Prova Ufu Tipo 2
Prova Ufu Tipo 2
Prova Ufu Tipo 2
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Pró-Reitoria de Graduação
Diretoria de Processos Seletivos
CADERNO DE QUESTÕES
LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO
1. Para se dirigir aos fiscais, levante o braço e aguarde ser atendido, sentado em sua carteira.
2. O candidato não poderá fazer qualquer anotação nas Folhas de Respostas ou no Caderno de Questões
até que seja autorizado o início da prova pelo fiscal.
3. Após ser autorizado, abra o caderno, verifique o seu conteúdo e solicite imediatamente a troca caso
faltem folhas ou haja falhas na impressão.
4. Assine seu nome conforme o documento de identificação, na declaração da capa do Caderno de
Questões e na Folha de Respostas.
5. Transfira suas respostas para a Folha de Respostas, conforme as instruções lá contidas.
6. O preenchimento correto da Folha de Respostas é de responsabilidade do candidato e deverá ser
realizado durante o período de realização da prova. Não haverá substituição dessa folha.
7. É de responsabilidade do candidato a entrega de sua Folha de Respostas.
8. Escreva com a máxima legibilidade. Durante a correção, o julgamento será feito de forma desfavorável
ao candidato em caso de dúvida quanto à grafia de qualquer palavra ou sinal.
9. O candidato que for flagrado portando quaisquer aparelhos eletrônicos ou de telecomunicações,
inclusive telefone celular, mesmo desligados, terá sua prova anulada.
10. O candidato que deixar aparelhos eletrônicos emitirem qualquer tipo de som durante a prova será
eliminado do processo.
11. Ao término da prova, este caderno deverá ser levado pelo candidato.
DECLARAÇÃO
Declaro que li e estou ciente das informações que constam na capa deste Caderno de Questões, nas Folhas de Respostas, bem
como dos avisos que foram transmitidos pelos fiscais de sala.
ASSINATURA
Concurso Seletivo para Vagas Ociosas / Editais 36 e 37/2023 Tipo 2
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Concurso Seletivo para Vagas Ociosas / Editais 36 e 37/2023 Tipo 2
LÍNGUA PORTUGUESA
QUESTÃO 01
Comece a se organizar mesmo antes de definir o destino da viagem. Não é preciso estar com passagens
compradas para montar um roteiro. Ler sobre destinos, conhecer outras cidades e países, entender mais sobre
uma cultura diferente e passar o tempo pesquisando sobre viagem ajuda a relaxar.
Mesmo que você não saiba o rumo das próximas férias, esteja preparado para quando ela acontecer. E
quanto mais você conhecer do mundo (mesmo que virtualmente), melhor. Um roteiro de viagem começa bem
antes da compra da passagem aérea. Aproveite que você não tem “obrigação” com nenhuma rota específica e
viaje pelo mundo todo.
Disponível em: https://www.metropoles.com/. Acesso em: 15 jan. 2024. (Fragmento)
QUINO. Mafalda: todas as tiras. Tradução de Monica Stahel. São Paulo: Martins Fontes, 2016, p. 47.
Tira II
QUINO. Mafalda: todas as tiras. Tradução de Monica Stahel. São Paulo: Martins Fontes, 2016, p. 366.
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QUESTÃO 03
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que
estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada — e, ao
mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não
sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada
porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque
desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar
que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.
Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para
o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao
mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos — bastaria apenas que o
mundo reconhecesse a sua genialidade.
Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas
— onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que
merecem, seja lá o que for que queiram. E, quando isso não acontece — porque obviamente não acontece –,
sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.
BRUM, Eliane. Disponível em: https://www.revistaprosaversoearte.com/. Acesso em: 16 jan. 2024. (Fragmento)
Considerando o trecho apresentado acima, a figura de linguagem que a autora emprega para articular
sua tese sobre as características das gerações atuais é a
A) metáfora, ao comparar de forma figurativa a geração atual com uma pessoa que ainda está aprendendo a
caminhar, sugerindo a insegurança e a inexperiência.
