IN 102 - Transito Aduaneiro
IN 102 - Transito Aduaneiro
IN 102 - Transito Aduaneiro
DOU de 22/12/1994
O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, tendo em vista o disposto nos Decreto nºs 91.030, de 5 de
março de 1985 e 660, de 25 de setembro de 1992, resolve:
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º O controle de cargas aéreas procedentes do exterior e de cargas em trânsito pelo território
aduaneiro será processado através do Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do
Armazenamento - MANTRA e terá por base os procedimentos estabelecidos por este Ato.
§ 1° O MANTRA constitui parte do Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX instituído pelo
Decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992.
§ 2° A manifestação de carga referida no art. 6º, bem como o registro de armazenamento efetivado pelo
depositário e o correspondente visto dessa armazenagem realizado pela fiscalização aduaneira,
cumulativamente, desobrigam a utilização da Folha de Controle de Carga - FCC de que trata o item 1 da
Instrução Normativa SRF nº 63, de 22 de junho de 1984.
§ 3° Nos casos de inatividade do Sistema, o controle de cargas terá por base a citada FCC e será lavrado
termo de entrada no momento da chegada de veículo, quer esteja ou não transportando carga.
§ 4° As operações realizadas durante o período de inatividade do Sistema deverão ser nele registradas
imediatamente após o reinício de seu funcionamento, dispondo cada usuário, para tal, de até doze horas
contadas:
III - para o depositário, após o término da operação do transportador e, quando houver, da operação do
desconsolidador de carga.
I - a SRF, através dos Auditores Fiscais do Tesouro Nacional - AFTN, Técnicos do Tesouro Nacional -
TTN, Supervisores e Chefes;
§ 1° Os usuários a que se refere o inciso II, para atuarem no MANTRA, deverão providenciar sua
habilitação nos termos estabelecidos pela Instrução Normativa SRF nº 135, de 16 de dezembro de 1992.
V - da indicação, quando for o caso, de que se trata de embarque total, parcial ou final.
§ 1º As informações sobre carga procedente do exterior serão apresentadas à unidade local da SRF que
jurisdiciona o local de desembarque da carga.
§ 3º As informações sobre carga poderão ser complementadas através de terminal de computador ligado
ao Sistema:
I - até o registro de chegada do veículo transportador, nos casos em que tenham sido prestadas mediante
transferência direta de arquivos de dados; e
II - até duas horas após o registro de chegada do veículo, nos casos em que tenham sido prestadas
através de terminal de computador.
§ 4º Nos casos de embarque parcial, sua totalização deverá ocorrer dentro de quinze dias seguintes ao
da chegada do primeiro embarque.
Art. 5º A carga procedente de trânsito aduaneiro será informada, no MANTRA, pelo transportador,
beneficiário ou desconsolidador de carga, mediante registro:
III - da indicação, quando for o caso, de que se trata de embarque total, parcial ou final, no exterior.
§ 1º As informações sobre carga procedente de trânsito aduaneiro serão apresentadas à unidade da SRF
que jurisdiciona o local de chegada da carga e registradas prévia ou posteriormente à chegada do
veículo.
§ 2° A carga de que trata o "caput" deste artigo será obrigatoriamente armazenada, exceto se for objeto
de remessa expressa prevista no artigo 18 da Instrução Normativa SRF nº 21, de 24 de março de 1994.
§ 3º O registro deverá ser encerrado no prazo máximo de duas horas após a chegada efetiva do veículo.
§ 4º Decorrido o prazo de que trata o parágrafo anterior, qualquer alteração ou inclusão de dados sobre a
carga somente será aceita após sua validação pelo AFTN.
§ 5º Tratando-se de comboio, o prazo de que trata o parágrafo anterior será contado a partir da data de
chegada do último veículo.
Art. 6º Para todos os efeitos legais, a carga será considerada manifestada junto à unidade local da SRF
quando ocorrer, no MANTRA:
II - a validação pelo AFTN de informações sobre carga procedente do exterior prestadas após a chegada
do veículo transportador e sobre carga procedente de trânsito aduaneiro incluída após o prazo para
encerramento de seu registro, bem como de descaracterização de remessa expressa.
