri
- Setas sci ligeiramente mais longas que ve; a razão ve/ve-ve = 2,7 ....A. industani
Gonzalez
28. Razão ve/ve-ve = 1,4 a 1,7 e c1/c1-c1 = 1,5 a 1,6; setas sci longa....A. floridanus
Gonzalez
58
- Razão ve/ve-ve = 1,0 e c1/c1-c1 = 0,6, setas dorsais curtas, setas c2 são as mais
longas ........……………………….........................................................…….A.
terminalis Quayle
29. Setas sci, c1 e d1 curtas, iguais ou pelo menos 1/4 a 1/3 de seus comprimentos mais
longa que a base da seta mais próxima
posterior………….........……........................................30
- Setas sci, c1 e d1 muito longas, alcançando aproximadamente metade ou mais que
seus comprimentos ultrapassando a base da seta posterior ......................A.
longisetus Gonzalez
31. Setas dorsais longas, setas f (76); genu I com setas d e l'' semelhantes no
comprimento e muito mais curtas que l' ........................................A. camerouensis
Bolland & Ueckermann
- Setas dorsais menores, setas f (58); genu I com setas l'e l'
'muito mais curtas que as
setas d…...........................................................................…A. brasiliensis Matioli et
al. (Fig. 8).
34. Empódio na base do arólio; tarso do palpo com base curvada .......Summersiella
Gonzalez
- Empódio sobre o arólio distalmente; tarso do palpo normal ......Parastigmaeus
Kuznetzov
38. Sensílio terminal no tarso do palpo ramificado; fórmula das setas nos gênus
4-0-0-
0....................................................................................................................................
......39
- Sensílio terminal em forma de espinho simples; fórmula das setas nos gênus
2-1-1-1 …...…..…………........................................................E. harteni Van Dis &
Ueckermann
39. Somente as setas h1 em escudos supra-anais; três pares de setas ag presentes (ag1-
3) .................................................................................................E. siculus Vacante
& Gerson
- Ambas as setas h1-2 sobre escudos supra-anais; dois pares de setas ag
.....................................................................................................................E. bifidus
Wood
60
um a três escudos ou um simples escudo que cobre todo o dorso; 13 pares de setas
dorsais, setas sci em posição dorso-central; setas h2 presentes ou ausentes nos
machos; ausência de escudos ventrais na fêmea; setas ventrais geralmente longas e
flageliformes. Empódio com dois pares de filamentos sobre um bastão mediano.
4. Idiossoma completo ou parcialmente coberto por uma fina bainha ou com dois ou três
escudos, setas dorsais curtas, grossas e serrilhadas, inseridas sobre tubérculos
............................................................................................................. Exothorhis
Summers
- Idiossoma coberto por quatro escudos, setas dorsais longas finas e levemente
serreadas, não inseridas sobre tubérculos ...............................................................
Eupalopsellus Sellnick
62
Ordem Astigmata
Várias espécies são importantes em produtos armazenados e parasitos. Em geral
umidade abaixo de 60% mata o ácaro. Geralmente são esbranquiçados, pouco
esclerotizados e de movimentos lentos. Não possuem abertura respiratória. Esta se faz
através da cutícula. Em alguns casos, a deutoninfa é uma forma de resistência às
condições desfavoráveis e também uma forma para se dispersar, forese. O ciclo de vida
passa por ovo, pré-larva, larva, PN, alguns casos DN, TN e adulto.
1. Cutícula lisa; tíbias I-II com uma seta ventral; histerossoma com 4-5 pares de setas
mais longas que o comprimento do corpo ................ Saproglyphus Berlese (Fig. 12).
1’. Cutícula com finas estriações transversas; tíbias I-II com duas setas ventrais;
histerossoma com 1 par de setas maiores que o comprimento do corpo
............................................................................... Czenspinskia Oudemans (Fig. 13).
Ordem Oribatida
Referências
MORAES. G.J. DE, MCMURTRY, J.A. & DENMARK, H.A. A catalog of the mite family
Phytoseiidae. References to taxonomy, synonymy, distribution and habitat.
Embrapa-DDT. Brasília, Brazil. 1986. 353p.
MORAES, G.J. DE; MCMURTRY, J.A. & DENMARK, H.A. & CAMPOS, C.B. A revised
catolog of the mite family Phytoseiidae. Zootaxa, 434. Mongolia Press. New
Zealand. 2004. 494p.
OCHOA, R.; AGUILAR, H. & VARGAS, C. Acaros fitofagos de America Central: Guia
Ilustrada. CATIE. Série Técnica. Manual Técnico n. 6. 1991. 251p.
OLIVEIRA, A.R. Diversidade de ácaros oribatídeos (Acari: Oribatida) edáficos e
plantícolas do Estado de São Paulo. Tese de Doutorado. Universidade de São
Paulo, Instituto de Biociências. 193p. 2004.
WALTER, D.E., R.B. HALLIDAY & E.E. LINDQUIST. 1993. A review of the genus Asca
(Acarina: Ascidae in Australia, with descriptions of three new leaf-inhabiting
species. Invert. Taxon., v. 7, p. 1327-1347, 1993.
WALTER, D.E., MCMURTRY, J.A. & MORAES, G.J. de. Curso de acarologia agrícola.
OSU Acarology Summer Program. 2003. p. 1-35.
Coleta e extração
2
Biólogo, Doutor, Instituto Biológico. E-mail: jefmin@hotmail.com
68
- Líquido de Nesbitt. Os espécimens são colocados neste meio por vários dias e
com acompanhamento até a diafanização do ácaro. A fórmula é a seguinte:
cloral hidratado .............40 g
água destilada ................ 25 ml
ácido clorídrico ............. 2,5 ml
Preservação de ácaros
Para os ácaros como os eriofídeos, a preservação é feita através do licor de Keifer,
que é uma mistura em parte iguais de água destilada, álcool e açúcar (1:1:1).
Seqüência de montagem
1. Espalhar uma gota de hoyer no meio da lâmina;
2. Transferir o espécime do vidro para a lâmina, usando um pincel ou agulha;
3. Na lupa, posicionar o espécime para que fique com a parte dorsal voltada para a
objetiva;
4. Esperar secar por alguns minutos;
5. Colocar a lamínula;
6. Colocar as etiquetas de identificação;
7. Colocar a lâmina na estufa à 45º C por 4 dias;
8. Retirar da estufa e selar a lamínula com verniz cristal.
Etiquetas
As lâminas assim preparadas devem receber 2 etiquetas:
1. lado direito: informações sobre a localidade, habitat, hospedeiro, data e nome do
coletor
2. lado esquerdo: identificação do ácaro. Essa etiqueta deve ser escrita à lápis para
permitir correções futuras.
Data da coleta
Nome e data do
Nome do coletor identificador
estarão clarificados e prontos para identificação. Esses ácaros não são montados em
lâminas permanentes, mas em lâminas escavadas. E após a identificação, os ácaros são
colocados em frascos contendo ácido lático.
REFERÊNCIAS
BAKER, W.E. & WHARTON, G.W. 1952. An Introduction to Acarology. The Macmillan
Company, New York. 465p.
EDWARDS, C.A. 1991. The assessment of populations of soil-inhabiting invertebrates.
Agriculture, Ecosystems and Environment, 34: 145-176.
