16 Inteligencia Emocional Apostila
16 Inteligencia Emocional Apostila
16 Inteligencia Emocional Apostila
Complementação Pedagógica
Coordenação Pedagógica – IBRA
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SUMÁRIO
Apresentação
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Resolução criativa de conflito;
Unidade V
Aprenda a lidar com Reclamações
O que fazer com um reclamante;
Roteiro para lidar com reclamações;
Saiba dizer Não;
Auto-imagem negativa;
Culpa;
Enfrente a autoridade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS;
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APRESENTAÇÃO
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UNIDADE I
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL: NOVOS TEMPOS, NOVAS
ATITUDES
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E hoje mais do que nunca, não se deve confiar apenas no
raciocínio lógico para resolver essas diferenças e cumprir as metas da
organização para a qual trabalhamos.
Chegamos ao campo da aptidão emocional ou capacidade para
lidar bem com os nossos sentimentos e também com os sentimentos
das demais pessoas. Sem essa aptidão, o indivíduo estará sujeito a
conflitos internos que tiram a sua concentração no trabalho e
comprometem a sua clareza de pensamento e a sua produtividade;
pode ter a sua memória afetada e dificuldade para tomar decisões com
objetividade. E ainda pode lhe faltar clareza quanto à verdadeira função
do trabalho em sua vida.
Manter-se consciente dos próprios sentimentos, permanecendo
atento ao que se está sentindo, também é uma aptidão emocional
básica que auxilia o desenvolvimento da integridade e leva a pessoa a
descobrir satisfação no seu ambiente trabalho. Igualmente importante é
saber sintonizar com os sentimentos daqueles com quem nos
relacionamos profissionalmente, procurando aprender a lidar com as
divergências antes que elas cresçam.
No mundo dos negócios é comum encontrar profissionais guiados
por uma lógica e objetividade excepcionais, mas sem qualquer
habilidade para os temas de origem emocional, para as questões do
coração. Podemos dizer que Lógica e Intuição prometem fazer a
parceria definitiva no paradigma da empresa e do profissional do terceiro
milênio, reafirmando o pensamento de que “só quem se conecta com o
invisível consegue fazer o possível”.
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O QUE É INTELIGÊNCIA EMOCIONAL?
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No ambiente de trabalho, o que predomina e o que devemos
avaliar, são as condições para uma verdadeira harmonia entre o homem
e o trabalho e vice-versa.
A base concreta para um relacionamento é ter percepção dos
nossos deveres e obrigações e dos limites e regras que fazem a relação
social ser harmônica. É muito importante fazermos uma breve análise
sobre modernidade, no contexto da era globalismo, para depois situar as
relações interpessoais, cuja área tem que assumir novas posturas nas
organizações contemporâneas.
A opção não estaria em ser ou não ser moderno, mas o que é ser
moderno, (qual o retrato do futuro desejado pela sociedade) e o como
ser moderno, (quais as intenções, prioridades, medidas e instrumentos a
serem usados na construção desse futuro)”.
Pergunto: E as organizações nesse contexto? E por extensão, as
Relações Interpessoais?
Em primeiro lugar, há necessidade de repensar não só as práticas,
mas também os conceitos de relações Interpessoais no âmbito das
organizações.
O processo de mudança nas organizações vivas tem sido a
característica mais estável ao longo dos tempos. Viver é hoje um desafio
intelectual e emocional constante para todos, dentro da ambiguidade e
incertezas das mudanças velozes e contínuas.
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A chamada educação de laboratório é uma tentativa de resposta
ao problema de ajustamento à mudança e baseia-se no pressuposto de
que é preciso aprender a aprender, não apenas copiar fórmulas e
modelos alheios, e sim, identificar, descobrir a melhor maneira para
utilizar seus recursos e potencialidades, confiando em suas habilidades,
sabendo aproveitar suas forças e lidar com suas fragilidades.
Ao mesmo tempo, desenvolver habilidades de utilizar recursos dos
outros, sem excessiva dependência nem independência total, até
alcançar a sábia dosagem de autêntica interdependência.
Competência Interpessoal – Eu e os Outros. Como trabalhar bem com
os outros? Como entender os outros e fazer-se entender?
Por que os outros não conseguem ver o que eu vejo, como eu
vejo, por que não percebem a clareza de minhas intenções e
ações?
Por que os outros interpretam erroneamente meus atos e
palavras e complicam tudo?
Por que não podemos ser objetivos no trabalho e deixar
problemas pessoais de fora?
Quem já não pensou assim, algumas vezes, em algum
momento ou situação?
Desde sempre a convivência humana é difícil e desafiante.
Escritores e poetas, através dos tempos, têm abordado a problemática
do relacionamento humano. Sartre, em sua admirável peça teatral Huis
Clo, faz a famosa afirmação: “O inferno são os outros”.
Estaremos realmente condenados a sofrer com os outros?
Ou podemos ter esperanças de alcançar uma convivência
razoavelmente satisfatória e produtiva?
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Pessoas convivem e trabalham com pessoas e portam-se como
pessoas, isto é, reagem às outras pessoas com as quais entram em
contato. Comunicam-se, simpatizam e sentem aversões, aproximam-se,
entram em conflito, competem, colaboram, desenvolvem afeto.
Essas interferências ou reações, voluntárias ou involuntárias,
intencionais ou não, constituem o processo de interação humana em
que cada pessoa na presença de outra pessoa não fica indiferente a
esta situação de presença estimuladora.
O processo de interação humana é complexo e ocorre
permanentemente entre as pessoas, sob a forma de comportamentos
manifestos e não - manifestos, verbais e não verbais, pensamentos,
sentimentos, reações mentais e/ou físico-corporais. Assim, um olhar, um
sorriso, um gesto, uma postura corporal, um deslocamento físico de
aproximação ou de afastamento constituem formas não- verbais de
interação entre pessoas. Mesmo quando alguém vira as costas e fica
em silêncio, isto também é interação - e tem um significado, pois
comunica algo aos outros. O fato de sentir a presença dos outros já é
interação. A forma de interação humana frequente e usual, contudo, é
representada pelo processo amplo de comunicação, seja verbal ou não
verbal.
