RESUMO Cardiologia 2024
RESUMO Cardiologia 2024
RESUMO Cardiologia 2024
me/resimed
CARDIOLOGIA
2024
COPIA NÃO É ROUBO / Resimed - Residência Médica / (12)992338463/ https://t.me/resimed
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@ casalmedresumos
- Introdução a Cardiologia
Imagem: auladeanatomia.com
AS ONDAS...
OS INTERVALOS...
- INTERVALO PR
Vai do INÍCIO DA ONDA P AO INÍCIO DO QRS
Mostra o tempo que o estímulo demora na condução
atrioventricular. Ou seja, marca a competência do nodo AV.
Varia de 120-200MS (3-5 QUADRADINHOS) Imagem: proffelipebarros.com.br
O intervalo PR vai do início da onda P até o início do complexo QRS. O que ele mede? O tempo que a atividade elétrica demora a sair do átrio até o ventrículo. Ou
seja, corresponde à CONDUÇÃO ÁTRIO-VENTRICULAR. E isso passa a ter importância, pois existem situações que podem alargar o intervalo P-R (lentificar a condução
AV). São os BAV’s! Seu normal vai de 120-200ms (ou 3-5 quadradinhos). Ou seja, se estiver maior que 1 quadradão, está alargado! Se estiver menor que 3
quadradinhos, está curto. Logo depois do intervalo P-R vem o QRS! Como sabemos, despolariza rapidamente. Então, o normal é termos um QRS estreito! Estreito
quanto? ATÉ 120MS (OU 3 QUADRADINHOS)! Acima disso, temos um QRS alargado.
- INTERVALO QT
Vai do INÍCIO DO QRS ATÉ O FINAL DA ONDA T
Reflete todo o comportamento ventricular (despolarização e repolarização). Se for longo, existe predisposição de Torsades.
Vai até NO MÁXIMO 440MS (11 QUADRADINHOS)
O intervalo QT vai do início do QRS até o final da onda T. O que ele mede? O tempo que o ventrículo leva para se despolarizar e se repolarizar novamente! Mede o
PERÍODO REFRATÁRIO VENTRICULAR! Aqui, também existem situações que podem prolongar o intervalo Q-T e predispor a pessoa à morte súbita. O Q-T normal
(arredondando) vai até, no máximo, 440ms (até 11 quadradinhos). Acima disso, está alargado.
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-
- INTERVALO RR
O intervalo RR vai do início de uma onda R até a outra. Utilizado para o cálculo da frequência cardíaca! Numa FC de 100bpm, por exemplo, onde temos 3 quadradões
(ou 15 quadradinhos), sua duração é de 600ms.
1 quadradinho = 40ms
Geralmente utilizamos o intervalo entre dois QRS. Pegamos o intervalo entre duas ondas R e contamos o número de quadradinhos entre elas. Depois, pegamos
uma constante, que é 1500, e dividimos por esse número de quadradinhos.
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- Taquiarritmias
Algoritmo Básico Primeiro de tudo... Numa prova, não despreze o enunciado! Muitas vezes, vão nos encaminhar para a
patologia. Por exemplo, se há um paciente com dor precordial, vamos direcionar nosso pensamento
(1) EXISTE TAQUICARDIA? RR < 3 quadradões para o segmento ST... Se colocarem um paciente com palpitação, vamos direcionar para taquiarritmia.
(2) EXISTE ONDA P? Se existir: ou é atrial ou é Ao olhar o ECG, de imediato temos que ver se o ritmo é sinusal! E como ver isso?
sinusal D1 D2 D3 aVR aVL aVF
(3) EXISTE ONDA F DE FLUTTER? Se existir, é RITMO SINUSAL = ONDA
flutter P POSITIVA QUE
(4) QRS ESTREITO OU ALARGADO? Se alargado:
PRECEDE QRS EM D2
ventricular Imagem: adaptado de MedicinaNET
(5) RR REGULAR OU IRREGULAR?
Se irregular: fibrilação atrial
Qual a melhor derivação para analisar a onda P? D2! Ritmo sinusal = a onda P deve PRECEDER O QRS
Se regular: taqui-supra
e ser POSITIVA e REGULAR em D2!
TAQUICARDIA SINUSAL
É “bonitinha”? É... O único problema é que os batimentos estão tão rápidos que a onda P acabou “trepando” com a onda T.
Não precisa nem dizer que é benigno... Nem chega a ser uma arritmia!
Se a onda P não está positiva em D2, isso significa que o ritmo não é sinusal!
E se o problema está na onda P, algo de errado está ocorrendo com o ÁTRIO! Trata-se de uma taquicardia ATRIAL! E quem desenvolve isso? Geralmente é o paciente
DPOC, que está hipoxêmico, hipercapnico... Isso começa a irritar as fibras atriais. É o paciente que pode desenvolver cor pulmonalle, distendendo essas fibras.
- RR IRREGULAR (armadilha para FA), mas com onda P (> 3 morfologias diferentes)
-
EXTRASSÍSTOLE ATRIAL
FLUTTER ATRIAL
Tem onda P que precede o QRS em D2? NÃO! Então não é uma taquicardia
sinusal e nem uma taquicardia atrial!
Tem ondas F de flutter? “ASPECTO SERRILHADO EM D2, D3 E AVF”. TEM! Se tem, é flutter! É um grande curto-circuito que ocorre no átrio, fazendo com que ele
tenha uma frequência aproximada de 300 batimentos/minuto – uma onda f serrilhada para cada quadradão! O mais comum é o 2:1 (duas ondas f para um QRS).
- Notar que os primeiros 3 QRS apresentam FC 150 bpm e ondas F típicas entre eles. A partir de então
a FC ventricular subiu para 300 bpm (este é o flutter de condução 1:1, quase sempre com instabilidade
hemodinâmica associada.
- Notar a frequência atrial de 300bpm em um flutter com condução 4:1 (a cada 4 ondas F há um QRS), o que dá uma frequência cardíaca de 75 bpm. Perceba que o
pulso do paciente é IRREGULAR!
EXTRASSÍSTOLE VENTRICULAR
Não confunda com bloqueio de ramo! No bloqueio de ramo (veremos adiante), há ritmo sinusal com QRS alargado, mas há uma onda P precedendo as ondas do
bloqueio! Aqui, não há onda P precedendo a extrassístole! Até 60% das pessoas podem ter extrassístoles ventriculares, assim como na extrassístole atrial (desde que
não haja uma doença de base no coração). Para uma pessoa hígida, não há problema nenhum.
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BIGEMINISMO VENTRICULAR
TRIGEMINISMO VENTRICULAR
- “UMA EXTRASSÍSTOLE PARA CADA 2 BATIMENTOS SINUSAIS”
Imagem: ecgnow.com.br
Esses últimos 3 ritmos (bigeminismo, trigeminismo e ESV pareada) são ritmos “do bem” ou “do mal”? Vamos entender assim:
elas são “DO MEIO”. Como? Elas não são ditas do bem, pois não acontecem em pessoas sadias... Só acontecem em quem tem
doença de base no coração! Mas também não são ditas do mal, pois nunca degeneram para uma fibrilação ventricular... Ou seja,
elas nunca matam as pessoas. São chamadas de “arritmias ventriculares complexas.”
Se tiver um paciente na prática com essas condições, o que fazer? Nada específico... Apesar de ser esteticamente “esquisito” no
traçado, isso não mata a pessoa... Agora, se a pessoa for sintomática, o máximo que podemos fazer para ajudar é dar um
betabloqueador, só para tirar o excesso adrenérgico do miocárdio. O mais importante é tratar a causa de base, como insuficiência
cardíaca, por exemplo.
TAQUICARDIA VENTRICULAR
- SE > 30 SEGUNDOS OU INSTABILIDADE: SUSTENTADA | INSTABILIDADE: HIPOTENSÃO, SÍNCOPE, DOR TORÁCICA, CONGESTÃO PULMONAR
- SE EM UMA SÓ FORMA: MONOMÓRFICA Agora, sem precisar entender muita coisa. Sustentada ou não sustentada? NÃO
SUSTENTADA! Rapidamente voltou ao ritmo sinusal.
