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POR: LUCAS RIBEIRO

INTRODUÇÃO

Lucas RIbeiro
COMO ENCONTREI O COMPORTAMENTO ALIMENTAR?

"Ainda falta alguma coisa!"


A busca pela Nutrição Comportamental
Descobrindo o comportamento e as neurociências
De volta ao comportamento alimentar
Motivo e Objetivo
POR QUE VOCÊ LEVANTOU ÀS 7 DA MANHA?

Esse conhecimento é importante, e não deveria ser difícil de


alcançar.
Formação de colegas para discussão e crescimento.

Ao fim da aula, quero que vocês entendam todos os fatores


que contribuem para a formação dos padrões de
comportamento, como eles impactam a alimentação, e como
lidar, na prática, com comportamentos disfuncionais ou
deletérios.
O que é comportamento?
DEFINIÇÃO

Maneira como um indivíduo reage a situações, internas ou


externas, de maneira consciente ou inconsciente, com
determinado objetivo. Esta reação é moldada por diversos
fatores.

Se isolar por estar triste


Roer as unhas por ansiedade
Se assustar com um estrondo inesperado

E quando eu sobreponho comportamento e alimentação?


O que é comportamento?
COMPORTAMENTO ALIMENTAR

Escolhas alimentares:
Escolhas dos alimentos
Quantidades
Locais
Companhias
...

Além das escolhas, quero também saber qual a percepção do


indivíduo sobre a escolha (boa, ruim, decepcionante?) assim
como as consequências (a escolha altera o restante da
alimentação do dia, muda a rotina, induz compensação?)
João segue uma dieta prescrita pelo Nutricionista. Às 16 horas
deveria comer um iogurte, mas escolheu comer um pedaço de
chocolate.
Por que joão comeu o chocolate?
Pq a Ach ativou os músculos da mão e da boca.
Pq a grelina estava alta, já que não comia desde cedo.
Pq está em uma dieta restritiva há semanas com baixa leptina.
Pq na infância João era acostumado a não comer frutas, apenas bolo.
Pq a mãe de João não cuidou dele direito nos primeiros dias de vida
Pq João é portador de polimorfismos que favorecem o consumo de hiperpalatáveis
Pq a avó do João estava muito estressada durante a gestação
Pq ao longo de milênios a natureza selecionou o comportamento de escolher alimentos mais calóricos
1. Evolução
Seleção de comportamentos favoráveis a sobrevivência
por genética, cultura ou outros.

Curiosidade: Nem todo comportamento favorável à


sobrevivência é óbvio! (seleção de parceiros, seleção por
parentesco)
1. Evolução
Tendência à eutrofia
Homeostase energética
Composição corporal
Se a seleção natural foi tão eficiente, como surgiram os problemas metabólicos?
2. Genética
UM DETERMINANTE NO COMPORTAMENTO?

Genética como determinante de


características simples.
Genética e características complexas.
Interação entre genética e ambiente
Estatura, nutrição e atividade física
Lousa!
2. Genética
UM DETERMINANTE NO COMPORTAMENTO?

Genética e comportamentos: mesmo


funcionamento, mais variáveis!
Esquisofrenia e gêmeos adotados
2. Genética
UM DETERMINANTE DO COMPORTAMENTO?

Gene da violência?
Gene do vício?
Como proceder com estes indivíduos?
2. Genética
INFLUÊNCIA NO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

FTO: Seria o gene da obesidade? (fome


saciedade)
feniltiocarbamida / 6-n propilthiouracil
(PROP/PTC).
Comportamento de risco, busca por novidade
e recompensa, regulação emocional, tolerância
ao estresse...
2. Genética
INFLUÊNCIA NO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

FTO: Seria o gene da obesidade? (fome


saciedade)
feniltiocarbamida / 6-n propilthiouracil
(PROP/PTC).
Comportamento de risco, busca por novidade
e recompensa, regulação emocional, tolerância
ao estresse...
3. Pré natal
HEREDITARIEDADE NÃO GENÉTICA

Da pra transmitir características, de geração em geração,


sem que haja influência genética?
Estresse na gestação e tolerância ao estresse.
3. Pré natal
HEREDITARIEDADE NÃO GENÉTICA

Inverno da fome holandês


Final da segunda guerra e expulsão dos alemães do sul da
Holanda
Destruição de estradas, pontes, portos e terras
produtivas
Desbastecimento de gás e combustível

Período de desabastecimento de 3 a 4 meses, totalizando


20mil mortos por desnutrição.

