Princípios Da Fonologia

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 10

1

Abílio Afonso Tembe Júnior

Dalton Adriano Eduardo Sitoe

Figo Flávio Macaringue

Hercílio Bernardo Horácio Malate

Isac Azarias Manhice

Pedro Guilherme Nhamona

Princípios de Fonologia

Licenciatura em Português

Universidade Save

Chongoene

2024
2

Abílio Afonso Tembe Júnior

Dalton Adriano Eduardo Sitoe

Figo Flávio Macaringue

Hercílio Bernardo Horácio Malate

Isac Azarias Manhice

Pedro Guilherme Nhamona

Princípios de Fonologia

Trabalho a ser apresentado ao


Departaento de ciências sociais,
curso de Licenciatura em
Português para o efeito de
avaliação na cadeira de Estudos
Linguísticos, sob orientação do
Docente: Nelpódio Miranda

Universidade Save

Chongoene
3

2024

Conteúdo
1. Introdução..........................................................................................................................................5
1.1. Objectivo Geral.......................................................................................................................5
1.2. Objectivos Específicos.................................................................................................................5
1.3. Metodologia....................................................................................................................................5
2. Fonologia........................................................................................................................................6
3. Fonema...........................................................................................................................................6
3.1. Características dos Fonemas.......................................................................................................6
3.1. Classificacao dos fonemas...........................................................................................................7
4. Técnicas de identificação de fonemas............................................................................................7
5. Fones e alofones.............................................................................................................................8
6. Distribuição complementar e a variação livre dos fonemas de português.....................................9
7. Conclusão.....................................................................................................................................11
Referencias bibliográficas.....................................................................................................................12
4

1. Introdução
No presente trabalho tende compreender os princípios da fonologia, seu objeto de estudo,
dando alguns conceitos de fonema, alofones e fones, apresentando algumas técnicas de
identificação dos fonemas e como acontece a distribuição complementar e a variação livre dos
fonemas do português.

1.1. Objectivo Geral


 Compreender os princípios fundamentais da fonologia, sua aplicação no estudo da
língua, incluindo conceito de fonema, técnicas de identificação de fonema e a
distribuição complementar e variação livre dos fonemas

1.2. Objectivos Específicos


 Explorar o objecto de estudo da fonologia
 Definir o conceito de fonema e a sua relação com os sons da fala
 Analisar as técnicas utilizadas na identificação e análise dos fonemas no contexto da
língua

1.3. Metodologia
Para a realização do presente trabalho recorreu-se a consulta de obras bibliográficas de
diversos autores e fontes digitais com objectivo de buscar informações para a concretização
do mesmo, e as bibliografias encontram-se referenciadas na última página. Esta pesquisa
bibliográfica consiste em consultas de materiais académicos utilizando fontes escritas como
livros e outros documentos
5

2. Fonologia
Fonologia é uma área da linguística que estuda o sistema de sons das línguas, sistemas esses
que tem correspondência no conhecimento intuitivo e mental que os falantes possuem da sua
língua.

O estudo da fonologia responde precisamente aos seguintes desafios: como é que o falante-
ouvinte consegue reconhecer numa infinidade de sons diferentes, o conjunto de cerca de duas
dezenas que constitui as unidades pertinentes, ou seja, aquelas unidades que funcionam na
língua como unidades do sistema que permitem a comunicação? E como é que as
propriedades fonéticas que todos os sons possuem (intensidade, altura, duração) são utilizadas
pelos falantes na transmissão de uma mensagem.

O objectivo da fonologia como estudo dos sistemas de sons das línguas é explicar o
funcionamento desses sistemas, enquadrando a explicação numa teoria da linguagem e
desenvolvendo métodos e técnicas que podem determinar os sistemas fonológicos das línguas
particulares.

Sistema fonológico é a estrutura, organização de sons de uma língua e as regras que


governam como esses sons interagem e se organizam para formar palavras e expressões.