- SE TEMPORÁRIA: NÃO-SUSTENTADA
Uma TV SUSTENTADA é aquela que DURA MAIS DE 30 SEGUNDOS ou que LEVE À
INSTABILIDADE HEMODINÂMICA! E para entender o conceito de instabilidade
- “EM CIMA DO MURO”: PODE SER BENIGNA OU MALIGNA
hemodinâmica em arritmia, estamos falando de
síncope/lipotimia/hipotensão/angina/congestão ou EAP. “Coração, circulação,
pulmão e cabeção. Não é só hipotensão!”
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TORSADES DE POINTES
Tem taquicardia? Tem! Tem onda P precedendo QRS? Não! Tem onda f? Não! QRS
Imagem: pebmed.com.br estreito ou alargado? Alargado! Então, estamos diante de uma TV!
Monomórfica ou polimórfica? Polimórfica! Mas aqui há uma característica especial: a INVERSÃO DE POLARIDADE do QRS. Note que ele começa apontando para
baixo, e depois aponta para cima. É um tipo de TV polimórfica chamado de TORSADES DES POINTES!
Depois de estudos, chegaram à conclusão que os pacientes susceptíveis a ter esse ritmo são aqueles com INTERVALO QT ALARGADO! Para ver isso (pouco útil para
a prova e para a prática), teríamos que ver o ECG em um momento que o paciente estivesse em ritmo sinusal. Pode ser congênito, mas existem situações do dia-dia
que prolongam esse intervalo. A mais clássica é o uso de ANTIARRÍTMICOS! Outras são: LORATADINA, COCAÍNA, anti-depressivos tricíclicos (ADT), distúrbios
hidroeletrolíticos (HIPO’s), BAVT, cisaprida (benzamida que estimula o TGI).
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR
Tem taquicardia? Tem! Tem onda P precedendo QRS em D2? Não! Essa
taquicardia não é sinusal e nem atrial! Tem onda F de flutter? Não! Tem QRS
alargado? Tem! É uma taquicardia ventricular! Monomórfica ou polimórfica?
Imagem: stock.adobe.com Polimórfica!
Agora, reparem... Estamos diante de uma TV polimórfica, mas olha o QRS, em sequência! Parece que “começou a derreter”! Esse QRS vai sumindo! Isso é a
degeneração da TV polimórfica para a FIBRILAÇÃO VENTRICULAR! É um paciente parado... São múltiplos circuitos de reentrada no ventrículo! É O PRINCIPAL
MECANISMO DE PARADA no adulto (na criança, o principal é hipoxemia gerando assistolia).
FIBRILAÇÃO ATRIAL
Tem ou não tem taquicardia? TEM! Tem onda P precedendo o QRS em D2?
NÃO! Não é taquicardia sinusal e nem taquicardia atrial. Tem ondas F de
flutter? Não! QRS estreito ou alargado? Estreito! Então, se o QRS está estreito,
não tem problema no ventrículo! O problema está em cima, no átrio!
Uma taquicardia sem onda P, com QRS estreito (normal) e R-R irregular é FIBRILAÇÃO ATRIAL! É a ARRITMIA MAIS COMUM DO NOSSO DIA-DIA! Se numa prova
disserem que temos uma taquiarritmia que o RITMO É IRREGULAR, tem que pensar sempre em fibrilação atrial! Corresponde a inúmeros circuitos de reentrada no
átrio, que bate numa velocidade de 400-600bpm. E se átrio bate 400-600 vezes por minuto, por que o ventrículo também não faz isso ou o paciente entra em parada?
Por causa do nó AV! E como ele é bombardeado por vários circuitos de reentrada (uma hora passa, outra hora não passa), a frequência acaba ficando irregular! Se
ele deixar passar mais de 100 estímulos por minuto, dizemos que essa fibrilação atrial é de ALTA RESPOSTA VENTRICULAR. Portanto, quem determina a FC na FA é o
nó AV! E por causa dessa sobrecarga ao nó AV, repare que a linha de base é meio oscilante!
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR
Tem ou não tem taquicardia? TEM! Tem onda P precedendo o QRS em D2? NÃO!
Imagem: pt.wikipedia.org
Não é taquicardia sinusal e nem taquicardia atrial. Tem ondas F de flutter? Não! QRS estreito ou alargado? Estreito! Então, se o QRS está estreito, não tem problema
no ventrículo! O problema está em cima, no átrio! O intervalo R-R é regular? SIM! Então, quando temos uma taquicardia, sem onda P, QRS estreito e com R-R
regular, estamos de frente a uma TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR! A princípio, guarde: 70% das causas acontecem por uma REENTRADA no nó AV! 30% das
vezes por uma REENTRADA em uma VIA ACESSÓRIA! Vamos entender melhor no decorrer do resumo!
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BLOQUEIOS DE RAMO
BRE BRD
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HEMIBLOQUEIOS
No ECG, para o reconhecimento dos atrasos de condução fasciculares, nós precisamos determinar o eixo do complexo QRS no plano frontal.
Isso porque o incremento na duração do QRS é menor do que aquele encontrado nos bloqueios de ramos. Porque aqui não existe a necessidade de transmissão do
impulso através do septo para o ventrículo oposto que não está bloqueado. Então, se perceber desvio de eixo, pense em bloqueio divisional.
DESVIO DO EIXO PARA DIREITA: D1 NEGATIVO, AVF POSITIVO HEMIBLOQUEIO POSTERIOR ESQUERDO
(OU BLOQUEIO DIVISIONAL POSTEROINFERIOR)
OBS: SOBRECARGA DE VD também é causa de desvio do eixo para direita. Sempre descartar no diagnóstico diferencial!
OBS: as causas de BLOQUEIOS DE RAMO envolvem CARDIOPATIAS ESTRUTURAIS (hipertensiva, isquêmica...) e, portanto, são mais comuns em IDOSOS! Sua
presença é MARCADOR PROGNÓSTICO da doença de base.
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2. Manejo das Taquiarritmias
Não se esqueça de LER O ENUNCIADO das questões! Muitas vezes a resposta está nele e nem precisa olhar o eletro! Outro exemplo: se em uma questão temos
taquicardia + IAM, como a câmara que mais sofre com isso é o ventrículo, podemos deduzir que se trata de uma taquicardia VENTRICULAR. E se fosse uma mulher
jovem e sadia? Pensaríamos em taquicardia supraventricular... E por aí vai.
ADIANTANDO...
TAQUIARRITMIA QUE MATA: DESFIBRILADOR! BRADIARRITMIA QUE MATA: MARCA-PASSO!
FIBRILAÇÃO ATRIAL
MECANISMOS:
- Circuitos de REENTRADA
Este tipo de mecanismo fisiopatológico é o principal causador de eventos
arrítmicos supraventriculares e ventriculares. Existem condições básicas para
que um circuito de reentrada ocorra. Estes fatores envolvem a presença de
um circuito com duas vias e um obstáculo anatômico e ou funcional. Também
envolve a presença de um bloqueio unidirecional nas vias do circuito. Estas
vias também possuem peculiaridades para que o circuito de reentrada ocorra.
Estas vias têm que apresentar diferentes velocidades de condução assim
como diferentes períodos refratários.
CAUSAS:
Imagem: medicina.ribeirao.br | Dr. Rafael Vinicius Otsuzi
SÍNDROME BRADI-TAQUI: EPISÓDIOS PAROXÍSTICOS DE FA seguidas por PARADAS SINUSAIS PROLONGADAS, frequentemente relacionadas a EPISÓDIOS
SINCOPAIS e vista na DOENÇA DO NODO SINUSAL.
CLASSIFICAÇÃO:
-
MANIFESTAÇÕES:
-PULSO IRREGULARMENTE IRREGULAR + DÉFICIT DE PULSO (ausculta de batimentos cardíacos sem palpação do pulso periférico) +
AUSÊNCIA DE B4.
Dado clássico de prova: se nós temos uma paciente em que a HAS é a causa da FA, qual é a alteração no exame físico que estará presente? Em alguns pacientes,
temos um ventrículo hipertrofiado que apresenta uma parede “mais dura” e com relaxamento dificultado. O jato de sangue da contração atrial, quando bate em
uma parede mais hipertrófica, faz o som ruflar diastólico chamado de B4. Logo, na FA não há B4!
Pacientes com fibrilação atrial valvar e com CHA2DS2VASC de alto risco devem ser anticoagulados! E atenção em prova, esses
critérios devem ser decorados! Agora sim, vamos entender como funciona o tratamento!
