Aula 9 - Teste WCSTM-48
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Aula 9 - Teste WCSTM-48
ALUÍZIO S. DA COSTA JÚNIOR - Neuropsicólogo Clínico CRP 15/1428 aluizio.costa. 75 82 98817-9868 aluizioneuropsicologo@gmail.com
Teste Wisconsin
• O Teste Wisconsin de Classificação de Cartas é um paradigma que possui
diferentes versões, sendo a versão WCSTM-48 considerada curta comparada com
a versão clássica de 128 cartões.
• Há no Brasil estudos para uma versão 64 cartas, ainda não disponível.
• O WCSTM-48 é um paradigma clássico de avaliação das funções executivas (FE)
com estímulos visuais, considerado "totalizador", na medida em que tem escores
gerais sensíveis, embora pouco específicos para vários componentes das FE.
Eling, Derckx & Maes, 2008
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WISCONSIN 48 cartas
• O uso da versão mais curta teve como intuito diminuir o estresse desnecessário dos
pacientes observado na aplicação da versão mais longa.
Nelson, 1976
• O estudo clássico que utilizou a WCSTM-48 demonstrou que pacientes com lesões no
lobo frontal completaram menos categorias e tenderam a fazer mais erros
perseverativos que pacientes com lesões em outros locais.
• Destaca-se a importância de se manter em mente as limitações de análise de inibição
e de flexibilidade cognitiva de paradigma que não são bi ou multipartides (ou seja, já
feitas em um único intervalo de tempo).
• No laudo neuropsicológico, sugere-se que o examinador reporte todos os escores
levantados e os interprete de forma integrada juntamente com outros índices
neuropsicológicos.
• Não há estudos de adaptação e normatização realizados com crianças e adolescentes.
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Funções Executivas
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Materiais
• Folha de
Registro
• Baralho de 48 cartas
x
• 4 cartas-chave
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Estudos Brasileiros
• Uma investigação brasileira realizada com 93 adultos com traumatismo
cranioencefálico não penetrante, que teve como objetivo verificar a relação do
WCSTM-48 com memória de trabalho e medidas de velocidade de
processamento em tarefas automáticas e de flexibilidade cognitiva, demonstrou
que a capacidade de velocidade de processamento se correlacionou moderada e
positivamente com o total de erros, erros perseverativos e o número de ensaios
administrados, e negativamente com o número de categorias completadas.
Assim, observam-se evidências de validade convergente.
Holz et al., 2013
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Considerações
• Objetivo: Apresentar dados normativos para adultos (19 a 75 anos de idade; a
partir de cinco anos de educação) no Wisconsin Card Sorting Test Modificado
(MWCST), teste Stroop de cores e palavras e no teste de Dígitos.
• Efeitos de idade e escolaridade foram investigados.
• Métodos: Três amostras foram formadas após a análise dos critérios de inclusão e
dos dados: MWCST (n=124); Dígitos (n=123) e teste Stroop (n=158).
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Considerações
• No estudo, a educação teve um efeito único e principal nas variáveis do MWCST,
indicando que:
• Grupos de idade teve desempenho semelhante nas tarefas:
• CC - categorias concluídas
• EP - erros perseverativos
• ENP - erros não perseverativos
• FMC - falha para manter o contexto
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Outros estudos brasileiros
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Outros estudos brasileiros
• O examinando deve combinar as categorias cor (C), forma (F) e número (N) uma
primeira vez, antes de poder repeti-las novamente.
• Se, por exemplo, tiver completado a sequência dessa forma: C, F, N, não poderá reiniciar
suas combinações por N, mas sim por C ou F.
• Ocorre que alguns pacientes confundem a carta a ser combinada, ou seja, em vez de
combinar pela cada-mestre, combina pelas cartas que já estão à mostra na mesa
(aquelas abaixo das cartas-chave). Sugere-se, nesses casos, que o examinador cubra as
cartas que já foram combinadas com uma folha branca, não sobrecarregando o paciente
com demais estímulos.
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Instruções
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Orientações gerais para o registro
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Orientações para a pontuação e a interpretação
Pontuação
CC - Categorias completadas:
• total de categorias que alcançaram a sequência ininterrupta de seis cartas
combinadas corretamente.
EA - Ensaios administrados:
• número de cartas do baralho necessário para completar o teste fechando as
seis categorias.
• É possível, ainda, utilizar todas as 48 cartas sem que as seis categorias
sejam alcançadas.
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Orientações para a pontuação e a interpretação
AC - Acertos:
• total de cartas que foram combinadas corretamente, ou seja, todas as
respostas que receberam o feedback "certo" do examinador.
ER - Erros:
• total de cartas que foram combinadas de forma incorreta de acordo com a
ordem combinatória proposta pelo paciente, ou seja, total de cartas que
receberam o feedback "errado" do examinador.