A PRIMEIRA IMPRESSÃO
O contato inicial entre pessoas gera a chamada “primeira
impressão”, o impacto que cada um causa no outro. Essa primeira
impressão está condicionada a um conjunto de fatores psicológicos da
experiência anterior de cada pessoa, suas expectativas e motivação no
momento e a própria situação do encontro.
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Primeiras impressões poderão ser muito diferentes se certos
preconceitos, prevalecerem ou não, se as predisposições do momento
forem favoráveis à aceitação de diferenças no outro e se o contexto for
formal ou informal, de trabalho neutro ou de ansiedade e poder, tal
como, por exemplo, uma entrevista para solicitar emprego, ou
promoção, ou outras vantagens.
Quando a primeira impressão é positiva de ambos os lados,
haverá uma tendência a estabelecer relações de simpatia e
aproximação, que facilitarão o relacionamento interpessoal e as
atividades em comum. No caso de impacto positivo de um lado, mas
sem reciprocidade, o relacionamento tende a ser difícil, tenso, exigindo
um esforço de ambas as partes para um conhecimento maior que possa
modificar aquela primeira impressão.
Quantas vezes geramos e recebemos primeiras impressões
errôneas que nos trazem dificuldades e aborrecimentos desnecessários
porque não nos dispomos a rever e, portanto, confirmar ou modificar
aquela impressão. Quando isto acontece, naturalmente, ao longo de
uma convivência forçada, como na situação de trabalho, por exemplo,
percebemos então, quanto tempo precioso e quanta energia perdemos
por não tomar a iniciativa de procurar conhecer melhor o outro e
examinar as próprias atitudes e preconceitos para desfazer impressões
negativas não -realísticas.
É muito cômodo jogar a culpa no outro pela situação equivocada,
mas a realidade mostra a nossa parcela de responsabilidade nos
eventos interpessoais. Não há processos unilaterais na interação
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humana: tudo que acontece no relacionamento interpessoal decorre de
duas fontes: eu e o outro.
PROCESSO DE INTERAÇÃO
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e tratadas, determina a modalidade de relacionamento entre membros
do grupo, colegas de trabalho, superiores e subordinados.
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crescente desintegração do desempenho grupal para um estado de
antropia do sistema e final dissolução do grupo.
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Competência Técnica é a habilidade de lidar eficazmente com as
relações interpessoais, de acordo com três métodos:
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Assim, ampliam-se a capacidade perceptiva e o repertório
comportamental do indivíduo, saindo dos limites estreitos da conduta
estereotipada do dia a dia.
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onda de hormônios, a adrenalina entre outros, gera uma pulsação,
energia suficientemente forte para uma atuação vigorosa.
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- A tristeza acarreta uma perda de energia e de entusiasmo pelas
atividades da vida, em particular por diversões e prazeres.
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nossos próprios sentimentos e a capacidade de discriminá-los e usá-los
para orientar o comportamento.
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A empatia, outra capacidade que se desenvolve na
autoconsciência emocional, é a “aptidão pessoal” fundamental.
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Atividades sobre a UNIDADE I :
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UNIDADE II
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Compatível com as necessidades (motivações) de ambos,
comunicador e receptor. Pode ser altamente destrutivo quando
satisfaz somente às necessidades do comunicador, sem levar em
conta as necessidades do receptor.
Dirigido: Para comportamentos que o receptor possa modificar,
pois, caso contrário, a frustração será apenas incrementada se o
receptor reconhecer falhas naquilo que não está sob seu controle
mudar.
Oportuno: Em geral, o feedback é mais útil o mais próximo
possível, após o comportamento em questão, dependendo
naturalmente, da prontidão da pessoa para ouvi-lo, apoio dos
outros, clima emocional, etc.
Esclarecido para assegurar comunicação tranquila: Um modo
de proceder é fazer com que o receptor repita o feedback recebido
para ver se corresponde ao que o comunicador quis dizer. Quando
o feedback ocorre num grupo de treinamento, ambos têm
oportunidade de verificar com os outros membros a extensão do
feedback: é uma impressão individual e compartilhada por outros.
Os insucessos frequentes na comunicação interpessoal têm
indicado entretanto, que esses requisitos, embora compreendidos e
aceitos intelectualmente, não são fáceis de ser seguidos, tanto no
processo de dar feedback quanto no de receber feedback.
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A questão de confiança na outra pessoa é crítica, especialmente em
situação de trabalho ou outras que possam afetar nosso status ou
imagem. Podemos também recear o que a outra pessoa pensa a nosso
respeito. Podemos sentir que nossa independência esteja sendo violada
ou que o apoio que esperávamos nos esteja sendo negado.
Quando percebemos que estamos contribuindo para manter o
problema e que precisamos mudar, podemos reagir defensivamente:
paramos de ouvir (desligamos), negamos a validade do feedback,
agredimos o comunicador, apontando-lhe também seus erros etc.
Às vezes, a resolução de um problema pode significar descobrir e
reconhecer algumas facetas de nossa personalidade que temos evitado
ou desejado evitar até pensar sobre elas.
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(afetivas) e sociais muito fortes, em termos de amizade (ou sua
negação), status, competência e reconhecimento social. Assim,
reagimos à resistência com mais pressão e com isso aumentamos a
resistência (defensividade), o que acontece tipicamente em polêmicas
que se radicalizam.
Muitas vezes a pessoa não está preparada psicologicamente para
receber feedback ou não deseja nem sente sua necessidade. É preciso
atentar para estes aspectos de fraca ou nula prontidão perceptiva, que
constituem verdadeiros bloqueios à comunicação interpessoal. Se
insistirmos no feedback, a pessoa poderá duvidar dos nossos motivos
para tal, negar a validade dos dados e racionalizar procurando justificar-
se.
