PT Gramatica

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 9

Marca a página 10 Fichas de trabalho • Gramática

Gramática

MPAG10DP © Porto Editora


Ficha 1

Lê o texto e responde aos itens.

DE CAMINHA À PÓVOA

A COS TA 10 de agosto – 1921

Esta nossa terra portuguesa vai pela costa f ora sempre de braços abertos para o mar, estrei-
tando-o amorosamente contra si. Começa em Caminha até ao f orte de Âncora – de Âncora ao
extremo do monte da Gelf a, e daí ao f arol de Montedor, em três largas reentrâncias, que têm
como pano de f undo a cadeia azulada dos montes, de onde emerge um ou outro cone transpa-
5 rente... Todas as povoações são viradas para o mar. O sol doira uma janela, uma eira, um espi-
gueiro, o campo de milho alimentado a sargaço que tem os pés na água. E o biombo cor de lousa
desenrola-se sempre ao lado do comboio...

12 de agosto

Caminha esta manhã é um sonho doirado que – tenho medo – se vai esvair na atmosf era. O
rio azul, o grande monte f ronteiriço, a água, o céu, não têm existência real. Sobre o esplêndido
10 panorama diáf ano e azul, sobre o cone imenso e compacto de Santa Tecla, sobre a povoação
de Camposancos, sobre os pinheirais verdes e os campos verdes, sobre a água que não bole,
passou agora mesmo um pincel molhado em tinta acabada de f azer. A vila de ruas lajeadas e a
igreja de pedra roída pelo ar salgado, com a Galiza em f rente e o f io branco de espuma lá para
a barra, parece adormecida e encantada. [...]
15 Arranco-me a custo à contemplação e vou à rua dos
Pescadores, que têm quase todos f ugido para Manaus e
para Santos. São casinhas muito limpas com um postigo
aberto na porta. Para a vida do mar largo restam duas lan-
chas, uma delas quase abandonada. A gente que aí f icou
20 emprega-se no trapiche da Galiza ou na pesca de água
doce. [...]
Cuido que esta vila f oi sempre mais importante como
povoação de marinheiros que de pescadores. [...]
Agora Caminha adormecida vai morrer. Não tem movi-
25 mento. Não passa ninguém nas ruas. As casas estão de-
sertas. Só num recanto da praia alguns homens af adigados
constroem a toda a pressa um navio para levar o resto dos
habitantes para o mar. Cheira a breu e a pinheiro novo. Os
carpinteiros de machado descascam o último mastro. Mar-
30 telam-se as cavilhas. É embarcar! embarcar!...
Raul Brandão, Os Pescadores, edição de Vítor Viçoso e Luis Manuel Gaspar, Relógio
D’Água Editores, Lisboa, 2014, pp. 51-52 (texto com supressões)

Lobo do mar, Frederico Draw, Matosinhos, 2014


Marca a página 10 Fichas de trabalho • Gramática

1. Identif ica o antecedente do pronome “o” presente no segmento “estreitando-o amorosamente contra si”
(linhas 1 e 2).

MPAG10DP © Porto Editora


2. Transcreve do quarto parágraf o do texto um arcaísmo.

3. Indica a f ase do português a que corresponde o segmento: “Caminha esta manhã é um sonho doirado
que – tenho medo – se vai esvair na atmosfera.” (linha 8).

4. Adiciona à f orma de base da palavra “encantada” (linha 14) um af ixo com valor de negação.

5. Indica o processo de f ormação da palavra “afadigados” (linha 26).

6. Seleciona a opção correta.

6.1. No segmento “estreitando-o amorosamente contra si” (linhas 1 e 2) estão presentes três f unções
sintáticas, respetivamente,
(A) sujeito, complemento direto e modif icador.
(B) complemento direto, modif icador e complemento indireto.
(C) complemento direto, complemento indireto e complemento oblíquo.
(D) complemento direto, modif icador e complemento oblíquo.