Vamos lá… Se temos um paciente instável, vamos fazer o choque e salvar a vida desse paciente naquele momento! Não vamos estar nos preocupando com nenhum
trombo! Agora... Se ele estiver estável, caso o paciente tenha um trombo, este já passa a ter uma importância maior. E o trombo, para se formar, depende de 2
fatores: (1) tempo > 48 horas e (2) clínica. Existem situações clínicas que impõem um risco maior da pessoa formar um trombo. Isso acaba assumindo uma
importância muito mais para o dia-dia prático do que para a prova. Por quê? Porque todo paciente de prova tem o risco de ter trombo. Não é um paciente de libação
alcoólica, ritalina, redbull e que teve FA por isso... Em prova, temos um paciente que tem uma condição de base para desenvolver FA. As situações clínicas que
impõem um risco maior de desenvolver um trombo são vistas pelos critérios CHA2DS2VAS. Portanto, os fatores que utilizamos para nortear o tratamento envolvem
o “ABC” anticoagulação, “better symptoms” (melhora sintomática) e comorbidades. Vamos prosseguir!
Não tem segredo! Instabilidade = CHOQUE SINCRONIZADO! E, por favor, não se esqueça: instabilidade hemodinâmica em arritmia
não é sinônimo de hipotensão! Síncope, dor torácica, congestão pulmonar... Todas são situações que consideramos como
instabilidade hemodinâmica!
(2) ESTÁVEL:
No contexto de estabilidade hemodinâmica, podemos adotar 2 estratégias distintas: controle apenas da FREQUÊNCIA CARDÍACA; ou controle/reversão do RITMO!
1. CONTROLE DA FREQUÊNCIA
- Antagonistas do cálcio cardiosseletivas (DILTIAZEM, VERAPAMIL) Mesmo em pacientes assintomáticos, é importante MANTER
UMA FC MÉDIA EM TORNO DE 100BPM, para evitar a
- DIGITAL (segunda linha) usar se insuficiência cardíaca SÍNDROME DE TAQUICARDIOMIOPATIA: uma disfunção sistólica do
VE decorrente da sobrecarga crônica de frequência. Com base no
estudo RACE II, podemos adotar o chamado “controle brando”, que
- AMIODARONA (quarta possibilidade)
VISA UMA FC < 110 EM REPOUSO.
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-
2. CONTROLE DO RITMO (REVERSÃO) É OPCIONAL!
Considerar principalmente se: < 65 anos, primeiros episódios, ↓átrio (< 5cm), sintomas refratários
- REVERSÃO:
ELÉTRICA: CHOQUE
- PROFILAXIA: AMIODARONA (mais usada para pacientes com cardiopatia estrutural/IC | risco de toxicidade), PROPAFENONA, SOTALOL,
ABLAÇÃO POR RADIOFREQUÊNCIA
A preferência não é pela amiodarona! SÓ OPTAMOS POR AMIODARONA SE HOUVER CARDIOPATIA PRÉVIA ESTRUTURAL. Lembre-
se -se que a amiodarona é uma droga de depósito e pode gerar toxicidade ocular, pulmonar, cutânea, etc.
ANTICOAGULAÇÃO
QUAIS DROGAS? WARFARIN, DABIGATRAN (inibidor de trombina), RIVAROXABAN, APIXABAN, EDOXABAN (inibidores do fator
Xa)
PREFERIR WARFARIN SE: JÁ ESTÁ EM USO DO MESMO, CLCR < 15-30 OU FA VALVAR (manter INR entre 2-3)
QUAL MOMENTO?
ECO TE COM TROMBO OU ECO INDISPONÍVEL: anticoagular por pelo menos 3 semanas antes e 4 semanas pós a cardioversão (seja elétrica ou química),
independente de CHADSVASC!
ECO TE SEM TROMBO: cardioversão (pode omitir a anticoagulação)
ANTICOAGULAÇÃO NA CARDIOVERSÃO
(1) Anticoagulação por, pelo menos, 3 semanas antes e 4 semanas após a cardioversão (seja ela química ou elétrica), independente do CHA2DS2-VASC.
(2) Se não realizar anticoagulação inicial por 3 semanas, pode-se realizar ECO TE e, na ausência de trombo, heparinizar para cardioversão e manter
anticoagulação por, pelo menos, 4 semanas.
(3) Se necessitar de cardioversão imediata (por instabilidade hemodinâmica): anticoagulação assim que possível e por, pelo menos, 4 semanas após
cardioversão.
* As opções farmacológicas para anticoagulação por algumas semanas são: warfarin (INR 2-3), dabigatrana (inibidor direto da trombina), rivaroxabana,
apixabana ou edoxabana (inibidores do fator Xa).
FA < 48H
(1) CHA2DS2-VASC > 2 (homem) ou > 3 (mulher): anticoagulação para cardioversão, seguida de anticoagulação crônica.
(3) CHA2DS2-VASC de 0 (homem) ou 1 (mulher): anticoagulação opcional para cardioversão, sem necessidade de anticoagulação posterior.
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-
ANTICOAGULAÇÃO CRÔNICA
Prótese valvar mecânica ou estenose mitral moderada a grave: anticoagulação com WARFARIN.
CHAD2DS2-VASC > 2 (homem) ou > 3 (mulher): anticoagulação com preferência pelos "NOVOS ANTICOAGULANTES ORAIS" (dabigatrana, rivaroxabana,
apixabana ou endoxabana) em comparação com warfarin.
* Se houver DRC em fase terminal (diálise ou clearance < 15-30), preferir Warfarin ou Apixabana.
** Se houver DRC moderada a grave, reduzir dose dos seguintes fármarcos: dabigatrana (se clearance 15-30), rivaroxabana (se clearance < 50), edoxabana
(se clearance 15-50) e apixabana (se creatinina > 1,5)
SAIBA MAIS!
Quando “CONSIDERAMOS” a
anticoagulação, devemos levar em
HAS-BLED! EM
conta o
CASO DE PONTUAÇÃO
> 3 PONTOS HÁ RISCO
DE HEMORRAGIA COM
A ANTICOAGULAÇÃO
Imagem: gilbertonunes.com.br ORAL.
FLUTTER ATRIAL
MECANISMO: MACRORREENTRADA
- INSTÁVEL OU ESTÁVEL: preferência pela reversão com CHOQUE (50-100J) – É A TAQUIARRITMIA MAIS RESPONSIVA A CARDIOVERSÃO ELÉTRICA.
-
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR PAROXÍSTICA
MECANISMOS:
ONDA P RETRÓGRADA (P’) PRÓXIMA (“colada” – NÃO DÁ PARA VER) ao QRS (RP’ < 70ms)
ONDA P INVERTIDA SIMULANDO OUTRAS ONDAS, sendo chamada de PSEUDO-R’ na derivação V1 e PSEUDO-S
NAS DERIVAÇÕES INFERIORES (D2, D3 e aVF);
Imagem: mairimed.com
ONDA P
Vamos entender como funciona... O normal é nascer com uma única via nodal (por exemplo, uma única
via beta). A via beta conduz a eletricidade de forma rápida, mas recupera de uma forma mais lenta. É
uma via que capta toda a energia elétrica do átrio e encaminha ela para o feixe de Hiss.
Aproximadamente 25% das pessoas no mundo nascem com DUAS vias nodais (alfa e beta). E daí? E daí
que elas são diferentes... A via alfa é o contrário! Conduz lentamente, mas recupera de forma rápida.
O problema vai acontecer quando aparecer uma extrassístole! Como um estímulo elétrico surge antes
do tempo, quando chega no nó AV, vai se deparar com uma via beta que ainda está se recuperando. E
o que vai fazer? Vai pegar a via alfa...
A via alfa, ao propagar o estímulo elétrico em direção ao ventrículo, encontra agora a via beta pronta
e este estímulo passa a ser conduzido pela via beta. O estímulo sobe pela via beta e encontra a via alfa
novamente, descendo pela via alfa, subindo pela via beta, descendo pela alfa, criando um looping, um
circuito elétrico preso no nó AV, tão rápido, mas tão rápido, que passa a comandar a atividade elétrica
do coração. Isso gera taquicardia e, como esse estímulo vai ao átrio e ventrículo ao mesmo tempo, a
contração do ventrículo suprime a atividade elétrica do átrio no ECG – a onda P coincide com QRS!
