01 Knotted - The Golden Line - Addison Cain

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The Golden Line é um romance Ômegaverse sombrio e sinistro para

aqueles com gostos distorcidos e um amor por vilões deliciosos. A


troca completa de poder domina essas páginas, assim como um herói
alfa atencioso que você adorará.
Capítulo 1
Eles estavam vindo.

Com a boca escancarada como um peixe e os olhos arregalados e bloqueados


nas vigas robustas acima de sua cama, Morgana saiu de seu sono em agonia. Ela
não conseguia respirar. Uma grande força invisível pressionava contra suas
costelas, o peso invisível de um homem adulto agachado em seu peito como se
quisesse dizer a ela: "fique".

Traçando os lábios secos com a língua, ela fechou os olhos, contou até dez e
forçou seus pulmões a se expandir por diversas vezes. Somente então teve
coragem para trabalhar nas cãibras que atacavam seus dedos, mesmo sabendo
que não demoraria muito antes de eles crescerem retorcidos, com os músculos
apertados até que cada dedo ficasse travado no lugar.

Acordar em tal miséria só poderia significar uma coisa.

Ela não tinha muito tempo.

Morgana tinha que se esconder. Precisava sair de sua cama, ignorando o fogo
se espalhando atirando através de cada nervo, e encontrar um lugar para sofrer
sozinha antes que eles a encontraram.

Os horrores que assombravam seus sonhos todas as vésperas de sua chegada


não eram nada. A dor arranhando através de ossos tendões e quanto mais perto
eles ficavam, também não significavam nada. O sentimento de ser caçada,
deixando os cabelos em pé na parte de trás do seu pescoço, também não
importava.

A vergonha profunda para o que aconteceria se os odiados a encontrassem...


isso sim importava. E muito.

Morgana preferiria morrer. Ela nunca poderia suportar os seus olhos e mãos
sobre ela.
Alfas ...

Alfas se aproximavam. Perto o suficiente para que ela não pudesse perder
nenhum segundo precioso.

Estação após estação, eles infectavam os assentamentos testando a sua


confiança, arrastando seus amigos e familiares que nunca mais eram vistos. Todos
os colonos entendiam que a sobrevivência exigia uma demonstração de respeito
aos invasores dominantes.

Nunca olhe nos olhos deles.

Se um colono fosse abordado por um soldado alien, era esperado que se


ajoelhassem e se prostrasse para inspeção.

Nunca fale a menos que seja permitido.

Aqueles que argumentaram ou que lutaram... foram feitos de exemplos.


Morgana tinha visto coisas indescritíveis: chicotadas, marcas, execuções.

Eles levavam quem quisessem. As crianças mais velhas, homens mais jovens e
mulheres eram as opções mais escolhidas. Eles rasgavam as famílias ao meio.
Gritos suplicantes eram uma canção comum nos dias do Alfas vinham às colônias.

Alguns até ficavam paralisados para eles. Alguns desviavam o olhar.

Outros, como ela, passava seus anos atormentados por pesadelos e pesar.
Você poderia ouvi-la no assentamento depois de escurecer, o zumbido de gemidos
tristes, o ranger do seu corpo sendo jogado e revirado no suor embebido através
de seus esfarrapados lençóis.

Todo mundo sabia de sua marca.

Seu inferno pessoal era a memória imortal de seu primo mais velho e o quão
duro ele tinha lutado quando os soldados enormes o prenderam. Na época, ela era
uma criança assustada de apenas oito anos. O menino, seu herói, tinha apenas
treze.
A última vez que Morgana o viu, ele estava chamando por sua mãe, com o
sangue pingando de um lábio cortado, sendo levado por dois soldados em um
carrinho para longe.

A tia de Morgana tinha sido pressionada por seu próprio povo quando tentou
intervir. Os colonos não tinham tomado essa atitude com o intuito de serem cruéis.
Eles fizeram isso para salvar sua vida.

Durante intermináveis e terríveis meses seguidos, sua tia chorou por seu filho
roubado.

Nenhuma quantidade de reembolso tinha aliviado o desespero da mulher.


Qual era o valor que recompensaria o fato do seu único filho ter ido embora?
Ainda mais quando ela sabia que nunca iria vê-lo novamente?

Se os Alfas marcassem você, não havia retorno. Nunca.

Ninguém sabia o que acontecia com aqueles que os soldados tomavam, e os


que se atreveram a perguntar foram silenciados. Sua tia tinha sido incapaz de
manter sua língua quando os invasores Alfas retornaram na próxima temporada.
Implorando por notícia, a mulher tinha corrido para o primeiro soldado que
encontrou. Ele empurrou-a. Ela correu para outro. Por diversas vezes a história se
repetiu, mas o quinto soldado foi mais impaciente e brutal; e cortou a língua para
fora.

Sem filho, sem ter como se comunicar... Em menos de um ano ela tirou a
própria vida.

Morgana nunca deixaria tal sofrimento suceder sua mãe. E havia uma
maneira de impedir: ela não deixava os animais colocarem os olhos sobre ela
desde aquela manhã que tinham encontrado a irmã de sua mãe pendurada nas
vigas de sua própria casa humilde. Não quando seu intestino avisou que ela seria
tomada em breve.
Terríveis sonhos e a dor forte o suficiente para congelar os músculos sempre
vinham como alertas de que a chegada dos Alfas era iminente. Uma bênção e uma
maldição que ela não se atreveu a compartilhar com ninguém. Um segredo de tal
magnitude... um alarme inexplicável que advertia a chegada? Caso os Alfas
soubessem sobre isso e encontrassem a cabana vazia, todos seriam caçados e
punidos. E sua mãe seria executada por insubordinação.

Não importava o que ela tinha que suportar, nunca deixaria sua mãe desolada
e sozinha. Não importava a agonia, doença ou medo que descia em sua espinha.

Temporada após temporada, Morgana tinha superado isso. Ela tinha levado o
seu segredo para a floresta e iria fazê-lo novamente.

No entanto, naquela manhã, o corpo dela era uma bola girando de agonia, o
que a deixava quase incapaz de se mover.

Gemendo, Morgana jogou as pernas para o lado da cama. Apoiada na


cabeceira, foram necessárias quatro tentativas antes dela era capaz de levantar
seu torso. O movimento de lançar para a frente enviou a cada membro em um
espasmo, deixando-a caída em uma pilha desordenada no chão.

O junco fresco abafou o barulho de seu colapso, mas Morgana lançou um


olhar assustado para onde sua mãe suavemente roncava. Seu pouso deselegante
não tinha perturbado o sono da mulher, mas o grito de dor crescente tentando
rasgar seu caminho para fora do peito de Morgana, com certeza faria.

Mordendo a língua quando a nova onda de fogo infernal que agitou suas
entranhas em agonia, Morgana se forçou a ficar quieta e silenciosa. Sua mãe
dormia, rolando sobre o ronco ainda mais alto.

Saliva misturou-se com sangue escorrendo do canto da boca de Morgana


quando ela separou seus dentes e se atreveu chupar em uma respiração.

Era imperativo não acordar sua mãe, mas pelos espíritos, ela tinha que sair de
casa antes que ela mesma se denunciasse.
Dessa forma, a mulher não teria que mentir se fosse questionada e a
responsabilidade cairia inequivocamente sobre os ombros de Morgana, caso o seu
descumprimento nunca fosse descoberto.

Como se também entendesse que algumas coisas eram melhores se não


fossem ditas, depois de todos esses anos, sua mãe nunca questionou o porquê
Morgana tinha adequadamente sumido quando os Alfas recolheram seu primo,
uma vez que nenhuma dor advertiu o menino da invasão.

Era uma enorme vergonha que Morgana carregava, fugir cada vez que sentia
a chegada, deixando que outros fossem levados ao invés de encontrar refúgio em
algum local onde só eles conheceriam. Mas se ela avisasse os vizinhos, ficaria
exposta. Outros saberiam que havia algo de errado e que ela era uma
transgressora da lei. E Morgana sabia em seu coração que se um Alfa colocasse os
olhos nela... ela estaria perdida.

Com sua única tia morta, sua mãe ficaria sozinha com nenhuma outra família
para consolá-la.

Se Morgana fosse tomada, quem saberia como encontrar bagas hicklim


tóxicas para fazer o encantador tecido verde-tingido do qual sua mãe era famosa
por costurar? Quem recolheria ovos e depenaria as galinhas? Como sua mãe
sobreviveria sozinha?

Ela comeria seu próprio braço se isso significasse manter a mulher segura.

Febre fervente e dor excruciante? Morgana os merecia por manter seus


segredos. A boa mulher roncando no canto não o fazia.

Uma onda de náusea enrolou a língua de Morgana. Engasgando, ela


convulsionou, observando o quarto ficar cada vez mais escuro. Faltava pouco para
ela perder a consciência ali mesmo no chão.

Os machos estavam chegando mais perto. Não havia tempo a perder.


Com os braços mais pesados que pedra, Morgana empurrou seu corpo traidor
para ficar com as pernas trêmulas. Reprimindo outro grito, ela pegou a primeira
roupa que pode alcançar. Dedos torcidos por cãibras atrapalhavam os laços do
vestido, deixando-o pendurado indecentemente em seus ombros. Não haveria
botas. Ela mal conseguiu levantar um pé para seguir em frente, tropeçando
perigosamente no curto tempo que tinha até atingir apenas a porta da humilde
cabana.

A trava foi manobrada e sua fuga foi despercebida nas horas da manhã
sombria.

Esgueirando para o beco mais próximo, ela encostou contra a habitação de


um vizinho para firmar um corpo sacudido com tremores e sentiu um fio correr
para baixo da sua coxa. Claro, ela tinha se molhar.

E não poderia me importar menos.

O suor frio e o ar da manhã enevoada não fizeram nada para arrefecer o fogo
crepitante através de carne e ossos.

Cada célula de seu corpo exigia que ela ficasse imóvel e se submetesse a seu
destino.

Quantas mais estações ela poderia rastejar sem gritar antes de um vizinho
encontrá-la soluçando em uma vala?

Ela já tinha mastigado a língua sangrenta, então cravou as unhas nas palmas
das mãos até sangrarem. Qualquer coisa que levasse ficar em silêncio.

Os Alfas estavam perto, as estrelas cadentes no céu eram um sinal através da


atmosfera, indicando que eles pousariam em poucos minutos. Estariam atacando
pela aldeia antes do sol nascer, e ela deveria ser capaz de se mover ou a
encontrariam, enquanto saqueavam a colônia, transformando o local em um curral
coberto de lama.
Puxando o desespero em torno dela como um cobertor reconfortante,
Morgana forçou seu corpo para a frente mais um passo.

Levou mais de uma hora para percorrer a curta distância da cabana até o
limite do assentamento, e outra hora para balançar no caminho para a linha de
árvore mais próxima.

Não importava a vida selvagem, as florestas eram seguras o suficiente se você


soubesse onde pisar, de preferência bem longe dos guerreiros enormes, com suas
armaduras vermelhas, armas e crueldade. Enquanto os Alfas fossem de abrigo em
abrigo tomando o que desejavam, Morgana entraria em colapso sem qualquer
aviso prévio.

Durante o saque na colônia, ela sofreria sozinha.

Ela sofreria mil dias de agonia por sua mãe. Ela sofreria a culpa de ver outras
famílias lamentando seus filhos roubados após seu retorno.

E uma vez que o sol se pusesse, as naves cheias de pessoas e bens roubados
iriam embora; os Alfas não tinham nenhuma razão para ficar. Eles sempre iam
embora. Sempre. Assim como sua dor acabaria como sempre fazia.

Morgana só tinha de ficar invisível por um dia.

Mas ela não teria essa liberdade se fosse encontrada contorcendo-se na


estrada.

A curva acentuada para a direita, e a grama da manhã úmida começou a pesar


para baixo suas saias arrastando. O tecido agarrou em seus tornozelos e enviou
Morgana alastrando contra uma árvore dogwood.

Depois de dez passos do caminho de pedra, ela ficou incapaz de se mover um


único mais adiante.

Sob seu corpo, o chão era lama, encharcada com a água fresca do fluxo de fora
de alcance. Ela desejava mais que a vida apenas um gole, sentir a boca cheia de
doçura. Mas não podia se mover, por mais que tentasse.
Enrolada sobre si mesma, a agonia viajou através dos seus ossos e órgãos.
Soluçando contra a sujeira, ela só conseguia pensar no tempo perdido, o que
poderia significar uma eternidade de fogo no centro do pior inferno existente.

Por horas ela ficou deitada sentindo as raízes retorcidas febris e doentes
cavarem em sua espinha.

Horas perdida na dor.

E então as naves Alfas começaram a subir no sol. Uma por uma, dezenas de
embarcações encheram o céu e desapareceram além da atmosfera.

E com eles foram a fonte de seu tormento.

Expandindo suas costelas em sua primeira respiração completa desde antes


do sol ter subido, Morgana contraiu os dedos da mão, em seguida, os dedos dos
pés, braços, pernas, todo o movimento lentamente começando a voltar. Molhada
de suor azedo, coberta de lama seca, ela se arrastou selvagemente, despenteada e
esgotada em direção à fonte mais próxima de conforto.

A água que gotejava foi o que encheu a sua boca e deixou mãos e rosto limpos
de crostas lama e lágrimas, mas não havia nada que pudesse ser feito para seu
vestido. Estava manchado de grama e a lama fresca moldada os finos bordados de
sua mãe.

Com a garganta queimando como se tivesse sido ralada crua pela areia, disse
a si mesma para se levantar. Em meio a dores de estômago e náuseas, Morgana
encontrou seus pés e deixar a árvore em suas costas suportar seu peso até que
pode encontrar a força para ir para casa.

Com um sorriso fraco, ela entoou uma oração para o perdão.

Mas os espíritos não lhe deram ouvidos.


Capítulo 2
— Onde você esteve, Morgana?

— O quê? — Morgana empurrou de sua testa suada os fios de cabelos soltos e


cheios de lama. Ela correu os olhos do caminho empoeirado para encontrar sua
vizinha poderosamente carrancuda. — Eu fui...

Ainda cacarejando, o olhar de Hanna permanecia sobre o vestido enlameado e


entreaberto no seio de Morgana. — Cubra-se, sua vagabunda. Você não pode ter
mais laços depois de perdê-los por terem caídos na grama. Você não é tão
diferente do seu-

A calúnia não era para ser tolerada. Uma fúria instantânea ofuscou qualquer
constrangimento, e Morgana deu um passo na direção da mulher. — Eu nunca
deixaria que esses porcos me tocassem!

Com as mãos para seus quadris, Hanna balançou a cabeça. — Isso é o que
você diz, menina sem vergonha. Com quantos você se deitou para tentar comprar
clemência para sua mãe?

Morgana sentiu o gelo em suas costas, e a afronta anterior se dissolver em


ansiedade, roendo o estômago. — E a minha mãe?

— Elizabeta ousou mentir quando você não pode ser encontrada.

— Que mentira? Ela não sabia onde eu estava. — Impaciente por respostas
reais, Morgana tentou agarrar o braço da Esposa Perfeita do Gordo. — Será que
eles a machucaram?

— Você deveria ter aceitado o meu filho quando ele se ofereceu para você! —
Encarando o pedaço de peito exposto, ela bufou. — Você trouxe a raiva para si
mesmo com a sua astúcia e maneiras sórdidas.
— O que eles fizeram com ela? — A pergunta desesperada foi gritada alto o
suficiente para arregalar os olhos das pessoas nas proximidades. — Diga-me
agora!

Foi fácil para a sua vizinha para afastar do aperto fraco de Morgana. Mais fácil
ainda para a antiga dama insultar. — As regras se aplicam a você como se aplicam
a todos nós. Você é horrível, menina. Vá ver por si mesma e veja o que foi feito.
Meu Cassius teve a sorte de ser livre de você.

Instável em seus pés, Morgana congelou de medo diante dessa declaração.

A colônia ainda estava em estado de tumulto, via-se cestas atiradas sobre a


rua depois dos Alfas reivindicarem qualquer coisa valiosa que fosse armazenada
no local.

Os currais estavam enlameados cheios com penas soltas de galinhas e patos


arrancados de suas gaiolas e levados. O gado corria selvagem após a abertura das
portas, outros animais foram levados para as naves dos Alfas.

Choro, havia tanto choro.

A esposa do padeiro estava fora de si, soluçando sobre um de seus gêmeos.


Era óbvio o porquê: o irmão de cabelos claros estava ausente. Ao lado dela, estava
seu marido, com os olhos inchados e fechados enquanto permanecia mudo.

As pessoas tinham sido arrancadas de suas camas, pedaços de móveis


estavam jogados como se eles estivessem em uma busca frenética e em seguida
descartados quando algo melhor chamava a atenção do Alfa.

Dois corpos masculinos oscilaram de fora na praça. Morgana reconheceu


ambos, um dos corpos vestia um pano vermelho que ela mesma havia tecido.

Doente do estômago diante da vista, Morgana tropeçou para a frente e


arranhou seu caminho através da multidão. Havia pouco tempo para resolver
quem mais estava chorando por seus entes queridos, que tinham sido tomados.
Mesmo à distância, Morgana viu uma multidão se formar do lado de fora de
sua pequena casa.

Vizinhos estavam na estrada poeirenta, vários pisando nos canteiros,


arruinando cabeças de alface quase prontas para o consumo.

Algo estava muito errado.

Com o punho pressionado ao seu lado, Morgana começou a correr,


empurrando rudemente os de lado que estava em seu caminho.

Mais e mais ela ouviu colonos murmurando o nome dela com repugnância,
uma vez que a avistaram. E não era por causa do seu vestido rasgado e enlameado,
ou pelo fato de seus longos cabelos dourados estarem livre de uma touca.

Aos seus olhos, por alguma razão desconhecida, ela tinha cometido um
grande crime.

Não importava o que pensavam, eles poderiam atirar em suas costas a calúnia
que quisessem enquanto ela abria caminho para a frente. A única coisa que
importava era encontrar sua mãe.

Com um grande empurrão, ela moveu a última linha de habitantes distante e


encontrou

... nada.

Sua casa estava como sempre, a porta de madeira alegremente pintada.

Cada vez mais apreensiva, a ponto de ficar doente, Morgana estendeu a mão
para o trinco e congelou.

Uma voz aterrorizante explodiu por trás da porta.

— Seu perfume é abundante neste barraco, velha. Astúcia e medo, eu posso


prová-los no ar! Não haverá mais paciência para suas mentiras. Diga-me onde ela
está, ou você vai ser amarrada no centro da cidade e queimada até a morte para o
problema que causou.
Com o ouvido na porta e a respiração presa em seus pulmões, Morgana ouviu
a voz doce da constante resposta de sua mãe, submissa.

— Asseguro de novo, ninguém mais reside aqui, somente eu, senhor. Eu sou
uma costureira e vivo uma vida modesta. Os clientes vêm a mim, a esta sala, para
experimentar as suas roupas. Deve ser a um deles você está cheirando.

Um rosnado perigoso sacudiu as paredes.

— Seus vizinhos contam um conto diferente, senhora. Você tem uma filha. O
nome dela é Morgana e você permitiu que ela envelhecesse fora de nossa vista a
tal ponto que ela é agora adulta. A criança não é sua propriedade. Ela pertence aos
Alfas, e você deve desistir dela.

— Meu único filho morreu há anos. Quem disse a você de forma diferente está
enganado. Pegue qualquer dos meus bens que deseja. Veja, pano valorizado, tecido
e tingido de um vermelho profundo! É seu. Tenho cercas e rendas tatuadas e
bordadas para sua esposa! Olhe aqui, este é o meu melhor trabalho. Além desses
produtos, não tenho mais nada para lhe oferecer, grande Alfa.

Cada cabelo na parte de trás do pescoço de Morgana situou-se em atenção,


com o coração na garganta ao ouvir a Alfa cruelmente dizer:

— Chega. Leve-a para a praça. Se ela não vai responder com honestidade,
então será feita um exemplo. Deixe-a lá para apodrecer.

— Não! — Com a mão ao trinco, Morgana empurrou a porta para dentro,


desesperada para salvar sua mãe. — Não a machuque! Eu estou aqui.

Na penumbra da casa de campo, dois enormes machos indesejados


dominavam o pequeno espaço caótico. Entre móveis jogados e posses destruídas;
estavam imóveis com suas armaduras intocadas, as armas penduradas na cintura
e outras atiradas em suas costas.

Ambos derramavam cada gota de sua atenção sobre ela, cada macho
estranhamente quieto e sem piscar.
A porta se fechou com um estalando em suas costas.

Chorando, Morgana tropeçou para a frente e repetiu.

— Estou aqui.

O soldado mais próximo deu um passo em direção à ela. Em resposta, ela


respirou, pronta para implorar pela vida de sua mãe. Depois de uma inalação
profunda, Morgana tornou-se pedra.

Era como se ela pudesse saborear os intrusos na parte traseira de sua


garganta. Brasas...

...era como respirar fogo ardente que queimava de dentro para fora.

Ela não podia falar e pedir anistia. Ela não conseguia nem cair de joelhos. Ela
não podia respirar.

Piscando loucamente, um chiado ficou preso em seu peito.

De olhos arregalados, ela cortou um olhar de pânico à sua mãe. A mão de um


Alfa estava enrolada em torno da garganta da mulher, seu corpo tenso preso
contra a parede. Foi quando a costureira se manifestou com cuidado. Tremendo de
terror, ela estendeu a mão para sua filha.

Desesperada para agarrar-se a sua mãe, mas incapaz de se mover, Morgana


sentiu as lágrimas quentes deslizar de seus olhos. Ela tentou, tentou com tudo em
seu ser para ir até a mulher.

Em vez disso, o piso encontrou seus joelhos quando uma cãibra viscosa
rasgou suas pernas e deixou-a prostrada. A genuflexão não foi um ato de súplica.
Não quando suas mãos estavam em garras no chão como se isso pudesse salvá-la.

Falta de ar deixou-a tonta, fraca, e à beira da inconsciência.

Através do emaranhado de seu cabelo, ela viu a abordagem das botas do


soldado mais próximo.

Seu escárnio era palpável.


— Sua filha inexistente voltou.

Com os dedos espalmados no chão, Morgana olhou para os juncos sob as


palmas, balbuciando alguma coisa que achava que poderia apaziguar os homens
que a atormentavam mãe.

— Eu estava na floresta... recolhendo bagas.

Um dedo indesejável ligou-se ao seu queixo, obrigando-a levantar o rosto


para a inspeção. O homem tocando-a, o intruso que havia destruído sua casa, era
maior do que qualquer homem na sua aldeia. Enorme. Assustador. Um rosto
marcado pelo tempo franziu o cenho para ela. — E onde estão estas bagas?

— Eu não poderia... — Ela não poderia ter recolhido bagas anteriormente,


assim como naquele momento ela não conseguia formar palavras adequadas.
Lágrimas silenciosas escorriam pelo rosto sujo. — Eu amo minha mãe.

— Calma, menina. — O estranho a encarou, segurando seu rosto entre as


mãos ásperas, e ofereceu um sorriso suave.

O que não diminuiu a dureza dele, nem um pouco.

À beira de gritar, Morgana implorou: — Por favor...

Em sua súplica, o estranho começou a produzir a música mais bonita.

Nunca naquele local o ar tinha ressonado um calor tão perfeito. Sob a


armadura vívida sobre o peito, reverberações profundas fizeram o mundo novo. O
som detinha o poder para soltar os músculos trancados de Morgana e ela se viu de
repente capaz de sugar goles ávidos de ar.

Desconcertada, ela ficou boquiaberta. O Alfa ronronou na maneira como os


homens cortejavam, ronronou da mesma forma como o filho gordo de seu vizinho,
Cassius, tinha ronronado quando lhe ofereceu flores. Mas a forma como este fazia
era mais profunda. Um som tão profundo que seu corpo parecia inundado num
vasto corpo de água.
— Mantenha os olhos abertos, renegada. — Cheia de uma vibração rica, uma
voz áspera em torno das bordas cresceu notavelmente suave. Como fez o seu
toque quando seu polegar esfregou seu rosto limpo de lágrimas. — Eu gostaria de
ouvir o seu nome de seus próprios lábios.

Qualquer coisa, ela faria qualquer coisa para ver sua mãe libertada. Mesmo a
coisa inominável seu vizinho Hanna a acusara de momentos antes. Com a língua
grossa, ela sussurrou: —Morgana.

A atenção do Alfa poderia estar centrada nela, mas ainda que ele estivesse
virando o seu queixo da esquerda para a direita enquanto a olhava, disse as
palavras para a sua mãe. — Você tem muita sorte, velha, esta é excepcionalmente
bela.

Desesperada para chegar a sua filha, sua mãe lutou com o segundo soldado
que ainda a segurava pela garganta. — Deixe-a. Você não pode tê-la!

O esforço selvagem não produziu nenhuma mudança na situação. O macho


bateu as mãos de sua mãe longe com a mesma facilidade com que mata uma
mosca e falou com seu companheiro. — A menina está muito além dos anos após a
idade que ela deveria ter sido cobrada. A Ômega está provavelmente danificada.

— Não.

Os dedos do Alfa passaram pelo pescoço de Morgana, traçando a linha de


carne exposta acima do corpete aberto de seu vestido imundo. Ele a puxou para
mudar de lado até a ponta de rosa do mamilo entrar em sua vista. E então ele a
tocou ali, circulando a carne secreta com a ponta de seu dedo. — Esta está perfeita.

Os dedos dos pés se curvavam e um coaxar estranho saiu da garganta de


Morgana. Ela perdeu a visão das lutas de sua mãe no canto. Ela se esqueceu de que
deveria estar implorando misericórdia. Ela esqueceu seu nome.

Quando o Alfa gemeu em aprovação e espalmou todo o peso de seu peito,


Morgana sentiu o mundo escapar. — Eu ... eu estou morrendo.
Essas palavras tristes mudaram seu algoz que, ronronando e pegou seu corpo
em seu colo antes dele bater no chão. Em uma varredura, ele içou-a em seu peito e
ronronou ainda mais alto. Com a voz incrivelmente suave, o estranho colocou os
lábios em sua orelha. — Venha, Ômega. Eu sei o que vai fazer você se sentir
melhor.
Capítulo 3
Uma encantadora sensação de flutuar, de segurança e calor, envolveu seu
corpo. Morgana estava envolta em veludo tão rico, tão perfeitamente confortável,
que quando seus cílios se abriram, ela estava certa de ter passado para o mundo
espiritual.

Ou assim pensava. A persistente dor no ombro começou a pulsar com o


menor movimento. Em seguida, veio a consciência da picada de suas palmas secas
e desgastadas. E os joelhos! Os joelhos estavam rígidos com crostas, articulações e
músculos doloridos.

Os mortos não deviam conhecer a dor.

Um gemido suave escapou de seus lábios entreabertos.

Piscando duas vezes, ela percebeu que seus olhos eram incapazes de ver até
mesmo uma mão ante seu rosto.

Ela tinha ido ao lugar escuro do sofrimento ao invés de morrer.

Medo afugentou os últimos remanescentes de sua falsa sensação de


segurança.

Envolta na escuridão sombria, encapsulada em algo mais suave do que pele


de coelho, Morgana começou a hiperventilar. Era mais do que sua incapacidade de
ver, era o cheiro: tempero, perfume, sal, suor... tudo decididamente masculino e
nem um único familiar.

Alfas.

Ela estava cercada, trancada no escuro como breu, e não tinha ideia de qual o
caminho a ser executado.

O quarto parecia atender a crescente batida de seu coração, uma luz suave
emanava de uma fonte desconhecida.
O brilho cresceu, e a menina de olhos arregalados descobriu que embora o
cheiro de muitos homens enchesse a sala, ela estava, de fato, por si só.

Sozinha dentro de um poço amortecido.

Cobrindo seu corpo estavam fragmentos de pele branca, espalhados como


pétalas de flores caídas enquanto ela dormia. De cada pele emanava o aroma de
um Alfa diferente. Uma centena deles, talvez mais.

A fragrância era perturbadoramente agradável, como a textura da pele, mas a


incerteza de por que tal coisa tinha sido feita, encorajava apenas uma sensação
crua de desgosto. Pior ainda, sob a pilha macia, seu vestido e roupas de baixo
foram removidas. Esses pedaços perfumados eram a única coisa que cobriam a sua
nudez.

Ela deveria ficar aqui, uma única peça seria grande o suficiente para cobrir
mais de um seio de cada vez.

E o que mais a assustava era não saber quem a colocou nessa posição, nua,
deixando-a indefesa para saciar sua modéstia antes dela acordar.

Eles tinham a deixado totalmente vulnerável.

Empurrando seus ombros para trás, Morgana vistoriou o local onde estava
dormindo, jogando as cheirosas peles para longe e puxando os cachos dourados
longos sobre os ombros como um manto. Posicionando seus joelhos esfolados sob
o queixo, ela percebeu que alguém tinha lavado a lama de suas mãos, braços, pés,
mas sob as unhas, os traços de grãos permaneciam.

Encolhendo-se, Morgana sabia que alguém tinha que ter feito isso.
Provavelmente o mesmo homem que descaradamente abriu o seu vestido e torceu
com os dedos a ponta de seu seio. O Alfa horrível havia tocado de uma forma que
apenas maridos eram autorizados a tocar ... e ele tinha feito tudo isso bem na
frente de sua mãe.
Quem acreditaria que ele também se incomodaria com os muitos hematomas
em seu corpo? Depois das aplicações de unguento de cura seca em seus
machucados, já não doíam quando cutucados.

Olhando para as descamações laranjas, ela sentiu o grande espinho da


vergonha toda a sua pele.

Eu sei o que vai fazer você se sentir melhor.

Isso foi o que ele disse.

Ela queria esfregar o toque de sua pele, agarrar um pedaço de pele aleatória
para vasculhar o que cuidado que tiveram. Por baixo, as contusões já tinham
começado a desvanecer-se para amarelo. Logo estariam completamente
desaparecidas. Mas a memória de seus dedos brincando com seu peito... nunca
deixariam sua mente.

As crostas em seus joelhos pareciam quase curadas. Essas cascas cairiam, a


pele ficaria nova e todas as feridas que ganhou tentando ser livre de monstros Alfa
sumiriam.

Assim como o seu vestido. Assim como sua mãe tinha ido embora. Mãe...

Morgana ainda podia ouvir sua mãe gritando e pedindo, quando o Alfa a
pegou contra a sua armadura áspera e levou-a para fora da porta. E o que ela fez?
Nada, ela apenas pendeu em seus braços como uma boneca de pelúcia, com os
olhos rolando para trás. Sua última vista foi das vigas da sua cabana com os
molhos de erva secando pendurados.

Ela nem sequer disse adeus.

Porque Morgana tinha adormecido embalada por um monstro que ameaçou


queimar sua mãe viva.

Naquele momento, ela não poderia odiar-se mais.


Gritos chocados e lágrimas quentes foram perdidos contra seus joelhos. Sua
pele poderia estar curada, assim como a dor profunda em seus músculos
lentamente diminuindo, mas a dor em seu coração seria para sempre.

Morgana esperava que viessem logo matá-la. Ela rezou para que os Alfas
optassem pela pior forma de execução, ela merecia sofrer.

Assim como sabia que a mãe estava sofrendo agora.

— Não é necessário lamentar. Você não está em perigo, Ômega.

De onde ele tinha vindo, ela não sabia. Não importava. Tudo o que importava
era que um estranho estava de pé sobre onde ela estava enrolada em desespero.

Com um grito assustado, Morgana voou das almofadas. Jogando um joelho


sobre a borda da cama, pulou e correu nua para o canto mais distante da sala.

Um olhar para o Alfa e toda a sua arrogância em desejar a morte desapareceu.


Era muito difícil de enfrentar o fim bravamente quando o carrasco estava
realmente lá para arrastá-la para ele.

Encolhida atrás de seu cabelo, visivelmente tremendo, ela chorou. — Não me


toque!

Estoico a seu respeito, o Alfa não se moveu, e da facilidade de sua postura não
deu nenhuma indicação de que estava se preparando para persegui-la. O estranho
na armadura vermelha era pedra. — Meu nome é sargento Uriel. Como Alfa
acoplado de grau próprio, tenho sido encarregado de gerir a sua transição.

Desesperada para colocar algo entre seu corpo nu e o único blindado,


Morgana abandonou seu canto e correu para atrás de uma mesa cheia de comida.
Levantando uma cadeira diante dela, agarrou-o perto de seu peito, pronta para
balançá-la como uma arma potencial se ele quisesse persegui-la.

Adrenalina cravou em coração e o medo ainda dominava, mas ela ainda teve
coragem de perguntar: — O que aconteceu com minha mãe?
— Você foi adquirida pelo Cabo Esin. As sanções que foram infligidos à
mulher Beta, você mesma terá que perguntar a ele. — Sargento Uriel deu um
passo mais perto. — Coloque a cadeira no chão.

Que a modéstia se dane. Ela levantou a arma mais ainda. — Não.

— Você estava doente quando ele te encontrou, e não teria sobrevivido muito
mais tempo sem os cuidados de um Alfa vigilante. — Outro passo trouxe Sargento
Uriel mais perto. — Ômegas requerem atenção específica. Aqui você vai receber
essa atenção.

Essa palavra de novo, esse título odiado usado para fazer crianças
desobedientes se comportarem sob ameaça de serem tomadas. Para ser Ômega
precisava ser algo terrível. — Eu não sou um Ômega. Ômegas são perigosos, e eu
nunca feri uma alma. Eu nunca quebrei uma lei.

O homem parou seu avanço, levantando uma sobrancelha apontando a


falsidade de sua última declaração.

Ela não sabia de onde a ousadia veio, talvez apenas soubesse que o seu fim
estava próximo. Antes existia algo segundo a sua língua, mas agora? — Não há
nenhuma lei que diz que os colonos têm de estar presentes enquanto os Alfas
invadem nossa aldeia roubando nossas colheitas e gado.

— Impudência não é tolerada, Ômega. Nem as mentiras. Vou renunciar a


ensinar-lhe uma lição desta vez, mas somente porque você está se adaptando a
esta nova situação e visivelmente chateada. No entanto, eu a advirto para não
testar a minha benevolência.

A maneira como ele tinha falado a palavra lição, como sua voz tinha caído e
esfriou, colocou gelo nas veias de Morgana. Sua pele ficou úmida e os pelos nos
braços levantou-se no fim. Mesmo sua garganta ficou apertada. Mais lágrimas
vieram, e com muito menos confiança, ela disse. — Eu não sou um Ômega.
Depois de dar um passo decisivo em sua direção e enfrenta-la com uma
desaprovação grave, o Alfa murmurou. — Você não tem ideia do que teria
acontecido com você, se fosse deixada na sociedade Beta. Se tivesse, teria sido
submetida ao primeiro Alfa que cruzasse o seu caminho e pedisse para levá-la
embora.

Nunca. Nunca em um milhão de anos que ela teria feito tal coisa. Tais
pensamentos não precisam ser falados em voz alta. O desgosto de Morgana estava
escrito por todo o rosto.

Sargento Uriel não foi emboscado por seus olhos apertados ou desprezo. Ele
pressionou mais um passo. — Na sua primeira estral1, você teria sido estuprada
por todos os homens capazes na sua aldeia, a população brigaria até a morte para
te montar. A violência não teria sido sua culpa. Mas sim a pretensão de se
esconder de nossos olhos. — Outro passo medido. — Ômegas são de fato muito
perigosos.

Ela não entendia sobre o estral, mas o quadro que ele pintou foi induzindo
náuseas. — Você está doente.

Ele nunca vacilou, a expressão de Uriel era neutra quando ele disse. —
Meninos, adolescentes, homens adultos, idosos, nenhum macho seria capaz de se
parar. Quantos teriam morrido por seu orgulho? Sua mãe certamente teria sido
assassinada quando tentasse mantê-la da multidão raivosa.

Morgana sentiu a boca azeda e a rasa respiração irregular, mas sacudiu a


cabeça. — Meus vizinhos são pessoas pacíficas. Eu não sei o que o seu estral é, mas
as coisas que você descreveu não aconteceriam na minha aldeia.

O Alfa fez um gesto para a direita. — As gravações de tais momentos foram


reservadas para a sua visualização caso fosse necessário que você entendesse o
que teria sido o seu destino.

1
cio
Como mágica, a parede ficou viva com imagens. O ar se encheu com gritos,
gemidos, toda a natureza de barulhos horríveis e Morgana olhou sem pensar,
vendo os horrores. Corpos escalando corpos, outros ensanguentados, uma
multidão de violência movendo-se como uma massa torcida de cobras. No centro
da confusão, estava apenas uma pessoa que parecia uma menina com os olhos
escuros sendo atacada e completamente irreconhecível.

Morgana não poderia dizer se a mulher estava lutando contra a multidão ou


puxando-a para mais perto. Tudo o que viu foram os fluidos e o sangue.

Ela nunca tinha visto um membro ereto de um macho nu mas um grande


número estava sendo exibido nessa parede viva... grotescos, bulbosos e
sangrentos. E ela nunca mais queria ver qualquer um outro.

No entanto, era impossível tirar os olhos da imagem exibida.

Os gritos ficaram mais altos. Morgana deixou cair a cadeira para pressionar as
mãos aos ouvidos, tentando bloquear os gritos horríveis que a assombrariam até a
sua morte. Assim como a menina na tela morreu.

No entanto, a morte da pobre Ômega não tinha parado a multidão de lutar por
qualquer um dos orifícios da garota que pudessem penetrar.

Seu cadáver foi literalmente dilacerado.

Morgana se inclinou para a frente, arfando seco sobre seus pés, e Sargento
Uriel fechou a distância entre eles. Seus longos cabelos dourados estavam
reunidos fora de um rosto pálido então a tela ainda estava ao alcance de sua visão.
Apertando em punho seus cabelos até as raízes, sargento Uriel puxou, forçando
sua cabeça para o ângulo onde ela pudesse assistir a cena em sua totalidade.

A história na parede continuou, o homem ao seu lado narrando o que foi


projetado antes dela.
— Quando sua rotina diminuiu, os homens estavam fora de si com vergonha.
A aldeia inteira teve que ser erradicada e substituída. Cada colono morreu por
causa de Esmeralda, que assim como você, evitou a colheita.

As próximas imagens eram dos corpos dispostos lado a lado em uma vala
comum.

De todas as idades e compleições; todos da mesma maneira que o Alfa tinha


reivindicado.

Apesar de seu aperto em seu cabelo, Morgana caiu de joelhos.

— Vamos o próximo? A morte de Chen?

— Não. — Lamentou Morgana, disposta a dizer qualquer coisa para fazê-lo


parar. — Eu sou tudo o que você diz que sou.

O toque do sargento Uriel de repente ficou suave. Inclinando-se, ele colocou o


braço em volta de sua cintura e ajudou a menina perturbada a seus pés. Um
ronronar profundo coloriu suas próximas palavras. — Nós aprendemos que é
melhor ser direto e confrontar vocês com a realidade feral. Você deve reconhecer
tudo isso foi feito para seu benefício. Aqui os Ômegas são amados, protegidos por
Alfas. Compreender isto é chave-...

Bile levantou-se para queimar o fundo da garganta. — Amados?

O sargento sentou na mesma cadeira que Morgana pensou em usar como


arma mas que garantiu apenas um ronronar rico e toque cuidadoso.

— Sim, amados. Eu amo muito minha companheira.

Morgana não tinha visto nenhuma ação amorosa em qualquer Alfa até hoje.
Até mesmo este já havia ameaçando-a, puxado seu cabelo e feito exigências. Por
que isso era o que todos os Alfas faziam: tomavam.

Eles não sabiam amar.


Mas sabiam como tirar uma menina sonolenta da cama nua e aterrorizada, e
mostrar-lhe coisas que dariam seus pesadelos por anos. Revoltada, Morgana
engasgou. — Você forçou a mulher que gosta de assistir isso?

Sargento Uriel pegou um jarro, derramou um copo de água, e apertou-o nos


lábios de Morgana. —Não foi uma lição que ela precisasse.

Morgana foi incapaz de tremer e mesmo com os dentes batendo de tanto frio,
recusou-se a engolir a água oferecida. Ele inclinou o vidro e quando ela começou a
gaguejar e a água escorrer pelo queixo, ele agarrou seu cabelo em seu punho
novamente.

Mas o Alfa não puxou; apenas deixou claro que iria corrigi-la, se fosse preciso.
— Você vai beber essa água.

Seus olhos se encontraram, inflexíveis, mas igualmente indulgentes e


Morgana sabia que tinha perdido qualquer batalha que ainda pudesse acontecer.

Ela perderia todas as batalhas. Ele queria que ela soubesse disso. Ele queria
submissão.

E isso parecia pior do que a morte. Mais uma vez, ela começou a chorar.

O ronronar do Alfa aumentou significativamente. Seu ponto tinha sido feito e


a queda de seus ombros foi uma concessão suficiente. O sargento voltou a encher o
copo e levantou-o aos lábios uma segunda vez.

Ela não lutaria com ele, deixou-se ser embalada pelo ronronar suficiente para
gerir os rápidos goles necessários antes que ele pudesse derrubar outro copo e
afogá-la. Uma vez drenado, ele puxou o vidro e colocou sobre a mesa.

Inspirando o pouco ar que ainda tinha, Morgana observou; Sargento Uriel


tinha idade suficiente para ser seu pai. Cinza marcava o cabelo castanho nas
têmporas, havia vincos no rosto e as mãos que eram calejados pelos anos de uso.
Este era um homem duro por completo.

E ainda assim ele ronronava.


Morgana murchou sob seu olhar firme. Desesperada, exausta e com medo, ela
sussurrou: — Eu quero ir para casa.

Ele deu um tapinha sobre seu cabelo emaranhado e conteve qualquer


crueldade quando disse: — Mesmo depois do que acabou de ver; sabendo que este
seria o seu destino?

Seus olhos se fecharam e ela estremeceu, tentando encolher-se ainda mais. É


claro que ela não queria isso. Mesmo agora, ainda via a vala comum com os corpos
dispostos, mas em sua mente cada rosto exposto ali era de um conhecido, alguém
com quem cresceu e conviveu.

Pateticamente, Morgana não poderia deixar de chamar a única coisa que pode
fazer tudo ir embora. — Eu quero a minha mãe.

O peso de sua mão esquerda o cabelo, assim como a suavidade deixou sua
voz. Firmemente ele disse: — Em breve você terá um companheiro. Uma noite
com ele e sua mãe será esquecida.

O Alfa levantou-se, apontando para a mesa à sua frente. — Agora você vai
comer. Quando tiver terminado, banhe-se naquele canto ali. Se essas duas coisas
não tiverem ocorrido no momento em que eu voltar, haverá outra lição.
Capítulo 4
O banheiro era bizarro com uma profunda e dourada banheira exposta assim
como os itens de natureza íntima; também expostos ao ambiente.

Sem tela, sem cortina... eles estavam apenas lá fora, a céu aberto.

Sargento Uriel tinha avisado, apresentado apenas dois comandos claros e


saído rapidamente com o seu ronronar da sua presença. Enrolada em si mesma,
ela não viu para onde ele foi.

Morgana deslizou da cadeira, deixando apenas o peso da sua mão sustentar


seu corpo no chão e agachada tentou enrolar-se como um feto.