6.2. Nas linhas 6 e 8, os vocábulos “que” introduzem orações subordinadas


(A) adjetivas relativas restritivas.
(B) adjetivas relativas explicativas.
(C) substantivas completivas.
(D) substantivas relativas.

6.3. O processo f onológico que ocorreu na evolução da palavra RIVU > rio (linha 9) designa-se por
(A) síncope.
(B) apócope.
(C) metátese.
(D) sonorização.

6.4. Quanto à subclasse, o verbo da f rase “[…] parece adormecida e encantada.” (linha 14) é
(A) intransitivo.
(B) transitivo direto.
(C) transitivo indireto.
(D) copulativo.
Marca a página 10 Fichas de trabalho • Gramática

Ficha 2

Lê o texto e responde aos itens.

O paço
No verão de 1433, o rei D. João I (1357-1433) sentiu-se doente em Alcochete. Ao ter a pre-
monição da iminência da morte, o monarca não quis permanecer naquela vila ribeirinha do Tejo
e, de acordo com o relato do cronista Rui de Pina, ordenou que o conduzissem a Lisboa, a f im
de acabar os seus dias na “mais principal cidade e na melhor casa de seus reinos”. Satisf izeram -
5 -lhe essa vontade; e, como relata em continuação o mesmo Rui de Pina (1440?-1522), “dentro
do seu castello d’Alcaçova, que então mandava muito emnobrecer”, f aleceu D. João I, aos 14
dias de agosto daquele ref erido ano de 1433.
Esta atitude do rei, a par de múltiplas ref lexões de variada índole que suscita, permite tam-
bém colocar, desde logo, um conjunto de problemas relacionados com as f unções, a importância
10 social e a vivência quotidiana da casa de habitação medieval da nobreza – o paço.
Podemos, assim, avaliar como era importante, para D. João I, exalar o último suspiro em
Lisboa, cidade que consigo heroicamente resistira ao cerco castelhano e que, por essa cir-
cunstância, transmitira um alento precioso aos apoiantes do Mestre de Aviz, partidários da
independência de Portugal. Para além disso, e porque era a “principal cidade” do Reino, Lisboa
15 assumia-se também, pela f orça da imagem que tal ato implicava, como o local mais adequado
para o óbito do monarca, assim dado em espetáculo e exemplo aos seus súbditos. Finalment e,
compreende-se também que o cenário indicado para esse acontecimento -limite teria de ser,
necessariamente, o dos velhos paços d a Alcáçova lisboeta, por essa altura objeto de obras de
ampliação e melhoramento ordenadas pelo rei.
20 Podemos, pois, af irmar que este desejo expresso de D. João I de querer f alecer na sua cidade
de Lisboa, permite, no essencial, uma dupla leitura: por um lado, signif ica o reconhecimento pelo
papel que, em def initivo, Lisboa assumira de cidade primeira e mais representativa do país e de
seu símbolo mais evidente; por outro lado, ganhavam nova expressão a importância e o signif i-
cado social que os paços, como residência de maior prestígio dos reis e da nobreza, começavam
25 a ganhar, def initivamente, no f inal da Idade Média.
José Custódio Vieira da Silva, “O Paço”, in História da Vida Privada em Portugal, A Idade Média,
Círculo de Leitores e Temas e Debates, Porto, 2016, p. 78

1. Indica o período do português a que corresponde o excerto: “‘[…] dentro do seu castello d’Alcaçova, que
então mandava muito emnobrecer’” (linhas 5 e 6).
MPAG10DP © Porto Editora

2. Identif ica a f unção sintática desempenhada pelo nome próprio “D. João I” em “[…] faleceu D. João I”
(linha 6).

3. A palavra “falecer” (linha 20) constitui um exemplo em que ocorre uma evolução semântica. Indica o seu
signif icado atual e o antigo.
Marca a página 10 Fichas de trabalho • Gramática

4. Seleciona a opção correta.

MPAG10DP © Porto Editora


4.1. O processo f onológico que ocorreu na evolução da palavra cerco > cercar (linha 12) designa-se por
(A) crase.
(B) redução vocálica.
(C) metátese.
(D) sonorização.