Isso aparece “do nada”, dura alguns segundos ou minutos e vai embora espontaneamente. Ocorre
em momentos da vida de maior estresse, no qual as pessoas fazem mais extrassístoles. É TÍPICA EM
MULHERES JOVENS SADIAS (2:1) e manifesta-se através da SENSAÇÃO DO CORAÇÃO BATENDO FORTE
NO PEITO OU NO PESCOÇO. Aparece e vai embora... É mais comum do que pensamos.
Em 70 % dos casos ocorre pelo mecanismo já visto, a reentrada nodal. E em 30 % dos casos ocorre por
reentrada em via acessória, o feixe de Kent. A pessoa nasceu assim... É como se fosse um nó AV. Como
assim? Esse feixe conduz eletricidade do átrio para o ventrículo.
Entretanto, diferente do nó AV, essa via acessória conduz a atividade elétrica de forma muito rápida, apesar de se recuperar mais lentamente. Um dia na vida, a
pessoa desenvolve uma extrassístole atrial e o estímulo se propaga pelo nodo AV e pela via acessória. Porém, como a via acessória recupera mais lentamente, não
conduz a atividade elétrica da extrassístole. Quem conduz a atividade elétrica é a vida nodal, que propaga o estímulo pelo ventrículo, e quando essa atividade elétrica
chega no cantinho do feixe de Kent, encontra uma ponte e o estímulo elétrico volta ao átrio, e do átrio vai para o ventrículo, formando um circuito, e a pessoa
desenvolve uma taquicardia supraventricular passando pela via acessória.
Imagem: pt.thpanorama.com
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COMO SABER SE A VIA ACESSÓRIA EXISTE?
CONDUTA:
- INSTÁVEL: CARDIOVERSÃO COM 50-100J (ADENOSINA E MANOBRA VAGAL PODEM SER FEITAS DURANTE O PREPARO)
- ESTÁVEL: MANOBRA VAGAL com COMPRESSÃO DO SEIO CAROTÍDEO OU VALSALVA (EVITAR COMPRESSÃO EM GRANDE
IDOSOS E SE RISCO DE DOENÇA CAROTÍDEA) > ADENOSINA 6MG > 12MG (EVITAR EM ASMÁTICOS = USAR DILTIAZEM/VERAPAMIL)
- ABLAÇÃO POR CATETER/RADIOFREQUÊNCIA (“é a mais curável por radioablação” – sucesso de 95%). Se a ablação não for realizada, o
paciente pode ser tratado com betabloqueadores ou bloqueadores do canal de cálcio (verapamil ou diltiazem).
O TRATAMENTO CRÔNICO naqueles que não ablam consiste no uso de BETABLOQUEADORES/BLOQUEADORES CANAIS CÁLCIO.
Outras opções incluem FLECAINIDA, PROPAFENONA (ambas na ausência de cardiopatia), AMIODARONA, DOFETILIDA OU
SOTALOL.
- Conduta EXPECTANTE
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TV SUSTENTADA
SAIBA MAIS!
- MAIORIA DOS PACIENTES APRESENTA CARDIOPATIA ESTRUTURAL (principais exemplos: cardiopatia isquêmica
pós IAM e cardiomiopatia dilatada)
- CAUSAS IDIOPÁTICAS BENIGNAS (ausência de cardiopatia estrutural): TV do trato de saída do VC, TV fascicular
(septal esquerda).
TORSADES DE POINTES
- FATOR PREDISPONENTE: QT LONGO FORA DA ARRITMIA (PARA EU DIZER QUE É TORSADES É OBRIGATÓRIO A PRESENÇA DE QT LONGO
FORA DA ARRITMIA!)
- CAUSAS ADQUIRIDAS: BRADIARRITMIAS MALIGNAS (geralmente BAVT), DROGAS (quinidina, procainamida, disopiramida, sotalol,
ibutilida, dofetilida, tricíclicos, clorpromazina, haloperidol, terfenadina, astemizol, eritromicina, pentamidina, cloroquina, cisaprida, etc),
AGROTÓXICOS, DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS (hipoK, hipoMg, hipoCa), ANOREXIA NERVOSA, DIETA LIQUIDA
PROTEICA.
- CAUSAS HEREDITÁRIAS:
- TRATAMENTO:
SULFATO DE MAGNÉSIO (1-2 gramas em bolus, podendo repetir em 15 minutos, se necessário, + 3-20mg/min de manutenção,
até completar 10 gramas em 5 horas).
DESFIBRILAÇÃO (se instável)
RESUMÃO!
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- Bradiarritmias
1. Conceitos Iniciais
MAS, CUIDADO! Quando o R-R está irregular, não podemos utilizar nenhuma dessas fórmulas... Então, nessas arritmias, fazemos assim:
(1) Conte 15 quadradões; (2) Conte os QRS entre os 15 quadradões; (3) Multiplique os QRS por 20.
15
Nesse caso, temos 6 complexos QRS que estão
inseridos nesse espaço de 15 quadradões. Aqui,
multiplicamos 6 por uma constante, que é 20. Então,
no exemplo ao lado, temos uma frequência cardíaca
estimada de 120 batimentos por minuto.
1 2 3 4 5 6
Imagem: adaptado de MedicinaNET
2. Tipos de Bradicardia
BRADICARDIA SINUSAL
ARRITMIA SINUSAL
PAUSA SINUSAL (pode ser decorrente de estímulo parassimpático ou doença do nó sinusal)
-
3. Disfunção do Nó Sinusal
BRADICARDIA SINUSAL
(1) TEM ONDA P POSITIVA EM D2? SIM!
Para o P-R estar normal, tem que estar no mesmo quadradão! A única exceção para esse macete é WPW, onde temos a onda delta, com a P “colado” no QRS (P-R
curto). Certo... Já verificamos que o paciente está bradicárdico. Quando nos deparamos com um coração batendo devagar, a primeira coisa que temos que fazer é
ver se estamos diante da bradiarritmia mais comum da prática médica: a bradicardia sinusal. Para ver isso, devemos responder apenas 3 perguntas. É bem mais fácil
do que nas taquiarritmias... Para saber que o ritmo é sinusal, o nó sinusal deve estar sendo capaz de comandar a despolarização dos átrios, logo, temos que ter onda
P positiva em D2! Para saber que o ritmo está sendo transmitido até o ventrículo, essa onda P deve ser seguida de um QRS! Além disso, também precisamos saber
se essa transmissão está ocorrendo na velocidade correta: vemos isso através do intervalo P-R. Portanto, podemos entender a bradicardia sinusal da seguinte forma:
- CAUSAS: VAGOTONIA (“maior tônus vagal durante a noite”), DROGA BRADICARDIZANTE (ex: betabloqueadores)
- CONDUTA: depende!
ASSINTOMÁTICO: OBSERVAÇÃO
CAUSAS MALIGNAS OU REFRATÁRIAS A ATROPINA: MARCA-PASSO, ADRENALINA OU DOPAMINA (não respondem a atropina)
A atropina tem como mecanismo de ação a inibição da ação vagal! E lembre-se que a ação do nervo vago é parassimpática (reduz FC). As bradiarritmias malignas
não respondem porque a inervação parassimpática do coração está presente somente nas regiões mais altas do coração!
ARRITMIA SINUSAL
Imagem: adaptado de MedicinaNET - TIPO NÃO RESPIRATÓRIO: não tem relação com a respiração.
PAUSA SINUSAL
Imagem: adaptado de campuscardio.com - RITMO SINUSAL COM PAUSA (“nó sinusal esquece
de bater”) eletro vem normal e “do nada” aparece uma pausa
(“SILÊNCIO ELÉTRICO”). Na maioria das vezes é benigna
(pausa por menos de 3 segundos).
CAUSAS: VAGOTONIA, DROGA BRADICARDIZANTE, DISFUNÇÃO DO NODO SINUSAL** (suspeitar na presença de diversas
pausas sinusais (períodos em onda P e sem QRS)
TRATAMENTO:
MENOR QUE 3 SEGUNDOS: BENIGNO = OBSERVAÇÃO
MAIOR QUE 3-4 SEGUNDOS: MALIGNO = MARCA-PASSO (pensar em doença do nodo sinusal).
Qualquer pessoa sem batimento cardíaco por mais de 3 segundos, faz síncope! Nos casos de doença do nodo sinusal, por mais que seja em partes altas do coração,
não há a resposta a atropina! O nodo sinusal fica fibrosado! A etiologia é fibrosante e atropina não age em fibrose!
