Tese Letícia Soares Nunes (Protegido)
Tese Letícia Soares Nunes (Protegido)
Tese Letícia Soares Nunes (Protegido)
Florianópolis
2018
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor
através do Programa de Geração Automática da Biblioteca
Universitária da UFSC.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO.............................................................................. 21
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO TEMA ........... 21
1.2 OBJETIVOS .................................................................................... 26
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................... 27
1 INTRODUÇÃO
1
Expostos em Freitas (2014a, 2014b), Nunes (2014a) e Nélsis e Freitas (2014).
2
Trata-se do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Silva, A. (2012).
22
3
Embora não se tenha identificado uma definição do termo “crise
(sócio)ambiental”, tal qual exposto por Silva (2008), destaca-se que os autores
utilizam designações como “crise ambiental/ecológica”, “questão ambiental”,
“questão socioambiental”,, muitas vezes como sinônimos e não evidenciam a
pluralidade de sentidos que tais termos portam. Apesar de não ser objeto da tese
aprofundar esta discussão, demarca-se que tais expressões estão sendo entendidas
a partir da sua relação com a natureza destrutiva do capitalismo.
23
4
Entende-se que este debate não se estrutura apenas a partir do contexto
ecológico, mas também social – e, por este motivo, enquanto uma opção política
para reforçar uma demarcação discursiva do componente crítico do
ambientalismo, vem-se utilizando o termo “sócio” no adjetivo ambiental.
5
Tais análises dizem respeito ao levantamento das vertentes interpretativas da
questão socioambiental e do estado da arte do tema no Serviço Social.
25
1.2 OBJETIVOS
2.1.1 Ecocentristas
6
Existiram múltiplas formas pré ou não capitalistas de organização social com
regulações contraditórias com a natureza externa, aspecto este que rompe com o
“mito do bom selvagem” e com as compreensões de que a degradação
socioambiental é uma prerrogativa apenas do capitalismo (FOLADORI; TAKS,
2004). Para Ingerson (1997, apud FOLADORI; TAKS, 2004, p. 328), “uma
relação benigna de longo prazo entre os seres humanos e a natureza [...] pode ser
algo sem precedentes sem que, por isso, seja necessariamente impossível”.
37
7
Os “preservacionistas” defendem a opção de não desenvolvimento e se diferem
dos “conservacionistas” que sugerem desenvolvimento mantendo as
características essenciais do habitat natural (FOLADORI, 2005).
38
9
Este autor centrará esforços em discorrer sobre duas teorias normativas do
modernismo e do desenvolvimento ambiental: as teses da sociedade de risco de
Beck e da modernização ecológica de Mol e Spaargaren. Considerando que não
é objeto desta tese aprofundar tais paradigmas, visto a opção de abordar a questão
socioambiental à luz do marxismo, sugere-se a leitura crítica de Foster, Clark e
York (2010) acerca deste debate.
45
10
Löwy (2013, p. 79) descreve que “[...] seria uma ilusão acreditar – como
pensam muitos marxistas – que se trata da “crise final do capitalismo” e que o
sistema está condenado a desaparecer, vítima de suas contradições internas.
Como já dizia Walter Benjamin, nos anos 1930, ‘o capitalismo nunca vai morrer
de morte natural’. Em outros termos: se não houver uma ação social e política
anticapitalista, um movimento de insurgência dos explorados e oprimidos, o
sistema poderá continuar ainda por muito tempo. Acabará, como no passado, por
encontrar alguma saída para a crise, seja por medidas keynesianas – hipótese mais
favorável – seja pelo fascismo e pela guerra”. Complementa que “O mesmo vale
para a crise ecológica. Por si mesma, ela não leva ao “fim do capitalismo”; por
mais que acabe o petróleo, ou que se esgotem outras fontes essenciais da riqueza,
o sistema continuará a explorar o planeta, até que a própria vida humana se
encontre ameaçada” (LÖWY, 2013, p. 79).
47
11
Para Harvey (2006, p. 96): “a incapacidade de acumular através da reprodução
ampliada sobre uma base sustentável foi acompanhada por crescentes tentativas
de acumular mediante a espoliação”. O conceito de acumulação por espoliação
remete à noção de acumulação primitiva marxiana, e significa que antes de se
tratar de um processo de acumulação originário, circunscrito a uma fase de
desenvolvimento capitalista, se constituiria como um processo contínuo,
acionado sempre que os processos de reprodução ampliada mostram-se
ameaçados por uma crise de sobreacumulação, acionando mecanismos cada vez
mais violentos de despossessão.
54
Essa lógica revela o caráter destrutivo desse sistema, visto que para
manter o consumo crescente de mercadorias, intensificam-se a exploração
do trabalhador e da natureza como forma de reverter os efeitos da queda
tendencial da taxa de lucro13, que está diretamente relacionada à taxa de
uso decrescente. Ou seja, o avanço das forças produtivas gera o aumento
da produtividade do trabalho, fazendo com que o mesmo número de
trabalhadores (trabalho vivo) seja capaz de produzir mais mercadorias em
um tempo menor e, com isso, utiliza-se uma quantidade maior de capital
constante, reduzindo o capital variável. Cada mercadoria produzida terá
12
Mészáros (1989) faz menção à “obsolescência programa das mercadorias” que
consiste em projetar produtos com tempo de vida útil limitado, bem como
estimular o descarte de mercadorias que ainda atendem as necessidades do
consumidor, com o objetivo de impulsionar novo ato de consumo. Além do autor,
sugere-se a consulta dos documentários “Comprar, jogar fora, comprar: A
história da obsolescência programada” e “A história das coisas”.
13
Algumas estratégias para reverter a tendência à queda da taxa de lucro são o
barateamento do capital constante; a elevação da intensidade da exploração do
trabalhador; a depressão dos salários abaixo do seu valor; a constituição do
exercício industrial de reserva e o comércio entre um país mais desenvolvidos e
um menos desenvolvido (NETTO; BRAZ, 2007).
60
14
Em 1997 foi realizada a Rio+5 nos Estados Unidos; 2002 a Rio+10 na África
do Sul; 2012 a Rio+20 no Brasil.
71
Nos anos 2000, faz-se referência à 2005 que marca a Década das
Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-
2014), Resolução das Nações Unidas nº 57/254. Conforme o documento
final, seu objetivo é fomentar mudanças de comportamentos, a partir dos
valores inerentes ao DS em todos os aspectos da aprendizagem.
Retomando as COPs, já em 2015 na COP-21 aprovou-se o
“Acordo de Paris” que foi considerado o primeiro marco jurídico
universal de luta contra o aquecimento global. O acordo estipulou que as
nações signatárias deveriam limitar o aumento médio da temperatura da
Terra a 1,5ºC até 2100. Porém, em 2017 o Presidente do EUA, Donald
Trump, que antes de eleito havia questionado o aquecimento global,
anunciou a saída do país do acordo, alegando que o documento trazia
desvantagens para os EUA para beneficiar outros países.
15
Durante a COP-17 realizada em 2011, o Protocolo de Kyoto postergou a
orientação para que os países reduzissem suas emissões poluentes até 2017.
72
16
A exemplo do Código de Águas (Decreto nº 24.643/1934); do Código Florestal
(Lei nº 4.771/1965); da Lei de Proteção a Fauna (Lei nº 5.197/1967); do Código
de Pesca (Decreto-Lei nº 221/1967); da criação da Secretaria Especial de Meio
Ambiente (Decreto nº 73.030/1973); do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em 1989, etc.
76
18
Para exemplificar, faz-se referência aos produtos transgênicos, onde em
maio/16 o ministro do Supremo Tribunal Federal voltou a garantir a indicação no
rótulo de alimentos que utilizavam ingredientes geneticamente modificados,
independente da quantidade presente. A exigência estava suspensa desde 2012
por uma decisão liminar provisória que flexibilizava a exigência de rotulagem
para produtos que contivessem mais de 1% de ingredientes geneticamente
modificados (IDEC, 2016).
78
19
Maggi, enquanto governador do Mato Grosso, foi o vencedor do prêmio
Motosserra de Ouro, do Greenpeace, por sua contribuição à destruição da
Amazônia e é o maior produtor de soja do mundo (GREENPEACE, 2005).
81
20
Sobre a crise hídrica, ver Mendonça (2017) que evidencia o caráter de classe
no racionamento de água.
83
21
Dentre eles, Faleiros (2011), Junqueira (1985), Iamamoto (2008), Netto (2007;
2011), entre outros.
88
23
Estas questões podem ser confirmadas na consulta ao Censos da Educação
Superior e na pesquisa de Machado (2013).