Art. 7º Nos casos de bens chegados como bagagem acompanhada ou remessa expressa e como tal não
aceitos pela fiscalização aduaneira; de carga não manifestada, embora documentada; de carga sem
documento; ou de carga cujo tipo de documento ou identificação o Sistema não contemple, seu
armazenamento processar-se-á através de documento subsidiário de identificação de carga - DSIC.
§ 1º O DSIC instrui o armazenamento da carga no Sistema, sem prejuízo a quaisquer atos de ofício com
relação a essa carga.
§ 3º O DSIC formulado pelo depositário na forma do parágrafo anterior deverá ser validado por AFTN.
Art. 8º As informações sobre carga consolidada procedente do exterior ou de trânsito aduaneiro serão
prestadas pelo desconsolidador de carga até duas horas após o registro de chegada do veículo
transportador.
Art. 9º O registro de chegada de veículo procedente do exterior ou portando carga sob regime de trânsito
aduaneiro deverá ser efetuado, conforme o caso, pelo transportador ou pelo beneficiário do regime de
trânsito, na unidade local da SRF, no momento de sua chegada, cabendo-lhe, simultaneamente, a
entrega à fiscalização aduaneira dos manifestos e dos respectivos conhecimentos de carga e, quando for
o caso, dos documentos de trânsito aduaneiro.
§ 2º Quando não atendido o disposto neste artigo, o AFTN deverá proceder ao respectivo registro da
chegada, sem prejuízo da aplicação das penalidades cabíveis.
§ 3° A chegada do veículo caracterizará, para efeitos fiscais, o fim da espontaneidade prevista no art. 138
da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966.
Art. 10. Quando do registro da chegada do veículo, ocorrerá, via Sistema, a abertura do termo de
entrada.
Parágrafo único. A abertura do termo de entrada, para efeitos legais, equivalerá à formalização de que
trata o parágrafo 1º "in fine" do art. 31 do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº 91.030, de 5
de março de 1985.
Art. 11. Compreende-se como manifesto informatizado de carga, o conjunto de registros de documentos
de carga relacionados a um determinado veículo chegado no território aduaneiro.
Art. 12. O transportador ou o desconsolidador de carga deverá entregar a carga ao depositário, que a
recolherá para armazenamento sob sua custódia.
I - animais vivos;
II - restos mortais;
IV - perecíveis;
V - explosivos; e
V - explosivos; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.096, de 13 de dezembro de 2010)
VI - materiais radioativos, inclusive os destinados à medicina nuclear; e (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.096, de 13 de dezembro de 2010)
VII - outras, a critério do Chefe da unidade local da RFB. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.096,
de 13 de dezembro de 2010)
VI - materiais radioativos, inclusive os destinados à medicina nuclear; (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.133, de 2 de março de 2011).
VII - máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, bem como suas partes e peças de reposição,
acessórios, matérias-primas e produtos intermediários destinados à pesquisa científica e tecnológica,
quando importados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, por
cientistas, pesquisadores e entidades sem fins lucrativos ativas no fomento, na coordenação ou na
execução de programas de pesquisa científica e tecnológica ou de ensino, devidamente credenciados
pelo CNPq; e (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.133, de 2 de março de 2011)
VIII - outras, a critério do Chefe da unidade local da RFB. (Renumerado pela Instrução Normativa RFB nº
1.133, de 2 de março de 2011)
Art. 13. O AFTN visará, no Sistema, o armazenamento de todas as cargas recebidas pelo depositário.
Parágrafo único. Quando não houver divergências entre os registros de armazenamento e os contidos no
manifesto informatizado, o visto de que trata o "caput" deste artigo se dará automaticamente pelo
Sistema, salvaguardado o direito da fiscalização de, a qualquer momento, questionar a correção dos
referidos registros e, quando couber, adotar as medidas pertinentes.