B) metonímia, ao empregar uma característica específica (habilidade tecnológica) para representar a geração
atual como um todo, sugerindo que essa característica define a geração.
C) antítese, ao contrastar a geração como sendo a mais preparada em termos de habilidades, mas
despreparada para enfrentar frustrações, sugerindo uma contradição entre dois estados.
D) ironia, ao descrever a geração atual como a mais preparada, indicando o contrário do que é expresso
literalmente.
QUESTÃO 04
Neste último ano, a ocorrência do El Niño, além de amplificar ainda mais os impactos das mudanças
climáticas, constitui uma prévia do “novo normal” climático que se estabelecerá na ausência de ações efetivas
para a contenção das emissões e aumento do sequestro de gases de efeito estufa (GEE).
À medida que o tempo passa, iniciativas de mitigação das mudanças climáticas – uso de energia
renovável, conservação e restauração florestal, redução do consumo energético em geral, controle das
emissões industriais etc. –, embora extremamente necessárias, tornam-se insuficientes para proteger a
natureza e garantir o bem-estar humano.
Mesmo que as emissões líquidas de GEE sejam zeradas até 2050, os impactos dos níveis ainda
elevados desses gases na atmosfera persistirão por décadas. Portanto, é preciso se adaptar a uma nova
dinâmica climática. E essa adaptação é urgente e tem um custo.
Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/. Acesso em: 12 jan. 2024. (Fragmento)
A) questiona a eficácia das ações para zerar as emissões de GEE até 2050, afirmando que elas não resolverão
totalmente o problema.
B) reforça a ideia de que as emissões de GEE devem ser zeradas até 2050 para evitar impactos duradouros
nas mudanças climáticas.
C) destaca a importância das iniciativas de mitigação das mudanças climáticas para enfrentar os impactos
persistentes dos GEE.
D) aponta para a necessidade de considerar a adaptação às mudanças climáticas como parte integrante do
enfrentamento dos impactos persistentes dos GEE.
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QUESTÃO 05
Uma das principais dificuldades enfrentadas pelo tabagista que busca largar o cigarro é superar o
período de abstinência, que geralmente dura de duas a três semanas. A fissura é manifestada por
sensações de desconforto, angústia e um desejo intenso de fumar novamente. Diversas estratégias são
empregadas para auxiliar o fumante a atravessar esse período sem desistir. Um estudo da Universidade
Federal Fluminense (UFF), conduzido no Brasil, revela que o chocolate amargo pode ser uma alternativa
para ajudar aqueles que desejam abandonar o vício. [...]
A pesquisa foi realizada por nutricionistas do Grupo de Pesquisa em Nutrição Translacional da UFF,
coordenado por Aguiar. Durante um mês, eles realizaram um estudo de intervenção clínica com 47 fumantes
portadores de comorbidades crônicas (entre elas, diabetes e hipertensão) que eram atendidos na Unidade
de Assistência Integral ao Tabagista, do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa em Nefrologia, na
cidade de Juiz de Fora (MG). [...]
BASSETE, Fernanda. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/. Acesso em: 12 jan. 2024. (Fragmento)
QUESTÃO 06
O texto lido configura-se como uma crônica porque
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QUESTÃO 07
As perguntas, ao longo do texto, têm por função primordial
QUESTÃO 08
Sobre a linguagem da crônica, assinale a alternativa correta.
QUESTÃO 09
MINISTÉRIO DOS
DIREITOS HUMANOS
E DA CIDADANIA
Este banner produzido para a campanha pública “Envelhecer é o nosso futuro” (2023) produz efeitos de
sentido pela associação entre elementos verbais e não verbais que
A) alertam para o futuro aumento de pessoas idosas no Brasil, em forma de crítica à obsolescência do estatuto
depois de 20 anos de criação.
B) celebram a conquista de direitos de pessoas idosas no Brasil, em sua diversidade de etnia/raça e gênero
ao longo do tempo.
C) divulgam a concepção de um novo estatuto no Brasil, específico para pessoas idosas negras e indígenas,
em substituição ao anterior.