Lições.

Sua mente quebraria se outra lição tivesse de ser suportada.

Aquela pobre Ômega. Pelo que Morgana tinha visto, a menina não tinha feito
nenhum mal.

Mas todo o mal foi feito para ela.

Por quê? Por que seus habitantes cometeriam um ato tão hediondo?

As perguntas saíram espontaneamente, murmuradas e entrecortadas de ar da


mesma forma como Morgana orava aos espíritos. E, assim como quando orava,
não houve resposta.

A única resposta que recebeu foi o quarto ficando mais frio.

Sua pele formigava, não importando o quanto passasse as mãos para cima e
para baixo nos braços; ela apenas tremia e teria dado qualquer coisa por um
cobertor.

Nua, totalmente exposta a uma sala vazia, sentindo a emanação fria em seus
ossos... tudo isso estava mexendo com a cabeça.
Ela soltou um suspiro frustrado e viu uma névoa pairar no ar diante de seus
olhos. Vendo esta dissipar, percebeu que o quarto estava frio de propósito, o que a
empurrou sobre a borda.

— Socorro! — Não havia porta na sala para ela, apenas uma Ômega frenética
lutando em busca de uma saída. Todas as paredes eram lisas, imutáveis e geladas
ao toque. — Por favor, qualquer um. AJUDE-ME! Eu preciso voltar para a minha
mãe!

Ela bateu na superfície reflexiva, implorou. E só o que recebeu em troca foi o


silêncio.

Ficando mais frio a cada segundo, os dentes começaram a bater. Com os


braços apertados em torno do seu corpo, ela entendeu que havia apenas duas
opções: a cama estranha cheia com pedaços com mau cheiro de pele, ou a banheira
exposta que milagrosamente começou a encher.

Vapor subia pela superfície, seduzindo-a a entrar na água aquecida e


encontrar conforto.

Coma, o Alfa tinha ordenado.

Em seguida, tome banho, ele tinha dito.

Fazer essas coisas ou sofrer outra lição.

Chorando a sério, sua atenção foi até a mesa.

Morgana sentia as pernas pesadas o suficiente como dois sacos de areia,


enquanto caminhava até a comida e sentava seu traseiro nu sobre uma almofada
bordada. Era uma cadeira bonita, uma que poderia ter sido roubada de uma das
casas mais finas na sua aldeia. Ela teria preferido os assentos de madeira polida
que sua mãe possuía na simples cabana, assim como o cheiro de pão fresco aos
pratos ricos expostos à sua frente.
As lágrimas tinham secado quando ela olhou sobre o pão e a pasta, ou talvez
elas tenham congelado em suas bochechas. Mesmo o pânico parecia crescer gelado
em sua espinha agora.

Entorpecida por dentro e por fora, obrigou-se a estender a mão para a parte
mais próxima de alimentos. O rico sabor de frutas doces cortadas atingiu sua
língua, mas tudo o que podia pensar era em sangue e partes masculinas dos
homens que desenharam o sangue.

Partes feias.

Partes que ela testemunhou há poucos momentos jorrando fluidos grotescos


no rosto daquela menina morta.

Morgana atirou-se em cada mordida.

Menos preocupada com a rejeição de seu corpo aos alimentos, e mais


preocupada com iminente punição, ela forçou a cabeça e olhou em volta como um
animal assustado para o predador que sabia estar escondido nas sombras.

Exceto que este quarto não tinha sombras. Essa luz brilhante estranha vinha
de toda parte e iluminava tudo.

Com a certeza de que seria punida pela bagunça que havia feito, Morgana
desistiu. Era como se algo mais controlasse seus membros, algum tipo de
autopreservação forçando-a a agir. Ela se levantou, deu um passo para a frente e
depois outro e outro.

O vaso sanitário estava lá.

Primeiro, ela vomitou nele. Então, de olhos vidrados, sentou-se na tábua e


tentou fazer xixi.

Ela não conseguiu espremer uma gota. As luzes se apagaram.

Urina espalhou-se dentro da bacia, como se uma voz silenciosa ordenasse e


seu corpo obedecesse.
Ela cambaleou de seu trono para a banheira fumegante.

Como a almofada e cama cheia de peles, a banheira estava em desnível no


solo e ricamente decorada. Um conjunto de azulejos azuis, os padrões de flores
vining através da água quente calmante dispostas em mosaico, mas Morgana sabia
que tudo isso era uma mentira.

Não havia uma coisa nesta sala que oferecesse qualquer conforto: não a cama,
não a comida, não o estranho banheiro ou esta piscina fumegante.

A água começou a girar e oferecer bolhas espumantes.

Com muito frio para ser devidamente assustada, sua única reação foi a
ampliação insignificante de seus olhos.

Quartos deveriam ter portas, banheiras não deveriam se encher sozinhas


assim como as paredes não deveria mostrar horrores em filme. Que inferno de
lugar era esse?

Foi isso que trouxe sobre si mesma por ter mentido para a aldeia?

Como se o quarto pudesse ler seus pensamentos, a própria parede que tinha
aterrorizado seus únicos momentos antes transformou-se em um borrão
ondulando. No lugar de estupro e assassinato, Morgana teve a visão de uma janela.
De canto a canto, o espaço exibido era de uma floresta verdejante, até mesmo o ar
ficou aquecido por um vento suave e o chilrear dos pássaros.

Tecnologia deste tipo não existia em sua aldeia.

Sábia o suficiente para saber que não havia pássaros cantando ou galhos de
árvores dobrando com a brisa suave, ela franziu a testa para a vista. Não era nada
em comparação com as florestas e árvores reais. A imagem, em sua totalidade, era
um insulto.

Os alimentos que lhe deram para comer provavelmente foram roubados de


sua aldeia. A forma como a deixavam para se banhar a vista, os cabelos
descobertos como uma prostituta, a exibição de mais horrores... Não havia dúvida.
Abaixando seu corpo na água fumegante, Morgana manteve seu olho sobre
essa falsa visão da floresta. Ela afundou como uma pedra até que a água atingiu o
queixo.

O calor nos membros que até então estavam quase congelados, chegava a
doer. Machucava. E ela queria que doesse.

A banheira girou, correntes de vapor de mistura com sabão subiram com até
mais bolhas à superfície coberta.

O cheiro não era de seu gosto. No instante em que ela torceu o nariz, teria
jurado que o aroma foi alterado. O que eram rosas se tornaram ervas... tolerável.

Suas náuseas lentamente foram diminuindo, porém o cansaço extremo tomou


o seu lugar.

Respirando fundo, ela deixou a cabeça afundar sob a água, ouvindo a agitação
e o chapinhar até que seus pulmões começaram a queimar. Ela queria ficar assim,
em seu próprio mundo subaquático até seu coração parar mas a banheira
começou a escorrer água por conta própria e o seu santuário momentâneo foi
roubado.

Pingando, ela se sentou na banheira vazia e baixou a cabeça em suas mãos.

Reconheceu que a banheira não era para o conforto. Poderia ser bonita, ter o
cheiro agradável, mas o seu objetivo era ouvir e obedecer.

E ficar limpa, assim como o sargento Uriel tinha ordenado.

E ficar presa dentro das telhas de flor em forma de mosaico porque não havia
toalha nem onde se esconder.

Ela não tinha sido capaz de sair, mas ele tinha encontrado uma maneira de
entrar. Morgana ouviu os passos e sentiu o cheiro dele invadindo seu corpo e
tomando com triunfo seu poder sobre ela.
Morgana não lhe deu a honra de levantar a cabeça ou mesmo reconhecer a
sua presença. O intruso começou a ronronar.

Ainda assim, ela se recusou a levantar seu pescoço e encará-lo. Qual era o
ponto?

— Foi isso que você tinha em mente quando afirmou que sabia o que me faria
sentir melhor? Deixando-me nua, molhada, envergonhada e com medo? Seja qual
for a punição que estas pessoas decidiram que preciso ter, apenas acabe com isso.

Uma mão indesejável veio descansar no topo da sua cabeça. Com a voz tão
rouca quanto lembrava na sua cabana, ele disse: — Essa não é a forma adequada
para resolver as coisas com um Alfa.

Desgostosa por ele tocá-la, Morgana fechou os olhos. — Uriel? Qual o nome da
pessoa responsável pelo gerenciamento da minha transição?

Ele corrigiu. — Sargento Uriel.

Apertando suas mãos contra suas pálpebras, ela apertou até ver estrelas. —
Sargento Uriel disse apenas uma pessoa poderia me dizer o que aconteceu com
minha mãe.

— Olhe para mim.

Foi um comando suave, um supostamente destinado para seduzi-la. Mas não


foi por isso ela levantou a cabeça. Ela fez isso porque seu coração estava
quebrando e ela precisava saber que sua mãe vivia.

O homem que tinha acariciado os seios em sua casa, ameaçado a pessoa que
ela mais amava e arrastando-a para longe como se ele tivesse o direito, sorriu.

Ao contrário do Sargento Uriel, ele não usava a armadura vermelha. Apenas


vestia um tecido de malha que se estendia sobre o peito mas que deixava os seus
braços nus. As calças soltas pendiam de sua cintura, erguidas com o que parecia
ser não mais do que um cordão. Casual.
Na sua atenção, o soldado tentou suavizar a dureza de sua voz com a fala
suave. — Meu nome é Cabo Esin.

Havia apenas um nome que importava neste momento.

— O nome da minha mãe é Elizabeta. Seu amigo segurou-a pelo pescoço


quando você ameaçou queimá-la viva. E então eu não consegui ver o que foi feito
para ela.

Ele acariciou a cabeça, aparentemente distraído com a maneira como seus


cachos pendurados ficavam flácidos quando molhados.

Cautelosa, irritada e assustada, Morgana sussurrou. — Por favor me diga que


ela está bem.

Olhos castanhos encontraram os dela. Claro e de forma concisa, ele


respondeu. — Seu rosto foi marcado por traição.

Foi como uma faca no coração. Empurrando fora a mão que brincava com seu
cabelo, Morgana teve a ousadia de se levantar com uma expressão cheia de ódio
para com o próprio soldado que tinha a roubado de sua casa e cuspiu no homem
ajoelhado na beira da banheira.

Indiferente a isso, Cabo Esin limpou a saliva de sua bochecha.

— Foi a punição mais branda que eu poderia oferecer. Considerando a ofensa,


ela deveria ter sido executada. Da forma como foi ela ainda foi paga
generosamente. Fique feliz por ela ainda estar viva e ter uma fortuna para viver
em conforto.

Com o sangue fervendo, Morgana sussurrou. — Se algum dia eu encontrar


uma maneira de marcar seu rosto em troca do que você fez, eu vou fazê-lo. Melhor
ainda, prefiro vê-lo morto.

Sua ameaça fez desvanecer o sorriso e a expressão da Alfa escureceu. — Se


você continuar a falar assim, vou ser forçado a agir, e você não vai gostar do
resultado.
Morgana estava muito tentada a gritar com ele e golpeá-lo, mas sua língua
travou e todos os gritos possíveis foram silenciosos, com lágrimas de raiva.

Levantando-se, ofereceu-lhe uma mão. — Etapa da banheira.

Ela recusou a ideia de tocá-lo, o pensamento dele vendo os seios descobertos


e montículo era mais do que podia suportar. Ela balançou a cabeça e se encolheu
para mais longe.

— Não era um pedido, Morgana. Levante-se de modo que você possa ser seca.

Ela engoliu em seco, os olhos mostrando cada grama de sua ansiedade e


humilhação.

— Não é certo para você para fazer tal coisa ou olhar para mim dessa
maneira.

— Só porque você está nua?

Balançando a cabeça, ela acrescentou outro motivo de preocupação. — E você


está ronronando. Isso só acontece quando um homem fica interessado. E eu não
quero que-...

Ele terminou a frase por ela. — Você não quer ser montada.

Antes deste dia horrível, ela nunca tinha ouvido falar do sexo descrito dessa
forma.

Ao ouvir a palavra montada, as imagens que pressionavam na sua mente


eram daquelas que aconteceram com a Ômega na parede... os corpos contorcidos...
os gritos.

Se ele tentasse fazer uma coisa dessas, ela morreria.

Ele estendeu a mão ainda mais. — Eu não tenho autorização para penetrar
em você hoje.
Se Cabo Esin pensou que isso ofereceria segurança, ele falhou. Morgana não
sabia o que estava escondido em sua declaração, mas certamente não era uma
coisa reconfortante de ouvir. — Hoje?

— Há muita coisa que deve ser explicada, e eu me recuso a ter esta conversa,
enquanto você está toda molhada e tremendo. Saia da banheira ou eu vou subir e
te tirar.

Que dignidade teria em ser arrastada para fora como uma criança? Nenhuma.
Não havia nenhuma.

Desviando os olhos dele, ela virou o rosto para a parede, cobriu os seios com
o braço, seu monte com a mão livre e tentou não se encolher quando ele colocou
as mãos em seu corpo para ajudá-la a gerenciar as etapas.

Depois de posicioná-la em cima de um tapete absorvente, de um tecido mais


suave do que os mais finos tecidos que sua mãe produzia, Esin começou a secar as
suas bochechas, as lágrimas, Esin passando suas mãos enormes habilmente e com
cuidado... até que alcançou seus seios.

Ela se recusou a ceder seu braço.

Muito mais forte do que ela, ele deu um aperto sólido de seu pulso e forçou
seu escudo de seu peito.

Cada músculo em seu corpo ficou rígido. O braço que a segurava tremeu, sua
respiração cresceu rasa e ela estava a momentos de distância de gritar por
socorro.

Ronronando ainda mais alto, seus olhos rastrearam sobre o inchaço de um


seio generoso. — Você é muito bonita para uma renegada.

Esquecendo a toalha, ele mediu o peso de seu seio direito. Seus dedos
apalparam e exploraram, e um determinado polegar girou seu mamilo.

Vendo que a carne de rosa cresceu, sua respiração ficou presa e a voz rouca
de emoção. — Diga-me, existe outro homem que tenha tocado em você desse jeito?
Tinha havido carícias de meninos da aldeia, alguns beijos roubados, mas
nenhum se atreveria a agarrar seus seios. O fato de um estranho estava fazendo
isso agora, que ele ainda a mantinha cativa por um braço, era humilhante. — Você
quer dizer sem permissão?

O canto de seu lábio se elevou e ele não estava envergonhado. — Após a sua
primeira análise, verificamos que o seu hímen foi encontrado parcialmente
rompido antes de ser removido para o seu conforto futuro-...

Ela abandonou um buraco na parede com seus olhos e de queixo caído


perguntou: — O que?!

— Aqui. — Ele moveu a toalha para seu monte, tocando onde ela apertou as
pernas juntas como se para bloquear sua visão. — O seu hímen.

Ela sabia o que um hímen era, mas não podia acreditar que um estranho havia
examinado perto o suficiente entre suas pernas para vê-lo.

Com o tosto ficando vermelho com uma mistura de fúria e vergonha, tentando
pensar em algo digno de gritar, Morgana foi silenciado pela próxima sonda da Alfa.
— Você tocou-se lá? Deslizou seus dedos em seu corpo? Você usou uma
ferramenta para estimular a si mesmo? Ou foram as atenções de um Beta que
danificaram a membrana?

— Isso não é da sua conta!

— Na verdade, é muito o meu negócio.

Ela não pode suportar. Degradada, Morgana zombou e tentou o inferno


parecer tão indesejável quanto possível. — Eu fiquei com muitos rapazes na
minha aldeia.

A resposta dela o divertiu, Esin sorriu. — Rapazes? Não os homens?

— Uhh. — Inábil em sua resposta, Morgana se atrapalhou. — Eu quis dizer


homens. Muitos homens.
— E você está mentindo. — Rindo, ele apreciou seu corpo, traçando o rubor
envergonhado em seus seios. — Você nunca esteve com um menino ou um
homem... e muito menos muitos deles. Foram os seus próprios dedos que fizeram
os danos. Ou isso, ou pela sua idade, ele foi diluído na preparação de seu primeiro
cio.

Claro que ela tinha explorado essa parte de seu corpo no escuro, mas apenas
algumas vezes quando sua mãe estava fora de sua pequena habitação. E este bruto
tinha a ousadia de rir dela? — Como você se sentiria se eu lhe fizesse perguntas
íntimas sobre seu corpo?

Olhos instantaneamente latentes, Esin lambeu os lábios. — Você pode me


perguntar qualquer coisa. Qualquer coisa que você quiser. — Ele se aproximou,
deixando a toalha cair de suas mãos para que pudesse segurar a sua cintura. —
Peça para ver meu corpo. Peça para me tocar.

Ele a puxou para perto e começou a esfregar seu corpo sobre a carne que se
arrepiou e deu calafrios em seu estômago; sentindo o músculo duro e o fino tecido,
somados ao cheiro de um macho, Morgana não conseguia empurrá-lo, fugir ou
mesmo encontrar as palavras para reclamar.

— Agora eu estou duro e ansioso para estar dentro de você. — Ele gemeu em
seu ouvido. — Eu sei que você pode sentir o cheiro. Você está farejando o ar desde
que eu entrei na sala. Assim como eu posso sentir o seu. Minha excitação faz você
nervosa, renegada virgem.

Ouvi-lo falar desta forma, fez com que ela pusesse as mãos no estômago em
uma tentativa de se afastar, mas não pode deixar de ver que entre os quadris, o
tecido parecia uma tenda com um esquema claro de uma ereção muito maior do
que qualquer outra que ela viu no ataque à Esmeralda.

— Há apenas uma maneira de superar o medo. — Com a voz baixa e


promissora, ele jurou. — No instante em que eu obter a permissão para foder, eu
juro que vou te amarrar com tanta força que você vai adorar só a mim. Vou
bombear minha semente em seu ventre, enquanto você vir. Eu serei o único a lhe
mostrar o que é ser acoplado por um Alfa.

Intensamente desconfortável, sem saber do que ele estava falando, mas muito
certa da natureza indesejável, Morgana começou a lutar com mais força.

Um grunhido áspero saiu de seus lábios.

A pontada resultante entre as pernas chegou mais perto, e Morgana congelou


em terror abjeto. Um pequeno córrego começou a vazar de seu corpo, fazendo
lentamente seu caminho para baixo da sua coxa.

Com as narinas dilatadas, ele respirou fundo, arrastando-a mais perto de seu
pulso preso.

Estabelecendo um pesado braço ao redor dela para trás, Esin segurou-a


presa, e ofegante. — Eu estou autorizado a tocar em você.

Gemendo com o esforço, Morgana tentou e não conseguiu deslocá-lo. — Por


favor, me deixe ir.

A forma como seus olhos a devoraram, de forma vitoriosa e gananciosa, não


foi nada comparado às suas palavras. — Abra suas pernas para mim e eu vou
lamber a sua pequena boceta doce. Dê-me um gosto e eu vou deixar você gozar.

Morgana gritou quando seus dedos começaram a viajar para baixo. — Pare!

— Então você vai me tocar. — Muito áspero, ele forçou seus dedos a
passarem pelo seu torso até o membro ereto, enquanto a segurava com uma mão
contra seu ventre. Ele fechou os dedos ao redor de sua ereção e forçou-os para
cima e para baixo, fazendo-o gemer de forma suja, usando a mão para seu prazer.
— Você sente o pau duro de um Alfa? Você quer senti-lo pulsando dentro de você?

Mesmo com o tecido entre eles, Morgana podia sentir a forma de seu órgão e
pensou que vomitaria. — Eu não quero. Solte-me, seu selvagem.
— Sim, você faz. Eu posso sentir o cheiro. — O homem ignorou suas queixas,
seus lamentos e as lágrimas, respondendo com um rugido. Balançando os quadris
em sua mão, o tecido sob sua palma ficou molhado. O macho desenhou seus lábios
para trás de seus dentes, sibilando.

Ele trouxe os dentes em seu ombro, rosnou como um lobo feroz, e estava
prestes a morder a mulher aterrorizada antes de uma voz explodir do outro lado
da sala. — Isso é suficiente, cabo Esin. Afaste-se da Ômega. Agora.

Seu agressor congelou, não de medo, mas de raiva. Morgana podia ver nos
olhos de Esin, os pensamentos de desafio imediato, a tentação da violência com a
intrusão.

Mais fluido quente espirrou contra sua mão, depois de ter encharcado e
escorrido no esmagar dos seus dedos.

Sargento Uriel latiu um lembrete quando pareceu que Esin recusou-se a


obedecer. — Sua reivindicação seria perdida se você quebrasse o código. Recolha-
se e acate as ordens.

Esin respirou fundo, instável. Olhando para baixo entre seus corpos, ele
luxuriou-se à vista de sua mão presa em seu pau e soltou um gemido. — Posso
esfregá-lo em sua pele?

O que? Morgana balançou a cabeça negativamente, mas a questão não tinha


sido para ela.

— Talvez seja melhor não.

Capitulando, Esin deu à Morgana um olhar vigoroso antes de ousar


pressionar um beijo na testa.

— Da próxima vez eu vou buscar o meu gosto. — Ele largou seu pulso, deu
um passo atrás e relutantemente, obedeceu ao seu superior. — Minhas desculpas,
Sargento. Mas ela cheira muito bem.

Com um último sorriso, Esin pegou a toalha descartada e se afastou.


Capítulo 5
Quando a parede se abriu, Esin recuou e saiu; e então a coisa explodiu e
desapareceu como se nenhuma passagem tivesse existido. A superfície lisa estava
de volta. Lisa como vidro. Na verdade, Morgana podia ver seu reflexo, ferida, com
os cabelos úmidos e descobertos, seios corados e olhos selvagens.

Ela olhou para o reflexo como se fosse outra pessoa, murmurando. — Ele
levou a toalha limpa. — Em estado de choque, ela balançou sua mão e fluido
quente pingava dali. — Eu não tenho uma toalha.

— Eu trouxe-lhe uma roupa. — Sargento Uriel escorregou a sugestão mais


leve de afago paternal em seu comando, apontando para um lugar no chão, onde
esperava por ela. — Venha.

Quebrando sua atenção para longe da parede, sentindo-se totalmente traída,


Morgana sentiu o tremor dos lábios. — O que acabou de acontecer?

Uma resposta contundente foi oferecida. — Você fez com que ele se liberasse.

Ela não tinha levado ele a nada. Esin só tinha tomado. E agora ela cheirava a
esse material que escorria do tecido sobre a sua ... ela nem sequer quer encontrar
uma palavra para essa coisa.

O que ele teria feito a ela se Sargento Uriel não interrompesse? Afligida, ela
encontrou os olhos do homem mais velho. — Esin disse que ele não tinha
permissão para me penetrar hoje. É você quem decide quando ele vai me
estuprar?

O sargento começou a ronronar. — Não vai ser estupro.

Na magia da vibração, o ar abandonou seus pulmões em um suspiro doloroso.


A sensação de vazio cresceu atrás de seu esterno. — Eu deveria simplesmente
acabar com isso então. Faça isso. Eu quero que isso termine. — Lágrimas caíram a
sério e sua voz tremeu sua voz mais ainda quando avistou seus dedos viscosos,
embebidos. — Chame-o de volta e deixe-o terminar. Vou manter meus olhos
fechados. Depois, apenas me mate.

Sargento Uriel não pressionou, porém não a deixou livre. Ao contrário, ele
cruzou o quarto para ela.

— Ninguém vai te matar. Como eu disse antes, você está segura aqui.

— Segura? — Essa palavra deve ter significado algo muito diferente neste
lugar. — Ele só... — sua voz falhou — ...na minha mão.

— Ômega, o Alfa nunca irá machucá-la. Seu comportamento era


perfeitamente aceitável em reação a sua excitação sexual.

Boquiaberta, tudo o que ela conseguiu foi um gaguejar. — Eu lhe disse para
parar.

— Seus órgãos genitais responderam. O cheiro da mancha é inconfundível.


Sua mente deve ser treinada para reconhecer o que seu corpo já sabe.

Morgana se abraçou e tremendo como uma folha, mal conseguiu um sorriso


de escárnio. — E o que o meu corpo sabe?

— Que isso existe para enviar um aviso. Que haverá alegria e prazer na
obediência. Que Alfas são os únicos homens capazes de trazer-lhe liberação
apropriada.

O que sua mãe acharia se tinha visto isso? A mulher doce ficaria chocada. As
fêmeas na aldeia nunca teriam agido desta forma.

Envergonhada ao seu núcleo, Morgana olhou para a mão manchada de fluido.


— Eu preciso lavar esta coisa fora.

— Isso é desnecessário, ofensivo até para o Alfa que lhe deu seu perfume.
Agora, fique quieta enquanto eu a visto.

Nos braços do Sargento Uriel estava um pano azul royal, do mesmo tom que
seus olhos. Ele ergueu-a sobre a cabeça, arrumando-o de forma que ficasse
pendurado em seu pescoço. A peça deixou suas costas à mostra, as duas
extremidades penduradas fazendo pouco mais que enfaixar cada mama. Em volta
da sua cintura duas caudas se formaram, e Sargento torceu-as de forma que uma
parte formasse um painel da sua frente cobrindo seu sexo até a pele do seu
traseiro. Não havia nenhum pudor em tal roupa. Cada curva, cada toque de carne
ficaria em exposição se ela sequer respirasse.

— Todos as Ômegas de idade fértil usam tal vestuário. A classificação e o


título do seu companheiro serão bordados no tecido traseiro. — Em seguida, ele
apontou para o tecido sobre seu montículo. — E também aqui. Caso outro Alfa a
veja, saberá a quem você pertence.

— Os tecidos em todo o seu peito poderão ser puxados de lado para os seios
ficarem nus para o seu companheiro. Eventualmente, facilitarão a alimentação de
uma criança. Abaixo da cintura nada constritivo impedirá o prazer mútuo. Se você
ficar excitada, seu líquido vai saturar suas coxas, e não o tecido. E será fácil de
remover para o acasalamento.

Líquido. De novo essa palavra. — Líquido?

Como se para demonstrar o acesso fácil do vestuário, Sargento Uriel alcançou


o painel frontal da sua roupa e abruptamente passou os dedos do resto de
vazamento do fluido manchado entre suas coxas. Ele foi longe a ponto de manter
seus dedos diante de seus olhos, para que ela pudesse ver como as pontas de seus
dedos deslizavam quando friccionado juntos. — Líquido. Eu suponho que você
compreenda o seu propósito?

Incerta se era possível ficar mais mortificada, calor correu para o rosto de
Morgana.

O cretino teve a ousadia de olhar ligeiramente divertido. — Ômegas


respondem às propostas dos Alfa preparando seus corpos para o acasalamento
vigoroso. Líquido é liberado. Alfas, por sua vez, ficam excitados. Seus feromônios
demandam que eles lhe encham de semente. O Cabo deu-lhe sua semente. Em vez
de sacudir a sua oferta, você deveria esfregá-la entre as pernas ou em seus seios.
Da próxima vez, não repita o mesmo comportamento equivocado.

Tudo isso era insanidade demais. Ela caiu de joelhos, agarrando-lhe as


pernas, e implorando por misericórdia. — Se eu pudesse ter um vestido de
verdade, um vestido modesto, ele não veria a mancha. Ele não gostaria de me
tocar.

Ignorando seu protesto, Uriel puxou-a pelo braço até Morgana balançar em
seus pés. Em resposta à sua teatralidade, ele deu um puxão no tecido em sua
cintura. Um nó se desfez e a capa começou a cair no chão. — Este é um vestido de
verdade, mas se você não quer usar ele...

Arrebatando as bordas deslizando diante de seus mamilos expostos, Morgana


apertou-o contra o peito, e recuou como se ele fosse mais uma ameaça do que
Esin. — Eu quero isso.

Seus olhos se encontraram e Uriel cessou o seu ronronar como se entendesse


que para ela seria difícil lidar com o que estava em jogo. — Então obedeça e fique
quieta.

Ou outra lição aconteceria.

— Volte para onde você estava. — Ele estalou os dedos e apontou para o
espaço à sua frente. — Este é o único aviso que eu vou dar. Não se afaste de mim
novamente.

Ela rastejou para a frente, curvada como uma boneca quebrada, e deixou as
mãos do homem irem para onde quisessem.

Ao contrário de Esin, Uriel não estava interessado em beliscar seus mamilos


ou apalpar a sua bunda. Seus movimentos eram superficiais e com um simples
objetivo: ensinar-lhe como colocar o vestido real.

Uma vez que a peça de roupa azul escandalosa estava de volta no lugar, ele
disse. — Você tem perguntas, Morgana, e estas serão incentivados a serem feitas.
Meu dever é para respondê-las da forma mais clara e honesta que eu puder. O que
será difícil para você é não aproveitar esta oportunidade de coração. Lembre-se
disso. Não desperdice seu tempo em histeria.

— Vir por mim? Penetração? Subjugação? Humilhação? O que mais esses


monstros têm na sua vida? Histeria parecem a reação natural a este pesadelo.

— Eu vou montar um prato de comida para você. — Ele tomou seu cotovelo,
levando-a para a mesa onde ela passou mal. — Enquanto você come, vamos
conversar.

Sentada onde ele a colocou, Morgana tentou se cobrir o máximo que


conseguiu com o vestido.

Sargento Uriel cobriu o vômito na mesa com um guardanapo nas


proximidades, escolhendo os alimentos em exposição para arrumar um prato de
pão simples e nozes. Quando estava à sua frente, ele inclinou a cabeça para ela
comer, e disse. — Na presença do Cabo Esin, líquido escorreu de sua boceta. O que
se seguiu foi o que lhe perturbou.

Boceta? Essa foi a palavra mais vulgar que Morgana ouviu. Ninguém falava
isso casualmente, ainda mais enquanto limpava o vômito frio com um guardanapo
de seda.

Então, ela manteve a boca fechada e os olhos no prato.

O silêncio parecia a resposta que Sargento Uriel desejava. Como se para


recompensá-la da contenção, um ronronar suave encheu o ar entre eles. — Esta
transição só será difícil se você fizer assim.

Ela assentiu com a cabeça, pegando um pedaço de pão.

Apenas algumas horas tinham passado desde que ela acordou. Muitas coisas
foram ditas, em grande parte fora de seu entendimento. Havia palavras jogadas ao
redor que ela nunca tinha ouvido falar, insinuações, expectativas... nada claro.
Ousando descongelar os olhos do seu prato, ela encontrou os olhos do sargento e
perguntou. — Por que estou aqui se não for para ser punida?

— Coma mais três mordidas. — Ele esperou enquanto o fazia, estoico


continuando ainda a ronronar. Quando o último pedaço de sua comida foi
engolido, ele disse. — Você está aqui para ser curada.

Tomando-a pelo cotovelo de novo, ele a levou para o centro da sala e sentou-a
em um banco de frente para a vista para a floresta. — Mantenha seus olhos na tela.
Quando eu voltar, vamos discutir o que você aprendeu. Não me faça descrever o
que vai acontecer se você desobedecer.

Seus cabelos estavam secos, assim como a sua pele, mas a almofada sob o seu
corpo estava saturada com fluido indesejável, escorregadio. Pequenas poças
estavam expostas no chão onde o líquido escorreu do banco ou ainda corria sob
seus pés descalços.

O ar no quarto estava encharcado de um doce aroma incomum.

Líquido, como Sargento Uriel tinha chamado, temperava cada respiração sua
e não importava o quanto tentasse, a coisa não ia embora e ela não conseguia
parar o vazamento.

E ela tinha tentado. Juntou o tecido frontal de sua saia e pressionou-a entre
suas pernas mas isso não ajudou. O tecido ficou encharcado e agora estava preso à
sua pele de uma forma que a fazia querer removê-lo completamente.

Cada polegada de sua pele de onde o vestido azul agarrava, coçava. Coçava da
mesma forma como ela sentiu em casa e ela teria arrancado a maldita coisa e
deixado o corpo exposto ao ar se pudesse.

Morgana logo compreendeu de onde estes sentimentos não naturais e seus


pensamentos vinham. Era a parede diante dela, viva novamente com imagens
provocativas.

E ela foi ordenada a sentar e prestar atenção.


As coisas exibidas eram vulgares na natureza, embora pouco podia ser visto
além da expressão de uma menina bonita e a musculatura das costas do homem
que a prendia para baixo. Era uma história contada em gemidos lascivos e
grunhidos enquanto o homem invisível avançava, mais e mais. A cada som
obsceno do Alfa, o volume subia para ecoar bem alto em toda a sala. Os gemidos
ansiosos e gritos penetrantes da menina Ômega projetada na parede, ficaram
ainda mais altos.

Como Esmeralda, a íris da fêmea não identificada foi totalmente comida por
um círculo negro. Só que desta vez, Morgana tinha visto a transformação do mel
nos olhos inocente para os olhos negros. Ela não tinha certeza de que podia
chamar uma mulher como essa de devassa. Prostituta? Mas o macho era seu
companheiro.

E então ele tinha rosnado para ela até que a mulher estava praticamente
salivando.

Não era um barulho que inspirava a luxúria de casais num quarto. O rosnado
do Alfa foi animalesco e perigoso, similar ao tom para o ronco de baixa frequência
que tinha vindo de Esin quando ele apalpou o corpo dela mais cedo.

Ela odiou o som dele, mas ainda contra a sua vontade, ele havia inspirado
uma nova onda de líquido aquecendo suas coxas.

Quando o Alfa na tela empurrou sua companheira para baixo, Morgana tinha
sido incapaz de ver o que fez a menina guinchar. Tudo o que podia ver era o olhar
no rosto da Ômega, e como sua respiração travou com o primeiro aumento
acentuado.

A besta continuou por um longo período de tempo, até que a menina estava
gritando por liberação e até mesmo Morgana cravou as unhas nas palmas das
mãos em antecipação a essa coisa que ela só tinha ouvido sussurrada entre as
meninas da sua aldeia.

E então ela ouviu o rugido.


Este balançou a sala, sacudiu Morgana e deixou o lugar entre as pernas
apertando em torno de um sentimento de vazio.

Ela choramingou, seus mamilos tão duros que pulsavam.

— Ele se une à ela agora. A base de seu membro se expande dentro de seu
corpo quando ele ejacula.

Distraída pelas imagens indecentes, o pulsar da carne entre suas pernas e a


coceira incessante para esfregar a dor de seus seios, ela não ouviu Sargento Uriel
retornar. Com os olhos arregalados, lançou um olhar por cima do ombro,
envergonhada por ser vista em tal estado.

Não havia maneira de esconder seu colo encharcado, as poças, onde suas
mãos tinham viajado ... o cheiro.

Cheiro? Sim havia um cheiro delicioso. Com as narinas dilatadas, ela tomou
uma respiração profunda. Almíscar temperava sua pele. Suor.

Como uma mulher faminta, ela fechou os olhos enquanto saboreava o sabor
em sua língua.

— Se você olhasse para si mesma agora, Morgana, você encontraria o mesmo


reflexo da Ômega na imagem. Suas pupilas estão aumentadas, sua boceta madura e
pronta para ser introduzida, bem molhada. Ambas as reações atraem um Alfa.
Você estava no cio, como a Ômega na tela, e estes sintomas seriam agravados e
você estaria implorando qualquer macho para facilitar a sua excitação. Você seria
incapaz de parar a si mesma.

— Cio?

Ele assentiu. — Um estral descontrolado foi a razão de Esmeralda e todos os


colonos morrerem. Os feromônios do seu corpo instigaram um monte de machos
beta que não puderam resistir. Ela morreu. Eles morreram. Todo mundo sofreu.
No entanto, em um ambiente controlado, sob os cuidados de um Alfa experiente, o
cio traz grande prazer.
Olhando de olhos vidrados, Morgana, sem saber, lambeu os lábios, mas
discordou abertamente. — Eu não pediria por isso.

O canto da boca de Uriel apareceu, as linhas finas ao lado de seus olhos se


mostraram encantadoras. — Seu orgulho é algo para ser visto, menina. Ele
chamou a atenção de vários Alfas e o Conselho está complicado. Muitos de nós
desejam fazer de você a sua companheira. Companheira?

Como o homem na tela? O único segurando-a para baixo e fazendo Ômega


guinchar alto?

Apenas o pensamento fez seus seios pesados e doloridos. Sem pensar, ela
estendeu a mão para acalmá-los. Uma vez que as palmas das mãos estavam cheias
com a carne, a ousadia de seu comportamento foi registrada por ela. Pega sem
pensar tateando-se em frente a este Alfa, ela piscou uma vez, jogou as mãos para
longe e colocou a mão sobre a boca com vergonha.

Uriel tentou aplacar. — Eu não estou ofendido por seu interesse. Você
respondeu ao exercício exatamente como deveria acontecer. E se você quiser
participar, posso enviar um Alfa adequado para guiá-la através da estimulação
sexual para o orgasmo.

Para ser empurrada para baixo como a Ômega na tela foi? Apenas o
pensamento fez sua vagina apertar com tal poder que o líquido correu por entre as
pernas para respingar no chão.

Morgana nunca teve sua luxúria inspirada por qualquer Beta. E luxúria é tudo
que isso era.

Luxúria era uma emoção vazia, oca que quando o espetáculo acabava, deixava
a pessoa manchada. O amor era o necessário.

O amor era a razão das mulheres em sua aldeia fazerem um grande esforço
para manterem sua modéstia intacta. Pretendentes não eram tentados por seus
corpos, mas por seus atos e suas mentes.
No entanto, ela estava muito travada no meio tentador da luxúria. Tudo isso
porque assistiu um par grunhindo na tela.

E ela mal tinha visto eles, porra. Somente as costas do Alfa e o rosto da
Ômega.

Talvez sua vizinha horrível tinha razão. Ela era uma prostituta.

Seus olhos deixaram o Alfa, para banquetear-se nos restos de pele na cama.
Apenas um sussurro de tanta suavidade contra sua pele esfriaria esse calor. Ela
poderia alastrar sobre aquele ninho, rolar e desfrutar como um gato. Encontrar o
que precisava.

Uriel ronronou tentação com voz de veludo puro. — Um Alfa experiente está
à espera fora da porta, Morgana. Devo deixá-lo entrar?

Um estranho em um quarto estranho que a tocaria em uma cama fofa e


estranho saturado pelo cheiro de muitos homens. Por que parecia delicioso, ela
não podia dizer.

— Pode ser mais do que um Alfa. Deseja provar aqueles com maior
classificação para que você possa alegar um deles? Eles a mimariam.

Vários homens?

Esmeralda tinha morrido horrivelmente sendo atacada por múltiplos machos.


Seu assassinato tinha sido uma coisa triste, assustadora.

O medo a esfriou.

Como se visse a mudança, Uriel aumentou o som de seu ronronar. — Eles


seriam gentis, Morgana. Extremamente cuidadosos.

Esin não tinha sido gentil quando a puxou pelo braço e agarrou seus seios.

Ele não tinha sido gentil quando colocou os dedos ao redor de seu pênis e
bombeou-o para cima e para baixo.
Eles tinham sido extremamente cuidadosos quando seguraram a mãe contra
a parede por seu pescoço? E o que poderia dizer sobre marcar a cara dessa mulher
doce? Foram os Alfas cuidadosos que fizeram isso?

Toda esta situação era absurda.

Em um dia, ela acordou com medo, assistiu a uma morte horrível, foi
apalpada por um homem que desprezava, perambulou em locais estranhos e foi
coberta de sêmen. Sua vida estava nas mãos de soldados Alfa que não podia ver;
mas que arrumavam o quarto onde estava presa e que eram capazes de dobrá-la à
sua vontade. Ela não tinha nenhuma palavra. Em vez disso, eles apenas diziam que
Morgana adoraria tudo o que tinham planejado para a sua vida. E então a fizeram
se excitar ao ponto de loucura com nada mais do que imagens em uma parede.

Esta não era quem ela era. Sua reputação no assentamento era excelente.
Morgana era uma menina constante, que poderia tecer tecidos quase tão bem
quanto sua mãe.

Sua mãe ... que estava sozinha em sua cabana. E ela nunca mais iria vê-la
novamente. Uma projeção estranha na parede não poderia tirar essa dor de
cabeça.

A excitação sexual desapareceu na desesperança, a mudança no seu cheiro


óbvio para ambos.

Miserável, Morgana murmurou. — Eu aposto que ela está sentada na minha


cama agora, chorando no meu travesseiro. E ao contrário de mim, duvido que ela
tenha comido algo hoje. O que foi feito vai destruí-la, e não há nada que eu possa
fazer a não ser sentar aqui e obedecer.

— A fêmea Beta foi bem recompensada por sua bela prole Ômega. Ela nunca
terá que trabalhar outra vez e pode até ter o suficiente para que um colono a
queira como esposa. Ela poderia ter mais filhos, crianças Beta para manter.
Morgana zombou alto. — Alfas arruinaram o seu futuro há muito tempo.
Nenhum colono vai querê-la. Já foi ruim o suficiente um de vocês colocar a mão em
mim, para apenas ela engravidar de outra igual a mim e outro Alfa levá-la embora.
Eu era seu tudo... e você queimou o rosto da minha mãe para me proteger do
mesmo destino que forçou nela.

Estreitando os olhos, medindo suas palavras, linguagem corporal e raiva,


Uriel permaneceu irritantemente silencioso.

Irritada com o que tinha sido feito para ela, para a sua mãe, e ciente de que
não tinha nenhuma maneira de corrigir sua situação, Morgana atirou em seu rosto.
— Você não sabia? É contra o seu código usar mulheres Beta quando vem nos
roubar? — Atirando a mais nova palavra no seu vocabulário com despeito,
Morgana cresceu irada. — Você só monta Ômegas?

A resposta medida foi oferecida apesar de sua rudeza definitiva.

— Se o que você diz for confirmado, os Alfas em questão terão de enfrentar


grandes penalidades. Betas são protegidos por nós. Sempre asseguramos que
nunca sofram a doença, a fome ou a guerra. O valor de um Alfa é abastecê-los e
protegê-los no seu Éden, e em troca tomamos o que é devido.

— Proteger de quê? — Ela apontou para ele e toda a luxúria em volta


torcendo em despeito. — A única coisa que devemos temer é você.

Suas palavras detonaram o almíscar de raiva do Alfa. Cerrando os dentes,


sargento Uriel rosnou. — Você não tem ideia dos perigos neste universo. Eu não
posso contar os Alfas que sacrificaram as suas vidas para que vocês pudessem
florescer em paz. Há uma guerra até agora, sempre houve uma guerra em que
você, sua mãe e seu povo têm sido protegidos. Seja grata e considere o porquê
tomamos Ômegas enquanto ainda são jovens. O amor que você sente por sua mãe
foi roubado. Ele foi roubado de seu futuro companheiro. Seu amor pertence
somente a ele, e ele vai te ajudar a aprender isso.
— Então eu o odeio desde já. — Virando a cabeça para despedir o intruso,
Morgana fez-se olhar para o êxtase contínuo dos amantes, e ignorou a sensação de
mais líquido escorrendo pela perna.
Capítulo 6
Franzindo o nariz, Morgana voltou para sua rebelião silenciosa. Passou a
noite naquele quarto antinatural pois havia instruções claras sobre onde e como
dormir. Qualquer resto fora do ninho seria considerado insubordinação.

Eles tinham deixado pouca escolha nesse caso.