EVANS, G.O. 1992. Principles of Acarology. C.A.B. International. Cambridge. 563p.
FLECHTMANN, C.H.W. 1975. Elementos de Acarologia. Livraria Nobel S.A 344p.
FLECHTMANN, C.H.W. 1979. Ácaros de importância agrícola. Livraria Nobel S.A. 3ª
edição. 189p.
GERSON, U.; SMILEY, R.L.; OCHOA, R. 2003. Mites (Acari) for pest control. Blackwell
Publishing. 539p.
JEPPSON, L.R.; KEIFER, H.H.; BAKER, E.W. 1975. Mites injurious to Economic Plants.
University of California Press. 614p.
KRANTZ, G.W. 1978. A Manual of Acarology. 2 nd Edition. Oregon State University
Book Stores, Inc. Corvallis. 509 p.
LILLO, E. DE. 2001. A modified method for eriophyoid mite extraction (Acari:
Eriophyoidea). International Journal of Acarology, 27: 67-70.
OLIVEIRA, A.R.; MORAES, G.J. DE; DEMÉTRIO, C.G.B.; DE NARDO, E.A.B. 2000. Efeito
do vírus de poliedrose nuclear de Anticarsia gemmatalis sobre Oribatida edáficos
(Arachnida: Acari) em um campo de soja. Embrapa Meio Ambiente. Boletim de
pesquisa 13. 32p.
ZACARIAS, M.S.; OLIVEIRA, A.R. 2000. Coletor de ácaros por sucção. Anais da
Sociedade Entomológica do Brasil, 29: 827-830.
71
Anystidae. Grupo formado por ácaros grandes (0,5 a 1,5 mm) e avermelhados. O
gênero mais conhecido é Anystis, que é abundante em solos e sobre plantas. Eles
normalmente apresentam um período de desenvolvimento longo e depositam seus ovos
em massas. Os ácaros Anystidae são corredores velozes, sendo aparentemente
predadores generalistas que se alimentam de pequenos artrópodes que conseguem
apanhar (vivos ou mortos).
Ascidae. Muitos Ascidae são predadores de vida livre que habitam as camadas mais
superficiais do solo, plantas e produtos armazenados, onde eles se alimentam de
nematóides e pequenos artrópodes. Algumas espécies são parasitas de baratas e
mariposas. Podem se alimentar de ovos de moscas e mariposas. Existe um grande grupo
de espécies que se alimentam de pólen e vivem em flores tropicais. Alguns Ascidae
alimentam-se de fungos. Os ácaros são normalmente bissexuais e se acasalam para
produzir ovos. Algumas espécies reproduzem-se por telitoquia.
Bdellidae. Ácaros desta família são comuns em plantas e no solo, ocorrendo também
em produtos armazenados. Eles são ativos caçadores de pequenos artrópodes,
3
Pesquisador Científico, Instituto Biológico. E-mail: mesato@biologico.sp.gov.br
72
Cheyletidae. Os predadores são ácaros com movimentos lentos, com coloração amarela
ou alaranjada, que usualmente se aproximam e capturam a presa cuidadosamente ou
usam técnicas de emboscada. Eles ocorrem em plantas e no solo, assim como em ninhos
de invertebrados e produtos armazenados, alimentando-se de ácaros ou pequenos
insetos. Cheyletus eruditus (Schrank) é um habitante comum de produtos armazenados,
poeiras de casas e locais de criação de aves. Os ácaros Cheyletidae reproduzem-se por
arrenotoquia, mas algumas espécies apresentam partenogênese.
é o grupo de ácaros predadores mais bem estudados, graças ao seu sucesso no controle
de ácaros tetraniquídeos, outros ácaros e tripes (Thysanoptera).
Quando o fornecimento de alimento é suficiente, muitos fitoseídeos têm um
período de desenvolvimento igual ou inferior a uma semana a 27°C e 60-90% de
umidade relativa. As fêmeas usualmente depositam 30-40 ovos/fêmea, embora algumas
espécies altamente fecundas (ex.: Phytoseiulus spp.) produzam bem mais. A maioria
dos fitoseídeos prefere umidades relativas entre 70 a 90%; ambientes mais úmidos ou
mais secos podem produzir redução nas atividades de busca de alimento, fecundidade e
longevidade de diferentes espécies. A taxa máxima de eclosão de larvas ocorre
normalmente em umidades muito próximas à saturação.
A determinação do sexo na maioria dos fitoseídeos é por parahaploidia ou pseudo-
arrenotoquia, uma situação em que a cópula é essencial para a produção de
descendentes machos e fêmeas. Porém, os embriões machos tornam-se haplóides pois
seus ovos passam por um processo de perda do genoma paterno na fase inicial do
desenvolvimento.
Embora os fitoseídeos, assim como todos os outros Mesostigmata, não
apresentem olhos, o seu comportamento parece ser afetado pelas condições de luz do
ambiente. Intensidades de luz de 1000 lumens/30,5 cm2 em laboratório afetaram as
taxas de predação de Phytoseiulus persimilis e reduziram sua fecundidade. Ambos os
fatores (predação e fecundidade) apresentaram os maiores índices em condições de
escuridão total.
Na presença de alimento em abundância, P. persimilis deposita ao redor de 78
ovos/fêmea (84% fêmeas) em aproximadamente 15 dias a 26°C e 80% de umidade
relativa. A sua taxa liquida de reprodução (R0) é estimada em 61,86; a taxa intrínseca de
crescimento (rm), em 0,4282/dia; e a taxa finita de crescimento (λ), em 1,5345/dia
(TAKAHASHI & CHANT, 1994).
Segundo CASTAGNOLI & SIMONI (1999), o período médio de ovo a adulto de N.
californicus é 5 a 7 dias (a 25°C); a longevidade é de aproximadamente 30 dias; o
número de ovos/fêmea do predador/dia é de 2,8 a 3 ovos; e a capacidade de consumo é
de 15 a 20 ovos de ácaro rajado por dia.
Os estádios de desenvolvimento de E. citrifolius apresentam durações de
aproximadamente 2,07 dias (ovo); 1,00 dia (larva); 1,20 dia (protoninfa) e 1,25 dia
(deutoninfa), a 24 ± 1ºC, quando alimentados com ácaros da leprose. Os períodos pré-
74
Tetranychidae. Todos os ácaros tetraniquídeos são fitófagos e vários deles são pragas
importantes de várias culturas. Sua biologia, inimigos naturais e controle foram
apresentados em uma importante revisão preparada por diversos autores (HELLE &
SABELIS, 1985). Muitas espécies têm altas taxas de crescimento populacional,
reproduzem-se ao longo de todo o ano e podem causar danos severos às plantas
hospedeiras. Diversos tetraniquídeos também infestam plantas daninhas.
Uma das espécies de grande importância é o ácaro rajado, Tetranychus urticae
Koch, considerado praga de importância econômica em todo o mundo, que tem causado
consideráveis prejuízos em diversas culturas no Brasil. Altas infestações podem causar
descoloração de folhas, perda da capacidade fotossintética e eventualmente a morte das
folhas (CHIAVEGATO & MISCHAN, 1981; FLECHTMANN, 1985).
CRIAÇÃO DE ÁCAROS
São apresentados a seguir alguns exemplos de criação de ácaros de importância
agrícola.