Art. 14. O armazenamento de carga e o seu correspondente registro no Sistema deverão estar
concluídos no prazo de doze horas após a chegada do veículo transportador.
§ 1º O prazo a que se refere este artigo poderá ser alterado, em casos excepcionais, a critério do Chefe
da unidade local da SRF, não podendo exceder a vinte e quatro horas.
Art. 15. Para todos os efeitos legais, a indicação de avaria pelo depositário, no MANTRA, equivalerá ao
Termo de Avaria, cabendo ao transportador ou ao beneficiário de trânsito proceder, no Sistema, com ou
sem ressalvas, ao aval do armazenamento por ele encerrado.
Parágrafo único - A não avalização prevista no caput deste artigo configura aval tácito, uma vez procedido
o visto de armazenamento, no Sistema, pela fiscalização aduaneira.
Art. 16. A carga cujo tratamento imediato não implique destinação para armazenamento deverá
permanecer sob controle aduaneiro, em área própria, previamente designada pelo chefe da unidade local
da SRF, sob a responsabilidade do transportador ou do desconsolidador de carga.
§ 1º A permanência dessa carga nesse local não poderá exceder vinte e quatro horas da chegada do
veículo.
§ 2º Nos casos em que o tratamento indicado seja pátio-conexão imediata, o não cumprimento do prazo
previsto no parágrafo anterior deste artigo obrigará o transportador ou o desconsolidador de carga a
entregá-la ao depositário, para armazenamento, sem prejuízo da sanção prevista no inciso I do art. 24
deste Ato.
§ 3º Nos casos em que o tratamento indicado seja pátio, o não cumprimento do prazo previsto no
parágrafo 1º deste artigo pelo importador com vistas ao desembaraço implicará na aplicação da
penalidade prevista no parágrafo único do art. 24 deste Ato.
§ 4º O disposto neste artigo não impede que, a qualquer tempo, a fiscalização aduaneira determine o
armazenamento da carga ou proceda à verificação de seu conteúdo.
§ 1º A permanência dessa carga nesse local, sem vinculação no sistema de documento liberatório, não
poderá exceder 24 (vinte e quatro) horas da chegada do veículo. (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.096, de 13 de dezembro de 2010)
§ 2º Nos casos em que o tratamento indicado seja pátio-conexão imediata ou carga pátio, o não
cumprimento do prazo previsto no § 1º obrigará o transportador ou o desconsolidador de carga a entregá-
la ao depositário, para armazenamento. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.096, de 13 de
dezembro de 2010)
§ 3º O disposto neste artigo não impede que, a qualquer tempo, a fiscalização aduaneira determine o
armazenamento da carga ou proceda à verificação de seu conteúdo. (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.096, de 13 de dezembro de 2010)
I - carga pátio-conexão imediata aquela que, procedente do exterior, permanecerá em local próprio, sem
armazenamento, sob controle aduaneiro, no aguardo de movimentação para trânsito por conexão
imediata, nos moldes do disposto na Instrução Normativa SRF nº 84, de 18 de agosto de 1989; e
II - carga pátio aquela que, procedente do exterior e estando no aeroporto de destino final, permanecerá
em local próprio, sob controle aduaneiro, sem armazenamento, no aguardo de desembaraço aduaneiro.
ABANDONO DE CARGA
Art. 18. Será considerada abandonada e passível de aplicação da pena de perdimento por decurso de
prazo a carga assim identificada pelo MANTRA.
Art. 19. A um documento de carga deverá corresponder um único despacho aduaneiro de importação
registrado no Sistema, salvo casos excepcionais devidamente autorizados pelo Chefe da unidade local da
SRF.
Art. 20. A autorização para saída de carga de local ou recinto alfandegado, sua entrega pelo depositário e
seu recebimento pelo interessado serão registrados no MANTRA pelos respectivos usuários.
III - no caso de carga armazenada destinada a depósito de loja franca, quando da autorização da entrega
para seu pré-depósito;
Art. 21. A conferência final de manifesto informatizado será realizada com base no processamento
automático pelo Sistema dos dados relativos à carga, após visto de armazenamento pelo AFTN.