O objecto d e estudo da fonologia é o fonema.

3. Fonema
Fonemas são unidades mínimas do sistema fonológico, sua determinação corresponde a um
exercício de abstracção elaborado a partir da realidade fonética. Ou seja, são fonemas as
representações abstractas dos sons com função gramatical numa língua.

Fonemas são sons que distinguem as palavras numa certa língua, permitindo a diferença do
significado ou ainda unidades distintas numa língua.

Por exemplo, em português, as palavras "pato" e "bato" diferem apenas pelo fonema inicial
(/p/ e /b/), e isso muda completamente o significado da palavra.

3.1. Características dos Fonemas


Distintividade: A principal característica dos fonemas é sua capacidade de distinguir
palavras. Dois sons são considerados fonemas diferentes se sua substituição em uma palavra
resultar em uma palavra diferente.
6

Abstracção: Fonemas são abstratos. Embora sejam representados por sons específicos
(fones), eles não são esses sons em si, mas categorias que incluem uma variedade de sons que
funcionam da mesma maneira na língua.

3.1. Classificacao dos fonemas


Os fonemas podem ser classificados em duas categorias principais:

Vogais: Sons produzidos sem obstrução significativa no trato vocal. Exemplos em português
incluem /a/, /e/, /i/, /o/, /u/.

Consoantes: Sons produzidos com alguma obstrução no trato vocal. Exemplos em português
incluem /p/, /t/, /k/, /b/, /d/, /g/, entre outros.

4. Técnicas de identificação de fonemas.


Uma técnica de identificação de um fonema é um método, procedimento, utilizado na
linguística para reconhecer, distinguir e analisar os sons distintivos que compõem um sistema
fonológico de uma língua específica.

A identificação de qualquer fonema pode fazer-se num par de palavras mesmo que uma delas
não exista na língua, desde que ao substituir um som por outro a palavra deixa de ter o
significado inicial.

Para a identificação de um fonema usa se o método de pares mínimos e o de substituição ou


comutação

Os sons que distinguem palavras são denominados unidades distintivas e que correspondem
a fonemas do português. Por exemplo as palavras bala e pala, com significados extremamente
diferentes, só se diferenciam nas consoantes iniciais que são [b] e [p].

Os pares das palavras como bala e pala o que serve para os determinar são pares mínimos
porque só se distinguem numa unidade.

A aplicação do método dos pares mínimos a partir de palavras do português permite-nos


identificar as consoantes que fazem parte do sistema fonológico. Como por exemplo:

Consoantes iniciais

pala /p/ bala /b/ tia /t/


7

dia /d/ cato /c/ gato /g/

Consoantes mediais (entre vogais)

ripa /p/ lato /t/ vaca /k/

riba /b/ lado /d/ vaga /g/

Consoantes finais

mal /l/ mar /r/ más /s/

Método de substituição ou comutação de um som por outro mantendo a mesma sequência.


Utilizando este método de comutação se formos verificando alterações de significado das
palavras poderemos determinar todos os fonemas do português. Como por exemplo em sala
[´salɐ] e saca [´sakɐ] identificamos /l/ e /k/, em traça [´trasɐ] e praça [´prasɐ] encontramos /t/ e
/p/.

Por outro lado temos as fricativas (também chamadas sibilantes) [z], [ʒ], [ ꭍ] são fonemas do
português, num caso como este em que os fonemas têm a mesma realização dependendo do
contexto fonético, considera-se que existe um elemento de nível de abstracção superior que os
reúne, elemento que se denomina arquifonema e que representa uma neutralização entre os
três fonemas.

5. Fones e alofones
Fones são representações fonéticas dos fonemas. Os fonemas quando se realizam fisicamente
já não têm essa designação, são os fones que correspondem as representações físicas dos
fonemas.