Os ácaros tetraniquídeos podem ser criados em suas respectivas plantas
hospedeiras. No caso de T. urticae, um hospedeiro favorável é feijão-de-porco
[Canavalia ensiformis (L.)].
O ácaro B. phoenicis pode ser criado em frutos de laranja (ex.: variedades Pêra
Rio ou Valência). Os frutos, após serem lavados com água e secos, são parafinados,
deixando-se uma área de aproximadamente 8 a 16 cm2, circundada com cola adesiva
(Tanglefoot®) para confinar os ácaros. Em cada fruto podem ser transferidos 40 a 50
ácaros adultos com auxílio de pincel e microscópio estereoscópico. Os frutos infestados
podem ser mantidos a 25ºC, umidade relativa de 70% e fotofase de 14 horas (OMOTO et
al., 2000). Arenas de folhas de café (e outras plantas) também podem ser utilizadas para
a sua criação.
77
Tyrophagus que serve de presa para vários ácaros predadores pode ser criado em
farelo, geralmente enriquecido com germe de trigo e levedura (GERSON et al., 2003).
A criação de diversas espécies de ácaros fitoseídeos (ex.: E. concordis,
Amblyseius chiapensis) podem ser feitas em arenas formadas por uma placa escura
(Paviflex®) ou uma folha de planta (citros, feijão de porco,...) mantida sobre uma
espuma plástica embebida em água e circundada com algodão hidrófilo (mantido
sempre úmido). Podem ser colocados fios de algodão (no centro da arena) que
permanecem sob um pedaço de lamínula de vidro, com o intuito de proporcionar aos
ácaros um local para oviposição e abrigo. Como fontes de alimento, podem ser
oferecidos pólen de taboa (Typha angustifólia L.) ou ovos de T. urticae (POLETTI,
2002).
Algumas espécies de fitoseídeos como I. zuluagai são mais difíceis de serem
criadas, exigindo cuidados especiais. REIS & ALVES (1997) descrevem uma metodologia
de criação, na qual, os ácaros predadores são colocados sobre um disco de plástico
flutuando (ex.: 7,5 cm de diâmetro) em água. Um orifício no centro do disco permite a
passagem de um alfinete que é fixado na base do recipiente contendo água. Esse alfinete
impede o disco de tocar na borda do recipiente com água (ex.: placa de Petri), evitado
assim a fuga dos predadores.
MATIOLI (2002) descreve uma metodologia para criação de ácaros da família
Stigmaeidae (ex.: Agistemus brasiliensis). A criação de ácaros estigmeídeos pode ser
realizada concomitantemente à criação de B. phoenicis, nas mesmas condições de
temperatura, fotofase e umidade (ex.: 26oC, fotofase de 12h e 80% de UR). As criações
podem ser sobre frutos de laranja que apresentam sintomas da doença “verrugose”, por
proporcionar locais favoráveis ao “ácaro da leprose”. Os frutos, antes de serem
infestados, são submetidos à máquina de varredura, para a eliminação de impurezas e
outros artrópodes. Após este processo, os frutos são parafinados, deixando-se uma área
circular de aproximadamente 3 cm de diâmetro, para onde são transferidos os ácaros
estigmeídeos. A área circular é delimitada em sua periferia por “tanglefoot”,
objetivando impedir a fuga dos ácaros. Como alimento, são fornecidos ovos e formas
jovens de B. phoenicis. Também pode ser utilizado pólen de taboa Typha sp., como
fonte alimentar para o estigmeídeo. O pólen é colocado nas arenas de criação e
substituído a cada 48 horas.
FREIRE (2007) descreve uma metodologia de criação massal de ácaros
predadores da espécie Stratiolaelaps scimitus (Acari: Laelapidae). Essa espécie
78
apresenta bom potencial de controle de algumas pragas como ácaros, tripes e dípteros da
família Sciaridae que vivem no solo. As unidades de criação são frascos plásticos
cilíndricos de 500 mL, com várias perfurações de 2 cm de diâmetro, para permitir
ventilação. Tyrophagus putrescentia (Acari: Acaridae) é utilizado como alimento para o
predador. Ração de cachorro é utilizada como substrato para multiplicação de T.
putrescentia. Esse método permite um crescimento populacional de aproximadamente
40 vezes na população de ácaros predadores em 30 dias, partindo de uma população
inicial de 400 ácaros S. sciminus.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASTAGNOLI, M & SIMONI, S. Effect of long-term feeding history on functional and
numerical response of Neoseiulus californicus (Acari: Phytoseiidae). Exp. Appl.
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Homeopronematus anconai (Acari: Tydeidae) predation of Aculops lycopersici
(Acari: Eriophyidae). Int. J. Acarol., v.12, p.215-221, 1986.
79
Anystidae
Alguns ácaros como os do gênero Anystis são considerados inimigos naturais
que podem afetar a população de diversas pragas, chegando a controlá-las (JAMES,
1995). Estes ácaros podem controlar populações de ácaros tetraniquídeos em diversas
culturas. Anystis baccarum (L.) controlaram infestações de ácaros tetraniquídeos em
amoras pretas na Rússia em alguns dias, quando a relação predador/presa chegava a
1/50.
Estes predadores chegam a preferir insetos como tripes (ex.: Scirtothrips citri)
ou cigarrinhas (Erythroneura elegantula) a ácaros tetraniquídeos, como fonte de
alimento. Em alguns casos eles abandonam populações ácaros fitófagos para atacarem
outras presas (insetos) (GERSON et al., 2003).
Ascidae
Muitos membros desta família são predadores. Ácaros do gênero Blattisocius
ocorrem em produtos armazenados e se alimentam de ovos e formas jovens de
lepidópteros e coleópteros. Este gênero é cosmopolita. Blattisocius tarsalis (Berlese) é
considerado um importante fator de controle de Ephestia cautella, praga de milho
armazenado, no Kenya. Estes ácaros completam o ciclo em aproximadamente 1 semana
a 27ºC.
Lasioseius parberlesei Tseng é um importante inimigo natural de
Steneotarsonemus spinki Smileyi (Acari: Tarsonemidae), que é praga chave de arroz, na
Ásia (Taiwan). Este predador responde numericamente às oscilações populacionais da
presa. Algumas espécies de Lasioseius são predadores de nematóides, alimentando-se
também de fungos (ex.: Aspergillus sp.) (GERSON et al., 2003).
3
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81
Bdellidae
Algumas espécies são eficientes predadores de insetos e ácaros pragas. Bdella
depressa Ewing é um voraz predador de ácaros tetraniquídeos e alguns Collembola, nos
EUA (Illinois). O desenvolvimento de larva a adultos é de aproximadamente 14-21d a
21ºC. Bdella distinta (Baker & Balock) se alimentam de ovos e formas jovens (móveis)
de cochonilhas (Hemiptera: Diaspididae) na Flórida.
Cheyletidae
Algumas espécies como Cheyletus eruditus podem controlar alguns ácaros
pragas de produtos armazenados como Acarus siro L. (Acari: Acaridae). O predador
pode devorar 0,9 a 4,5 ácaros presas por dia a 25ºC e 80% de umidade relativa. O
predador é mais eficiente a 20-25ºC e umidade relativa entre 70-80%. A praga se
desenvolve melhor em baixas temperaturas e altas umidades.