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(**) DISFUNÇÃO DO NODO SINUSAL
No grupo das condições não fisiológicas de causas de pausa sinusal, encontramos a DISFUNÇÃO DO NODO SINUSAL, que pode ser classificada em extrínseca
(geralmente reversíveis) ou intrínseca (condições degenerativas).
Curiosidade: a atropina é ineficaz em pacientes submetidos a transplante cardíaco porque o novo órgão é desprovido de inervação parassimpática.
DOENÇA DO NÓ SINUSAL
ECG: os achados no ECG podem variar amplamente! Podemos apresentar: PAUSA SINUSAL MAIOR QUE 3 SEGUNDOS (SINTOMÁTICA), BRADICARDIA SINUSAL,
SÍNDROME BRADI-TAQUI, FIBRILAÇÃO/FLUTTER VENTRICULAR...
CONDUTA: TRATAR A CAUSA + ATROPINA (PELA FIBROSE, PROVAVELMENTE NÃO FUNCIONA) (!!!)
4. Ritmos de Escape
SE O NÓ SINUSAL NÃO FUNCIONA, OUTRO CARDIOMIÓCITO ASSUME O RITMO! Surgem BATIMENTOS TARDIOS OU DE SUPLÊNCIA (diferente da extrassístole, que
é um batimento precoce, “apressado”), PRECEDIDOS POR UMA PAUSA! Não há nenhum bloqueio = não houve onda P, pois não tem nó sinusal para estímulo atrial!
Imagem: adaptado de MedicinaNET - Origem em um miócito atrial o estímulo elétrico é assumido pelo átrio!
- QRS ESTREITO
- FC entre 40-60BPM
-
RITMO IDIOJUNCIONAL (ESCAPE JUNCIONAL)
- Origem em um miócito entre átrio e ventrículo (incluindo o nó AV) o estímulo elétrico é
assumido no nodo AV, mas chega normalmente no ventrículo (por isso não altera QRS)!
- FC entre 40-60BPM
- Maioria BENIGNA
- FC entre 8-40BPM
Imagem: adaptado de MedicinaNET
- MALIGNO!
DEFINIÇÃO: é uma onda P que nasce no átrio, mas que é bloqueada e não chega ao ventrículo!
Perceba: se olhar com critério, o nome “BAV de 1º grau” está errado. Por quê?
Não há bloqueio da onda P! A onda P nunca é bloqueada! O que ocorre é uma
diminuição da velocidade da transmissão elétrica do átrio para o ventrículo! Toda
onda P que nasce no átrio, chega ao ventrículo! Só que chega devagar... Demora,
mas chega!
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Se o 1º grau é “do bem e nunca bloqueia”, o de 3º é “do mal e SEMPRE bloqueia”! Então, nenhuma onda P que nasce no átrio é capaz
de estimular o ventrículo! É sempre bloqueada... Acompanhe o raciocínio agora: se o estímulo não chega no ventrículo, como é que
ele bate? Veja: o ventrículo vira o marca-passo do coração! Ele “se revolta” e começa a bater sozinho! Só que tem um problema... O
ventrículo “nunca nasceu para ser marca-passo”! Então, chega um momento que esse ventrículo “cansa” de ser marca-passo e para
de bater! O paciente faz assistolia e morre! É por isso que é “do mal”! Não responde à atropina e o paciente pode parar!
Agora... Se o 1º é do bem, o 3º é do mal... E o de 2º? DEPENDE! Se a onda P nunca é bloqueada no BAV de 1º e sempre é bloqueada
no BAV de 3º, e no de 2º? ÀS VEZES! Em 1914, um rapaz chamado Mobitz viu que esse “ás vezes” poderia ocorrer de 2 maneiras
diferentes. Então, ele dividiu o BAV de 2º grau em MOBITZ I e MOBITZ II. Vai para o lado do ‘bem’, junto com o BAV de 1º (MOBITZ 1)
e outro junto com o BAV de 3º (MOBITZ 2). E assim a gente divide os bloqueios A-V! Vamos entender!
BAV 1º GRAU
Onda P demora a chegar no QRS + PR longo (> 200ms ou 1 quadradão)
- ALARGAMENTO DO INTERVALO PR (> 200ms ou > 5 quadradinhos). Nem chega a ser um bloqueio!
Qual a primeira pergunta que temos que fazer? TEM ONDA P POSITIVA
EM D2? TEM!
O INTERVALO P-R ESTÁ OK? NÃO! A onda P está separada do QRS por um
quadradão! Os dois deviam estar juntos no mesmo!
O que isso nos diz? O estímulo nasce de forma correta no nó sinusal e demora para chegar ao ventrículo! DEMORA, MAS CHEGA! NUNCA BLOQUEIA! Agora, falando
tecnicamente, quando é que podemos afirmar que tem um BAV de 1º? Quando temos um P-R > 200ms (> 5 quadradinhos ou 1 quadradão)! E repare esse detalhe...
Às vezes, o BAV de 1º grau é “tão do bem”, que o paciente nem faz bradicardia! Se olharmos para o exemplo acima, até taquicárdico o paciente está!
- BENIGNO (SUPRA-HISSIANO)
CADA ONDA P É PRECEDIDA POR UM QRS? NÃO! Repare que tem uma onda P
que não tem QRS! Então, podemos dizer que “às vezes bloqueia”. Se “às vezes
bloqueia”, estamos diante de um BAV de 2º grau!
QUAL A CONDUTA PARA OS BAV SUPRA-HISSIANOS”? O que fazer diante de um BAV de 1º grau ou BAV 2º grau Mobitz I?
- Se ASSINTOMÁTICO: OBSERVA!
-
BAV 2º GRAU MOBITZ II
PR normal e, sem avisar, às vezes bloqueia
- MALIGNO (INFRA-HISSIANO)
O INTERVALO P-R ESTÁ NORMAL? SIM! Estão num mesmo quadradão! Para dizermos que é Mobitz II, tem que avaliar o intervalo P-R! No Mobitz I, ele vai alargando,
alargando, até chegar o bloqueio! No Mobitz II, O ELETRO NÃO AVISA! O ritmo é sinusal, COM P-R NORMAL E DO NADA, BLOQUEIA!
QRS ESTREITO + BAV 1º GRAU (PR > 200MS): BAV BENIGNO (A)
QRS LARGO, SEM BAV 1º GRAU: BAV MALIGNO (B)
CASOS DÚBIOS: FAZER DOSE-TESTE DE ATROPINA (a ausência de resposta indica malignidade), EEG ou TE.
TREINANDO O OLHO...
MOBITZ I
MOBITZ II
2:1
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-
BAV 3º GRAU (BAVT)
Dissociação AV = “Onda P entra e sai do QRS”
- COMPLETA DISSOCIAÇÃO AV
- Átrios e ventrículos ficam independentes e a ONDA P SURGE EM LOCAIS DISTINTOS A CADA BATIMENTO.
- MALIGNO (INFRA-HISSIANO)
Imagem: adaptado de MedicinaNET
- CONDUTA: MARCA-PASSO
CADA ONDA P É SEGUIDA DE UM QRS? Aqui que complica! Tem onda P longe do QRS,
tem onda P perto do QRS, tem onda P que nasceu depois do ventrículo... Então, quando
isso acontecer, quando não soubermos determinar se é um “ás vezes bloqueia” ou um
ONDA P ‘ESCONDIDA’ NO QRS “nunca bloqueia”, por favor, SEMPRE CONTAR QUANTAS ONDAS P conseguimos
identificar no traçado!
Mas, cuidado! Nesses casos, em algumas situações, podemos ter ondas P escondidas,
como no caso da imagem ao lado! Para evitar que se conte errado, podemos fazer o
seguinte: escolher as duas ondas P que temos certeza que sejam realmente onda P
(circulado ao lado) e marcar uma linha com o espaço que existe entre elas (linha
tracejada ao lado).
Depois, pegamos o tamanho dessa linha tracejada e colocamos aos dois lados dessa
onda P! As ondas P seguintes estarão ao término desse espaçamento! E vamos fazendo
isso com as ondas P que formos achando. Isso nos ajuda a identificar as ondas P que
possam estar escondidas em uma onda T ou em um complexo QRS, por exemplo! O
INTERVALO ENTRE AS ONDAS P É REGULAR! Por isso, não tem erro!