Operação Manna
3. Pré natal
HEREDITARIEDADE NÃO GENÉTICA

Quando começa o aprendizado?


Exposição da mãe à alimentos prediz a aceitação da prole.
Utilidade do estudo?
4. Perinatal
Parto normal e colonização da prole
Cuidado imediato pós natal (possível hereditariedade)
4. Perinatal
5. Infância

Recém nascido: nenhuma capacidade de


autorregulação - necessidade de regulador externo
0 a 2 anos: maior permeabilidade a informações
(formação de paladar, repertório)
A partir dos 2 anos, a exploração aumenta e há
recusa ao desconhecido.
Neofobia: exacerbação de um comportamento normal
Palatabilidade e aceitação
Apresentações: frequentes e variadas
Participação /envolvimento ativo
5. Infância

Influência parental
Afeto seguro (segurança afetiva)
Restrição parental
Pressão parental
Castigo ou punição
Recompensas alimentares
Recompensas não alimentares

the state of being secure, or


untroubled, about the
availability of the attachment
figure
5. Infância

Influencia de pais e pares


Importância do role modelling
Aprendizado na alimentação e nos comportamentos
Situações atípicas
Regulação emocional

Propaganda e redes sociais


Incentivo vs normalização
6. Adolescência
AUMENTO DA AUTONOMIA E CAPACIDADE

Autonomia:
Poder de escolha
Poder financeiro

Descompasso entre autonomia e capacidade

Início do comportamento não supervisionado e manifestação


de tendências.

Comportamento sexual e pressão social


1. Evolução: Maior consumo e estoque de energia, menor gasto
2. Genética: Não determinantes, interação com o ambiente
3. Pré natal: Hereditariedade não genética, epigenética
4. Perinatal: Parto e cuidados
5. Infância: Aprendizado e formação de repertório
6. Adolescência: Aumento da autonomia e capacidades

7. Idade adulta
AINDA HÁ ESPAÇO PARA MUDANÇA?
Lousa!
Funções executivas
O CÉREBRO DE PHINEAS GAGE

Controle inibitório
Flexibilidade cognitiva
Memória de trabalho
Estresse
A DIFERENÇA ENTRE O MEDICAMENTO E O VENENO...

Estresse psicológico na natureza


Mecanismo de adaptação
Autolimitado

Leão na floresta, tiroteio na cidade


Resposta rápida e definitiva
Funçoes cognitivas
Atividade do TGI, salivação, vasoconstrição
Estresse
A DIFERENÇA ENTRE O MEDICAMENTO E O VENENO...

Estresse agudo e forte


Estresse crônico e fraco
Tendência ao comportamento impulsivo
Aprendizado de recompensas (fim da punição)
Retorno ao hábito
Pior regulação emocional (comer emocional)

Resumo: Mais vontade de comer besteira, menor


capacidade de resistir, facilidade em criar novos hábitos
ruins, dificuldade em criar hábitos bons.

Na prática: modulação do estresse e exigência da dieta


Ciclo circadiano
O RELÓGIO EM CADA CÉLULA

Os organismos se organizam em ciclos, fases,


épocas.
Ciclo menstrual, hibernação, ciclo circadiano
Organismos noturnos ou diurnos
Divisão de atividades entre as fases

Material genético como livro de receitas e junk


DNA
Ciclo circadiano
COMO MEU CORPO SABE?

Nem todas as proteínas precisam ser sintetizadas o tempo todo - fatores de transcrição
Ciclo circadiano
COMO MEU CORPO SABE?
Ciclo circadiano
ACERTANDO O RELÓGIO

Alguém viaja do Brasil para a Europa. Com o


tempo os ciclos de sono e vigília se adequal à
nova realidade. Como?

Melanopsina na retina > glutamato no SNC >


estímulo de PER/CRY.