Cheyletus sp. podem limitar o crescimento populacional de Dermatophagoides
pteronyssinus (Trouessart), ácaro da poeira do interior das casas, que muitas vezes causa
alergia em pessoas.
Alguns membros desta família se alimentam de cochonilhas, ácaros
tetraniquídeos e tenuipalpídeos.
Hemicheyletia bakeri consumiu sete a oito ácaros tetraniquídeos por dia. Um dos
problemas desta espécie foi que ela não conseguiu responder ao crescimento numérico
da praga, como foi observado em morangueiro infestado com ácaros tetraniquídeos na
Califórnia. Populações da ordem de 16 predadores por folíolo não foram suficientes
para evitar o aumento populacional da praga. O período de desenvolvimento de H.
bakeri foi de 47 dias a 22ºC, e a fecundidade de apenas 22 ovos por fêmea (LAING,
1973).
Cunaxidae
Os ácaros Cunaxidae são predadores de vários insetos e ácaros.
Cunaxa capreolus (Berlese) foi criado por ZAHER et al. (1975), em insetos da
ordem Psocoptera e em Eutetranychus orientalis (Klein), que é praga de citros. À 30ºC,
82
Laelapidae
Diversas pragas agrícolas, como espécies de ácaros, tripes e dípteros da família
Sciaridae vivem no solo ou nele passam parte do seu ciclo. Tem-se verificado que
algumas dessas pragas são atacadas e podem em certos casos ser controladas por ácaros
predadores Mesostigmata. Entre os predadores mais estudados deste grupo estão os
pertencentes à família Laelapidae. Testes preliminares realizados na Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz” / USP, Piracicaba, SP, indicaram um bom potencial de
uso de algumas espécies dessa família, como Cosmolaelaps sp. e Stratiolaelaps scimitus
(Womersley), em programas de controle biológico de pragas edáficas em várias
culturas. Os resultados indicam por exemplo que S. scimitus mostra-se promissor para o
controle de Bradysia matogrossensis (Diptera: Sciaridae) em áreas de produção de
cogumelo (FREIRE, 2007).
Phytoseiidae
Esta família engloba os principais inimigos naturais (de ácaros pragas) utilizados
em programas de controle biológico, em todo o mundo. Serão apresentadas, a seguir,
algumas espécies de importância para a agricultura.
km2, após a sua liberação na cultura da mandioca. Estima-se que este predador elevou a
produção de mandioca em 30-37%, após o seu estabelecimento na cultura (BELLOTTI et al.,
1999).
Typhlordromus pyri é considerado o principal inimigo natural de Panonychus ulmi
em macieira em diversas regiões da Europa e América do Norte. Populações desta espécie
que desenvolveram resistência a diversos agroquímicos têm facilitado manejo de ácaros na
cultura.
Iphiseiodes zuluagai, Euseius citrifolius e Euseius concordis são espécies bastante
freqüentes em diversas culturas no Brasil. O maior volume de informações está
relacionado a culturas como citros e café. Segundo KOMATSU (1988), durante sua vida,
cada ácaro E. corcordis predou em média 351 ovos ou 302 formas jovens ou 20,5 adultos
do ácaro da leprose. O adulto foi mais voraz que as formas imaturas.
Segundo GRAVENA (1992), E. citrifolius consegue predar maior número de ácaros
da leprose em frutos sem a presença de verrugose. As fêmeas adultas desta espécie
preferem atacar as larvas do ácaro praga. Este fato é importante pois a fase larval de B.
phoenicis é aquela que se mostra a mais virulenta (CHAGAS, 1983).
Stigmaeidae
Esta família pode ser considerada como o segundo grupo de maior importância
no controle biológico de ácaros pragas na agricultura. O volume de informações sobre
estes inimigos naturais ainda é pequeno, quando comparado aos ácaros fitoseídeos. Dois
gêneros de grande importância são Agistemus e Zetzellia. Embora reconhecidos como
predadores importantes, o papel dos estigmeídeos no controle de ácaros pragas nem
sempre é evidente.
Agistemus floridanus Gonzáles-Rodrigues é uma espécie bastante abundante em
citros na Flórida, alimentando-se de várias espécies de ácaros pragas. Ele completa uma
geração em duas semanas a 25-30ºC, em condições ótimas de alimentação, tendo como
presa Phyllocoptruta oleivora. O seu potencial biótico relativamente baixo e a sua
suscetibilidade a vários agroquímicos fazem com que esta espécie não seja considerada
de importância no controle de ácaros em pomares comerciais.
Zetzellia mali é considerado um importante inimigo natural de Panonychus ulmi
(Tetranychidae) e Aculus schlechtendali (Eriophyidae) na América do Norte e Europa.
Estudos realizados em citros, no Estado de São Paulo, indicaram que a espécie
de estigmeídeo mais freqüente foi Agistemus brasiliensis (80%), seguida de Agistemus
85
Tydeidae
Algumas espécies de Tydeidae podem ser predadoras de ácaros.
Homeopronematus ancorai alimenta-se Aculops lycopersici (Eriophyidae),
reduzindo significativante a sua população em tomateiro. Populações de A. lycopersici
mantidas em folhas de tomateiro atingiram médias de 65 ácaros/folíolo em 19 dias, na
presença de H. ancorai. Na ausência deste predador, a população chegou 427
ácaros/folíolo. Plântulas livres de predadores morreram em seis semanas quando
infestadas com A. lycopersici; enquanto que, plântulas com predadores permaneceram
vigorosas (HESSEIN & PERRING, 1986).
Outros predadores
Além dos ácaros predadores mencionados, outros artrópodes também podem
predar ácaros fitófagos, podendo-se mencionar a joaninha do gênero Stethorus que se
alimenta tanto de ovos como de ninfas e adultos de ácaros eriofídeos, tetraniquídeos,
tarsonemídeos e tenuipalpídeos. Os crisopídeos também podem se alimentar de ácaros
fitófagos (NASCIMENTO et al., l982). Alguns insetos como tripes (ex.: Scolothrips
sexmaculatus), besouros da família Staphylinidae (Oligota sp.), e algumas aranhas
(Lycosiidae) também podem ser considerados inimigos naturais de ácaros fitófagos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELLOTTI, A.C.; SMITH, L.; LAPOINTE, S.L. Recent advances in cassava pest
management. Annu. Rev. Entomol., v.44, p. 343-370, 1999.
86
Fungos entomopatogênicos
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89
estudos de seleção de cêpas ou isolados e avaliação dos mais virulentos para o controle
de pragas.
As principais fases do ataque de fungos em insetos são: a) adesão; b)
germinação; c) formação de apressórios; d) formação do grampo de penetração; e)
penetração; f) colonização e g) reprodução.
Os sintomas de insetos doentes com fungos são: manchas escuras pelo corpo,
paralisação da alimentação, paralisia geral, perda de coordenação de movimentos.
Posteriormente o tegumento torna-se róseo, para depois assumir coloração
esbranquiçada devido ao crescimento do micélio e a partir da esporulação o inseto
assume a coloração da espécie do fungo, como por exemplo, o branco para B. bassiana
e verde para M. anisopliae. Todas essas fases ocorrem entre 4 a 10 dias, dependendo do
hospedeiro e da espécie do fungo.
