Grid e Composição 4
Grid e Composição 4
Grid e Composição 4
AULA 4
Olá aluno, seja muito bem-vindo a mais uma aula da disciplina de Grid e
Composição!
Neste momento, chegamos ao nosso quarto encontro, ou seja, acabamos
de passar da metade das nossas seis aulas previstas para a disciplina. Até aqui,
vimos como as estruturas visuais são utilizadas na produção editorial visando
organização e clareza nas comunicações. De forma mais específica, na última
aula abordamos as variações mais comuns nos formatos do grid tipográfico e
suas possíveis aplicações, considerando a importância do total domínio desse
tipo de estrutura para qualquer bom profissional que deseje trabalhar no meio
editorial. Dessa maneira, concluímos a parte do “grid”, que dá nome a esta
disciplina.
Nesta aula, nosso objetivo é dar aos estudos da segunda parte da
disciplina. Isto significa que de agora em diante trataremos da parte intitulada de
“composição”, mais especificamente do tipo de composição empregado no
contexto de trabalhos editoriais. Uma vez mais, utilizaremos a literatura
específica sobre o tema como base para explicarmos os principais conceitos e
fundamentos envolvidos, e também apresentaremos diversos exemplos práticos
dos assuntos que estivermos tratando.
Seguindo nessa linha de raciocínio, começaremos tratando da definição
de composição, bem como de alguns princípios que podem nortear as
composições. Esse tema será importante para delimitarmos qual será a nossa
abordagem nesta e nas próximas aulas.
Logo em seguida, trataremos de um tema que já esteve presente em
alguns momentos de nossas aulas anteriores, porém de forma bastante breve:
formatos editoriais. Aqui, abordaremos os principais tamanhos de papel
disponíveis no mercado editorial, e como melhor utilizá-los para que você possa
fazer as suas composições. No final deste tema, também trataremos um pouco
dos formatos disponíveis atualmente para as telas digitais.
Embora seja muito importante considerarmos aspectos de tipografia
quando estamos falando sobre projetos editoriais, ainda não havíamos dado o
foco necessário a esse assunto, que é bastante relevante para composições de
todos os tipos de publicações. Assim, este será o terceiro tema desta aula.
2
No quarto tema, veremos como utilizar da melhor maneira os elementos
de cor em projetos editoriais. Assim, trataremos brevemente de sua importância
na condição de elemento informacional em composições, e compreenderemos
quais são os modelos principais e os mais adequados para a diagramação de
páginas digitais e impressas. Para finalizar, no quinto e último tópico da aula
observaremos os elementos de imagem em publicações.
Desejo que você tenha uma aula proveitosa e bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
3
justamente esse último sentido que daremos à palavra composição daqui em
diante na nossa disciplina.
De fato, até o momento tratamos de vários conceitos e ideias referentes
a essa ideia de composição. Se lembrarmos da nossa primeira aula, por
exemplo, vamos recordar sobre as diferentes formas de reprodução gráfica, e
como moldaram as estruturas visuais utilizadas para compor trabalhos gráficos,
desde a escrita suméria na Antiguidade, passando pela Bíblia de Gutenberg (c.
1450), a composição de páginas com tipos móveis, até a editoração eletrônica,
quando as composições passam a ser produzidas com o auxílio do computador.
Mas compor o quê? Afinal, se organizamos, temos de organizar algo. Na
segunda aula da disciplina, exploramos como fazer essa organização por meio
de grids tipográficos, bem como os elementos básicos da página que podem –
aí sim – compor uma publicação editorial.
Assim, é da organização desses elementos e de seu resultado gráfico-
informacional, nas páginas de revistas, jornais, livros, catálogos de produtos,
manuais de instrução, materiais didáticos etc., que estamos nos referindo
quando falamos em composição editorial.
A seguir, vamos analisar brevemente alguns fatores que afetam a
harmonia das composições, como por exemplo a relação estabelecida entre os
elementos gráficos, bem como os conceitos de alinhamento, repetição e
contraste. De forma bastante abrangente, podemos usar esses conhecimentos
como dicas úteis para melhorar as composições em nossos projetos. Como
reflete Collaro (2012, p. 13): “O julgamento de uma obra de arte passa pela
avaliação de sua beleza, que leva em conta a relação entre seus componentes.
Por esse motivo, dizemos que obras são consideradas esteticamente agradáveis
quando a proporção entre a forma e o conteúdo estiverem em harmonia”.
Ainda segundo autor, essa harmonia é derivada de condições específicas,
como a unidade da concepção, a variedade dos seus elementos, a
oportunidade de usar componentes que transmitam bem a mensagem, a
naturalidade com a qual o artista se expressa, e a originalidade da obra em
comparação ao que já existe (Collaro, 2012).