Depois do jantar, sargento Uriel lutou para despi-la de sua roupa e largou
suas roupas em uma pilha no chão, enquanto ela gritava de vergonha.

— Não há nenhuma vergonha em sua nudez, garota. — Ele estava sobre ela,
enorme, e menos do que impressionado em ver mais lágrimas. — Você é linda. Seu
companheiro terá grande alegria em vê-la desta maneira.

Com os olhos para o chão e a testa apoiada em seus joelhos, Morgana


manteve seus braços em volta de seu crânio. Ela não sairia dali, recusava-se a
deixar outro macho vê-la sem roupa.

Escondida em uma bola de raiva, vomitou no ar frases tão indecorosas que


teria recebido um tapa de sua mãe.

— Eu não posso permitir que você mantenha o vestido e promova uma


deturpação do que esperar uma vez que esteja ligada. Vocês estão aqui para
aprender. — Ele parecia tão calmo e cheio de si que a que enfureceu ainda mais. —
Nem Ômega ou Alfa permanecem vestidos quando estão em seu ninho. Não é
natural.

Não havia outro meio para a mulher exausta. — Eu odeio todos vocês! SAIA!

A palestra continuou como se ela estivesse sentada em uma cadeira à frente


dele, não no meio de um colapso em seus pés.
— Muitos Ômegas acham mais confortável permanecerem despidos durante
os primeiros anos depois de acasalados. Não só é prático, como é considerado um
ato de carinho para o seu Alfa, facilitando o acesso ao seu corpo.

Seus gritos calaram-se e ferveram em silêncio.

— Você dormirá agora. No ninho. Você vai escavar e usar as peles para o
calor. — Quando ela se recusou a mover-se, a natureza granulada de suas palavras
rolou ameaçadoramente e o ronronar do sargento secou. — Se você se recusar ao
conforto do seu ninho, as consequências serão graves e dolorosas. Eu não vou
permitir que você abuse e arrisque-se em um esforço para ser difícil.

Percebendo que ele estava descendo, Morgana usou o último resquício de sua
voz crua e assobiou. — Se você colocar um dedo em mim, eu vou te morder!

— Isso é uma ameaça imprudente e de nível para um Alfa. — Sua mão se


estabeleceu entre as omoplatas, firmemente plantadas quando ela se encolhia. —
Uma mordida de um Ômega é algo que gostamos. Embora minha companheira
possa ficar com ciúmes se eu voltar para ela com as marcas de seus dentes na
minha carne.

Isso foi o suficiente, esse pequeno toque de zombaria foi o estopim e a última
gota da sua sanidade escorregou.

Nem mesmo os dentes poderiam ameaçá-los. Ela não tinha nada. Não havia
maneira possível para fugir desse local e ela nem fazia ideia de onde no universo
que poderia estar. Morgana nem sequer compreendia como a parede tornou-se
uma porta.

Ele afundou-se lentamente, enquanto ela jazia caída sobre os joelhos no chão.
Eles poderiam fazer o que quisessem e ela tinha a impressão de que fariam
justamente isso.

Esses homens lhe davam roupas apenas para levá-las embora. Eles usavam
suas mãos para seu prazer. Eles iriam estuprá-la.
No tumulto repentino de sentimentos, veio a aceitação fria com uma mão
estendida arranhando seu rosto. Morgana só ficou em silêncio e imóvel, olhando
para a frente e não vendo nada.

— Agora vá para cama, Morgana.

Nem mesmo um piscar seu foi oferecido, Morgana ainda perdida em um


retiro mental. Assim, ele arrastou-a como uma criança mal-humorada para o
colchão de dormir; a Ômega sem oferecer ainda nenhum protesto quando ele a
deitou.

Ela não demonstrou nenhuma vida em tudo.

Ele organizou seus membros. Ajoelhado ao seu lado, pegou os pedaços de


pele e os jogou sobre o corpo dela para aquecer. Sargento Uriel usou até mesmo a
palma da sua mão para escovar os olhos fechados. — Esta transição só está sendo
difícil porque você insiste nisso, filha.

Era filha agora? O que aconteceu com garota? E Ômega? Por que ele nunca
uma vez a chamou de mulher?

Ela já possuía idade e todas as habilidades que uma mulher adulta deveria
saber. Ela até tinha sido cortejada adequadamente por alguns jovens da aldeia e
cada um deles atendeu a sua recusa como um homem. Com dignidade e bondade.

Mesmo o bajulador de Hanna, Cassius, que tinha apenas chorado por alguns
dias.

Os machos Alfa eram extremamente infantis com as suas exigências e


ameaças se não conseguissem o que queriam. No entanto, ela mentiria se dissesse
que a sua vontade era se jogar sobre as almofadas e dormir como uma criança
descontente.

Mas não faria.


Quantos ciclos dolorosos ela resistiu quando os Alfas vieram? Dezenas. Ela
sentiu a dor excruciante muito mais graciosamente do que isso. Ela sofreu. Ela
sobreviveu. E não era uma criança.

Fungando, Morgana sentou-se no escuro e soltou um suspiro perturbado.

A sala ficou novamente gelada e as peles fedorentas eram a sua única fonte de
calor. Brincando com um pedaço de tecido, ela distraidamente correu a penugem
branca macia para trás sob seus dedos.

Eles queriam que ela dormisse, mas não podiam obrigá-la.

Poderiam forçar seu corpo, mas não podiam dobrar sua mente.

Essas pessoas poderiam tomar tudo dela. Roupas, conforto, segurança... mas
seu conhecimento e anos de experiência estariam sempre consigo, suas armas
neste lugar frio e escuro. E ela faria questão que eles soubessem disso.

Nas primeiras horas, presa em um quarto congelado e escuro que fedia a


homens que nunca conheceu, ela costurou.

Como qualquer mulher trabalhadora nascida em uma aldeia, ela sabia como
fabricar um bom tecido, esticando e curando uma pele de animal. Sabia como
prepará-lo para a afiação fina que um vestuário precisava e linhas para as roupas
de inverno e para o calor.

Infelizmente, costurar uma pele exigia uma agulha resistente e linha, duas
coisas que ela não tinha. Mesmo assim optou em rasgar as bordas da pele macia e
amarrou-as juntas, ligando as duas pelas muito firmemente. Sem falar que uma
abundância de pele estava sendo fornecida.

Sob o manto da escuridão, Morgana trabalhou os pedaços de pele macia,


ignorando o cheiro que fazia cócegas em suas narinas. Hora após hora, seus dedos
ficaram inchados e rígidos do esforço que o rasgar do tecido exigiu mas não se
importou pois quando os dedos ficaram inúteis de tantas bolhas, usou seus dentes.
Tão zelosa quanto teria sido com seu tear, ela agarrou uns pedaços de tecido
aleatórios, uniu-os amarrando os segmentos formando uma espécie de bata até ter
o suficiente para cobrir sua nudez. Quanto mais rápido ela trabalhava, mais
desleixada sua criação ficava pois a fadiga e desespero estavam em guerra dentro
de seu corpo.

Quando a manhã chegou e Sargento Uriel atravessou aquele muro impossível,


encontrou-a vestida em um envoltório de pele mutilado que ela ainda estava
construindo. Com os olhos ainda avermelhados, fez questão de desviá-los do seu
trabalho para lidar com ele.

— Qual é o significado disso? — A pergunta do Alfa não era agressiva, nem


carregava o peso do castigo iminente. Era apenas curiosidade.

Morgana separou seus lábios secos, resmungando para si mesma como se


estivesse perdida em um feitiço. De tudo que disse, apenas quatro palavras
fizeram sentido. “—... Eu sou nenhuma criança.”

— Coloque-o para baixo, Morgana.

Agarrando as peles sob seu peito, ela abriu seus lábios em um grunhido e
rosnou.

O ronco baixo desigual, advertia que o animal encurralado estava disposto a


prejudicar o outro. — Você me disse para dormir sob as peles.

Desarrumada, com os olhos fundos e a pele amarelada, era óbvio que ela não
tinha dormido nada. O Alfa escolheu então apenas contemplar, em pé, a uma
distância longa o suficiente, a Ômega que voltou a rasgar e amarrar o pano,
lacrimejando e praguejando várias subordinações até que tudo estivesse ali na sua
criação.

Quando concluída e não havia mais trabalho para as mãos avermelhadas, ele
perguntou. — E o que é que você pretende fazer com isso agora?

Puxando a roupa mais apertada em torno de seu corpo, ela ignorou o Alfa
fedorento e olhou para a frente. — Ficar quente.
Pisando em seu quarto, as botas blindadas se destacavam distorcendo a
imagem das almofadas coloridas. Sargento Uriel se elevou sobre ela enquanto
dizia. — Você foi enviada para dormir.

Ela piscou, silenciosa e vitoriosa.

— E ainda assim passou as suas horas de descanso para fazer isso. — Ele
apontou para seu vestido, franzindo a testa, e o desagrado crescente era óbvio. —
Você realmente acha que eu permitiria a você a manter isso? Que eu não veria seu
intuito através desta pequena rebelião?

Encontrando seu olhar frio de pedra, ela segurou mais apertado o vestido
com toda a força.

— Agora você não estará vestida quando Cabo Esin chega para ver a sua
preparação.

Para uma pequena coisa tão exausta, ela foi notavelmente rápida quando
fugiu por debaixo de suas pernas e foi para outro canto da sala.

— Você vai desatar cada pedaço de pele que fez com suas palhaçadas. — Ele
correu atrás dela, suas botas batendo no chão e com a voz insuportavelmente
madura anunciava. — Cada última peça, Morgana.

Contornando a mesa e com a pele junta em suas mãos, ela fugiu novamente.

Sem fôlego para ser desperdiçado em argumento, nem mesmo quando suas
pernas estavam balançando e os braços cansados de horas de trabalho, ela
simplesmente continuou a correr.

Mas ele era muito maior, um caçador, um soldado, e ela era apenas uma
assustada... menina. Uma criança longe de sua aldeia com absolutamente nenhuma
maneira de retornar e que não queria nada mais no mundo do que a mãe.

Foi a sua própria roupa que trouxe um fim ao jogo de gato e rato. Ela tropeçou
na saia longa e caiu, o queixo batendo no chão com força suficiente para derrubá-
la sem sentido.
Estrelas ainda giravam em sua visão, quando o sargento Uriel a virou,
amaldiçoando em voz alta. Ele a prendeu no chão gelado, embora ela não pudesse
oferecer muita luta. Se foi falta de ar devido ao peso da bota que lhe enviou em
espiral para a inconsciência, ou apenas muitas horas de ansiedade desmedida,
Morgana caiu em um sono doloroso que trouxe com ele muita perturbação.

Quando acordou, estava de volta ao seu colchão, com Cabo Esin meio vestido
ao seu lado, desfazendo o vestido um pouco de cada vez.

Com o peito nu, ele não parecia nada feliz com a tarefa de despi-la. Na
verdade, encontrou os olhos dela e deixou-a ver um homem cheio de mágoa. —
Você não deveria ter feito isso, renegada.

Ela tentou com fracasso se manter a distância, para dar-lhe as costas, mas
encontrou sua perna presa sob a coxa pesada.

— O silêncio não vai fazer isso mais fácil.

Morgana sentiu a mandíbula dolorida ao tentar abrir a boca e por isso fez
uma careta ao sentir a pontada aguda. Ao passar a mão no rosto, testou o osso e
encontrou um pedaço de unguento medicinal revestindo seu queixo.

— Você tem sorte por sua mandíbula estar intacta.

Que conceito ultrajante. — Sorte?

Na tentativa de escovar um emaranhado de cabelo de sua testa, Esin pareceu


surpreso quando ela saltou e empurrou a mão dele.

— Eu não estou aqui para te machucar.

A pressão atrás de seus olhos e o pulsar constante em seu crânio, pioraram


com o movimento simples que fez. Gemendo, ela se afundou nos travesseiros,
olhando para seu algoz.

Ele tentou novamente, a mão movendo-se lentamente, para levantar o cabelo


emaranhado e colocá-lo atrás da orelha. — Como eu disse, eu não tenho nenhum
desejo de machucá-la. Nunca. Eu suportei o peso da sua punição em mim mesmo,
porque não suportaria vê-la na dor.

Ele virou-se seu tronco de modo que ela pode olhar para os danos causados à
sua volta. Linhas de crostas de pele aberta ainda escorriam. — Três listras.

Suas ações lhe tinham causado dor? Esta foi uma vitória, de fato.

— Eu espero que tenha doído muito.

Sorrindo como se sua insensibilidade fosse uma coisa bonita, Esin tentou
chegar mais perto para abraçá-la, mas a situação não foi como ele teria esperado.
Morgana rasgou suas peles e a roupa de cama em uma tentativa inútil para ser
livre.

E foi facilmente capturada.

Sussurrando um segredo, ele ignorou como ela se debatia e juntou os pedaços


da roupa em um nó.

— Eu fui tomada de minha mãe também, você sabe. Foi há muito tempo, mas
sempre que me lembro, sinto falta dela. Esse é o nosso modo de vida, as nossas leis
e nossos princípios que levam à realização e felicidade. Todos nós temos o nosso
lugar. O seu é com o seu Alfa, onde você vai ser amada e mimada.

— E quando o Alfa me encher com uma criança, em quanto tempo ela será
tirada de mim?

Ele fez uma pausa para considerar, pesando sua resposta de forma que levou
a suspeita de Morgana. — Sua descendência pode residir e treinar nesta nave. Eu
poderia fazer isso para você se te fizesse feliz.

— Você não pode pensar que qualquer vida que você esteja pensando para
mim seja a que eu quero. Você me roubou da vida que eu queria. Você queimou o
rosto da minha mãe. Não há um único macho nesta porra de navio que me faria
feliz em...
— Porra?

Sua pele se arrepiou apenas vendo a maneira como seus olhos queimaram
quando ela usou essa palavra.

Mais de seu peso a prendeu para baixo e Cabo Esin sorriu.

— Venha agora, renegado mal-humorada. Você faz o desafio muito mais doce
quando você olha para mim desse jeito. Eu gosto de caçar.

— Saia de perto de mim!

— Tenho ordens para tirá-la de tal coisa, e ensiná-la a aceitar o toque. Você
será privada de roupas hoje. Eu vou jogar com você e assim será preparada. Para
mostrar que o seu conforto é primordial, não vou usar a sua boca até que sua
mandíbula esteja curada.
Capítulo 7
Ela nunca tentou tanto um golpe.

Com as coxas tremendo, ela deu à luz o seu peso, incapaz de fazer mais do que
coaxar.

Morgana desistiu de discutir pois sentia a garganta queimar como se tivesse


engolido cacos de vidro, e deitou mole, largada na cama.

Seu ronronar era incessante, em conflito com os grunhidos aleatórios que


pressionava contra sua garganta. Embalando seu corpo, ele esfregava seus dedos
para trás e para frente entre os ruídos de manipulação, e ela ficou ainda mais
apática e nervosa, irritada e mal-humorada, mas principalmente cansada e
magoada pela situação.

— Você acha que eu estou tocando em você? Há nervos aqui, renegada, cuja
única finalidade é o prazer sexual. — Ele gemeu enquanto a acariciava,
provocando em um latejar da carne no ápice de seu sexo.

Não havia nenhum prazer em ser pressionada ou gritar até que a sua voz
fosse perdida. — Você está produzindo liso. — A voz de Esin era grave e Morgana
teve a certeza de que ele estava se segurando por um fio. O homem já tinha sugado
os dedos mais vezes do que ela podia contar, gemendo sobre eles com os olhos
fechados.

E então Esin reuniu mais dessa substância horrível, escavando-a entre suas
pernas para manchar seus seios.

Ele lambeu tudo, beliscando tão duro em lugares que ela sentia estar sendo
marcada. O ronronar vacilou, Esin rosnou novamente e uma outra onda de
mancha escoou.

Ele acariciou seu clitóris mais rápido e Morgana estava certa que o pequeno
monte de carne em breve estaria desgastado.
Isso machucava.

Os zings, os arrepios ... eles não eram agradáveis. Assim não.

— Uma vez que você vir, eu vou parar. Dê-me o que quero, renegado. Dê-me o
seu prazer.

Mais rápidos os dedos voaram, centrando-se no mesmo local até que a pele
crua começou a arder. Seu interior apertou em uma cãibra desafiante, torcida que
a fez vomitar e finalmente ser libertada.

Se este era o sexo, era horrível.

Ofegante, Morgana foi forçada a olhar para o rosto em êxtase do sexo


masculino responsável por tal desconforto.

— Boa menina. — Ele cheirou seu pescoço, emocionado claramente por ela
ter praticamente se jogado em cima dele. — Eu adoraria nada mais do que a
lamber você até ficar limpa, mas não confio em mim. Meu pau já dói. — Ele soltou
as suas duas mãos, para logo depois prender apenas uma em seu membro. Esin
correu os dedos por suas dobras hipersensíveis revestidas, manchando com liso
seu pênis agora descoberto. — Vá em frente agora, como eu mostrei-lhe a última
vez.

Ele a deixaria ficar assim, debaixo dele espalhada enquanto ela era obrigada a
usar sua mão? Mesmo com os quadris já doloridos, ela tentou balançar seu corpo,
para obter sangue de volta para suas articulações.

— Não não. Sem porra hoje. — Uma risada macabra emparelhada com um
fuçar em sua bochecha, e as palavras que a fizeram pele arrepiar. — Não tente me
seduzir. Eu já vi cílios batendo o suficiente para manter a cabeça limpa, não
importa o quão bonita você seja ou quão doce é o seu cheiro. Esfregue meu pau
como uma boa menina, e talvez eu lhe dê prazer umas duas vezes antes de seu
banho.
A pele entre as pernas dela já estava em chamas, se ele tentasse tocá-la lá
novamente, ela...

O que faria? Chorar até que não haver mais lágrimas? Gritar até que sua voz
virar nada mais do que um chiado?

O que tinha a ganhar?

Sua mão em torno de seu órgão dificilmente se movia. Não precisava. Esin
estava bombeando seus quadris em seu aperto. Posicionado como ele estava, as
estocadas simulavam a penetração, fazendo com que a cabeça de seu pênis roçasse
seu monte e barriga.

Empurrada por seus movimentos, com o rosto mostrando o seu nojo, havia
pouco que pudesse fazer, mas assim como começou, acabou rapidamente.

— Tire a mão. — Ele estava se esforçando, as veias do pescoço estalando


contra os espasmos musculares. — Segure a base do meu pau e sacuda.

O que?

— Agora! Faça isso agora!

A protuberância estava começando a crescer perto dos pelos em sua virilha.

Um inchaço distorcia seu eixo como um câncer crescendo.

— Gahhh! — Ele assumiu a responsabilidade em suas próprias mãos,


forçando seu punho para baixo e pressionando seu toque tão apertado que suas
articulações dos dedos estalaram. A mão livre ordenhou seu pênis furiosamente
até que uma bola de gosma grossa irrompeu em seu estômago. Foi a primeira de
muitas.

Aquele líquido que saía do homem, era incompreensível e sujou seus seios,
barriga, peito e coxas, a revestindo por inteiro.

E ainda Esin não parecia satisfeito. Com os dentes cerrados, ele sussurrou. —
Não saia ainda. Fique quieta!
— Você está machucando meu pulso. — As palavras foram apenas um fôlego,
o braço de Morgana tremia em sua tentativa de desalojar-se do seu aperto.

O que começou grosso tornou-se um spray de chuva quente. Faltava-lhe a


qualidade perolada do primeiro derrame abundante, e agora escorria como água
para baixo em sua pele. Com o estouro veio um rugido do homem que olhou para
baixo para ver o seu prêmio em tudo o que ele derramou sobre ela.

— Abra sua boca. — Não nunca.

— Apenas um gosto, renegada. — Ele repreendeu, provocando-lhe os lábios


com sua glande. — Beba o que ofereço.

Ferozmente balançando a cabeça, Morgana tentou se afastar se empurrando


contra ele.

Seja lá o que fez ao seu nó afiado, reverteu seus quadris e um novo spray com
o líquido almiscarado a sujou, até que seus cílios e o emaranhado do seu cabelo
estivessem inundados.

Esin a manteve desta forma, presa debaixo dele, e durante todo o tempo, o
crescimento bulboso avermelhado na base do seu pênis persistiu.

Os intervalos entre seus orgasmos subsequentes faziam com que ele


amassasse o nó de seus dedos tão forte que ela começou a perder a sensibilidade.
Nesse período, Esin falava a melhor forma para drená-lo e que tinha sido um
grande trabalho dela em sua primeira vez a ordenhá-lo. Mas ele também a
advertiu a sua recusa em separar os lábios.

Se não estivesse com a mandíbula danificada, Morgana tinha certeza de que


ele teria forçado sua boca a abrir e enfiado aquela coisa horrorosa para baixo sua
garganta.

Por mais quatro vezes, o sêmen disparou enquanto ele gemia, arqueado e
dizendo coisas depravadas para o teto.
A erupção final foi pouco mais que uma gota de líquido claro que correu entre
as suas mãos unidas gotejando entre eles.

Tirando sua mão latejante com um gemido sujo, Esin esfregou o nó que
diminuiu até seu pênis ficar flácido. Com sua carne apaziguada, ele caiu para baixo
sobre ela, rindo de sua tentativa ofegante de gritar como ele usou seu peito nu
para esfregar seu sêmen em sua pele.

— Minha. — Mais e mais ele murmurou a mentira. — Toda minha. — Ela não
era dele.

Ela era muito mais do que uma mão ou um corpo.

Ela era maior do que a carne entre suas pernas que aprendeu ser tão
importante.

E ela repetia isso a si mesma, enquanto as mãos ásperas do homem


escorregavam e deslizavam em vários locais do seu corpo, dizendo que ela estava
autorizada a usar a piscina.

— Eles vão ficar muito contentes com você, renegada. Nenhuma Ômega já me
fez gozar sete vezes. — E beijou sua boca com tanta força que os dentes bateu dela,
mas Esin balbuciou. — Sete... você, menina suja. E olhe para você: perfeita com a
minha semente aromatizando seus lábios.

Puxando desesperadamente para trás o suficiente para poder respirar, ouviu


ainda Esin brincar. — Perfeitamente desobediente, devo dizer. Eu lhe disse para
abrir a boca e você se recusou.

Pressionando os lábios apertados, Morgana olhou para longe.


O gosto dele já havia migrado para a boca, mas ela não iria convidar mais do
mesmo.

— A desobediência deve ser punida. Não haverá mais prazer para você hoje.
Pense nisso enquanto nós tomamos banho. — Ele voltou a brincar com os fluidos
secos em sua pele, deixando os seus dedos passarem pelas costelas e umbigo. —
Eu teria te deixado muito satisfeita. Agora vou deixá-la pingando liso e com fome
pela minha atenção.

Ela deixou escapar um suspiro de alívio rápido e um que foi enganado por seu
algoz como arrependimento.

Com o rosto sério de repente, ele tomou o queixo dolorido, virando a cabeça
para que ela pode encontrar seus olhos. — Uma boa foda áspera é para Ômegas
obedientes que não rasgam suas peles e abrem a boca para o seu Alfa. Da próxima
vez eu cuidarei de você, mas por agora lembre-se de como você se sente.

Morgana se lembraria e manteria os lábios selados.

— Você vai me dar um beijo?

Outro tremor cabeça.

— Beicinho, hein? —Rindo profundamente, Esin ofereceu uma pitada de


ronronar em uma tentativa de aplacar seu brinquedo. — Isso não é maneira de me
convencer a brincar com a boceta da minha linda menina.

Correndo com os dedos para baixo de seu corpo, indo em direção ao local as
suas coxas, Esin parou apenas pelo som da água enchendo a banheira.

— Parece que jogamos por um tempo muito longo. — Rolando para fora da
cama, ele se mudou com toda uma energia jovial que faltava em Morgana nesse
momento. Ele até riu brincando quando a puxou para seus pés. — Acredito que
eles me acharam brando demais e nos expulsaram do ninho. Mas punição é
punição.
Suas pernas estavam dormentes e ela cambaleou, e foi apanhada pelo homem
sorridente que piscou. — Você já tem me envolvido em torno de seu dedo.

Nenhuma quantidade de banhos poderia fazê-la se sentir limpa, embora Esin


tivesse feito um grande esforço para se certificar de que a ensaboou em todos os
lugares possíveis enquanto estava em seu colo. Foi o primeiro banho em que foi
forçada a partilhar, e ela percebeu que o propósito do banho não era para seu
prazer, já que ele estava ensaboando o sêmen de sua pele, mas para o prazer dele.

E ele estava lá para instruí-la como atender a um Alfa.

Com as mãos ainda retorcidas e cruas pelo ato de deixar a sua cobertura de
peles em ruínas, Morgana ainda se sentia dolorida, mas foi instruída em
massagear seus ombros. Escarranchando seu colo, ficando doce a face de uma
forma perturbadoramente íntima, ele persuadiu-a a tomar o sabão e aprender a
tocá-lo da forma como homens mais gostavam.

Seus gemidos quando ele jogou a cabeça para trás sob seu toque não
aqueceram o coração.

A carícia quase suave de seus quadris sob a água não aliviou sua mente.

Carinhosamente, ele ronronou, uma massa de conteúdo de músculo que pedia


para ser acariciada. Com os olhos brilhantes e um sorriso preguiçoso em seu rosto,
ele disse. — Você é realmente muito bonita. Perfeita, como eu disse a primeira vez
que te vi.

Quando sua mãe tinha a sua lâmina em seu pescoço, ameaçando queimá-la
viva.

— Eu não quero pensar nisso. — Não enquanto ela estava sendo forçada a
acariciar o homem responsável.

— Eu entendi você. — Pegando o lábio inferior com o polegar, Esin sacudiu a


cabeça.
Ele parecia muito menos feliz quando acrescentou. — Um dia você vai se
lembrar desse momento sob outra luz; e recordará que esta foi a primeira vez que
viu o companheiro que você adora.

Sério? Morgana continuou a passar as mãos em círculos preguiçosos sobre


seus ombros como instruída mas afirmou com a voz como lixa. — Você não é meu
companheiro.

Mudando rapidamente, ele ficou tenso, desfazendo todo o trabalho duro para
suavizar seus músculos. — Eu farei qualquer coisa para garantir que serei.

Morgana preferiu não responder e pegando mais sabão ao invés disso.

—Você não acredita em mim?

Ela acreditava que estava presa em uma nave sem nome, só Deus sabia onde
no espaço, cercada pelo inimigo. Um inimigo que tinha acabado de fazer coisas
nojentas para ela... novamente.

E logo Morgana descobriu que tinha ainda mais lágrimas para derramar,
depois de tudo. Elas começaram a cair, sacudindo os ombros com o esforço para
reprimir os soluços dolorosos.

Esin teve pena da Ômega sobrecarregada, puxando-a com força contra o


peito. Em sua forte resistência, um ronronar intenso veio dele, vibrando tão perto
de seu corpo que ela sentiu o chacoalhar de seus ossos.

O calor de suas mãos saiu da água e correram sobre a musculatura das costas,
um carinho muito bruto para ser considerado confortável. Esin encontrava um nó
e atacava enquanto ela assobiava através da dor. Depois de longos minutos, os
músculos foram liberados.

Ele contou a intenção, os lábios em seu ouvido enquanto descrevia como a


sua suavidade agradava. Dizendo-lhe quão confortável o seu futuro seria. Que ela
não precisaria fazer nada, nunca passaria fome ou sofreria a solidão como ele
enquanto esperava encontrá-la.
Com o tempo ela ficou mole.

Sentindo a respiração suave em seu ouvido, ele perguntou. — Está melhor?

Um coaxar estridente reclamou. — Eu estou com fome.

— Bom. — As palavras mal-humoradas foram o oposto de quando ele a pegou


no colo e puxou-o para segurá-la um pouco mais apertado. — Eu trouxe-lhe a
comida que especialmente prepararei. Um presente que podemos desfrutar juntos
antes de eu partir para o serviço.
Capítulo 8
Embora Esin parecesse otimista com o comportamento de Morgana, Sargento
Uriel continuou a pressionar para uma mudança rápida e drástica.

Quando ele veio vê-la mediante a retirada de Esin, não observou nenhum dos
sorrisos que o macho de baixa patente compartilhou.

Uma fungada do ninho contou uma história que Esin quer não percebeu, ou
com relaxamento ou por orgulho.

Mas a picada adstringente no ar falava de muito mais do que o medo. Dizia de


repulsa, de vergonha ...

Mesmo com estimulação direta, Morgana não conseguiu responder como


esperado. Ele subiu no seu ninho, perturbou as peles, cheirando muitas vezes e
rosnou em um baixo zumbido incessante de desagrado.

Estragada.

Ele poderia ter murmurado baixinho, mas ela ouviu.

Talvez ela estivesse quebrada, mas melhor ser quebrada do que virar um
fantoche sem sentido de um Alfa. Quando percebeu que ainda estava onde o
sargento mandou ela esperar, Morgana ficou imensamente agitada. Antes que ela
pudesse ganhar outra lição, rapidamente falou em sua defesa. — Eu fiz tudo o que
ele quis.

A tolerância habitual do sargento foi substituída por antagonismo. Tirando


sua atenção do ninho inadequado para seu rosto, sua voz foi áspera, irritada e
implacável. — Não só ele se absteve de penetrar-lhe para o seu conforto, como
visou apenas o seu prazer antes de seu próprio.

Frustrado com a sua falta de vontade absoluta em permitir que o Cabo Esin
cheirasse o ar ao seu redor, fedendo a medo e impaciente com a raiva, súplica e
desgosto, Uriel subiu no ninho, marchando para a frente até ficar em cima dela e
acusar. — Eu vi que você gostou.

Era extremamente estranho que pessoas alheias tivessem visto a forma


descuidada como seu corpo foi despido quando Esin arrancou suas peles, e ouvido
o seu grito no topo de seus pulmões. Morgana gemeu e gritou até que o som falhou
completamente. Ela chorou por sua mãe quando ele tinha forçado a abrir as
pernas.

O esforço foi em vão.

Apertando os braços de forma protetora em volta do corpo, Morgana


descobriu que não podia encontrar seu olhar. Ela sentiu os olhos invisíveis em si
desde os primeiros momentos nesta prisão: as bonitas luzes, a banheira, o ar frio
que explodia no quarto como se houvesse uma mudança no vento da falsa
floresta... as imagens na parede. Todos foram coordenados por quem foi
encarregado de monitorá-la.

Seu sangue estava frio como gelo e Morgana disse em voz alta o que todos
sabiam, certa de que cada movimento que fazia era projetado para os estranhos
testemunharem durante todos estes dias em seu cativeiro. — Você assistiu?

— Claro. — Sargento Uriel apontou para a visão artificial da floresta na tela


que já tinha demonstrado a morte de Esmeralda e do acasalamento da Ômega
durante a alta de seu estral. — Além dessa parede, muitos Alfas observam cada
movimento seu. Há uma equipe no local para regular a sua manutenção e garantir
a sua felicidade. Muitos deles são seus pretendentes que têm o direito legal de ter
a prova que você está honrada.

Honrada? Se Uriel estava frustrado, Morgana estava exasperada.

Amor, felicidade, segurança, alegria, prazer. Essas palavras foram latidas para
ela várias vezes, mas em nenhuma vez ela sentiu qualquer uma delas nos cuidados
dos Alfas.
Honra não existia aqui.

Ele não foi intimidado. — Além disso, todos os Ômegas quando estão para
acasalarem têm seus melhores momentos transmitidos. De que outra forma os
Alfas aprenderiam a agradá-los, a cuidar e discipliná-los, se há tão poucos ao
redor? Se acostume a ser vigiada.

Espantada esses monstros tinham encontrado outra maneira de chocá-la, o


queixo de Morgana caiu. — Você permite que outros homens vejam a sua
companheira durante...

Orgulho inchou seu peito e sargento Uriel disse alto. Ele até se atreveu a dar
um sorriso. — Alfas precisam de liberação. E ela pode encontrar prazer no mesmo
momento em que eu, então é meu dever fornecê-la. Um Alfa não satisfeito é
perigoso.

— Ela fica confortável com isso?

— Como você, ela não tem escolha. — Ele pareceu considerar como se o
pensamento nunca lhe ocorrera, seguindo com: — Eu acredito que ela tenha
prazer em fazer seu dever para mim e para a equipe.

Com as bochechas vermelho-fogo com o conceito afundando, ela se atreveu a


encarar os olhos do Alfa. — Você já perguntou a ela?

— Por que eu deveria?

Foi uma resposta tão irreverente que Morgana não poderia deixar de rosnar.

— Porque você a ama. Porque você diz que o sexo é sagrado. Porque, mesmo
agora, eu me sinto mais e melhor do que Esin que me violou.

Ele deu-lhe um tapa, com força suficiente para doer, mas não áspero o
suficiente para derrubá-la. — Segure isso. Você não pode ser violada por um Alfa.
Você é uma Ômega, desenhada pela natureza para responder ao nosso apelo.
— Morgana tropeçou com a mão na bochecha dolorida. — Eu fiz o que ele
queria...

Contrariando seu retiro vacilante, o sargento desceu até que ela tinha
tropeçado e caído duro em seu traseiro. Fedendo ao furioso almíscar Alfa, ele
rugiu. — Você passou metade da experiência gritando pela sua mãe! Você tem
sorte que ele escolheu exercitar a paciência e clemência! Se tivesse sido eu, teria te
silenciado com esse primeiro balido embaraçoso!

Não havia nada a fazer a não ser tentar recuar e apaziguar, e cada sinapse sua
avisou que ela estava em perigo. — Eu sinto muito.

Fervendo, ele fechou os olhos, respirou, e lentamente se acalmou. Quando um


minuto tinha passado, ele acenou para um pensamento e se tornou o homem
meditativo que ela encontrou pela primeira vez. — Você vai ser silenciada agora.
Mais uma menção a ela em qualquer contexto, Morgana, e haverá três graves
surras de vara para você e uma surra pública para Elizabeta onde toda a sua aldeia
poderá assistir.

Aflita, Morgana poderia murmurar não mais do que um aterrorizado. —


Não…

— Sim. — Ele parecia orgulhoso do decreto. — Você vai aprender a disciplina.


O melhor que pode fazer para sua mãe é esquecer que ela existe. Escorregue, e ela
vai sangrar muito mais do que você. Algum dia você ainda vai me agradecer por
quebrá-la de seu hábito infantil.

Sua ameaça tinha deixado Morgana em soluços incontroláveis que nenhuma


quantidade de ronronares poderia aliviar. Sua punição ela podia suportar, mas
sabendo que sua mãe, uma mulher que já estava de luto e de dor, seria chicoteada,
nunca poderia suportar.

— Pense em tudo que eu disse. — Uriel ajoelhou-se e colocou a mão em seu


ombro, balançando a cabeça. — Amanhã você vai me impressionar com o
comportamento de uma mulher e não com a pobre conduta de uma criança.
Ele a deixou chorar sozinha e saiu. A claridade das luzes foi diminuída e ela se
jogou em cima da cama afundando longe das peles fétidas e restos de crostas de
sêmen de Esin.

Sem esperanças e exausta, ela ficou imóvel como um cadáver, não se


importando com o frio artificial que pairava no ar.

Eles a haviam levado de sua casa. Eles a forçaram a assistir coisas indizíveis,
fizeram exigências que foram degradantes e repugnantes. E agora... agora eles
queriam tirar o nome de sua mãe de sua boca.

E isso era pior do que ser roubada porque Morgana sabia que um dia ela
escorregaria. Um dia ela iria mencionar sua mãe, e a mulher que amava acima de
todas as coisas pagaria caro por isso.

Quando as luzes se acenderam, foi apenas outra noite sem dormir.

Sargento Uriel entrou com vigor renovado. Profissional, com nenhum


resquício do temperamento duro do dia anterior, ele disse. — Eu vejo que você
passou uma grande parte do tempo pensando.

Cansada demais para fazer qualquer coisa, Morgana acenou e permaneceu em


silêncio. Silêncio, de fato, era a melhor coisa que ela poderia fazer a partir agora.
Eles queriam alguém que só falasse quando abordada. Agora eles tinham uma
pessoa assim. Caso contrário, a conversa acenderia um constante estado de
ansiedade. Seria muito fácil cometer um erro.

Cada frase deveria ser medida de forma que a única palavra bonita nunca
passasse por seus lábios.

— Muito bem, garota. Ele levantou uma sobrancelha. — Conte-me seus


pensamentos.

Seus pensamentos eram o assunto muito perigoso e nunca seriam


mencionados novamente.
Esfregando os lábios para formular uma resposta admissível, ela disse. — É
hora do café da manhã.

Isso desagradou a Sargento Uriel. — Descreva a sua angústia.

— Eu estou com fome.

Ele franziu a testa avaliando. — O que há de errado com você?

— Eu não dormi bem.

— Chega, Ômega. — Ele marchou até onde ela estava mansa e submissa assim
como ele treinou. — Você vai explicar esse temperamento.

Quanto mais ele empurrava, mais Morgana tinha certeza de que era tudo um
teste. Se ela escorregasse e explicasse um único pensamento em sua cabeça, seria
um fracasso. E sua mãe seria impiedosamente espancada.

Ele estava esperando por uma resposta e ela precisava encontrar uma
apropriada. A meia verdade foi o melhor que podia fazer.

— Eu tenho uma leve dor de cabeça.

De fato, sua cabeça latejava.

— Minha Ômega goza quando eu escovo seus cabelos. — Os bloqueios que


tinham modestamente cobertos os seios nus estavam reunidos, mas sargento Uriel
esfregava as argolas de ouro entre os dedos. — Você gosta desta atenção?

Outro teste? — Será que um Alfa desfruta de oferecê-la?

— Há uma profunda satisfação em agradar um companheiro.

Quando voltava do assentamento, depois de longos dias trabalhando em um


tear, sua mãe penteava seu cabelo oferecendo seu único conforto quando criança,
compaixão e amor. A manipulação de grandes mãos masculinas não apagaria a
memória, apenas tornariam mais dolorosa. — Então seria esperado que eu
cumprisse isso.
— Isso é uma resposta insatisfatória, Morgana.

Ansiedade borbulhava deixando-a próxima de uma depressão e lágrimas


silenciosas caíram, mas Morgana teve medo dele a ouvir e uma lição vir a seguir.

— Eu não tenho um companheiro para pentear meu cabelo, então eu não


posso te responder.

— Você quer um companheiro?

Ela queria a sua mãe. Olhos vermelhos, seios inchados, ela olhou para a frente
e se esforçou para ser obediente. — Você diz que um companheiro vai me fazer
sentir feliz. Todo mundo quer ser feliz.

— O que está errado, Morgana?

Ela balançou a cabeça e fez o sargento Uriel tinha dito a ela era o seu
propósito. — Nada. O que você gostaria que eu fizesse a seguir?

Ele limpou as lágrimas e suaves em ação, mas firmeza na voz. — Pare de


chorar.

Calma, ela balançou a cabeça ... e falhou.

Os pingos molhados continuavam a cair.

Com um suspiro resignado, o sargento deixou cair as mãos de seu cabelo e


deu um passo de distância. — Isso não vai mudar nada, Ômega.

Esfregando seu rosto com o dorso da mão, Morgana fungou. — Estou


tentando. Juro.

— E eu acredito em você. — Abandonando-a ao seu humor, ele se afastou. —


Coma. Vou voltar mais tarde.

Com essa última palavra, ele desapareceu, deixando-a um dia inteiro sozinha
com seus pensamentos.

O tempo foi gasto no escuro e o sono foi sem sonhos.


Capítulo 9
Com a metade do corpo enterrada sob as peles perfumadas, Morgana mal
acordou quando Uriel estourou pela porta para o próximo dia de trabalho.

Seu comportamento tinha mudado drasticamente. Agora o estado pensativo


tinha ido embora e uma nova determinação estava por trás de suas palavras em
seu lugar. — Sabíamos que seria feral, mas depois de analisar as suas queixas,
concordamos também de que elas estão sob a falsa impressão de que você não
está segura ou cuidada por nossos padrões rigorosos.

Andando para lá e para cá, ele falou como se estivesse se dirigindo soldados
em formação. — Toda a lei tem sido seguida. Toda regra exigida com precisão para
facilitar o ajuste.

Esfregando os olhos, Morgana sentou-se com todo o entusiasmo de uma


mulher prestes a ser alimentados aos leões.

Avaliando a curva sem entusiasmo de sua coluna, ele parou sua marcha. Ele
ainda tinha o olhar de pesar. — Eu não posso fornecer o que você precisa. Como
tal, existe apenas um recurso. Seu temperamento beligerante alterou o
cronograma para a seleção de seu companheiro.

Impassível, quase insensível, Morgana perguntou. — Quem?

Chegando a ficar na borda da cama, Uriel franziu a testa para baixo em cima
da cena: uma triste Ômega que recusava o conforto oferecido. — Apesar de seus
protestos, eu não vou mais negar aos pretendentes tampouco ao legítimo por sua
vez, para a interação física. Cabo Esin detém a maior reivindicação, então ele
deverá ser o primeiro. Penetração será permitida.

Seu destino era inevitável. Talvez fosse melhor ter logo com isso. — Quando?

— Na hora de dormir, ele irá partilhar o seu ninho, com ou sem sua
cooperação inicial. Amanhã, o próximo na linha deve atendê-lo, então o próximo,
até que a arbitragem tenha terminado. Você vai concordar imediatamente se for
sábia. Lembre-se que está em jogo, se você ... se comportar mal.

Sim. Eles mutilariam publicamente sua mãe ... de novo.

Morgana caiu de volta contra os travesseiros, completamente derrotada. —


Se Esin já tem a maior reivindicação, então por que me entregar a outros? Apenas
me dê a ele e eu fico com ele.

Sargento Uriel gesticulou em direção aos restos de peles que ela tão
incisivamente se recusava a usar. — Cada pele é uma amostra de quem contestaria
a sua participação. Como você pode ver, há muitos soldados a considerar. Se você
tivesse favorecido um perfume de seu ninho, isso teria alterado as chances e
terminaria a arbitragem mais rapidamente. Você não fez isso.

Havia uma maneira de ter um resultado diferente? Atirando-se de joelhos,


Morgana agarrou as peles, segurando um monte até o nariz para cheirar. — E se
eu favorecer um agora?

Cruzando os braços sobre o peito barril, Uriel fez uma careta, inteiramente
sério. — Seria uma resposta ilegítima. Se você tivesse reconhecido o cheiro do
sexo masculino mais compatível, não teria dispersado a pele e tentado o seu
melhor para dormir descoberta apesar da modificação para a temperatura do
quarto.

Não havia nada a dizer, nada que os Alfas pudessem ouvir. Seis dias com esses
homens e Morgana sabia que as rimas feias estavam corretas. Nascer Ômega era
muito pior do que qualquer mal.

Balançando a cabeça em seu silêncio teimoso, ele advertiu. — Você


continuamente rejeita a atenção dos Alfas que não estão acostumados a isso. Essa
situação irá mudar rapidamente com este novo currículo.
Descendo, ele pegou sua mão e tirou-a da cama. — Liberação sexual acelera
aceitação. Você não pode saber o que Cabo Esin oferece-lhe, e assim o seu medo
está equivocado.

Ela sabia o que ele oferecia. Até o último músculo ainda estava dolorido
depois do que ele tinha feito no dia anterior.