4.2. A palavra “paço” (linha 10) deriva do étimo latino


(A) PALATIUM.
(B) PATRE.
(C) PLAGA.
(D) PARVULU.

4.3. No segmento “ordenou que o conduzissem a Lisboa, a fim de acabar os seus dias na ‘mais principal
cidade’” (linhas 3 e 4) estão presentes, respetivamente, orações subordinadas
(A) substantiva completiva e adverbial causal.
(B) adjetiva relativa restritiva e adverbial f inal.
(C) adjetiva relativa explicativa e adverbial consecutiva.
(D) substantiva completiva e adverbial f inal.

4.4. O vocábulo “que” (linha 12) presente em “[…] cidade que consigo heroicamente resistira ao cerco
castelhano […]” introduz uma oração
(A) subordinada substantiva relativa.
(B) subordinada adjetiva relativa explicativa.
(C) subordinada adjetiva relativa restritiva.
(D) coordenada explicativa.

5. Faz corresponder a cada um dos segmentos textuais a respetiva f unção sintática.

Coluna A Coluna B

a) “a Lisboa” (linha 3) 1. complemento direto


b) “importante” (linha 11) 2. complemento indireto
c) “heroicamente” (linha 12) 3. complemento oblíquo
d) “precioso” (linha 13) 4. modificador apositivo do nome
e) “aos apoiantes do Mestre” (linha 13) 5. modificador restritivo do nome
f) “partidários da independência de Portugal” (linhas 13 e 14) 6. predicativo do sujeito
g) “que este desejo expresso de D. João I de querer falecer 7. modificador
na sua cidade de Lisboa” (linhas 20 e 21)

a) _______; b) _______; c) ________; d) _________; e) _________; f) _________; g) _________.


Marca a página 10 Fichas de trabalho • Gramática

Ficha 3

Lê o texto e responde aos itens.

Surdina: um grito de liberdade sereno e motivador


do cinema português
A história de um ancião vimaranense que resiste à sua própria libertação, enquanto um luto
incentivado lhe toma conta do seu quotidiano, transf orma-se a passos largos num conto sobre o
desconf inamento. Claro que não f oi essa a intenção do realizador […].
É esse mundo que tão bem cabe em São Cristóvão de Selho, pequena localidade na f regue-
5 sia de Guimarães, povoada por todo o tipo de “portugalidades”, algumas delas já esquecidas
com a centralização e o enf oque das metrópoles.
Rezando aos prazeres mundanos da vida, dos “comes e bebes”, das grosseiras conversas
de tasca (estas embrenhadas numa espécie de exotismo medieval, pensa o crítico da cidade),
das vizinhas coscuvilheiras e das invocações do passado cada vez mais longínquo, Surdina
10 constrói em tão pouco e com centralidade no seu protagonista, Isaque (António Durães, com
ares de Anthony Quinn), um f ilme-comunidade (ou antes, f ilme-comunitário).
Rodrigo Areias, produtor e um dos realizadores mais f ocados em dinamizar histórias no ci-
nema nacional [...], entranha-se nas memórias geográf icas e costumeiras da sua “génese”, par-
tilhando com isso o mesmo desejo de Valter Hugo Mãe, o de tracejar um norte a esta localidade
15 ilustrada.
No f im de contas, é isso mesmo, um relato sobre a nossa superação, idealizada no corpo de
uma mulher de f elicidades passadas que liberta pássaros enjaulados e sugere a matança de
“monstros” que grunhem pela sua íntima miséria.
Surdina é um pequeno f ilme, castiço, embelezado e um tanto rural. Poema bucólico que
20 constrói para lá das imagens (f otografia de Jorge Quintela), onde a sonoridade de Tó Trips f un-
ciona como “grilo da consciência” para este Isaque.
Para além da inserção emocional ao f ilme, a música tem um outro papel, é uma das peças
para uma arquitetura maior, a de um pedestal autoral de Rodrigo Areias, onde cada banda sonora
dialoga diretamente com a próxima, unindo passado e f uturo pelo seu conseq uente presente...
Hugo Gomes in mag.sap.pt (texto adaptado, com supressões e consultado a 23/7/2020)