ZEITGEBERS
Ciclo circadiano
ACERTANDO O RELÓGIO
Zeitgebers
ESTÍMULOS FÓTICOS E NÃO FÓTICOS

A exposição a luz é o regulador mais importante,


principalmente a luz azul.
Zeitgebers
ESTÍMULOS FÓTICOS E NÃO FÓTICOS

Quando não é possível regular os estímulos fóticos, os não


fóticos ganham importância (trabalhadores noturnos)
Zeitgebers
ESTÍMULOS FÓTICOS E NÃO FÓTICOS

Quando não é possível regular os estímulos fóticos, os não


fóticos ganham importância (trabalhadores noturnos)
1922 - Richter: primeira evidência da alimentação como
zeitgeber - aumento da exploração pré alimento.
Zeitgebers
ESTÍMULOS FÓTICOS E NÃO FÓTICOS

Quando não é possível regular os estímulos fóticos, os não


fóticos ganham importância (trabalhadores noturnos)
1922 - Richter: primeira evidência da alimentação como
zeitgeber - aumento da exploração pré alimento.
Estudos posteriores mostram ressincronização do ciclo
circadiano com alimentos palatáveis no horário de atividade
e modulação da expressão do gene PER
Ciclo circadiano
RESUMO

A alimentação no período diurno parece


contribuir para a sincronia circadiana.
Alimentação no período noturno
(principalmente de palatáveis) parece causar
atraso de fase
Trabalhadores noturnos e indivíduos em
dessincronia circadiana tem maior consumo de
alimentos mais palatáveis e calóricos, assim
como maior IMC
Exercício
RELAÇÃO COM O CONSUMO ALIMENTAR

Para que haja perda de peso, é necessário um gasto calórico


induzido pelo exercício e não compensado pela alimentação.

Estudos envolvendo exercício e emagrecimento normalmente


mostram efeitos modestos e pouco relevantes. E se
analisarmos caso a caso?

Milon de Crótona
Exercício
RELAÇÃO COM O CONSUMO ALIMENTAR

Para que haja perda de peso, é necessário um gasto calórico


induzido pelo exercício e não compensado pela alimentação.

Estudos envolvendo exercício e emagrecimento normalmente


mostram efeitos modestos e pouco relevantes. E se
analisarmos caso a caso?
Exercício
RELAÇÃO COM O CONSUMO ALIMENTAR

Então qual a influência do exercício no comportamento


alimentar?

1° Organismos treinados parecem ter maior capacidade de


regulação das calorias ingeridas
Exercício
RELAÇÃO COM O CONSUMO ALIMENTAR

Então qual a influência do exercício no comportamento


alimentar?

1° Organismos treinados parecem ter maior capacidade de


regulação das calorias ingeridas
2° Aumento da restrição cognitiva e diminuição da
desinibição
Exercício
RELAÇÃO COM O CONSUMO ALIMENTAR

Então qual a influência do exercício no comportamento


alimentar?

1° Organismos treinados parecem ter maior capacidade de


regulação das calorias ingeridas
2° Aumento da restrição cognitiva e diminuição da
desinibição
3° Percepção de sacrifício influencia o consumo subsequente
Transtornos
Alimentares
PRECISO MESMO ESTUDAR?
Identificação dos TAs
OS EXTREMOS SÃO CLAROS

Baixo peso, estrutura óssea aparente, cabelos escassos,


pele ressecada e pálida, unhas quebradiças, astenia,
pensamentos negativos, baixa auto estima.
Comercial de margarina: Refeições na mesa, família bem
estruturada, alimentos saudáveis, indivíduos bem dispostos
e humorados, variedade de alimentos.
Identificação dos TAs
OS EXTREMOS SÃO CLAROS

Baixo peso, estrutura óssea aparente, cabelos escassos,


pele ressecada e pálida, unhas quebradiças, astenia,
pensamentos negativos, baixa auto estima.
Comercial de margarina: Refeições na mesa, família bem
estruturada, alimentos saudáveis, indivíduos bem dispostos
e humorados, variedade de alimentos.
Ingere álcool de 3 a 4x por semana, dorme 6h/dia na média,
come frituras 3x por semana, toma suco de pozinho todos
os dias. Trabalha sentado, joga futebol aos sábados.
Treina 6 a 7x na semana, ingere álcool 2 a 3x no ano, abre
mão de algumas situações sociais, mantém o planejamento
mesmo em férias e viagens.