O sentimento de vazio no peito estava abalado com as vibrações profundas do


homem mais velho que projetava confiança. Seu ronronar poderia ser indesejado,
mas o barulho era suficiente para permitir que suas costelas se expandissem
plenamente. Respiração trouxe a cor às pálidas bochechas.

Esta era a apresentação que eles desejavam.

— De onde eu venho, ser forçada a ter relações sexuais com estranhos era o
mesmo que ser executado por Alfas que invadiam para roubar suas colheitas e
gado.

Nem um único lampejo de compaixão foi encontrado em Sargento Uriel. Com


a disciplina fria, a verdadeira dureza de um experimentado e testado guerreiro, ele
não se abalou. — Não há um Alfa nesta nave que lhe causaria dor. Tudo o que eles
querem oferecer é o prazer. Cabo Esin não é diferente. A decisão está fora de suas
mãos inexperientes. Tal como acontece com todos os Ômegas que tenho treinado,
você vai me agradecer uma vez que compreender o que um nó pode fazer.

Mesmo que ela não oferecesse resistência, Morgana foi arrastada por seu
cotovelo para a mesa. Uma vez sentada, um monte de alimentos foi empilhado.

— Você vai precisar de sua força hoje. Coma.

A Ômega engoliu a comida que Uriel escolheu para ela sem provar uma
mordida. Depois, um banho foi encomendado e tônicos engolidos que ele afirmou
que a animariam. Pela primeira vez na história, o sargento estava sobre ela
enquanto ela tomava banho. Ele ordenou que ela limpasse sob as unhas,
ensaboasse seu cabelo com sabão e um óleo com um unguento viscoso deixado em
um jarro perto da borda.

Toda a água drenada. — Eu não mandei você sair.

Sentada já na metade do assento, a menina encharcada hesitou. Ela sempre


odiou essa parte, estar molhado e nua diante de uma plateia. Mas pelo menos hoje
o público não era Cabo Esin.

Olhando para as botas de Uriel, Morgana reorganizou-se e manteve os olhos


baixos. Manteve-se com os cabelos grudados sobre os seios, as pernas juntas e as
mãos no colo para cobrir o máximo de seu lugar secreto quanto possível.

— Antes de se preparar para hoje, eu tenho notícias para você.

Ainda que queixo baixo, ela olhou para cima sob as sobrancelhas e esperou
por esta notícia.

O Alfa parecia satisfeito consigo mesmo, como se expectante para ver seu
sorriso com o que gostaria de compartilhar. — Sua genética foi executada através
do nosso banco de dados para assegurar que ninguém oferecido a você tivesse
alguma relação de sangue.

Sem saber como responder, Morgana ergueu as sobrancelhas.

— Durante este processo, o seu patriarca também foi descoberto. — Sargento


Uriel estendeu o braço, então ela pode obedientemente tirar os dedos. Como ela
fez, ele acrescentou com um sorriso. — O Alfa em questão foi executado esta
manhã.

— Executado? — Sua boca se abriu, seu pé errou o alvo e o calcanhar de


Morgana escorregou na telha.

Antes que pudesse fazer mais do que ficar emaranhada em suas as pernas e
se machucar, sargento Uriel a pegou. Ele puxou-a para fora e levantou-a
suficientemente longe da borda para evitar outro acidente. Equilibrando-a e
franzindo a testa, disse. — Como eu disse antes, Alfas protegem assentamentos
Beta. Tal violação grave do protocolo teve de ser respondidas. Todos estão a salvo
dele agora. Isso deve agradá-la.

Ela nunca tinha pensado no macho que era seu pai como uma pessoa real.
Mesmo que sua mãe nunca falasse sobre isso. Morgana só aprendeu tal coisa por
causa da fofoca no bairro cruel. Quando criança, ela se questionou por que sua
mãe era tão evitada já que não tinha amigos além de sua tia.

Tinha sido Hanna quem disse que Morgana era bastarda de um Alfa quando
seu menino tinha decidido jogar em seu quintal. Ela havia dito no intuito de deixa-
la saber que a perseguição do seu filho foi a oferta mais magnânima que ela
poderia conceder como um bom vizinho.

Sua mãe nunca se queixou, mas houve consequências de longo alcance.

Nenhum homem no assentamento pediu a mão de Elizabeta, não importando


o seu sorriso doce ou a habilidade com agulha e linha.

Ela estava manchada em seus olhos.

Mas elas tinham uma a outra. Suas vidas foram tranquilas e felizes, sem a
necessidade de interferência externa.

E se tivessem evitado a mãe, os mesmos vizinhos nunca teriam sido cruéis


com ela. Em invernos rigorosos, ninguém passou fome. Quando o corpo de sua tia
havia sido encontrado balançando nas vigas, muitos tinham vindo para oferecer
consolo.

Tanto quanto o parentesco, Morgana sempre achou que a sua mãe tinha sido
uma participante voluntária no dia em que foi concebida.

E agora seu pai estava morto. Será que ele sabia o porquê? Teria ele também
assistido Esin esfregar entre suas pernas?

Culpa, desgosto e vergonha deixaram a Ômega branca como um lençol.


Morgana sabia que precisava responder, precisava dar algo a Sargento Uriel ou
então uma punição poderia seguir, por isso, ela murmurou. — Alfas mantêm Betas
seguros.

Uriel era puro prazer, um sorriso em seus olhos. — Isso mesmo, menina. Você
está aprendendo.

Ela estava aprendendo. Todos os dias ela aprendia que Alfas eram o mais
próximo de monstros do que os homens. — Qual é a minha lição de hoje? Devo
sentar na cadeira e assistir a tela?

— Não. — Genuinamente exultante, Uriel levou-a pelo cotovelo e ofereceu


uma roupa. — Hoje nós deixaremos esta sala para que você possa ser introduzida
à frota com um interesse em conhecê-la melhor.
Capítulo 10
Levaram menos de dez passos fora de seu quarto para Morgana para
descobrir que as naves Alfas eram incríveis. Em contradição com sua prisão de
paredes lisas, as salas foram gravadas e esculpidas com formas geométricas
recortadas ao contrário de qualquer coisa que viu na aldeia. Luzes pareciam
emanar do metal e cada painel era incandescente parecendo quente ao toque. Mas
no instante em que seus dedos estenderam a mão para explorar, seu pulso foi
preso em um torno.

— Olhos para a frente, Morgana. Isto não é lugar para uma Ômega ficar.

Mas por que? Depois de todos esses dias escondida, com o primeiro indício de
emoção que sentiu desde que acordou no ninho, por que ela não poderia apreciar
isso? — Eu pensei-...

— Não pense. Ande. — Seu guardião era duro, marchando para a frente com
um ar de ameaça que nunca tinha exibido antes, mesmo na sua fase mais raivosa
em seu quarto.

O que aconteceu com a figura de autoridade reservada?

Este guarda agressivo que a puxava duro pelo pulso mantendo uma marcha
implacável não era o sargento distante Uriel que retratou em privado. Essa era
mais uma prova que Alfas nunca eram o que pareciam.

Assassinos, ladrões, estupradores ... mentirosos.

Trotando em um esforço para manter-se com o homem maior, Morgana sabia


que não devia reclamar. Afinal de contas, ele estava arrastando-a para atender
potenciais pretendentes, e já lhe tinha dito que quando fosse a hora de descanso,
Cabo Esin seria autorizado a fazer mais do que usar a mão para se dar prazer.

Não importando seus sentimentos sobre o assunto, Esin ia estuprá-la.


Impulsionaria sobre seu corpo achatado como o Alfa que ela assistiu com a Ômega
no cio na tela. Ombros juntos, pulsos fixados... Com liso ou não, não importava o
que Sargento Uriel alegou; Morgana nunca acolheria tanta atenção.

O homem ordenou que o rosto da mãe fosse marcado. O mesmo homem a


tratou como seu brinquedo.

E ainda assim qualquer ato que Morgana fizesse era considerado insolente.
Ela enfrentaria lições.

Mencionar sua mãe? Ganharia uma surra e sua mãe outra. Andar muito lento?
O braço dela seria puxado com tanta força que o ombro doía. Ficar em silêncio?
Ser repreendida por não falar.

Falar? Parecia vago e o castigo poderia ser surpreendente.

Eles assassinaram um estranho por causa de uma réplica falada com raiva ...

Estes Alfas não queriam Morgana em tudo. Eles queriam a parte dela que
Uriel se referiu como boceta. A boceta que escorria liso e estava ligada a uma
máquina que fazia ruídos e que fez exatamente o que lhe foi dito.

Na aldeia as mulheres não deixavam os cabelos descobertos. E certamente


não deixavam os homens tocá-los sem permissão.

Estupro era punível com execução imediata. Aqui não. Aqui Alfas faziam o que
queriam.

Andando por esses corredores reluzentes, Morgana deixaria esse conceito de


lado.

Não pense. Ande.

Não reclame. Obedeça.

Você não é mais uma pessoa. Você é um ser imóvel.

Nem sequer importava que o ritmo tinha deixado vestuário frágil solto, seu
peito esquerdo agora saltava livre de sua cobertura. Nenhum dos homens nos
corredores ou galerias ligou para o fato que sua modéstia se foi ou que seu cabelo
fluía livre e solto.

Não viva. Sirva.

— Morgana, preste atenção. Eu não vou dizer de novo. — Puxando-a para


uma parada abrupta, sargento Uriel ligado seu modo profissional e lhe deu um
olhar que dizia que agora não era o momento de se comportar mal.

Sem fôlego com o esforço de manter-se e os pés doendo de bater contra o


chão frio, Morgana fechou os dedos dos pés e tentou recuperar o fôlego. — O que?

Ele não liberou um suspiro de frustração, mas seu olhar só fez parecer que
Sargento Uriel muito desejou isso. Ombros para trás, pescoço tenso, ele se
levantou como se em exposição para a multidão de Alfas sobre a galeria.

Em volta dela, vários soldados em armadura vermelha apenas observavam.


Sem pensar, imensamente nervosa ao ver tantos olhos sobre ela, Morgana puxou
os dedos tentando dar um passo para trás. O aperto de Uriel fez o recuar
impossível. Olhando para seu rosto enquanto olhava a multidão à espera, as linhas
tensas, a forma como o lábio estava enrolado... os rosnados ameaçadores
oferecidos a qualquer um que ousasse abordagem e ela entendeu que estava presa
em uma sala de predadores. E só rosnar de Uriel mantinha os animais na baía.

“Não há Alfa nesta nave que lhe causaria dor. Tudo o que eles querem oferecer é
o prazer.

Estes homens não pareciam ter interesse em seu bem-estar, não estavam
sorrindo, pelo contrário. Eram carrancudos e pareciam degustar o ar.

— Eles não estão autorizados a tocar em você. — Sargento Uriel passou-a em


uma caixa de vidro, tão pequena que qualquer posição que não fosse em pé seria
quase impossível. — Apresente-se à sua inspeção. Explique sua situação e
tratamento especial.
Morgana sabia o que ele queria que ela dissesse... era suposto que ela
anunciasse a todos os que mostraram interesse, e franziu a testa.

Como se estivesse lendo sua expressão fechada e a intenção taciturna dos


seus pensamentos, ele emendou. — Responda às suas perguntas. Mostre-lhes a
sua beleza e qualidades. Comporte-se.

Bloqueando a entrada, Uriel deu um passo atrás e sinalizou que as


introduções começassem.

Cercada pelo vidro, os machos circulavam em todos os lados e ela não tinha
nada para se esconder. Às centenas, talvez mesmo milhares de Alfas foi dada a
chance de se aproximar e olhar para ela.

Morgana era um item em exposição na galeria principal da nave, os homens


parando para olhar, para marcar a contagem com potenciais ofertas e lidar com
uma série de suas roupas usadas. Roupas que Uriel tinha colocado para fora
depois dela ser trancada.

Até mesmo o vestido sujo que usava quando foi sequestrada, foi disputado
pelas massas, levantado para os narizes de estranhos, cada um olhando-a como se
ela fosse ser devorada.

Antes de tê-la deixado, Uriel lembrou-a de ficar e ser vista, de olhar para eles
e responder às suas perguntas. Morgana não tinha durado dez minutos depois de
sua partida antes de estar agachada no chão, escondendo a cabeça entre os
joelhos.

Eles discutiam como se ela não estivesse lá. — Por que ela parece infeliz?

— De acordo com seu registro, esta Ômega ainda tem de ser amarrada. Ela
precisa de liberação.

Alguém bateu os nós dos dedos no vidro. — Ômega, levante a cabeça para que
possa vê-la.
Ela aproveitou a deixa e levantou os olhos avermelhados, fixando-os em um
estranho com a armadura vermelha. Ele parecia todos os outros, excessivamente
grande, intimidador e direto. — Meu nome é Morgana e fui intimada a dizer-lhe
que sou selvagem. Nesta manhã eu aprendi que uma designação feral necessita ser
separada da população feminina regular por pelo menos dois anos o que vai exigir
formação específica. — Como um cão. Sua voz ficou presa na garganta, Morgana à
beira das lágrimas. — Sugere-se que meu futuro companheiro me monte no futuro
várias vezes por dia, caso contrário, eu poderia regredir.

Havia muitos homens reunidos, mais ainda se aproximando quando ela


começou a falar, mas apenas um deles perguntou. — Você está bem, Ômega? Eu
nunca vi uma de sua espécie gritar.

Ela tinha sido advertida por Uriel que as lágrimas na frente de potenciais
companheiros eram inaceitáveis, mas não conseguiu impedi-las de cair. A única
coisa que poderia fazer era menti em um esforço para apaziguar. — Eu estou
sozinha. Um companheiro vai corrigir esta falha no meu caráter.

Ela não conseguia fazer isso. Ela não poderia enfrentar esses homens.

Voltando a encostar a testa nos joelhos, Morgana respirou lenta e


profundamente, fechou o mundo ao seu redor e tentou o seu melhor para não
ouvir os machos discutindo sobre os seus traços físicos, o cheiro, a sombra de seu
cabelo dourado ou as coisas que pensavam poder animá-las. Coisas que eram
todas de natureza altamente sexual.

Onde as lágrimas deveriam tê-los avisados para sair, agora pareciam ser um
sinal para fazê-los desejá-la mais.

Um debate começou sobre com opiniões sobre o seu primeiro acasalamento e


como ele deveria ser por trás para que ela soubesse a força de seu Alfa. Ou, que ela
deveria ser acoplada no seu ninho e fodida de frente, onde poderia ver e provar o
homem que seria o dono dela.
Todos concordaram que Morgana não deveria ser permitida montar em um
pau inchado de Alfa pois era uma honra que ela teria que ganhar.

Morgana ouviu mais do que um argumento veementemente que sua primeira


vez deveria estar sob os cuidados de pelo menos três homens. Dessa forma, eles
poderiam mantê-la pegajosa com a semente, enchê-la com seus pais e quebrá-la
em até a exaustão a obrigando a dormir. Três dias de merda constante iriam
definir o seu direito ... talvez mais, se ela resistisse.

A ideia era atroz.

Caindo no chão frio, Morgana enrolou-se em uma bola e fechou os olhos até
ver manchas.

Ela não tinha forças para tentar puxar o tecido da saia e cobrir-se enquanto os
homens mudavam de local rodando sua caixa de vidro para vislumbrar o que quer
que pudesse ser visto de seu sexo.

Os machos fizeram uma espécie de disputa - uma série de grunhidos que


vinham dos Alfas para ver quem conseguiria fazer com que a sua boceta se
contorcesse vazando primeiro.

Nem todas as chamadas foram bem-sucedidas, mas alguns fizeram inspirar o


resultado desejado. E não havia nada que Morgana pudesse fazer para parar a
resposta horrível, escorrendo inevitavelmente.

— Olhe para esta fenda, toda encoberta e com fome. Você quer um pau,
Ômega? Eu não posso esperar para assistir a sua primeira amarração.

Silenciosamente soluçando em suas mãos, mortificada que algo tão pessoal


fosse transmitido para toda a nave ver, Morgana tentou se desligar de tudo isso.
Ela odiava o que o seu corpo traidor Ômega reagisse desta forma, detestava o
pouco controle que tinha quando os burburinhos das agitações ósseas eram feitos.

Principalmente, ela odiava os homens que aplaudiam, gritavam e


encorajavam para ela abrir as coxas e dar-lhes um olhar ainda mais perto.
Inclinando-se sobre um cotovelo, ela deixou-os verem seu rosto marcado de
lágrimas e tentou comunicar-lhes que era mais do que um buraco para eles
foderem. — Eu tenho uma grande habilidade em tecer panos. Posso fazer raros
verdes e roxos dos ingredientes locais da nossa floresta em tons vibrantes de
modo que eram muito procurados pelos meus vizinhos. — Ela não sabia se estava
implorando, os machos também apanhados em seu jogo ouvindo, então Morgana
continuou murmurando no mesmo tom. — Eu sei as danças tradicionais, sei tocar
flauta e costuro bem. Na colheita, sou útil nos campos. Eu tinha amigos...

O silêncio lentamente se separou do barulho, uma sensação de calma em meio


ao som de pés se arrastando misteriosos. O que quer que tinha terminado o
quadro estridente, ela não sabia. Ela não se importou. Só esperava que eles
estivessem ouvindo.

Eles não estavam. Sargento Uriel tinha voltado para o meio deles, rosnando
com desaprovação pesada no barulho da multidão e a figura patética à ela
apresentada. — Levante-se, Ômega. Fique em pé agora e mantenham seus olhos
baixos. — Sua baixa casca estava mais dura do que ela já tinha visto. — Eu não vou
deixar você ser vista dessa maneira.

Pressionando a palma da mão no chão, ela mudou para os joelhos, olhando


por cima do ombro para ver que um macho mais velho tinha vindo ver sua
vergonha. Sua posição tinha que ser elevada se as marcas brilhantes em sua
armadura fossem qualquer indicação. Ele não parecia satisfeito em tudo.

Escalada para seus pés, ela fez exatamente como lhe foi dito, manteve os
olhos baixos e os ombros em linha reta.

— Comandante, este é Morgana do Ivex Colony no quarto continente Nauu.


Ela foi colhida a partir de um dos nossos assentamentos com mais recursos. —
Sargento Uriel situou-se em atenção rígida, listando seus atributos como se
vendesse um cavalo. — Seus olhos são azuis, o cabelo dourado, por muito tempo
na moda de suas fêmeas. Ela fala apenas a língua comum e foi educada pelos
agricultores. Uma menina simples, com habilidades simples, mas de grande beleza.

Mortificada por ter sido rebaixada, as bochechas de Morgana ficaram


vermelhas, mas ela manteve seus lábios selados.

— Por que estava deitado no chão?

Sargento Uriel não suavizou sua avaliação na mínima. — Esta é feral,


comandante. Ela é indolente e argumentativa. Como tal, o seu manuseio tem sido
rigoroso e seus requisitos de educação ajustados para diminuir suas falhas. Ela
precisa de mais treinamento que a maioria.

O comandante balançou a cabeça e apertou os lábios. — Eu ouvi o suficiente


deste caso, e, francamente, estou cansado das petições. A presença dela na minha
nave tem sido uma distração para as fileiras, e o fato de vir aqui e encontrá-la
exposta, seduzindo meus soldados para acelerar seu prazer, não pode ser tolerada.
Olhe para as coxas... elas estão pingando com liso. Este tipo de comportamento
lascivo só é tolerável nos trimestres de prazer para aqueles que já ganharam o
direito de se divertir por um Ômega, e não na galeria principal por qualquer
macho de passagem.

— Ela é uma virgem, senhor. O corpo está se preparando para a penetração.


Também suspeito que ela está à beira de seu primeiro cio.

Era intolerável, e Morgana não poderia morder a língua. — Eu não pedi para
rosnarem para mim, nem gosto. Não pense que estou fazendo isso de propósito!

— Silêncio! — O rugido do comandante a sacudiu, fazendo com que Morgana


recusasse.

Sargento Uriel estava igualmente irado. — Não fale de novo, Morgana.

Medindo o encolhimento da Ômega com as sobrancelhas espessas


desenhadas debaixo de olhos implacáveis, o comandante decidiu seu destino. —
Se você não quer que ele a obrigue a sentar-se, então ficar sentado deve ser
doloroso. Três punições com uma vara em suas nádegas. Duas sobre os ombros.
Amanhã veremos como em linha reta ela fica e quão seriamente toma esta honra.
Se eu a encontrar deitada de novo, a punição será duplicada. Ômegas devem saber
o seu lugar.

A punição seria aplicada imediatamente. Em meio à decepção, os machos


resmungaram quando tiveram que abrir um caminho para a frente da multidão
para Morgana ser retirada da sua gaiola de vidro, puxada rudemente.

Marchou de volta pelos corredores e foi arrastada quando ela não conseguiu
manter-se, passando por estranhos boquiabertos. Quando encontraram a porta,
ela viu o sargento Uriel pressionar a mão para a parede e abrir ao mesmo tempo.

Empurrou-a dentro, ela encontrou Cabo Esin, sorrindo, e o quarto decorado


com luzes piscando e cheirando a uma refeição saborosa. Ele deu uma olhada no
rosto tempestuoso de Uriel e perdeu todos os vestígios de alegria.

— Ela deve ser punida.

Já tirando a túnica, Esin declarou. — Eu vou suportar sua punição. Como


muitos golpes como quiser, senhor.

— Você não vai. — A porta se fechou a suas costas, a parede lisa sem costura,
antes Uriel lançar seu braço dolorido. — Cinco ataques foram ordenados pelo
comandante como um lembrete necessário do que ela é, e que ela deve sua
lealdade a ele. Por ela ter sido desrespeitosa à sua liderança, estou adicionando
outro golpe.

— Senhor. — Abatido, Esin deu-lhe um olhar que Morgana sentiu o medo


passar por sua pele. — Seis golpes... Ela é tão pequena.

— Então você pode prepará-la e oferecer conforto como deve ser feito.

E foi feito de uma só vez. Uma Morgana pasma foi arrastada em sua cama e
empurrada para baixo de bruços. Entre eles houve um olhar, a menina em estado
de choque para entender o que estava por vir.
Esin segurou seus antebraços, puxando-os para longe de seu corpo e
segurando-a no chão com seu peso. Os cabelos se afastaram de suas costas e as
roupas foram puxadas antes que ela pudesse reclamar ... ela nem sequer sabia
onde Sargento Uriel tinha obtido uma vara.

Um assobio agudo e um fogo abrasador rasgou uma linha através das


bochechas nuas de seu traseiro. Aconteceu tão rapidamente, sem pausa entre os
golpes, que pela terceira ela estava chorando e lutando para fugir.

Durante todo o tempo, Esin sussurrou que se ela permanecesse quieta, a


mordida da vara poderia causar menos danos. Ele se confessou com ela.

A quarta a pegou nos ombros, o golpe mais difícil ainda, pousando em uma
menina tão além a capacidade de lidar que ela guinchou fora um grito de socorro
desde o homem segurando-a para baixo. No quinto ela estava implorando por
misericórdia, dizendo qualquer coisa que ela pensou que eles quisessem ouvir
para fazer a dor parar.

O sexto caiu e ela estava certa de que morreria.

Quebrando a vara sobre o joelho, sargento Uriel a jogou do outro lado da sala,
quebrando um jarro sobre a mesa. — Que esse aguilhão a lembre que embora nós
não costumamos distribuir punição em nossas fêmeas, podemos fazer isso!

Ele saiu, deixando o fedor de Alfa raivoso e algo ainda mais aterrorizante no
ar. A carga de remorso não tinha retido sua raiva; e mesmo sob a sua dor, ela
poderia dizer que Sargento tinha batido nela em uma apresentação perfeita... e a
abandonado aos cuidados de Esin.

Caindo sobre os travesseiros com a carne de suas costas e nádegas rasgadas


como se em chamas, Morgana não lutou Cabo Esin circulou em suas costas.
Nenhuma resistência foi oferecida quando ele acariciou a pele sem marcas.

Era hora de acabar com isso e aceitar que ela tinha sido lançada no inferno.
Este macho tinha o direito de entrar nela agora. E depois de amanhã outro. E
depois outro. E outro.

A ameaça pendurada sobre sua cabeça seria realizada enquanto ela estava em
muita dor para fazer absolutamente nada.

Em vez disso, ele soprou respiração fria sobre as marcas, falando suavemente.
— Não há sangue. Ele foi surpreendentemente delicado. O sargento poderia ter
atingido você duro o suficiente para dividir a pele e deixar cicatrizes.

Odiando o mundo, Morgana soluçou. — Meu único valor aqui está em minha
beleza.

Esin não lhe respondeu, soprando novamente, como se um sopro suave de ar


pudesse acalmá-la. — Como esta foi uma punição, estou proibido de curá-la. Tudo
o que posso oferecer é gelo para a dor.

E ele fez, cauteloso na forma como arrefeceu o fogo de cada marca. Enquanto
atendia a ela, ele falou de sua decepção, de como ele tinha pensado em
impressioná-la depois de seu retorno. — Eu passei por muita coisa para obter
sobre os melhores alimentos disponíveis neste navio. Há até mesmo uma garrafa
de vinho Hessmirn eu tenho guardado apenas para você. Para minha amada
companheira.

Morgana não discutiu com o gelo deslizando criatura sobre a pele escaldante.
Ela só balançou a cabeça na esperança de apaziguá-lo.

— Quando me acalmar, eu vou te fazer um prato. Não mova um músculo,


apenas descanse, renegada doce.

E assim a noite avançava. Esin esteve com ela até que ela dormiu, congelando
suas feridas quando ela choramingava. Água foi oferecida, vinho, comida, qualquer
coisa que ele pensou que ela pudesse exigir.

Nem uma vez ele iniciou o acasalamento. Teria sido impossível fazer sem
machucá-la mais.
Por isso, Morgana era quase grata.
Capítulo 11
O castigo do comandante produziu os efeitos desejados. Morgana não podia
sentar, nem podia confortavelmente encostar na gaiola de vidro, e foi novamente
bloqueada dentro. Em exibição pela segunda vez em poucos dias, ela ainda ficou
como pedra no centro do recinto exatamente como queriam que ela fizesse.

Quando faziam uma pergunta, ela respondia. Quando os machos estrangeiros


pegaram a sua roupa fora de sua gaiola para cheirar, ela fingia que não via suas
reações ou a forma como muitos ajustavam as suas ereções crescendo.

— Qual é o seu nome?

— Morgana.

— Mostre-me os seus seios, Morgana.

Olhando por cima de suas cabeças, os painéis de seu vestuário foram


separados e os mamilos tensos apareceram até que os globos carnudos saltaram
livres.

Ao contrário do dia anterior, ela não chafurdou. Na verdade, ela não se


permitiu sentir nada. Quase robótica, ela atravessou os movimentos, manteve os
olhos fora deles, e até mesmo deu sorrisos forçados quando disseram para fazer,
embora seu rosto sempre voltava para a expressão neutra, uma vez que ela tinha
realizado ao seu gosto.

— Você foi treinada em dar prazer a um Alfa?

—Não. Estou feral e nunca fui montada. Eu só vi acasalamentos através da


tela no meu quarto. Os detalhes foram obscurecidos.

Os machos Alfas tiveram acesso aos registros de dados na base de seu


gabinete, e um deles comentou em voz alta. — Cabo Esin detém a maior
participação. Você vê, Regis? Ele não vai ter a classificação alta para tomar um
companheiro por pelo menos dois anos. Devido a sua vitória, ela será
disponibilizada para uso nos trimestres de prazer até que ele possa reclamar
legalmente ela.

Sargento Uriel nunca tinha mencionado uma vez uma coisa dessas com ela.
Apatia desapareceu, assim como o estômago de Morgana. — O que?

Os machos não responderam e a conversa continuou entre eles. — O Cabo vai


crescer rico com seu aluguel, e poderemos aplicar para compartilhar sua empresa
juntos. Olhe aqui, ela foi liberada para atender até cinco machos de cada vez ... dez,
quando estiver no cio. Até o momento ela está sob ligação do seu par, ele vai ter
posição, status, dinheiro, e um Ômega bem treinado ansioso para agradá-lo. É
brilhante, realmente.

O amigo do soldado riu. — Não admira que o seu caso é tão fortemente
solicitado. Ele deve ter financiadores impacientes para ter um corte dos lucros.

Qualquer suavidade que Morgana poderia ter sentido depois do terno


cuidado de Esin na noite anterior evaporou. Ela deu um passo em direção ao vidro,
e bateu os nós dos dedos contra o painel para chamar a atenção dos machos. —
Grandes soldados Alfas, você pode por favor me esclarecer?

Eles a ignoraram, rolando para baixo o arquivo e assobiando com o que


encontraram.

Desesperada por uma explicação, ela olhou ao redor, tentando fazer contato
visual com qualquer macho. Não os olhos foi que eles estavam olhando: peito,
coxa, a largura dos quadris e cone de sua cintura. Seus olhos eram inconsequentes.

Ela, Morgana, era invisível. Apenas o corpo dela importava.

Olhando para as mãos, para suas unhas bem cuidadas, a tentação de


configurá-los para sua carne e desgaste cresceu esmagadora. Se ela pudesse
apenas fazer-se feio, eles podem deixá-la sozinha.

... ou eles iriam curá-la e enfaixar as suas mãos.


Trabalhando freneticamente no nó simples de seu vestido, ela puxou o pano
para que todos que se reuniram pudessem vê-la nua. — Eu quero um
companheiro, qualquer companheiro. Eu não desejo trabalhar nos bairros de
prazer. Quem pode pagar mais do que Esin? O que eu tenho que fazer para agradá-
lo?

Finalmente, ela teve sua atenção. O macho leu seu arquivo sacudiu a cabeça.
— Ele foi inteligente na estruturação de sua oferta. A soma aqui é grande, mais do
que posso pagar. Mas, quando for a minha vez de visitá-la, vou pagar a taxa e tratá-
la bem.

Seu tom fanático cresceu e as palmas das mãos de Morgana batiam alto
contra o vidro. — Existe alguém que pode pagar mais?

Nenhum deles ofereceu, mesmo que várias vezes a olhassem como se


quisessem mais do que qualquer coisa no mundo.

Não admira que muitos tinham vindo a recolher fora de sua contenção. Não
admira que eles estavam interessados em ler o arquivo e perfumar sua roupa.
Cada um deles teria a chance de conhecê-la intimamente... por uma taxa.

Por dois anos inteiros...

Ela tinha uma chance de mudar seu destino, jogando para trás seus ombros
para anunciar. — Eu sou feroz, mas seria uma boa companheira. Eu sou
trabalhadora e competente.

Alguém atrás dela riu da piada. — As marcas em toda a sua bunda dizem
forma diferente.

Sem fôlego, afobada, Morgana continuou. — Nunca fui punida na minha


aldeia. Sou leal e amorosa. Os Alfas não querem ser amados por um Ômega? Eu ...
Eu sei como coletar e armazenar ervas raras. Posso tecer cestos, costurar roupas.
Três das casas dos meus vizinhos eu que ajudei a construir. Criei cabras que
fizeram o leite mais fino e queijo.
Eles estavam começando a rir de sua lista ridícula de atributos, não uma
habilidade listada útil em sua sociedade.

Alterando a tática, ela disse. — Eu posso ser a serva perfeita. É isso que você
quer?

— E você vai ser ... nos bairros de prazer.

Sem palavras, completamente perdida, Morgana recuou. Seus olhos vidrados


foram para o chão, para onde seu vestido estava em um monte. Curvando-se para
pegá-lo, as feridas em suas costas repuxaram, mas ela não podia suportar
permanecer nua e implorando. Não ante a estas coisas horríveis.

Ela preferia suportar a dor da vara mais e mais do que se submeter a tantos
para tão pouco. — Qualquer um que venha a mim nos bairros de prazer, eu vou
morder.

Essa foi a coisa errada a dizer, mas imediatamente empurrou mais perto. —
Eu vou arranhar você, te fazer sangrar.

O macho de olhos brilhantes mais próximo da frente lambeu os lábios.

Travando os olhos com ele, ela sussurrou: — Eu vou te odiar e vou chorar o
tempo todo. Você e todos os Alfas me dão nojo.

— Silêncio, feroz, antes de ganhar mais punição do que pode manipular.

Em uma coisa Morgana era boa nesta nave: cavar a sua própria sepultura.
Parecia o momento perfeito para pegar a pá. — Eu preferiria ser queimada na
fogueira na frente de todos que amei, do que sentir o toque de um único de vocês.

No meio destes pensamentos jogados uma profusão de coisas feias e


resultados do mal, ela se tornou pedra, ignorando as respostas rosnadas e as
grosserias, recusando-se a responder as perguntas. Eles ficaram muito
aborrecidos, mas conforme as horas se passavam, começaram a se dispersar.
Morgana tinha manchado ali a sua reputação, mas ela não se importava. Não
havia nada no mundo agora pelo qual se preocupava.

Alheios a sua ansiedade que ainda lhe tirava o fôlego, Alfas deixaram de
passear, movendo-se de lado na formação automática. Eles deixaram sua gaiola
abandonada pela primeira vez desde que ela tinha sido trancada naquela manhã,
dando-lhe uma vista da sala enorme.

Uma vasta sala que, além do arrastar de passos, era um lugar que de repente
se tornou estranhamente silencioso.

Ótimo, com certeza o Comandante viria lançar um juízo desfavorável sobre


ela; Morgana engoliu em seco e respirou fundo.

Talvez eles cortassem a sua língua, assim como esses homens tinham feito
com sua tia anos atrás.

Talvez eles fizessem tudo isso e estuprá-la no final.

Desde que conseguia ver o brilho da armadura na extremidade oposta da sala,


ela sabia que ele tinha chegado, assim como vários Alfas altos do ranking em suas
costas. Enrijecendo os ombros, ela preparou-se para olhar ao seu algoz no olho
enquanto ele decidiria a sua próxima punição.

Mas sua atenção não estava nela. Em vez disso, ele ficou na frente de seus
homens... esperando.

Apertando os olhos para ver melhor, Morgana mal podia entender o que eles
estavam fazendo em todo o vasto espaço. Colunas sustentavam o teto alto da sala
fazendo a espionagem difícil, assim como a luz de fundo brilhante da cor de âmbar
em suas costas, mas algo de grande importância fez o zumbido do ar com
inevitabilidade.

Cada soldado presente entrou em formação, como se estivessem esperando


um desfile. Todos os olhares foram lançados para a frente da sala.
Um grupo secundário entrou. Ainda eram Alfas se o tamanho deles fosse
qualquer indicação, mas estes não vestiam a armadura vermelha vívida dos
milhares esperando em suas linhas de rotina rígida.

Nem possuíam cabelos e barbas aparadas. Pelo contrário. Alguns exibiam


cabelos longos, outros ostentavam barbas... e muita pele exposta.

A maioria estava com os peitos nus, braços sem coberturas e alguns usavam
pouco mais que tiras de couro curtidas ao redor de seus quadris.

Quem quer que esse grupo fosse, não parecia em nada com os Alfas que
invadiam sua aldeia. O estado selvagem, o fato de desfilaram diante de soldados
armados com nenhum cuidado por sua vida a deixava nervosa.

Mesmo à distância, ela podia sentir seu desprezo por tudo o que viu.

Nem uma palavra foi precisa ser dita, mas o comandante inclinou-se, assim
como fizeram todos aqueles brilhando com classificação em suas costas. Os novos
homens não retornaram o gesto.

Se o antigo Alfa ficou insultado pela falta de respeito, ele não demonstrou.
Apenas apontou para o que deve ser o seu líder solicitando que o acompanhasse.
Por razões desconhecidas, ela eclodiu em um suor frio, sabendo que se eles
cruzassem o comprimento da galeria, passariam por ela.

E até mesmo ela sabia que era necessário manter estes Alfas, os gigantes de
cabelos escuros selvagemente vestidos; longe, muito longe.

Nenhuma alma na sala estava olhando para ela; que parecia ter sido
esquecida. Mas estar presa em vidro com nenhum lugar para ir, era ter a sua
exposição garantida.

A razão pela qual a deixaram temporariamente em paz com certeza eram os


formandos perto dela. Sim, eles estavam fixos na cena, mas nenhum deles parecia
satisfeito. Na verdade, o gosto do ar que ela tinha além do vidro era de
animosidade, amargura... mas nem mesmo uma pitada de medo.
Quem eram esses homens?

Formalidades de lado, estes convidados... se fossem convidados... não eram


bem-vindos. Nem esperados. Pareciam invasores; zombando e desprezando tudo o
que viam, limpando a formalidade encenada diante deles enquanto os dois grupos
convergiram.

O Comandante e o líder selvagem de cabelos escuros se viraram, andando


pelo caminho central que levava até onde ela estava enjaulada. Não houve
conversa entre eles. Isso exigiria que o macho praticamente nu ao lado do velho a
responder a qualquer coisa que estava sendo dita.

Parecia que ele ignorava a alta escolta do ranking, apenas olhando para a
frente e andando com propósito. Após a sua abordagem, Morgana achou esses
homens ainda mais estranhos. Sua avaliação inicial estava certa; eles usavam o
cabelo quase tão longo quanto ela usava. Em muitos, as cicatrizes eram bem
visíveis: barras através peitos descobertos, brilhantes em forma de estrela e
respingos de pele remendada.

Embora ela nunca tinha visto um ferimento desse tipo curado, ela tinha visto
muitos de seus vizinhos morrerem de fogo Blaster. Ela viu a forma como a pele ao
redor da ferida brilhava de dentro para fora como uma flor de ruptura.

Guerreiros?

Este era algum ritual? É por isso que havia tanta pele exposta? Estes eram
soldados de elite?

Suas características não se pareciam com os outros homens. As maçãs do


rosto eram altas, as sobrancelhas duras.

Estrangeiros.

Estes homens pareciam mais ásperos, mais rudes do que suas contrapartes
blindadas com vermelha. Em comparação, eles pareciam monstruosos.
Morgana sentiu uma dor aguda abalá-la e instintivamente recuou até a
parede, mas suas costas feridas bateram no vidro. Seu assobio fui ignorado pelos
homens que estavam mais perto e desconhecido para aqueles que ainda estavam
muito abaixo da galeria para ouvi-la.

O comandante conversava com um carrancudo do sexo masculino de queixo


quadrado na frente da formação. Como os outros, este usava uma arma em seu
quadril. Esta não se parecia com os blasters ou facas dos Alfas que Morgana
conhecia. Na verdade, ela não teria pensado que era uma arma em tudo, exceto
que o comandante olhou para ela várias vezes.

E quando fazia isso, era com o mesmo desgosto que havia projetado sobre ela
no dia anterior.

Sob esse desgosto existia preocupação.

O que fez Morgana ficar mais nervosa ao ver um homem tão duro demonstrar
esta hesitação velada.

Eles estavam perto o suficiente agora e ela poderia ouvi-los falar, mas
Morgana compreendia apenas um idioma. Com um timbre baixo e um resmungo
arranhado, os hóspedes davam respostas guturais a um homem invisível
localizado nas suas costas que traduzia tudo.

Este era um verdadeiro estrangeiro.

Colonos contavam histórias sobre povos estrangeiros, cerca de crueldades


duras que levaram sua espécie a estes novos mundos. Nos contos, os homens
descritos eram tão grosseiros como aqueles que marchavam para mais perto.

E mais perto, e mais perto.

Perto o suficiente agora que vários viam como ela puxava o cabelo sobre os
ombros parecendo querer se esconder atrás dele... como ela só olhava para eles
pelo canto do olho.
Eles a olhavam confusos com tal visão, resmungando entre si em sua língua
áspera.

Preocupada e com medo de que poderia ter ofendido a alguém e ganhasse


mais do que apenas outra surra, Morgana olhou para o seu líder e encontrou-o
parado atrás de sua tropa.

Ele olhava diretamente para ela, falando rapidamente em uma coleção de


rosnados e assobios. Seja qual foi a tradução, ela não conseguiria ouvir sobre o alto
ecoar das batidas do seu coração em seus ouvidos.

A ferocidade apontada para os Alfas anteriormente tinha secado, assim como


sua boca. Ela poderia muito bem-estar cheia de areia.

Seus olhos se encontraram.

O olhar fixo ponderado de um demônio a segurou no encalço apavorada.


Morgana se esqueceu de respirar, de piscar.

O monstro estrangeiro levou a mão ao peito do comandante quando ele


tentou dar um passo entre eles e o empurrou para trás. O velho foi jogado no chão
e passos pesados bateram no chão, o cabelo escuro voando atrás do Alfa rosnando
enquanto ordenava que abrissem a sua gaiola.

Outros voaram depois dele, na tentativa de arrastar para trás o macho que
corria a toda velocidade em direção a sua gaiola. Ele alcançou o vidro, reuniu o
vestido usado no dia anterior, o que tinha sido deixado aberto para que ela
pudesse ser apalpada e cheirou. Ele segurou-o ao nariz, rugiu, e trouxe os dois
punhos para bater na barricada clara entre eles.

Enquanto ele batia no vidro, rachaduras foram formadas e toda a gaiola


tremeu.

Morgana gritou.

Gritou e gritou, afastando-se, enrolando-se para tentar se esconder, não se


importando com os vergões abertos ou com a dor.
Se ela pudesse fazer desejos, faria com que fosse invisível ou com que sua
alma fosse lançada para longe, porque o diabo estava rugindo e as rachaduras no
vidro crescendo.

Homens caíam sobre ele, homens de armadura vermelha e homens em couro


iguais.

Demorou um enxame inteiro para puxar o animal aos berros de distância,


ainda mais para conter o crescente burburinho entre os dois grupos. Ela o viu
arrastado do quarto, viu as veias e músculos de pé em seu pescoço, seus dentes
para fora e a maneira como seus olhos estavam presos apenas nela.

Ele gritou na sua língua, mas se eram maldições ou ameaças, Morgana não
sabia. Ela tinha apertado as mãos sobre os ouvidos, ainda gritando até mesmo
quando Sargento Uriel entrou para recolhê-la.

Os aromas mutilados da sala bateram nela, o fedor de almíscar furioso, uma


cacofonia de homens, de suor, de agitação, de medo... de fome.

No instante em que Morgana sentiu as mãos sobre seu corpo, ela lutou,
mordeu e arranhou assim como tinha ameaçado os outros. Mas um Alfa era muito
mais forte do que uma traumatizada Ômega. O macho ignorou surra, e correu com
ela no colo para longe e na direção oposta.
Capítulo 12
Foi no seu ninho em que mergulhou no instante em que foi libertada. Os
restos odiados de pele estavam escavados sob Morgana e instintivamente ela
procurou uma cobertura, não importando as ordens ou punições que poderiam
ser ordenadas.

Ninguém tentou puxá-la para fora de onde ela se escondeu, nem mesmo
Sargento Uriel gritou uma ordem. Suas mãos estavam cheias depois de lidar com
vários Alfas que entraram na câmara por trás deles. Suas vozes podiam ser
ouvidas discutindo entre si, abafadas pelas mãos ela tinha pressionado sobre seus
ouvidos.

Eles a deixaram sozinha.

Um peso leve pousou sobre o lugar onde ela tremia, cobertores foram jogados
para que um pé ou perna expostos por peles inadequadas fossem cobertos.