Cada uma dessas relações pode ser aplicada nos elementos de layouts
no intuito de produzir composições mais harmoniosas e instigantes para o leitor,
privilegiando a mensagem pretendida na comunicação.
5
alinhamento pode deixar o layout com cara de amador” e que “o posicionamento
e a relação entre os objetos devem ser sempre conscientes e planejados”.
Já a repetição, por sua vez, consiste em um princípio segundo o qual
associamos um significado a objetos semelhantes visualmente, dando a
sensação de consistência. Conforme pontua Peruyera (2018, p. 186), “podemos
pensar na repetição de elementos como o fólio ou o padrão tipográfico dos textos
ao longo de uma publicação”.
Finalmente, o contraste ocorre quando há clara diferenciação entre
elementos gráficos em uma composição. Tanto Mazzarotto (2018) quanto
Peruyera (2018) apontam que esse tipo de relação ajuda a destacar elementos
e a manter em evidência a separação entre eles, como por exemplo a relação
de contraste existente entre um texto escuro sobre um fundo mais claro. Outra
forma comum de contraste observada em materiais editoriais é o uso de fontes
regulares juntamente com trechos destacados em itálico ou negrito, como você
pode observar neste texto que está lendo.
Esses princípios auxiliam a criar layouts mais claros, organizados e com
uma aparência mais profissional para o público.
6
finalizar, veremos brevemente quais são os principais formatos para publicações
disponíveis atualmente em formato digital.
7
Tabela 1 – Formatos de papel em gráficas.
Formato Em milímetros
Papel Oficial 660x850
Formato BB 660x960
Formato AA 760x1120
Formato Americano 870x1140
Formato Francês 760x960
Formato AM 890x1170
Cartolina SP 500x650
Cartolina A 560x760
Fonte: Elaborado com base em Buggy, 2004.
8
Figura 1 – Tamanhos de folha versus aproveitamento de papel
Fonte: elaborado com base em Buggy, 2004; Capelasso; Nicodemo; Menezes, 2018.
9
contendo dimensões compatíveis com os diversos aparelhos e sistemas estão
disponíveis para consulta nos sites dos principais desenvolvedores de sistemas
para dispositivos digitais atualmente: no site voltado para os desenvolvedores de
produtos para a Apple, responsável pela plataforma iOS 1, e no site do Material
Design, desenvolvido pelo Google, responsável pela plataforma Android 2.
Ambos os materiais estão em inglês, mas mesmo que você tenha dificuldades
com a língua estrangeira, vale a pena fazer uma consulta rápida para verificar a
diversidade com que estamos lidando.
Muito embora o ambiente digital muitas vezes seja visto como mais “livre”
do que o suporte impresso, por possibilitar a acomodação de uma quantidade
virtualmente infinita de informações, o tamanho físico das telas ainda é um fator
bastante limitador. Como vimos em nossa primeira aula, Lupton (2015) afirma
que as telas ainda são formadas por um grande número de pixels quadrados, e
mesmo com os avanços tecnológicos a aparência quadrada/retangular dessas
telas não mudou.
De qualquer modo, se precisássemos eleger um padrão para
começarmos a trabalhar, ainda de acordo com Lupton (2015), seria o tamanho
de tela de 1024x768 pixels. Nas palavras da autora, “Nessa resolução, a maioria
dos smartphones consegue acompanhar o conteúdo, e o projeto se mantém
escalável para telas maiores. Na prática, 1024x768 é o tamanho aproximado de
toda a tela”. (Lupton, 2015, p. 50)
TEMA 3 – TIPOGRAFIA
10
como as características visuais de cada desenho de letra nos levam a diferentes
estilos tipográficos, isto é, como podemos classificar as fontes de diferentes
maneiras quanto à aparência. Em seguida, traremos algumas dicas para o uso
da tipografia: quais são as melhores práticas? O que devemos evitar em nossos
trabalhos? Vamos mergulhar juntos no universo da tipografia!
11
texto uma textura diferente das serifas quadradas. Em tamanhos
maiores, os menores detalhes das letras tornam-se exagerados.
12
• Manuais: comumente chamadas de caligráficas ou manuscritas. Nesta
categoria, observamos todo tipo de fonte “com pretensão de imitar a
escrita à mão” (Peruyera, 2018, p. 52). Assim como as fontes display,
normalmente não são recomendadas para a composição de textos
longos.
Agora que já vimos alguns dos aspectos formais que definem a tipografia,
vamos ver algumas dicas para podemos usar melhor as letras nos nossos
layouts.