97
24
Destaca-se o ocorrido em março/2014 conhecido como “O levante do Bosque”
onde a Polícia Federal e Militar adentrou a Universidade e, sob o pretexto de
combater o tráfico de drogas, deixou estudantes, técnicos-administrativos e
docentes feridos. Servidores da Universidade foram processados pelo Ministério
Público e correm o risco de serem exonerados por terem defendido estudantes e
a autonomia Universitária. Outra situação de invasão do campus se deu em
setembro/2017 quando a Polícia Federal conduziu coercitivamente e prendeu
temporariamente servidores da UFSC, dentre eles, o Reitor, alegando que se
tratava de uma investigação sobre a suspeita de corrupção nos cursos de EaD da
UFSC. Muitas foram as críticas à operação “Ouvidos Moucos” e à
espetacularização do processo penal, visto o ataque à autonomia universitária e
ao direito constitucional da presunção de inocência que não foram considerados
quando da prisão do Reitor e demais servidores, e que podem ter contribuído,
inclusive, para que o Reitor tenha cometido suicídio em outubro/2017,
considerando o bilhete encontrando no seu bolso que dizia “Minha morte foi
decretada no dia do meu afastamento da universidade”.
25
Vide a situação do Ensino Superior Público do Estado do Paraná (APIESP,
2017); do ocorrido na Universidade Federal do ABC (OLIVEIRA, 2016); na
Universidade Federal de Alagoas (ALBUQUERQUE, 2017), na Universidade
Federal da Integração Latino-Americana (ANDES, 2017), entre outros.
103
26
Ainda que obstáculos sejam retomados na subseção 4.4.1.1, em linhas gerais,
a autora referiu desafios relacionados à estrutura acadêmica dos cursos; à falta de
articulação entre ensino, pesquisa e extensão; conflitos quando das tentativas de
inserir a questão socioambiental na estrutura curricular, potencializados pela alta
rotatividade dos docentes, a resistência às mudanças, entre outros (RINK, 2014).
27
Conservadora, visto que há o predomínio de conteúdos biológicos nos cursos
de graduação, evidenciando uma visão naturalista da questão socioambiental,
pautada na lógica do “conhecer para amar, amar para preservar”; e pragmática,
pois possui um caráter antropocêntrico e comportamentalista com suas bases em
concepções de educação tecnicistas voltadas para a resolução de problemas
ambientais imediatos, além de uma perspectiva fatalista, reforçando que o homem
precisa proteger o ambiente em prol da sobrevivência (RINK, 2014).
105
28
Mais informações ver Montaño (2009) que apresenta duas teses antagônicas
sobre a gênese do Serviço Social: a perspectiva endogenista e a histórico-crítica.
29
Questão Social entendida como “o processo de formação e desenvolvimento
da classe operária e seu ingresso no cenário político, exigindo, a partir de suas
lutas, o seu reconhecimento como classe por parte do Estado e do empresariado”
(IAMAMOTO, 2002, p. 95). É o conjunto das expressões das desigualdades da
sociedade capitalista, contradição capital x trabalho, onde o trabalhador produz a
riqueza e o capitalista se apropria dela.
107
30
Foram elaborados cinco Códigos de Ética 1947; 1965; 1975; 1986 e 1993.
110
segunda metade dos anos 70 e início dos anos 80)31, denominadas de: 1)
perspectiva modernizadora onde o Serviço Social é caracterizado como
profissão interveniente, dinamizadora e integradora no desenvolvimento
capitalista; 2) reatualização do conservadorismo que conferiu à profissão
um traço microscópico da sua intervenção e recupera os componentes da
herança conservadora, repondo-os sobre uma base teórico-metodológica
que se reclama nova, repudiando os padrões vinculados à tradição
positivista e às referências ao pensamento crítico-dialético de raiz
marxiana. O dado que se propõe inovador nos textos representativos dessa
tendência é a reivindicação de um suporte metodológico à
fenomenologia; 3) intenção de ruptura com o Serviço Social Tradicional
expressa a pretensão de romper com a herança teórico-metodológica do
pensamento conservador (matriz positivista) e com seus paradigmas de
intervenção social (o reformismo conservador), recorrendo
progressivamente à tradição marxista (NETTO, 2011).
Referenciando o autor supracitado, Yazbek (2000) sinalizará que
emergiram no bojo do Movimento de Reconceituação algumas vertentes
de análise, a saber: 1) vertente modernizadora, caracterizada pela
incorporação de abordagens funcionalistas, estruturalistas e sistêmicas
(matriz positivista), voltadas à melhoria do sistema mediante
enfrentamento da marginalidade e da pobreza; 2) vertente inspirada na
fenomenologia onde o Serviço Social se realiza através do “tratamento”
social, num processo de ajuda psicossocial; 3) vertente marxista que
possibilita uma mudança na forma como os profissionais refletem sobre
sua inserção na sociedade de classes e, consequentemente, a construção
de uma teoria e de uma prática engajada com os interesses dos
trabalhadores e uma aproximação com a tradição marxista.
A “descoberta” do marxismo pelo Serviço Social latino-americano
contribuiu para um processo de ruptura com o Serviço Social Tradicional,
porém, a forma dessa aproximação foi responsável por equívocos e
impasses de ordem teórica, identificando-se, nos termos de Iamamoto
(2007, p. 211) “uma aproximação a um marxismo sem Marx”.
Conforme Quiroga (1991) e Netto (2011) a incorporação do legado
de Marx pelos assistentes sociais se deu através de manuais,
31
Foram expressivos neste período o Seminário Regional Latino-Americano de
Serviço Social em 1965; o Documento de Araxá de 1967 e de Teresópolis de
1970, o conhecido “Método BH” que consistiu numa experiência vivenciada por
docentes da escola de Serviço Social da Universidade Católica de Belo Horizonte
no período de 1972 a 1975, assim como os colóquios posteriormente realizados
em Sumaré e Alto da Boa Vista em 1978 e 1984.
114
32
O 3º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) realizado em 1979,
conhecido como o “Congresso da Virada”, é a referência do Projeto Profissional
de ruptura com o conservadorismo, bem como de aproximação dos interesses da
classe trabalhadora e do legado marxiano.
120
33
A exemplo dos documentos divulgados: CFESS (2011a, 2011b, 2014),
ABEPSS (2011), entre outros.
125
34
A exemplo de Gentilli (1999), Mioto (2004), Guerra (2009), Mioto e Lima
(2009), Baptista e Battini (2009), Forti (2012), Santos (2013) e Sarmento (2013).
129
35
“Teoria e prática estão subsumidas no processo das objetivações humanas,
sendo a teoria o que possibilita explicar, interpretar, examinar o objeto. [...] a
função da teoria – em relação aos instrumentos e técnicas – em uma prática
profissional consiste em oferecer ao profissional o significado social de sua ação”
(SANTOS, 2013, p. 93).
36
Baptista e Battini (2009, p. 7) referem sobre uma tendência em desqualificar a
prática profissional e valorizar tarefas “[...] consideradas mais “nobres”, ligadas
ao saber teórico e político, tendo em vista compreender e explicar a profissão,
mas raramente instrumentalizá-la. Nesse processo de separação entre “aqueles
que pensam” e “aqueles que agem”, no serviço social, o saber se acantonou na
academia, e o não saber, na prática [...]”.
130
37
Montaño (2009) alegará que o conhecimento está cada vez mais fragmentado
e pensar em especificidade profissional pode propiciar uma apreensão
segmentada da realidade. Apesar de corroborar com o autor que esta
fragmentação pode ser funcional à ordem burguesa, não se partilha da
compreensão de que pensar o exercício profissional e o que o diferencia das
outras profissões seja uma tentativa de “fechar as fronteiras aos profissionais de
fora, caindo numa “endogenia” do Serviço Social: “não invadir para não ser
invadido”, como forma de garantir os espaços profissionais, sem necessidade de
elevar o nível de qualificação do Serviço Social, dada a ausência de concorrência
(nos campos de trabalho “específicos”) com outros profissionais” (MONTAÑO,
2009, p. 128).
134
38
A proposta inicial dispunha de 14 eixos: 1. Política Social: Economia Política,
Estado e Sociedade Civil (com as subdivisões: Saúde, Previdência, Assistência
Social, Habitação, Educação, Políticas de Trabalho e Geração de Renda, etc.); 2.
Trabalho e Relações Sociais; 3. Sociabilidade, Violência e Cidadania; 4.
Relações de Classe, Gênero, Etnia e Geração; 5. Família: novas configurações e
políticas públicas; 6. Cultura e Identidades: processos e práticas sociais; 7.
Movimentos Sociais, Processos Organizativos e Mobilização Popular; 8.
Território e Relações Sociais: questão agrária e meio ambiente; 9. Território e
Relações Sociais: questão urbana e meio ambiente 10. Fundamentos do Serviço
Social; 11. Processos de Trabalho e Serviço Social; 12. Formação Profissional;
13. Serviço Social e Relações Internacionais; 14. Ética, Direitos Humanos,
desigualdades e cidadania (ABEPSS, 2009a, p. 4).