Em todo o seu tempo neste novo lugar horrível, com todo o medo e a
incerteza que ela tinha sofrido ao longo de sua instrução, nunca em sua vida ficou
mais aterrorizada do que naqueles momentos assistindo as rachaduras crescerem
no vidro.

Ela imaginou que ainda podia ouvi-lo gritando e os sonos das batidas de seus
punhos enquanto ele rugia e enlouquecia.

— Cabo Esin! Não se aproxime do ninho ou a toque! — Sargento Uriel gritou


para que assim todos pudessem ouvir. — Isso vale para todos vocês. A Ômega está
fora dos limites.

Uma voz desconhecida falou. — Senhor, ela deveria ser minha esta noite.

Raiva real vinha do Sargento. — Eu gaguejei?


— Você não pode deixá-la sem vigilância neste estado. Eu tenho o direito
legal para acalmá-la.

Ela não sabia com quem Uriel falou, mas Morgana ouviu o comando
claramente. — Remova- o do quarto.

Os sons de uma luta foram de curta duração. Quando a porta se fechou, o


quarto ficou em silêncio o suficiente para ela ouvir os passos se aproximando de
onde ela se enterrou.

— Morgana, você está completamente segura aqui. O Omari não pode


alcançá-lo. Saia daí para que eu possa ver que você está ilesa.

Nada conseguiria fazer com que ela se movesse, nenhuma quantidade de


ameaças ou ronronares de Alfas. Eles teriam de puxá-la chutando e gritando aos
montes.

— Nestas circunstâncias seria apropriado oferecer sedação. Vou solicitar que


o médico, por favor administre.

Numa enxurrada, a cobertura sobre sua perna foi chicoteada de volta. Antes
que ela pudesse chutar, uma picada cortou a sua pele, e o grito preparado na
garganta morreu em um suspiro.

A sensação de prazer tomou conta dela, um espelho dessa mesma segurança


quente quando ela acordou naquela primeira manhã. As drogas lutavam contra
sua adrenalina, e entre eles, um meio termo à deriva foi encontrado.

— Ela pode não ser capaz de se sentar-se em seu próprio traseiro com uma
dose tão alta. — O médico falou, mas foi Uriel quem ela encontrou tendo o cuidado
de levantar as camadas das quais se escondeu embaixo.

Quando ela viu o conjunto de sangramento dos cortes em todo o rosto,


Morgana soube que tinha sido ela a colocá-los lá. Assim como a mordida na mão a
ponto da pele se abrir. Mesmo agora ela sentia a boca manchada de sangue e o
sabor na língua.
Meio bêbada, Morgana olhou dentro de seus olhos e murmurou: — Você me
bateu com um pau. Eu prefiro ser uma Ômega humilde, do que um feroz cão Alfa.

Sargento Uriel não piscou. Ele estendeu a mão, puxando à para incliná-la
contra as almofadas, apesar de seus vergões. — A sua resposta de inibição será
silenciada pelo remédio. Quaisquer insultos feitos agora estão fora do registro e
perdoados.

Nesse caso, ela colocaria tudo para fora. — E você! — Seu olhar lentamente
viajou para onde Esin estava. — Você ia me prostituir visando obter lucro para os
vermes ofegantes que estavam do lado de fora da minha gaiola de vidro. Eu não
achava que era possível odiar alguém tanto quanto eu te odeio. Eu estava errada.
Eu odeeeeeio você!

Ele parecia genuinamente desesperado ouvindo a calúnia e igualmente


chocado com o seu conhecimento óbvio do que poderia ser.

— Você entendeu mal, renegada. Eu não possuo a classificação para


reivindicar um companheiro ainda. Mas com trabalho duro, eu poderia iniciar uma
ligação em menos de dois anos. O que é uma vida de alegria para alguns momentos
de decepção? Você acha que eu me alegro em saber outros homens vão apreciar o
seu tempo, que você vai deliciar-se com seus corpos durante as horas que eu sou
obrigado por lei a compartilhar você? Eu não ficaria. Mas essa é a única maneira
que nós podemos estar juntos como estamos destinados a ser.

Não era como se ela pudesse usar uma linguagem grosseira, mas,
pronunciando, Morgana jurou: — Eu prefiro foder cada último nojento Alfa nesta
nave que você tem do que deixar até mesmo você olhar para mim.

Três botões de pressão dos dedos calejadas vieram antes de sua visão borrar.
— Isso é o suficiente, Morgana. Concentre-se aqui. — Uriel ajoelhou e então eles
estavam no nível dos olhos. — Você está machucada?

Balançando a cabeça, as lágrimas começaram a cair. — Tudo o que fazemos


aqui é demais.
Apesar de saber melhor, Morgana pediu mais e mais por sua mãe.

— Não haverá nada melhor vindo dela neste estado. Passe-me outra dose. Ela
será analisada depois que cair no sono.

Desta vez a picada veio para o ombro, e pouco depois, ela estava mole como
um cadáver fresco.

Um gosto metálico sentou pesado em sua língua; braços e pernas ficaram


pesados pelo resto do sedativo. Ela ainda tinha que mover ou abrir os olhos, mas
viu-se de bruços em sua barriga com revestimentos suaves em suas costas. Havia
vozes na sala não muito longe da porta como antes, mas perto da área onde a mesa
do quarto sempre estava cheia de comida.

— Quantos de seus homens você acha que Heidron matou tentando entrar?
— Os Alfas estavam rindo. — Pelo menos ele fez o trabalho por nós.

— Para aquela escória do Omari vir aqui sem nenhum aviso... Sob tratado
fresco ou não, nós não nos curvaremos aos seus caprichos.

Não importava o que os homens em sua mesa ostentavam ou reivindicavam.


Ela própria tinha visto o arco que o Comandante deu aos estrangeiros.

— Não há nenhuma coisa engraçada sob isso. — Uriel cortou a folia. — Eu


aconselho que vocês contem seus amigos e filhos que perderam na guerra.
Segurem-se a esse número e mantenham o seu silêncio antes de eu fazer vocês
ficarem em silêncio para sempre. Imagino que haverá repercussão do que ocorreu
na galeria; uma exibição nossa de cegueira arrogante a Omari que explorava em
não muito longe daqui. Nós nos rendemos a eles. Lembrem-se disso.

Petulante, Esin discordou. — Se as nossas colônias não tivessem sido


ameaçadas, senhor, o resultado teria ido para o outro lado. Eles não valorizam a
vida Beta como nós, assim como são conhecidos por estupro e mutilação de seus
Ômegas. Eles são animais. Ele não pode ser autorizado a tê-la. Ela vai morrer.
— Você não está emparelhado, nem ligado à menina, e a menos que ela entre
em cio na próxima hora, você não tem meios para selar uma reclamação. Suas
naves de guerra já começaram a aparecer em torno de nossa frota. O Heidron vai
exigir que ela seja entregue uma vez a sua rotina diminuir, ou ele vai levá-la à
força. Nosso comandante não terá escolha. Ele não correrá o risco de reacender
uma guerra sangrenta por causa de uma Ômega feral.

Então, eles iriam entregá-la àquela criatura delirante do poço.

Considerando as suas mentiras, até agora da segurança prometida e amor,


Morgana não sentiu nenhuma surpresa com essa notícia.

Depois de tudo o que ela tinha feito – seja lá o que fosse – para ofender aquele
macho raivoso, sabia que ele ia matá-la, mas pelo menos a coisa toda terminaria.
Considerando o quão ferozmente ele tinha golpeado o vidro, sua morte seria mais
do que provável rápida.

Era o melhor.

As câmaras de prazer teriam rasgado a sua honra. Ser acoplada a Esin seria
ter uma vida de miséria.

Gemendo, ela lutou contra as cobertas e sentou-se. Esfregando a crosta dos


olhos dela, ela ouviu os machos empurrar para trás suas cadeiras.

Antes de um deles pode dar-lhe um comando ou fazer quaisquer perguntas


pontiagudas, ela murmurou. — Minha bexiga está cheia.

Uriel ordenou que os homens fossem embora, mas ele não a deixou aos seus
próprios cuidados. Na verdade, ele a observava como um falcão, o que fez com que
aliviar-se fosse um tanto difícil. Quando o ato terminou, ele ordenou que ela se
banhasse, se vestisse e comesse.

Ela atravessou os movimentos, ainda dormente, não tendo certeza se era um


efeito prolongado da droga ou se o seu espírito tinha simplesmente voado para
longe.
Como se lesse seus pensamentos, sargento Uriel suspirou. — Eu imagino que
não será por muito tempo agora.

Ele estava correto.

O Comandante entrou e deixou um pequeno exército esperando no corredor


quando a parede brilhando abriu larga. — Venha, Ômega, você irá para Omari
Heidron agora. Que ele seja misericordioso.

Com os lábios manchados pela baga vermelha da polpa do fruto que comeu,
Morgana se levantou. Mesmo com a ondulação do cabelo úmido até a sua cintura e
a vida roubada, ela marchou para onde foi ordenada.

Embora os restos de sedação ainda fizessem cócegas em suas veias, o medo


encontrou uma maneira de florescer a cada passo.

Ela se lembrou do olhar selvagem nos olhos da Coisa para quem eles a
estavam dando. Esse Alfas eram a essência dos seus pesadelos: cheios de
cicatrizes, bárbaros e ameaçadores.

Seu povo era poderoso o suficiente para ter subjugado os soldados Alfa
entrando em sua nave.

Esin alegou que eles estupravam e mutilavam Ômegas. Ela ia morrer


horrivelmente.

E mesmo assim continuou a sua marcha lenta, uma que nem mesmo Uriel
tocou-lhe a arrastá-la para a frente. Com o coração batendo atrás de suas costelas,
sua cadência vacilou, e ela não tinha certeza se poderia andar mais longe... mas já
era tarde demais.

Os olhos de Morgana nunca saíram do chão, mas ela sabia que os Alfas
estrangeiros estavam logo à frente. Ela podia cheirar seu suor, o aroma suave de
couro e ouvir seus murmúrios resmungados.

Gruff, o comandante quebrou o silêncio persistente. — Você está ciente de


que esta Ômega é falho? Seus homens informaram à você sobre seus defeitos?
A tradução começou ao mesmo tempo, fluindo, o discurso familiarizado
transformando de forma gutural.

A besta respondeu, sua voz uma lima de areia e sujeira.

Momentos depois, o tradutor compartilhou as palavras do macho ameaçador.


Palavras que foram apenas para ela. — Eu lhe trouxe um presente, gentil menina.
Você não vai olhar para mim para que eu possa dá-lo a você?

Seu lábio tremia, então ela chupou em sua boca e mordeu. Unhas perfuravam
contra as palmas das mãos, a dor familiar, e Morgana fez-se obedecer. Polegada
por polegada, seu queixo subiu, e seus olhos seguiram até que ela reconheceu o
objeto.

Era uma pele sarnenta ainda na forma de qualquer animal branco que tinha
sido esfolado e grande e feio como pecado.

— Eu...

O bruto foi em direção a ela e Uriel pressionou as mãos em sua espinha para
evitar sua retirada imediata. Com uma abanada, a pele foi estendida sobre os seus
ombros, cobrindo-a perto da nudez e oferecendo calor.

Ele falou novamente, a tradução oferecida imediatamente. — Eu não tinha


nada mais fino preparado, mas não poderia permitir que você sentisse frio ou
ficasse descoberta e exposta para esses covardes boquiabertos.

Era um gesto estranho, considerando os Alfas que conhecia. Nenhuma vez


eles se importaram se ela estava com frio em sua faixa de tecido, e certamente não
queriam que seu corpo ficasse coberto. Chamá-los de covardes, porém, pareceu
uma escolha imprudente.

O macho monstruoso começou ronronando alto, suas mãos descansando em


seus ombros. Lá ele amassou o músculo tenso, colocando o nariz para seu cabelo
para uma fungada profunda.
Sob a influência do ruído e da sua proximidade, seus joelhos quase cederam.
Em vez disso, bateu juntos, e ela respirou e estremeceu.

Ela ainda olhava para seu rosto, olhos treinados em uma longa cicatriz em seu
peito, mas ainda com a boca seca e nos dedos segurando a pele drapejada como se
pudesse protegê-la.

Os dedos cuidadosos sobre seus ombros apertaram, puxando-a para um nu


peito marcado enquanto o macho falava com aqueles que ela trouxe.

— Esta fêmea está madura.

O Comandante respondeu, curto e frio. — Ela está se aproximando de seu


primeiro cio. Não levaram em conta a sua idade. Como eu disse, ela é falha.

O ronronar aumentou de volume e as suas palavras foram suaves, apesar da


grossa feiura de sua linguagem, o estrangeiro falou e o tradutor forneceu: — Se
você usar essa palavra novamente para descrever a minha kor'yr, vou arrancar
sua garganta, castrar seus filhos, e deixar que seu companheiro seja contaminado.

Ela suspirou, tentou se afastar, mas sua resistência foi ignorada. Ele segurou a
parte de trás de sua cabeça, pressionando sua bochecha para seu coração, assim
como o outro braço apertou em volta da cintura.

Trancada no corpo de um estranho, envolta em pele grossa de um animal


desconhecido e assustada, Morgana choramingou.

Os dedos em seu crânio desenharam círculos suaves, mesmo quando ele a


segurou mais apertado.

O ronronar intensificou e Morgana engoliu o abundante, se afogando em tudo.


Podia senti-lo em cada célula e ouvi-lo de uma forma que era muito íntima para
ser ignorada. A oferta estava nela e ao redor dela, assim como o perfume sedutor
enchendo seus pulmões com cada respiração.

Eles o haviam mergulhado em algo que cheirava atraente, uma mentira para
cobrir sua brutalidade. Mas, como o ronronar, ele fazia o seu trabalho. Seus
músculos relaxaram e seu ritmo cardíaco normalizou, então Morgana fechou os
olhos para tudo.

— É isso, princesa. Medo não combina com você. — Dedos quentes


começaram a cavar mais fundo contra seu couro cabeludo, trabalhando o seu
caminho até o pescoço e voltam-se novamente até que ela soltou um suspiro fácil.
— Venha, eu vou te mostrar o que significa ser a kor'yr de Heidron Simin Gralloch.
Capítulo 13
A nave de transporte balançou sob seus pés, Morgana ficou boquiaberta com
a vista da vigia. Fora dessa janela um planeta inteiro brilhava, centenas de outras
naves pairavam acima da atmosfera em torno dele.

O planeta onde ficava sua casa, estava ali, tão perto o tempo todo.

Parecia tão grande e tão pequeno, a massa verde-azul rodando indescritível.


A beleza em torno foi o suficiente para manter a cabeça afastada do homem
assustador que a mantinha perto, torcendo o comprimento de seu cabelo dourado
em seu punho como uma trela.

Ele queria a atenção dela, transmitindo-a com um puxão suave em suas


raízes.

“Eles estupravam e mutilavam seus Ômegas.”

O comentário suave de Esin falado para Uriel tinha feito o seu trabalho, assim
como ronronar do selvagem entrava em guerra contra o medo.

Quando ela ainda se recusou a olhar para longe da vista, a batalha áspera dos
seus dedos tropeçou na frente de sua garganta e um grande polegar empurrou o
queixo até que Morgana foi forçada a olhar para cima. Seu rosto estava bem abaixo
do dele, separados por poucas polegadas, mas ela ainda manteve o olhar desviado.
O macho tocou o lábio inferior com o polegar, puxando-o para o lado em uma
varredura, até mesmo quando um baixo nível de ruído saiu de sua garganta.

Seus olhos estavam em casa.

Os dedos em seu pescoço vibraram, o aperto em seu cabelo ficou mais forte.
Ela não resistiria mais para obter um outro aviso. As pequenas picadas contra seu
couro cabeludo a fez inclinar mais para trás, agarrando o antebraço para que não
perdesse o equilíbrio.
Estupro e mutilação.

Este macho faria essas duas coisas com ela.

Qual era o ponto em se recusar a cumprir o seu olhar?

Com a respiração superficial, ela obedeceu.

Seus olhos não eram azuis como os dela ou particularmente bonitos. Eles
eram muito escuros para ser nomeado com uma única cor. Um deles estava
rodeado de uma contusão feia. Abaixo, as maçãs do rosto eram definidas, mas
bochechas ocas não eram afiadas, e ele possuía uma mandíbula forte.

Uma masculinidade extrema com nada macio ou suave.

Nem mesmo os lábios poderiam ser chamados de suaves, embora estes


tenham se enrolado no canto no momento em que atenção estava ficou eles.

Ele disse algo, uma série de gorjeios de baixa frequência.

Nenhum dos outros homens nesta nave ofereceu uma tradução, embora ela
tenha olhado ao redor na esperança de uma explicação.

Sua distração foi explorada.

O Heidron colocou a boca na dela.

O ataque tinha sido bem coordenado. Sua cabeça bateu seu bíceps, seus dedos
apertaram a mandíbula aberta para que ele pudesse roubar um gosto. Um guincho
feminino foi reprimido por uma língua lambendo a sua boca, e Morgana descobriu
que ele a segurava imóvel, possuindo o controle total.

Com seus dedos beliscando suas bochechas, ela não conseguia nem morder.

O macho teve seu tempo explorando seu gosto, as bordas de seus dentes, sem
qualquer ânimo ou nervosismo, descuidado que os outros observavam
abertamente.
Morgana sentiu sua pele formigar com um rubor, então caiu e deixou-o fazer
o que ele desejava. Pequenos beliscões sobre os lábios os mantiveram separados
enquanto uma língua ondulante brincava. Não era nada como os beijos que Esin
forçou em sua boca, onde sentia seus dentes quebrando.

Este macho conquistava com inteligência, não violência. E embora ele tenha
passado a mão com cuidado sobre sua garganta e clavículas, ele não parou.

Mas ele faria.

Sem chamar a atenção, os homens Alfa continuaram o voo inteiro movendo-


se de nave para nave, suportado por uma mulher confusa que não entendia por
que seus dedos eram cuidadosos, ou por que ele não grunhia para ela como Esin
fez quando ela não conseguiu responder adequadamente ao beijo.

Parecia que ele não se importava com sua falta de participação. Na verdade,
quanto mais ela se entregava, mais animado o Alfa se tornava. O cheiro de
almíscar pingava de seus poros; e foi esfregado sobre ela, inevitável como a língua
tocando entre os dentes.

Quando a nave atracou e a porta se abriu, ele a libertou, apenas para reuni-la
contra seu peito antes que pudesse dar outro passo. Os outros foram deixados
para trás enquanto eles marchavam para a frente para o som desenfreado dos
homens torcendo.

Segurando-a firmemente, ele deu um único grito de triunfo em troca. Quando


ela se assustou e o medo floresceu todo o mais brilhante, a sua marcha através do
hangar se tornou um assunto apressado.

Corredor, corredor, corredor, à esquerda, muitas voltas para contar, um sinal


sonoro e uma lâmina lisa de uma porta.

Através da corrida louca, ele tinha suas patas sobre ela em qualquer lugar que
poderia alcançar sem deixar cair, sua língua em sua pele como um cão babando. A
pele, sua proteção magra, foi arrancada. Uma mão veio ao peito e Morgana
empurrada para trás até que caiu na ausência de gravidade.

Almofadas amorteceram o impacto, mas não contra o aguilhão em cima dos


vergões levantados e hematomas doloridos. E, em seguida, o animal estava sobre
ela, sorrindo, falando uma bobagem gutural que ela não conseguia entender, assim
como quando rasgou suas roupas.

Isto ela esperava.

Isto é como tudo o que eles eram.

No instante em que ele a tinha nua, o Alfa se acalmou. Com os braços fechados
e músculos salientes, ele ofegou e a olhou. Ele lambeu os mamilos cor de rosa, e
ver a sua barriga, plana e aveludada, trouxe para seu rosto um sorriso lascivo.

Capturando suas pernas, Morgana foi totalmente exposta quando esse olhar
faminto deslizou mais baixo. Sua fenda brilhou com umidade, liso doce
manchando através de suas coxas... o mesmo fluido maldito que tinha assolado seu
corpo desde que ela foi levada de sua casa de campo.

Ela tentou cobrir-se quando um fio vazou de sua fenda gotejando entre suas
bochechas. — Eu não sei como fazê-lo parar.

Com um grunhido, ambas as suas mãos bateram de lado e seus pulsos


capturados e presos. Ele até trocou seus joelhos para espalhá-la ainda mais, para
ver a pequena contração de sua boceta que aguardava através de seus lábios
macios inferiores.

Rosa, bonita, contraindo em pulsos apertados com tal atenção direta.

Ruídos além do ronronar vinham com o que pareciam ser rosnados


ameaçadores bárbaros, e que viraram seu corpo contra o medo.

Em seu mais baixo estalando, uma corrida de líquido jorrou da sua vagina,
deixando Morgana chocada, envergonhada, e tentando se esquivar.
Quanto mais ela se movia, mais o macho sorria rebatendo-a.

Ele resmungou mais palavras para ela, abaixando a cabeça quando fez isso.
Ele a perseguiu até que seus quadris foram capturados e enganchados sobre os
ombros. Uma língua ampla varreu a sua mancha em um único pingo que podia, e
levou-o até a boca para ser saboreado.

Ele fechou os olhos e um gemido voraz baixo, engoliu.

Isso nunca havia sido exibido na parede durante as aulas. O que ele estava
fazendo era indecoroso, e Morgana guinchou quando sua boca desceu para outro
sabor.

A outra parte do Alfa era para ficar preso dentro dela, não a língua que estava
indo e voltando lambendo a sua fenda. Ela cutucava seu buraco, jogava com os
lábios carnais já molhados e pior de tudo, lambeu uma parte dela que a fez ofegar
e engasgar com o ar.

Aqui não havia Sargento Uriel que entraria na sala e diria ao macho para
parar. Seus apelos não eram nada para ele. Na verdade, eles não estavam mesmo
fazendo sentido para seus próprios ouvidos.

Os olhos do bruto desejavam e os de Morgana reviraram quando uma


sensação de impotência roubou o ar da sala, fazendo com que ela se contorcesse e
até mesmo espalhasse suas coxas como se quisesse mais.

Um zumbindo elétrico passava por sua pele, uma grande crista turbilhão de
sentimentos...

E então ela gritou, uma explosão de calor em sua barriga roubou todo o
sentido. Lava fluiu por suas veias, torcendo suas entranhas, e queimando tudo
quando o homem jogou a ponta da língua ainda mais rápido em cima desse cerne
da sensação.
Seu pulso foi libertado, sua mão foi para sua testa para afastá-lo... mas já era
tarde demais. Com os dedos apontados como um dardo, ele empurrou-os em sua
junta profundamente ensopada, fazendo sua boceta se contrair.

Seus músculos internos agarraram os dedos, lutando para atraí-los mais


profundo, para reprimir ao redor deles durante o resto do seu espasmo
incontrolável.

Era como se ele nunca fosse acabar, cessando o mal que estava trabalhando
em seu corpo. Pior, era tão bom que não podia deixar ir, de modo que Morgana
implorou por mais e revirou os quadris contra seus dedos contorcendo.

Quando a maré de prazer lentamente diminuiu, ela estava desossada e


inchada entre suas pernas, e pega olhando para a mão de um estranho
parcialmente em seu corpo. Sorrindo para ela, ele puxou para fora devagar, com
cuidado, apesar de seus músculos internos tentarem o seu melhor para segurar
firme.

Ele esfregou a mão, escorregadia com seus fluidos através de seu peito nu,
deixando uma marca de brilho.

Em seguida os dedos foram para o seu cinto e Morgana ficou sem saber o que
fazer. Ela não tinha certeza de que conseguia pensar naquele momento.

O couro se separou e o Alfa acariciou um pau duro, aumentando o aperto


enquanto olhava para ela. A coroa estava inchada, pingando gotas de fluido
perolado. O eixo pulsava em um ritmo contínuo, muitas vezes mais espesso do que
os machos beta que ela tinha visto na tela. Na base do mesmo, um nó bulboso já se
insinuava e ela tinha certeza de ser muito mais do que poderia suportar.

Ele estava indo para forçar essa monstruosidade nela, assim como a Alfa tinha
feito na tela.

Olhando para seu rosto, o homem continuou a dar um acidente vascular


cerebral ao órgão enorme, falando humilde algumas consoantes guturais e
grunhidos. Pela forma como ele as disse, ela estava certa de que não queria a
tradução. Eram coisas imundas, coisas nojentas, coisas para envergonhá-la mais
do que já estava.

Por que mais ele olharia para ela desta forma?

Com uma mão ele pegou seu ombro e lhe pediu para virar. Não houve luta,
seu corpo ainda se recuperando das faíscas de sensação crua e seu espírito
aprisionado por seu ronronar. De joelhos, apoiando as mãos contra a borda da sua
cama afundada, Morgana deixou-o desenhar seus quadris para o alto, e fechou os
olhos com força.

Sentiu-o varrer o cabelo dela para trás e... e então ela não sentiu nada.

Ele não estava tocando-a, embora ainda estivesse ajoelhado entre suas coxas
abertas. O calor de seu corpo estava certo, mas ele não se mexeu.

Se preparando para dor, Morgana sentia cada músculo apertado. Ainda assim,
ele não penetrou.

Chorando com as lágrimas em seu rosto, ela olhou por cima do ombro e
encontrou uma expressão de raiva no rosto do Alfa.

Suas mãos e dedos espalhados, foram pairando sobre a linha de vergões nas
costas.

Seu único valor aos olhos de Alfas estava em sua beleza, e ela já tinha
revoltado o único que possuía poder total sobre ela agora.

Com medo, ela se sentou um quadril no chão, puxou os joelhos sob o queixo, e
fez-se tão pequena quanto possível. Ela até pediu desculpas. — Eu tenho dito que
irão cicatrizar. Você não terá que olhar para eles para sempre.

Levantada para seus pés, ele estava sobre ela, com as narinas e olhos
selvagens. Quando ela começou a chorar, ele saltou do ninho. A peça mais próxima
de mobiliário foi agarrada e o Alfa lançou-a com tal força que esta quebrou contra
a parede. Em seguida, uma cadeira navegou através do ar, seu rugido mais alto do
que um dragão, quando quebrou. Depois que ele tinha rasgado um canto da sala
em pedaços, o bruto voou, gritando no topo de seus pulmões, para fora da porta.
Capítulo 14
Nunca em sua vida tinha Morgana visto nada parecido, este tipo de raiva, a
perda total de controle.

No segundo em que ficou sozinha, ela disparou para a cama do estrangeiro,


jogou sobre os pedaços de sua roupa no chão e agarrou a primeira arma em
potencial que pudesse ter nas mãos.

Um pedaço quebrado de metal com borda afiada o suficiente para cortar na


palma da mão.

O layout de seus quartos não era familiar, mas ela correu através deles à
procura de um lugar decente para se ocultar ou uma maneira de sair. A câmara de
lavagem era demasiadamente pequena, o espaço para o consumo de alimentos
muito escasso. Havia uma área de estar com uma vista do espaço. De lá, ela viu que
tinha deixado seu planeta, e que uma frota de naves voava ao seu lado.

O peso daquilo a deixou em choque.

Ela estava sozinha no espaço, estupidamente escondida em um quarto escuro


de um homem a quem ela foi dada a um cordeiro sacrifical.

... como se ele nunca fosse encontrá-la.

O ridículo não foi perdido. Morgana olhou para a lasca afiada na mão, viu a
forma como ela agarrava o vestido arruinado sobre os seios, e sabia que estava
desesperançada.

Tudo o que ele tivesse reservado, ela não poderia parar.

Executando o dorso de sua mão sobre as bochechas coradas, ela enxugou as


lágrimas, e endireitou os ombros para encará-lo com os últimos pedaços de
orgulho que pode reunir.
O som do Alfa retornando pode ser ouvida no outro quarto. Engolindo um
sentimento doente, ela virou-se do ponto de vista, de pé para que ele pudesse vê-la
quando verificasse este quarto final. Não demorou muito.

Ainda nu com o pênis flácido pendurado grosso e pressionando entre as


pernas, ele caminhou com uma carranca. Mais baixo e mais magro, um homem
completamente vestido o seguia e imediatamente desviou os olhos.

Este companheiro desgastado era claramente um Beta como os homens em


sua aldeia. O primeiro Beta que ela tinha visto em dias.

O Alfa começou a falar, sua voz baixa, calma, quase poética em seu medidor de
aveludado. Ele até ronronou.

Um momento depois, o Beta traduziu. — Nosso Heidron gostaria de saber


quem bateu em você e o porquê.

O que importava? De que adiantaria isso?

Morgana apertou sua arma improvisada, sentindo a pele da palma se separar


até que o sangue quente escorreu da lâmina. Quando o Heidron cheirou o ar e
lançou um olhar ao seu lado, quando parecia que ele se preparava para abordar,
Morgana estreitou os olhos e rosnou para o par deles. — Eu fui tomada de minha
mãe, obrigada a suportar lições sobre como ser uma Ômega adequada, ameaçada
constantemente com atenção masculina indesejada, e observada a cada minuto de
cada dia. Fiquei impressionada, porque eu não gostei.

As palavras foram alimentadas de volta para a Alfa, o observando-a mão


sangrando com seu próprio olhar estreito de olhos. Ele não a encontrou resposta
satisfatória.

O Beta perguntou novamente. — Quem te bateu e por quê?

Morgana achou a pergunta sem sentido considerando o bruto que tinha


pedido isso, e rosnou: — O dia antes de você chegar, eu me deitei na gaiola de
vidro e ignorei as perguntas grosseiras e demandas vulgares dos Alfas que vieram
ofertar sobre mim. O comandante garantiu que eu não seria capaz de sentar-se ou
deitar-se novamente no dia seguinte. Ele encomendou cinco golpes de vara. O
sargento responsável pela minha transição levou a cabo a sentença, acrescentando
uma ao ataque extra para ser um bom exemplo. O Alfa com a maior pretensão de
mim segurou-me para baixo, embora ele tenha se oferecido para levar meu castigo
sobre si mesmo.

Cada palavra foi alimentada de volta para aquele olhando para ela. Seus olhos
foram para ela quando falou para o Beta para traduzir. — Você cheira a medo.

Seu lábio tremeu. — Você é muito assustador.

— E você acredita que pode afastar-me com aquele pedaço quebrado de


metal?

Morgana olhou para sua arma sangrenta. — Não, mas se eu levá-lo com raiva
o suficiente, você vai me matar mais rapidamente.

Ele andou em direção a ela, arrancou o fragmento de seus dedos dormentes, e


atirou-a para bater contra a parede mais próxima. — A arma não funcionará a
menos que você esteja disposta a exercê-lo, menina. Sugiro que você nunca se
levante contra mim de novo.

Tomando a palma da mão sangrando em sua mão, ele inspecionou a ferida


superficial.

Os últimos vestígios de orgulho e bravura desapareceram quando ele a


lambeu. — Se você está com raiva sobre as marcas nas minhas costas, eu estou
certa de que cicatrizarão.

A palma da mão ficou em concha sua bochecha e os dedos enrolando em


torno de seu crânio.

Com uma mancha de seu sangue em seus lábios, ele retumbou, a tradução
seguindo. — Eu estou com raiva sobre as feridas. Muito bravo. Mas não estou com
raiva de você.
Sem saber o que dizer, Morgana fechou os olhos, um longo suspiro deixando
seu peito. Mais uma vez, ele colocou sua bochecha contra o peito, a mão para seu
cabelo e um braço firmemente em torno de seu meio.

O ronronar ressonante era como areia quente para ela afundar. Parecia
traiçoeiro e indigno de confiança, ao mesmo tempo que prometia segurança e
calor. Como a coisa que ele tinha feito com ela em seu ninho, do jeito que ele virou
seu corpo contra ela e fez dela a verdadeira definição de feral.

O macho soube controlá-la de forma que o sargento Uriel só tinha testado as


águas e Cabo Esin ainda tinha que aprender.

Pressionando mais perto que o ruído, Morgana murmurou. — Eu não sei o


que fazer.

As palavras tinham sido muito baixas para o tradutor para ouvir, mas o Alfa
respondeu como se estivesse em perfeito entendimento, seu companheiro Beta
anunciando: — Ele diz que você deve descansar agora.

O tradutor foi dispensado e Morgana levada de volta para a câmara de


dormir. Só que desta vez, ela não foi empurrada, mas ele a posicionou para se
deitar de bruços. Pouco tempo depois, seu peso veio ao lado dela, alguma solução
medicinal limpou as suas costas e nádegas até que a dor desapareceu.

Ele falou novamente como se estivesse explicando tudo o que fez, enfaixando
sua mão, acariciando seus cabelos. Morgana passou para o mundo dos sonhos
ancorada pelo som da voz rica e o ronronar de um estranho, aquecida pelo calor
de seu corpo.

-x-x-x-x-x-
Simin

O cabelo escuro deslizava sobre sua pele nua como uma escova de penas, e ele
tomou seu tempo marcando a pele de sua companheira enquanto ela dormia. O
arranhão de sua mandíbula sobre suas curvas sedutoras definia solavancos para
suavizar carne e um leve sorriso na boca da sua kor'yr.

Os machos sabiam sobre o ronronar, e sim, ele teve outras mulheres no


passado, mas nunca sentiu esse desejo tão forte ou mais forte do que tinha por
esta. Ela sabia quando se levantar e lutar e ele inspirou uma impressionante
quantidade de ruído para ecoar a partir de suas costelas deixando-a em um estado
de calma.

Estando muito mais dócil no sono, ele adorou cada polegada dela. Ela não
estava tensa quando ele provou seu corpo, ela não cheirava a medo.

Não, ela cheirava a luz do sol.

Ele reconheceu o cheiro dela instantaneamente na nave inimiga, deslizando


em uma raiva aquecida quando viu que ela estava presa. Ele salvou o fraco Nierra
então levou-a para um ninho onde a valorizaria e a adoraria. Onde ele iria
produziria com ela, onde nasceriam seus filhotes.

Horas foram gastas explorando, acalmando e curando a sua conquista


exagerada.

Cuidadosamente desenhando um mamilo em sua boca, ele gemeu com a


forma como ela se contorceu em seus sonhos. Seu gosto era pura decadência, e ele
não conseguia encontrar um favorito entre eles quando lambia sua companheira.
Lamber entre os dedos dos pés havia inspirado a menina a arquear as costas
durante o sono, mesmo suas coxas suavemente se separaram, dando-lhe uma
visão da sua bonita e lisa boceta.
Sua resistência à degustação de horas atrás tinha sido bonita. A menina não
tinha ideia do que ele estava a ponto de fazer e surpreendeu-se ainda mais quando
ela gostou.

Seja o que for que Nierra fazia com suas fêmeas, soou como branda diante da
sua batalha técnica, apoiado por tão pouca substância. A menina não sabia ainda,
mas a vida para ela seria muito melhor como seu kor'yr, não importando suas
hesitações ou medo.

Não importava se ela o achava feio.

Pelo menos ele sabia como foder.

Falando de foder, ele queria agora deslizar dentro dela enquanto ela dormia e
acordá-la com uma boceta cheia de pau. Ela gostava da sua língua em seu clitóris.
Não havia dúvida na mente de Simin.

Com as bolas doendo, ele apertou a base do seu eixo, acariciando-se forte o
suficiente para misturar dor e prazer. Ele poderia vir só de olhar para ela. Tentado
a se lançar sobre a Ômega dormida, para deixar algo doce em seus lábios, Simin
gemeu.

Ao ouvir a sua frustração, sua perna esquerda deslocou-se no sono, abrindo a


boceta para ele em uma oferta tácita.

Era fácil equilibrar o corpo e definir a sua coroa inchada contra sua fenda
ansiosa.

Eles alegaram que ela era uma virgem, prestes a receber seu primeiro pau.
Ela gritou debaixo da sua língua, gritou quando gozou. O que ela faria quando
sentisse o primeiro nó? Ele apostava cinco naves e um planeta da terra que ela
guincharia.

Mesmo durante o sono, seu corpo respondia aos seus rosnados de baixa
frequência, o aroma do fluido ficando cada vez mais forte a cada minuto. A simples
inclinação de seus quadris a cabeça do seu pau passaria pela passagem apertada.
Um aumento para a frente e ele a teria cheia até a borda.

Seu corpo se moveu com o pensamento, derramando o seu caminho através


de sua oferta perfumada.

Um a um, seus olhos se abriram assim quando ele a violou, esticando, e


afirmou o buraco apertado.

Tão molhada, tão quente, cheirando bem pra caralho, não havia dúvida de
quão dura seria a sua rotina.

Com um duro uivo ensurdecedor e lábios puxados para trás de seus dentes,
ele empurrou para a frente até que reivindicou tudo para si mesmo.

A surpresa em seu rosto foi tão bonita como o pulso de sua vagina ao redor de
sua invasão latejante.

Ele montou, empurrou no fundo, e sentiu perfeição. — Kor'yr, quero ouvi-la


gritar de novo.

E ela fez. Só que não foi um verdadeiro grito pois não houve nenhum ruído
quando ela jogou a cabeça para trás em um grito silencioso. O cheiro de seu medo
voltou, apenas a tempo para excitar o Alfa que mostraria que o medo poderia ser
transformado em prazer assim como a dor poderia aumentar a emoção.
Capítulo 15
Não era real, não poderia ser. Oh, mas era irregular e cru, estendendo suas
entranhas de uma maneira que parecia incrivelmente profunda.

Suas unhas cavaram os bíceps quentes e Morgana tentou segurar quando a


primeira cãibra lhe roubou o ar e deixou-a cambalear. Seu comprimento
excepcional não se encaixava, e seu corpo veementemente se rebelou.

Ainda assim, ele avançou até os quadris poderosos baterem contra ela.

Não importa o quão áspero foram seus impulsos, os lábios em seu ouvido
murmuraram baixinho. Seu significado foi perdido, mas sua intenção não poderia
ser desperdiçada. Ele soou como se estivesse com mais do que ela, a voz granulada
apertada, estrangulada e superficial.

Apertando em torno de sua invasão lancinante, ela tentou expulsá-lo, e só o


inspirou a gemer em êxtase. Enquanto ela ofegava a tempo de seu ritmo, ele a
elogiou.

Em uma cama afundada que cheirava doce e igualmente estranha, olhando


para o teto mosaico de uma sala tão estranha para ela como o macho usando seu
corpo, Morgana compreendeu exatamente o que Alfas eram capazes.

Era como ser arrastada até uma montanha com as pernas tortas e costas
curvadas. Era como estar em um local cheio de cobras se contorcendo por ouro
líquido. Célula por célula, a sensação assumiu, trancando-a para longe em uma
parte de sua mente que estava turva por prazer, mesmo que ela não tenha
convidado.

Seu controle era tão nebuloso como os olhos do Alfa, e em seguida, até mesmo
isso foi tirado dela.

Algo mudou na forma como o eixo estocava em sua barriga. Foi puxado,
cresceu e agarrou na boca da sua boceta.
Um nó de formação.

Assim como a Ômega que ela assistiu na parede, Morgana começou a chorar
para a liberação... e então veio. Tudo dentro dela se torceu, tomando conta sobre o
seu nó e puxando-a carente de mais.

Quando o primeiro surto de semente fervente pulverizou seu ventre, ela


gritou. Não havia nenhuma palavra para tal sentimento.

Outra erupção veio e ela mordeu seu bíceps para não uivar.

Uma terceira, uma quarta, e ela estava certa de seu corpo estourar além da
pressão de seu sêmen jorrando construídas atrás do nó.

A testa dele encostou na dela e a respiração ofegante do sexo masculino, dizia


algo incompreensível: — Youvertr'kril, dorngut Yaka nilie.

Quando o mundo parou de girar, Morgana viu que tinha suas mãos
emaranhadas em seus cabelos. Segurando-se a ele, mesmo as pernas estavam
enroladas na cintura.

Ela se agarrou a ele como se a própria vida só pudesse ser encontrada em seu
abraço.

Era como Sargento Uriel tinha dito. Nada na vida a mudaria mais do que
quando fosse montada. Olhando agora para os olhos leitosos brilhando para ela,
sabendo que poderia ter sido com qualquer Alfa que sabia o poder de exercer sob
ela... transformou o que tinha sido bonito em algo manchado.

Para ser Ômega precisava ser consumido, alimentado e descartada.

Teria se sentido diferente nas câmaras de prazer, ou teria sido arrastada a


tais alturas com macho após macho que pagaria uma taxa à Esin? Onde estava a
intimidade e o amor dos quais Uriel tanto falava?

Tudo parecia uma grande mentira.


Passando as mãos em seus ombros, dedilhando os braços musculosos,
Morgana fez-se aprender a forma e a textura dele, obrigou-se a reconhecer quem
ele era e o que tinha feito.

Dentro de seu ventre, ele ainda estava duro como pedra, e quando ela movia
seus quadris, encontrava seu corpo bloqueado com o dele. O nó persistiu,
prendendo-os juntos. Deveria ser horrível e parecia errado ela ter gostado, ainda
pior que ela iria apreciá-lo uma e outra vez.

Eles não a usariam apenas uma vez. Uriel tinha deixado isso bem claro. Esin
deixou isso bem claro. Os machos que se reuniram fora da gaiola de vidro também
deixaram isso bem claro.

Com um olhar de partir o coração, ela olhou nos olhos do homem cujo pênis
ainda contraía dentro dela e disse o seu nome. — Morgana.

Na primeira, ele parecia não entender, mas depois sorriu. — Simin. Heidron
Simin Gralloch. — Um beijo luz foi pressionado em sua boca. — Kor'yr Morgana.

Houve uma ondulação em seus músculos internos, um aperto em torno de sua


cintura. Quando isso aconteceu, ela observava os olhos de Simin próximo em um
suspiro de prazer. Ele ainda estava em êxtase, apanhado em êxtase quando outra
onda foi extraída de seu corpo profundamente no dela.

Recostando-se contra as almofadas, fechou os olhos para esperar ele vir e


pensar em outra coisa.

Sua apatia foi inaceitável para o macho, que abalou mais profundamente
contra ela, esfregando-se onde estava desejando, até que ela também estava
gemendo.

Quando ele lambeu o polegar e alcançou entre seus corpos para manipular os
nervos de seu clitóris, levou apenas três golpes até que ela gozava novamente,
choramingando quando seu interior foi à loucura e como esse nó invasivo parecia
crescer ainda mais.
Ele não iria deixá-la sozinha.

Quando a natureza decidiu que o seu acoplamento estava no fim, o nó se


encolheu e uma onda de líquido jorrou de seu corpo; seu pênis ainda duro
começou o jogo mais uma vez.

O Alfa levou-a cinco vezes, mais e mais, oferecendo Morgana sem descanso ou
dando qualquer chance de fuga, mas mostrando como ele poderia fazer seu corpo
cantar. Quando finalmente terminou, ele estava com a boca perto de seu peito,
indolente brincando com seu mamilo, rindo cada vez que passava a língua sobre a
ponta atrevida, não importando como ela choramingava.

Sentindo dor nas articulações, Morgana trabalhou para livrar seu corpo dos
membros ponderados de um gigante. E um gigante que era mais alto do que Esin
ou Uriel, com a pele mais escura e marcada, áspera, e sem vergonha de fazer o que
desejava seu corpo, sem qualquer explicação ou sugestão gentil.