Os processos de produção de fungos patogênicos à invertebrados são relatados
em função da estrutura do patógeno a ser produzida e utilizada no campo. As diferentes
estruturas do fungo a serem utilizadas no controle de pragas e suas funções no ciclo
natural do patógeno são: conídios, com função de reprodução e de disseminação;
blastosporos, com função de disseminação na hemolinfa do hospedeiro; micélio, com
função de migrar para fora do hospedeiro e permitir a conidiogênese do fungo; e
esporos de resistência, com função de permitir a sobrevivência do fungo no solo.
Grande parte dos hifomicetos pode ser utilizada na forma de conídios, blastosporos e
micélio, sendo as duas primeiras formas geralmente preferidas por serem ambas
infectivas ao hospedeiro. A escolha da forma a ser utilizada do fungo vai depender da
espécie e isolado do patógeno, da dificuldade na sua produção, do ambiente onde será
aplicado e do método de aplicação.
Perspectivas e demandas
Desenvolvimento de novos de bioinseticidas à base de fungos
entomopatogênicos das
espécies: Beauveria bassiana, Hirsutella thompsonii e Lecanicillium muscarium e L.
lecanii.
Estudos sobre Neozygites floridana: produção, armazenamento e aplicação.
Estudos de manejo integrado de ácaros em citros, flores e hortaliças.
Impacto de bioinseticidas sobre organismos não-alvos.
Novos programas de controle biológico de ácaros: frutas, hortaliças e algodão.
Pesquisas com Bacillus thuringiensis var. tenebrionis
Bibliografia consultada
Enxofre
O enxofre é ainda extensivamente empregado para controlar ácaros de muitas
espécies, sabendo-se que certos grupos de ácaros são mais suscetíveis que outros.
Ácaros da família Eriophyidae e Tenuipalpidae são geralmente suscetíveis ao enxofre.
A maioria dos ácaros da família Tetranychidae pertencentes aos gêneros Olygonychus,
Eotetranychus, Eutetranychus, e da família Tarsonemidae do gênero
Polyphagotarsonemus podem ser controlados por aplicações de enxofre. Ácaros do
gênero Tetranychus têm se mostrado pouco sensíveis ao enxofre, em diversas culturas.
Organoclorados
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Organofosforados e Carbamatos
Pesquisas com o organofosforado parathion como acaricida iniciaram-se em
1947. Após alguns anos com uso extensivo de parathion, muitas populações de ácaros
desenvolveram resistência ao produto.
Piretróides
O uso de piretróides na agricultura iniciou-se na década de 70. A toxicidade dos piretróides
sintéticos é baixa ou moderada. Os piretróides, assim como o DDT, ligam-se a uma das
subunidades dos canais de sódio modificando individualmente estes e mantendo-os
abertos por um período mais longo de tempo. O aumento do tempo de abertura dos
canais de sódio leva a um aumento do fluxo de sódio para o interior da membrana e à
prolongação da fase de despolarização após o pico do potencial de ação que é atingido
normalmente. Potenciais de ação repetidos são desencadeados quando a despolarização
atinge um limite. Os insetos ou ácaros morrem por hiperexcitação. Este é o principal
sítio de ação de DDT e piretróides que, no entanto, também agem em outros sítios
secundários como o sistema GABA, receptores de ACh ativados por cálcio e ainda
interferem com a função reguladora do cálcio (GUEDES, 1999).
96
havendo também alguma absorção por contato. Clorfenapir apresenta uma ação ovicida
limitada. Nas plantas, essa molécula não apresenta ação sistêmica, mas tem uma ótima
ação translaminar. Este composto mostra-se altamente tóxico para muitas espécies de
ácaros predadores (Phytoseiidae). Ele apresenta moderada toxicidade para mamíferos,
porém apresenta uma longa persistência ambiental (DEKEYSER, 2005).
O propargite e o diafentiuron parecem interferir na respiração celular por meio
da inibição da ATPase, mediado pelo magnésio na mitocôndria.
O Diafentiuron pertence ao grupo químico feniltiouréia, descoberto em 1980
pela Ciba-Geigy e lançado em 1991. Ele atua contra todos os estágios de
desenvolvimento de ácaros, moscas brancas e afídeos. É inócuo para insetos benéficos e
levemente tóxico para ácaros predadores. Apresenta baixa toxicidade para mamíferos e
baixa persistência ambiental. Ele é considerado um proacaricida e seu metabólico
principal (carbodiimida) é um inibidor de ATPase mitocondrial (DEKEYSER, 2005).
Avermectinas
São os agonitas de GABA (ácido – amino butírico). Avermectinas são
metábolicos isolados da fermentação do fungo Streptomyces avermitilis. Os agonistas
de GABA agem inibindo o sistema nervoso central, competindo com o GABA, ligando-
se ao seu receptor específico na membrana pós-sináptica e estimulando o fluxo de Cl-,
para o interior da célula nervosa.
A ingestão do abamectin, pelo ácaro ou inseto, resulta em uma rápida paralisia e
subseqüente morte, sendo que ele apresenta uma limitada ação de contato, o que o torna
um acaricida seletivo para ácaros predadores (NOVARTIS, 2000).
Abamectin é utilizado no Brasil para o controle de diversas espécies de insetos
[ex.: Alabama argillacea (Hübner), Phyllocnistis citrella Staiton, Tuta absoluta
(Meyrick)] e ácaros [T. urticae, Polyphagotarsonemus latus (Banks), Panonychus ulmi
(Koch), Aculops lycopersici (Massee)] em várias culturas, tais como agodão, citros,
maçã, melancia, morango, pepino, tomate, batata e plantas ornamentais (ANDREI, 2005).
O segundo representante desta classe é o Milbemectin, descoberto pela Sankyo
na década de 70, e comercializado a partir de 1991. Ele é uma mistura de dois
compostos, o milbemycin A3 e o milbemycin A4. Milbemectin mostra ação contra todos
os estádios de vida dos ácaros, para um amplo espectro de ácaros fitófagos. Ele atua
como um agonista de GABA, como o abamectin (DEKEYSER, 2005).
99
Cetoenol
Este é u grupo químico recentemente lançado no mercado brasileiro. Devido à
sua elevada eficácia e longo período de controle contra as mais importantes espécies de
ácaros, o spirodiclofen tem se tornado uma boa opção no manejo da resistência de
ácaros. Na formulação suspensão concentrada, apresenta forte ação lipofílica.
Spirodiclofen atua em todos os estádios de desenvolvimento dos ácaros, principalmente
sobre as formas jovens e os ovos (SALVO, 2003). Esta nova molécula apresenta
seletividade para artrópodes benéficos (MAEYER et al., 2002).
Spirodiclofen e spiromesifen são novos acaricidas/inseticidas desenvolvidos dentro
da nova classe de químicos que agem na biosíntese de lipídeos. Spirodiclofen
proporciona excelente controle de importantes ácaros praga como Panonychus,
Phyllocoptruta, Brevipalpus, Aculus e espécies de Tetranychus. Spiromesifen é
altamente ativo sobre espécies de Tetranychus, principalmente estádios juvenis, com
excelente efeito ovicida (NAUEN, 2004).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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102
resistência desta praga a acaricidas (CHIAVEGATO et al., 1983, SATO et al., 2000, 2004,
2005).
