Resolução de Exercícios: Carlos Eduardo

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RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS

FILOSOFIA | MITO E SENSO COMUM


CARLOS EDUARDO

QUESTÃO 1.
(Uece) “Como se sabe , a palavra mŷthos raramente foi empregada por Heródoto.
Caracterizar um logos (narrativa) como mŷthos era para ele um meio claro de rejeitá-
lo como duvidoso e inconvincente. [...] Situado em algum lugar além do que é visível,
um mýthos não pode ser provado. [...] Não obstante, Heródoto sempre se refere à
sua própria narrativa como lógos ou lógoi. [...] Parte de um lógos podia ser
circunscrito como mŷthos e, ao mesmo tempo, o autor podia ser designado como
logopoiós, ou seja, como alguém que expõe uma forma de conhecimento sem
fundamento apropriado ou de impossível verificação. ”
HARTOG, F. Os antigos, o passado e o presente. Trad. bras. Sonia Lacerda et al. Brasília, Editora da UnB,
2003, p. 37-38.

Com base no que diz François Hartog, é correto afirmar que


a) mŷthos se refere a uma narrativa improvável, inverificável, e lógos a uma narrativa
ou argumento que pretende possuir fundamento.
b) a distinção entre mŷthos e lógos é arbitrária, pois não se fundamenta em nenhum
uso culto da língua grega no período clássico.
c) há um processo cultural em que mŷthos e logos se aproximam semanticamente
na língua grega, terminando por se identificarem.
d) a distinção entre mŷthos e lógos não tem importância para Heródoto, sendo-lhe
bem relativa, embora efetivamente existente.

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QUESTÃO 2.
(Unesp) As certezas do homem comum, as verdades comuns da experiência
cotidiana, os filósofos vivem-nas, por certo, e não as negam, enquanto homens. Mas,
enquanto filósofos, não as assumem. Nesse sentido em que as desqualificam, pode-
se dizer que as recusam. Desqualificação teórica, recusa filosófica, empreendidas
em nome da racionalidade que postulam para a filosofia. Assim é que boa parte das
filosofias opta por esquecer “metodologicamente” a visão comum do Mundo,
recusando-se a integrá-la ao seu saber racional e teórico. Não podendo furtar-se,
enquanto homens, à experiência do Mundo, não o reconhecem como filósofos. O
Mundo não é, para eles, o universo reconhecido de seus discursos. Desconsiderando
filosoficamente as verdades cotidianas, o bom senso, o senso comum, instauram de
fato o dualismo do prático e do teórico, da vida e da razão filosófica. Instauram,
consciente e propositadamente, o divórcio entre o homem comum que são e o
filósofo que querem ser.
(Oswaldo Porchat Pereira. Rumo ao ceticismo, 2007. Adaptado.)

O “divórcio” entre o homem comum e o filósofo, segundo o autor, ocorre em função da

a) negação do homem comum em entender a realidade.


b) restrição do saber comum no fazer filosófico.
c) diferença de mundos que buscam compreender.
d) falta de correspondência factual do saber comum.
e) proposição de respostas necessariamente divergentes.

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QUESTÃO 3.
(Uece) Atente para a seguinte passagem que expressa uma das mais importantes e
longevas formas de explicação e de interpretação do mundo e da vida humana:

“Odin é o mais poderoso e mais velho dos deuses. Ele conhece muitos segredos.
Abriu mão de um dos seus olhos em troca de sabedoria. Odin tem muitos nomes. É
o Pai de Todos, o senhor dos mortos, o deus da força”.
Gaiman, Neil. Mitologia nórdica. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2018. P. 19-20 (adaptado).

Sobre esta forma de explicação da realidade, é correto afirmar que

a) se trata da forma racional-filosófica de pensamento, subjacente à cultura dos


povos da antiguidade, tais como gregos, romanos e nórdicos.
b) se refere ao conhecimento artístico, tão característico das formas de expressão
do início da vida social humana.
c) representa a maneira mitológica de explicação da realidade, baseada,
essencialmente, na existência de seres sobrenaturais que conduzem a vida humana.
d) explicita o conhecimento científico ainda em seu início, baseado na proposição de
percepções hipotéticas sobre a origem dos humanos a partir das divindades.

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QUESTÃO 4.
(Upe-ssa 1) Em relação ao pensamento mítico, leia o texto a seguir:

O homem, admirado e perplexo, diante da natureza que o cerca, sem entender o dia,
a noite, o frio, o calor, o sol, a chuva, os relâmpagos, os trovões, a terra fértil ou árida,
sem entender a origem da vida, a morte e o seu destino eterno, a dor, o bem e o mal,
recorre aos mitos.
(SOUZA, Sônia Maria Ribeiro. Um outro olhar – filosofia. São Paulo: FTD, 1995, p. 39.)