Quando ele quis festejar entre suas pernas, ele fez, independentemente de
seus fluidos mistos ou sua falta de banho. Quando quis ela de joelhos, ele a colocou
lá, e usou seu corpo para se adequar ao seu gosto.

Quando tomou a rota mais calma, ela se contorceu e nunca parou suas
explorações.

Simin tomou o que desejava, e Morgana foi incapaz até mesmo comunicar a
mais simples das recusas. Ela disse a si mesma que era por isso que permitiu todos
os seus prazeres.

Ela mentiu.

Ele a governou com tão pouco esforço, que por alguma razão a fez olhar para
trás sobre tudo o que tinha sido feito e considerou desconcertante.

O Alfa, Simin, estava respirando profundamente durante o sono, com as mãos


emaranhadas em seus cabelos. O sono não lhe emprestava um olhar de inocência.
Nem um pouco. Havia uma razão para este homem andar à frente do seu povo, a
razão pela qual ele tinha sido o único a falar com o Comandante. A razão dos
homens pela qual Uriel falou com aspereza dele em voz baixa quando pensou que
ela estava dormindo.

Fazendo o seu melhor para trabalhar seus cabelos livres da aderência do


estranho Alfa, Morgana desenrolou os emaranhados com cuidado, mas ele acordou
do mesmo jeito. Com os olhos nublados, o macho piscou para ela, observando
enquanto ela lentamente deslizava para trás.

Alisando seus cabelos, tentando não fazer uma careta quando o movimento
trouxe desconforto, ela fez seu caminho até a borda da cama, tudo sob o olhar de
um predador.

Morgana enrolou os dedos sobre a ponta da cama e puxou o cobertor. Mas


antes que pudesse escapar completamente, ele se sentou, levantou a cabeça e fez
uma careta.

Uma série de palavras resmungadas foram oferecidas e o macho rastejou em


direção a ela para capturar um tornozelo e puxar seu corpo sob o seu.

Ela afastou-se, sacudiu a cabeça e disse: — Não.

Ele soou sua palavra. “Não?” e repetiu a uma segunda vez, “Não”, e pareceu-
entender o que significava.

Morgana não falava a língua dele melhor do que ele falava dela, mas pensou
aplacar o macho antes que ele pudesse puni-la. Puxando os braços apertados em
torno de seu meio, falhando em oferecer um sorriso neutro, mastigava um lábio e
olhou em direção ao banheiro.

Ela poderia ter em seu corpo uma crosta de sêmen seco, mas o Alfa
estreitando os olhos apresentava algumas marcas de sua autoria.

Seu sangue estava endurecido sob as unhas, assim como a pele coberta de
arranhões que colocou lá. Morgana até deixou uma mordida em seu braço e
ombro. Porém havia hematomas onde o Alfa agarrou muito forte, suas coxas
estavam manchadas e entre as suas pernas muito pegajoso, vibrando com uma dor
permanente.

Com medo de que se ela não deixasse seu ninho, ele tentaria montá-la
novamente, e assustou-se quando o homem passou o dedo para baixo por sua
coxa.

Ele disse o seu nome. — Morgana, Clota via kan'nai.

Com a bexiga perto da ruptura e com muita sede, ela ousou olhar na direção
do banheiro novamente.

Simin apoiou na borda da cama e se levantou, maciço e iminente.

Morgana pensou em correr novamente, mas ele tomou seu braço e disse que
sua palavra: — Não.

Puxada para fora do ninho com facilidade, ele a pegou pelo braço, ajudou-a a
levantar e levou Morgana exatamente para onde ela ficou olhando. Na porta, ele
disse uma palavra que soava como um espirro. — Achoo.

Olhando através do portal direto para o banheiro, ela tentou passar por ele.

Ele disse: “Não” e apertou seu braço, e entrando com ela. Ele até se sentou
com ela no banheiro, não importando a sua hesitação. — Achoo.

Querendo urinar antes que ela pudesse parar a si mesma, e absolutamente


odiando o modo como ele sorria e balançava sua cabeça, Morgana se atreveu a
rosnar. Foi um preço tão baixo e completamente irritado que a única coisa que
conseguiu foi um ligeiro empurrão sob risadas, chegando entre suas pernas para
limpá-la.

Ele foi cuidadoso, mas picava tanto seu orgulho quanto o lugar que ele havia
repetidamente esfregado. Suas unhas cravaram-se em seu antebraço e Morgana
assobiou pelo contato. Ela cutucou e deu ao macho um olhar que dizia que se ele a
tocasse novamente, ela o machucaria.
Simin recuou.

Cruzando os braços sobre o peito, ele levantou uma sobrancelha, como se


dizendo-lhe para terminar sozinha.

Frustrada, dolorida e chateada com a falta de privacidade em sua vida,


Morgana obedeceu.

Assim que saiu do local, o Alfa passou seu lado com o membro flácido já na
mão. Quando tomou a sua vez, ele colocou a mão à parede, se inclinou para frente,
e jogou a cabeça para trás com um suspiro.

Morgana apenas ficou lá admirando. Quando ele deu de ombros para sua
expressão, ela jogou uma mão sobre os olhos, correu para fora do banheiro,
desculpando-se como se tivesse feito algo errado.

Ele estava atrás dela em um instante, a encurralando contra a parede, e não


houve mais risos.

O peso de seu corpo a pressionou, imóvel, e os lábios vieram para a orelha de


Morgana. Em seguida, silêncio.

Simin não falou. O que ele estava fazendo ou por que, ela não conseguia
distinguir.

Presa como estava, tudo o que ela podia ver eram os ombros tensos do sexo
masculino movendo- se com sua respiração.

Morgana sentiu os dentes no lóbulo da sua orelha e em seu inalar afiado, ele
mordeu. Abaixando a sua cabeça, ele mordeu o pescoço. Sem romper a pele,
apenas com a força da sua mandíbula inspirando uma dor, o aviso pura ação. Ele
não brincava com ela, trabalhando para seduzir, ou mesmo oferecendo conforto.

Ele estava dizendo a Ômega que estava no comando, que era para ser
obedecido, e que tinha sua própria vida em suas mandíbulas.
Não foi até que os dentes afiados roçaram seu ombro que esse aviso se tornou
uma ação áspera. E ele estava lá, lambendo aquele único local, o trabalho de sua
língua em sua pele fazendo-a corar.

Uma grande mão pegou seu queixo, inclinando a cabeça, enquanto a outra
tomava um firme aperto de seu quadril. Entre seus corpos, seu pau endureceu e
pingava pérola avisando que ele estava pronto para foder novamente.

Não foi oferecido nenhum ronronar para induzir a calma.

Acima de tudo ele era o Alfa e ela era uma encurralada Ômega; sua mensagem
vinda através alto e bom som.

Não fuja de mim.

Quando Simin cerrou os dentes em sua carne, ele revirou os quadris, usando
sua barriga para friccionar suavemente assim como mordia.

Havia uma promessa que picava, uma promessa selada no primeiro sangue
que ele tirou. Embora superficial, a sua marca estava lá, e a dor era real.

Ainda segurando o ombro da Ômega em seus dentes, ele tentou agarrar a mão
dela, e puxá-la entre eles.

Uma palma calejada fechou os dedos pequenos em torno de um pau grosso e


guiou-a para acariciar de forma dura e rápida. Ele resmungou com o movimento, a
respiração crescente rasa, fazendo-a participar de seu prazer até explodir um
líquido branco leitoso sobre seus seios, sob o peito arfante e coxas machucadas.

Depois de pintá-la com a ejaculação, rosnando sua libertação, ele arrastou


seu toque para baixo, para o nó crescente e forçou à apertar. E ainda assim ele
veio, adicionando mais creme a garota presa por seus dentes.

Eu possuo você. Você vai obedecer. Você vai sentir o cheiro de mim. Eu posso
fazer você gostar.
O que eles tinham compartilhado no prazer, qualquer traço de temor que
Morgana poderia ter fomentado, morreu logo em seguida.

Esin a teria tratado da mesma maneira.


Capítulo 16
— Você é a perfeição.

Simin tinha feito uma bela bagunça em sua tremente companheira- a ferida
levemente sangrando em cima de seu ombro não tão gloriosa como a futura marca
de alegação seria, mas extremamente atraente, no entanto. Muito gostosa; ele não
conseguia parar de prová-la.

Olhando para baixo, via seus peitos empertigados pingando com sua última
ejaculação, gotas peroladas no topo dos mamilos cor de rosa.

O que ele não daria para tê-la jogada na cama e recolher as gotas, para vê-la
levá-las a sua língua engolindo em delírio.

O pensamento o fez derramar uma última carga, untando seus corpos


enquanto Simin pressionava-se ainda mais perto. Perdido em seu perfume,
trabalhando sua massa contra a forma suave em uma tentativa flagrante e
sedutora para esfregar o máximo da carga em sua pele quanto possível, ele não
percebeu.

Até que ela deu um terrível gemido. Sua companheira estava... chorando.

Simin sentiu seu coração cair e livrou-a de seu agarre e de seu pênis macio.
Quando abriu os olhos, encontrou o oposto do que suas ações deveriam ter
inspirado. Olhos tristes, lindamente azuis, mas injetados com terrível emoção,
rejeitados.

Essa não era a intenção. Mesmo agora o ar estava crescendo amargo e com o
medo da Ômega lavada por lágrimas salgadas derramadas.

— Eu esperei por muito tempo, fui a muitas classificações de Ômegas em


busca da minha kor'yr. Por você. — Determinado, ele falou as palavras mas ela
nunca ouviria. Palavras que ele teria matado qualquer homem ou mulher para
testemunhar. Resmungos privados entre companheiros, uma exposição aberta de
fraqueza e exaltação, inédito a qualquer Heidron. Reunindo sua mão, ele apertou-a
quando seu ronronar ressoou forte sobre seu coração. — Não há nada que você
precisa temer de mim.

A fêmea piscou uma vez com os ombros caídos, e ela apareceu... renunciar.

As olheiras sob seus olhos, o liso cabelo dourado banhado de restos de seu
esperma seco e o cheiro do doce mel que escorria entre suas pernas, ela parecia
desgastada, mas resplandecente.

Era doloroso vê-la recuar quando sua mão tocou seu rosto, mas Simin
murmurou: — Será que Nierra não cuidou de você? Eles colocaram veneno em sua
mente?

Ela não podia responder, era ignorante às suas palavras e seus significados,
deixando Simin com nenhuma forma de incentivar seu afeto fora a ação. Então ele
deu um passo para trás e esperou por ela para encontrar a coragem para
encontrar seus olhos.

No início, ela continuou a ficar como estava, encolhendo em si mesma, sem


saber, com as respirações rasas de um coelho assustado. Mas quando ela começou
a perceber que ele esperava, muito timidamente um conjunto cansado de olhos
traçaram seu caminho sobre seu corpo impressionante antes de aterrar em um
olhar aberto do qual que ele esperava. Por ela.

Ele sorriu, estendendo os dedos sobre as crescentes marcas que seus dentes
perfuraram em sua carne.

E ela ... ela parecia totalmente confusa. Horrorizada.

Doente.

— Tivemos muito sexo. Você deve estar com fome. — Arrastando seu toque
por seu braço, ele encontrou os dedos e enfiou-os nos seus. — Vem por aqui. Vou
alimentá-la e lavá-la. Eu vou te deitar no nosso ninho, levá-la suavemente, e dar-
lhe os braços fortes para dormir até que seus olhos brilhem e seus sorrisos sejam
fáceis.

Ele lhe deu um puxão suave e levou à partir de uma sala que cheirava a seu
sexo, seu medo e sua preocupação, guiando-a aos seus aposentos privados de
jantar. Uma vez lá, depois de sentá-la em sua cadeira favorita e pisar para uma
distância considerável, Simin a viu visivelmente relaxar.

Não foi apenas a paisagem brilhando pelo portal que tinha a sua atenção, mas
o fato de que sua nova companheira ter se afastado.

Como Heidron de uma frota privilegiada, como um guerreiro experiente com


muitas conquistas em seu currículo, Simin estava acostumado a se sentir sozinho.
As mulheres se lançavam para ele, e ele dormiu com centenas, tendo grande
orgulho em sua proficiência com o prazer feminino.

Seu corpo era grande, muscular, agradável. Ele não tinha as melhores
características, mas a resistência, paciência e até em habilidades táticas, era mais
sábio do que até mesmo o mais velho de seus irmãos. Favorecido por sua mãe por
seu humor.

No entanto, sua kor'yr, a Ômega que sua alma ressonava, não queria estar
perto dele. Ela não o reconhecia.

Franzindo o cenho para a carne dobrada em torno da pasta temperada, ele


rosnou. Do canto do olho, mesmo com ela estando do outro lado do quarto, sua
companheira pulou. E mais uma vez o ar estava azedo com o medo dela.

Isso não estava certo.

Ela poderia não entender suas palavras, mas a intenção poderia ser
comunicada.

Nada era irrecuperável, especialmente entre e Alfa e Ômega tão


profundamente conectados. Cuidando do tom de voz, mas sem o carisma de um
homem mais doce, a voz profunda de Simin ressonou na sala. — Ser o
companheiro de Heidron é uma grande honra. Cada soldado na minha frota daria
sua vida pela sua. Você não tem nada a temer na minha presença. Eu não vou
corrigi-la com uma vara.

Observando-o, infinitamente cautelosa, sua Morgana piscou, esfregou os


lábios e balançou a cabeça como se estivesse tentando agradá-lo. Mas uma vez que
seus olhos caíram sobre a comida em suas mãos, ela atirou de sua cadeira e correu
para a frente.

Com as mãos revestidas pelos sucos crus de carne bolx e as unhas manchadas
com a pasta, ele não a impediu. Na verdade, Simin não sabia o que fazer com sua
expressão frenética quando percebeu que ela estava preparando-lhes comida.

A fome não tinha chamado a sua atenção. O terror dela tinha.

Alcançando a carne, ela olhou para as fatias que ele já tinha preparado e
imitou a preparação simples tão rapidamente que o prato estava cheio, confuso e
completo antes que ele soubesse como reagir. Ela, então, empurrou-a para mais
perto dele.

Ela estava oferecendo-lhe a comida que ele tinha escolhido para ela?

Pelo visto estava e os olhos azuis estavam frenéticos como se ela tivesse feito
algo de errado ao sentar-se enquanto ele trabalhava.

— É para você. Alfas servem seus companheiros antes de se servir.

Ela empurrou o prato novamente, olhando para a bagunça de seu trabalho


como se soubesse que poderia fazer melhor. Encolhendo-se como se esperasse ser
punida.

Com o cuidado de escolher um que ela fez, Simin levantou-se e acenou com a
aprovação confusa.

Morgana sorriu, um movimento praticado e apertado que não alcançou seus


olhos. Um sorriso que caiu de seus lábios quando ele estendeu a mordida para ela
comer de sua mão. Ela não fez mais do que cheirar, provavelmente nem sequer
provou, evitando os dedos para levar o pedaço na boca e engolir sem mastigar.

E aí ela espelhou o que ele fez, falando a língua fluida como se profusamente
desculpando enquanto segurava uma mordida delicada para ele.

Envolvendo seu pulso em sua mão muito maior, ele arrancou o deleite de seus
dedos e retornou para a chapa; acompanhou-a de volta para o melhor assento,
levou um prato para si mesmo e bateu em seu joelho, para que ela pudesse se
juntar a ele.

Com a expressão em branco, ela rigidamente obedeceu, sua boceta


encharcada e com manchas do líquido doce sobre sua dura coxa. Ele a puxou para
perto quando ficou dolorosamente óbvio que ela tentava se equilibrar como um
pássaro pousando em vez de ajustar-se a ele. O braço pendurou em torno dela,
acariciando a luz de sua pele, não suavizando a sua dura espinha, nem ganhando
nenhum zumbido de aprovação da mulher.

Seu ronronar aumentou, seu corpo ficou um pouco mais flexível.

Paciência era imperativa na estratégia de batalha. Antes de sequer uma gota


de sangue ser derramada, o inimigo era estudado, seus padrões analisados, sua
psique dividida em suas partes básicas e usadas contra. Embora ele nunca tenha
precisado disso para atrair uma mulher e obter a sua atenção, o seu curso não
seria diferente do que planejar uma guerra.

E todas as guerras que travou, ele ganhou.

Domar sua Ômega não seria diferente.

Simin deu-lhe tempo para encontrar uma posição confortável com o seu
ronronar suavizando a tensão, uma carícia suave acariciando seu braço. E então
ele se alimentou dela, lentamente e ofereceu apenas o suficiente para que ela
tivesse que morder pedaços gerenciáveis, arrulhando palavras sem sentido de
encorajamento - vibrando com gemidos satisfeitos quando sua língua pegava os
dedos. Mas cada vez que ela tentava levantar um pedaço para ele, Simin tomava
dela e colocava de volta no prato.

Não poderia haver reciprocidade no futuro uma vez que ela o conhecesse
melhor e entendesse seu desejo intrínseco para cuidar dela. Uma vez que ela
estivesse em paz em sua presença e com o amor em seu coração.

Haveria amor.

E as crianças que agradariam a sua mãe e até mesmo fariam seu pai austero
rachar um sorriso quando pensasse que ninguém estaria olhando.

Quando ela começou a mastigar mais lentamente e uma protuberância


pequena da sua barriga indicou que já havia ingerido muita comida, ele alimentou-
se do restante escasso do prato.

Olhando em seus olhos e cada vez mais confiante em sua abordagem, ele falou
de como as suas vidas seriam e confessou que tinha estado sozinho por ela, tinha
feito grandes, ofertas secretas para o poder maior para que ele pudesse encontrá-
la... imaginando se ele só estava disposto a admitir isso em voz alta, porque ela não
podia entender e pensar menos de seu talento para sentimentalismo afeminado.

Cada Alfa desejava uma companheira Ômega, mas encontrar uma kor'yr era
algo que não um em um bilhão poderia realizar. Simin tinha encontrado a sua
presa em uma gaiola de vidro, como se os próprios deuses o estivessem
favorecendo.

O braço ao redor de seu corpo flexível ficou mais apertado, pressionando-os


em um só ser.

-x-x-x-x-x-x

Ele a tinha alimentado com carne crua. Crua.


Morgana ainda queria encolher só de pensar nisso. Será que essas pessoas
não sabiam dos parasitas e bactérias que poderiam viver e matar como um
massacre uma aldeia inteira? Um desses envenenou mais de vinte pessoas quando
Morgana ainda era uma criança.

Um único gole errado de água. Disenteria. Enterro.

No entanto, ele tinha participado da refeição quando ela estava


dolorosamente completa com sorriso nos lábios e sons de satisfação. A
justaposição deste lugar e seus costumes bárbaros colocou a sua cabeça girando.
Ele parecia um selvagem, falava como um, mas ainda possuía os melhores quartos
que já tinha visto.

Esse prato era de porcelana, de ossos, se não algum tipo de cristal leitoso
cortado. Os móveis eram impecáveis.

Onde estava o couro, os ossos, as carcaças da sua mais recente matança e


assados em fogo aberto?

Como o homem que quebrou o vidro de seu gabinete, que a penetrou pela
primeira vez, enquanto ela ainda dormia, igualava-se a isso?

Como ele sabia como tocá-la para fazê-la sem pensar se espalhar e uivar por
mais? Quando ele iria mutilá-la? De que maneiras?

Será que ele a mataria depois? Compartilharia seu corpo? O que ela faria?

Tonta com estes pensamentos horríveis, a dor por trás dos olhos de Morgana
cresceu. O macho ainda estava falando, sua linguagem feia resmungada tão
profunda que o discurso soava como um cruzamento de um sapo e uma
tempestade. E enquanto ele falava, ele tocava.

Pequenos toques em sua testa, através de suas bochechas, correndo os dedos


calejados entre os seios descobertos para empurrar suas costelas até que ela
saltou. A risada coagida quebrou de seus lábios e Morgana ficou determinada a
suportar as cócegas em vez de enfrentar sua ira.
Porque sua vida estava em suas mãos e ela estava muito jogada nestes
últimos dias pela dor muscular profunda que ainda permanecia, onde a vara tinha
atacado-a; e pela perda de tudo o que conhecia, sem contar que não tinha ideia
para onde se virar.

Sua vagina, e que era o nome que tinha sido reduzido, doía. E até mesmo com
dor, ela ainda derramava o fluido horrível.

Parte dela ainda queria que esta refeição estranha terminasse para que ele
pudesse levá-la de volta para o ninho e torcer sua mente de volta para aquele
lugar totalmente branco de sentimento. Aquele lugar onde ela esquecia seu nome,
suas inibições, onde se sentia livre na perda de quem era porque não havia nada
para lamentar.

Marcado, mais velho do que qualquer menino que já a tenha cortejado e


recebido flores, mais velho do que Esin que a agarrou. Seus dedos ainda pegajosos
com as partes de seu corpo investigaram a carne crua que tinham compartilhado,
e Morgana viu o sorriso perfeito que o macho enlouquecido deu. Assim como
percebeu que Sargento Uriel e o Comandante também possuíam algo parecido. Era
um sorriso desequilibrado mas exibia dentes tão saudáveis que não pareciam
naturais.

Na sua casa, odontologia era cara. Morgana tinha faltando um molar perto da
parte traseira que apodreceu na sua adolescência. Lambendo o espaço vazio, ficou
um pouco autoconsciente que seus dentes eram um pouco tortos, mas sentiu-se
ainda pior com tais preocupações rasas. Não eram os dentes que esse homem
queria dela.

Era a puta enganosa da sua fenda entre as pernas.


Capítulo 17

Quem poderia imaginar que seria tão difícil de se banhar um único local com
uma minúscula mulher?

Especialmente aquele que precisava claramente do relaxamento de um


profundo mergulho, água quente, sabão fresco, e as mãos amorosas para cuidar
onde ela estava mais que provavelmente dolorida. Eles tinham fodido muito, e
nenhum macho de seu valor, mesmo no mais profundo desejo, permitiria que sua
companheira ficasse imunda com fluidos em crostas secas.

Considerando que ela era uma virgem inexperiente e que teve que deixá-lo
fazer o que desejava, Simin tinha duplamente certeza de que ela poderia ter o luxo.

No entanto, sua kor'yr estava tão agitada com a experiência que ela moía os
dentes e vazava lágrimas silenciosas. Ele tinha chegado ao ponto de deixá-la
quebrar a tradição e lavá-la apenas para evitar que ela perdesse os restos
esfarrapados de sua compostura.

A sensação de suas mãos em seu corpo foi maravilhosa, mas a razão muito
significativa do que ela fez não foi nada agradável.

Toda vez que ele se movia, ela se encolhia como se estivesse se preparando
para aceitar uma surra.

Onde estava o gato selvagem que agarrou um pedaço de detrito cortante dias
atrás?

"Se eu te deixar com raiva o suficiente, você vai me matar mais rapidamente."

Essas foram suas palavras quando o tradutor Beta foi convocado.

Talvez ele não tenha tomado suas palavras tão a sério como deveria ter feito.
Baseando-se em sua ligação para aliviar sua angústia considerável,
estragando-a com uma foda gratuita, mas nada tinha mudado.

Ela estava mais arisca agora do que quando ele a trouxe para casa.

Simin se perguntou o que ela faria se fosse dada a oportunidade de sair. Será
que ela fugiria, buscaria outro protetor? Será que ela o odiava como parecia que
fazia agora?

Isto ia além do seu medo. Isto era estar espiritualmente saudável.

A pluma desnatada dos seus dedos traçava o contorno de seus ombros, sua
Ômega procurando os espaços onde sabia existir músculos que um toque
experiente poderia tirar a tensão rapidamente. Deus, como ele tentou ser flexível,
suavizar toda a sua musculatura para que ela pudesse parar com esse show
desnecessário de... servidão.

Alguém a treinou para fazer isso de forma tão profunda que ela não permitiu
que ele a banhasse sem antes ter satisfeito algum ritual desconhecido.

Não havia dar e receber, ela nem sequer permitiu-lhe lavá-la além dos seus
peitos, rapidamente.

Simin queria tocá-la desta forma, massageando a tensão de seus músculos


atados, para aliviá-la em um contentamento que ela merecia. Nenhuma escrava
Nierra que ele levou para cama agia dessa maneira obrigatória como sua
companheira fazia. Alguns eram ariscos - muitos escravos eram, mas isso era...

O que eles tinham feito a essa tão maravilhosa Ômega?

Irritado com sua imaginação incontrolável e as coisas horríveis que ele sabia
que seu inimigo era capaz de fazer, ele tomou a esponja de seus dedos, latindo
uma ordem para ela deixar de esfregá-lo e sentar-se.

Foi exatamente a coisa errada a dizer.


Ela secou. Ela, que foi tão determinada a mostrar-lhe esta coisa que podia
fazer, apresentava agora uma pele feminina verde e, observando seu trabalho de
garganta, Simin tinha certeza que ela ficaria doente.

Sua própria boca regou-se com o precursor azedo de vômito apenas vendo
sua companheira tão mal.

— Kor'yr, você fez bem. É um insulto à tradição você me lavar primeiro. Eu


sou o Alfa e você é a Ômega. Eu forneço e você aceita. Em troca, você me dá grande
alegria por acalentar o nosso vínculo e nossa casa.

A banheira de imersão poderia abrigar cinco guerreiros crescidos de mérito,


oferecido espaço suficiente para brincar, para lavar, e para relaxar, mesmo para
foder se eles quisessem também. Mas agora era uma grande bacia de cozinhar a
miséria.

Não havia alegria aqui, porque ela estava cega a isso, com olhos azuis cheios
de tristeza e a pele suando com medo.

E ele estava falhando.

Com um ronronar alto mesmo estando com a água pelos ombros, Simin viu
que sua mulher sentiu a verdadeira profundidade do som reconfortante que ele
ofereceu e se aproximou de onde ela tinha afundado. A água roçava o seu queixo e
cabelos dourados flutuavam sobre seus tentáculos torcidos como o sol, mas ela
olhou para cima.

Ela olhou para cima e parecia totalmente perdida.

Ele esmagou enfurecido a queimadura lancinante atrás de suas costelas que


ele nunca conheceu antes. Colocando esse queixo sob a água, puxou-a para sentá-
la em seu colo. Ele teve o cuidado de lavar, massagear e acalmar cada parte dela
imitando cada gestão suave de sexo. Da adoração ao consolo. Simin fez tudo o que
podia para expressar o quanto ele queria que ela fosse feliz.
E ela fedia a miséria o tempo todo. Pior, ela tentou se deitar sorrindo, dizendo
algo mais em sua linguagem enquanto ele franzia a testa.

Quando a levou de volta para o seu ninho, ele quebrou sua palavra e não teve
seu corpo como disse que faria. Em vez disso, deitou a cabeça sobre um
travesseiro de seda verde, cobriu-a com o deslizamento suave de cetim, e
ronronou ao seu lado até que ela dormiu.

Então ele escapuliu.

Enquanto ela dormia, ele encontrou todos os pedaços quebrados espalhados


em sua fúria e os escondeu fora da vista. Limpou tudo como um escravo humilde.
Ele preparou comida para que quando ela acordasse, tudo estivesse e não haveria
luta sem palavras estranhas sobre quem iria fazê-la.

Ele se sentou antes de sua visão do espaço e ponderou profundamente.

E pela primeira vez desde que a trouxe para a sua casa, ela dormiu a noite
inteira.

Ela dormia, ele sabia, porque ele estava longe.

— Eu vou corrigir isso.

E um voto de um Heidron era inquebrável.

— Eu vou alimentá-la, curá-la, acariciá-la, lavá-la- e dar o melhor que uma


Ômega pode ter.

-x-x-x-x-x-x-

Simin ficou impassível no limiar de um portal hostil ao lado de uma Morgana


de olhos arregalados, tensa e colada ao seu lado. Diante deles, uma mulher velha,
bloqueava o caminho a frente até que Simin fez o seu fundamento, mas não como
um sorriso.
— Ômega Superior, tenho me atado a ela tantas vezes que o cheiro já era para
ter passado. O fedor do medo não diminuiu. Quando sente desejo não me pede
para lhe confortá-la. Minha kor'yr não me reconhece.

O porteiro olhou para a menina em questão e em como ela se agarrava a seu


braço, e Simin sabia que ela encontrou mais do que o cheiro de ansiedade
pairando no ar. Ela viu o mesmo olhar quebrado nos olhos azuis cerúleo que ele
viu. A forasteira de cabelos dourados estava envolta em um olhar de desespero,
uma alma morta, encolhida atrás de um Alfa como se pudesse se esconder da
desconhecida, mas ainda com medo de ambos.

Embora pequena em estatura como os Ômegas eram, a fêmea mais velha era
grande em presença. — A ligação de pares irá esmagar seus receios e moldar seu
afeto à sua vontade. Por que trazer ela aqui quando você está no cio completo e ela
cheira perto de seu tempo?

Ser questionado não era algo que um Príncipe Heidron Omari favorecia. Nem
as conversas de tais assuntos particulares eram abertamente realizadas nos salões
do carro-chefe da sua esquadra. — Ela não fala a nossa língua, era virgem em
cativeiro antes que eu a libertasse. Após a sua recuperação, repetidamente a
Nierra se referiu a ela como feral. Eu não sei o que isso significa. Eu sei que ela foi
espancada sob seus cuidados por se recusar.

— Recusar-se ao que?

— Atenção masculina.

Vestida com roupas soltas no mesmo estilo da infeliz companheira de Simin, a


Ômega Superior advertiu: — Você toma um risco em trazê-la aqui; ainda falta uma
ligação do par, Heidron. Sua regra não se estende além desta porta. Os Ômegas
poderiam não dar ela de volta para você.

— Não fale dela para mim como se ela fosse um cachorro! — A pressão em
sua voz não moveu a mulher de cabelos grisalhos bloqueando o portal, mas por
trás do Alfa, sua companheira assustada fez um barulho horrível.
Aumentando imediatamente a ressonância de vibração já alta apenas para
acalmá-la, Simin rosnou. — Suas necessidades vêm antes da minha. Eu tentei e não
consegui tranquilizá-la. Eu não posso tolerar o cheiro de outro homem no meu
quarto, mesmo para ajudar a traduzir. Uma Ômega tão perto de seu ninho neste
momento seria uma ameaça para ela. E mesmo se eu tivesse o prazer de
compartilhar nossas palavras, eu não acho que ela vai me dizer o verdadeiro
caminho das coisas. Olha para ela; ela está assustada, mesmo por vocês. Eu
procuro ajuda. Devolvam-na para mim sorrindo e ansiosa para conhecer seu
kor'yr, e o dízimo que vou oferecer em troca vai comprar mundos.

— As vossas riquezas não nos dizem nada. — A mulher ofereceu um meio


sorriso sardônico, recuou e varreu seu braço para o lado. — Mas, por todos os
meios, leve-a para dentro.

Os problemas começaram no instante em que passaram pela porta sem


adornos e uma galeria de cores opulenta, de almofadas bordadas, de risos, de
bandejas de alimentos ricos, e nada mais que belas mulheres vieram à tona.

Morgana começou a ficar interessada e humilde.

A Ômega de Simin começou a ordenar freneticamente em sua linguagem,


pleitear em um tom que fizeram com que as mulheres no espaço se levantassem.
Segurando o braço do Alfa, ela cavou em seus saltos em uma tentativa e desculpa
para desacelerar seus passos, e então caiu de joelhos, chorando tão tristemente
que ele não sabia como acalmá-la.

Os braços da fêmea cruzaram em torno das coxas masculinas volumosas, e


soluçando, Morgana recusou-se a deixá-lo ir. Ele teve que erguê-la, forçando-se a
ignorar o seu terror e deixá-la sob os cuidados dos Ômegas que correram para
ajudar.

Morgana começou a gritar.

Ele não podia fazer nada por ela agora, não quando havia uma marca de
azulejos de ouro no chão designando o quão longe um Alfa poderia pisar naquela
sala sagrada. Cruzar a linha significava morte instantânea. Os Ômegas iriam matá-
lo, ele sendo seu Heidron ou não.

Incapaz de suportar ver sua companheira ser arrastada, ele virou as costas,
obedecendo as ordens da Ômega Superior de sair ao mesmo tempo.

Nunca tinha imaginado que veria aquele velho machado de guerra assustado.

Não havia chance nos doze infernos de Simin voltar para seus aposentos. Ele
esperou do lado de fora do setor de Ômega por horas a fio. Na primeira, ele ouviu
sua kor'yr gritando mesmo através do portal de metal grosso. Apanhados no som
de seu medo, ele tentou voltar, correr para ela, mas as fêmeas tinham sabiamente
selado o portão.

E depois o silêncio.

Mesmo com o ouvido colado na porta, ele não ouviu nada.

Um grande guerreiro era para ser paciente, mas durante aquelas horas de
espera, ele não foi nada. Andando, sentado, em posição de sentido; nada ajudou.

Ele nunca tinha esperado que Morgana respondesse como um Ômega comum.
Embora ele deveria ter suspeitado quando ela não se impressionou, e depois
descartou a sua primeira oferta de roupas finas. Roupas que ele havia feito
especialmente nas cores de sua família com brasões. Roupas trabalhadas com as
melhores sedas e incrustadas com pedras preciosas dignas de companheira de um
Heidron.

Ela havia se afastado da tela verde dobrada, sacudindo a cabeça, como se


soubesse que ele estava vestindo-a apenas para levá-la para longe do ninho.

Ignorando-o quando ele chamou o seu nome, ela começou intencionalmente a


limpeza o item mais próximo que podia chegar... com seu cabelo.

Gentil como ele poderia ser, ele a forçou a parar, vestiu-a e levou-a direto
para este lugar onde deixou sua companheira desesperada e soluçando.
E agora ele não podia sequer vê-la. Sem a ligação do par, ele não podia senti-
la. Totalmente em uma perda, ele sentiu um ardor sem precedentes por trás de
seus olhos, e baixou a cabeça.

Então a porta se abriu.

Não era sua companheira à espera de sua atenção, mas uma jovem Ômega de
tradutora pelas marcas em suas vestes.

Abruptamente, ele exigiu: — Diga-me.

A mulher cheirava abalada em seu próprio direito, mas fez o possível para
parecer calma. — Morgana está sob a crença de que você a trouxe para algo que o
Nierra se refere como câmaras de prazer, que você está ficando entediado dela e a
deixou aqui para ser usada à vontade por outros machos dispostos a pagar a sua
taxa. Eu não acho que preciso descrever o que ela antecipou que seria feito a ela
nestes quartos.

O rosto de Simin ficou pálido. — O que?

Havia muito a explicar e a sala não era um local adequado para o que tinha
que ser compartilhado. A Ômega, com o cabelo raspado perto de seu crânio como
um sinal de que ela se recusou a tomar um companheiro, levou-o a uma pequena
sala de espera e fez um gesto para ele se sentar.

Quando ele obedeceu, ela sentou em frente a sua massa, alisou suas vestes e
tentava abertamente não tremer. — As câmaras de prazer eram para ser seu
destino por pelo menos dois anos enquanto ela permanecesse sob os cuidados de
Nierra. Na verdade, era o destino exigido pelo macho que a teria como
companheiro. Por sua lei, ele não poderia emparelhar-se com ela até que sua
posição tivesse aumentado. Depois de reunir apoios poderosos, o peso do seu
crédito superou todos os rivais em potencial. Ela aprendeu isso ao mesmo tempo
em exposição para os machos já inscritos pela sua vez. Eles fizeram exigências
para ver o corpo dela, rosnando incentivos para a sua excitação contra a sua
vontade. Ela estava envergonhada.
A gaiola de vidro era uma área de licitação? Os soldados derrotados na nave
da Nierra, aqueles para quais ela desfilou nua envergonhando-os com a sua total
falta de medo, era uma inscrição para abusar de sua kor'yr? Por que ele não
considerou isso?! Sua roupa estava lá, era a razão pela qual ele soube exatamente
o que esperava naquela jaula.

O cheiro dela flutuou para ele mesmo em meio ao mar de fedor do inimigo.
Pela primeira vez em seus últimos anos, ele tinha perdido a compostura diante de
seus homens. Levou toda a multidão para arrastá-lo das câmaras feias do inimigo.

Ele mutilou homens que tinha conhecido toda a sua vida. Por esta mulher.

Para chegar até ela. Para cuidar dela. Para levá-la para o seu coração e
amarrá-los em uma ligação que seria cantada ao longo dos tempos.

O fogo nos olhos de Simin quando ele rosnou para a fina tradutora confirmou
a ameaça. — Eu vou destruir cada Nierra, ver suas mulheres despojadas e fazer de
escravos todo o seu povo. A partir deste momento, o tratado é poeira.

— Há mais.

Forçando sua raiva por uma calma que não sentia para que pudesse saber
tudo, Simin inspirou, firmou a respiração, e exigiu: — Diga-me.

O hábito nervoso de correr os dedos pelo cabelo castanho curto mostrou-se


pela terceira vez. — As coisas que eles lhe ensinaram, que fizeram seu tempo...

Esta Ômega estava fora de seu santuário, ele iria estalar o seu pescoço se ela
não falasse. — Conte.

— Eu.

A mulher estava tão abalada que não conseguiu ver a ameaça muito real à sua
frente.

—Eu nem sei como descrever o dano que foi feito, Heidron. — Ela fechou os
olhos, abertamente perturbada. — Morgana não tem noção do estral. Ela acredita
que a ligação do par é equivalente ao sexo, e que toda a interação que ela
compartilhou com você, qualquer Alfa poderia infligir sobre ela. Antes de hoje, ela
nunca tinha sequer visto um outro Ômega. Ela... foi dito que iriam matá-la e
estuprá-la.

As mulheres estrangeiras não estavam protegidas pelo código Omari de


honra, e essas coisas aconteciam na guerra. Na batalha, quaisquer pessoas
subjugadas poderiam ser tomadas como escravos. Uma vez debaixo da proteção
de sua propriedade, novas ações protegiam da selvageria. Mas uma regra
fundamental Omari existia: Ômegas nunca poderiam ser escravizados, apenas
emparelharadas, e sim, muitas vezes à força no início do estral. Mas, a partir do
momento em que o vínculo era estabelecido, eles eram considerados cidadãos de
Omari sob a proteção e cuidado de seu companheiro.

A Ômega na sua frente dele continuou. — Ela acha que você mordê-la é uma
forma de punir por ela ter feito algo errado.

Ele não podia mais suportar. Com a voz insuportavelmente triste, endurecido
pela raiva reprimida, o Heidron rosnou. — Eu marquei-a para tranquilizá-la de
que, quando estral chegar, forjarei o vínculo. Isso foi feito para fazê-la se sentir
segura em seus momentos de medo. Isso foi feito para que ela soubesse que pode
confiar em mim.

Compaixão brilhava nos olhos dourados virados para cima da mulher em


frente a ele. — Nós sabemos ... mas isso não muda o nosso veredicto.

A expressão de Simin virou mortal. — Ela é minha.

— Ela não reconhece você.

Levantando-se, vibrando com a necessidade de rasgar os membros da


mensageira Ômega, Simin franziu os lábios. — Eu sou o Heidron desta frota, seu
Príncipe, e eu vou desafiar todos os Ômegas para ter a minha kor'yr de volta para
mim.
Brava e inabalável como a melhor mulher Omari, a Ômega manteve sua
posição. — Um punhado de dias atrás, ela foi levada pela força de sua mãe. Isso foi
depois de anos de fugir do Nierra que invadia sua aldeia. Ela lutou com a dor de
pré-estral por seu ódio de Alfas e pelo amor para a mulher que deu origem a ela.
Ela suspeitava que um dia iriam levá-la, ela não sabia o porquê, mas sabia que era
apenas uma questão de tempo. Em punição para esconder sua filha, o rosto da mãe
foi desfigurado com uma marca e Morgana foi listado como feral.

Alisando suas vestes, em seguida, o cabelo, a Ômega sentou-se, exibindo tanta


tristeza que até o Alfa enfurecido tomou conhecimento. — Tendo falado com ela, é
um termo apto. Ela é completamente selvagem, totalmente ignorante, e de fato
com muito medo.

Rangendo os dentes, já imaginando a melhor forma de sangrar esta mulher,


Simin sussurrou: — Por que você acha que eu a trouxe para você?

— Nós lhe permitiremos cortejá-la por uma hora todos os dias.

— Isso não é ainda tempo suficiente para dar-lhe prazer e vice-versa!

De pé, encontrando os olhos do quinto filho de seu rei, ela disse: — O sexo
não será permitido a menos que Morgana inicie-o.

Ambos sabiam que isso nunca aconteceria. Alisando o cabelo escuro de seu
rosto, peito expandindo em uma respiração completa, Simin olhou-a para baixo. —
Até que ela aprenda a nossa língua, não tenho maneira de me comunicar com ela
fora de atos físicos. O que eu deveria fazer? Sentar-me aqui e olhar para ela?

— Você diz que ela é a sua kor'yr. — A tradutora Ômega tinha feito seu dever,
e escolheu sair, deixando a sala em um farfalhar suave das vestes. — Prove.
Capítulo 18

— Este será o seu cubículo.

A mulher com o cabelo raspado tão curto quanto os homens usavam os deles
em sua aldeia, Etaine, levou-a para a frente. Olhos sombreados de verde igual
grama nova foram enquadrados por uma expressão de vergonha, como se a
mulher pensasse que a enorme sala fosse vergonhosa. — Minhas desculpas, não é
o maior. Ômegas que vivem dentro dessas salas escolhem uma vida austera.

Duas vezes maior que a casa de Morgana, este compartimento estava cheio de
muitas coisas maravilhosas. Paredes que brilhavam como a primeira nave que foi
forçada a viver. Mas essas paredes não eram reflexivas, apenas quentes e
ligeiramente zumbiam sob sua mão. E havia até uma área separada para fins
sanitários semelhantes ao estilo do Alfa, apenas menor e muito mais confortável.

Porque era privado.

Para dormir, ela foi atribuída a uma cama estreita localizada no canto, coberta
com um tecido limpo.

A Ômega ofereceu tudo isso depois de Morgana machucar muitos deles com
as unhas, chutar várias quando algo a segurou para baixo, e até mesmo mordido
um até abrir a pele.

Era bom demais para ser verdade. Brincando com seus cabelos emaranhados
de batalha, Morgana perguntou novamente: — E você vai me deixar ficar? Ele não
pode entrar aqui?

— Você é bem-vinda aqui. — Sempre paciente, Etaine respondeu à pergunta


pela décima vez. — E não, o nosso Heidron não pode entrar. Não há homens que
estejam autorizados a ultrapassar a linha dourada sagrada dos Ômegas.
— É apenas uma marca no chão. O que é para detê-los?

Sua guia não piscou. — Aqueles que ousaram, nós matamos. É contra todas as
leis se intrometer entre os Ômegas reunidos em seu espaço consagrado.

Um bufo, meio divertido e meio descrente, ficou preso em seu nariz. As


mulheres deste lugar eram pequenas como ela. Eles não eram páreo para um Alfa.

Uma sobrancelha elegante arqueou-se sobre o que eram provavelmente os


olhos mais bonitos que Morgana tinha visto, e Etaine desafiadoramente
perguntou: — Você não acredita em mim?