I - desembaraço, no caso de carga cujo tratamento indicado tenha sido pátio-conexão imediata;
Art. 23. A baixa do manifesto informatizado ocorrerá após verificação da correção das baixas nele
processadas, cabendo ao AFTN adotar as providências decorrentes da apuração das divergências
encontradas.
SANÇÕES
Art. 24. São aplicáveis aos usuários do MANTRA ou aos seus mandatários: (Revogado pela Instrução
Normativa RFB nº 1.096, de 13 de dezembro de 2010)
II - o disposto no art. 522, inciso I do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº 91.030, de 5 de
março de 1985, aos responsáveis pelo não cumprimento dos prazos estabelecidos no art. 1º, § 4º e no
art. 14 desta Instrução Normativa.
III - o disposto no art. 521, inciso II, alínea "d" do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº
91.030, de 5 de março de 1985, ao transportador, pelo descumprimento do prazo estabelecido no
parágrafo 4º do art. 4º desta Instrução Normativa.
Parágrafo único. Aplica-se, ainda, à mercadoria o disposto no art. 514, inciso I do Regulamento Aduaneiro
aprovado pelo Decreto nº 91.030, de 5 de março de 1985, pelo descumprimento do prazo referenciado no
parágrafo 3º do art. 16 desta Instrução Normativa.
RETIFICAÇÃO DE DADOS
Art. 25. Ficam sujeitas à validação pelo AFTN as retificações de dados promovidas pelos respectivos
responsáveis, quando processadas após:
I - a chegada efetiva de veículo, relativamente aos dados sobre carga procedente do exterior;
III - o encerramento do registro de armazenamento ou expirado o prazo de que trata o art. 14 deste Ato; e
Art. 26. A retificação de dados de informação de carga promovida antes da chegada do veículo
transportador só poderá se processar na mesma modalidade de transmissão ou de inserção de dados
inicialmente utilizada no Sistema.
Art. 27. O AFTN poderá tornar indisponível ou disponível uma carga, mediante registro dessa operação,
no Sistema, sempre que ocorrerem situações previstas nas normas operacionais.
Art. 28. O Chefe da unidade local da SRF poderá utilizar parâmetros para controle e gerência de prazos
ou fixar margens de tolerância para divergências de peso ou quantidade, dentro dos limites estabelecidos
por normas específicas.
TABELAS
Art. 29. As empresas de transporte aéreo deverão fornecer às unidades locais da SRF onde exerçam
suas atividades, para constituição de tabela específica, a relação de vôos nos moldes previstos no
Horário de Transportes - HOTRAN pelo Departamento de Aviação Civil.
Art. 30. Todas as alterações ocorridas no HOTRAN deverão ser, imediatamente e em tempo hábil,
registradas no Sistema pela própria empresa de transporte aéreo.
Art. 31. Para efeito de registro de informação no MANTRA, considera-se vôo regular o deslocamento de
aeronave - identificado por um número - entre duas ou mais localidades, no qual é executado serviço
regular de transporte aéreo, de acordo com horário, itinerário e freqüência previamente fornecidos pela
empresa aérea operadora.
Art. 32. Quando da vinculação de documento de despacho para trânsito aduaneiro a documento de
carga, deverão ser obrigatoriamente informados, no Sistema, os códigos das unidades da SRF de origem
e de destino, bem como, quando houver, os códigos dos respectivos recintos alfandegados.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 33. A Coordenação-Geral do Sistema de Controle Aduaneiro orientará sobre outros procedimentos
decorrentes da aplicação deste Ato, a serem observados no controle de carga aérea.
Art. 34. O disposto nesta Instrução Normativa aplica-se à todas as unidades locais da SRF a partir da
data de implantação do MANTRA em cada uma delas mediante Ato Declaratório do Coordenador-Geral
do Sistema de Controle Aduaneiro.
Art. 35. Esta Instrução Normativa entrará em vigor na data de sua publicação.