138
formação dos assistentes sociais. Para isso, defende-se que este debate
aprofunde a construção de fundamentos teórico-metodológicos para
embasar a análise crítica das expressões da questão social no âmbito da
questão ambiental e possibilite a criação de estratégias de intervenção na
área que possui particularidades, mas não estão alheias ou se diferem
significativamente da intervenção em outras Políticas Sociais.
Concluindo a subseção, retoma-se que a presente tese vem
afirmando a existência de uma estreita vinculação entre a questão
socioambiental e a ordem burguesa e, deste modo, entende-se que é
imprescindível que o Serviço Social que defende a construção de uma
nova ordem societária discuta este tema, visto que “a unidade de lutas
sociais e ambientais é fundamental para a superação da sociedade de
classes e a constituição de um movimento anticapitalista de alcance
mundial” (LOUREIRO, 2010, p. 19).
Portanto, conforme será visível na seção a seguir, considerando
todos os desafios postos, busca-se evidenciar como o Serviço Social vem
inserindo o debate da questão socioambiental nas dimensões do processo
formativo profissional.
139
39
Das 41 UFAS referidas apenas 02 eram não-universitárias (FIP/PB e
UNILINS) e faziam referência à questão socioambiental na grade curricular,
contudo, não foi possível acessar a ementa, nem o Programa da Disciplina.
40
Buscou-se considerar, principalmente, os dados qualitativos dos documentos
acessados: clareza das informações; detalhamento da estrutura do curso, objetivos
e matriz curricular; referências explícitas da inserção da questão socioambiental
na formação, entre outros.
144
41
Consultaram-se os periódicos com estrato de A a B vinculados a cursos e PPG
relacionados ao Serviço Social, bem como a revista organizada pela Editora
Cortez. Para mais informações, ver Apêndice B.
150
10
6
4 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2
42
Trata-se de publicações de autores vinculados à: EMESCAM; PUC/SP; UCSal;
UEPG; UFES; UFRN; UNESP; UNICENTRO; UNIGRANRIO e UNIPAMPA.
152
Quadro 12: Total de artigos por eixos temáticos nos ENPESS de 2010 a 2016
Quantidade
EIXOS TEMÁTICOS %
de artigos
Política Social e Serviço Social 1.393 33%
Serviço Social: Fundamentos, Formação e Trabalho
904 21%
Profissional
Trabalho, Questão Social e Serviço Social 566 14%
Serviço Social, Relações de Exploração/Opressão de
559 13%
Gênero, Raça/Etnia, Geração, Sexualidades
Questões Agrária, Urbana, Ambiental e Serviço Social 353 8%
Ética, Direitos e Serviço Social 231 6%
Movimentos Sociais e Serviço Social 226 5%
TOTAL 4.232 100%
Fonte: Elaborado pela autora
154
43
Refere-se “certa predominância”, pois este eixo agregava uma série de debates
que, após 2010, passaram a integrar eixos específicos, a exemplo da questão
urbana, agrária e ambiental, do debate de gênero, raça/etnia, etc.
155
44
Considerando que em 2006 a Questão Agrária, Urbana e Ambiental integraram
eixos/subeixos no ENPESS, foi possível identificar a quantidade de artigos
publicados em cada um dos eixos, a partir deste ano. Ou seja, não foram
apresentados dados de 2002 e 2004, pois os artigos estavam pulverizados nos
eixos temáticos do evento.
156
45
Neste sentido, ainda que tenha se contabilizado 156 artigos, somam-se 181
vínculos, haja vista que nesses casos particulares de mais de um vínculo, os
autores foram contabilizados mais de uma vez.
158
10 11
9 10 10
7 6 7 6 7
3 32 3 4
11 2 2 1 2
Dito isso, reforça-se, ainda, que não se está referindo que todas as
pesquisas precisam abordar o Serviço Social e, especificamente, a ação
profissional. Entretanto, muitas das pesquisas cujo objetivo era discutir
esta ação, pouco aprofundou tal dimensão. Nesta direção, embora estejam
se referindo especificamente aos textos produzidos sobre as questões
técnico-operativas, as questões expostas por Mioto e Lima (2009, p. 28)
também foram visíveis nos artigos analisados sobre o Serviço Social e a
questão socioambiental, haja vista que o debate:
46
A exemplo do International Journal of Social Welfare (v. 21, 2012); Columbia
Social Work (v. 4, 2013), Social Work Today (v. 11, 2011), Ciencias Sociales (v.
143, 2014), The Journal of Sociology & Social Welfare (v. 15, 2015).
163
Quadro 13: Análise dos autores em relação ao estado da arte do Serviço Social na questão socioambiental
Documentos
Autores Dados quantitativos Dados qualitativos
analisados
Consultas na Biblioteca Identificou artigos que Dos 40 artigos, 07 trabalhos tratavam sobre a experiência
da UFRJ, UERJ, UCB e datam de 1961 a 2006, profissional e referiam sobre: 1) Intervenções junto às comunidades;
do CRESS 7ª Região-RJ. totalizando 3.787 artigos. 2) Ações de profissionais vinculados a empresas (mineradora e de
Consultas online nos sites Destes, 40 estavam saneamento), 3) Execução de projeto de extensão voltado para
da PUC-RJ; UFF; UNIB relacionados à questão cortadores de cana. Majoritariamente a intervenção estava
e UEL; e outros sites para socioambiental, sendo relacionada à EA e conscientização da população sobre da
analisar: Livros; 20% escrito na década de necessidade da preservação ambiental.
Revistas; Dissertações e 1990 e 80% de 2000 a Os artigos que eram resultados de pesquisas ou pesquisas em
Santos
Teses; Anais de Evento 2006. desenvolvimento, identificou 30 e os dividiu em: Grupo 1 (24%):
(2007) (ENPESS e CBAS); Os artigos foram Trabalhos preservacionistas, com discussões sobre DS e preservação
Cadernos de Jornadas de publicados em eventos ambiental; Grupo 2 (20%): Estudos sobre ocupação de áreas de
Iniciação Científica. (58.7%); publicações preservação; Grupo 3 (43%): Trabalhos que sinalizavam a
online (15.2%); Cadernos preocupação com a forma que o capitalismo interage com a natureza;
das Jornadas de Iniciação Grupo 4 (13%): Trabalhos que defendiam o assistente social
Científica (10.9%); enquanto educador ambiental.
periódicos (8.7%) e teses e Os demais artigos não faziam parte de nenhum desses grupos, mas
dissertações (6.5%). os autores faziam breve referência à questão socioambiental.
Analisou artigos Nos ENPESS, identificou Identificou nos eventos: 1) Ênfase para atuação na EA; 2)
publicados em 5 ENPESS 2.704 trabalhos publicados Aproximação com o DS; 3) Constatações sobre segregação
e 3 CBAS realizados nos e 40 eram sobre a questão socioambiental; 4) Limites das políticas públicas voltadas para a
Carnevale anos de 2000 a 2008. socioambiental. área; 5) Afirmações que o tema deve ser pensado sob seus aspectos
(2009) Nos CBAS, identificou econômicos, sociais, políticas e ambientais – considerando as
2.703 trabalhos e destes 38 questões relacionadas ao desenvolvimento capitalista como a
eram da questão essência da degradação ambiental (sendo evidenciado a partir do
socioambiental. ENPESS/2006 e no CBAS/2001).
Buscou identificar como Identificou 226 trabalhos, A temática aparece: 1) Correlacionada às questões de
Corrêa o debate socioambiental sendo que 54 eram sobre a desenvolvimento urbano e suas mazelas como saneamento, moradia,
(2010) era abordado pelos temática. áreas de risco ambiental; 2) Discussões sobre os impactos
assistentes sociais, socioambientais; 3) Mobilização comunitária, movimentos sociais,
166
mediante análise de 06 A partir do ano 2001 os 4) EA. Em relação ao Serviço Social, identificou a preocupação em
CBAS (1992 a 2007). artigos foram publicados correlacionar a temática com as relações sociais da sociedade
de forma mais expressiva. capitalista e com a questão social, bem como referências de que o
profissional é chamado para atuar na EA; em projetos de
responsabilidade social e para contribuir na avaliação de impactos
socioambientais.