— Eu vi Alfas fazerem coisas terríveis. — Fazia frio apesar do calor suave do


quarto, e Morgana estremeceu. — Quando lutei lá atrás, eu perdi. Fizeram-me
fazer o que quisessem.

— Nosso Heidron? Será que ele a forçou?

Era uma pergunta séria; uma que Morgana não tinha certeza de como
responder. Agora que tinha sido explicado o que Heidron representava, e
desesperada para permanecer com os Ômegas e longe de seu Príncipe, ela vacilou.
— Eu não sei.

E ela não fazia. Ela nunca lutou com ele, mas isso não significava que ele não
tinha tomado liberdades que se tivesse perguntado, ela teria recusado.

Etaine ofereceu o que Morgana suspeitou que era um raro sorriso. — Estou
feliz por você estar conosco. Nem todos os Ômegas desejam a atenção de um Alfa.
Há muitos aqui que entendem como você se sente.

Com essas palavras e um único sorriso tímido, Morgana sentiu um peso sair
de seus ombros. — Como você?

— Eu tenho orgulho de ser Omari. Orgulhosa de ser Ômega. Por prazer, eu


desfruto a atenção de homens dignos, mas eu não desejo um companheiro. Minha
carreira é a minha vocação.
Muitos consideraram que o trabalho tedioso, mas Morgana amava a
tecelagem.

Assim como ela gostava de seu jardim, das galinhas e cabras. — Eu posso
costurar roupas. Emendar roupas para as mulheres daqui.

— Se você quiser.

Mas o que acontece com a luz solar no rosto ou a sensação de uma brisa viva?

— Ele não vai me deixar ir para casa, não é?

— Nunca. Seria impossível. — Etaine ficou séria, os olhos verdes brilhando.


— Seja quem você quiser ser nessas salas. Descanse. Chore, se precisar. Aprenda.
Mas se você cruzar a linha de ouro, ele não vai desistir de você. Heidron Simin
Gralloch tem grande valor e por você altamente, e te escolheu para sua
companheira

Morgana não queria que ele tivesse feito isso.

— Mas eu posso ficar aqui?

— Para sempre, se é assim que você deseja gastar a sua vida.

Era um começo. Sorrindo, Morgana agradeceu à mulher, sem saber se poderia


abraçá-la ou oferecer uma mão.

— Descanse um pouco. Alimentos e suprimentos serão enviados. Eu virei


para você amanhã.

— Amanhã?

— Sim, ao Heidron deve ser permitido uma hora de sua presença a cada dia.
Eu vou traduzir.

Pânico desenrolou em seu estômago em cólicas de terror. Claro que isso era
bom demais para ser verdade. — Mas eu pensei...
— Ele te trouxe para nós, porque sabia que você sofria. Ele vai querer ver que
você está fazendo bem ... e Heidron Simin deseja cortejá-la.

-x-x-x-x-x-x-

A porta para o setor dos Ômega seria destrancada a qualquer momento, e, por
outro lado, sua mulher estaria esperando. A única noite sem ela em seu ninho
tinha definido seus dentes na borda.

Não houve curvas quentes para segurar perto. Sem suaves suspiros para lhe
dar prazer. Não havia nada além de seu cheiro persistente para lembrá-lo de que
ele já tinha tido ela.

Quando os escravos foram convocados para esfregar seus aposentos, ele os


proibiu de perturbar o ninho. A presença de Morgana não deveria ser autorizada a
desaparecer das almofadas. O cheiro dela na cama, com ele respirando-o
profundamente, foi a única coisa que o mantinha são.

Ele já tinha considerado cinco métodos diferentes de derrubar a porta do


setor Ômega, invadir o local e exigir que a devolvessem à ele.

Ele poderia cortar seu ar, recusar-lhes fornecer comida até que eles
passassem fome. Sem cruzar a linha de merda, ele poderia tê-la de volta.

Mas ela o odiaria ainda mais do que já odiava.

O desespero estava trabalhando em sua mente de maneira tão poderosa que


ele pensou que poderia até mesmo ouvir seus murmúrios suaves se fechasse os
olhos com força suficiente e segurasse um travesseiro manchado, respirando até
queimar os seus pulmões. Com o pau duro como uma barra de ferro, ele tomou-se
na mão. Não importava como ele ordenhava seu nó, não houve alívio. Suas bolas
doíam, a mão trabalhou seu eixo empurrando fora a última gota de gozo até que
ele começou a ter um clímax seco.
Era uma agonia.

Agonia que parecia merecer.

A Ômega Etaine foi condenada a compilar um relatório acelerado de tudo o


que Morgana compartilhou. O que Simin encontrou projetado ante a ele,
empurrou-o para uma raiva e uma emoção que não podia nomear.

Esfolada, despojada até o osso e com a alma transformada.

Ele tinha os nomes dos Alfa, as suas posições e sabia a quem pertencia a sua
nave.

Com o tempo ele teria suas vidas. Mas, primeiro, ele precisava ajudar a sua
kor'yr a se recuperar.

Os melhores e mais cobiçados alimentos foram enviados para o setor dos


Ômega para tentá-la a comer. Roupas finas, joias, doces raros, tudo o que uma
mulher poderia desejar.

Ela precisava ver que ele poderia fornecer qualquer coisa que ela desejasse,
saber que como um companheiro como ele, ela não precisaria mais de nada.

Seu pai uma vez apresentou a sua esposa as mãos decepadas de uma tribo
inimiga que tinha prejudicado seu primo. Simin daria à Morgana cabeças cortadas
com paus flácidos dos machos encravados em suas bocas, tudo em cima de uma
bandeja de ouro puro.

Ele lhe compraria escravos inteligentes para diverti-la. Se ela quisesse um


planeta, ele lhe daria três.

Essa maldita porta entre ele e sua companheira, finalmente, começou a abrir.

Morgana já esperava por ele, mas pairava fora do seu alcance na frente da
demarcação proibida do espaço Ômega. Não importava. Pelo menos ele podia vê-
la, cheirá-la ... talvez até mesmo tocá-la se ela desse apenas mais um passo para a
frente.
Sorrindo, com alívio absoluto acalmando a agitação borbulhando que
queimava o fundo da garganta, Simin entrou. Seus olhos se encontraram e ele
ronronou, mas ela não retornou a sua alegria.

Em vez disso, ela deu um passo para trás e lançou um olhar nervoso para a
Ômega com cabelo cortado à espera nas proximidades.

Sua noiva nervosa falou, sua linguagem oculta se fez sólida pelo tradutor. —
Foi-me dito que você não tem permissão para cruzar esta linha.

A pista delineada de ouro amaldiçoado entre eles teve a atenção de Morgana.


Os olhos azuis tão expressivos no auge da paixão, recusava-se a levantar-se e
conhecer o seu companheiro depois de seu único olhar compartilhado fugaz.

Andando para a frente em uma sala azeda com o medo do sexo feminino,
Simin esfregou seu peito, onde seu medo picou mais. Ele queria tanto chegar perto
e pegar a mão dela, mas para cada passo que ele dava para frente, ela deu mais um
passo para trás. — Eu não vou.

Morgana não estava adornada em qualquer um dos mantos finos que ele
enviou, mas sim usando um estilo de vestido que Simin nunca tinha visto. Era
simples, composto de tecido branco, e modesto. — Você quem fez esta peça de
vestuário?

— Sim, Etaine... — Morgana olhou para a tradutora que facilitava a fala entre
eles, sorrindo — ... me ofereceu alguns materiais.

— É muito bonito. — Mas não era o que ele lhe dera. Por que ela não usava o
que ele tinha dado a ela?

Insinuando um rubor, Morgana alisou a saia. — Minha mãe me ensinou a


costurar, tecer e tingir tecido. Não era considerado uma habilidade útil para os
Alfas. Nenhuma das minhas habilidades eram. Mas aqui eu já recolhi uma cesta de
itens que exigem conserto.
Cortando um olhar afiado em direção a natureza forte e penetrante, da
tradutora que permitia a conversa entre eles, Simin fez apenas uma ameaça
velada. Costurar era trabalho de escravos, não de rainhas. Mas Morgana falava de
seu trabalho com orgulho. Além disso, foi bom ouvir sobre ela. Ousando avançar a
seguir a linha divisória, ele persuadiu. — Diga-me de seus talentos.

Morgana parecia constrangida, as bochechas ficando rosa quando seus olhos


voltaram para o chão. — Na minha aldeia, eu era conhecida pela qualidade de
corantes poderia produzir... para tecido.

— E você irá tingir este vestido? As cores do meu agregado familiar são
verdes. — Ele estava muito ansioso, desesperado para ganhar um olhar. — Eu
posso encontrar o que precisar... se quiser. Você ficaria bonita no verde.

Ela não respondeu a sua oferta. Falando em um tom defensivo, mesmo que ele
pudesse pegar sem conhecer sua língua, ela continuou. — Eu cuidei de cabras finas
e fazia queijos. Ajudava a construir casas e mantinha um jardim. Fui educado pelos
agricultores.

— Você tem muitos amigos?

Ela piscou e, finalmente, levantou a cabeça. — Você não vai zombar de mim?
Eu disse agricultores. Eu nem sabia como trabalhar no painel da porta desta nave
até Etaine me mostrou.

— Você é trabalhadora e, a partir da quantidade de habilidades, eu já posso


ver você trabalhando em seu vestido de forma talentosa. Verificar o
funcionamento dessa nave vai chegar rapidamente a uma mente afiada como a sua
em aprender. O universo faria bem em lembrar o trabalho sem fim de quem vive
simplesmente.

Ela não sabia o que fazer com a sua resposta e o olhou como se estivesse
medindo as palavras.
— Diga-me de seus amigos. — Simin deu um sorriso, do tipo que ele usava
para conquistar sua mãe e roubar trata como uma criança. — Conte-me sobre a
sua terra natal. Eu quero saber sobre minha kor'yr.

Um fantasma de um sorriso mudou o rosto de Morgana de comprimido para


considerar. — Meus amigos... bem, eu costumava ter muitos amigos. Quando
fiquei mais velha, isso ficou difícil.

E um poderia facilmente resolver a razão. — Por que você é uma Ômega e os


machos queriam ser mais do que seus amigos?

— Eu acho... — Sacudindo a cabeça e aparentemente perdida em


pensamentos, Morgana confessou: — Temos rimas sobre Ômegas. Não é uma coisa
que qualquer um gostaria de ser.

Ela estava errada. — Nascer Ômega é uma bênção!

A paixão de Simin atrás de sua explosão não impressionou. Ela deu outro
passo para trás, com lábio inferior começando a tremer. — O que você sabe disso?
É terrível, e agora que eu vi o que aconteceu com Esmeralda, eu entendo o porquê.

— Quem?

Etaine explicou, poupando Morgana de repetir o que ela confessou que tinha
sido forçado a assistir. Ela disse a ele sobre as aulas, dos corpos, como tinha sido
sua primeira vez vendo um homem nu. Sobre o sangue e fluidos e pesadelos.

Cada última célula de seu corpo pediu-lhe para avançar e ir para sua
companheira. Em vez disso, Simin recuou um passo. Respirando pesadamente,
cheirando a raiva, ele pôs a mão aos olhos. — Isso não foi culpa de Esmeralda.
Como ela poderia saber os riscos do estral se ela não sabia o que era? Se alguém
for culpado, foi culpa dos Betas pela sua falta de autocontrole. Mas em última
análise, a culpa é dos Alfas que criaram uma situação em que uma coisa dessas
pudesse acontecer em primeiro lugar.

Morgana ficou imóvel, encontrou seus olhos, e não tinha palavras.


Simin tinha palavras. Muitas, muitas palavras na verdade. — Os Alfas lhe
mostraram coisas empregando guerra psicológica. É uma tática comum usada
para torcer pensamento das populações inimigas no projeto do agressor. Isso
simplifica a invasão.

Murmurando, a garota de cabelos dourados disse. — Eles me disseram que


Alfas amavam os Ômegas, que existiam para protegê-los. Que tudo isso era para o
meu bem.

O olhar em seu rosto o eviscerou. Simin necessitava segurá-la, mas poderia


oferecer apenas um ronronar. — Eles mentiram para você.

— Eu sei. Caso contrário, não teria ameaçado chicotear minha mãe se eu


continuasse a desobedecer. — Morgana assentiu, e parecia totalmente triste. —
Eles nunca nos amaram em tudo.

Ansioso, Simin estendeu a mão, na esperança dele levá-la, e proclamou: — Eu


te amo, kor'yr.

Seu movimento mandou deslizando para trás. — Você não me conhece!

Não tinha sido perto de uma hora, mas Morgana virou-se e correu para longe
do príncipe, que estava contemplando a morte arriscando apenas para abraçá-la.
Capítulo 19
Impotente para detê-la, Simin não pode fazer nada além de assistir Morgana
correr para fora de sua vista. Dizer que sua primeira reunião neste lugar não tinha
ido como esperava era um eufemismo risível. Ele a assustou, embora tenha se
exposto ao ridículo, ao anunciar a declaração pública de sua adoração.

Muitos companheiros Omari Ômega premiados viviam uma vida inteira sem
ouvir qualquer "eu te amo" de seu Alfas. Afeição era demonstrada com a ação, com
a qualidade das ofertas e atenção.

Dedicação era demonstrada com gozos vigorosos. Mas nunca com palavras.

Se o rumor de que ele sem rodeios declarou seu coração e que Morgana
negou a sua oferta, se espalhasse, muitos de seus homens ririam e alguns
poderiam até desafiá-lo pela sua fraqueza.

Simin não se importava. Ele só se importava de que a tinha assustado.

Ele só se importava que ela estava desconfiando de homens, que o inimigo


havia banalizado o poder da palavra monumental. E que onde quer que ela tenha
se escondido, certamente foi para chorar.

Por sua causa.

Cheio de frustração, com os efeitos inegáveis da derrota e um pau latejante


que não iria sossegar, Simin não ligou em descarregar toda a irritabilidade e
desapontamento na tradutora Ômega.

Inclusive se esta Ômega de cabeça raspada fosse mais sábia, ela teria recuado
para além da linha divisória. Em vez disso enfrentou-o. Presa fácil.

Olhando para o seu príncipe e ainda sem recuar, Etaine ofereceu um arco
apropriado. — Meu Heidron.
Reprimindo o rugido já tentado a sair de seu peito, ele agarrou seu braço e
puxou-a para longe da linha. — Onde estão os presentes que mandei? Por que foi
você quem lhe forneceu sua roupa?

— A Ômega Superior ordenou que a roupa enviada ficasse empilhada


ordenadamente afastada. Ela será oferecida em seu devido tempo, mas agora? Ela
precisa de familiaridade. Morgana ansiava por um propósito e mostrar aos outros
o seu valor.

O braço estava atado tão alto que seu ombro roçava a orelha, formando
hematomas no aperto esmagador do seu príncipe, mas Etaine manteve o rosto
composto.

Porém foi o cheiro flutuando de seu colar que não condizia com seu
comportamento recolhido. A Ômega estava nervosa, e com boas razões. Ela estava
diante de um Alfa furioso. Um Heidron, nem menos com capacidade e raiva
suficientes para acabar com ela em todos os sentidos, e ela era a única responsável
por entregar a notícia de que o desagradaria.

— O Nierra tomou muito dela. Você não vai substituir o orgulho abusado com
tecidos finos e riqueza que ela não compreende. — A respiração engatou como se
a dor tivesse atingido um limite que ela não podia mais ignorar; então sussurrou.
— Houve mais progresso aqui do que você reconhece.

Abaixando o rosto para Etaine poder ver sua boca rosnando e sentir sua
respiração em seu rosto, Simin resmungou. — Duvido muito.

Sob seu aperto, o braço da mulher contraiu e ela franziu a testa enquanto
tentava manter a compostura. — Seu cabelo estava descoberto, Heidron. Na aldeia
de Morgana, as mulheres só deixam o cabelo descoberto na presença de familiares,
amigos íntimos e para impressionar companheiros.

O cabelo dourado estava derramado em torno dos ombros de sua kor'yr.


Havia até algumas pequenas tranças trabalhadas em todas essas ondas. E ela tinha
percebido quando ele elogiou o vestido.
Esse pequeno pedaço de conhecimento encharcou a ira de Simin. Ele soltou a
fêmea.

Para crédito de Etaine, ela não esfregou seu braço ou pulou de volta. Como o
soldado que suas vestes declarava que era, Etaine se manteve firme e ofereceu
mais. — Ela não pode comer carne crua.

A melhor carne sempre foi servida cru. Cozinhá-la destruiria o delicado


equilíbrio de sabores. — Explique.

— O gado contém parasitas e as pessoas de Morgana nunca foram dadas a


tecnologia para esterilizar alimentos ou água além de cozimento ou fervura. É por
isso que suas ofertas foram substituídas por pratos simples comuns ao seu povo.
Queijo simples, aveia cozida. A expressão de alívio no rosto ao ser servida com
algo diferente de pratos ricos falou tudo sobre o julgamento da Ômega Superior.

Alimentos de escravos.

Eles estavam alimentando uma princesa, uma mulher que superaria todas
elas por um grau enorme com uma ridícula comida de escravos. E eles tinham
razão. Ele poderia não gostar, mas Simin entendeu a sabedoria aqui. — E você diz
que isso agradou-a?

— Como foi quando ela fez o vestido. Ela trabalhou nele durante toda a noite
para que pudesse usá-lo hoje. — Etaine estava obviamente impressionado sob
essa expressão estoica. — Eu desejaria que metade da minha equipe fosse tão
focada como sua kor'yr.

Somente pelo fato de Etaine ter chamado Morgana de sua kor'yr, lhe rendeu
um perdão aos seus olhos. Orgulho vibrou depois de ouvir esta frase e Simin
cruzou os braços sobre o peito. — E que outra sabedoria que sua Ômega Superior
dignou à minha mulher? — Diante do silêncio cada vez maior, ele brincou: — Você
está colocando-a para varrer o chão?
— Ela se sente desconfortável com o conceito de escravos e já declarou que
limparia seu cubículo. Mas não se preocupe, A Ômega Superior não vai permitir
que ela faça esse tipo de coisa além de sua sala privada. E será ensinada nas
maneiras de Omari.

Simin tinha pesquisado esta mulher, seu arquivo militar, sua família, e que ela
preferiu tomar amantes ao invés de escolher um companheiro. — Operações
Psicológicas Nierra, líder da equipe de tradução. Você trabalha sob comando do
Alfa Sênior Bishop Amsqin. Você gosta dessa atribuição?

Etaine hesitou, as características pinçadas como se antecipasse uma ameaça à


sua posição. — Sim. PSYOP é muito gratificante. As influências da equipe em cima
dos inimigos sob as escolhas de Amsqin, a forma como plantamos ideias nas
cabeças dos adversários e alteramos percepções, convence os resultados. Acredito
que o nosso trabalho foi a pedra angular da nossa mais recente derrubada Nierra.
Eles se renderam com praticamente nenhum envolvimento militar. E se você está
perguntando se eu sou a única Ômega a bordo que fala a língua de Morgana, a
resposta é sim. Todos os outros tradutores são machos beta.

— Você parece perfeita como uma especialista à disposição para ajudar a


minha companheira a se recuperar; para conduzi-la durante a transição para esta
nova posição.

Uma lembrança veio a sua mente, uma que a Ômega à sua frente estava
tentada a apontar que Morgana não era sua companheira ainda. Não até o estral.
Não até que as marcas de reivindicação fossem feitas, e certamente não se ela
nunca deixasse estes quartos. Ou talvez fosse isso que Etaine pensava e que estava
sutilmente insinuando. Um soldado PSYOP conhecia os fundamentos de encorajar
o inimigo a fazer o que ele desejava, para ganhá-los, para mentalmente
reposicionando-os, por assim dizer. Ele sinceramente esperava que ela
empregasse essas habilidades para manipular a menina.

— Senhor.
— Eu espero que você me diga exatamente o que minha kor'yr requer. E você
irá fornecê-la, não a velha. E espero que você corrija os meus erros em nossa
comunicação.

— Você quer o meu conselho sobre como cortejar sua mulher? — Tal coisa
era inédito; embaraçosa para ambas as partes.

Não havia maior humilhação do que uma vida sem sua companheira. — Sim.

— Eu vou... — Ela mordeu o lábio enquanto considerava e deu alguns passos


em direção a segurança da linha de ouro. — Enviar sugestões depois que eu
atualizar o relatório de hoje.

Não seria um resultado aceitável para este arranjo. Embora paciente e


ansioso para vê-la feliz, Simin estava travando uma guerra. Guerra contra uma
história feia e dolorosa. Guerra contra as mulheres que não confiavam nele o
suficiente para liberar a sua companheira para ele. Guerra contra suas próprias
expectativas.

— Ela vai encontrar o seu caminho de volta para seu companheiro e se por
acaso se perder, você vai gentilmente cutucar as suas costas para o caminho certo.

Etaine não parecia tão certa. Fora de seu alcance, uma vez de volta no espaço
santificado onde Simin podia não tocá-la, a tradutora Ômega disse o que Simin
mais temia. — Ela é muito jovem, senhor. Mesmo com a sugestão constante,
Morgana pode não estar pronta para acasalar.

— Então eu vou esperar, e me encontrar com ela neste salão maldito por uma
hora abençoada de cada dia até que ela esteja pronta.
Capítulo 20
Simin Gralloch, Heidron da frota, preparou seu cabelo e deixou-o solto em vez
de preso na nuca. Ele vestia as peles de um guerreiro transmitindo suas proezas,
exibindo cicatrizes de batalha e advertindo a todos que viam a faixa de carne
oleada, a sua habilidade testada e comprovada. Desarmado, mostrava aos seus
potenciais combatentes que era destemido, e ele veio trazendo presentes.

Foi assim que o vira pela primeira vez. Era assim que ela deveria conhecê-lo,
assim como ele aprenderia a conhecê-la em seus termos Nierran ímpares.

Os cabelos descobertos era um sinal de flerte. Bem, o seu estava fluindo pelas
costas, penteado para brilhar por sua própria mão. Nem um único escravo tinha
sido convidado a prepará-lo. Ele se banhou, preparou-se e ordenhou seu pau três
vezes antes de sua reunião para a besta condenada poder ficar deitada e quieta. As
sugestões de Etaine tinha sido ... terrível. A fêmea não era feminina em tudo.

Que tipo de mulher sugeriria oferecer flores? Elas só morreriam em um dia


ou dois. Os rubis não falhavam, muitas coisas poderiam ser feitas com as pedras
preciosas.

Em um esforço para ganhar pelo menos um pouco de progresso, agora existia


um monte de pétalas murchas na bandeja, salpicadas com rubis para chamar a
atenção. E no meio dessa oferta estava o que ele preparou durante a manhã toda:
um pote de mingau e o bolo de nozes queimado, que Simin mesmo tinha feito.

Afinal, era o dever de um Alfa alimentar sua companheira, preparar refeições


e até mesmo caçar carne fresca quando estivesse perto de um planeta que se
gabava e oferecia um jogo digno. Mas assar, temperar e cozinhar... este era o
trabalho de escravos.

Ela gostava de trabalho escravo. Ele tentaria agradá-la.


Deixando os dedos queimados de lado, ele estava determinado a
impressionar a mulher fora de alcance, usando o mesmo vestido branco.

Embora hoje parecesse que o vestido estava um pouco rico em detalhes do


que no dia anterior. Um colar havia sido costurado, as mangas embelezadas em
dobras. A silhueta da saia que antes parecia uma cortina disforme que cobria suas
pernas bem formadas passou a algo cortado em uma cintura curva.

Morgana parecia menos com uma mulher dentro de um saco disforme e mais
como uma costureira exibindo seu trabalho.

Simin tomou conhecimento, correndo os olhos de seus dedos escondidos para


seu cabelo glorioso, tomando seu tempo estudando o que ela apresentava,
mantendo a luz em sua expressão e um sorriso satisfeito. Em seguida, ele forçou
sua língua ao redor de suas palavras estranhas, realizando a única frase que tinha
aprendido. — Boa tarde.

Parecia terrível, pequenos tropeços de sua língua, mas os olhos azuis ficaram
vivos e com um sorriso tímido nos lábios, Morgana repetiu a brincadeira.

Ouvindo-a formar as palavras, Simin percebeu que ele tinha dito isso errado,
mas não importava. A Ômega ficou impressionada com seu esforço.

— Essas são as únicas palavras que aprendi até agora, mas virei cada dia com
algo novo para surpreendê-la. — Muito mais confortável conversando em sua
língua nativa, ele colocou a bandeja de alimentos na linha de ouro para ela tomar
quando estivesse pronta. — Eu fiz alguma coisa para comer, embora não seja tão
hábil com a preparação de receitas como você parece ser com uma agulha e linha.

Ela olhou para a bandeja repleta de flores e pedras vermelho-sangue


espumantes.

Confusa, ela se recusou a avançar. — Etaine me explicou que Omari machos


servem refeições às suas esposas. Na nave de Esin, eles tentaram me alimentar
muitas vezes. Quando foi a vez de Esin ele trouxe... Eu nem me lembro do que ele
chamou aquilo.

Recuando um passo para trás antes que ela pudesse sentir o cheiro de
almíscar da raiva do Alfa no ar, Simin respirou controlando-se. E conseguiu falar
sem ranger os dentes. — Será que você aproveitou a comida?

Perdida em seus pensamentos, Morgana não percebeu sua mudança de


humor ou suas tentativas flagrantes para esconder isso dela. Em vez disso, olhou
para a bandeja coberta de pétalas de flores amareladas e refeições simples. — Eu
nunca tentei. Eu não consegui comer depois da surra e se fiz, não me lembro. Nada
tinha um gosto bom porque tudo o que me serviram foi roubado da minha aldeia.
As mulheres aqui me chamam Nierra, mas o meu povo não era nada como aqueles
homens.

Ele poderia trabalhar com esta linha de informação, levá-la a coisas


agradáveis.

Agachando-se para que ele pudesse sentar-se no chão e cruzar as pernas,


Simin permitiu-se ficar casual, sorrindo quando perguntou: — Eu não posso fazer
nenhuma promessa que o seu almoço estará com um gosto bom. Com certeza que
queimei o bolo, mas depois de comer um pouco, tenha pena do homem pobre e me
diga o que fiz de errado. Tem gosto de nozes queimadas para mim. Acredite ou
não, este foi o melhor dos três. O resto foi expulso em linha reta no espaço.

Ela tinha ido de choque com os olhos arregalados para ver a expansão do sexo
masculino no chão, tentando reprimir um riso em sua tolice. — Tenho certeza que
o interior está muito bom.

— Então você está dizendo que o bolo não deve ficar carbonizado no
exterior? — Esfregando o queixo, ele lhe deu um olhar de dor irônico. — Não
poupe meus sentimentos, posso levar a verdade.

E nesse momento ela deixou um pouco de risada livre e esboçou um sorriso.


— Eu não conheço um homem ainda que seja capaz disso.
Com a mão em seu coração e uma careta insultada em seu rosto, ele declarou:
— Você me feriu.

Ele ganhou uma risada honesta antes das mãos em punhos de Morgana
agarrarem suas saias e ela começasse a mastigar nervosamente o lábio.

Quando percebeu que a Ômega estava indecisa, Simin pediu. — Pegue a


bandeja. Eu não vou me mover deste ponto. Vou até fugir de volta se isso fizer
você se sentir melhor, embora provavelmente tenhamos que gritar para ouvir um
ao outro, se eu for muito mais longe que isso.

Avançando lentamente para a frente, Morgana tentou agarrar a bandeja,


puxando-a para longe o suficiente em seu lado da sala e mesmo com seu grande
alcance, Simin nunca teria sido capaz de tocá-la. Espelhando sua postura, ela
estabeleceu um assento no chão, com as pernas dobradas ordenadamente sob sua
saia.

Observando como ela empunhava a colher fornecida pela taça, a Ômega


serrou o topo do bolo com o punho. Um rápido e ótimo trabalho foi feito dos lados
que até não parecia que o interior estava queimado, quando se cortava assim em
retângulo... realmente parecia bom. Quase comestível.

— Então esse é o truque.

— Segredos de padeira. Eu sou muito boa em assar e cozinhar. — Enquanto


arrumava a placa e lançava as bordas queimadas do topo em uma tigela de cor
rubi, Morgana explicou. — Minha mãe era uma grande cozinheira.

—Era?

A cabeça dourada balançou, e Morgana se corrigiu. — É.

— Você deve sentir muita falta dela.

Levantando as sobrancelhas, a Ômega passou de lúdica para uma desconfiada


afiada. — Isso é algum truque?
— Diga-me como ela é.

A amargura branqueou sua expressão como uma lousa em branco. — Ela é


maravilhosa.

Recostando-se em um cotovelo, afetando sua voz para mantê-la leve, Simin


cutucou. — E?

— E eu não quero falar sobre ela com você. — A pressão era rude e a voz foi
tão alta que do outro lado da sala, onde vários Ômegas descansavam, alguns
viraram a cabeça.

Ignorando o seu temperamento, ignorando as mulheres espionando, Simin


rolou um ombro e brincou: — Eu sou o favorito da minha mãe. Todos os meus
irmãos discordariam, minhas três irmãs também, mas eu estou convencido. Você
pode não perceber isso, mas sou extremamente charmoso.

Morgana bufou, Simin sorriu.

— Meu pai encontrou-a ... oh, qual era o nome do planeta? — Para a vida de
que ele não conseguia se lembrar. — Em algum lugar muito frio. Ela liderava o
exército inimigo. Um olhar para ela e ele soube; tomou-a ali mesmo no campo de
batalha no meio de alguns guerreiros muito confusos que não sabiam se
animavam o show ou continuavam tentando matar um ao outro. No fundo, eu
sempre suspeitei que essa sempre foi a sua estratégia. Seduzir e destruir. Agora
ela é a Imperatriz de todos Omari e uma mãe coruja de doze, sim, você me ouviu
direito, doze crianças. Embora eu deva lembrá-lo mais uma vez, que eu sou o
favorito. Meu pai é um filho da puta durão, mas ele a adora de uma forma muito
embaraçosa.

Sua Ômega parecia chocada, os cílios já cheios de lágrimas não caídas. — Ele a
estuprou diante de seu povo?

Limpando a garganta, Simin analisou suas unhas. — Segundo a forma como


Mama conta a história, ela correu diretamente para ele com facas na mão para
rasgar seus couros. E em três segundos já o tinha nu. Então o montou ali mesmo
no campo de batalha para todos verem.

Primeiro a menina ficou horrorizada, depois confusa, e então parecia


abismada quando percebeu o que "montar" significava. — Você está me
provocando.

— Não. — Aquele sorriso encantador estava de volta. — Cada palavra é


verdade, embora pelo olhar no rosto de nossa tradutora escandalizada, ela nunca
ouviu como seu romance começou. Agora, doze filhos mais tarde, eu acho que é
seguro dizer que eles estão ambos muito satisfeitos com o resultado dessa batalha.

Descendo para comer mais um pedaço do seu bolo, Morgana deu uma
mordida. Suspirando, murmurou. — Eu sempre quis irmãos e irmãs.

Ansioso para ouvir mais, Simin voltou os olhos de suas unhas para colocá-los
sobre a Ômega mais perfeita que já existiu. — Você é filha única?

— Claro. Sou nascida de um Alfa. Minha mãe era evitada porque engravidou
de mim.

— O que? — Isso não fazia sentido para ele no mínimo. — Eu não entendo.

— Alfas são o inimigo. Eles vêm para tirar o que quiserem. Um deles levou-a e
o ato foi considerado imperdoável pelos meus vizinhos. — Jogando o cabelo por
cima do ombro para abrir o pote de mingau e cavar, Morgana acrescentou. — A
nave de Esin descobriu quem era meu pai enquanto eu estava na sua prisão. Eles o
executaram.

— Você fala de algo horrível de forma muito leve, mas eu posso sentir a
profunda tristeza entre suas palavras. Lamento o que aconteceu com ela, e sinto
muito que aconteceu com você. — Ele quis dizer cada palavra, sabendo que um dia
ela aprenderia mais sobre a cultura Omari e odiá-lo pelas maneiras com eles
conquistavam suas mulheres conquistaram. Mas hoje não era esse dia.
Hoje, Morgana olhou para cima com a boca cheia de comida que ele tinha feito
para ela, e encontrou seus olhos.

Este foi o momento que ele estava esperando. Longe da linha divisória, Simin
deu suas despedidas e ficou de pé, propositadamente cortando o seu tempo já
curto. — Eu tenho que sair agora, doce Morgana. Me desculpe. Aprecie por favor
meus presentes.

Com a boca cheia, ela não podia responder.


Capítulo 21
Morgana queria fingir que essas reuniões obrigatórias eram tediosas, mas ao
longo das últimas semanas estas tinham se tornado a melhor parte do seu dia.
Embora ainda fosse difícil de olhar para o Alfa quando entrava, ele movia-se
lentamente, como se não quisesse assustá-la.

Ou ele se movia no ritmo de um caracol para mostrar tudo o que a pele


brilhante tinha como melhor proveito? Ela estava começando a suspeitar que era o
último. O gigante descansava ao seu lado, com pernas e joelhos dobrados,
exatamente como havia descansado ao lado dela na cama antes, depois e entre as
séries de sexo; lambendo os lábios depois de prová-la em locais que mulheres
adequadas não falavam.

Por que ele chegava praticamente nu?

A tanga de couro em volta do quadril não era roupa. Apenas aquilo o cobria e
ele tinha mais sobre o corpo na primeira vez que o vira na nave terrível de Esin.
No entanto, dia após dia, Simin marchava com o peito reluzente e o cabelo em uma
cascata negra elegante derramando por suas costas. Mais de uma vez ele pegou
seu olhar fixamente, mas como não olharia?

Diligente, ela tomava sua bandeja, mantinha os olhos sobre a comida, e


relaxava ao longo do tempo conversando de forma brincalhona. Ele era uma
brincadeira completa, propositadamente incitando-a para risos em cada
possibilidade.

Nada como Esin com seus olhares inquietantes ou a demanda de Uriel para a
obediência.

Simin não exigia nada, embora ele tivesse pedido muito.

Primeiro, ele pediu para que ela tomasse a bandeja direto de suas mãos para
que ele não deixasse cair a coisa toda sobre a pele feia do seu braço. Eles se
conheceram um punhado de dias a partir daquele ponto, e ele não tentou nada de
inconveniente além de algumas piadas obscenas que foram engraçadas o
suficiente para ganhar um ronco abafado. Mas, para chegar perto o suficiente da
linha com ele de pé ali... Ele levou uns bons minutos para persuadi-la a chegar as
suas mãos apenas para tirar a bandeja. Quando Morgana fez isso, ela puxou-o para
trás, quase tropeçando em seus pés até a linha fora de seu alcance, derramando
uma lata de água em todas as flores e pedras brilhantes polvilhadas em torno dos
pratos.

Dizer que ela se sentiu incrivelmente tola era um eufemismo. E Simin? Ele
olhou-a alarmado. — Eu não ia te agarrar.

Ela sentou-se em um canto, deixou a bandeja no chão e colocou a cabeça entre


as mãos.

Mas não foram lágrimas que vieram; e sim uma sensação de fracasso.

Tomando-se vários passos apressados de volta, o Alfa perguntou. — Você está


bem? Eu deveria sair?

Mesmo Etaine, que sempre se destacava como sua tradutora, quebrou o


protocolo e deu um passo para a frente. — Dê-se um momento, Morgana. Respire
fundo.

Incapaz de levantar a cabeça de suas mãos, esfregando seu couro cabeludo


como pudesse parar esse pânico fugitivo e fazê-la normal novamente, Morgana
sussurrou. — Eu arruinei sua comida.

A mulher brincou. — Provavelmente se livrou de experimentar uma coisa


horrível, para começar.

Uma leve risada e o aperto no peito começou a diminuir. — Ele deve pensar
que eu sou uma completa lunática.

— E importa o que ele pensa?


Sim. Ele conversava com ela. Ele foi educado, trazia sua comida todos os dias
que ele mesmo preparava e ela agarrou-se a uma bandeja como uma pessoa louca
e ingrata. Importava porque ele não estava tentando enganá-la. Ele estava
tentando compartilhar.

Simin não era Esin. Nem era Uriel. Ele era o homem que os outros tinham
dado à ela.

Sentindo a cabeça pesando mais do que uma pedra, Morgana ergueu o queixo
para que pudesse pelo menos olhar para a pessoa que ofendeu. — Me desculpe, eu
estraguei seu esforço.

Etaine traduziu e o homem sacudiu a cabeça. — Eu não deveria ter


pressionado você a tomar a bandeja. Segurando a pele pendurada no seu braço, a
mesma pele que ele usou para cobri-la com quando a levou em sua posse, Simin
disse. — Achei que você talvez fosse querer algo mais confortável para se sentar
do que o chão.

Desenrolando as pernas, obrigando-se a ficar de pé, Morgana aproximou-se


da linha de ouro e estendeu as mãos trêmulas. Incapaz de falar, ela engoliu em
seco, sentindo o sangue em seu rosto, e esperou.

Quando o Alfa se aproximou para dar-lhe o presente, ele fez tão lentamente,
colocando a pele através de seus braços e recuando sem um simples toque em sua
pele.

Era mais suave do que ela se lembrava, flexível e lisa. Mas, assim como feia.

Medonha mesmo.

Ela não tinha sido capaz de comer naquele dia, nem de conversar muito, mas
eles se sentaram de frente um do outro em fácil silêncio. Todas as noites desde
então, ela dormia enrolada naquela pele animal, e todas as tardes, ela a levava a
seus encontros para se sentar.
E cada maldito dia desde então, ela dava um passo à frente e tomava a
bandeja dele. Embora tenha tomado pelo menos uma semana antes de ser capaz
de encontrar seus olhos ao fazê-lo.

O sorriso que ele tinha dado a ela... colocou borboletas em sua barriga.
Morgana ficou ali olhando, esquecendo até mesmo de recuar com a bandeja na
mão.

Um grande caminho percorrido.

Ele era extremamente alto. Muito maior do que ela. E mesmo assim ficava
sorrindo como se fosse o homem mais feliz do mundo só para ficar lá e entregar-
lhe uma bandeja.

Ela não tinha percebido o quão alto ele ronronou até que as saturadas
palavras doces saíram. — Você parece amável hoje.

Com um forte sotaque, mas reconhecível, ele a elogiou em seu idioma.


Morgana corou em um vermelho brilhante para o homem que a cortejava com
flores em seu chalé, trazendo um presente de carne doce defumada. — Obrigada.

Então veio a provocação. — Você não vai me dizer que eu estou bonito
também de olhar?

Rindo, Morgana deu um passo atrás, com a bandeja segura em suas mãos, e
arriscou. — Se você está tentando ser bonito, eu com prazer vou costurar um
vestido. Eu não sei como você se mantém quente dessa forma.

— Eu ficaria feliz em ter você me mantendo aquecido, da maneira que quiser.

Quando olhou para cima, Morgana encontrou muito calor em seus olhos.
Anseio, fome, desejo, adoração. Ele a olhou assim como tinha no primeiro
momento, só que agora apenas vê-lo dessa forma não fez seu coração bater de
medo. Nem a sua impossivelmente voz profunda. O que tinha soado no início como
duas montanhas raspando juntas, agora lembrava-lhe mais de um mar
retumbante. Calmo, constante, mesmo quente quando ele mudava de assunto e
falava com ela sobre...

Sobre o que ele estava falando?

Várias vezes ela perdeu a pista, observando os movimentos sutis de seu


corpo, ou a forma como a luz mostrava mais o seu peito. Perdida em pensamentos,
Morgana murmurou. — A Ômega Superior me disse que eu não precisava me
encontrar com você mais se eu não quisesse. Que eu nunca teria que cruzar a linha
de azulejos no chão ou deixar estes quartos... mas eu vim a cada reunião.

Com os braços cruzados sobre o peito e a cabeça inclinada para o lado,


prestando atenção a cada última nuance na conversa, Simin declarou: — E você
não sabe o porquê.

— Sinto-me melhor com você do que eu faço sozinha no meu quarto. — Cada
palavra era verdade. Morgana lutava com pensamentos do porquê durante
semanas. Ela lutou com o fato muito óbvio que estava começando lentamente a
gostar dele. —Talvez seja o ronronar.

Mais um daqueles sorrisos gloriosos. — Eu vou parar ronronar e depois você


me diz se ainda gosta de estar perto de mim amanhã.

Depois de intermináveis horas de introspecção e uma vez que tinha tempo em


abundância por aqui, ela tentou sem sucesso resolver o enigma. — Eu pensei que
fosse a colônia... algo que você colocava na sua pele. Você não cheira como outros
machos.

Aparentemente despreocupado, Simin deu de ombros. Como um grande


predador preguiçoso sorrindo, ele disse. — Eu não vou cheirar como outros
homens para você.

— Esse é meu argumento. Você não cheira como um homem. — Percebendo


que sua frase foi ligeiramente ofensiva, Morgana se consertou. — Veja, os restos
de peles que Uriel me fez usar no berço de dormir fedia a homens. Você cheira
a...— Ela parou e mordeu o lábio.

Com uma das sobrancelhas levantadas, os lábios levemente torcidos e um


olhar não exatamente apaziguado, ele perguntou. — Como o quê?

Incapaz de resistir a uma brincadeira tímida, os olhos de Morgana brilharam.


— Comida. Você cheira como bolo de especiarias. — Ele fez uma careta, fazendo-a
rir ainda mais. — É uma comparação lisonjeira, eu prometo. Pelo menos, se você
gostar de bolo de especiarias.

Uma voz como veludo, o Alfa respondeu. —Eu sempre pensei que você
cheirasse como a luz do sol.

O calor encheu suas bochechas e ela deu um tímido para olhar para ele.

— Eu tenho uma pergunta para você, Morgana.

— Sim?

— Conte-me sobre o seu vestido. Todo dia eu vejo algo novo que você
adicionou a ele.

Mesmo que ela não pudesse encontrar o seu olhar naquele momento,
conseguia sentir o peso dele. E sabia por que hoje de todos os dias, ele perguntou.
Ao longo das semanas de seu namoro, ela trabalhou nos detalhes na saia, usando
fios coloridos para embelezar o corpete e as mangas. Mas hoje havia algo de
especial na faixa em torno de seu meio.

Simin tinha notado de imediato, seus olhos brilhando quando viu pela
primeira vez.

Mas esperou o tempo antes de apontar. — Você está vestindo verde.

— Eu fiz o corante das sementes que você entregou. Não foi o suficiente para
que eu pudesse fazer outro para dar a qualquer Ômega de presente. Mas este... —
Ela começou a desatar o cinto feito no tom exato da casa do Heidron. — Eu pensei
que você pudesse gostar.

Assim como ele tinha oferecido a pele, Morgana estendeu a tira de pano.

O Alfa olhou para o cinto com um suspiro, ainda relaxado. — Eu não posso
alcançá-lo, kor'yr.

Cautelosa, ela deu um passo à frente, pousando o pé mais perto da linha de


ouro num nível que jamais ousou e estendeu o braço totalmente, mas ele ainda
não levantou a mão.

Simin esperou ela chegar à ele. — Se eu cruzar, não estou mais segura.

