Adoção de Maior

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA

DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DO FORO ____ – ___.

[qualificação completa], vem, respeitosamente a V. Exa, por meio de seu


procurador (mandato anexo), propor o presente PEDIDO DE ADOÇÃO
(maior de idade) de [qualificação completa], pelos fatos e direitos a seguir
expostos:

DA COMPETÊNCIA

Preliminarmente, trata-se de pedido de adoção de maior de


idade, regulada pelo Código Civil e, no que couber, pelas
regras gerais do Estatuto da Criança e do Adolescente, nos
termos do art. 1.619 do CC.

Assim, não havendo hipossuficiente a proteger, elegem os


Requerentes este Juízo, por mais conveniente para ambos,
visto que é o foro de domicílio das partes.

O foro Central foi escolhido por ser o respectivo ao endereço


da adotada.

DA EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR


O caso se versa sobre adoção de maior, nascida em [data],
que mante relação socioafetiva com o Requerente-adotante
desde [mês e ano].

Nos termos do art. 1638 do CC o poder familiar se extingue com


a maioridade, essa atingida pela 2ª Requerente-adotanda em
[data].

O STJ se manifestou nesse sentido:

"CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ADOÇÃO DE PESSOA MAIOR.


AUSÊNCIA DE CONTATO PESSOAL ENTRE PAI BIOLÓGICO E
FILHO POR APROXIMADAMENTE DOZE ANOS.
COMPROVAÇÃO DO VÍNCULO SOCIOAFETIVO ENTRE
ADOTANTE E ADOTADO. AUSÊNCIA DE CONSENTIMENTO DO
GENITOR. PRESCINDIBILIDADE. PRECEDENTE. SENTENÇA
MANTIDA.1. TENDO SIDO O PEDIDO DE ADOÇÃO
FORMULADO CONJUNTAMENTE PELO ADOTANTE E
ADOTADO E COM O CONSENTIMENTO DA GENITORA DESTE
E O DISSENSO DO PAI BIOLÓGICO, HÁ QUE SE PRIVILEGIAR
A REALIDADE QUE SE ENCONTRA EVIDENCIADA NO
VÍNCULO SOCIOAFETIVO ESTABELECIDO ENTRE O ADOTANTE
E O ADOTADO, E QUE NÃO PODE SER NEGLIGENCIADA
PELO PODER JUDICIÁRIO EM NOME DE UMA RELAÇÃO DE
PARENTESCO CONSUBSTANCIADA NA SIMPLES
PATERNIDADE REGISTRAL. 2. ESTA CORTE DE JUSTIÇA JÁ SE
POSICIONOU NO SENTIDO DE QUE, PARA O DEFERIMENTO
DO PEDIDO DE ADOÇÃO DE PESSOA QUE JÁ ATINGIU A
MAIORIDADE CIVIL É DESNECESSÁRIO O CONSENTIMENTO
DO GENITOR. 3. RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA
MANTIDA" (e-STJ fl. 318 - grifou-se).
(REsp – 1444747 (2014/0067421-5 – 14/04/2014 – Decisão
Monocrática – Ministro Ricardo Villas Boas Cueva –
Julgamento e Publicações DJE:14/04/2014)

Logo, basta o consentimento das partes para e a


comprovação do vínculo familiar a longo prazo para a
concessão da adoção.

DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A 2ª Requerente nasceu em [data]. Hoje com [idade]

A genitora da 2ª Requerente e seu pai biológico [explicar a


ausência da relação]

Houve claro abandono afetivo, além, do material.

Desde [data], contudo, o 1° Requerente e a genitora da 2ª


Requerente, passaram a manter relacionamento amoroso de
modo estável contraindo núpcias em [data].

A 2ª Requerente desde seus [data] sempre teve como


referência paterna o Requerente, conforme se comprova pela
ampla documentação anexa (fotos anexas), e poderá ser
comprovado por meio de testemunhas.
A 2ª Requerente sempre manteve e mantém vínculo paterno
com o 1° Requerente, pois esse sempre esteve presente em
todos os momentos de sua vida (fotos anexas).

Sempre fora o 1° Requerente-adotante quem [descrever a


relação parental entre a pessoa adotante e a pessoa
adotanda]

Em verdade, o carregar do nome de um homem que não


representou figura paterna a 2ª Requerente, sendo um total
estranho, é um no mínimo desconcertante.

