Sociedades Cooperativas
Sociedades Cooperativas
Sociedades Cooperativas
As sociedades cooperativas estão reguladas pela Lei nº 5.764, de 1971 que definiu a Política
São sociedades de pessoas de natureza civil, com forma jurídica própria, constituídas para prestar
serviços aos associados e que se distinguem das demais sociedades pelas seguintes características:
prestação de serviços;
de critérios de proporcionalidade;
cooperativa;
prestação de serviços.
Alerte‐se que os arts. 1.094 e 1095 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, Código Civil,
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Notas:
Normativo: Lei nº 5.764, de 1971 arts. 4º e 6º, art. 24, § 3º, e arts. 29 e 42;
RIR/1999, art. 182, § 1º.
Nos termos do art. 6º da Lei nº 5.764, de 1971, as sociedades cooperativas são consideradas:
excepcionalmente permitida a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto as mesmas
ou correlatas atividades econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos;
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3) confederações de cooperativas, as constituídas, pelo menos, de 3 (três) federações de
Notas:
Estas sociedades poderão, com o fim de viabilizar a atividade de seus associados, adotar qualquer
objeto, respeitadas as limitações legais no sentido de não exercerem atividades ilícitas ou proibidas
em lei.
cooperativas.
Para ingressar em uma cooperativa, a pessoa jurídica deverá ter por objeto as mesmas atividades
São também admitidas nas cooperativas as pessoas jurídicas sem fins lucrativos.
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005 Quais as pessoas jurídicas que têm seu ingresso permitido
nas sociedades cooperativas?
pescas e nas cooperativas constituídas por produtores rurais ou extrativistas que pratiquem as
Exemplo:
que praticarem agricultura, pecuária ou extração, desde que não operem no mesmo campo
As formalidades de constituição não diferem, quanto aos procedimentos, daqueles que se adotam
A constituição será deliberada por assembléia geral dos fundadores, que se instrumentalizará por
intermédio de uma ata (instrumento particular) ou por escritura pública, neste caso lavrada em
Na prática, as sociedades cooperativas são constituídas por ata da assembléia geral de constituição,
transcritas no “livro de atas” que, depois da ata de fundação, servirá como livro de atas das demais
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007 As sociedades cooperativas dependem de autorização para
funcionamento?
Não. Dispõe o art. 5º, inciso XVII, da Constituição Federal, que a criação de associações e, na forma
funcionamento.
Estando as sociedades cooperativas sujeitas à tributação pelo IRPJ quando auferirem resultados
positivos em atos não cooperativos e, devendo destacar em sua escrituração contábil as receitas, os
custos, despesas e encargos relativos a esses atos ‐ operações realizadas com não associados,
conclui‐se que, nestes casos, as cooperativas deverão possuir todos os livros contábeis e fiscais
Além disso, a sociedade cooperativa também deverá possuir os seguintes livros: a) Matrícula; b)
Atas das Assembléias Gerais; c) Atas dos Órgãos de Administração; d) Atas do Conselho Fiscal; e)
Para a formação do capital social poder‐se‐á estipular que o pagamento das quotas‐partes seja
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realizado mediante prestações periódicas, independentemente de chamada, em moeda corrente
nacional ou bens.
social poderão ser feitos com bens avaliados previamente e após homologação em Assembléia
cada sócio.
Por outro lado, o art. 1.094 do Código Civil estabelece que capital social, será variável, a medida do
seja, basta que o interessado em associar‐se se apresente, comprove sua afinidade ao escopo da
sociedade cooperativa e comprometa‐se a pagar o valor das quotas‐partes que subscrever, nas
Na saída, é suficiente que se apresente como retirante e receba o valor de suas quotas e o que mais
O Código Civil traz como novidade a dispensa da sociedade cooperativa de formar o capital social
inicial com quotas‐partes dos sócios, ou seja, o início da atividade econômica da sociedade poderá
O Código Civil determina, inovando, que as quotas são intransferíveis a terceiros estranhos à
A transferência é possível ao herdeiro se este for também associado, visto que a operação de
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011 O que são atos cooperativos?
Denominam‐se atos cooperativos aqueles praticados entre a cooperativa e seus associados, entre
estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para consecução dos objetivos
sociais.
O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto
ou mercadoria.