Tirar as lentes de Nutricionista e sair da bolha


Definição
Cultura DIFICULDADE EM TRAÇAR A LINHA
Época
Público
Normalização de comportamentos inadequados.
Dificuldade em distinguir um atleta dedicado.
Aspectos da alimentação

Social: Alimento como motivo de reuniões, entrosamento e


pertencimento ao grupo, facilitador de interação social.
Cultural: Representação de costumes, participação da
identidade.
Emocional: Alimento como comemoração, regulação de
emoções negativas.
ANOREXIA NERVOSA (AN)
Epidemiologia
0,5 a 1% da população (90% M)
Início do TA acontece normalmente no adolescente ou jovem adulto, dificilmente na
infância ou depois dos 40.
Início muitas vezes após um evento traumático/estressante (morar sozinho, entrar
na universidade).
ANOREXIA NERVOSA (AN)
Critérios diagnósticos
Restrição calórica autoimposta com peso corporal significativamente baixo (atenção
à crianças a adolescentes).
Medo de ganhar peso e/ou gordura (não diminui com a perda de peso).
Perturbação na percepção do próprio peso ou forma do corpo (influência do peso na
autoavaliação e não reconhecimento da gravidade).

Subtipos
Restritivo: Durante os últimos 3 meses não houve compulsão ou purgação.
Compulsão alimentar purgativa: Durante os últimos 3 meses houve compulsão-
purgação.

Gravidade
Leve: IMC ≥ 17 kg/m2
Moderada: IMC 16-16,99 kg/m2
Grave: IMC 15-15,99 kg/m2
Extrema: IMC < 15 kg/m2
ANOREXIA NERVOSA (AN)
Características comuns
Perda de peso como marcador de sucesso, virtuosa, exige disciplina.
Diminuição progressiva do repertório alimentar, criação de regras para exclusão
(veg).
Alimentação como pensamento recorrente (coleção de receitas, cozinhar para
terceiros).
Desconforto quando se alimentando em público (ao comprar alimentos também).
Desejo de controlar o ambiente.
Pensamento inflexível e classificação extremista dos alimentos.
Atividade física em excesso (muitas vezes notado antes do início do TA).
Perfeccionismo, disciplina.
Monitoramento excessivo (balança, medidas, roupas).
Conhecimento extenso sobre contagem de calorias.
BULIMIA NERVOSA (BN)
Epidemiologia
0,5 a 4% da população (90 a 95% M)
Início do TA acontece normalmente no adolescente ou jovem adulto, dificilmente na
infância ou depois dos 40.
Início muitas vezes após um período de dieta restrita.
Mais comum em indivíduos com peso normal e sobrepeso.
BULIMIA NERVOSA (BN)
Critérios diagnósticos
Episódios recorrentes de compulsão alimentar, que se dão quando há:
Ingestão de quantidade de alimentos maior do que a considerada normal em
período limitado de tempo.
Percepção de perda de controle em relação à alimentação (aguda ou crônica).
Comportamentos recorrentes e inapropriados para evitar o ganho de peso (laxantes,
diuréticos, exercício, jejum, vomito, medicamentos)
Episódios de compulsão-purgação com frequência semanal, por pelo menos 3 meses.
Autoavaliação muito dependente do peso e forma corporais.

Gravidade
Leve: 1 a 3 episódios de purgação por semana.
Moderada: 4 a 7 episódios de purgação por semana.
Grave: 8 a 13 episódios de purgação por semana.
Extrema: 14 ou mais purgação por semana.
BULIMIA NERVOSA (BN)
Características comuns
Tipo de alimentos consumidos (papel dos industrializados e hiperpalatáveis).
Relação com afeto negativo e situações gatilho.
Exercício excessivo (horário, situação e lesões).
Entre os episódios compulsivos, pode haver restrição e preferência por alimentos
menos calóricos.
Comórbida com outros transtornos mentais, como depressão, ansiedade e
bipolaridade.
TRANSTORNO DE COMPULSÃO
ALIMENTAR PERIÓDICA (TCAP)
Epidemiologia
1 a 3,5% da população (50% M)
8% na obesidade, 25% grau II e 40% grau III
Mais comum em indivíduos com sobrepeso e obesidade.
Menor discrepância entre homens e mulheres.
A prática de dietas restritivas comumente começa depois do TA.
Início normalmente na juventude ou idade adulta.
TRANSTORNO DE COMPULSÃO
ALIMENTAR PERIÓDICA (TCAP)
Critérios diagnósticos
Episódios recorrentes de compulsão alimentar, que se dão quando há:
Ingestão de quantidade de alimentos maior do que a considerada normal em
período limitado de tempo.
Percepção de perda de controle em relação à alimentação (aguda ou crônica).
Pelo menos 3 dos 5 aspectos: comer muito rápido, até se sentir
desconfortavelmente cheio, grandes quantidades mesmo na ausência de fome,
comer sozinho por vergonha, sentir desgosto, depressão ou culpado após o
episódio.
Sofrimento psíquico marcante em decorrência do TA.
Episódios com frequência semanal, por pelo menos, 3 meses.