Se temos algo a dizer sobre boas práticas que podem melhorar o uso da
tipografia, com certeza isso já foi tratado na excelente obra de referência no
assunto escrita por Ellen Lupton, o livro Pensar Com Tipos (2013). Além de uma
escrita inspiradora e bastante didática, a autora propõe uma série de pequenas
dicas para evitar o que ela chama de “crimes tipográficos”, isso é, práticas que
não devem ser feitas. Confira a seguir uma seleção que fiz de algumas delas:
13
• Alinhamentos dos textos: cuidar com os buracos no meio dos textos
justificados e com o equilíbrio entre os comprimentos das linhas nos textos
alinhados à esquerda ou centralizados.
• Caixa-baixa empilhada: não empilhar as letras para um texto ou palavra
na vertical. Caso precise escrever na vertical, rotacione todo o texto.
• Muitos sinais: cuidar com as ênfases escolhidas para os textos. O ideal
é usar somente ou CAIXA ALTA, ou itálico, ou negrito, ou sublinhado,
mas não TODAS AO MESMO TEMPO;
• Espaços e pontuação: não usar dois hífens (--) ao invés de um traço (–
), não usar plicas ('') no lugar de aspas (“), não usar dois espaços entre
as sentenças ou palavras, e não usar espaços entre a última palavra e
a pontuação, como neste exemplo .
Embora, depois uma olhada rápida, essas dicas possam parecer minúcias
bobas, elas fazem toda a diferença para um resultado elegante em um produto
editorial bem produzido. Obviamente, essa é uma lista condensada; existem
muitas outras dicas e recomendações sobre o assunto.
Saiba mais
Aqui vai uma pequena lista com outras referências bibliográficas além daquelas
citadas nesta aula. Elas com certeza te ajudarão com dicas valiosas sobre o uso
da tipografia:
TEMA 4 – COR
14
bastante sucinta, a cor pode ser definida como uma porção de luz refletida pelas
superfícies e então captada por células especiais dos nossos olhos.
Indo além das questões fisiológicas dos olhos e do cérebro, que nos
permitem enxergar as cores, também devemos considerar os filtros culturais que
nos induzem a interpretar as cores de acordo com algum significado em
contextos particulares – por exemplo, a cor branca é usada para simbolizar a
paz. É preciso ter em mente que a cor também é um tipo de informação que deve
ser considerada muito seriamente ao projetarmos qualquer produto. Inclusive,
outro uso recorrente da cor é auxiliar na navegação do leitor dentro de
publicações, demarcando claramente a separação entre diferentes capítulos ou
seções, por exemplo.
A seguir, veremos um pouco mais sobre aspectos ligados às cores e como
isso pode afetar o nosso trabalho em composições editoriais.
16
A figura a seguir apresenta seis esquemas diferentes de associar cores
com base no círculo cromático (ou roda das cores).
17
Mesmo que essas dicas não garantam o sucesso de suas composições
por si, com certeza já serão de grande ajuda na hora de formar paletas de cores
harmoniosas para um projeto.
Saiba mais
TEMA 5 – IMAGEM
18
Figura 5 – Fotografias integradas à página
19
Figura 6 – Ilustrações integradas às páginas
Crédito: Puresolution/Shutterstock.
20
TROCANDO IDEIAS
Você usará o fórum online para dar a sua opinião sobre quais aspectos
da aula você acha mais importantes para a composição de layouts. Isto é, o que
é mais relevante sobre os princípios de composição? Formatos editoriais?
Tipografia? Cor? Imagem? E para finalizar: na sua opinião, algum aspecto
importante ficou de fora dos assuntos da aula?
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
21
ligados à composição. Para isso, usamos como base a literatura específica no
assunto; recomendamos que você, se possível, consulte-a diretamente para um
melhor entendimento e aprofundamento dos tópicos aqui abordados.
Logo no início da aula, tratamos da definição de composição no meio
editorial, e em seguida de alguns princípios compositivos que podem guiar a
organização de layouts. Em seguida, vimos características dos formatos
editoriais, tanto digitais quanto em papel, que são mais comuns no mercado
atualmente. Já o terceiro tema da aula foi tipografia. Aqui analisamos aspectos
morfológicos, de classificação, e encerramos com algumas dicas sobre como
aplicar da melhor forma os tipos nas suas composições. Na sequência,
observamos assuntos referentes à cor e por fim às imagens que podem estar
presentes nas composições digitais e impressas.
Espero que tenha sido proveitoso até aqui, e que você tenha aprendido
bastante. Até o nosso próximo encontro!
22
REFERÊNCIAS
23