Diversas pesquisas sobre resistência de T. urticae a acaricidas têm sido
desenvolvidas nos últimos anos no Instituto Biológico. Foram realizados estudos de
pressão de seleção com diversos acaricidas, em condições de laboratório. Os resultados
das seleções artificiais podem ser observados na Tabela 1. Verifica-se que existem
diferenças no potencial de evolução de resistência de T. urticae para os diferentes
acaricidas estudados. Após algumas seleções para resistência, observou-se uma
intensidade de resistência de 2.912 vezes para fenpyroximate, e de “apenas” 72,5 vezes
para propargite. Neste caso, o potencial maior de evolução de resistência a
fenpyroximate indica que o problema da resistência de T. urticae a este acaricida é mais
sério do que para propargite. A CL50 mais elevada para propargite foi observada após a
quarta seleção para resistência, sendo equivalente a 245 ppm de i.a.. Esta concentração
corresponde a apenas 1,13 vez a concentração recomendada do acaricida para o controle
de T. urticae em diversas culturas no Brasil. No caso de fenpyroximate, o valor mais
elevado de CL50 foi 10.893 ppm de i.a., que corresponde a aproximadamente 218 vezes
a sua concentração recomendada (ANDREI, 2005). No caso deste último produto, o
simples aumento da dose aplicada não seria suficiente para eliminar os ácaros
resistentes no campo.
Para Resistência
0 4,36 (3,47 - 5,62) 111 (91,7 – 135) 32,9 (26,6 – 40,5)
1 9,12 (7,38 – 11,2) 203 (160 – 259) 53,2 (44,8 – 63,2)
2 18,8 (15,4 – 23,2) 445 (358 – 555) 108 (88,4 - 130)
3 31,8 (25,8 - 38,9) 1442 (1147 - 1840) 219 (185 - 258)
4 43,3 (35,5 – 54,1) 2957 (2356 - 3769) 245 (212 - 282)
5 58,1 (48,0 – 71,0) 10.893 (9.056 – 13.458) 222 (191 - 258)
100
Freqüência de resistência (%)
80 75% R
60
50% R
40
25% R
20
0
0 1 2 3 4 5 6 7
Período (meses)
10
LC 50 of Milbemectin
4 y = 0.1141x + 0.8315
2
R = 0.978 p = 0.0002
2
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
LC50 of Abamectin
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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108
Leila A. G. Barci5
Introdução
5
Pesquisador Científico, Instituto Biológico Caixa Postal 12.898, CEP 04010-970, São Paulo,
SP. E-mail: barci@biologico.sp.gov.br
110
também ocorrer durante o ano todo dependendo das condições ambientais do local onde
está ocorrendo. Encontrando o segundo hospedeiro, a ninfa se fixa e inicia um período
de alimentação de aproximadamente 5 a 7 dias quando, completamente ingurgitada, se
solta do hospedeiro, cai no chão e realiza a segunda muda. Após um período de
aproximadamente 25 dias emergem um macho ou uma fêmea jovem que, em 7 dias,
encontra-se apta a realizar seu terceiro estádio parasitário. Neste ambiente, os adultos
podem permanecer sem se alimentar, por um período de até 24 meses, aguardando o
hospedeiro. Quando isto acontece, machos e fêmeas fixam-se, fazem um repasto tissular
e sanguíneo, acasalam-se e a fêmea fertilizada inicia um processo de ingurgitamento
que finda num prazo aproximado de 10 dias. Após este período, as fêmeas fecundadas e
ingurgitadas se desprendem do hospedeiro, caindo no solo para realizar postura única
(5.000 a 8.000 ovos) iniciando uma nova geração. Esta fase, observada durante os
meses de outubro a março, completa o ciclo biológico e indica a ocorrência de uma
geração anual da espécie.
Os carrapatos Amblyomma cajennense são os grandes responsáveis pela
manutenção da R. rickettsii na natureza, pois ocorre transmissão transovariana
(transmissão para ovos e larvas) e transestadial (transmissão do patógeno, a partir das
larvas, para ninfas e destas para os adultos). Esta característica biológica permite ao
carrapato permanecer infectado durante toda a sua vida e também por muitas gerações
após uma infecção primária. Portanto, além de vetores, os carrapatos são verdadeiros
reservatórios da bactéria, uma vez que todas as fases evolutivas, no ambiente, são
potencialmente capazes de permanecer infectadas meses ou anos à espera do
hospedeiro, garantido um foco endêmico prolongado. O homem adquire a bactéria após
ter sido picado pelo carrapato, ou seja, quando acidentalmente passa a integrar o ciclo
endêmico riquétsia-carrapato-reservatório silvestre. Vale ressaltar que, para que haja a
transmissão da febre maculosa através da picada por carrapatos, estes devem
permanecer fixados a pele do hospedeiro por um período de 4-6 horas, tempo necessário
para uma possível reativação da R. rickettsii na glândula salivar do carrapato.
As capivaras - reconhecidas como reservatórios naturais do agente causal da
febre maculosa no nosso meio - quando confinadas, podem sofrer infestações maciças
pela espécie A. cajennense. Esses animais, assim como provavelmente alguns outros
grupos de mamíferos silvestres, em condições naturais, são reservatórios transitórios das
bactérias, adquirindo resistência duradoura após período parasitêmico, variável entre
alguns dias e poucas semanas. Se os carrapatos não tiverem a possibilidade de se
111
Patogenia
A bactéria ataca as células que revestem os vasos sanguíneos, ocasionando
graves distúrbios circulatórios no organismo. As lesões vasculares disseminadas
constituem a base fisiopatológica do quadro clínico: acúmulo anormal de líquido
(edema), aumento do volume extracelular com conseqüentes baixa pressão sanguínea
(hipotensão), morte tecidual (necrose) local, e distúrbios da coagulação (coagulação
intravascular disseminada). Ocorrem obstruções(infartos) de vasos sanguíneas, com
subseqüente suspensão da irrigação sangüinea(isquemia) no cérebro, principalmente no
mesencéfalo e nas regiões dos núcleos, e, menos freqüentemente, no coração. No
fígado, pode haver lesão ao redor dos vasos (perivascular), com degeneração gordurosa
das células do fígado(hepatócitos). As alterações renais consistem de lesões vasculares
intersticiais focais, acometendo poucos néfrons.
Sinais clínicos
No homem o período de incubação varia de 2 a 14 dias. Inicia com febre, dor de
cabeça (cefaléia), dores musculares(mialgia), náuseas e vômitos. Entre o 3º e 4º dia
surgem as manifestações cutâneas como manchas(máculas) papulares róseo
avermelhadas, predominando nos membros erradiando para palmas, solas e tronco. Nos
112
Diagnóstico específico:
Sorológico (Imunofluorescência Indireta, Elisa, Reação de Weil-Felix);
Isolamento;
PCR;
Anátomo-patológico.
Tratamento
A indicação do tratamento deve ser baseada principalmente na suspeita clínica e
no histórico de acesso a áreas com infestação de carrapatos A letalidade diminui
drasticamente se o tratamento for feito em tempo hábil. Cerca de 80% dos indivíduos,
com forma grave, se não diagnosticados e tratados a tempo evoluem para óbito.
As drogas de escolha podem ser tetraciclina e cloranfenicol.