1. Identif ica as af irmações verdadeiras (V) e as af irmações f alsas (F). Justif ica as f alsas.
1.1. A palavra “desconfinamento” (linha 3) corresponde a um neologismo.

1.2. Tendo em conta o princípio de cortesia, predominam no texto as marcas do registo de língua
f ormal.
1.3. No contexto em que ocorre, o verbo “pensa”, em “[…] pensa o crítico da cidade […]” (linha 8),
quanto à subclasse é transitivo direto.
MPAG10DP © Porto Editora

1.4. No constituinte “no cinema nacional” (linhas 12 e 13), o adjetivo “nacional” desempenha a
f unção sintática de complemento do nome.
1.5. Na evolução da palavra IPSU > “isso” (linha 16), um dos f enómenos f onológicos que ocorre é
a assimilação.
1.6. O segmento “Surdina é um pequeno filme, castiço, embelezado e um tanto rural.” (linha 19)
constitui um ato ilocutório assertivo.
1.7. A oração introduzida por “onde” em “[…] onde cada banda sonora dialoga diretamente com a
próxima […]” (linhas 23 e 24) é uma oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
Marca a página 10 Fichas de trabalho • Gramática

Ficha 4

MPAG10DP © Porto Editora


Lê o texto e responde aos itens.

Entre Mondego e Sado, parar em todo o lado


Uma ilha, duas ilhas
O viajante desceu até ao rio, tentou ref rescar-se na Flor do Tejo, casa de pasto ribeirinha sob
alpendres de caniçado e f olhagens, como nos meloais se usam, mas o menino da casa, inf ante
de quatro meses, não estava bem da barriga e chorava sem remissão, melhor seria deixar o
ref resco para outra vez e ir à casa de Camões, que logo adiante f ica. É o que dizem, e tanto viso
5 tem de ser verdade como de não o ser. Ao viajante, f ilho deste rio, agrada pensar que por esta
margem, entre os avós destes salgueiros, passeou Luís Vaz de Camões, curtindo ou não pesares
de Catarina. Af inal, que erro histórico se praticaria levantando estas paredes, reconstituindo aqui
uma casa provincial do século XVI, com as obras do poeta, retratos tão duvidosos como a casa
continuaria a ser, vistas da antiga vila de Punhete, se as há? Não mais que dizer-se: “Dentro
10 deste túmulo estão os ossos de Luís de Camões”, como será levado a acreditar quem ingenua-
mente nos Jerónimos de Lisboa contemple o f unerário monumento. Constância merece tanto ter
o seu Camões, como cada um de nós o nosso. E o viajante tem de conf essar que, ao contemplar
esta ruína, viu, com os seus olhos visto, o vulto de Luís Vaz descendo as Escadinhas do Tem -te
Bem, com o ar de quem ia poetar ao rio.
15 O viajante, quando em Abrantes se declarou pouco sabedor de quartéis -generais, ainda jul-
gava poder esconder que nada entende de artes militares.
José Saramago, Viagem a Portugal, Porto, Porto Editora, 2018, p. 284

1. Indica as f unções sintáticas dos segmentos:

1.1. “na Flor do Tejo” (linha 1).

1.2. “ribeirinha” (linha 1).

1.3. “infante de quatro meses” (linhas 2 e 3).

1.4. “bem da barriga” (linha 3).

1.5. “à casa de Camões” (linha 4).

1.6. “Luís Vaz de Camões” (linha 6).