D) reivindicam novos direitos para pessoas idosas no Brasil, em especial para grupos indígenas, ainda não
contemplados no estatuto vigente.
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QUESTÃO 10
[...] ciência e tecnologia são termos que devem ser percebidos de forma abrangente, de modo a efetivamente
incluir a totalidade do repertório de conhecimento humano, em todas as suas dimensões (linguagem, música,
matemática, artes visuais, biologia, literatura, etc.), para que possamos desenvolver um discurso inclusivo de
todas as áreas do conhecimento como fundamentais para a qualidade de vida da sociedade [...]
MOTTA-ROTH, Désirée. Letramento científico: sentidos e valores. Notas de Pesquisa, [S. l.], p. 14, 2011. Disponível em:
https://periodicos.ufsm.br/nope/article/view/3983. Acesso em: 7 jan. 2024. (Fragmento adaptado).
O retrato do Brasil mostra hoje [...] um país com grande deficiência na “alfabetização científica mínima”,
mas que, ao mesmo tempo, consegue ganhos pontuais de alta qualidade com seus investimentos em ciência
e tecnologia.
A constatação é um diagnóstico e um ponto de partida. Ela ressalta a necessidade de ampliar e
aprofundar o estudo dessa realidade, de multiplicar as perguntas e buscar as respostas, para superar as
restrições. [...].
BOLZANI, Vanderlan da S. É hora de multiplicar o debate sobre CT&I e o desenvolvimento do País. Jornal da Ciência. 17 de maio de 2023.
Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/. Acesso em: 7 jan. 2024. (Fragmento adaptado).
QUESTÃO 11
Pela primeira vez na história do Mundial, três mulheres pretas subiram ao pódio do individual geral, a
prova mais nobre da ginástica artística. A brasileira Rebeca Andrade ficou com a prata, se colocando entre as
americanas Shilese Jones e Simone Biles, que faturou o hexa [...]. Rebeca celebrou o inédito pódio 100% preto.
– Eu tava reparando nisso. Aí, gente. É maravilhoso. Eu amei. Wakanda Forever – disse a ginasta de 24
anos, entre risos, fazendo referência ao filme "Pantera Negra".
Simone Biles foi a primeira mulher preta campeã mundial do individual geral justamente na Antuérpia, em
2013 – a também americana Gabby Douglas foi a primeira campeã olímpica um ano antes. [...].
PEREIRA, Guilherme; DILLON, Lorena; ROMERA, Rogério. Rebeca Andrade festeja 1º pódio 100% preto no Mundial: "Wakanda Forever".
Ge [online], 06 out. 2023. Disponível em: https://ge.globo.com/. Acesso em 05 jan. 2024. (Fragmento adaptado).
A) à crítica ao imperialismo norte-americano na ginástica artística, evidenciado no trecho “se colocando entre
as americanas”.
B) à vitória do Brasil em uma competição mundial, como se vê na reprodução do comentário de Rebeca
Andrade.
C) ao ineditismo de mulheres pretas vencerem na ginástica artística, como se observa no excerto “Pela
primeira vez na história do Mundial”.
D) ao reconhecimento de um marco histórico na ginástica artística com as mulheres pretas, corroborado pela
repetição do termo “primeira”.
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O Plano de Ação para a Taxonomia Sustentável Brasileira (documento elaborado pelo Ministério da
Economia, que define regras sobre atividades econômicas sustentáveis no país), lançado na COP28, em Dubai,
é um componente importante do eixo de Finanças Sustentáveis do Plano de Transformação Ecológica previsto
pelo atual governo. Isso porque a transição climática implica a necessidade de uma mudança estrutural e o seu
financiamento envolve tanto decisões de alocação de recursos financeiros rotineiros como decisões de elevada
incerteza. Assim, espera-se que essa taxonomia efetivamente oriente escolhas sobre alocação de fluxos
financeiros na direção da transição para uma economia de baixo carbono e preservação da biodiversidade.