PERCEBA A VISUALIZAÇÃO DE 8 “ONDAS P” E 5 QRS
Então, nesse exemplo, veremos que temos 8 ondas P (algumas escondidas) para 5 complexos QRS. O que isso significa? Átrio e ventrículo não estão conversando!
Não estão batendo na mesma frequência! Há uma dissociação completa entre átrio e ventrículo! Quando isso ocorre, nós temos um BAV TOTAL! Por que total? O
átrio está batendo de forma independente! Às vezes bate bem antes, às vezes pouco antes, às vezes junto, às vezes depois! “A onda P entra e sai do QRS”.
Outras: IAM DE PAREDE ANTERIOR (Mobitz II, BAVT) ou INFERIOR (BAVT), MIOCARDIOPATIAS (especialmente a CHAGÁSICA e
as INFILTRATIVAS, como AMILOIDOSE).
Desta maneira, é importante que o paciente com estas formas de BAV seja submetido a um ecocardiograma.
BAV AVANÇADO
“Ondas P bloqueadas sequencialmente”
-BLOQUEIO EVENTUAL (não é sempre), SÚBITO E IMPREVISÍVEL DA ONDA P, mas agora há MAIS DE UMA ONDA P
BLOQUEADA NA SEQUÊNCIA (ex.: 3:1). É MALIGNO! A conduta é MARCA-PASSO! OBS: na prova, até prova em contrário, esqueça que
ele existe, pensar primeiro em BAVT
TEM ONDA P POSITIVA EM D2? Tem! CADA ONDA P É SEGUIDA DE QRS? Algumas sim
e, mas, cadê o QRS desse monte de onda P? “Ás vezes bloqueia”. Se “ás vezes bloqueia”,
BAV de 2º grau! E O P-R? Antes da onda P bloqueada, está normal! Se o intervalo P-R
está normal, isso é um BAV 2º grau Mobitz II!
-
Só que aí você olhamos e percebemos que várias ondas P foram bloqueadas de forma sequencial, sucessiva! Aqui não é “sempre bloqueia”, porque algumas
passaram... Também não é “ás vezes bloqueia”! Aqui foram ondas P bloqueadas de forma sucessiva! Chamamos esse BAV de BAV AVANÇADO! São ondas P
bloqueadas sequencialmente. É quando observamos relações P/QRS de 3:1. 4:1, etc. Também é um ritmo MALIGNO!
QUAL A CONDUTA PARA OS BAV INFRAHISSIANOS? O que fazer diante de um BAV de 2º grau Mobitz II, BAVT ou BAV
avançado?
PRECISA TER ALGUM SINTOMA? NÃO! O sintoma que uma pessoa com BAV do mal pode ter é uma parada... Tem que
correr com o marca-passo!
(2) Nas DOENÇAS DEGENERATIVAS DO SISTEMA DE CONDUÇÃO AV, manifestando-se com BAV MALIGNO (MOBITZ II,
BAVT).
SITUAÇÕES ESPECIAIS COMO PÓS-IAM (BAVT, BAV DE 2º GRAU PERSISTENTE COM BRE) e SÍNCOPE
(3)
ASSOCIADA A HIPERSENSIBILIDADE DO SEIO CAROTÍDEO E ASSISTOLIA > 3 SEGUNDOS após discreto estímulo do seio
carotídeo.
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- Marca-Passo
1. Indicações
(2) BRADIARRITMIAS MALIGNAS MESMO QUANDO ASSINTOMÁTICAS PELO RISCO DE DEGENERAÇÃO MALIGNA
(3) BRADIARRITMIAS BENIGNAS, MAS MUITO SINTOMÁTICAS, APÓS EXCLUSÃO DE OUTROS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
2. Tipos
(3) DEFINITIVO
Calma! Não fique nervoso com essas siglas, pois vamos entender adiante.
Agora, perceba: como os eletrodos são acoplados nas câmaras direitas
(condução célula a célula até o coração esquerdo), o ECG terá morfologia de
BRE! PERCEBA A ESPÍCULA DEPOIS DO QRS!
TRANSCUTÂNEO
- NECESSÁRIO SEDAÇÃO/ANALGESIA
-
TRANSVENOSO
- Pode ser PROFILÁTICO (IAM COM BRADICARDIA, COM BLOQUEIO DE RAMO RECENTE OU BAV AVANÇADO; GRANDES CIRURGIAS
GERAIS EM PORTADORES DE DISTÚRBIOS DO SISTEMA DE CONDUÇÃO, DISFUNÇÃO DE MP DEFINITIVO EM PACIENTE
DEPENDENTE, ENTRE OUTRAS...)
Também é MP de EMERGÊNCIA! E cuidado! Apesar de sair da unidade geradora, esses 2 “cabinhos” se juntam e formam 1 só!
E esse “cabinho” único que é feito por essa união, vai ser colocado, através de PUNÇÃO DE JUGULAR OU SUBCLÁVIA dentro do
VENTRÍCULO DIREITO. Quando dentro do VD, começamos a dar o ‘choquinho’. Portanto, como é um choque de baixa
intensidade, normalmente (nem sempre) não precisa de analgesia.
DEFINITIVO
Outro exemplo: um BAVT por doença de chagas. Doença definitiva ou temporária? Definitiva.
Usamos um MP definitivo!
Maldade de prova: paciente com doença de chagas + intoxicação digitálica + BAVT. Definitivo ou
temporário? Tem como saber se esse BAVT é causado por intoxicação ou chagas? Não... O que
fazemos então? Passa o TEMPORÁRIO e trata a intoxicação digitálica! Se o BAVT for embora, tira...
Imagem: adaptado de ADAM Se não for, coloca o MP definitivo (a culpa é de chagas)!
Outra maldade clássica de prova: os infartos de parede inferior normalmente provocam bradicardia, porque pega coronária direita e é essa artéria que irriga o
sistema elétrico cardíaco. Então, pessoas em fase aguda de IAM agudo às vezes tem indicação de passar MP. Qual? TEMPORÁRIO, claro! Tratou o infarto, saiu a
bradiarritmia, tiramos. Se depois de tratado o infarto, a bradiarritmia permanecer, passa o definitivo.
(3) TIPO DE “SENSING” (o que o marca-passo faz quando reconhece a atividade intrínseca do coração):
- Inibido (“deixa rolar”) | Trigger (“entra”) | Duplo
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-
AAI
VVI
É o modo do marca-passo transcutâneo (sempre) e transvenoso (geralmente)! Sente o ventrículo, estimula o ventrículo e, ao sentir a atividade intrínseca, é
inibido/não faz nada.
Síndrome do Marcapasso (SM) foi descrita inicialmente em 1969, em pacientes portadores de MARCAPASSO DE ESTIMULAÇÃO VENTRICULAR EXCLUSIVA e
CONDUÇÃO ATRIAL RETRÓGRADA, levando a sintomas de DISPNÉIA, PALPITAÇÃO E BAIXO DÉBITO CARDÍACO.
Por vezes, em pacientes que tem nó sinusal funcionante, mas nó atrioventricular disfuncionante (não gera complexo QRS) pode ocorrer o que chamamos de
SÍNDROME DO MARCA-PASSO.
O átrio vai contrair normalmente de acordo com o nó sinusal (que bate numa frequência X) e um ventrículo que bate de acordo com o marca-passo (numa
frequência Y). Eles não vão concordar! O paciente vai evoluir com uma espécie de BAVT por conta da dissociação elétrica AV.
DDD
COMPLICAÇÃO: TAQUICARDIA MARCA-PASSO MEDIADA: pode ocorrer em pacientes com condução VA e em circunstâncias nas quais o sincronismo AV é
perdido.
3. Complicações Gerais
- FALHA DE CAPTURA: pode ser causada por mal posicionamento, output baixo, etc
- FALHA DE SENSING: marca-passo não reconhece a atividade intrínseca do paciente. É como se ambos estivessem “brigando”
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-
4. Algoritmo para Escolha do Marca-Passo
SITUAÇÃO MAIS CLÁSSICA DE PROVA: classicamente, nos MP definitivos, temos cabos no AD e no VD. Hoje, entretanto, já existem MP mais novos que tem cabos
em AD, VD e VE (tripla-câmara) e até os tetra-câmara! E qual é a pegadinha de prova? Existe uma situação em que nós vamos pegar um MP e não vamos passá-lo
com cabos em átrio e ventrículo. Hoje, pegamos esse paciente e passamos um MP definitivo COM CABO APENAS EM VENTRÍCULO. Que situação é essa em que
usamos a tecnologia mais antiga? Quando quisermos que a sincronia A-V “se dane”! Quando não precisa do cabo no átrio. E que situação é essa? É a situação em
que o átrio não bate mais! Qual? FIBRILAÇÃO ATRIAL! Guarde isso!