— Você sempre estará segura comigo. — Paciente, determinado, ele tentou


lançar uma nova luz sobre o que tinham compartilhado. — Eu só a machucaria
para o seu prazer. Eu só morderia assim se você soubesse que eu sou seu.

As palavras enviaram uma fria e arrepiada linha crescente por sua espinha e
os olhos de Morgana foram direto para o peito à mostra do macho. Quanto mais
perto ela rastejava, mais óbvio o seu efeito sobre ela se tornava. Não era apenas a
maneira como ela respirava profundamente pelo nariz, mas seus olhos. O azul foi
desaparecendo, sendo comido por algo negro. — Eu não estou preparada.

Houve um zumbido entre as suas coxas, e ele temia perder o controle quando
pôs a mão sobre ela em semanas. Como se soubesse, o homem respirou fundo,
lutou um gemido. — Seu estral chegará em breve...

Ao perceber que havia superado outra etapa, que um pé inteiro estava em


cima da linha, Morgana piscou. Com o coração batendo rápido e mesmo sob o som
de sangue em seus ouvidos quase mais alto do que o seu ronronar, ela disse: —
Isso foi o que eles me disseram.

O Alfa baixou a voz sugestivamente e tentou persuadi-la para chegar mais


perto. — O que mais te disseram?
— Que meu primeiro estral pode ser difícil. — Sem piscar, ela encontrou seu
olhar, completamente extasiado. — Mas eu não tenho medo da dor. Eu senti isso
muitas vezes. — Outro passo, a linha dourada atrás dela agora. — Estou com medo
de você.

— Eu não acho que você tenha medo de mim. — Uma onda suave para os
lábios, um ronronar mais profundo foi oferecido. Quando ela chegou ainda mais
perto, ele brincou. — Se você segurar minha mão agora, vai ver que eu posso ser
um cordeiro.

O grande macho estava perto o suficiente para tocá-la e moveu-se


lentamente, como se fosse tirar a faixa verde, mas em vez disso, passou o dorso de
seus dedos por seu braço. A Ômega soltou um suspiro, fechando os olhos em um
zumbido.

Ele se atreveu a tocar os cabelos soltos, para provocar os fios entre os dedos.
— E se você me deixar te beijar agora, vai perceber que eu gosto do tempero de
um certo bolo que suspeito que você também gosta muito.

O cheiro do líquido era abundante e rico, flutuando entre as camadas de saias


de Morgana. Sem fôlego, ela murmurou. — Você me trouxe aqui porque sabia que
eu estava infeliz. Você me trouxe para este lugar onde me sinto segura, um lugar
onde você não pode me levar embora sem a minha permissão... e eu quero que
você saiba que eu sou grata.

Mas ele poderia levá-la embora, porque ela tinha totalmente ultrapassado a
linha dourada. Mas ele não fez mais do que ajoelhar-se aos pés dela e levemente
brincar com seu cabelo. — Então você vai voltar para casa?

Naquele momento, Morgana foi exaustivamente tentada e lambeu os lábios


imaginando lamber a extensão do seu peito que estava próximo o suficiente de
seus lábios para beijá-lo. Quando seus olhos viajaram para baixo e encontraram o
seu pau duro por trás dos couros, ela choramingou. E não foi o gemido de medo.
— Por favor, kor'yr, vamos para casa. Você não precisa estar no estral para
ter uma desculpa para ser cuidada.

Ainda não. Colocando a faixa verde por cima do ombro, Morgana fez a
pergunta final do dia. — Simin, diga-me uma coisa que as Ômegas ainda têm que
compartilhar. O que kor'yr quer dizer?

Foi a primeira vez que ela tinha falado seu nome. A primeira vez que ela de
bom grado o tocou. A primeira vez que ela quase desejou que ele a levasse para
longe ao invés de tomar distância.

Em vez disso, ele falou, com os olhos arregalados e cheios de amor.

— Isso significa alma gêmea.


Capítulo 22
Quando um som estridente o chamou no meio de outra noite sem dormir,
Simin sabia que este era o momento de definição. O estral havia chegado.

Por mais de um mês, ele afetou um comportamento frio na frente da fêmea


que seu corpo e espírito já contavam como sua; e lutou para manter as coisas leves
e fáceis para que Morgana pudesse crescer confiante.

Também durante todo esse tempo, imaginou o quão duro ele transava com
ela no chão, logo ali na frente da tradutora e de todas as mulheres que ficavam na
sala atrás dela para espiar. Era impossível manter seus pensamentos inocentes.
Não diante da forma que ela o olhava.

Não quando a saia - e tudo o que ela tinha envolvido em torno de seus quadris
- não escondia o aroma tentador de liso fresco.

Seu corpo estava implorando para ser penetrado e satisfeito, e isso o


enlouquecia.

Na última semana, ele quase teve um acidente vascular cerebral quando seus
dedos se tocaram no momento em que ela corajosamente pegou a bandeja. Se
Etaine estava fazendo como foi ordenada, a tradutora Ômega deve ter sussurrado
em seu ouvido, orientando-a para achar graça nele.

E se ela não fez desta forma, então a biologia tinha feito o trabalho.

Morgana desejava a ele. Sua kor'yr doce só precisava conciliar sua atração
física com suas hesitações mentais. Cada reunião foi uma guerra contra o que
poderia muito bem ser considerado a virgindade escrupulosa. Quanto mais Simin
tinha lido sobre o seu povo, mais ele entendia.

Era necessário muito mais do que cortejar.


Ela precisava de um conquistador espiritual e uma presença física entre as
coxas. E pelo poder superior, ele havia assumido o manto com uma vingança com
doces palavras, risos, alimentos feitos à mão com temperos frescos.

Cozinhava seu mingau, secretamente misturando frutas frescas pegajosas,


adicionando adoçantes em seu chá. Quanto mais ele fornecia o ingrediente oculto,
mais ela parecia gostar de sua cozinha. E mais perto ela ficava do estral.

Uma dieta constante de seu futuro companheiro.

Se Etaine tinha notado o aroma particular, ao menos nunca a tradutora nem


sequer piscou um olho. Ele também não recebeu qualquer forma de reprimenda
da Ômega Superior. As fêmeas poderiam ter oferecido Morgana santuário, mas, na
realidade, estava em seus melhores interesses manter um senso de aliança com
seu Heidron. Afinal, seus homens a mantinham salvos de homens estrangeiros que
ficariam felizes em escravizá-las e estuprá-las.

Seus soldados só acoplavam quando elas lhe davam atenção.

Eles forneciam-lhes comida e conforto, mesmo permitindo que aquelas que se


recusavam a se submeter a uma ligação do par, escolhessem uma vida de reclusão.

Não, ele tinha respeitado as suas regras, e para manter o equilíbrio entre a
dinâmica, esperaria que sua companheira voltasse. Não importava o custo.

O refúgio dos Ômegas tomou muito cuidado com ela e a prepararam para se
submeter a ele mais do que a jovem pode perceber.

E só a ele.

Simin a teria em suas mãos e joelhos, cerimoniosamente apresentando-se a


escorregadia boceta inundada e implorando por seus dentes para perfurar a pele.
E ela acreditaria que tudo teria sido sua escolha.

Escolha importava para ela, mesmo que ela nunca tivesse realmente tido uma
na verdade. Esta não era uma guerra que o Heidron estava disposto a perder.
E agora estava sendo convocado para ir até ela... para uma mulher lutando
por seu primeiro cio.

Uma fêmea pela qual continuaria esperando.

Rolando de costas no meio do ninho que logo compartilharia com ela, Simin
deixou seu olhar descansar sobre seu pau inchado que tinha gotejado pérolas de
esperma desperdiçadas constantemente por semanas. Ele sorriu. Mesmo agora
uma gota de gordura crescia no topo da cabeça de sua coroa, a pequena
quantidade de fluido em expansão, com cada batida do seu coração. Observando
essa pérola crescer, esperando para senti-la correr para baixo seu eixo latejante,
ele imaginou a escova de veludo de uma língua feminina lambendo tudo o que
oferecia.

Essa primeira onda de gozo irrompeu apenas como um simples toque, um


spray de chuva perfumada caindo pelos seus abdomens cerrados, manchando sua
mão de branco. Ele esfregou o líquido pegajoso em cada parte de sua carne para
que ficasse extremamente exposto seu cheiro.

Antes que ele pusesse um dedo no setor Ômega, ele seria revestido em uma
exibição tentadora. Ele tornaria impossível para ela recusar.

Socando o nó negligenciado que pulsava na base do seu membro, ele correu


todo o momento lentamente, simulando um sexo lento. Para baixo com o punho
fechado, outra série de gozo escapou do seu pau para pintar os músculos rígidos
de seu peito.

Tudo estava preparado. Os quartos foram limpos e a camas frescas para ela.
Ela nunca teve um quarto ou ninho antes, segundo o relatório da Etaine nesse fato
específico, deixando Simin com nenhuma ideia das preferências de sua kor'yr.
Assim, ele adquiriu todos os itens que imaginou que uma Ômega pudesse querer
em seu ninho. Apenas pronto e esperando por ela. Uma grande quantidade de
comida estava armazenada para fortificá-la através do êxtase. Ele seria potente
para ela.
Claro, Morgana jantaria apenas o pau fresco e ficar de barriga cheia de muito
sêmen. Ela ficaria bêbada sobre ele, implorando por seu nó ligar-se em sua fenda
doce; uivando para fluidos de seu Alfa, seu toque, sua atenção.

Ele sabia o que fazer para vê-la saciada e feliz. Ao longo dos anos, Simin
esteve com muitas Ômegas durante o estral. Havia uma chance até mesmo sua
tradutora ter provado o seu pau- não por ele não se lembrar delas quando
acabasse. E sim porque nenhuma delas tinha sido Morgana.

E Morgana ficaria em seu ninho, saturada, tanto dentro como fora com seu
companheiro.

Provocando a base de seu pênis, sob o nó insatisfeito, Simin expulsou um


novo orgasmo, e depois outro, e depois outro. Ele sangrou seu saco até que não foi
possível mais gozar, apenas oferecer um surto em forma de clímax.

Até que a pele estava crua e dolorida.

Era justo que ele sofresse assim como ela fazia. E ainda assim ele manteve sua
espera.

Uma hora se passou. Duas.

Uma grande quantidade de água foi engolida, e um monte de alimentos sem


sentido empurrado para baixo em sua garganta enquanto ele dava ao seu corpo os
nutrientes de que precisaria para alimentá-la.

Aquele som alto voltou e ele sentiu a esmagadora necessidade de ir até ela.
Mas primeiro…

Ainda estava duro e quase não havia mais a necessidade até mesmo acariciar
o pênis inflamado saltando entre suas pernas. Faminto por sua kor'yr, tudo o que
precisava imaginar era ela em sua vida, os doces momentos que iriam
compartilhar, e ele entrou em erupção novamente.

Ordenhando seu pau com um aperto até causar contusões, Simin roubou a
última gota da semente cremoso que seu saco pode fazer, pintou seu corpo com
ele, esfregou até mesmo um pouco sobre os lábios para o caso dele ter de
persuadi-la com um beijo dela.

E ela imploraria por isso. Assim como ela deveria fazer.

-x-x-x-x-x-x-

Esta era uma dor muito diferente da dor familiar pela qual Morgana foi
atormentada na aldeia. Sim, ainda havia cãibras de roubar o fôlego e deixá-la
transpirando, mas não doíam tanto quanto este roer dentro ela. Entre suas pernas
existia um pântano de choques irritados, vazando necessidade.

Vazia, ela estava tão vazia.

Confinada em seu cubículo, ela virou-se na cama com a pele nua, incomodada.
E virou-se novamente. Mais uma vez, e de novo, tentando entender todo esse
sentimento e necessidade que não desaparecia, como se nunca fosse conseguir se
livrar disto.

Onde estava o baú necessário cheio de coisas macias que estariam dispostas a
aliviar a dor em sua pele? Onde estava o homem que poderia ronronar e diminuir
a tensão que mantinha seus dentes batendo juntos?

Era como se ela já pudesse saborear o bolo de especiarias na sua língua.

Apenas vê-lo ou ouvir a voz dele, iria aliviar a necessidade de consumir e


refrescá-la. Mas por muitas vezes ela tinha dito que ele não poderia vir.

Por quê?

Soluçando diante da sua injustiça, sem saber se estava queimando em febre


ou refrigerava pelos cacos de gelo que viajam através de suas veias, Morgana
confessou com Etaine para aliviar seu desconforto.
— Não há remédio para isso. Seu corpo terá o seu caminho. — A mulher disse,
cansada por ser acordada no meio da noite. — Ou você espera seu calor passar ou
pede para um Alfa quebrá-lo para você.

Agarrando seu cabelo, tentada a jogar a cabeça para trás e uivar para fora sua
frustração, Morgana estalou. — O único Alfa que conheço nessa nave se recusa a
vir falar comigo!

— Nosso Heidron comanda esta frota. Pode ser que ele não esteja se
recusando e sim envolvido em seus deveres. — Observando como Morgana
arranhou a pele perto de seu peito, a tradutora oferecida. — Ele não corteja
nenhuma outra. Você não tem rival a temer aquecendo seu ninho. Ele virá.

Rival?

O pensamento de Simin falar com outra mulher enquanto falava com ela, que
trazendo a sua comida e palavras suaves, teve o efeito mais estranho. Primeiro,
raiva, em seguida, uma grande cólica varrendo a mancha pegajosa que saída de
seu ventre e espalhava-se no chão.

Muito absorvida pelo produção e sensação envergonhada, Morgana olhou


para a poça.

As coxas deslizavam uma contra a outra e ela sucumbiu à necessidade de


formar alguma pressão. Pressionando o punho contra seu montículo, tentou
impedir que o líquido manchasse seu vestuário da noite anterior, mas ainda mais
foi desperdiçado no chão, então ela disse novamente para a sua amiga. — Eu só
preciso ouvir seu ronronar.

— Isso não é o que você precisa, Morgana. — Desviando os olhos, Etaine


explicou. — Você está quase chegando à transição. Logo, tudo que precisará é de
estimulação sexual. Lembre-se do que falamos. Ômegas que se recusam a acasalar
durante o estral devem lidar manualmente os impulsos.
Ela foi presenteada com uma grande e embaraçosamente forma masculina de
ferramenta. Ela estava sob sua cama onde guardou desde o primeiro momento em
que a Ômega Superior a trouxe. Mas aquilo seria frio e sem vida.

Um órgão falso não pulsava da mesma maneira como ela se lembrava de


quando Simin a deitou em suas peles e sedas. Não a encheria com creme
perfumado.

O estômago de Morgana roncou e ela chupou os dedos. Com fome.

Mas ele sempre trouxe sua comida. Simin não iria esquecer, certo? Ele viria
com algo e sua boca estava salivando já imaginando uma explosão doce de sabor
na sua língua.

Um som alto tocou, tirando-a da memória sensual em agitação.

— O que é isso?

Alívio era palpável no suspiro do Etaine. — Seu kor'yr chegou.

Nunca passou pela sua mente trocar o vestido, nem cobrir os pés descalços ou
reconhecer que sua saia estava saturada. Morgana fugiu seu quarto, correndo pelo
corredor e através do grande salão para descobrir que ele tinha chegado
finalmente.

Mas não havia bandeja para saciar sua fome, sem chá para molhar a língua.
Com lágrimas nos olhos, ela parou e o olhou com os olhos arregalados.

Simin estava vestido.

Ofendida por ter aquele corpo enorme escondido de sua vista, Morgana
recusou- se a olhar para ele.

Com o fôlego quase perdido, Etaine chegou nos calcanhares bem a tempo de
traduzir a saudação de Simin. — É tarde, kor'yr. Os Ômegas me chamaram para
chegar até você. Você tem necessidade de mim?
A profundidade de sua voz atingiu profundamente, levando a Ômega a fazer
uma careta. Uma dor ao contrária das outras roubou o seu fôlego e quase a
mandou para a inconsciência. Ela estava muito errada. Sua presença não era um
conforto, aquilo só aumentou a dor.

E agora aquilo era verdadeira dor.

— Eu pensei ver-te ajudaria, mas... — A cãibra lhe roubou o fôlego. — Você


não está ronronando!

Na sua queixa ríspida, ele deu-lhe exatamente o que ela exigiu. Alta e
ressonante, Simin lhe deu um ronronar diferente de qualquer outro que ela ouviu
antes. Ele deixou escapar em suas palavras alguns aromatizantes no ar com a
promessa conforme disse: — Qualquer coisa que desejar, eu vou te dar.

Afundando-se de joelhos, a força fugiu de seu corpo. Lágrimas frustradas


caíram sobre as bochechas vermelhas e ela enfrentou um outro olhar para ele. —
Eu estou com fome, mas você não trouxe nenhum alimento.

Com um sorriso suave nos lábios, Simin pôs os dedos na linha, tão próximo a
ela quanto poderia estar. — Se você comesse agora, ficaria doente, meu amor.

— Eu estou com dor... — No entanto, tudo o que podia fazer era olhar para
onde as calças formavam uma tenda, para o local onde uma mancha molhada
crescia com algo que prometia tomar todas as dores.

— Você está à beira de transição do calor completo. Nesta fase, as fêmeas


procuram reclusão para preparar seus ninhos. A presença masculina é... para mais
tarde. — A protuberância em suas calças balançou, e Morgana jurou que aquilo
por trás do tecido pulsou quando ele ofereceu: — Devo sair?

— NÃO! — Ela não estava comandando, Morgana estava implorando. — Só


ronrone, ok? Por favor, ronrone até que isso pare.

O macho tinha o cabelo preto pingando quando se agachou para encontrar


seus olhos, então Simin sacudiu a cabeça. — Não seria sábio me manter aqui caso
você escolha ficar sozinha com isso. Logo você vai chegar a um ponto onde o estral
vai tirar sua escolha. Você deve decidir, minha linda Morgana.

Com as narinas dilatadas, a Ômega farejou em sua direção e colocou a mão no


chão para arrastar-se mais perto. Praticamente babando, ela correu seu nariz até o
joelho coberto de pano e colocou o rosto direto na mancha de umidade em sua
virilha. Lamentando-se, quase incapaz de formar palavras, ela sussurrou.

— Ajude-me.

— Morgana!

Assustada com a picada em seu couro cabeludo, onde o Alfa agarrava agora,
ela foi obrigada a olhar para cima.

Os olhos de Heidron Simin Gralloch eram de fogo, sua boca em uma linha
firme conforme ele rosnou. — Eu quero que você se dê aos meus cuidados porque
confia em mim. Quero que a Morgana me escolha, não o cio dela.

Negligentemente, Morgana puxou para trás em seu toque, e os puxões ao


longo seu couro cabeludo eram a coisa mais distante de dor.

"Eu só a machucaria para o seu prazer."

Ela apertou os dentes para seu pulso.

"Eu só morderia assim se você soubesse que eu sou seu."

Num piscar de olhos, o mundo tinha renascido.

A tradutora, grogue e meio vestida estava li como sempre. E foi a ela a quem
Simin implorou. — Seus olhos estão totalmente queimados. — Morgana não
entendia os fechos de sua roupa incomum, seus dedos atrapalhavam-se com as
camadas em uma tentativa de libertar o órgão pulsante de dentro. — Você tem que
puxá-la de mim! Eu não posso fazer isso! Eu não vou levá-la sem a sua palavra!

Etaine não lhe respondeu. Imóvel como uma estátua, ela assistiu a guerra do
casal com eles mesmos.
A fivela estalou e um sinal feliz passou por seus lábios cheios. A mão fechou-
se em algo quente, algo que poderia alimentá-la, e Morgana sorriu.

— Eu estava errado nisso, Morgana. Eu não devia ter feito você esperar! Eu te
quero mais do que tudo, mais do que qualquer reino ou nave, mas é uma vitória
barata desta forma. — Atormentado, Simin tremia com o esforço para segurá-la de
volta. — Seu primeiro estral é especial. — Ele mal podia respirar, conquistado por
uma mulher pequena. — Não é para ser desperdiçado. Se você não está realmente
pronta, eu posso esperar o próximo. Até então você vai entender um pouco do que
eu digo.

Ele não a deixaria sentir o gosto dele com os lábios, por isso, Morgana
estendeu as mãos. Manchando a oferta escorregadia brilhando em sua coroa, ela
levou os dedos até a língua e a chupou ruidosamente, limpando-os para somente
depois dizer. — Você me deixaria com dor? Estou vazia; não há ninho aqui para
mim. Leve-me ao seu. Encha-me... me machuque para o meu prazer como você
prometeu.

— Eu não quero feri-la. Eu quero te amar.

Morgana estava pronta para fazer a sua própria conquista. Este macho
tremendo poderia ter conquistado planetas, poderia ser um grande guerreiro de
classificação, mas uma Ômega estava destruindo-o peça por peça. — Eu sei que
você me ama.

Com esse reconhecimento simples, Simin surtou. Pequenas porções da


tentação aromática pousaram no rosto de Morgana, recolhidos pelos dedos
gananciosos. — Se eu a levar para os nossos quartos, você não vai deixá-los nunca
mais. Você será minha em todas as formas possíveis para sempre.

Desejo, luxúria, fome; ela tinha todas essas coisas de uma súcubo espera
quando sua língua cor de rosa disparou para reunir o fluido do canto de sua boca.
— Você vai me morder?

— Oh, Deus!
O rugido veio dele quando a agarrou e bateu os lábios nos dela. O instinto lhe
dizia que ele deveria levá-la logo daquele local e escondê-la em seu ninho. Haveria
seu aroma delicioso; e lá ela seria cuidada.

Não poderia transar ali com ela sem sentido - e em todos os sentidos que ela
precisava - por todos os dias do seu estral, para que ela nunca mais sentisse essa
dor novamente.

Etaine não fez qualquer movimento para impedir o príncipe quando Simin
roubou a estrangeira feral longe de seu enclave. Correndo pelos corredores de sua
nave de guerra com sua fêmea pega em um de seus braços, ele bateu em qualquer
tolo macho o suficiente que ousasse entrar em seu caminho.

Uma vez de volta aos quartos que não viu em semanas, trancou a porta
ditando que todos os Alfas mantivessem distância. Não haveria nenhuma mudança
de sua mente. E explicou isso apenas com um rasgo de sua roupa, forçando-a de
joelhos para que ele pudesse alimentá-la na cabeça de seu pênis.

Êxtase líquido espirrou sua língua. Morgana sugou desesperadamente seu


órgão pingando implorando por mais. As intenções do sexo masculino foram
seladas com um rugido.

Não haveria recusa, ele rosnou. Ele esperou tempo suficiente, foi paciente, e
levaria para a sua carne toda a sua frustração acumulada.

Sim, ele iria machucá-la.

A proclamação trouxe uma onda de mancha caindo de suas coxas.

Ele jogou sua kor'yr no ninho desfeito, rasgando seus revestimentos e


jogando-os para longe.

Caindo em cima de seu corpo aberto, forçou brutalmente ela a abrir as coxas
para ele. Sibilando pela picada, as lutas de Morgana foram silenciadas com um
único grunhido, que deixou sua boceta encharcada.
Ele a alimentaria depois, ele jurou, depois de castigá-la por suportar a força
do companheiro que negou durante tanto tempo. Apenas com um beijo doce e
uma lambida através de seus peitos, Simin revestiu seu pênis com o líquido
abundante e penetrou profundamente com um único golpe, violento.

Corpos colidiram, e através da alta do estral da Ômega, um grito de


misericórdia foi lamentado. Ele bombeou com um fervor que empurrava seu corpo
contra o ninho emaranhado. Simin retirou-se, puxou o corpo para trás, e abusou
da boceta dela exatamente como um Alfa deveria.

Sem Etaine, palavras eram grunhidos. Se ela lhe disse para parar, ele nunca
soube. Se ela exigiu mais, não havia nenhuma maneira de perguntar.

Isto era a confiança.

Ele não podia ser duro o suficiente para um primeiro acasalamento. Seu pênis
não poderia esticar a picada, não importando o quão duro ele brutalizava ela.
Mesmo enorme e repleto de sêmen, não era suficiente.

Então, ela cavou suas unhas e gritou.

Não houve lançamento até a ponta do pênis expandir no local onde ela sofria.
Seu nó cresceu e agarrou dentro dela, seu pau jorrando jatos de lava que
queimavam e tomavam a carne fervente.

Ela sentia os dedos dos pés curvados quando essa massa pulsante atingiu um
ponto sensível que a inclinou a gritar como em uma canção. Soluçando, ela cavou
os calcanhares em suas coxas e tentou afastar-se em um ângulo longe de tanto
sentimento. Mas Simin não permitiria tal coisa.

Ele a prendeu sob o seu peso e balançou os quadris até os cacos de vidro em
suas veias explodirem para fora. A dor explosiva tornou-se um prazer perfeito,
queimando uma parte da sua loucura, enquanto o macho atado a ela continuava a
derramar.

E então Morgana perdeu a luta.


Dominada, ela piscou como se finalmente percebesse onde estava. O rosto
masculino suado do sexo ainda balançava os quadris travados pelo nó e ainda
pairava sobre ela. Os lábios de Simin emitiam apenas um grunhido.

Ele estava perdido no calor, cego para qualquer coisa a não ser a sua
necessidade de produzir e dominar. Contra a sua parte inferior, ela sentiu seu saco
rolar antes de um outro surto de sêmen inundar a sua barriga e acalmar a dor.

Era quase demais. Antes que a espiral de virar um animal irracional voltasse,
Morgana colocou a mão no rosto e começou a falar.

-x-x-x-x-x-

Ignorando todos os grunhidos alienígena caindo de seus lábios, Simin estava


devastado. A Ômega poderia não ter a experiência de saber que ainda se podia
foder com um nó no lugar. Não havia necessidade de ficar quieto e esperar, para
permitir que a natureza ditasse o quanto ele pode jorrar e quando.

O primeiro nó era poderoso, mas seu pênis dolorido ainda estava duro e
ansioso para preencher o deslizamento de suas paredes, mesmo enquanto ela
segurava seu pênis em um torno. Quando ela se recusou a se acalmar, ele pegou-a
pelos cabelos, prendeu-a sob seus joelhos, e inclinou a fêmea para que sua pélvis
ficasse inclinada perfeitamente para suas necessidades.

— Você pediu para vir aqui. Você me chamou!

Forçando sua cintura tão profundamente quanto carne e osso permitiam, ele
engoliu o seu ofegar ao moer contra o clitóris.

Outro lançamento glorioso reuniu-se na base de sua espinha, deixando seu


saco apertado, assim como uma nova onda explodiu de sua feral Ômega.
Abaixo dele era a perfeição: ela estava extasiada, com o estral em alta; uma
Ômega cuja boceta gananciosa ordenhava cada gota do seu nó.

Mãos delicadas acariciaram a sua bochecha, o trinado de um ronronar


feminino cantarolando entre os sons que eram quase familiares. Deixe-a falar suas
palavras, não havia nada que ela pudesse dizer neste momento para mudar as
coisas.

— Eu confio em você.

Simin nunca ouviu essas palavras de qualquer Nierran, mas as conhecia


devido ao estudo e as brincadeiras entre eles.

Rugindo no final de mais um clímax quase brutal, lábios puxados para trás de
seus dentes.

— Você não vai me machucar.

Deixe-a acreditar. Uma vez que ele tivesse trabalhado nessa fêmea bonita no
frenesi final, ele rasgaria um buraco em sua alma e os amarraria juntos. Ela nunca
mais seria capaz de se esconder de seu poder, sua influência, ou seu desejo.

Ele seria o dono dela.

Tanto quanto ela seria dona dele. — Você me ama.

Pelos deuses, ele amava. O doce cheiro da sua feral, todo o seu peso e punição
foi a razão pela qual ele respirava. No alto da sensação dela, Simin balançou seus
corpos e, triturou-a contra almofadas saturadas.

Olhando para baixo, para os olhos pretos brilhando com amor como se tivesse
compreendido suas palavras, Simin rosnou: — Nunca duvide, kor'yr. Eu te amo
com toda a força de nossa alma compartilhada.

Ela não tinha cheiro de medo, nem sua voz tremia de indecisão. Uma língua
inteligente formou sua primeira exigência na sua língua. — Novamente.

Para sempre.
Ele ficaria feliz em transar com ela até que o próprio tempo acabasse.
Capítulo 23
Aos seus olhos, sua kor'yr foi impecável em seu calor. Em dois dias, Simin
ensinou sua companheira no cio como implorar por coisas imundas em sua
linguagem, premiando o desvio sexual insaciável com longas voltas de sua língua
em sua boceta, com ou sem o seu pau.

Tudo o que seu corpo ansiava era sua semente: inundando seu ventre,
massageando a pele e derramando-a em sua garganta quando ela ficava rouca de
gritar seu nome. Mas o que seu espírito ansiava era intimidade; horas de delicada
atenção para a carne inchada em necessidade.

Ela nem sempre poderia querê-lo, mas esta foi a única maneira de convencer
sua querida feral a descansar.

Com as pernas presas abertas e a boceta pingando, rosa e exposta para seu
prazer mútuo, só para ele devorar, Simin a mimou. E enquanto atendia seu clitóris
com furtos praticados de sua língua, esfregava os restos de sêmen em seus quadris
doces que doeriam assim que os hormônios do cio desvanecessem.

Ela já estava machucada. Depois de dois dias sem comer nada, a magreza já
começava a dar sinais. Quando seu calor fosse finalmente quebrado, sua Morgana
exigiria dias de cuidado delicado e o ronronares amorosos de um companheiro
que daria sua vida por ela.

Ele nunca desejou isso com outra fêmea. Após a alta sexual, ele simplesmente
desaparecia e as fêmeas eram enviadas de volta para setor de Ômega para serem
cuidadas por sua própria espécie.

Algumas imploraram por mais, arrasadas por ele não ter sido tentado a
reclamá-las no calor do momento. Mas como poderia? Simin apenas esperava
conhecer a sua kor'yr.
E aqui estava ela, arqueando-se debaixo dele e montando seu pênis como uma
deusa do caralho.

Como ele a amava.

O auge do seu calor estava chegando e este era o momento em que ele
poderia cravar os dentes em sua carne e morder por mais do que pequenas
picadas de prazer. Já sentia a sua alma roçando através de sua forma física, como
se estivesse pronta para acoplar à sua outra metade.

E ele queria que isso acontecesse em seu primeiro cio, sua ligação estral, para
ser perfeito. A escolha de onde a morder...

Quando uma Ômega era ligada pela força, a marca ficava frequentemente no
ombro. Era um lugar de fácil acesso devido ao nó e fixava a mulher que resolvesse
lutar. O braço era considerado deselegante, utilizado por Alfas superficiais
desesperados para selar a ligação quando uma Ômega agitado não poderia ser
adequadamente controlada. Simin queria algo mais para Morgana.

Ele queria marcá-la em um lugar que ela pudesse se orgulhar.

Tomando seus quadris na mão, Simin rolou para suas costas e apresentou a
mulher recheada o seu pênis em uma posição que tinham ainda que explorar.

Franzindo as sobrancelhas, a Ômega piscou para o seu corpo deitado com


barriga para cima e franziu a testa. Com as mãos plantadas em seu abdômen, ela
parecia infeliz com esta mudança de circunstâncias, até deslizar para a frente e seu
pau bater um lugar em sua disponível apenas neste ângulo.

Depois de um grunhido animal, ela sem medo se jogou para trás os cabelos
dourados selvagens e montou com abandono.

Os seios saltavam, os mamilos duros como malditos diamantes ... Simin nunca
teria o suficiente desta vista.

Ela semicerrou os olhos para ele.


Seus lábios formaram um sorriso lascivo e ele arrastou seus dedos entre os
seios, ronronando. — Eu teria feito qualquer coisa para tê-la desta forma. Matar
alguém, abandonar meu nome...

Um som de prazer veio da garota que não poderia saber o que ele falava.

— Eu sei que eu sou mais velho, que me falta a beleza dos meus irmãos, ou a
justiça de um homem digno de você. Não importa. Em alguns momentos, eu vou
roubar de volta a metade que falta do meu espírito e dar-lhe o que tenho realizado
no meu peito desde o nascimento. Você terá meu coração. Eu vou ter a sua alma.

O arrepio de um clímax provocou a espinha de Simin, mandando-o para cima


e quase derrubando seu prêmio. Recusando-se a ser desacoplada, a boceta de
Morgana apertou ainda mais sobre seu pai, agarrando o que era dela enquanto a
pequena Ômega esfregava seu clitóris contra o polegar; foi quando ele se ofereceu
para apaziguá-la.

No alto de seu calor, mais líquido escorria por seus quadris, cobrindo seu saco
fazendo-o brilhar, era delicioso. A sensação de sua pele sob suas mãos era
maravilhosa em todos os sentidos.

Observando-a construir outro orgasmo, o rubor rastejou sobre a pele


manchada com sêmen já em crosta, evocando uma resposta poderosa de seu
espírito inquieto. Já era tempo. O nó de Simin começou a se expandir antes que ela
estivesse pronta, porque uma Ômega não poderia ser ligada antes de ser
subjugada.

Ele queria que ela ficasse selvagem quando ele cravasse os dentes ao seu
peito. Ela teria que lutar para selar a conexão.

Vendo-a saltar para cima e para baixo no seu pau, com o nó já brotando e
deixando a mulher em um território perigoso de delírio, a pressa veio sobre ele.
Simin sentou-se, virando-a para sua frente e envolvendo seus braços ao redor
dela. Enrolando o longo cabelo na sua mão, ele puxou a cabeça de Morgana para
trás, deixando a sua frente os seios sacudindo-se. Primeiro ele cerrou os dentes no
interior do seio esquerdo. Direto sobre o coração batendo.

Fechando a mandíbula devagar, ele não deixou de lhe dar prazer, de forma
tão distraída que seu corpo registrou a dor tarde demais.

Ela se assustou, arranhou suas costas. E assim começou a pulsar o início da


ligação do par.

O sangue escorria para baixo da pele suada, borbulhando nos cantos de sua
boca enquanto Simin se recusava a soltá-la no primeiro choro. Havia uma arte
para a formação de uma união permanente, uma que nenhum Alfa precisava ser
ensinado. Roubar a alma de sua amada e substituí-la com a sua própria era um
direito dado por nascimento.

A ligação zumbiu à vida.

Não importava como ela lamentava em dor, a sua boceta ainda ondulava e
agarrava-lhe o nó, ainda sugando a semente de seu saco e pedindo mais. E ele se
asseguraria que este momento glorioso - onde se amarravam para o resto da vida -
durasse o resto da noite.

Quando ela acordasse, sentiria dor sim. Mas, assim como jurou antes, ele só
prejudicaria Morgana para o prazer dela. As lágrimas inevitáveis ele acalmaria
com um toque suave e um ronronar dedicado. Ele alimentaria seu pênis em sua
garganta para que ela não sentisse fome. Ele lamberia sua boceta doce até que ela
se lembrasse que poderia confiar nele novamente.

E então, assim que ele quebrasse seu calor, diria a ela que traria a sua mãe a
bordo. Seu primeiro presente para a sua companheira acasalada.

Pois sabia que isso era o que Morgana mais desejava no mundo e ele nunca
lhe negaria nada.
Epílogo
Houve um murmúrio como um zumbido ressoar constante dentro de seu
coração, mas ele não fazia nenhum som.

Então, como poderia parecer tão alto?

Envolvendo-a em calor, acalmando as dores musculares e a carne exausta, ele


cumpriu exatamente com tudo aquilo que prometeu. Pela primeira vez desde que
ela foi tirada de seu povo, Morgana sentiu-se segura.

Amada.

E muito, muito sedenta.

— Beba. — A taça foi levada para seus lábios, a água fria lavando sua boca até
ela engolir em seco e suspirar.

Um ronronar masculino retumbou em seu corpo, em sintonia com aquele


batimento bizarro. Abrindo um olho, ela descobriu que Simin apoiou-a contra seu
ombro. Aquela barba de vários dias foi tirada, sobrando apenas uma sombra em
sua mandíbula. E seus olhos estavam vivos com prazer.

Pressionando a taça de volta para sua boca, com um sotaque ríspido afiando a
sua linguagem, ele disse. — Beba de novo.

Ajudando-o a gerir o copo, ela inclinou para trás e engoliu tudo, uma memória
sombria de engolir grandes quantidades de outra coisa provocando em seus
pensamentos. De repente tímida, consciente de que estava nua sob os cobertores
macios e travesseiros atraentes, Morgana lembrou-se.

Este era seu ninho. Ela tinha acatado isso enquanto ele lhe dava prazer com
suas mãos e boca ... e pau.

Ela sabia de três maneiras diferentes dizer essa palavra em Omari agora.
Uma lufada de ar e a mão de Morgana foi para seu coração. A súbita dor aguda
tirou de si um grito rápido e deixou seus olhos arregalados.

Inchadas e feias, as crescentes marcas gêmeas de uma mordida animal


marcavam seu peito.

— Lindo. — O macho assegurou quando ela ficou alarmada com a ferida.

Porém foi mais do que a sua declaração; foi quando o zumbido latejou em seu
coração. Ele também disse muito sem dizer nada.

Este sentimento estranho, quase sufocante de conclusão era a ligação do


acasalamento prometido. Uma ligação forjada entre eles que nunca poderia ser
quebrada.

Muitas das Ômegas que frequentavam o setor sagrado durante o dia, falaram
com ela deste fenômeno. A maioria ficava com olhos sonhadores enquanto Etaine
traduzia. Elas amavam seu vínculo com seus companheiros, a proximidade e a
promessa de segurança.

Mas alguns tinham guardado comentários. Alguns foram forçados.

Uma delas absolutamente recusou-se a levantar-se e até mesmo


cumprimentar seu companheiro quando ele veio para chamá-la. Pior ainda, ela
não se aproximava da linha dourada. Morgana não tinha permissão para lhe fazer
perguntas, e a mulher nunca chegou perto nem para dizer Olá.

Mas então havia aqueles Ômegas que escolheram rejeitar tal coisa, cortando o
cabelo curto, como se deixasse de existir simplesmente como "mulher". Mulheres
como Etaine.

A ligação em seu peito agitou-se quando seus pensamentos ficaram um pouco


hesitantes. Ele torcia sobre sua relutância e massageava com sentimentos de
admiração. Então Simin pressionou um beijo em sua boca.
Seu peso estava tranquilo sobre o ninho, o homem, seu companheiro,
rastejando sobre ela enquanto retumbava palavras que ela não conhecia entre
beijos que ganhava.

Amor. Minha. Cuidado. Bonita. Para sempre.

Onde quer que ela doía, ele de alguma forma sabia esfregar. A marca da
mordida que a fez desconfortável, ele limpou com um pano macio. O unguento
com cheiro azedo foi usado para delicadamente alisar cada contusão, e
chocantemente pressionado em sua fenda por um Alfa maliciosamente sorrindo
que bombeou seus dedos até ela gritar gozando. E ao longo de suas ministrações
cuidadosas, suas dores começaram a diminuir.

Um longo banho seguiu-se onde ele lavou todo o seu corpo pegajoso, limpou
os emaranhados de seu cabelo até que o ouro polido estava novamente suave e
macia, deixando-a sonolenta contra seu peito enquanto ele trabalhava magia por
sua espinha com os dedos cuidadosos.

Quando estava limpa e vestida com as vestes drapejadas que as mulheres


neste navio preferiam, ele ofereceu-lhe o tecido e os itens necessários para a
costura, dizendo "Faça um vestido" com um sorriso genuíno.

Simin ofereceu a comida que estava quente, cozida e temperada. Comida que
ele não tinha feito, mas que esperou entregar na sala de jantar da sua suíte.
Alimentos que eram muitos familiares, que fez Morgana engolir com a combinação
de um coração quebrado e saudade do que não podia ser.

Era uma receita de sua mãe.

Que estava muito longe e na posse de homens como Esin, Uriel e o


comandante.

Homens que tínhamos prejudicado ela e iriam fazê-lo novamente.


— Kor'yr?

Com os olhos azuis molhados de lágrimas, Morgana olhou para cima de um


cozido perfeitamente criado para encontrar seu companheiro cheio de
preocupação. Na verdade, ele parecia doente.

Pressionando a mão contra o peito como se para acalmar uma pontada


incessante, ele disse o nome dela, levantou-se e cuidadosamente puxou-a de sua
cadeira. Sem Etaine para traduzir, mais do que ele sussurrou em seu cabelo foi
perdido. Mas foi o tom que importou.

Ele parecia arrependido.

Sacudindo a cabeça, tentou comunicar que ela não estava culpando-o,


Morgana engoliu as lágrimas.

Esta era a sua vida agora, e ele tinha sido melhor para ela do que qualquer
outro homem. Ele a amava. Ela podia sentir isso claramente quando a ligação
aquecia e encapsulava a sua dor. Ela faria o melhor deste acoplamento. Grandes
polegares limparam as lágrimas, e o Alfa ronronou até que ela lhe deu um sorriso
torto. Mas quando tentou voltar para sua cadeira e comer a comida sem mais
teatros, ele puxou-a em outra direção. Eles caminharam em direção à câmara de
jantar por trás deles, através dos quartos da frente até se aproximarem da saída.

Supondo que ele estava levando-a de volta para as Ômegas porque ela estava
triste, Morgana não percebeu o que a esperava.

— Morgana?

Não podia ser!

— Mama?

Morgana foi pega pela mulher que amava com todo o seu coração em um
abraço esmagador.
Puxando para trás para ter certeza de que era real, soluçando e derramando
seu coração, Morgana perguntou: — Como você chegou aqui?

Animada, sua mãe continuou com o sorriso em seu rosto brilhando com toda
a alegria que tinha em reencontrar sua filha desaparecida. — Durante dias, o céu
queimou e enormes pedaços de naves dos Alfas choveram sobre nós. Apenas
quando pensamos que as coisas não poderiam piorar, bárbaros invadiram. Eles se
voltaram para os Alfas e todos fomos arrastados no meio do tiroteio. Nossos
campos queimados... animais foram deixados vagando. Enquanto eu estava sendo
conduzida para uma nave, uma mulher chamada Etaine questionou-nos. Uma
mulher soldado se você pode acreditar! Quando chamou pelo meu nome, eu atendi
e ela me separou dos outros e me trouxe aqui. — Apertando as bochechas de sua
filha como se isso não pudesse ver possível, Elizabeta disse: — Me disseram que
eu seria uma escrava de uma princesa.

O sangue de Morgana ficou frio. — Escrava?

— Eu cozinharia para ela e faria companhia. E aqui eu encontrei você! —


Elizabeta abraçou-a novamente, chorando e beijando o rosto da filha.

Simin assistiu a troca, com os braços cruzados sobre o peito. Quando sua
companheira virou-se para olhar para ele, avaliando-o, ele balançou a cabeça e
disse em seu idioma “presente”.

— E sobre o meu povo? Por que levar todos?

Era como se ele antecipasse as sobrancelhas carrancudas e os lábios


pressionados, pois Simin veio para a frente e pressionou um beijo na sua testa. —
Etaine explicar.

—O soldado do sexo feminino? — Sua mãe balançou a cabeça. — Etaine foi


tomada pelos Alfas de armadura. Ela nunca conseguir sair do planeta.
ESTE É O PRIMEIRO LIVRO que narra sobre o conflito entre os povos Omari e
Nierran.

O que será de Etaine?

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