Uma taxonomia visando a sustentabilidade ambiental deve evitar o greenwashing, ou seja, a alocação de
recursos em atividades “verdes”, mas que não atendem a critérios claros de sustentabilidade socioambiental.
Nos últimos anos, houve uma proliferação de taxonomias criadas pela iniciativa privada com o predomínio de
uma métrica de classificações tipo ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês). Se, por um lado,
as taxonomias privadas atendem à necessidade de as empresas construírem seu capital reputacional, num
contexto em que a consciência com a preservação do meio ambiente interfere em escolhas econômicas, por
outro, indicadores globais de aquecimento do planeta não têm evoluído como esperado. Ou seja, taxonomias
privadas são meritórias, mas não têm sido o suficiente para induzir a transição climática, isto é, a mudança na
estrutura produtiva que reflita desaceleração no ritmo do aquecimento global.
A iniciativa de construção de taxonomias pelos governos oferece ao mercado uma classificação única e
com critérios abrangentes sobre o entendimento de sustentabilidade ambiental e transição climática justa. Neste
sentido, vai muito além da classificação proposta pelo mercado, que visa basicamente a mitigação de emissões
de gases de efeito estufa e poluição do ponto de vista de firmas individuais. Enquanto classificações baseadas
na métrica ESG são um claro estímulo para que o sistema financeiro privado internalize as questões climáticas
em suas análises de risco, rotinizando o processo de esverdeamento da economia, as taxonomias públicas são
mais ambiciosas, uma vez que permitem que se alinhe o fluxo de financiamento, e, portanto, de investimento,
à nova missão do Estado, refletido no Plano de Transição Ecológica. A taxonomia proporciona um processo
mais transparente, comparável e auditável dos investimentos em atividades de baixa emissão de gases de
efeito estufa.
A transição climática, com mudança estrutural, adensamento produtivo e socialmente inclusiva, deve
promover de forma ordenada o decrescimento de atividades de elevada emissão de gases de efeito estufa e o
crescimento de atividades verdes, de tal sorte que a estrutura produtiva como um todo se torne mais limpa.
FEIJÓ, Carmem. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/. Acesso em: 11 jan. 2024. (Fragmento adaptado)
QUESTÃO 12
Considerando o texto acima, é correto afirmar que a autora primordialmente o escreve para
A) argumentar a favor das taxonomias públicas, por entender que são capazes de mudanças mais efetivas
sobre a transição climática, se comparadas com as privadas.
B) defender processos de criação de taxonomias públicas e privadas, justamente por acreditar no poder
estrutural de mudança dessas ações unificadas.
C) contestar a alocação de recursos financeiros em taxonomias privadas que não têm de fato induzido a
transição climática.
D) atestar a importância da transição climática a partir da criação de uma taxonomia que realmente vise a
sustentabilidade ambiental, independentemente se pública ou privada.
QUESTÃO 13
De acordo com o texto, assinale a alternativa que apresenta um fato.
A) “Assim, espera-se que essa taxonomia efetivamente oriente escolhas sobre alocação de fluxos financeiros
na direção da transição para uma economia de baixo carbono e preservação da biodiversidade.”
B) “A transição climática, com mudança estrutural, adensamento produtivo e socialmente inclusiva, deve
promover de forma ordenada o decrescimento de atividades de elevada emissão de gases de efeito estufa
e o crescimento de atividades ‘verdes’.”
C) “Neste sentido, vai muito além da classificação proposta pelo mercado, que visa basicamente a mitigação
de emissões de gases de efeito estufa e poluição do ponto de vista de firmas individuais.”
D) “Nos últimos anos, houve uma proliferação de taxonomias criadas pela iniciativa privada com o predomínio
de uma métrica de classificações tipo ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês).”
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QUESTÃO 14
“Enquanto classificações baseadas na métrica ESG são um claro estímulo para que o sistema financeiro privado
internalize as questões climáticas em suas análises de risco, rotinizando o processo de esverdeamento da
economia, as taxonomias públicas são mais ambiciosas (...).”