As PRINCIPAIS SITUAÇÕES E RESPECTIVAS RECOMENDAÇÕES quanto ao uso dos diferentes modos de marca-passo definitivo são:
Adendo: o SUFIXO “R” significa “modulação da frequência cardíaca” “programável com intervalo de escape controlado de forma adaptativa por uma ou mais
variáveis”. São os mais modernos!
AAIR: bradicardia sintomática resultante de disfunção do nó sinusal no paciente cronotropicamente incompetente e com condução atrioventricular
normal;
DDI: necessidade de marca-passo de duas câmaras na presença de taquicardia supraventricular paroxística em paciente cronotropicamente
competente;
DDIR: bloqueio atrioventricular e disfunção do nó sinusal no paciente cronotropicamente incompetente com taquicardia supraventricular paroxística
significativa;
DDD: bloqueio atrioventricular e disfunção do nó sinusal no paciente cronotropicamente competente; necessidade de sincronia atrioventricular para
maximizar débito cardíaco em pacientes ativos e cronotropicamente competentes; em pacientes com antecedente de síndrome do marca-passo;
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- Síncope
1. Conceitos Iniciais
DEFINIÇÃO:
As causas mais comuns são a neuromediada e a ortostática, seguidas pelas causas arritmogênicas. Vale lembrar que a frequência de cada uma varia de acordo com
a idade do paciente.
- POSSUI SINTOMAS PRÉ-SÍNCOPE. É a pessoa que ‘avisa’ que vai ter a síncope!
VASOVAGAL
- CONDUTA: HIDRATAÇÃO + TREINO POSTURAL + INGESTA DE SÓDIO (10G/DIA) > FLUDROCORTISONA (ação
mineralocorticoide para aumentar sódio e volemia), BETABLOQUEADOR (uso controverso), MIDODRINA, ISRS > MP.
No insucesso ao tratamento não farmacológico algumas alternativas podem ser instituídas. O midodrine é um alfa-agonista com efeitos vasoconstritores periféricos.
Seu uso está respaldado em estudos randomizados que demonstraram a superioridade dessa medicação. Infelizmente, não é comercializado no Brasil. A
fludrocortisona é a droga mais utilizada na prática clínica: é um mineralocorticoide que promove retenção de sódio e água, excreção de potássio e aumento do
volume circulante, o que pode mitigar a ocorrência de hipotensão. O seu principal efeito adverso é a hipertensão de decúbito, o que pode limitar o seu uso,
especialmente, no paciente mais idoso. Além disso, o potássio deve ser monitorado durante seu uso pelo risco de hipocalemia. O uso de betabloqueador é
controverso e pouco utilizado, uma vez que estudos randomizados foram negativos para a demonstração de benefício com essas medicações. Os inibidores da
recaptação de serotonina são utilizados em casos em que há algum transtorno de ansiedade associado, entretanto os resultados na literatura de sua eficácia são
controversos.
- CONDUTA: MARCA-PASSO
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3. Síncope Ortostática (Postural)
HIPOVOLEMIA/DROGAS/DISAUTOMINIA
PERCEBA!
4. Síncope Neurológica
5. Síncope Cardíaca
JOVENS, ATLETAS
- CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA
- SÍNDROMES ARRITMOGÊNICAS*
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-
WOLFF
(*) QUAIS AS SÍNDROMES ARRITMOGÊNICAS CAUSADORAS DE SÍNCOPE?
- Paciente com taquisupra por via acessória (PR CURTO COM ONDA DELTA)
(4) DISPLASIA DE VD
- Degeneração do VD.
ÉPSILON DISPLASIA VD
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- Parada Cardiorrespiratória (PCR)
1. Conceitos Iniciais
1. IRRESPONSIVIDADE
2. APNEIA/RESPIRAÇÃO AGÔNICA
3. AUSÊNCIA DE PULSO
Se não responder...
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR
C (CIRCULATION)
- Técnica: mãos sobrepostas paralelas, com dedos entrelaçados, com braços estendidos e
movimento de flexão do quadril
Imagem: tuasaude.com.br
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-
A (AIRWAY)
Imagem: Pinterest
B (BREATH)
- Cada ventilação deve ser feita devagar, em 1 segundo, para minimizar a distensão gástrica e reduzir o risco de broncoaspiração
- Médico tem direito a se recusar de fazer boca-boca, mas o risco de infecção é mínimo e tal atitude não deve ser desencorajada. A respiração
boca-nariz também é eficaz e está indicada quando a respiração boca-boca é impraticável, como em alguns casos de trauma de face.
D (DESFIBRILATION)
OBS: o contato das pás com o tórax do paciente precisa da interposição de um gel
condutor, de um emplastro especial (que já vem com os aparelhos mais modernos) ou
simplesmente de gazes embebidas em soro fisiológico. Nunca se deve passar gel, soro
fisiológico ou qualquer outro condutor no meio do tórax do paciente entre as posições
das pás, pois, nesse caso, o choque não passará pelo coração, mas tomará o caminho
pelo tórax superficial, através do gel.
-
SUPORTE AVANÇADO DE VIDA (ACLS)
“TUBO + VEIA”
Tubo...
-- COMPRESSÃO: 100-120/MINUTO
Veia...
Drogas que podem ser feitas pelo TOT: Vasopressina, Atropina (não utilizada mais), Naloxone, Epinefrina (adrenalina), Lidocaína. Não existe dose ideal, mas a
recomendada é a de 2,5x a dose venosa. Deve ser diluída em 5-10ml de água ou salina e injetada diretamente no TOT. Segundo alguns autores, a diluição com água
ofereceria maior absorção que com salina.
Detalhe prático...
- O acesso venoso e a intubação devem ser tentados enquanto as manobras de RCP sejam mantidas (por mais difícil que seja). Se não for possível, podemos
INTERROMPER A RCP POR NO MÁXIMO 10 SEGUNDOS.
E o SOCO PRECORDIAL?
- Consiste no acesso ao coração por toracotomia e compressão com o polegar e os dedos ou com a palma da mão e os dedos contra o esterno. Não há evidências
que suportem o uso rotineiro. Uma de suas utilidades seria na PCR que ocorre DURANTE A CIRURGIA, quando o tórax ou o abdome JÁ ESTIVEREM
ABERTOS ou num pós-operatório precoce de cirurgia cardíaca. Ela também poderia ser considerada em casos bem selecionados de paradas cardíacas extra-
hospitalares por trauma penetrante, com tempo de transporte curto até unidade de trauma.
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-
RITMOS CHOCÁVEIS FV/TV SEM PULSO
- CHECAR RITMO
- CHOQUE
-- Vasopressor: ADRENALINA 1MG (LOGO DEPOIS DE PEGAR A VEIA) E A CADA 3-5 MINUTOS
Atenção: o uso da epinefrina não é feito para acelerar o coração... É para causar vasoconstrição periférica para direcionar a circulação do sangue para áreas mais centrais
(nobres). Não se faz mais vasopressina!
- CHOQUE
Detalhes...
- A amiodarona só pode ser utilizada 2 vezes, sendo 300mg (2 ampolas) na primeira vez e 150mg (1 ampola) na segunda vez. Depois disso, continuar
usando somente a epinefrina como droga!
- Se não tiver amiodarona: LIDOCAÍNA! 1 – 1,5mg/kg (5ml = 100mg). Pode ser repetida até a dose cumulativa de 3mg/kg.
- RCP 2 MINUTOS (OU 5 CICLOS) + VASOPRESSOR (ADRENALINA 1MG A CADA 3-5 MINUTOS)
Não se faz mais vasopressina e não se faz atropina!
- Só se checa pulso quando você está checando o ritmo e observa que esse ritmo é organizado!
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-
SE ASSISTOLIA... CABOS GANHO DERIVAÇÃO
Imagens: MedicinaNET
PRINCIPAL CAUSA DE PCR DE UMA FORMA GERAL: FV! (!!!)