Gravidade
Leve: 1 a 3 episódios de compulsão alimentar por semana.
Moderada: 4 a 7 episódios de compulsão alimentar por semana.
Grave: 8 a 13 episódios de compulsão alimentar por semana.
Extrema: 14 ou mais episódios de compulsão alimentar por semana.
TRANSTORNO DE COMPULSÃO
ALIMENTAR PERIÓDICA (TCAP)
Características comuns
Episódios podem ser planejados com antecedência.
Vergonha da própria condição.
Ansiedade gerada por eventos e situações que envolvam alimentação em público.
Relação importante com o afeto negativo.
Comórbida com outros transtornos mentais, como depressão, ansiedade e
bipolaridade.
O que causa um TA?
VOLTANDO AO COMPORTAMENTO

Pré disposição genética


Tendência à impulsividade, pior regulação emocional,
desregulação dos centros de fome e saciedade.

Infância
Influência na formação de identidade, importância do
exemplo e controle dos pais sobre os ambientes ao qual o
filho é exposto.

Adolescência
Aumento da autonomia não acompanhando pela capacidade
de tomar decisões, desenvolvimento sexual
O que causa um TA?
VOLTANDO AO COMPORTAMENTO

Precipitantes
O início pode acontecer de maneira súbita por um evento
traumático ou diagnóstico de condição que interfira na
alimentação, ou como situação que "escala" e sai do controle.

Mantenedores
Comportamentos e crenças que dificultam ou impedem a
recuperação, muitas vezes funcionando como um ciclo vicioso.

Considere um episódio de compulsão alimentar. Qual o papel


da dieta?
Restriçao
E A RELAÇÃO COM A COMPULSÃO
Dietas e TAS
RESTRIÇÃO GERA COMPULSÃO?

Histórico de dietas como predisponente


Pensamentos e atitudes
Espiral de controle
Dieta como fator precipitante
Ciclo restrição compulsão como mantenedor
Componentes nutricional e subjetivo de uma
dieta.
O que procurar?
IDENTIFICANDO OS TAS

Queixas/relatos
Motivação para procurar um nutricionista, histórico de dietas,
falas sobre o próprio corpo, medidas compensatórias
(drásticas) histórico de desmaios, alterações menstruais e
RED-S, flutuações rápidas de peso (considerar outras causas)

Sinais
Pele ressecada, queda de cabelo, unhas quebradiças, olheiras,
tom amarelado da pele, erosão dentária, sinais específicos
(signo de Russel)
O que procurar
IDENTIFICANDO OS TAS

Sensibilidade
Encaminhar
Receber encaminhamento
O que procurar
IDENTIFICANDO OS TAS
O que procurar?
GRUPOS DE RISCO

Mulheres são MUITO mais afetadas do que homens (com


exceção do TCAP).
Mais comum a manifestação na adolescência.
Histórico de dietas ou alimentação conturbada.
Núcleo familiar menos estruturado (quanto mais longe do
comercial de margarina, pior).
Indivíduos que, de alguma maneira, trabalham com o corpo
(forma, imagem, peso). Modelos, apresentadores, atletas de
modalidades sensíveis ao peso (contra a gravidade,
categoria de peso e julgados pela estética).
Obesidade
Nutricionistas e estudantes
Homossexuais, transexuais.
Pertencer a um grupo de risco não é determinante, e estar fora
dele não é motivo para exclusão.
Psicometria
SENSIBILIDADE OU ESPECIFICIDADE?

Eating Disorder Examination


Eating Disorder Examination Questionnaire (EDE-Q)
Development and Well-Being Assessment (DAWBA - ED)
Sick-Control-One-Fat-Food (SCOFF)
Eating Attitudes Test
EDE

EDE-Q
EAT26
Psicometria
SENSIBILIDADE OU ESPECIFICIDADE?
Identificação dos TAs
PONTOS IMPORTANTES

Para quem encaminhar?