1.7. “do poeta” (linha 8).


Marca a página 10 Fichas de trabalho • Gramática

1.8. “antiga” (linha 9).

1.9. “os ossos de Luís de Camões” (linha 10).


_ ___________________________________________________________________________

1.10. “o vulto de Luís Vaz” (linha 13).


_

1.11. “de quartéis-generais” (linha 15).


_

2. Seleciona a opção correta.

2.1. No segmento “[…] tanto viso tem de ser verdade como de não o ser” (linhas 4 e 5) está presente a
modalidade
(A) epistémica, com valor de obrigação.
(B) epistémica, com valor de probabilidade.
(C) epistémica, com valor de certeza.
(D) apreciativa.

2.2. Na f rase “‘Dentro deste túmulo estão os ossos de Luís de Camões’” (linhas 9 e 10), as aspas são
usadas para
(A) reproduzir o discurso direto.
(B) marcar o discurso indireto.
(C) marcar o discurso indireto livre.
(D) reproduzir uma citação textual.

2.3. Quanto ao processo de f ormação de palavras, o vocábulo “reconstituindo” (linha 7) é f ormado por
(A) composição morf ológica.
(B) composição morf ossintática.
(C) derivação por pref ixação e suf ixação.
(D) derivação por parassíntese.

2.4. O segmento “[…] retratos tão duvidosos como a casa continuaria a ser […]” (linhas 8 e 9) apresenta
(A) duas orações subordinadas adverbiais consecutivas.
(B) duas orações subordinadas adverbiais comparativas.
MPAG10DP © Porto Editora

(C) uma oração subordinante e uma oração subordinada adverbial comparativa, respetivamente.
(D) uma oração subordinante e uma oração subordinada adverbial consecutiva, respetivamente.

3. Divide e classif ica as orações da seguinte f rase: “O viajante, quando em Abrantes se declarou pouco
sabedor de quartéis-generais, ainda julgava poder esconder que nada entende de artes militares.” (linhas
15 e 16).
Marca a página 10 Fichas de trabalho • Gramática

Ficha 5

MPAG10DP © Porto Editora


Lê o texto e responde aos itens.

Camões e o cinema
Dentre as várias obras cinematográf icas portuguesas (curtas e longas metragens) baseadas
na f igura e na obra de Luís Vaz de Camões, uma sobressai, tanto pelo imediato sucesso que
granjeou, quanto pelo valor simbólico que lhe f oi atribuído: trata-se do f ilme a preto e branco, de
115 minutos, intitulado Camões (com o subtítulo Erros meus, má fortuna, amor ardente) reali-
5 zado por Leitão de Barros e estreado no dia 23 de setembro de 1946, no cinema São Luís, em
Lisboa. Com argumento do realizador e de Af onso Lop es Vieira (que morreu nesse mesmo ano
e a cuja memória o f ilme é dedicado), produzido por António Lopes Ribeiro e protagonizado por
António Vilar, o f ilme recebeu, desde a primeira hora, o aplauso da crítica e do público, que
chegaram mesmo a def ini-lo como a melhor obra do nosso cinema até à data. O Governo por-
10 tuguês de então considerou-o de “utilidade pública”, tendo o f ilme ganho o grande prémio do
Secretariado Nacional de Inf ormação nesse mesmo ano, bem como vários prémios para o de-
sempenho dos principais atores: Prémios do SNI para o melhor ator, António Vilar (Luís de Ca-
mões) – aqui num dos melhores desempenhos da sua brilhante carreira –, para a melhor atriz,
Eunice Muñoz (Beatriz da Silva), e menções honrosas para Vasco Santana (o Mal-Cozinhado )
15 e Paiva Raposo (Pero de Andrade Caminha). Carmen Dolores representa dois breves papéis,
nas f iguras de Catarina de Ataíde e Natércia, e Igrejas Caeiro dá corpo a André Falcão de Re-
sende. Camões f oi apresentado of icialmente no Festival de Cannes de 1946 e permanece como
uma obra de ref erência no contexto do cinema português dos anos 40. Trata-se, de f acto, de um
f ilme que logra desenvolver de modo relativamente elaborado e f eliz os códigos da tendência da
20 época, [...] sabendo manter um nível narrativo bem articulado e ef iciente do ponto de vista dra-
matúrgico. Fazendo do jovem Camões um verdadeiro e irreverente Don Juan, em permanente
despique literário e amoroso com Pero de Andrade Caminha (o qual vem a reconhecer a supre-
macia artística do autor de Os Lusíadas), passando pelo retrato dos seus momentos de glória
enquanto poeta maduro e testemunhando o f inal de miséria e abandono da sua vida, o f ilme
25 incide sobretudo na glorif icação patriótica do po vo representado na epopeia de Os Lusíadas e
identif icado com a grandeza do seu autor, dando assim voz à exaltação da História de Portugal.
Maria do Rosário Lupi Belo, in Dicionário de Luís de Camões,
coordenação de Vítor Aguiar e Silva, Lisboa, Editorial Caminho, 2011, pp. 125-126