Dividiu os trabalhos analisados em eixos: 1) EA (17 trabalhos):
discussões sobre a conscientização da população e os cuidados com
o meio ambiente, além de relato que o Serviço Social exerce uma
função educativa; 2) Trabalho e Meio Ambiente (05 artigos):
projetos sociais de geração de emprego e renda; 3) Questão Urbana
e Meio Ambiente (11 trabalhos): problemas como construção de
barragens, poluição, áreas de desmatamento, saneamento urbano,
avaliação de áreas de risco social e ambiental; 4) Questão Ambiental
e Serviço Social (06 artigos): possibilidades de intervenção; 5)
Pobreza e Meio Ambiente (01 artigo): críticas sobre considerar a
pobreza como responsável pela degradação; 6) Questão Ambiental,
Agrária e Movimentos Sociais (12 artigos): referência à necessidade
de organização das comunidades; 7) Meio Ambiente e Relações
Internacionais (02 artigos): discutindo os recursos naturais
brasileiros e o saque dos países desenvolvidos.
Analisou dissertações e No período de 1998 a Há o predomínio da discussão sobre: 1) DS; 2) EA; 3) Apropriação
teses defendidas em 16 2008, a autora encontrou capitalista da natureza; 4) Conflitos socioambientais; 5) Saneamento
PPGSS de 1970 a 2008. produções sobre o meio ambiental e 6) Identidades socioambientais.
ambiente em 8 PPGSS.
Bourckhardt
Nesses, foram defendidas
(2010) 1.263 dissertações e 512
teses, sendo 24
dissertações e 6 teses sobre
o tema.
Silva, S. Analisou as produções de Os artigos relacionados à Fez referência à discussão sobre a questão socioambiental no Serviço
(2015) Rafael (2008) e questão socioambiental Social na: 1) Gestão pública do meio ambiente, na avaliação de
167
Carnevale (2012), mas, nos ENPESS totalizaram programas/projetos ambientais; 2) EA; 3) Saúde e sustentabilidade
também analisou artigos 58, mas, a autora analisou socioambiental; 4) DS; 5) Conflitos e justiça ambiental; 6) Infância
publicados no XII e XIII 41. No dossiê específico da e meio ambiente; 7) Organização política, participação social.
ENPESS (2010 e 2012) e Revista Katálysis (v. 15, n. Identificou que a questão socioambiental, é incorporada pela
na Revista Katálysis. 1, 2012) foram publicados profissão através de dois blocos ídeo-políticos: 1) ecossocialista; 2)
10 artigos, mas a autora ecocapitalistas (que se dividem em ecodemocratas e
analisou 3 artigos. ecoirracionalistas). Ainda afirma que a produção de conhecimento
Totalizando 44 produções. sobre a temática recorre às correntes teórico-metodológicas de base
marxiana/marxista, positivista, fenomenológica e pós-moderna.
Analisou dissertações e Identificou, através dos As problemáticas desenvolvidas nas pesquisas compreenderam
teses de PPGSS no títulos dos trabalhos, 116 temas distintos: EA; conflitos socioambientais e apropriação do
período de 2002 a 2012. dissertações e 53 teses que espaço; formação profissional e relação com a questão
abordavam a questão socioambiental; análise da produção de artigos sobre a temática nos
socioambiental. CBAS; o conceitual marxista sobre a temática; debate sobre DS e
Para análise refinou a sua relação com o modo de produção; papel das ONGs nas políticas
Silveira
busca, identificando 59 socioambientais, gestão ambiental e Serviço Social; Serviço Social e
(2015) dissertações e 14 teses, sua atuação com o DS.
contudo, analisou 5 A partir da análise, apurou que nem todos os trabalhos
dissertações e 4 teses. desenvolveram, de forma consistente, uma opção teórica clara e/ou
coerente acerca da questão socioambiental, além de certo ecletismo
teórico. Neste ínterim, referiu que todas as dissertações analisadas se
inseriam numa matriz teórica de orientação marxista.
Fonte: Elaborado pela autora
168
47
A categoria profissional apresentou discussões sobre processos de
remanejamento e remoção das famílias realizadas pelo Estado, a exemplo da
publicação de CRESS (2012), CFESS (2013) e Vieira (2015).
169
Quadro 14: Cursos lato sensu EAD no Serviço Social com menção ao tema
Curso e informações sobre a referência à questão
Região UFA
socioambiental
Centro
•Políticas e Gestão de Serviço Social
Universitário
Destaque para duas disciplinas sobre o tema: 1) Políticas
SC Leonardo Da
Públicas e Desenvolvimento Sustentável e 2) Política
Vinci
Urbana e Ambiental.
(UNIASSELVI)
Centro •Serviço Social: fundamentos e competências
Universitário profissionais
PR
Internacional Uma das disciplinas do “Módulo Políticas” foi denominada:
(UNINTER) “Políticas Públicas Ambientais e Desenvolvimento Social”.
Faculdade de •Serviço Social em Situações de Desastre
Administração, Além de fazer menção à ética profissional e legislações para
PR Ciências, a Assistência Social, foca no debate sobre as Respostas em
Educação e Emergências e Desastre e o Sistema Nacional da Defesa
Letras (FACEL) Civil.
Centro
Universitário da •Desafios Contemporâneos do Serviço Social
Fundação Uma das disciplinas do curso é denominada: Serviço Social
MG
Educacional e as questões socioambientais: política pública e gestão
Guaxupé ambiental.
(UNIFEG)
Faculdade •Serviço Social em Situações de Desastre
RJ
Unyleya Apresenta o mesmo conteúdo programático que a UNIFEG.
•Gestão em Serviço Social
Universidade
A matriz aborda algumas temáticas e, dentre do item
MS Católica Dom
“Consultoria e Assessoria em Serviço Social”, faz menção
Bosco (UCDB)
ao meio ambiente.
Fonte: Elaborado pela autora
Quadro 15: PPG na área de Serviço Social com linhas de pesquisa com menção
à questão socioambiental
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Área de concentração: Serviço Social, Políticas Sociais e
Sustentabilidade na Amazônia
UFAM Linhas: 1) Questão Social, Políticas Públicas, Trabalho e Direitos
Sociais na Amazônia (ementa); 2) Serviço Social, Diversidade
Sócio-Ambiental e Sustentabilidade na Amazônia
Área de concentração: Serviço Social, Movimentos Sociais e
Direitos Sociais
UFPE
Linha de Pesquisa: Capitalismo contemporâneo, questão
ambiental e Serviço Social
Área de concentração: Serviço Social, Questão Social, Direitos
Sociais
PUC/Rio
Linha de Pesquisa: Questões socioambientais, urbanas e formas de
resistência social
Área de concentração: Questão Social, Políticas Sociais e Serviço
UFRJ Social; 2) Cultura, Cidadania e Serviço Social
Linha de Pesquisa: Temas urbanos (ementa)
Área de concentração: Serviço Social, Políticas Sociais e Direitos
Humanos
UNIOESTE
Linha de Pesquisa: Políticas Sociais, Desenvolvimento e Diretos
Humanos (ementa)
Programa de Pós-Graduação em Política Pública
Área de concentração: 1) Políticas Públicas e Movimentos Sociais;
2) Políticas Sociais e Programas Sociais
UFMA
Linha de Pesquisa: Desenvolvimento, Questão Agrícola e Agrária
e Meio Ambiente
PPG em Políticas Públicas e Desenvolvimento Local
Área de concentração: Políticas de Saúde, Processos Sociais e
Desenvolvimento Local
EMESCAM
Linha de Pesquisa: Processos de Trabalho, Políticas Públicas e
Desenvolvimento Local
Fonte: Elaborado pela autora
Quadro 16: PPG na área de Serviço Social com disciplinas sobre o tema
Disciplinas
UFS Questão Ambiental e Serviço Social
PUC-RIO Questões Socioambientais Urbanas
Questão Agrária e Política Agrícola; Desenvolvimento e Economia
UCPEL
Política na América Latina
UERN Questão Social e Serviço Social
UECE Seminário Desenvolvimento e Meio Ambiente
Políticas Públicas Ambientais, Desenvolvimento e Direitos
UNIOESTE
Emergentes
UNESP A educação ambiental como estratégia sócio-ambiental
UFPE Questão ambiental, dinâmica capitalista e Serviço Social
Sociedade, Políticas sócio-ambientais e Serviço Social no
UFSC
capitalismo; A lógica Destrutiva Ambiental e o Mundo do Trabalho
UFMA Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente
UFPA Sociedade, Natureza e Território
UFRN Questão Socioambiental e Serviço Social
UFAM Sustentabilidade e Serviço Social na Amazônia
Fonte: Elaborado pela autora
23
14 14 13
6 3 5 6 8 5 6
1 1 1 4 2 2
48
Das 14 UFAS, 12 (UNA; UNISUAM; UVA; UFAL; UFAM; UFPA;
UNIOESTE; UCS; ULBRA; FMU; UNAERP; UNIVAP) dispunham de dois
cursos em campus distintos, sendo que em 2 UFAS (UFAL; UNIOESTE), a
matriz curricular tinha elementos distintos; 2 UFAS (UFF; UNAMA) possuíam
3 cursos e em uma (UFF) os currículos eram distintos em alguns aspectos. Para
fins da tese, contabilizaram-se os cursos que possuíam currículos diferentes, pois
não se está analisando o curso em si, mas seus currículos e ações de extensão e
pesquisa.