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Os dados subjetivos referentes a sentimentos e emoções também são
importantes no processo de feedback. Por exemplo: “Quando você fez
aquilo, senti-me numa situação muito desagradável”. Isto não tem por
objetivo invalidar os motivos da outra pessoa, apenas para indicar como
a ação repercutiu em nós. Não sabemos por que agiu assim, sabemos,
porém como o seu comportamento nos fez sentir.
Quando recebemos feedback de uma pessoa, precisamos
confrontá-lo com as reações de outras pessoas para verificar se
devemos mudar nosso comportamento de maneira geral ou somente em
relação àquela pessoa.
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Uma boa paráfrase envolve atenção, escuta ativa e empatia.Uma
paráfrase neutra constitui um autêntico feedback para o emissor da
mensagem. Por exemplo: “Será isto (afirmação) a correta expressão de
sua idéia?” Ou então: “Seria isto (fato específico) um exemplo do que
você disse?”
Descrição de Comportamento
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“Luiz e Alfredo falaram quase o tempo todo e nós ficamos sem
oportunidade de falar.”
A habilidade de descrever comportamento exige o relato de ações
observáveis: sem colocar-lhes um julgamento de valor como certo ou
errado, bom ou mau, devido ou indevido; sem fazer acusações ou
generalizações sobre os motivos, atitudes ou traços de personalidade da
outra pessoa. Significa, enfim, evitar descrever características pessoais
e intenções ou interpretar o comportamento da outra pessoa,
restringindo-se apenas a relatar o comportamento observável.
É muito importante desenvolver esta habilidade se você deseja dar
feedback útil. Ao mesmo tempo, constitui uma valiosa aprendizagem
para compreender como você responde a mensagens que o outro não
enviou, como você mesmo distorce os sinais, como você comunica
mensagens sem perceber e como os outros vêem você diferentemente
de sua auto-imagem. O processo como um todo, é extremamente
necessário para a efetiva comunicação e o desenvolvimento da
competência interpessoal.
Verificação da Percepção
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Através da habilidade de observar e relatar percepções de
sentimentos, pode - se chegar a compreender melhor as outras
pessoas, pois a comunicação se realiza através de vários canais, cujos
sinais precisam ser captados para que as mensagens tenham
significado total.
Além disso, a comunicação passa a ser realmente compartilhada
com a preocupação de entender as idéias, informações e sugestões e,
ao mesmo tempo, como o emissor está se sentindo ao enviar as
mensagens e ao perceber como estão sendo recebidas. Muitas vezes, o
emissor não está consciente dos sinais não-verbais que emite e que
transmitem mensagens emocionais que podem facilitar, perturbar ou
contradizer a mensagem verbal principal.
O processo de verificar percepções passa a ser uma das formas
mais úteis de feedback e aprendizagem para o emissor. Esta habilidade
constitui um dos melhores exercícios para desenvolver a capacidade de
empatia, em que a observação acurada, comparação com sentimentos
já experimentados e auto-colocação no lugar do outro, se conjugam
levando à compreensão mútua e maior competência interpessoal para a
vida em comum.
Descrição de Sentimentos
Consiste em identificar ou especificar sentimentos verbalmente,
seja por meio do nome do sentimento, de figuras de linguagem ou de
impulso de ação.
Alguns exemplos:
- “Eu me sinto constrangido”. “Eu gosto muito de você”.( Identificação de
sentimento pelo seu nome).
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- “Sinto vontade de abraçar todo mundo”.(impulso de ação)
- “Sinto-me um pássaro aprisionado.” (figura de linguagem)
- “Derreto-me ao olhar seus olhos.” (figura de linguagem)
Estas duas últimas habilidades de comunicação ajudam os outros a
compreendê-lo como pessoa, pois você lhe transmite aquilo que faz em
termos do que afeta a você pessoalmente ou como membro de um
grupo e, principalmente, revela aos outros de forma clara, aquilo que
você sente.
UNIDADE III
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opções para melhores e piores maneiras de reagir a qualquer situação
ou problema.
Num grupo de trabalho, as diferenças individuais trazem
naturalmente diferenças de opinião, expressas em discordância quanto
ao aspecto de percepção da tarefa, metas, meios ou procedimentos.
Essas discordâncias podem conduzir a discussões, tensões,
insatisfações e conflito aberto, ativando sentimentos e emoções mais ou
menos intensos que afetam a objetividade e transformam o clima
emocional do grupo.
O Conflito
A partir de divergências de percepção e idéias, as pessoas se
colocam em posições antagônicas, caracterizando uma situação
conflitiva. Desde as mais leves até as mais profundas, as situações de
conflito são componentes inevitáveis e necessárias para a vida grupal.
O conflito, em si, não é patológico nem destrutivo. Pode ter
consequências funcionais e disfuncionais, a depender de sua
intensidade, estágio de evolução, contexto e forma como é tratado. De
um ponto de vista amplo, o conflito tem muitas funções positivas. Ele
previne a estagnação decorrente do equilíbrio constante da
concordância, estimula o interesse e a curiosidade pelo desafio da
oposição, descobre os problemas e demanda sua resolução. Funciona,
verdadeiramente, como a raiz de mudanças pessoais, grupais e sociais.
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Compreensão e Diagnóstico de Divergências e Conflitos
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Via de regra as discussões se prolongam e a confusão aumenta quando
as pessoas não sabem exatamente a natureza do problema sobre o
qual discordam tão veemente.
Estudos experimentais têm demonstrado que a percepção é um
processo seletivo em que a pessoa atua ativamente, captando e
organizando os estímulos de acordo com as suas necessidades
motivacionais e experiências anteriores.
O papel social, a posição no grupo e o status social influenciam as
atitudes das pessoas diante das situações, determinando pressões para
assumir certa posição, opinião e decisão. Uma vez examinado a
natureza das diferenças e os fatores que deram origem aos conflitos,
cabe detectar ainda um aspecto capital no diagnóstico de conflitos,
representado pelo seu estágio de evolução. As divergências
interpessoais passam geralmente por cinco estágios que apresentam
dificuldades crescentes para a sua resolução:
Antecipação (primeiros sintomas)
Conscientização (sensação de dificuldades, porém não
expressas).