1. Seleciona a opção correta.

1.1. A palavra “subtítulo” (linha 4) é f ormada por


(A) derivação pref ixal.
(B) derivação suf ixal.
(C) composição morf ológica.
(D) composição morf ossintática.

1.2. Na expressão “[…] a defini-lo […]” (linha 9), a anáf ora ocorre através da retoma do ref erente por um
(A) advérbio.
(B) pronome.
(C) determinante.
(D) verbo.

1.3. A utilização das aspas na expressão “‘utilidade pública’” (linha 10) serve para
Marca a página 10 Fichas de trabalho • Gramática

(A) reproduzir o discurso direto.


(B) marcar o discurso indireto.
(C) marcar o discurso indireto livre.
(D) marcar uma citação.

1.4. O verbo “dar” em “[…] dá corpo a André Falcão de Resende” (linhas 16 e 17) é
(A) transitivo-predicativo.
(B) transitivo direto.
(C) transitivo indireto.
(D) transitivo direto e indireto.

1.5. Na f rase “Camões foi apresentado oficialmente no Festival de Cannes de 1946” (linha 17), está
presente a modalidade
(A) apreciativa.
(B) deôntica, com valor de obrigação.
(C) epistémica, com valor de probabilidade.
(D) epistémica, com valor de certeza.

1.6. O segmento “[…] o filme incide sobretudo na glorificação patriótica do povo representado na
epopeia de Os Lusíadas” (linhas 24 e 25) corresponde a um ato ilocutório
(A) assertivo.
(B) expressivo.
(C) compromissivo.
(D) declarativo.

2. Relaciona os constituintes presentes na coluna A com a respetiva f unção sintática presente na coluna B.

Coluna A Coluna B

a) “curtas e longas metragens” (linha 1) 1. complemento direto


b) “de Luís Vaz de Camões” (linha 2) 2. complemento indireto
c) “por Leitão de Barros” (linha 5) 3. complemento oblíquo
d) “desde a primeira hora” (linha 8) 4. complemento do nome
e) “o aplauso da crítica e do público” (linha 8) 5. complemento agente da passiva
f) “de ‘utilidade pública’” (linha 10) 6. predicativo do sujeito
g) “como uma obra de referência no contexto do cinema 7. predicativo do complemento direto
português dos anos 40.” (linhas 17 e 18) 8. modificador restritivo do nome
h) “de um filme” (linhas 18 e 19) 9. modificador apositivo do nome
i) “maduro” (linha 24) 10. modificador
j) “à exaltação da História de Portugal.” (linha 26)
MPAG10DP © Porto Editora

a) _______; b) _______; c) _______; d) _______; e) _______; f) _______; g) _______; h) _______;


i) _______; j) _______.

Você também pode gostar