182
49
O número de UFAS verificadas era de 114, porém, este quadro fechou em 118,
visto que 04 UFAS foram contabilizadas em mais de uma situação em razão da
existência de mais de um curso com currículos distintos.
183
50
Somando as que fizeram referência ao tema em disciplinas obrigatórias e
optativas, tem-se 81 UFAS. Entretanto, dessas 81 UFAS, duas delas (UFF e
UNIOESTE) possuem dois cursos de Serviço Social com currículos diferentes e,
por isso, foram incorporadas mais de uma vez no Quadro. Entretanto, de qualquer
forma, ainda que com currículos distintos, trata-se da mesma UFA. Assim,
retirando essa particularidade, chega-se ao total de 79 UFAS.
51
Sem retirar as UFAS que possuem mais de um curso com o mesmo currículo,
chega-se ao total de 185 disciplinas (107 obrigatórias e 78 optativas) distribuídas
em: 17 na região Centro-Oeste com 07 UFAS/cursos; 37 na região Leste com 19
UFAS e 23 cursos; 36 na região Nordeste com 17 UFAS/cursos; 28 na região
Norte com 09 UFAS e 13 cursos; 53 na região Sul I, com 19 UFAS e 22 cursos
e, 14 na região Sul II com 08 UFAS/curso.
184
Quadro 19: Quantidade de disciplinas e ementários dos cursos por região onde
verificou-se a incidência da discussão da questão agrária, urbana e/ou ambiental
Nº QUANTIDADE DE DISCIPLINAS EMENTÁRIO
REGIÃO DE CURSO Disciplina Disciplina
UFAS TOTAL COM SEM
Obrigatória Optativa
Centro 07
07 17 13 04 11 06
Oeste UFAS
19
Leste 20 33 15 18 16 17
UFAS
17
Nordeste 17 36 09 27 25 11
UFAS
09
Norte 09 18 11 07 04 14
UFAS
19
Sul I 20 46 30 16 33 13
UFAS
08
Sul II 08 14 12 02 11 03
UFAS
TOTAL: 79 81 164 90 74 100 64
Fonte: Elaborado pela autora
Questão
Socioambien
53 5 5 15 6 19 3
tal
Gerais 55 8 8 10 7 13 9
Habitação 12 4 1 2 4 1
Questão
10 4 3 3
Urbana
Urbano e
11 2 4 1 1 3
Rural
Questão
8 1 2 3 2
Agrária
Urbano e
Meio 5 3 1 1
Ambiente
Urbano e
2 1 1
Habitação
Urbano e
2 1 1
Agrário
Questão
2 2
Fundiária
Agrário e
Meio 1 1
Ambiente
Agrário e
1 1
Rural
Rural 1 1
Urbano e
1 1
Fundiário
Total 164 17 33 36 18 46 14
Fonte: Elaborado pela autora
52
Os limites a que se refere aqui dizem respeito, principalmente, ao aligeiramento
do ensino, onde os conteúdos programáticos das disciplinas são organizadas
dentro de uma carga horária específica que, muitas vezes, impossibilitam o
aprofundamento dos debates.
192
53
Disciplinas denominadas: “Serviço Social: Questão Regional e Local”;
“Capitalismo e questão regional”; “Questão Social da Amazônia”; “Realidade
Regional”; “Questão social e desigualdades sócio-territoriais”, entre outras.
193
e/ou trabalham neste espaço, da luta pela terra e pela Reforma Agrária,
entre outros. Tais questões podem contribuir para romper com o dualismo
rural e urbano, além de demarcar a necessidade de pensar sobre as
demandas profissionais nessas esferas.
Por fim, outro destaque em relação aos títulos e ementas, diz
respeito ao fato de alguns cursos incluírem nos currículos disciplinas
optativas de outros cursos, aspecto este que, aparentemente, indica certo
estímulo para que os alunos busquem referências externas à profissão.
Tais disciplinas recebiam as nomenclaturas: “Sociologia Rural”;
“Antropologia Urbana”; “Sociologia do Meio Ambiente”; “Direito
Ambiental”; “Direito Agrário”; “Geografia Agrária”, entre outros.
Não desconsiderando a necessária interlocução da profissão com
outras áreas, o fortalecimento da interdisciplinaridade e a superação do
endogenismo, é preciso discutir sobre como os alunos vêm incorporando
os debates realizados nas disciplinas promovidas por outros cursos, no
sentido de se atentar para os cuidados com ecletismos observados em
alguns trabalhos no Serviço Social, conforme será referido na subseção
4.4.1. Além disso, tal ressalva é feita também no sentido de afirmar que,
ainda que as outras áreas de formação são importantes para o
aprofundamento das discussões sobre a questão agrária, urbana e
socioambiental, não é de responsabilidade destes trazerem à tona as
atribuições e particularidades da ação do Serviço Social nessas áreas.
Após a explanação das disciplinas sobre a questão agrária, urbana
e socioambiental, considerando o objeto do estudo, faz-se destaque às 46
UFAS (ver Apêndice D) que possuem 59 disciplinas cuja titulação indica
para uma ênfase na questão socioambiental. Deste total, acessou-se a
ementa de 28 disciplinas.
Conforme Quadro 23, em relação às nomenclaturas estas seguiam
padrões semelhantes, utilizando na titulação terminologias como
“questão ambiental”, “desenvolvimento sustentável”, “educação
ambiental”, “gestão ambiental”, “meio ambiente”, “sustentabilidade”,
“política pública” e “Serviço Social”.
196
Quadro 22: Titulações das disciplinas que versam sobre a questão socioambiental
Categoria Principal Título da disciplina Nº disc.
• Serviço Social e a Questão Ambiental 2
Serviço Social Meio
• Serviço Social e Meio Ambiente 6
Ambiente / Questão
• Serviço Social em meio ambiente 1
Ambiental /
Sustentabilidade • Serviço Social e a Sustentabilidade 2
TOTAL 11
• Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente 3
• Desenvolvimento Sustentável; 1
• Ética e Desenvolvimento Sustentável; 1
Desenvolvimento
• Desenvolvimento Sustentável e Inclusão Social; 1
Sustentável 1
• Educação para o Desenvolvimento Sustentável;
• Núcleo Temático: Meio Ambiente, DS e Educação Ambiental 1
TOTAL 8
• Desenvolvimento e Sustentabilidade 2
• Meio Ambiente e Sustentabilidade; 2
Sustentabilidade
• Sustentabilidade Ambiental e Economia Solidária 1
TOTAL 5
• Sociedade e Meio Ambiente 3
• Sociedade, natureza e desenvolvimento: relações locais e globais; 1
Sociedade, natureza,
• Desenvolvimento, Sociedade e Preservação Sócio Ambiental; 1
Meio Ambiente e
Desenvolvimento • Natureza, Cultura e Sociedade; 1
• Desenvolvimento, meio ambiente e poder local 1
TOTAL 7
197
TOTAL 5
Questão Agrária e • Questões Agrárias e Meio Ambiente na Amazônia 1
Meio Ambiente TOTAL 1
• Direito Ambiental; Saúde Ambiental; Sociologia do Meio Ambiente; Reflexões ambientais; 6
Outros
Ciências Ambientais
TOTAL: 59 DISCIPLINAS
Fonte: Elaborado pela autora
198
Fazendo referências às 28 ementas acessadas, conforme Quadro 24, independentemente do que foi denominado
como “categoria principal”, as discussões da Gestão Ambiental, Política Ambiental, as referências ao desenvolvimento
econômica capitalista e as implicações socioambientais deste desenvolvimento, são aspectos pontuados na maioria das
ementas.
Quadro 23: Análise das ementas das disciplinas que versam sobre a questão socioambiental
Categoria
Análise das ementas
Principal
As 07 disciplinas com ementa referiam sobre o Serviço Social. Além disso, em 03 destacava-se a
Serviço Social e necessidade de dialogar sobre a influência do capitalismo sob o meio ambiente; 03 trouxeram à tona as
Questão Ambiental legislações relativas ao tema; 03 deram centralidade aos mecanismos sociais de controle ambiental e
formas de enfrentamento e resistência da população; 02 fizeram referência à EA, entre outros.
As 03 disciplinas com ementa faziam menção ao DS, contudo, uma referia sobre sustentabilidade,
Desenvolvimento desenvolvimento e movimentos sociais; outra sobre as consequências ambientais do desenvolvimento e
Sustentável a teoria da sustentabilidade; a terceira referia sobre a EA, conscientização, resíduos sólidos e Serviço
Social.