Nas palavras calo e caldo, que se pronunciam [´kalu] [´kaƚdu], temos duas pronuncias do /l/.
No entanto essas duas pronúncias não correspondem a dois fonemas distintos porque nunca
podemos opor esses dois sons num par mínimo. Na realidade os sons correspondentes ao /l/
no inicio da palavra ou entre vogais ([´kalu]) e no fim da palavra ou antes de uma consoante
([´kaƚdu]) são dois fones do mesmo fonema que se denominam alofones ou variantes
contextuais.

Alofones são diversas realizações fonéticas de um mesmo som ou fonema. Neste caso, os
alofones dependem da posição do fonema na palavra: então como os dois sons nunca ocorrem
8

na mesma posição estão distribuídos em contextos diferentes, diz-se que estão em distribuição
complementar.

Existem ainda alofones que distinguem sociolectos ou dialectos. As diferentes pronúncias que
decorrem da diversidade dialectal ou sociolectal designam-se como alofones livres por não
dependerem de um contexto fonético.

6. Distribuição complementar e a variação livre dos fonemas de português


Aplicação ao português da metodologia estruturalista de detecção de fonemas (comutação em
pares mínimos) permite nos definir quadro de fonemas ou segmentos fonológicos do
português

Tabela 1: A distribuição complementar e a variação livre dos fonemas do português

Consoantes Pares mínimos Fonemas

Oclusivas [´patɐ]/[´batɐ] <pata>/<pata> /p/ /b/


[´tɔkɐ]/[´dɔkɐ] <toca>/<doca> /t/ /d/
[´katu]/[´gatu] <cacto>/<gato> /k/ /g/

Fricativas [´fakɐ]/[´vakɐ] <faca>/<vaca> /f/ /v/


[´surɐ]/[´zurɐ] <surra>/<zurra> /s/ /z/
[´aʃɐ]/[´aʒɐ] <acha>/<haja> /ʃ/ /ʒ/
Nasais [´mɛtɐ]/[´nɛtɐ] <meta>/<neta> /m/ /n/
[´liɲu]/[´limu] <linho>/<limo> /ɲ/ /m/

Laterais [´falɐ]/[´faʎɐ] <fala>/<falha> /l/ /ʎ/

Vibrantes [´muɾu]/[´muʀu] <muro>/<murro> /ɾ/ /ʀ/

Semivogais [´paj]/[´paw] <pai>/<pau> /j/ /w/

Vogais
Orais [´pɔ]/[´pɛ] <pó>/<pé> /ɔ/ /ɛ/
9

[´ʀasɐ]/[´ʀisɐ] <raça>/<riça> /a/ /i/


[´moʀu]/[´muʀu] <morro>/<murro> /o/ /u/

Outro caso de variação alofónica no português remete para o fonema /l/, o qual pode assumir
dois formatos fonéticos, [l] ou [ɬ], conforme o seu contexto de ocorrência:

I. Em início de sílaba, só [l] é possível ([´lagu] e não [ɬagu];[´falu] e não [´faɬu];


II. Em final de sílaba, só [ɬ] é possível ([´mɛl];[´maɬɐ] e não [´maltɐ]

Assim, o fonema /l/ tem dois alofones em português, [l] e [ɬ], cuja ocorrência é dependente do
contexto.

As vogais [ɐ],[ɨ] são também casos de variação alofónica no português. Por ocorrerem
geralmente em posição átona, disse que são alofones de um fonema com o formato da vogal
que surge em posição tónica ([´pɛku]/[pɨ´kaɾ];[´seku]/[sɨ´kaɾ]).

7. Conclusão
Ao explorarmos os conceitos como fonema, fone, e alofones, somos capazes de analisar a
diversidade de sons presentes da fala e entender como eles se organizam em diferentes
contextos linguísticos, através de técnicas de identificação de fonema.
10

Referencias bibliográficas
Falé. M & Freitas (2005) Fonética e fonologia

Você também pode gostar