Discussão (pontos de vista declarados)
Disputa aberta (discussões tendentes a antagonismos)
Conflito aberto ( posições definidas tendentes a radicalização)
O último estágio indica uma orientação de ganha-perde ou, no
máximo de acomodação por negociação de barganha. Cada pessoa
procura, tenazmente, defender e ampliar seus argumentos e poder na
situação e, ao mesmo tempo, diminuir a influência de seus oponentes.
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Evidentemente, as possibilidades de sucesso na resolução de conflito
estão inversamente relacionadas à evolução de sua intensidade e
amplitude. O diagnóstico da situação de conflito ajudará a enfrentá-lo
adequadamente.
Quando duas pessoas estão em conflito e uma terceira intervém,
esta necessita de certas habilidades não só de diagnóstico, mas
também de atuação. O simples fato de uma terceira pessoa neutra e
de confiança, que pode e quer ajudar os indivíduos, indicar alguns
aspectos relevantes para o diagnóstico da situação, esclarecer os
oponentes, levando-os a uma atitude de indagação e exame dos fatores
envolvidos, o que pode ser o início de um processo de resolução de
problemas e não mais uma luta de ganha-perde.
A responsabilidade maior de resolução de conflitos cabe ao líder
do grupo, mas não exclusivamente. Cada membro de grupo é também
responsável pelo rumo que as divergências podem tomar contribuindo
para a sua evolução e consequências construtivas ou destrutivas. Esta
responsabilidade, porém, exige paralelamente uma habilidade para lidar
com conflitos, habilidade pouco desenvolvida na educação formal, em
ambiente escolar ou em programas de desenvolvimento profissional.
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O excesso de conflito, porém, pode tornar a vida muito
estressante. A maneira de abordar um conflito vai depender de vários
fatores, entre os quais se incluem: natureza do conflito, razões, grau de
extensão, intensidade ou importância quanto a consequências, contexto
grupal e organizacional, motivação dos oponentes.
As experiências anteriores que cada um já teve com relação aos
conflitos e seus resultados ou formas de resolução, também influem
consideravelmente nas abordagens subsequentes.
Schmidt e Tannembaum indicam quatro abordagens utilizáveis pelo
líder de grupo de trabalho e, também, pelos membros do grupo.
Evitar o conflito
Procurar compor grupos mais homogêneos, com maior afinidade
de pontos de vista, valores, metas, métodos, etc. Geralmente ocorre em
parte, quando o superior (executivo, gerente, chefe, coordenador)
escolhe a equipe.
Além disso, o líder pode exercer controle sobre as relações
interpessoais de seus liderados, separando indivíduos agressivos ou
divergentes no planejamento de tarefas, evitando assuntos controversos
nas reuniões de trabalho, controlando enfim, as condições ambientais
físicas e sociais.
Em algumas organizações, esta é uma forma útil de resolução (ou
prevenção) de conflitos, pois reforça um clima de segurança, condizente
com os objetivos e a cultura organizacionais. Tudo é feito para não
haver tensões consideradas prejudiciais ao trabalho, à produtividade e
ao relacionamento pessoal harmonioso.
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O risco, contudo, é a redução e até a extinção da criatividade, pois
novas idéias vão aparecendo menos frequentemente, as velhas
continuam indefinidamente sem reexame, sem testagem, uma vez que é
considerado inadequado discordar por ferir normas de solidariedade
grupal.
Reprimir o Conflito
Além de manter as diferenças sob controle encobertas, portanto,
pela ênfase continuada à lealdade, cooperação, trabalho em equipe e
outros valores no grupo, conduzindo a um clima contrário à expressão
de discordância, o líder do grupo pode também controlar mais
ativamente as situações, desenvolvendo uma atmosfera de repressão
através de recompensas e punições.
Pode recompensar a concordância e a cooperação,
representadas por aceitação das normas vigentes e punir de várias
formas, material ou psicologicamente, a discordância ou expressão de
idéias não conformistas pelos que ousam romper a harmonia do grupo
ou da organização.
As vantagens dessa abordagem referem-se a objetivos
importantes a curto prazo e, por isso, sem tempo para a resolução de
diferenças individuais, pois é sabido que não se necessita de consenso
para trabalho eficiente e eficaz.
Por outro lado, muitas vezes, os conflitos latentes não são
relevantes à tarefa em si, como por exemplo, divergências políticas,
religiosas, filosóficas. A repressão, no entanto, sempre custa alguma
coisa em termos psicológicos, pois as diferenças são importantes para
as pessoas envolvidas.
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Os sentimentos podem tornar-se muito intensos e, se não forem
expressos por causa da repressão externa, acabarão sendo canalizados
indiretamente para alvos seguros – ou bodes expiatórios – que
receberão toda a carga de frustração e hostilidade, perturbando
igualmente a produtividade do grupo ou das pessoas.
Diferenças de pontos de vista e sentimentos que os acompanham
não desaparecem simplesmente por serem reprimidos ou ignorados por
outrem. Continuam sob a superfície, expressando-se na agenda oculta
em que o conteúdo da discussão não é tão importante quanto a forma
ou processo de discussão, isto é, como as idéias são combatidas não
pelo seu mérito, e sim por quem as apresentou ou defendeu.
Os conflitos latentes resultantes de repressão, quando não
resolvidos, ficam apenas sob pressão, e por isso mesmo continuam
presentes com teor energético acumulado, que cresce até emergir direta
ou indiretamente em ocasiões inoportunas, sem controle, trazendo
sérios riscos à pessoa, ao grupo e à organização pelos seus efeitos
destrutivos potenciais.
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Uma vez esclarecido e resolvido o conflito, pode-se refletir sobre os
seus custos financeiros, desperdício de energia, de tempo, de custos
psicológicos, tais como tensões, insatisfações, hostilidades,
constrangimentos e ansiedade. O conflito drena muita energia das
pessoas envolvidas e pode danificar sua eficácia futura. No calor da
confusão, palavras são ditas que deixam cicatrizes duradouras ou
nublam relações para sempre.