As 02 disciplinas discorrem sobre a sustentabilidade e o Serviço Social. Em uma delas sugeria-se a
Sustentabilidade discussão das transformações ambientais no capitalismo e da relação entre questão social e questão
ambiental.
De 06 disciplinas, destaca-se que a primeira refletia sobre a natureza, economia, política e cultura; a
segunda sobre diferentes modos de vida e ambiente; a terceira sobre urbanização e crise ambiental,
Sociedade,
consumo sustentável e a gestão dos recursos naturais; a quarta referia sobre o capitalismo e o impacto do
natureza, Meio
desenvolvimento econômico na vida das populações tradicionais; a quinta ementa destacava a relação
Ambiente e
entre questão social e questão ambiental, com destaque aos movimentos sociais, responsabilidade
Desenvolvimento
socioambiental, política de saneamento e a relação saúde e ambiente; a sexta fazia menção ao DS e
planejamento do desenvolvimento local.
199
Quadro 25: Amostra da pesquisa e o debate da questão socioambiental no ensino, na pesquisa e/ou extensão e PPG
Natureza
Região UFAS Ensino Pesquisa e/ou Extensão PPG
Adm.
Disciplina Obrigatória: Serviço Social e questão
UFMT Federal ambiental Linha de Pesquisa específica Linha de pesquisa
Centro
Referência na ementa de disciplinas obrigatórias
Oeste
Disciplina Optativa: foco DS.
PUC/GO Privada X
Referência em ementas de disciplinas obrigatórias
Referência mais direta à possibilidade do debate na Linha de pesquisa
PUC/Rio Privada Linha de Pesquisa específica
Leste disciplina optativa Seminário de Conteúdo Variável específica
UFES Federal Disciplina optativa: Serviço Social e Meio Ambiente Linha de Pesquisa específica X
Disciplina Optativa: Gestão Ambiental e da discussão Dispõe de 04 Grupos de pesquisa Linha de pesquisa
UFPE Federal
de gênero e Políticas Públicas que versam sobre o tema específica
Nordeste UCSAL Privada Disciplina obrigatória: Educação Socioambiental
Referência mais direta à possibilidade de inclusão em Projetos de Extensão e Núcleo de
UFS Federal X
disciplinas com discussão de temas emergentes Pesquisa com linha sobre o tema
Dispõe de 04 Grupos de pesquisa
Linha de pesquisa
UFAM Federal Disciplina optativa: Questão Agrária e Meio Ambiente que versam sobre o tema e
específica
Norte referências à extensão
Disciplinas obrigatórias: Responsabilidade
UNAMA Privada
Socioambiental e Gestão Ambiental e Serviço Social
Projetos de Extensão; Programa de
UNIOESTE Estadual Disciplina optativa sobre DS EA Educação Tutorial e Grupo de X
Sul I
Pesquisa específico
PUC/RS Privada Disciplina optativa Preservação Socioambiental X
Referência à disciplina optativa Tópicos Especiais e da
UNESP Estadual Grupo de Pesquisa específico X
disciplina obrigatória sobre realidade regional.
Sul II
Disciplina optativa sobre Saúde Socioambiental.
UNIFESP Federal Grupo de Pesquisa específico X
Disciplina obrigatória: Natureza, Cultura e Sociedade
Fonte: Elaborado pela autora
Nota: Em destaque as UFAS onde entrevistaram-se docentes.
208
Ainda que nesta e nas demais subseções seja dada mais visibilidade
às 08 UFAS em destaque no Quadro 26, é oportuno fazer referência aos
PPP dos cursos que compuseram a amostra e que foram acessados, para,
na sequência, trazer dados sobre a caracterização das entrevistadas – estes
denominadas com o termo “Docente” ou “D” seguido de números.
Dito isso, refere-se que o PPP e a matriz curricular expressos neste
documento não se constitui como uma simples justaposição de conteúdos
programáticos. Ou seja, expressam a direção social que se deseja imprimir
no projeto de formação e, em razão deste entendimento é que boa parte
dos PPP apresentavam não apenas a estrutura curricular, mas, também
informações relativas à profissão; à região que o curso está vinculado;
breve histórico sobre a constituição da Universidade e/ou do curso com
informes relacionados a outros projetos pedagógicos implementados,
além de referências ao corpo docente e discente.
Dos 07 PPP acessados (UNESP, UFPE, PUC/GO, UNIFESP,
UNIOESTE, PUC/Rio e UNAMA), 02 datam de 2009, 01 de 2012, 01
não tem a data informada e 03 são recentes, reformulados a partir de 2014.
Além destes, outras UFAS que compuseram a amostra passaram ou estão
em processo de reformulação do PPP, porém, não foi possível acessá-los.
Nestes PPP era feito menção que o processo de revisão curricular
desencadeado na década de 1990 que culminou nas “Diretrizes Gerais
para o curso de Serviço Social” aprovadas pelo MEC em 2002, constituiu
uma referência para que os cursos realizassem uma reformulação a partir
do período supracitado, visto o trabalho de mobilização da ABEPSS junto
às UFAS. Porém, ainda que fizessem referência a esta Diretriz, estes
Projetos pouco detalhavam as discussões travadas no âmbito local que
possibilitassem evidenciar o entendimento dos docentes e discentes sobre
a necessidade de repensar determinados conteúdos curriculares para tanto
se aproximar das Diretrizes quanto da realidade particular de cada curso.
A questão socioambiental foi descrita no PPP na menção à
possibilidade de discussão em disciplina (UNESP, UFPE e PUC/Rio);
como menção à disciplina e na referência que o assistente social poderia
atuar nesta área (PUC/GO); na menção disciplinar, contudo, com uma
proposta do curso de inserir o tema no tripé da formação numa perspectiva
interdisciplinar, fazendo referência à necessidade de adequar o ensino às
exigências das Diretrizes Nacionais da Educação Brasileira, da PNEA,
entre outras (UNIFESP e UNIOESTE); na referência disciplinar e na
indicação de que o TCC deveria ser elaborado a partir de linhas de
pesquisa, sendo que uma delas trazia a questão socioambiental como eixo
temático (UNAMA).
209
4.4.1.1 Ensino
Quadro 27: Informações sobre as disciplinas das UFAS que compõe a amostra
INSERÇÃO DA QUESTÃO SOCIOAMBIENTAL NO
UFAS
ENSINO
Eventualmente, discute-se sobre a questão urbana e
PUC/Rio socioambiental na disciplina optativa “Seminário de
Conteúdo Variável”
Disciplina optativa específica: Questões Agrárias e Meio
UFAM
Ambiente na Amazônia
Disciplina obrigatória: “Serviço Social e Realidade
UNESP Regional” e disciplina optativa “Tópicos Especiais” com
sugestão de inclusão da questão socioambiental
Disciplina optativa específica: “Gestão Ambiental: gênero e
UFPE
políticas públicas”
A disciplina optativa específica intitulada “Desenvolvimento,
Sociedade e Preservação Sócio Ambiental” foi extinta,
PUC/RS sendo mencionado que o debate seria incorporado na
disciplina sobre direitos humanos, mas não se acessou a
ementa
Disciplina optativa específica: “Desenvolvimento
Sustentável e Meio Ambiente”, e referência na ementa de
PUC/GO
disciplinas obrigatórias: “Capitalismo e Questão Social” e
“Questão Urbana, Rural e Movimentos Sociais”
Disciplina optativa específica: “Seminários Temáticos:
UNIFESP Saúde Socioambiental” e disciplina obrigatória: Natureza,
Cultura e Sociedade
Disciplina optativa específica: “Núcleo Temático: Meio
UNIOESTE Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Educação
Ambiental”
Fonte: Elaborado pela autora
220
Ainda neste sentido, apesar de sinalizar que não percebia que estes
apresentavam resistência ao tema, a fala da Docente 4, assim como da D2,
sinaliza para o fato dos docentes disporem de uma visão restrita da
questão socioambiental, não reconhecendo as contribuições deste debate
em pesquisas desenvolvidas, conforme exemplificado pela docente:
54
Ainda que tenham feito algumas explanações, as demais docentes que estão
vinculadas tanto à graduação quanto Pós-Graduação (D4, D5, D6, D7 e D8) não
fizeram referências sobre diferenças observadas nesses níveis de formação
especificamente no que diz respeito ao debate da questão socioambiental.
232
55
Para detalhar, uma das docentes referiu proximidade com o tema quando
passou a trabalhar na universidade e se vinculou a um projeto de extensão que
discutia agroecologia e desenvolveu ações de assessoria aos agricultores que
plantavam fumo; outra entrevistada também referiu que quando se vinculou à
docência se envolveu com atividades de extensão onde participou do processo
preparatório da Rio-92 e se aproximou da discussão; a terceira docente referiu
sobre a formação a nível de mestrado e doutorado em Saúde e Ambiente.