Situação no Brasil
No Brasil, além do Estado de São Paulo, também há relatos de casos em Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Santa Catarina.
Dados da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, indicam
que foram registrados no Brasil, nos últimos dez anos, 386 casos de febre maculosa com
107 óbitos. Com exceção de Santa Catarina, onde a doença tem se apresentado como
casos isolados ou em surtos de pequena magnitude (26 notificações, sem registro de
óbito), todos os outros ocorreram no Sudeste: 139 em São Paulo (42% de letalidade),
136 em Minas Gerais (22% de mortalidade), 55 no Rio de Janeiro (24% vieram a óbito)
e 30 no Espírito Santo (23% de letalidade). A doença é de notificação compulsória
desde 2001.
Prevenção e Controle
Pode-se recomendar as seguintes medidas para prevenir e controlar a febre
maculosa em humanos no meio rural:
• ter em mente quais são as áreas consideradas endêmicas para a febre maculosa;
• manter a população de A. cajennense sob controle. Nas regiões onde há
presença de carrapatos, aplicar o controle químico nos animais domésticos e de
produção. Em especial, fazer um controle rígido em criações de eqüídeos. Nas regiões
de preservação ambiental, onde há presença de capivaras ou antas, controlar o acesso
desses animais às áreas onde há circulação de humanos uma vez que o aumento da
densidade populacional desses mamíferos silvestres tem incrementado
exponencialmente a população de A. cajennense;
• manter o gramado aparado em ambientes domiciliares e de acesso à população
humana;
• evitar caminhar em áreas reconhecidamente infestadas por carrapatos;
114
Bibliografia Consultada
Os ácaros pertencem à Classe Arachnida, ordem Acari, onde são descritas cerca de
40.000 espécies diferentes. Podem ser de vida livre ou parasitar plantas, outros
artrópodes, animais vertebrados e também o homem. Os ácaros são pequenos, 0.1-1 mm
de comprimento, com quatro pares de pernas na fase adulta. O ciclo de vida consiste de
diferentes estágios de desenvolvimento: ovo, larval, ninfal e adulto. Algumas espécies
não Pyroglyphidae também têm um estágio hipopial dentro da fase ninfal, quando os
ácaros podem sobreviver por longos períodos sem se alimentar (fase de resistência). Os
adultos podem viver por algumas poucas semanas a vários meses, sempre dependendo
das condições ambientais. As condições mais favoráveis para os ácaros da poeira são a
temperatura de 23-30 graus centígrados e 80-90 % de umidade. Entretanto, tem sido
relatado que o Acarus siro pode completar seu ciclo de vida a 5 graus centígrados e
umidade relativa de 68% (CUNNINGTON 1965). A maioria dos ácaros se alimenta de
várias substâncias ricas em proteína. Os ácaros da poeira primariamente se alimentam
de células de descamação da pele humana, enquanto os ácaros da estocagem se
alimentam de plantas e microorganismos.
6
Depto. de Parasitologia, Instituto de Biologia, UNICAMP, E-mail:
apprado@unicamp.br
117
Acarus
Lepidoglyphus
Aranhas Glycyphagidae
Glycyphagus
Chortoglyphidae Chortoglyphus
Aracnídeos Dermatophagoides
Pyroglyphidae Pyroglyphus
Acarinos Euroglyphus
(Ácaros e carrapatos)
As doenças alérgicas são uma desordem comum afetando cerca de 40% da população
mundial (JOHANSSON 2000).
As doenças alérgicas têm aumentado em prevalência durante os últimos 30 anos, porém
se desconhecem as causas que levam alguns indivíduos a desenvolverem alergias a
substâncias inócuas tais como ácaros, grãos de pólen e descamações da pele de animais.
Há evidências do envolvimento de fatores hereditários que aumentariam o risco de
sensibilização e alergias.
A reação alérgica para os ácaros é do tipo I (hipersensibilidade), de acordo com a
classificação de GELL e COOMBS (1963).
Desde 1698, quando FLOYER publicou seu trabalho sobre a asma, sabe-se que "todos
os asmáticos ressentem-se grandemente da poeira produzida no ato de"varrer um
quarto" ou quando se "arruma as camas". Em 1731, RAMAZZINI citou os efeitos
respiratórios de ordem asmática quando certos indivíduos manipulavam colchões.
Existe geralmente grande correlação entre o número de ácaros e alérgenos fecais das
espécies de Dermatophagoides em diferentes ambientes. Nem todas as proteínas dos
ácaros são alergênicas. Assim, já foram identificados 51 antígenos diferentes do D.
pteronyssinus, porém só 11 deles se ligaram as IgE do soro humano. Já, LIND &
LOWENSTEIN (1983) identificaram nove alérgenos dentre 40 proteínas que eles
isolaram de D. pteronyssinus. Outros autores encontraram número variável de proteínas
totais e de antígenos.
Coleta:
Método do aspirador de pó: utiliza-se um aspirador de pó, de 1000 Watts de potência,
no qual se acoplou entre o reservatório de poeira e o tubo aspirador, um pedaço de
tecido de malha fina (cambraia de linho, organdí de náilon ou papel de filtro); aspirar
vários objetos e locais da residência (colchões, travesseiros, carpetes, tapetes, cortinas,
sofás, assoalho de tacos, etc.), durante 2-5 minutos, ou 0,5 m de superfície, imprimindo
leve pressão. As amostras devem ser colocadas em um saco plástico, identificadas
(rótulo) e imediatamente mantidas em congelador até o dia do exame. [se for utilizar o
120
funil de Berlese para a separação dos ácaros ou tentar iniciar cultura, a amostra não
deve ser congelada.]
Funil de Berlese: as amostras devem ser colocadas no funil de Berlese com lâmpada
amarela de 15 a 40 Watts, onde permanecerão por pelo menos quatro dias; o que restar
no funil deve ser colocado em uma placa de Petri e ser examinado em microscópio-
estereoscópico, com aumento mínimo de 20X.
HIRSCHMANN (1986) observou que os ácaros da poeira doméstica eram atraídos por
um pedaço de papel branco (DIN-A4), quando colocado onde se suspeitava de sua
presença; o papel deve ser examinado pela manhã e à tarde, colocando-se o papel contra
uma lâmpada; os ácaros aparecem como uma sombra.
Os ácaros vivos são estimulados a migrarem da poeira por exposição a uma lâmpada
incandescente e podem ser utilizados para se iniciar uma cultura.
Outro método simples para se detectar a presença de ácaros é colocar uma pequena
quantidade de poeira na superfície da água e examinar com aumento de 20X; os ácaros
vivos e mortos flutuarão na superfície da água. Podemos também usar uma emulsão de
água/óleo mineral; após agitação e repouso; os ácaros ficarão aderidos à fração oleosa.
Por filtração eles ficarão retidos no papel de filtro, que será examinado em microscópio-
estereoscópico (20X).
Solução saturada de cloreto de sódio: uma certa quantidade de poeira fina (após a
peneiração0 é adicionada a um placa de Petri contendo 5 ml de solução salina saturada.
Depois de 5 minutos, agitar levemente e retirar os ácaros que ficam na superfície, com
auxílio de um estilete , pinça de relojoeiro ou pincel, ao microscópio-estereoscópico
(20X).