Assim, podemos citar como exemplos de atos cooperativos, dentre outros, os seguintes:
repasses efetuados pela cooperativa a eles, decorrentes dessa comercialização, nas cooperativas
de produção agropecuárias;
agropecuárias;
Os atos não‐cooperativos são aqueles que importam em operação com terceiros não associados. São
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produtos adquiridos de não associados, agricultores, pecuaristas ou pescadores, para completar
instalações industriais;
2) de fornecimento de bens ou serviços a não associados, para atender aos objetivos sociais;
4) as aplicações financeiras;
As sociedades cooperativas devem contabilizar em separado os resultados das operações com não
Outrossim, a MP nº 2.158‐35, de 2001, em seu art. 15, § 2º, dispõe que os valores excluídos da base
mediante documentação hábil e idônea, com identificação do adquirente, de seu valor, da espécie
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IRPJ das Sociedades Cooperativas
Sim. As cooperativas pagarão o imposto de renda sobre o resultado positivo das operações e das
atividades estranhas a sua finalidade (ato não cooperativo), isto é, serão considerados como renda
tributável os resultados positivos obtidos pelas cooperativas nas operações de que tratam os
Os resultados das operações com não associados serão levados à conta do Fundo de Assistência
Técnica, Educacional e Social e serão contabilizados em separado, de modo a permitir cálculo para
incidência de tributos.
Além disso, as sociedades cooperativas de consumo, que tenham por objeto a compra e
fornecimento de bens aos consumidores, sujeitam‐se às mesmas normas de incidência dos impostos
Por outro lado, as sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica não
terão incidência do imposto de renda sobre suas atividades econômicas, de proveito comum, sem
objetivo de lucro.
Não. O resultado das aplicações financeiras, em qualquer de suas modalidades, efetuadas por
sociedades cooperativas, inclusive as de crédito e as que mantenham seção de crédito, não está
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abrangido pela não incidência de que gozam tais sociedades, ficando sujeito à retenção, bem como à
O art. 65 da Lei nº 8.981, de 1995, e o art. 35 da Lei nº 9.532, de 1997, estabelecem regras de
incidência do imposto sobre o rendimento produzido por aplicação de renda fixa, auferido por
Notas:
especialmente seu art. 3º, observado ainda o disposto nos arts. 1.093 a 1.096 do Código Civil.
Exceção é admitida em relação a juros, até o máximo de doze por cento ao ano, atribuídos ao capital
integralizado.
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Normativo: Lei nº 5.764, de 1971, arts. 3º e art. 24, § 3º;
Código Civil ‐ Lei nº 10.406, de 2002, arts 1.093 a 1.096;
RIR/1999, art. 182.
apuração do lucro real, também poderão optar pela tributação com base no lucro presumido.
A opção por esse regime de tributação deverá ser manifestada com o pagamento da primeira ou
única quota do imposto devido, correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano‐
Notas:
A base de cálculo será determinada segundo a escrituração que apresente destaque das receitas
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tributáveis e dos correspondentes custos, despesas e encargos.
Na falta de escrituração adequada, o lucro será arbitrado conforme regras aplicáveis às demais
pessoas jurídicas.
a) apuram‐se as receitas das atividades das cooperativas e as receitas derivadas das operações
receitas, proporcionalmente ao valor de cada uma, desde que seja impossível separar
Exemplo:
Receitas:
Total........................................................................ R$14.000.000,00
Custos diretos:
Total....................................................................... R$6.400.000,00
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parcela proporcional às receitas de operações com não associados:
Na linguagem cooperativa, o termo sobras líquidas designa o próprio lucro líquido, ou lucro
apurado em balanço, que deve ser distribuído sob a rubrica de retorno ou como bonificação aos
associados, não em razão das quotas‐parte de capital, mas em conseqüência das operações ou
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Na linguagem comercial, o resultado positivo do exercício é o lucro, o provento ou o ganho obtido
em um negócio. É, assim, o que proveio das operações mercantis ou das atividades comerciais.
contas, refere‐se ao saldo da Demonstração do Resultado do Exercício, que tanto pode ser credor
como devedor.
O fato de a lei do cooperativismo denominar a mais valia de “sobra” não tem o intuito de excluí‐la
(sobras), cujo parâmetro é o volume de operações de cada associado, enquanto o lucro deve
legislação específica, relativamente aos atos cooperativos, ficaram isentas da Contribuição Social
Tal isenção não se aplica, porém, às cooperativas de consumo de que trata o art. 69 da Lei nº 9.532,
de 10 de dezembro de 1997
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Incidência [Pergunta 020], 15
Base de Cálculo
Incidência
Regimes de Tributação
Natureza e Requisitos
Capital Social
Classificação
Conceitos
Constituição
Escrituração
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Atos com Não‐Associados, Contabilização em Separado [Pergunta 013; V. Ainda: Pergunta
014], 9
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