Quando o líder opta por esta abordagem, precisa ter em mente as
vantagens que espera alcançar, as possíveis consequências e que
medidas tomarem para manter o equilíbrio dentro de certas proporções
ou limites. Sua preocupação maior, porém em termos de análise custo-
benefício, será o que fazer após a resolução do conflito para fortalecer o
relacionamento entre os oponentes, de modo a minimizar a
destrutividade potencial do conflito sobre a interação futura.
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Esta abordagem de resolução de problemas ajuda a lidar com
sentimentos que acompanham discordâncias, tais como frustração,
ressentimento, hostilidade, etc..
Através da aceitação e colocação aberta de sentimentos, o líder
ajuda a evitar a repressão de sentimentos que explodiriam em ocasiões
inoportunas. Auxilia também a canalizar energia e sentimentos para
atividades construtivas.
O conflito em si tende a fazer com que o indivíduo procure meios
de enfraquecer e minar os que discordam dele, ao passo que a
abordagem de resolução de problemas leva o indivíduo a aceitar a
discordância como sendo potencialmente vantajosa e enriquecedora aos
seus próprios objetivos, idéias e procedimentos. A utilização dessa
abordagem não é simples nem fácil. Demanda mais tempo e habilidade
especial do líder e dos membros do grupo, habilidade que precisa ser
desenvolvida e sistematicamente praticada e avaliada.
A situação argumentação e/ou exploração de todos os pontos de
vista, precisa ser muito bem planejada e conduzida, sob pena de
degenerar em conflito maior e não controlável o que passa a ser ainda
mais frustrante a todos os envolvidos. Se, no entanto a situação requer
uma decisão ou solução rápida, pode ser mais fácil ignorar as
divergências.
Resolução Criativa do Conflito
Visto numa perspectiva de resolução de problemas, o conflito torna-
se com frequência, um aspecto do processo de auto-testagem e auto-
avaliação da pessoa. Desse modo, pode ser bastante agradável
experimentar o prazer advindo do uso ativo e pleno de suas próprias
capacidades.
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Os elementos básicos para o processo criativo são:
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A habilidade de administrar e resolver conflitos constitui um dos
componentes cruciais da competência interpessoal e sugere a
necessidade de maior atenção e investimento nessa área de
treinamento para desempenho eficaz e, consequentemente, maior
produtividade individual e grupal.
UNIDADE IV
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
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Podem fazer perguntas relevantes ou pedir que se repita alguma
mensagem para que fique mais clara. E tanto melhor, se a explicação
verbal vier acompanhada de uma demonstração prática.
Pode ser vantajosa uma comunicação por escrito seguir uma
comunicação verbal, para que o receptor tenha algo a que recorrer em
caso de necessidade. Contudo, a comunicação escrita sozinha costuma
ser insuficiente, visto que muitas pessoas tendem a fazer uma leitura
rápida em vez de realmente analisar um documento.
A comunicação verbal é um processo interativo que exige duas
habilidades básicas: transmitir informação e receber feedback. Não
basta você dizer o que deseja e depois ir embora acreditando que seu
discurso foi perfeitamente compreendido e assimilado. Você deve insistir
para que a pessoa dê um retorno e assim certificar-se de que ela
entendeu direito o que você disse.
Segundo a escritora Úrsula Marhkam, a transmissão da
mensagem possui três componentes: A Palavra, a Voz e a Linguagem
Corporal.
Você certamente vai se surpreender ao saber que somente 7% da
compreensão dependem das palavras que empregamos, 13% da voz,
sua expressão, entonação,etc. - e 80% da linguagem corporal. Dessa
forma, é importante que esses três meios não mandem mensagens
contraditórias. Caso isso aconteça o ouvinte ficará totalmente confuso.
Mesmo quando estamos transmitindo uma mensagem coerente,
podemos nos deparar com alguns empecilhos para uma comunicação
efetiva. Dentre esses obstáculos podemos destacar:
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Falta de concentração:
Seu ouvinte pode ser daqueles que não consegue se concentrar por
muito tempo em determinada coisa e você se esqueceu de levar isso em
conta. Ou no momento ele pode se encontrar muito estressado ou
preocupado com algo importante, o que reduz sua capacidade de
concentração.
Falta de informações prévias:
Como o processo de aprendizado envolve não só receber novas
informações como também associá-las com o conhecimento prévio, se
esse conhecimento prévio não existe (por qualquer razão que seja), não
vai ocorrer nenhuma associação e o ouvinte não vai conseguir
entender o que você está tentando lhe dizer.
Ansiedade ou estresse:
Todos nós sabemos o quanto o excesso de ansiedade ou estresse
pode dar um branco em nossa mente. Assim, se a pessoa a quem você
se dirige se encontra nervosa por um motivo qualquer ou está
preocupada com o que acha que você vai dizer, terá mais dificuldade
em apreender o que você vai transmitir.
Desconforto:
Talvez o ouvinte padeça de algum mal estar físico e se distraia
pensando na dor. Isto naturalmente vai diminuir sua capacidade de
captar o que você está dizendo.
Preconceitos e Conceitos:
A combinação de pessoas e acontecimentos envolvidos na nossa
criação pode “programar-nos” para adotarmos certos padrões de
pensamento e comportamento.
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A pessoa com quem você está falando também carrega seus
preconceitos e conceitos que irão influenciar na maneira de assimilar
suas palavras.
Linguagem:
Se for você quem dá as instruções, por certo conhece melhor o
assunto do que a pessoa que a recebe. Procure evitar uma linguagem
muito técnica, fora do alcance do seu ouvinte – fato talvez que ele não
queira admitir.Também há sotaques difíceis de entender; o significado
de certas palavras varia de acordo com a região, ainda que do mesmo
país; algumas pessoas falam rápido demais, outras apresentam
problemas de dicção. Tudo isso pode atrapalhar a transmissão da sua
mensagem.
Capacidade de memorização:
Algumas pessoas têm grande capacidade de memorizar o que
ouvem; outras porém, conseguem apenas absorver pouca informação
por vez. Lidamos com vários níveis de inteligência. Volta e meia lidamos
com pessoas que não usam o raciocínio e a memória desde que saiu da
escola.