Nutricionista portador de TA
Tratamento
PRÉ REQUISITO: RESOLUÇÃO DOS PROBLEMASBASE

Regulação emocional
Desenvolvimento de ferramentas.
Intensidade adequada para as situações.
Habituação/exposição
Exposição controlada à estressores diminuindo a
intensidade da resposta.
Pensamentos disfuncionais
Crenças e regras
Outros transtornos psiquiátricos
Depressão, ansiedade, TOC, TDAH
Contato inicial
COMUNICAÇÃO E ENTREVISTA

Objetivo não é levantar toda informação


possível. informações chave para definir os
próximos passos , e construir confiança.
Pacientes respondem de maneira diferente
quando acompanhados ou sozinhos (nem
sempre sozinho é melhor).
Tendencia a esconder ou sub relatar por
vergonha ou medo de repreensão.
Indivíduos mais comunicativos se beneficiam
de direcionamento. Mais reprimidos dão mais
informações quando a pergunta é assertiva
(pistas verbais e não verbais).
Contato inicial
COMUNICAÇÃO E ENTREVISTA

Evitar apresentar novos comportamentos


(principalmente para indivíduos mais jovens).
A inclusão de familiares (sessões
educacionais).
Discriminar dias bons e ruins (possíveis
gatilhos).
Não compactue em manter o TA em segredo
se acreditar que o paciente precisa de ajuda
adicional.
Histórico

Desconforto GI
comum nos TAs como consequência do jejum,
purgação ou compulsão
TA pode aparecer depois da tentativa de eliminar
alimentos responsáveis pelo desconforto.
Obter histórico de obesidade na infância/adolescência:
Descrença da capacidade de manter um peso
normal sem medidas extremas (motivo percebido
pode explicar medos e rituais).
Tentativas fracassadas podem levar a medidas mais
drásticas e perda de controle.
Histórico

Histórico familiar de obesidade:


Restrição como esforço para fugir do “destino"
Falta de bons exemplos na alimentação (nunca
presenciou uma alimentação saudável)
Histórico de Nutricionistas/tratamento
Fracasso em tentativas anteriores gera
resistência/descrença. Revisar possibilita a
identificação de pontos de atenção e a previsão de
obstáculos.
Identificando
comportamentos
disfuncionais
Preocupação excessiva com nutrição: Uso excessivo
de terminologia técnica. Comportamento obsessivo
pode ser visto como virtuoso e incentivado, até que
se torna patológico.
Postura defensiva, hostilidade, resistência:
Possível mesmo em pacientes que buscam ajuda
voluntariamente. Afastamento do profissional por
medo de insucesso e desapontar o profissional.
Consequência de transtornos de personalidade.
Possível interrupção do acompanhamento.
Identificando
comportamentos
disfuncionais
Raiva, frustração, ansiedade, raiva durante as
refeições:
Causa ou consequência do TA.
Terapia trabalha exposição e controle do estresse
(ferramentas), nutrição com planejamento
estruturado livra o paciente da tomada de
decisões.
Itens não alimentares: Tentativa de indução de
saciedade com bolas de algodão, goma de mascar,
grandes quantidades de alimentos “emagrecedores”.
Nutricionista como educador

Primeiro nutricionista: esclarecer seu papel no tratamento, principalmente no longo


prazo.
Em pacientes mais graves, a educação é voltada principalmente para pais ou
responsáveis.
No ambulatório, o "calendário de aulas" deve ser montado com base nos conceitos
errados e crenças do paciente, priorizando os mais amplos e urgentes.
Regras dos TAs:
Prática da rotina diária de alimentação.
Consequências nutricionais dos TAs.
Trajetória do tratamento.
Dicas práticas para implementação de recomendações (compra e preparo)
Ressignificação dos alimentos/alimentação.

A educação pode se estender aos familiares.


Estranheza do cardápio inicial, incentivo a progressão rápida do tratamento e culpa
pelo TA.
Relacionamento
NUTRICIONISTA-PACIENTE

Primeiras consultas
É comum que haja predominância de assuntos
não relacionados ao transtorno e nutrição.
Gerar identificação e ganhar confiança.
Excesso de intimidade
Por mais que a proximidade com o paciente
facilite a comunicação, ainda é necessário
autoridade.
Caso perceba que o nível de intimidade
comece a prejudicar o tratamento, o
nutricionista deve esclarecer seu papel como
profissional.
Relacionamento
MANIPULAÇÃO

