Influencia Da Embalagem Na Intencao de Compra Do C
Influencia Da Embalagem Na Intencao de Compra Do C
Influencia Da Embalagem Na Intencao de Compra Do C
981
Leticia da Silva Freitas1, Bárbara Pereira da Silva1, Ceres Mattos Della Lucia1
1
Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Nutrição e Saúde, Viçosa-MG, Brasil
Resumo
Abstract
INTRODUÇÃO
média, 5 mil mensagens de marcas diariamente, o que dificulta cada vez mais a
evidência de uma marca no mercado. Desta forma, uma marca tem que se diferenciar
das outras para conquistar a confiança do consumidor7.
É nesse contexto que surge o valor de marca, que vai além dos valores da empresa. É
por meio do valor de marca que o consumidor cria vínculos com o produto ou serviço
que lhe ofereça os atributos desejados e idealizados por ele. Esse produto ideal e de
desejo criado pelo consumidor nada mais é que a extensão da marca, onde o
consumidor associa a marca à qualidade do produto, ao status oferecido por
determinada marca, à influência de grupos sociais, à satisfação do uso, e à relação
custo-benefício. Todos esses fatores interferem diretamente no processo de decisão
de compra7.
Esse cenário ilustra a importância de se pesquisar esse mercado que a cada dia se
expande, o que justifica o estudo das características não sensoriais que influenciam
a compra de sucos industrializados, forma como o consumidor se comporta e o
quanto a embalagem pode influenciar tanto positiva quanto negativamente a
intenção de compra desse consumidor. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a
influência da embalagem sobre a intenção de compra do consumidor de suco de
laranja industrializado do município de Viçosa – MG.
MÉTODO
de Viçosa, MG, uma vez que o experimento foi realizado com consumidores
residentes nessa cidade.
Testes de aceitação
Foram recrutados 51 voluntários para compor a equipe sensorial dos testes de
aceitação, entre estudantes e funcionários da Universidade Federal de Viçosa (UFV)
e residentes da cidade de Viçosa (MG). O pré-requisito para o voluntário participar
da pesquisa envolveu o hábito de consumir suco industrializado e a disposição para
participar de todas as sessões de testes. A amostra selecionada não representa a
população de consumidores de sucos industrializados brasileiros, mas serve como
exemplo no estudo da influência de fatores ou características não sensoriais na
aceitação do consumidor, além de permitir a demonstração de técnicas que podem
ser utilizadas nesses tipos de trabalho.
A análise de frequência das notas hedônicas foi realizada na primeira etapa para cada
marca e para cada sessão, conforme as seguintes faixas de aceitação: 1) notas
hedônicas variando entre 1 e 5 (categorias situadas entre “desgostei extremamente”
e “indiferente”), indicando que os consumidores desgostaram da amostra, e 2)
notas hedônicas variando de 6 a 9 (categorias situadas entre “gostei ligeiramente”
e “gostei extremamente”), mostrando que os consumidores gostaram da amostra.
A categoria “indiferente” da escala hedônica foi considerada como resposta ruim,
uma vez que consumidores indiferentes ao produto geralmente não são propensos a
consumi-lo.
A análise de variância (ANOVA) foi realizada em cada sessão de aceitação das marcas
de sucos. O teste de comparação de médias de Tukey, ao nível de 5% de
probabilidade, foi utilizado para verificar se havia diferença em termos de aceitação
entre as marcas utilizadas, em cada teste. As análises estatísticas foram feitas
utilizando-se o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão
20.0. O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal
de Viçosa sob o número 118265/2015.
RESULTADOS
*Características com mais de uma descrição por consumidor, portanto são observadas somas de
frequências maiores do que 100%.
Figura 3 – Frequência com que a marca foi mencionada pelos participantes como a mais consumida.
50%
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Marca A Marca B Marca C Marca D Marca E
Teste de aceitação
Na Figura 4 está ilustrada a frequência das duas faixas de notas hedônicas (Faixa
Amarela - Notas de 6 a 9, Faixa Vermelha - Notas de 1 a 5) para as marcas de suco de
laranja industrializado, considerando as três sessões de aceitação sensorial.
Figura 4 – Frequência com que a marca foi mencionada pelos participantes como a mais consumida.
As médias de aceitação das cinco marcas de suco de laranja industrializado nas três
sessões de análise foram representadas (Figura 5). Foi possível observar uma
diferença significativa entre as médias de aceitação de cada marca de suco de laranja
industrializado na análise de variância para os dados obtidos em cada uma das
sessões; assim, procedeu-se ao teste de Tukey para a comparação das médias.
Figura 5 - Médias de aceitação das cinco marcas de suco de laranja industrializado, avaliadas nos três
testes de aceitação (teste cego, teste da embalagem, teste com informação). Pares de médias com a
mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05).
No teste da embalagem (sessão 2), as médias de aceitação variaram entre 5,3 (para a
marca C) e 7,0 (para a marca D), ficando entre os termos hedônicos “indiferente” e
“gostei moderadamente”. As marcas A, B, D e E não diferiram entre si (p>0,05),
porém foram diferentes da marca C (p<0,05), que obteve a menor média (5,3%)
quando comparada às outras marcas.
DISCUSSÃO
Foi possível notar nas características demográficas dos consumidores, que a maior
parte dos participantes do estudo era do sexo feminino e possuía curso superior
incompleto, isso se deve ao fato de a análise sensorial ter sido realizada entre alunos
do Curso de Nutrição e a maior parte dos participantes eram estudantes do curso de
graduação.
A maior parte dos participantes do estudo afirmou consumir uma marca de suco com
maior frequência. O fato de o consumidor preferir sempre a mesma marca está
relacionado com as experiências que ele já teve com o produto anteriormente, visto
que, quando uma marca atende às expectativas do consumidor, essa ganha sua
preferência e fidelidade16,17.
Verificou-se que, para todas as marcas, houve modificação da nota entre as três
diferentes sessões, sendo que, para algumas marcas, as notas melhoraram e, para
outras, as notas pioraram quando as amostras foram servidas com as respectivas
embalagens (terceira sessão), em relação ao teste cego. Este fato evidencia a
influência positiva ou negativa da marca sobre o consumidor, que pode distorcer sua
resposta devido ao poder de determinada marca19. Assim, verificou-se que as marcas
A, B e C influenciam de maneira positiva a aceitação dos consumidores, pois,
comparando-se os resultados do teste cego com o teste com informação, ocorreu
aumento da porcentagem de consumidores que gostaram das mesmas (notas entre
6 e 9) e redução da frequência dos consumidores que não gostaram dessas marcas
(notas entre 1 e 5).
No teste da embalagem (sessão 2), notou-se que a marca C obteve a menor média de
aceitação quando comparada às outras marcas. Esse resultado já era esperado, uma
vez que, segundo os comentários fornecidos pelos voluntários durante o teste, a
marca C era uma marca menos popular em relação às outras marcas. De acordo com
Gerges22, marcas conhecidas trazem uma segurança a mais para o consumidor,
gerando um vínculo.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
21. Eberle LE, Erlo FL, Milan GS, Lazzari, F. Um estudo sobre determinantes da
intenção de compra de alimentos orgânicos. Revista de Gestão Social e
Ambiental. 2019;13(1): 94-111.
22. Gerges NRC. Influência da Forma do Anúncio de Preço Comparativo e do
Conhecimento da Marca na Intenção de Compra. In: 3º Congresso Latino
Americano de Varejo. Rio de Janeiro, RJ, 2010.
Submissão: 12/04/2018
Aprovação: 15/08/2020