Temos, por outro lado, aqueles que estudaram técnicas de
aprendizado e memorização; assimilam e classificam mentalmente as
informações com muito mais rapidez. Lembre-se disso quando transmitir
uma mensagem.
Distrações:
Certas pessoas se distraem mais facilmente que outras. Um
consegue se abstrair das imagens e dos sons que o rodeiam e
acompanhar o discurso, enquanto o outro se distrai com o telefone
tocando ou vendo alguém que conhece passar pela janela.
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Também existem as distrações mentais que precisamos considerar.
Perdido em Pensamentos:
Se for você quem fala, ao observar seu ouvinte, ele pode lhe parecer
totalmente atento ao que você está dizendo, prestando atenção a cada
palavra sua. Mas um de seus comentários pode ter desencadeado uma
sucessão de pensamentos que o fez perder alguma coisa que você
disse em seguida. Ou de tão ansioso para causar uma boa impressão,
ele em vez de ouvi-lo, dedica-se desesperadamente a tentar formular
uma resposta.
Fadiga:
Não se recomenda dar instruções de suma importância ao final do
expediente (ou antes da hora de dormir, referindo-se a algo voltado
para o lar). Por mais que demonstre boa vontade, a pessoa exausta não
conseguirá assimilar ou lembrar de suas palavras com a mesma
eficiência de alguém descansado e alerta.
Conclusões precipitadas:
Devido a uma combinação de dois ou mais dos obstáculos citados,
seu ouvinte pode se julgar capaz de adivinhar suas palavras e, portanto
“desligar-se e não ouvi-lo de verdade.
A Arte de Ouvir
Desde que não se trate de um deficiente auditivo, a pessoa com
quem você fala, sem dúvida o ouvirá. Mas será que o compreenderá?
Saber ouvir significa compreender a exata mensagem que o outro
pretendeu transmitir.
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Quem não escuta tagarela
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Mas, afinal, o que é ouvir, ou seja, o que é este modo de transformar o
silêncio em discurso qualitativo em direção à compreensão? O que se
quer do bom ouvinte? Como saber ouvir pode nos ajudar a compreender
o outro?
Voltemos a nossa audição aos pensadores dos séculos I e II,
momento em que o ouvir era o único de todos os sentidos pelo qual se
podia aprender as virtudes, já que, para Plutarco, pelos outros sentidos
se aprendem os vícios.
Plutarco, no Tratado da Escuta, afirma que a audição é ao mesmo
tempo o mais passivo e o mais racional de todos os sentidos. A audição
é passiva. Esse pensador grego explica que não se pode ouvir o que
acontece ao nosso redor, ou seja, não se pode evitar a audição. Por
outro lado, podemos nos recusar a olhar fechando os olhos ou, ainda,
recusar-nos a tocar em alguma coisa, a degustar algo, acredita ele.
Por outro lado, o ouvir é também racional porque tem mais
ligações com a razão do que com as paixões, com os prazeres.
Portanto, afirma Plutarco, o único acesso da mente à linguagem racional
é o ouvido.
Seguindo essa linha de pensamento, Epicteto (55-135 d. C) vai
mostrar que até mesmo na atividade racional da audição há algo
necessariamente passivo em que é preciso escutar a linguagem e
receber a palavra transmitida. Para que se compreenda o que o falante
nos diz, duas coisas são particularmente necessárias: a maneira de
dizer e a variedade de termos. Compreendermos com isso que o
ouvinte corre o risco de dirigir sua atenção não precisamente sobre a
coisa dita, mas sobre estes elementos.
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É comum se pensar uma coisa e se falar outra; e quem escuta,
pode ainda escutar e pensar numa outra coisa. E, mais, pode acontecer
de se achar que o outro falou exatamente aquilo que se compreende.
Adverte-nos Epicto que a audição está sempre submetida a erro, a
contra-sensos, a falta de atenção.
O escutar é propriamente este recolher-se, concentrado na palavra
que nos é dirigida, que é dita. Na atitude que se põe à escuta, manifesta-
se a essência do ouvir. Escutamos se somos todo ouvidos
(Heidegger). Ouvir aqui no sentido de escutar e de seguir pensamento.
Somos todo ouvidos quando nosso reconhecimento se transportar, puro
para dentro do poder de escutar, quando esquecemos completamente
de sons.
Enquanto escutarmos apenas palavras como expressão de
alguém que fala, não escutamos ainda, não escutamos absolutamente.
Ser “todo ouvidos” não é ser “ouvidos” para tudo. A verdadeira escuta é
seletiva: deixa de ouvir algo para ouvir melhor outra coisa.
Escutar é mais que ficar em silêncio enquanto o outro fala. Escutar
não é despotencializar os outros sentidos. É, sim, uma atitude global do
corpo. Escutar é compreender um olhar. Sobre esse aspecto, o poeta
gaúcho Mário Quintana (1906-1994) diz: Quem não compreende um
olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação. O discurso do
outro deve ser ouvido com toda atenção ativa de alguém que procura
saber o que acontece na alma, no coração daquele que fala.
Do ouvir dos filósofos gregos, dado pela famosa ordem do silêncio
pitagórico, o silêncio pedagógico à fenomenologia da escuta.
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A práxis da escuta em Filosofia Clínica é uma escuta voltada para o
outro que nos dirige a palavra em busca de compreensão, de alívio, de
cuidado, de amigo, de alguém que escute sem pressa. Esta escuta aqui
é fundada no amor, no respeito e no carinho.
Os pressupostos filósofos nos orientam numa formação humanista
no sentido de acreditar que cada um tem um modo singular de existir e
representar a sua maneira tudo o que o cerca, tudo o que vivencia. Isto
significa dizer que a escuta é fenomenológica, não é orientada por
métodos apriorísticos que por antecipação definem a pessoa fora da sua
subjetividade, do seu padrão de normalidade. Necessariamente, nosso
ouvir é de uma conduta sofisticada, sutil, delicada.