Ácido lático/corante de lignina: colocar parte da amostra (poeira fina) em ácido lático
por 5 minutos e corar com corante de lignina; examinar ao microscópio-estereoscópico
(20X).
Também podem ser usados os corantes fucsina ácida e verde metila.
Preparação de lâminas:
Os espécimes são colocados entre lâmina e lamínula de vidro, em meio de Hoyer ou
Berlese. Deixar a preparação vários dias, em estufa a 50-60 graus centígrados, para
clarificação; após a secagem fazer a lutagem da lamínula com esmalte de unha incolor
ou verniz cristal para impedir a evaporação, pois os meios de Hoyer e Berlese são
aquosos.
As lâminas devem ser rotuladas para se individualizar a amostra, constando local,
coletor, data, sítio do interior da residência e objeto amostrado.
Preservação de ácaros não montados: guardar alguns ácaros não montados, em álcool
etílico e 70-80 %, em álcool etílico/glicerina (5 a 10% de glicerina adicionada ao álcool
70%) ou no líquido de Oudemans.
Manejo:
Reduzir a umidade a menos de 70%. Passar aspirador de pó nos colchões, carpetes,
sofás, assoalho, etc.
Indivíduos muito sensíveis devem encapar o colchão e o travesseiro com capas
plásticas.
Trocas as capas e lençóis freqüentemente.
Lavar as roupas de cama em máquina de lavar com água aquecida.
Vários acaricidas e fungicidas podem diminuir a quantidade de ácaros.
Parece haver correlação entre a quantidade de ácaros e os sintomas das alergias.
A imunoterapia, i.é, a injeção de extratos de ácaros em pacientes para aumentar o nível
de anticorpos, tem apresentado resultados variáveis (MUNRO-ASHMAN et al., 1976).
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123
Adalton Raga7
Os estudos com ácaros tiveram acentuado incremento após a 2ª. Guerra Mundial.
A ascensão da Acarologia foi devida à importância dos ácaros no contexto da
agricultura contemporânea, sobretudo derivada dos problemas ocasionados pelo uso
continuado do DDT em culturas de valor econômico ao redor do mundo (BAKER &
WHARTON, 1952; HELLE & SABELIS, 1985). Informações sobre os danos causados por
ácaros e a sua influência sobre a produtividade agrícola são escassas e tornam pouco
conhecida a dimensão do impacto desses organismos na fitossanidade. Normalmente, os
danos causados por ácaros não ocorrem de maneira generalizada em cultivos onde a
produtividade está abaixo do seu potencial, provavelmente devido ao equilíbrio mantido
pela fauna benéfica, pelo balanço adequado de compostos nutricionais ou mesmo pela
tolerância dos vegetais à injuria causada no decorrer do ciclo vegetativo (RABBINGE,
1985). Os danos causados por espécies de ácaros em vegetais podem se traduzir em
perda da produtividade e também do valor econômico da produção por fatores estéticos.
Diversas espécies de ácaros são transmissoras de viroses, o que torna os danos indiretos
mais importantes que possíveis danos diretos.
A dispersão de pragas pode ser auxiliada por fenômenos naturais, mas o próprio
homem é um grande disseminador desses agentes, movimentando vegetais e produtos
alimentícios infestados para novas áreas, com condições ambientais favoráveis. Os
sistemas quarentenários visam proteger seus recursos, através da adoção de medidas
legais baseadas em pesquisas relacionadas com a prevenção, interdição, detecção,
erradicação e manejo das pragas invasoras chaves (RAGA, 2002). Estudos sobre análise
de risco são fundamentais para avaliar os possíveis impactos de organismos exóticos
sobre a produção e a economia regional. O grau de importância das espécies de ácaros é
determinado por fatores como taxa intrínseca de desenvolvimento, fecundidade,
fertilidade, razão sexual, capacidade de desenvolver resistência à agroquímicos,
condições da planta hospedeira e fatores abióticos.
Devido às condições de cultivo intensivo, seja no campo ou em casa de
vegetação, a horticultura é aquela mais afetada pela incidência de ácaros fitófagos.
Tetranychidae, Tenuipalpidae e Tarsonemidae são as famílias de maior importância
para a agricultura, com grande destaque para a primeira. Na Tabela 1 consta a relação
das espécies de ácaros de maior importância em termos mundiais, devido ao potencial
de dano e capacidade de disseminação.
Praga Quarentenária é uma praga de importância econômica potencial para a
área posta em perigo e onde ainda não está presente, ou se está não se encontra
amplamente distribuída e é oficialmente controlada. É classificada em duas categorias:
1. Praga Quarentenária A1 ou Ausente: praga de importância econômica
potencial para uma área em perigo, porém não presente no território
nacional;
2. Praga Quarentenária A2 ou Presente: praga de importância econômica
potencial para uma área em perigo, presente no país, porém não amplamente
distribuída e encontra-se sob controle oficial.
7
Pesquisador Científico, Instituto Biológico. E-mail: mesato@biologico.sp.gov.br
125
Acarus siro
Aceria litchii
Aceria oleae
Aceria tosichella
Aculus schlechtendali
Aleuroglyphus beklemishevi
Amphitetranychus viennensis
Brevipalpus chilensis
Brevipalpus lewisi
Calacarus citrifoli
Cheiracus sulcatus
Eotetranychus carpini
Eutetranychus orientalis
Penthaleus major
Raioella indica
Rhizoglyphus echinopus
Steneotarsonemus panshini
Steneotarsonemus spinki
Tarsonemus cuttacki
Tetranychus mcdanieli
Tetranychus pacificus
Tetranychus truncatus
Tetranychus turkestani
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Tabela 1 – Espécies de ácaros de importância econômica e quarentenária para a agricultura brasileira.
Família Espécie Hospedeiros Distribuição geográfica Status de praga
quarentenária para o
Brasil
Tetranychidae Tetranychus urticae 933 espécies de plantas (hortícolas; Cosmopolita
oleaginosas; graníferas)
Tetranychus cinnabarinus + 100 espécies de plantas (citros, Subtropicais e temperadas
cebola, mandioca, feijão, amendoim,
milho, morango, cucurbitáceas,
solanáceas, algodão)
Tetranychus pacificus Citros, fruteiras, ornamentais, algodão EUA, México, Japão A1
Tetranychus turkestani 187 espécies de plantas (fruteiras Hemisfério Norte A1
diversas, forrageiras, algodão)
Tetranychus mcdanieli Maçã; fruteiras diversas; plantas EUA, Canadá, Europa A1
daninhas
Panonychus ulmi Maçã, pêra, videira, frutas de caroço Europa, América do norte,
América do sul, Nova
Zelândia, Japão
Panonychus citri Rutaceae, Rosaceae Regiões produtoras de citros
Olygonychus yothersi Feijão, café, abacate América do sul, América
Central
Olygonychus perditus Coníferas Ásia
Mononychellus tanajoa Mandioca Américas, Caribe, Àfrica
Eutetranychus orientalis 191 espécies de plantas (citros, papaia, Ásia, Mediterrâneo, África A1
palmeira, berinjela, algodão)
Eotetranychus lewisi Feijão, papaia, cítricos América Central, América do
Norte
Eotetranychus carpini Fruteiras diversas, ornamentais A1
Amphitetranychus Maçã, pêra, ameixa, pêssego, Europa, Àsia
viennensis morango, ornamentais