252
Além desta questão exposta pela docente, foi possível observar que
algumas disciplinas presentes nos cursos traziam a questão
socioambiental articulando-a a outras temáticas que eram objeto de
estudo do docente que ministrava a disciplina, a exemplo da denominada
“Saúde Socioambiental”; “Gestão Ambiental: Gênero e Políticas
Públicas” e “Seminário de Conteúdo Variável: questão ambiental e o
direito à cidade”. Em nenhuma delas, por exemplo, fez-se destaque ao
Serviço Social – questão esta que diferiu de alguns PPG, a exemplo do
visualizado nos Programas das Disciplinas enviados pela D1 e D2.
Fazendo referência às ementas, objetivos e conteúdo programático
de cada uma das disciplinas, observou-se nos documentos acessados e nas
entrevistas questionamentos em relação ao formato de disciplina proposto
quando da inclusão na matriz curricular – a exemplo do referido
anteriormente pela Docente quanto ao título – e ao que a disciplina se
propõe e o que efetivamente alcança – aspecto este que foi, inclusive,
mencionado já nesta subseção quando da citação das Docentes 2 e 3 que
trouxeram a avaliação dos discentes de que algumas disciplinas, ainda que
abrissem possibilidade para a discussão, não a vinham abordando.
•Em relação ao curso em que a Docente 3 está vinculada, mediante
análise do PPP pode-se elencar duas disciplinas que, a princípio,
evidenciavam que o debate da questão socioambiental integrava o
conteúdo especificamente. Destas disciplinas, uma era obrigatória e a
outra optativa, sendo uma com destaque para o debate da realidade
regional, com foco para a questão urbana e agrária, além de reflexões
254
56
Não se está desconsiderando que em algumas regiões brasileiras as situações
de conflito são mais evidentes que em outras, a exemplo do exposto em algumas
pesquisas que versam sobre este tema, onde, na busca por quantifica-los,
identificaram uma incidência no Nordeste seguido do Sudeste, Norte, Sul e
Centro-Oeste, além de uma referência à predominância do conflito no espaço
rural. Mais informações acessar: Fiocruz (2010) e EJOLT (s/a).
256
57
A hipótese lançada para justificar tal afirmativa, parte da constituição do GTP
e da influência positiva da tese de Maria das Graças e Silva publicada em livro
em 2010 que foi importante para divulgar, entre os Assistentes Sociais, os autores
marxistas que apresentavam reflexões sobre a questão socioambiental.
287
Ou seja, tal qual concluído também por Silveira (2015), ainda que
se evidencie uma referência expressiva da discussão da questão
socioambiental a partir do viés marxista, destaca-se que, muitas vezes, os
pesquisadores transitam entre uma e outra corrente teórico-metodológica
nem sempre compatíveis e, “mesmo as abordagens marxistas,
diferenciam-se em alguns pontos, a depender dos autores com os quais se
trabalha [...]” (SILVEIRA, 2015, p. 306).
4.4.1.2 Pesquisa
4.4.1.3 Extensão
Ainda que não estivesse vinculada a esta ação, outra docente faz
menção a um projeto criado por assistentes sociais recém-formadas que
se manteve articulada com a universidade, onde trabalhavam questões
relativas ao meio ambiente junto às escolas, mas, também, junto à
comunidade, a exemplo de uma ação de geração e trabalho e renda para
que moradores que residiam no entorno de um lixão passassem a fazer
artesanato com matéria reciclável (D5).
Outro exemplo consiste no relato da Docente 7 que referiu ações
de extensão realizadas de forma interdisciplinar junto a pesquisadores de
uma região que foram afetados por um desastre que, dentre outros
impactos, acarretou na poluição da água e morte de peixes. Contudo, para
realização da ação, a docente destacou entraves relativos à falta de
recursos dispensados pela universidade, aspecto este que fez o núcleo
buscar parcerias: “[...] a gente tem alguns projetos em negociação com o
Ministério Público [...] voltados para a recuperação de danos
ambientais. A ideia é que as multas ambientais que a gente receba, em
função dos danos ambientais causados pelas empresas da região, elas
fiquem na própria região”.
Ainda que com os desafios, a referida Docente pontuou acreditar
no potencial da extensão, referindo que esta é uma ação, integrada à
pesquisa e ao ensino que:
Tal análise foi exposta por Iamamoto (2007) quando afirmou que
anos 80 o Serviço Social avançou na análise das Políticas Sociais
Públicas, contudo, este aspecto redundou na secundarização da análise
dos sujeitos sociais, da dinâmica da sociedade civil e da compreensão dos
segmentos sociais que são o público das ações profissionais. Neste
ínterim, travando na época o debate de um novo projeto de formação,
reforçava-se que uma das exigências era estimular a aproximação dos
assistentes sociais às condições de vida das classes subalternas e suas
formas de luta e organização, visto que o profissional dispõe de condições
privilegiadas “de recriar aquela prática profissional nos rumos aventados,
exigindo que a formação universitária possa dotar os assistentes sociais
de subsídios teóricos, éticos e políticos que lhe permitam – se assim o
desejarem – contribuir, de mãos dadas, para o trajeto histórico em rumo
aos novos tempos” (IAMAMOTO, 2007, p. 200).
Esta análise encontra ressonância com o exposto por 03
entrevistadas quando refletiam sobre a questão socioambiental e as
contribuições do Serviço Social e, reforçando a estreita vinculação entre
a questão ambiental e a questão social, apreendidas como partes
constitutivas de uma totalidade complexa, as mesmas referiram que:
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
58
Apenas dois cursos discorriam no PPP que a incorporação da questão
socioambiental no ensino, na pesquisa e extensão se dava tanto por um
entendimento da relevância do tema para a profissão quanto para contemplar as
Diretrizes Curriculares para a Educação Brasileira, a exemplo da que refere a EA.
344
6 REFERÊNCIAS
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autonomia-da-ufal-e-exonera-gestora-do-hospital-universitario/>.
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<https://drive.google.com/file/d/0B159LRiZwoG5TFFzMW9VSUs2TH
M/view>. Acesso em: out./2017.
PORTAL VERMELHO. "Quem não tem dinheiro, não tem que fazer
universidade", diz Deputado. 11 outubro 2016. [online]. Disponível
em: <http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/259908/Quem-
n%C3%A3o-tem-dinheiro-n%C3%A3o-tem-que-fazer-universidade-
diz-deputado.htm>. Acesso em: out./2016.