A pessoa é livre para dizer e o filósofo é livre para ouvir. Em outras
palavras, é o compromisso com a verdade de cada um.
Trazendo para nossa vida cotidiana, profissional ou pessoal, é
urgente cuidar de nossa língua que insiste numa fala precipitando
respostas, conselhos, opiniões, julgamentos, críticas, pareceres e
diagnósticos. Ouvir é reter o discurso do outro, é abrir vazios de
silêncios, voltar-se para a fala do outro. O educador Rubem Alves, em
seu livro “O amor que acende a lua”, diz: “é preciso tempo para
entender tudo o que ouvimos; não se deve ficar em silêncio só por
delicadeza.
Ouvir é essencialmente cuidar e cuidar é curar na direção da
melhora existencial de quem nos fala, algo que requer o estudo de si. É
preciso certa postura e atitude que dêem sinais de que acompanhamos
e compreendemos o que é ouvido. Muitas vezes nossa escuta é o
carrasco, em vez de ser o amigo. Precisamos mesmo rever nossos
conceitos.
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Acreditamos que ser amigo é aquele que diz tudo na cara, que diz
a verdade nua e crua, que não tem piedade, talvez, por não saber o
melhor caminho, a melhor via de acesso à pessoa. Quantas dores ficam
sem ser escutadas. Quantas dores são potencializadas por causa de um
pré-juízo de que, ao levar a pessoa à dor, ela saberá valorizar o que
tem. Nem sempre é assim. Então, comecemos por admitir que exista
uma escuta que nos permite ouvir o outro, na relação de subjetividades,
na construção de uma verdade relacional e mutável.
Vimos que o silêncio caracteriza a nossa escuta. Mas é preciso também
certa postura, uma atitude que dê sinais para mostrar que
acompanhamos e que compreendemos o que estamos ouvindo.
Não se trata de um gesto caricaturado. É preciso que o corpo
permaneça calmo. Portanto, o que se quer de um bom ouvinte é uma
espécie de silêncio ativo e significativo.
Somos todos necessariamente ouvintes, de nós mesmos e do
outro. Entretanto, não necessariamente ouvintes de boa escuta. Mesmo
sendo profissionais especializados, mestres e doutores em áreas
diversas, ainda corremos o risco do erro, da falta de atenção. O esforço
de hoje por uma escuta melhorada deve-se à noção de humanismo. O
educador, categoria que contém todo aquele que exerce diariamente a
atividade de ensino, seja pai, mãe, professor, tem o dever ético de saber
ouvir aquele que está aprendendo, que está sendo iniciado à vida, ao
conhecimento.
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Lembrar-se de que a pessoa que fala tem o direito de exprimir
suas idéias e opiniões, independentemente de você concordar ou
não com elas.
Evitar antecipar o que a outra pessoa vai dizer;
Dar feedback, fazendo perguntas que demonstrem sua
compreensão do que foi dito;
Prestar atenção na linguagem corporal do interlocutor.
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Os dez mandamentos das Relações Humanas:
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9) Preocupe-se com a opinião dos outros. Três comportamentos
são fundamentais: ouvir, aprender e reconhecer o valor dos
outros.
10) Procure apresentar um excelente trabalho. O que realmente
vale nessa vida é o que realmente de bom fazemos para os
outros.
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A ARTE DE VIVER EM SOCIEDADE
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Uma terceira consiste em substituir um sentimento por outro; isto
ocorre em algumas culturas asiáticas, onde não é de bom tom dizer
“não”, daí as anuências (ainda que falsas) substituírem o “não”. A
habilidade no manejo dessas estratégias e a escolha do momento
adequado para utilizá-las é um fator de inteligência emocional.
Hatch e Gardner identificaram quatro aptidões como componentes de
inteligência emocional. São elas:
1) Organizar grupos – aptidão essencial do líder, que envolve
iniciar e coordenar os esforços de um grupo de pessoas. É o
talento que se vê em diretores, chefes efetivos de
organizações e grupos de toda espécie.
2) Negociar soluções - o talento do mediador, que evita ou
resolve conflitos.
As pessoas que têm essa aptidão são excelentes para fazer acordos,
arbitrar ou mediar disputas; podem fazer carreira na diplomacia,
arbitragem ou como intermediários ou gerentes de incorporações. São
as crianças que resolvem as brigas nas brincadeiras.
3) Ligação pessoal - talento de empatia e ligação. Isto facilita
estabelecer um relacionamento ou reconhecer e reagir
adequadamente aos sentimentos e preocupações das
pessoas - a arte do relacionamento. Essas pessoas são bons
jogadores de equipe, bons amigos, bons parceiros
comerciais.
4) Análise social - poder detectar e intuir sentimentos, motivos
e preocupações das pessoas. Esse conhecimento de como
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os outros se sentem leva a uma fácil intimidade ou senso de
relação.
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UNIDADE V
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Irritação causa estresse, que por vez pode afetar a saúde,
sobretudo se você tem o hábito de responder agressão com
agressão.
Outra consequência do excesso de estresse é a quase
impossibilidade de reprimi-lo. Em outras palavras, se ocorre uma
reclamação no trabalho e você não pode retaliar, em quem você vai
descarregar a tensão quando chegar em casa?
Provavelmente nos membros da família, que sentindo - se
injustiçados, acabam reagindo com agressividade desencadeando
conflitos. Da mesma forma, se você levar para o trabalho o mau humor
decorrente de problemas familiares, seu dia vai começar mal e tudo
pode dar errado a partir disso.
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Aconteça o que acontecer, e por mais irado que o reclamante se
encontre, procure manter a calma. Dirija-se a ele num tom amistoso,
afável. Perder a paciência não ajuda a resolver problema algum. Adote
uma linguagem corporal assertiva: olhe-o nos olhos e incline-se
ligeiramente para ele, mostrando abertura. Ouça-o com atenção. Talvez
você queira fazer anotações para se certificar de que entendeu tudo
muito bem. Assim, o reclamante vai sentir que você o está levando a
sério e você deve precaver-se de tirar conclusões precipitadas e
equivocadas.