• Nessa variável, a combinação O (outro) é sempre considerada erro, pois
não há critérios pré-estabelecidos de combinação entre ela e as cartas-chave,
sendo categorizada como ambígua.
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Orientações para a pontuação e a interpretação
Erros perseverativos:
• total de cartas que foram combinadas com uma categoria que já não é mais
vigente e/ou que foi informada que está errada.
• Exemplo 1: o paciente completou a categoria C (cor), o examinador avisa que a regra
mudou, então o paciente combina imediatamente a próxima carta com cor.
• Essa combinação é considerada erro perseverativo, pois ele persevera em uma
estratégia já notificada que não é mais válida.
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Orientações para a pontuação e a interpretação
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Orientações para a pontuação e a interpretação
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Orientações para a pontuação e a interpretação
• Seguindo o exemplo anterior: o paciente completou a categoria C e a próxima carta
combinada é F (acerto), a seguinte é N (princípio perseverativo), depois combina C (erro
perseverativo). N é considerado princípio perseverativo, pois o paciente, ao terminar cor,
poderia optar entre forma e número; como escolheu forma deveria permanecer com essa
estratégia, no entanto, não foi o que ocorreu no exemplo, a primeira combinação de número
é, então, considerada como o princípio de uma possível perseveração.
Rupturas:
• total de rupturas cometidas pelo examinando durante a combinação das
cartas.
• A ruptura representa a quebra da sequência de combinações de cartas que são
consideradas corretas.
• Se, após três combinações corretas, o paciente mudar de categoria,
considera-se que houve uma ruptura.
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Exemplo de marcação
C 1 F 1
2 2
3 3
4 4
5 5
6 6
N N 1
2
1 3
1
2
3
4
5
6
1 F 1
2 2
3 3
4 4
5 5
6 6
C 1
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Análise quantitativa
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Análise quantitativa
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Exemplo de correção
C 1 F 1
2 2
3 3
4 4
5 5
6 6
N p N 1
p 2
1 3
pp Ruptura pp
p p
pp 1
pp 2
p 3
p 4
p 5
p 6
1 F 1
2 2
3 3
4 4
5 5
6 6
p C 1
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Exemplo de correção
9
4
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Interpretação
• Escores do WCSTM-48 podem ser calculados por meio do escore Z.
• Quanto aos pontos de corte, o escore Z de acertos pode ser interpretado como
indicativo de déficit leve se for menor ou igual a -1,5 e indicativo de déficit moderado
a grave a partir de -2,00 (considerar para CC, demais variáveis [EP, ENP, FMC] valores invertidos).
Escore Z = Escore do indivíduo - Média do grupo normativo / Desvio-padrão do grupo normativo
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Exemplo de correção
• Ainda, os escores podem ser interpretados por meio dos índices de percentis,
derivada dos dados descritivos de Zimmermann et al. (2015).
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Tabelas
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Exemplo de correção
48 25 Médio
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Tabelas
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v
48 25 Médio
35 10 Abaixo da Média
13 20 Abaixo da Média
+0,65 Normotípico = médio
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Tabelas
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v
vv
48 25 Médio
35 10 Abaixo da Média
13 20 Abaixo da Média
Médio +0,65 Normotípico = médio
1 25
Inferior Déficit moderado a grave = +2dp
9 5 +1,59
Médio +0,72 Normotípico = na média
4 25
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Interpretação e Análise Qualitativa
CC - Categorias completadas:
• Refere-se à quantidade de combinações consecutivas de 6 acertos.
• Pode ser considerada uma medida geral do teste.
• Essa variável é influenciada pela quantidade de erros do tipo: EP e ENP.
• No entanto, o déficit nessa variável pode ser influenciado por déficits em
diferentes funções cognitivas, como: inibição, atenção e flexibilidade cognitiva.
Ord, Greve, Bianchini & Aguerrevere, 2010
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Interpretação e Análise Qualitativa
EA - Ensaios administrados:
• variável que diz respeito à quantidade de ensaios necessários para a tarefa ser
completada.
• variável também é influenciada por diferentes funções cognitivas que devem
ser consideradas.
EP - Erros perseverativos:
• Ocorrem quando o examinando é avisado de que determinada combinação de
cartas está incorreta e persiste na combinação incorreta.
• Pode indicar dificuldades de inibir uma condição prévia (inibição) para iniciar
uma nova estratégia de combinação (flexibilidade).
• A diferenciação desses processos pode ocorrer por meio da observação do
comportamento e relato do examinando durante a tarefa
• Hartman, Steketee, Silva, Lanning & Andersson, 2003; Ord et al., 2010
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Interpretação e Análise Qualitativa
Ru - Rupturas:
• Quando o examinando comete um erro após estar numa sequência de três ou
mais acertos consecutivos.
• também podem ocorrer em função de falhas de atenção ou de memória de
trabalho.
Stuss et al., 2000
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