Organização
Região IES Natureza Adm
Acadêmica
Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC/GO Universidade Privada sem fins lucrativos
Centro
Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT Universidade Pública Federal
Oeste
Universidade de Brasília – UNB Universidade Pública Federal
Leste Universidade Federal do Espírito Santo – UFES Universidade Pública Federal
Leste Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/Minas Universidade Privada sem fins lucrativos
Leste Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF Universidade Pública Federal
Leste Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP Universidade Pública Federal
Leste Centro Universitário UNA Centro Universitário Privada com fins lucrativos
Leste Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/Rio Universidade Privada sem fins lucrativos
Leste Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ Universidade Pública Estadual
Leste Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Universidade Pública Federal
Leste Universidade Federal Fluminense – UFF Universidade Pública Federal
Leste Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO Universidade Pública Federal
Leste Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Universidade Pública Estadual
Nordeste Universidade Federal de Alagoas – UFAL Universidade Pública Federal
Nordeste Universidade Católica de Salvador – UCSAL Universidade Privada sem fins lucrativos
Nordeste Universidade Federal da Bahia – UFBA Universidade Pública Federal
Nordeste Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará Instituto Federal Pública Federal
Nordeste Universidade Estadual da Paraíba – UEPB Universidade Pública Estadual
Nordeste Universidade Federal da Paraíba – UFPB Universidade Pública Federal
Nordeste Faculdades Integradas de Patos – FIP Faculdade Privada sem fins lucrativos
Nordeste Universidade Federal de Pernambuco – UFPE Universidade Pública Federal
Nordeste Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN Universidade Pública Estadual
384
Nordeste Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Universidade Pública Federal
Nordeste Universidade de Tiradentes – UNIT Universidade Privada com fins lucrativos
Nordeste Universidade Federal de Sergipe – UFS Universidade Pública Federal
Nordeste Universidade Federal de Campina Grande – UFCG Universidade Pública Federal
Norte Universidade Federal do Amazonas – UFAM Universidade Pública Federal
Norte Universidade Federal do Maranhão – UFMA Universidade Pública Federal
Norte Universidade Federal do Piauí – UFPI Universidade Pública Federal
Norte Universidade da Amazônia – UNAMA Universidade Privada com fins lucrativos
Norte Universidade Federal do Pará – UFPA Universidade Pública Federal
Norte Fundação Universidade Federal do Tocantins - UFT Universidade Pública Federal
Sul I Pontifica Universidade Católica do Paraná – PUC/PR Universidade Privada sem fins lucrativos
Sul I Universidade Estadual de Londrina – UEL Universidade Pública Estadual
Sul I Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE Universidade Pública Estadual
Sul I Pontifica Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC/RS Universidade Privada sem fins lucrativos
Sul I Universidade de Caxias do Sul – UCS Universidade Privada sem fins lucrativos
Sul I Universidade de Santa Cruz – UNISC Universidade Privada sem fins lucrativos
Sul I Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS Universidade Privada sem fins lucrativos
Sul I Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA Universidade Pública Federal
Sul I Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS Universidade Pública Federal
Sul I Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Universidade Pública Federal
Sul II Centro Universitário de Lins – UNILINS Centro Universitário Privada sem fins lucrativos
Sul II Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUC/Campinas Universidade Privada sem fins lucrativos
Sul II Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP Universidade Privada sem fins lucrativos
Sul II União das Faculdades dos Grandes Lagos – UNILAGO Faculdade Privada sem fins lucrativos
Sul II Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP Universidade Pública Estadual
Sul II Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP Universidade Pública Federal
385
3) Michela K. C. Alves dos Santos Agroecologia e Serviço Social uma interação necessária
Responsabilidade socioambiental no setor sucroalcooleiro de Alagoas
4) Tauana Samara DA Silva Santos
um espaço de atuação do Assistente Social
5) Aliceane de Almeida Vieira et al. Habitabilidade urbana, saúde ambiental e Serviço Social
A prática do Assistente Social em projetos socioambientais: uma
6) Valéria C. Aldeci de Oliveira et al. experiência de Extensão Universitária junto aos moradores da
Travessa dos Palmares, Cruz das Armas João Pessoa/PB
7) Gilvaneide Silva; Emmanuelle Favela problema x favela solução: um estudo das mudanças das
Azevedo; Elizete Leitão de Santana diretrizes para habitação de interesse social
Desenvolvimento e a questão ambiental: A vivência de estudantes do
8) Iara V. F. de Santana; Pedro V. de A. Serviço Social em comunidades impactadas por alguns
Neto; Rafaela Silveira de Aguiar empreendimentos do PAC no município de São Gonçalo do Amarante
– CE.
Conflitos socioambientais e relações de gênero e raça: uma
9) Vitória R. F. Gehlen et al.
experiência no quilombo onze negras
Pesquisa-ação e Serviço Social: um relato de experiência do Grupo
10) Maria do P. S. R. Chaves et al.
Inter-Ação em comunidades ribeirinhas na Amazônia
11) Eugênia Aparecida Cesconeto Os Conselhos de Meio Ambiente: algumas considerações
12) Milena F. Barroso; Rívera B. da Questão Ambiental: análises sobre o lixo das alegorias produzido no
Silva; Marcos A. Lima da Costa festival folclórico de Parintins
“Tô enfiado no lixo, é um bairro sujo”: a situação de Maranguape I –
13) Hortência Silva; Silvana Silva
Paulista/PE
Do Império Verde ao Império Cinza: as transformações ocorridas no
14) Cicera Maria dos Santos Gomes
município do Cabo de Santo Agostinho – PE
15) Jacqueline Guimarães; Olinda
Políticas Públicas Ambientais na Amazônia?
Rodrigues
Impactos Ambientais e o Gerenciamento inadequado dos resíduos
16) Marilla de Oliveira Moura
hospitalares
Sustentabilidade e Inclusão Social: Estudo sobre programas e/ou
17) Marinez Gil Nogueira; Silvania Q. e
projetos implementados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente
Silva; Ana Rafael G. Lemos
e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas
18) Albados Prazeres de Andrade; O Programa Bolsa Floresta na reserva de desenvolvimento sustentável
Heloisa Helena Correa da Silva do Uatumã no Amazonas
19) Emanoela Vogel, Laura Neitsch A teoria marxista na análise da degradação ambiental
391
26) Itaciara Prestes da Silva; Francileide A questão socioambiental na organização sociopolítica e cultural das
Moreira Lima Bindá comunidades ribeirinhas na Amazônia
A carcinicultura no Rio Grande do Norte: uma análise dos impactos
27) Andréa Lima da Silva socioambientais nas condições de vida dos/as “trabalhadores/as do
mar”
28) Andrea Sousa Soares; Ilena Felipe Serviço Social e Meio Ambiente: Experiência de Educação Ambiental
Barros; Lanara S. G Costa Andrade com crianças atendidas pelo CRAS - Bom Jesus/RN.
29) Andréa Silva; Silvana Santos; Tibério Crise sociambiental no marco da produção destrutiva: o litoral
Lima Oliveira nordestino em cena
Saúde ambiental e as condições de vida das pessoas trabalhadoras na
30) Ewene Rayane Silva et al.
Mata Sul de Pernambuco
31) Jailson Ramos Messias; Sheyla Educação Ambiental e o fortalecimento da organização
Zacarias da Cruz social: reflexões da intervenção de estágio no PEAC
A agricultura familiar como estratégia para o Desenvolvimento
32) Edir Vilmar Henig
Sustentável
A Política Nacional de Resíduos Sólidos: Reflexos nas cooperativas
33) Carla M. de Oliveira et al.
de reciclagem da cidade do Natal
Sustentabilidade na concepção dos extrativistas da Resex Cajari,
34) Maria do S. C. Cardoso
Amapá, Brasil
“Área de risco” x “Sentidos do lugar”: a luta pela classificação do
35) Maria Auxiliadora Ramos Vargas
mundo no contexto dito ‘desastre’
Saúde Ambiental e Serviço Social: o caso da Charneca, Cabo de Santo
36) Carlos W. Pedrosa dos Santos
Agostinho – Pernambuco
A insustentabilidade ambiental no arranjo produtivo local de
37) Silvana Crisóstomo da Silva; Maria
confecções do Agreste Pernambucano: a dinâmica socioambiental de
das Graças e Silva
Toritama/PE
Responsabilidade socioambiental: um novo espaço de atuação
1) Gisele Oliveira de Alcantara
Eixo: 3 Questões Agrária, ocupacional do Serviço Social
XIV 2) Gisele Alcantara; Alexsandro C.
Urbana, Ambiental e O mito do crescimento econômico e a natureza como refém
ENPESS Nascimento
Serviço Social
2014 O Serviço Social no enfrentamento dos problemas ambientais: desafios
Subeixo: 3.2 Questão 3) Tamires Barros de Almeida
ambiental e possibilidades nesse novo espaço sócio-ocupacional
4) Alba dos Prazeres de Andrade As lutas sociais na Amazônia: terra e sustentabilidade ambiental
394
Desenvolvimento e
X
sustentabilidade
Fundação Universidade Federal do
X Universidade Pública Federal Sociedade e Meio Ambiente X
Tocantins - UFT
Responsabilidade
X
Universidade da Amazônia – Privada com fins Socioambiental
X Universidade
UNAMA lucrativos Gestão Ambiental e Serviço
X
Social
Universidade Federal do Questões Agrárias e Meio
X Universidade Pública Federal X
Amazonas – UFAM Ambiente na Amazônia
Universidade Federal do A questão ambiental e as
X Universidade Pública Federal X
Maranhão – UFMA políticas públicas
Questão Ambiental e Serviço
X
Social
Centro Universitário Franciscano Centro Privada sem fins
Educação Ambiental X
– UNIFRA Universitário lucrativos
Desenvolvimento Sustentável e
X
Inclusão Social
Faculdades Integradas do Brasil – Centro Privada com fins Meio Ambiente e
X
UNIBRASIL Universitário lucrativos Sustentabilidade
Pontifica Universidade Católica do Privada sem fins Desenvolvimento Sociedade e
X Universidade X
Rio Grande do Sul – PUC/RS lucrativos Preservação Sócio Ambiental
Universidade Católica de Pelotas – Privada sem fins
Sul I Universidade Reflexões ambientais X
UCPEL lucrativos
Desenvolvimento Sustentável X
Universidade do Sul de Santa Privada sem fins
Universidade Responsabilidade Social e
Catarina – UNISUL lucrativos X
Sustentabilidade
Universidade do Vale do Rio dos Privada sem fins Saúde Ambiental e
X Universidade X
Sinos – UNISINOS lucrativos Epidemiologia
Universidade Estadual de Ponta Serviço Social e Meio
Universidade Pública Estadual X
Grossa – UEPG Ambiente
Universidade Estadual do Centro Serviço Social e a
Universidade Pública Estadual X
Oeste – UNICENTRO Sustentabilidade
400