Neste mesmo sentido, a 2ª Requerente passou e ainda passa,


por diversos momentos de constrangimento, pois o nome
constante de pai em seus documentos não confere com o
nome do pai apresentado perante a sociedade.

Outrossim, a presença do nome do genitor apenas lhe


rememora o abandono material, e principalmente o moral e
afetivo que sofreu por esse e sua família.

O que se pleiteia de fato é oficializar situação fática que se


perpetua.

Todos os fatos alegados podem ser facilmente comprovados


por testemunhas além dos documentos já anexados aos autos.

Denota-se que as partes já convivem como uma família há


muitos anos, sendo que a única distinção é o fato de o 1°
Requerente não constar na certidão de nascimento e nos
demais documentos da 2ª Requerente, como o pai que de fato
é.

Esta é a vontade declarada por ambos, apenas obstaculizada


por um aspecto burocrático jurídico.

Nos termos do art. 1630 e 1635 do CC, o poder familiar cessa


com a maioridade.

O art. 1.619 do mesmo diploma legal prevê a possibilidade da


adoção de maiores de idade.

Estando as partes de pleno acordo com a referida adoção, e


sendo a 2ª Requerente maior de idade, plenamente possível o
deferimento do requerimento da presente demanda inclusive,
sem o consentimento do genitor, pai biológico, sendo esse o
entendimento do Superior Tribunal de Justiça, jurisprudência
de casos análogos:

“ ADOÇÃO. MAIOR DE IDADE.

Procedência. Insurgência do pai biológico. Extinção


do poder familiar quando a adotanda completou
dezoito anos, a teor do que dispõe os artigos 1630 e
1635, inciso III, do Código Civil. Desnecessário o
consentimento do genitor. Ausência de justa causa
a impedir o ato. Livre manifestação de vontade dos
autores que deve prevalecer, mormente porque
demonstram vínculo sócioafetivo. Requisitos do
artigo 1619 do Código Civil e 41, §1°, c.c artigo 45,
§1°, do ECA, preenchidos.

Sentença mantida. RECURSO DESPROVIDO.

(TJ – SP - AP – 1023393-49.2015.8.26.0506 - 6ª Câmara


de Direito Privado – Relator: Paulo Alcides –
Julgamento 24/09/2018 - Publicação DJE:
24/09/2018)

Por conclusão, atendem os Requerentes às disposições legais:

 A adoção é requerida pelo Adotante e Adotanda de


comum acordo;
 A diferença de idade entre adotante e Adotanda é de
21 anos, superior à exigida pelo §3° do art. 42 do ECA;
 A Adotanda está de pleno acordo com a adoção, pois
reconhece o adotante como pai.
 O abandono socioafetivo é demonstrado e poderá ser
comprovado por meio de testemunhas;
 O vínculo socioafetivo entre o Requerente-adotante e a
Requerente-adotanda encontra-se devidamente
demonstrado e poderá ser comprovado por prova
testemunhas e depoimento pessoal.

DO PEDIDO

Diante do exposto, requerem a Vossa Excelência:


Seja ouvido o digno representante do Ministério Público;

Seja dispensada a citação do pai biológico pela perda do


poder familiar e por este nunca ter feito parte da vida da
adotante, ante mesmo porque esse se encontra em local
incerto e não sabido;

O deferimento da adoção da maior, depois de cumpridas as


formalidades legais;

A manutenção do nome da mãe em seu registro civil e a


substituição do nome do genitor biológico, constando no lugar
de [inserir sobrenome a ser substituído] o sobrenome [inserir o
novo sobrenome], para os documentos exigidos para sua
legalidade (art. 1.627 do CC), de maneira que deverão ser
mantidos os vínculos com a mãe e seus respectivos parentes,
passando então a chamar [inserir novo nome da pessoa
adotanda];

Que, oportunamente, seja determinado a expedição de


mandado de averbação ao Oficial do Registro Civil
competente, local de nascimento da 2ª Requerente-
adotanda, a fim de que seja emitido o registro definitivo da
maior e modificados a cédula de identidade, o CPF, o título de
eleitos e demais documentos;

Ao final a procedência da demanda, nos termos retro


esposados.

Dá-se a causa o valor de alçada de R$1.000,00 (hum mil reais).


Nestes termos,

Pede-se deferimento.

[Local e data]

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