QUESTÃO 15
Em: “Uma taxonomia visando a sustentabilidade ambiental deve evitar o greenwashing, ou seja, a
alocação de recursos em atividades “verdes”, mas que não atendem a critérios claros de sustentabilidade
socioambiental.”, as aspas em “verdes”
A) especificam a razão pela qual as atividades consideradas verdes são assim designadas.
B) conferem maior nível de informalidade ao texto; por conseguinte, menor credibilidade.
C) expõem a imprecisão do discurso, pois colocam em cheque o sentido do termo.
D) marcam a desconfiança da autora sobre atividades consideradas verdes.
REDAÇÃO
ORIENTAÇÃO GERAL
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SITUAÇÃO PROPOSTA
William Bonner, Luciano Huck, Dráuzio Varella, Marcos Mion, Sandra Annenberg e Ana Maria Braga.
Além de famosos, todos têm em comum o fato de terem suas imagens usadas em anúncios falsos criados por
criminosos com inteligência artificial.
Os golpistas usavam a tecnologia para lucrar com anúncios falsos que funcionaram como armadilhas
para enganar pessoas nas redes sociais. É uma fraude em cima da outra: uso indevido da imagem, produto
falso, golpe financeiro e tudo veiculado na internet.
Uma vítima recorrente de grupos criminosos é o apresentador do Jornal Nacional William Bonner. Os
fraudadores se apossam da credibilidade que as pessoas escolhidas têm e se aproveitam disso.
"Como jornalista eu não posso fazer propaganda. Então são dois riscos enormes. Um é propaganda de
produtos: não posso fazer. O outro é propaganda política: porque se usam a inteligência artificial para simular
a venda de um produto qualquer, também usam para a venda de um político qualquer. Das duas formas é um
crime e das duas formas eu estou sendo lesado", diz Bonner.
Bancos também são alvo dos golpes. Contra o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,
o golpe teve outro detalhe: além de usar o nome do BNDES para fraude, os criminosos mandaram a conta do
anúncio para o banco. Quando alguém cai no golpe, o banco perde credibilidade.
"A pessoa se revolta, inclusive contra o próprio banco. Porque acha que o banco eventualmente poderia
ter evitado essa fraude. E nós não temos como evitá-la. Nós pedimos às plataformas digitais que nos
informassem os nomes das pessoas para que a gente possa processá-las. E, infelizmente, não obtivemos ainda
essa informação, mas nós vamos buscar reparação judicial", diz o diretor de Compliance e Riscos do Banco,
Luiz Navarro.
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Ayres Britto, sugere que nesse caso sejam aplicados os
princípios gerais do direito.
"Que princípios são esses? São coisas assim: Não se pode tirar partido da própria torpeza. Quem tem o
bônus, deve ter o ônus. Então, se nós aplicarmos os princípios gerais de direito a esse caso, vamos concluir
que nenhuma empresa, nenhuma Big Tech, por exemplo, nenhum aplicativo pode tirar partido de comunicações
inverídicas, falsas, sem a corresponsabilidade. Elas se corresponsabilizam por isso. Porque quem tem o bônus,
que elas ganham com isso, tem que ter o ônus", defende.
O Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária, o Conar, formado por veículos de comunicação,
agências de publicidade e anunciantes, tem um código de ética.
Os veículos têm um sistema de controle na recepção dos anúncios e recusam, bloqueiam e rejeitam os
claramente irregulares. Denúncias do público ou de partes que se sintam prejudicadas precisam ser
imediatamente avaliadas.
O Conar diz que está negociando com as redes sociais, mas que elas ainda não aderiram à
autorregulação.
Disponível em: https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2023/. Acesso em: 11 jan. 2024. (Fragmento).
Redija uma carta aberta, a ser publicada em um jornal de grande circulação, endereçada aos altos
executivos das principais empresas de redes sociais operando no Brasil, motivando-os a colaborar na
implementação de medidas contra fraudes publicitárias on-line. Na carta, analise as repercussões da
propagação de anúncios falsos em suas plataformas, considerando os possíveis impactos dessas ações na
sociedade brasileira.
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DIRPS – Diretoria de Processos Seletivos
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