Depois de deixá-lo falar, demonstre empatia, dando-lhe um
feedback positivo. Parafraseie o que ele disse e inclua um comentário,
revelando que você compreende o motivo de seu aborrecimento.
Evidentemente em algum momento, você vai ter de parar para analisar a
questão minuciosamente. Não dá para assumir sempre que o
reclamante está certo, embora às vezes isso seja necessário. Ofereça-
se para averiguar o ocorrido. Se não puder fazê-lo na mesma hora, diga-
lhe quando terá uma resposta sua. E trate de cumprir sua palavra.
Se você percebeu que cometeu um erro, seja logo de início ou
depois de investigar, admita-o e peça desculpas. Não adianta tentar
encobrir um erro ou fingir que ele não aconteceu; assim só vai conseguir
indispor ainda mais o reclamante.
Nunca comece se desculpando ( não é culpa minha; não fui eu
quem tratou disso; tivemos muitos problemas ultimamente, etc.) nesse
ponto, ao reclamante pouco importa de quem é a culpa; para ele você
representa a empresa. Dizer que ultimamente ocorreram vários
problemas, só vai tirar a credibilidade da empresa. Nunca perca tempo
se defendendo ou culpando outra pessoa.
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Isso não é relevante e o reclamante não quer saber de ouvir isso.
Cumpre-lhe apenas demonstrar boa vontade e fazer o possível para
resolver a situação.
Uma pessoa irritada, ainda que de temperamento pacífico, pode-se
tornar bastante agressiva - sobretudo se não é a primeira vez que
alguma coisa dá errada. Por isso, antes de tomar qualquer providência
objetiva, tente acalmar-lhe o ânimo. Deixe claro que você entende a
situação e que no lugar dela se sentiria igualmente aborrecido. Ainda
que a veja fazendo tempestade em copo d’água, mantenha a calma e
não reaja negativamente.
Deixe-a falar à vontade e aliviar a agressividade (especialmente se
ela perceber seu interesse, ao ver você fazendo anotações).
Ouça-a com atenção, balançando a cabeça enquanto ela fala e, na
sua vez de falar, faça-o com calma e devagar, repetindo tudo para
mostrar que compreendeu perfeitamente a situação.
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Crie empatia com o reclamante. Tente ver as coisas do ponto de
vista dele. Deixe claro que você entende seus sentimentos e
razão;
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Uma coisa é querer ser útil e prestativo; outra completamente
diferente é sentir que estão se aproveitando de você. Certas pessoas
temem que, se recusarem um pedido de alguém, essa pessoa vai deixar
de gostar delas.
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Se chegar à conclusão de que deseja dizer não, faça-o
imediatamente.
Seja breve, dê uma explicação, mas não uma série de desculpas.
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Pense na sua linguagem corporal:
Você olha as pessoas nos olhos ou evita seu olhar?
Presta atenção na sua voz - ela se mantém uniforme até o fim
da frase ou é sempre monótona ou angustiada?
Em suas conversas aparecem com frequência as frases a
seguir? “Não posso...” “Nunca vou conseguir....” “Sou muito
nervosa para....” “Não adianta ”
A negatividade não só é emocionalmente estressante, como
também pode causar incômodos físicos. São comuns sintomas como
dor de cabeça, dor de estômago, insônia, tensão muscular entre
outros. Esses sintomas, deprimentes por si só, somam-se ao
pessimismo, piorando ainda mais a situação até que você decida
fazer algo positivo para romper o ciclo.
A pessoa otimista sente-se muito mais relaxada mental e
fisicamente. Ela confia na própria capacidade de dar o melhor de si, o
que não significa necessariamente acertar sempre.
Você pode submeter-se a uma entrevista de emprego e acabar
descobrindo que uma outra pessoa estava mais qualificada para o
cargo que você. Mas, sabendo que deu o melhor de si e apresentou
um bom desempenho durante a entrevista, não haverá motivo para
se recriminar. Poderá até ficar decepcionado, mas preservará a auto-
estima.
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felizmente o oposto é verdadeiro. Se você passa a impressão de uma
pessoa confiante e otimista, os outros vão tratá-lo como tal. Em vez
de um círculo vicioso, você criará um círculo benéfico.
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algo construtivo. Se você guarda alguma culpa do passado, não lhe
trará nenhum benefício armazená-la no fundo de sua mente (onde ela
causará maior dano), muito pelo contrário. Enfrente-a, fazendo as
seguintes perguntas:
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Enfrente a Autoridade
Seja você quem for, tenha a idade ou a posição que tiver, em
algum momento vai ter de lidar com uma figura de autoridade; sempre
haverá alguém com poder para dizer a você o que fazer.
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todo modo, ao ver seu desenvolvimento pessoal prejudicado, você
acaba magoado com a pessoa que lhe serve de obstáculo.
Só lhe resta então agir de modo assertivo. Abra o jogo e discuta o
problema com a autoridade que o está atrapalhando. Escolha a melhor
ocasião para isso. Se você levantar a questão quando a pessoa está de
mau humor, não vai conseguir coisa alguma.
A situação atual;
Como você se sente diante dela;
O que você gostaria que mudasse;
Que resultado você espera alcançar.
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A solução é explicar-lhe como o tratamento que ele lhe dispensa o
faz sentir, lembrando que todo mundo gosta de ser valorizado e aprende
mais com um feedback positivo do que com um negativo.
Se, no entanto, ele se esforçar para mudar e começar a
reconhecer suas conquistas, não vá estragar tudo por não saber aceitar
os elogios.
Às vezes ele está fazendo um grande esforço para mudar de
atitude e, se for surpreendido com uma reação negativa de sua parte,
provavelmente não irá tentar de novo.
No ambiente de trabalho, o que predomina e o que devemos
avaliar são as condições para uma verdadeira harmonia entre o homem
e o trabalho e vice-versa. Identificando o real motivo e o propósito de um
relacionamento, estaremos caminhando dentro de um processo
evolutivo para alcançarmos com êxito a harmonia necessária.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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