Não é incomum que o paciente se mostre mais ou


menos colaborativo a depender da conduta
adotada pelo profissional.
A manipulação acontece na tentativa de
barganhar mudanças mais lentas ou impedir o
progresso do tratamento.
Metas sequenciais no
tratamento
Adequação: Energia consumida é suficiente para suprir as demandas
Balanço: Alimentos de todos os grupos. Quantidades adequadas de cada nutriente.
Variedade: Várias opções de cada grupo. Aporte adequado de micronutrientes.
Moderação: Alimentação não excede meta de calorias, macro e micronutrientes, e
compostos bioativos.
Densidade nutricional: Principalmente de alimentos nutricionalmente ricos.
Autonomia: Consumo de acordo com preferências. Conteúdo nutricional levado em
consideração na escolha. Sentimentos negativos/de culpa após as refeições não são
suficientes para comportamentos compensatórios.
Confiança: Consumo guiado por sinais e pistas internas e externas, sem cardápio
fixo. Refeições não precisam ser planejadas previamente, e participação de eventos
sociais não gera ansiedade. Escolhas são feitas sem sentimentos negativos.

Estes passos são metas sequenciais, e a divisão pode ser usada para educar cuidadores
e pacientes a respeito da progressão do tratamento.
Fármacos
INTERAÇÃO COM O PESO CORPORAL
Terapia
Nutricional
TNE: Não conseguem ou se recusam a atingir
as necessidades.
TNP: Raramente indicado - pacientes com
necessidades MUITO altas, não colaborativos
ou outras doenças.

Pais/responsáveis podem ser resistentes a


terapia nutricional não oral.
TNP não participa dos sinais de fome/saciedade,
não gera aprendizado/habituação.
Suplementação
DEFICIÊNCIAS E NECESSIDADES
Suplementação
FACILITADORES E OBSTÁCULOS

Crença de ganho de peso ou aumento de apetite (micro e


macronutrientes)
Discurso de "aproveitar as colorias" ou "maior tendência ao
exagero". Necessidade de conscientização de que
suplementos são temporários.
Alguns pacientes ainda não estão dispostos a abandonar o
transtorno, e preferem a "anormalidade".
Suplementação
TRANSIÇÃO PARA ALIMENTOS

Alguns pacientes são resistentes à mudança e precisam de


convencimento e desmame, outros transicionam
naturalmente pela busca da normalidade.
Mesmo com diminuição do consumo, não é obrigatório
cessar o uso. Alguns pacientes preferem a praticidade e
conveniência.
Criando repertório
"O que te trouxe aqui?" - Caso o paciente relate que o motivo da "Você costuma comer escondido?" - Se sim, pergunte como
consulta é a opinião de um terceiro - "Por que você acha que estas refeições são diferentes daquelas consumidas em público.
fulano está preocupado com você?"
"Você já acordou e se deparou com sinais de que comeu mais
"Me fala, mais ou menos, o que você come em um dia." - Caso o do que se lembra? - Investigar com que frequência o
paciente mencione dias bons e runs, explore quais comportamento acontece.
características constituem um dia bom ou ruim. Atenção para
alimentos não calóricos, líquidos, excesso de adoçantes ou "Você tem dificuldade em manter as refeições no estomago?" -
condimentos, energéticos, chicletes, álcool. Investigar frequência e quantidades e alimentos comuns.

"Tem algum alimento que você não pode comer?" - Quando o "Você se sente culpado depois de comer" - Caso positivo,
paciente relata exclusão de algum alimento ou grupo por investigue quais os comportamentos resultantes desse
motivos de saúde, investigue como foi feito este diagnóstico. sentimento.

"Quando você vai se alimentar, fica com medo de perder o "Você já sentiu que precisa se livrar da comida/refeição"
controle?" - Se a resposta for positiva, investigue se é apenas
uma preocupação ou se acontece com frequência. "Você costuma evitar comer quando está com fome?" - Se sim,
investigue a frequência e motivação.
"Me conta, com exemplos, refeições que você considera com
exageradas". - Investigar a frequência com que tal limiar é Existe algo de diferente que você faça com suas refeições?" -
atingido. Cortar em pedaços pequenos, reaquecer durante a refeição,
seletividade com louças e talheres, etc.
"Quais alimentos são seus "pontos fracos", e o que acontece
quando eles estão disponíveis?" - Investigar se o indivíduo tenta Outros comportamentos transtornados: laxantes, diuréticos,
evitar esses alimentos. pesagem frequente, atividade física - explorar frequência e
gatilhos.

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