A narrativa mítica tem significância para a existência humana no mundo. O mito tem
uma representatividade singular para transmitir e comunicar o conhecimento acerca
da realidade. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA.

a) Os relatos míticos são narrações fantasiosas, desvinculados de sentido da


realidade.
b) O mito está privado de coerência, e sua narrativa prende-se à existência humana
no mundo.
c) O pensamento mítico está desligado do desejo de dominação do mundo, e sua
narrativa impõe o medo e a insegurança.
d) Os mitos devem ser acolhidos na sua significância como base para a
compreensão do homem na sua existência e convivência.
e) A mitologia se traduz em relato ilógico sem fundamento emotivo e tenta explicar
a realidade concreta.

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QUESTÃO 5.
(Upe-ssa 2) Sobre a singularidade do pensamento filosófico, atente ao texto a
seguir:

O autor na citação acima sinaliza, com clareza e distinção, que

a) o pensamento filosófico aprende a pensar, declinando da realidade.


b) o aprender a pensar promove a dimensão acrítica.
c) o pensamento crítico substitui a realidade.
d) o pensamento filosófico está dissociado da realidade.
e) aprender a pensar fomenta o entendimento da realidade na sua inteireza.

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QUESTÃO 6.
(Upe-ssa 2) Sobre o conhecimento filosófico, considere o texto a seguir:

O saber é infinito e difuso; dele se valendo, procura a filosofia aquele centro a que
fazíamos referência. O simples saber é uma acumulação; a filosofia é uma unidade.
O saber é racional e igualmente acessível a qualquer inteligência. A filosofia é o
modo de pensamento, que termina por constituir a essência mesma de um ser
humano.
(JASPERS, Karl. Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: Cultrix, 1999, p. 13)

O autor enfatiza a singularidade do conhecimento filosófico. No alinhamento dessa


reflexão, tem-se como CORRETO que

a) o conhecimento filosófico se adquire sem ser procurado, surge espontânea e


naturalmente, no âmbito da razão.
b) a filosofia é um saber de acumulação, bastando tão somente adquiri-lo.
c) o conhecimento filosófico é a posse do saber racional no âmbito existencial.
d) o saber filosófico é infinito e difuso, valendo-se da sensação para se constituir em
essência do ser humano.
e) o conhecimento filosófico caracteriza-se pela sua dimensão crítica e sonda a
essência mesma das coisas.

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QUESTÃO 7.
(Upe-ssa 1) A mente humana é naturalmente inquiridora: quer conhecer as razões
das coisas; basta ver uma criança fazendo perguntas aos pais. Mas às mesmas
perguntas podem ser dadas diversas respostas: míticas, científicas, filosóficas.
MONDIN, Batista. Curso de filosofia. São Paulo: Paulus, 1981. (Adaptado)

O pensamento mítico na atualidade reflete-se naquelas respostas que estão


repletas de explicações valorativas sobre a personalidade do super-herói, a
exaltação do cientificismo, valorando o ‘desejo desenfreado’ e dando primazia ao
poder midiático. Sendo assim, assinale a alternativa CORRETA.

a) A verdadeira função do mito, na atualidade, é orientar a ação humana.


b) O papel atual do mito é dar sentido ao mundo humano.
c) O pensamento mítico, no mundo atual, identifica-se como uma resistência às
invenções científicas e tecnológicas.
d) Nos dias atuais, a função fabuladora presente nos contos e nas estórias populares
remetem aos valores arquetípicos.
e) O mito, na atualidade, promove o desenvolvimento do homem no seu cotidiano,
pela eficácia na linguagem das formas ideológicas.

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QUESTÃO 8.
(Uece) Considere o seguinte trecho da obra de John Burnet sobre o surgimento da
filosofia na Grécia: “Foi somente após se desarticularem a visão tradicional do
mundo e as normas costumeiras de vida que os gregos começaram a sentir as
necessidades que a filosofia da natureza e da conduta procuram satisfazer”.
Burnet, J. A aurora da filosofia grega. Trad. bras. Vera Ribeiro. Rio de janeiro: Editora PUC-Rio, 2006.

No que diz respeito ao surgimento da filosofia na Grécia, a tese de John Burnet


defende que

a) a filosofia rearticula a visão tradicional do mundo e as formas de conduta.


b) há uma ruptura entre a filosofia da natureza e da conduta e a visão tradicional.
c) a filosofia mantém, transmutando-a numa nova forma discursiva, a mitologia.
d) a filosofia, embora tenha mudado a visão da natureza, mantém a ética anterior.

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GABARITO
1. A
2. B
3. C
4. D
5. E
6. E
7. E
8. B

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