2. Cuidados Pós-Parada
- Otimizar OXIGENAÇÃO (SATURAÇÃO 92-98% com a menor FiO2 possível) e tratar hipotensão
-- SE COMATOSO: 32-36ºC POR, PELO MENOS, 24 HORAS (SF gelado, compressa gelada...)
-
RESUMÃO
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- Insuficiência Cardíaca
1. Conceitos Iniciais
A função do coração é bombear sangue e suprimir a demanda SEM elevar as pressões de enchimento!
Vamos entender alguns conceitos iniciais importantes antes de aprofundar o assunto!
Dito isso, conseguimos entender que o coração pode estar “insuficiente” de 2 formas: ou não está
conseguindo “relaxar” (débito cardíaco baixo + fração de ejeção preservada) ou não está conseguindo
“contrair” (débito cardíaco baixo + fração de ejeção reduzida). Veja a importância de não confundir
fração de ejeção com débito cardíaco! Aliás, aproveitando essa introdução, vamos relembrar alguns
conceitos importantes para o entendimento do funcionamento cardíaco:
Em resumo, o mecanismo de Frank-Starling é um reflexo cardíaco que aumenta a força de contração do coração quando há um aumento do retorno venoso! E qual
a implicação terapêutica disso? Veremos adiante que para melhorar os sintomas de insuficiência cardíaca devemos REDUZIR A PRÉ-CARGA (diuréticos reduz o
retorno venoso e o VDF) e REDUZIR A PÓS-CARGA (vasodilatadores reduzem a “resistência” durante a sístole)!
2. Classificação
- RX: ↑CÂMARAS E CORAÇÃO (AUMENTA DE TAMANHO) - RX: CÂMARAS E CORAÇÃO = (MESMO TAMANHO)
-
Como o débito cardíaco pode ser baixo em ambas as insuficiências (não confunda com fração de ejeção), a CLÍNICA É A MESMA! Mas precisamos saber diferenciá-
las, porque a terapêutica vai ser diferente. Podemos fazer isso, claro, através da fração de ejeção, mas também de outras formas! Veja o raciocínio: na IC sistólica,
se temos um débito de 100ml, por exemplo, vamos ejetar somente 30. Quando isso acontece, fica um volume residual no ventrículo esquerdo – o resultado disso é
uma sobrecarga de volume e o surgimento de B3. Para tentar empurrar esse sangue, o que o coração faz? Se hipertrofia... E isso pode ser visto no RX. Na IC diastólica,
não há sobrecarga de volume... O coração não precisa se hipertrofiar para ejetar sangue. Ele tem força suficiente... A B4 surge porque o sangue não se enche direito
na diástole. O resultado disso é uma contração atrial mais intensa para jogar esse sangue para o ventrículo: o contato do sangue com a parede gera a B4.
A pressão de enchimento é alta em ambas. Na IC sistólica, por haver acúmulo de sangue no ventrículo. Na IC diastólica, por haver acúmulo de músculo. Na IC sistólica,
temos um coração que dilatou. Por estar dilatado, não consegue contrair adequadamente. Na IC diastólica, temos um coração que hipertrofiou. Por estar
hipertrofiado, não consegue relaxar adequadamente.
Por que há congestão pulmonar na IVE e congestão sistêmica na IVD? Temos que entender que quando temos
um ventrículo esquerdo insuficiente, o pulmão será atingido por um mecanismo de ‘REGURGITAÇÃO’! O
acúmulo de sangue no ventrículo vai atingir quem está atrás dele! O pulmão! E com nas duas situações, o sangue
não ‘vai para frente’, seja por falta de força, seja por falta de relaxamento adequado, a clínica vai ser a mesma
em ambas.
Então, todos os sinais de congestão pulmonar, podemos “colocar na conta” do ventrículo esquerdo: dispneia
paroxística noturna, tosse noturna, ortopneia, dispneia aos esforços...
Em geral, a principal causa de IVD é a própria IVE, por esse mesmo mecanismo de ‘regurgitação’. Quando
houver, edema de MMII, hepatomegalia, ascite, turgência jugular, etc, podemos “colocar na conta” do
ventrículo direito. São causas puras de IVD: estenose mitral, DPOC, TEP, HAP primária, etc.
Imagem: eerp.usp.br
- Não existe um tempo específico para definir. É bom senso. Exemplo: HAS crônica (crônica) e ruptura de cordoalha tendínea (aguda).
- ALTO DÉBITO: “o coração funciona, mas não dá conta do recado” = anemia, tireotoxicose, fístula AV, deficiência de B1/béri-béri (tiamina é fundamental
para o metabolismo e o coração tem que compensar essa falta), doença de Paget (osso se remodelando em grande quantidade demanda muito sangue)
- BAIXO DÉBITO: menor trabalho do próprio coração, que não é capaz de suprir as necessidades do organismo.
2. Etiologia
- OUTRAS CONDIÇÕES: doenças orovalvares, pneumopatias crônicas, doenças infiltrativas (ex: amiloidose), álcool e quimioterápicos, doença de Chagas, arritmias
crônicas...
- SE ALTO DÉBITO: beribéri (deficiência de B1), tireotoxicose, anemia, obesidade, fístula arteriovenosa...
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-
3. Fisiopatologia da ICFER
- DANO MIOCÁRDICO (HAS, IAM, etc) > REDUÇÃO DO DÉBITO CARDÍACO > ATIVAÇÃO DE BARORRECEPTORES + HIPOPERFUSÃO RENAL > ATIVAÇÃO SRAA >
ANGIOTENSINA + ALDOSTERONA + CATECOLAMINAS (REMODELAMENTO CARDÍACO) > TENTATIVA DE REMODELAMENTO NUM CORAÇÃO DOENTE > PIORA
CONTRÁTIL > CONGESTÃO SISTÊMICA > NOVA ATIVAÇÃO HORMONAL + DANO MIOCÁRDICO > REINÍCIO DO CICLO
Imagens: Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul - Ano XIII nº 03 Set/Out/Nov/Dez 2004
4. Manifestações Clínicas
IC DIREITA IC ESQUERDA
CONGESTÃO “SISTÊMICA” CONGESTÃO “PULMONAR”
TURGÊNCIA JUGULAR PATOLÓGICA ORTOPNEIA E TOSSE SECA
HEPATOMEGALIA DISPNEIA PAROXÍSTICA NOTURNA
EDEMA MMII EDEMA AGUDO DE PULMÃO
ASCITE SIBILOS E ESTERTORES
DERRAME PLEURAL DISPNEIA AOS ESFORÇOS
Agora ficou mais fácil de entender, certo?
5. Diagnóstico
-
(2) CRITÉRIOS DE FRAMINGHAM:
CRITÉRIOS MAIORES (“ABC”): aumento da jugular, B3, congestão pulmonar (edema agudo, estertoração pulmonar, DPN, etc)
CRITÉRIOS MENORES: edema maleolar bilateral, tosse noturna, dispneia aos esforços, hepatomegalia, derrame pleural, diminuição da capacidade vital,
FC > 120bpm
CUIDADO!
6. Classificação
Essas classificações são importantes, pois vão nortear o nosso tratamento! Tem que saber para a prática médica e também para a prova de residência!
7. Tratamento
Vamos entrar numa parte que é fundamental agora! Muita atenção! Existem drogas que aumentam sobrevida e drogas que apenas aliviam os sintomas. Além
disso, temos opções terapêuticas como CDI e terapia de ressincronização em casos selecionados! Leia com bastante atenção!
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ARSENAL TERAPÊUTICO
IECA
- NÃO USAR SE: potássio > 5,5 | creatinina > 3 | estenose bilateral de artéria renal
- AUMENTA NÍVEIS SÉRICOS DE BNP, MAS NÃO DE NT-PROBNP (a nerprilisina degrada o BNP). Ou seja, BNP não serve para
acompanhamento nesses pacientes!
- ESPERAR PELO MENOS 36H DEPOIS DA SUSPENSÃO DO IECA. Isso é questão de prova!
- NÃO USAR SE: potássio > 5 e/ou creatinina > 2-2,5; ClCr < 30ml/min
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INIBIDOR DA SGLT2 (“DAPA” E EMPAGLIFOZINA)
- CUIDADO com a função renal. AVALIAR O USO DE DIURÉTICO associado pelo risco de glicosúria
HIDRALAZINA + NITRATO
- Uso: NYHA III/IV REFRATÁRIOS OU COM CONTRAINDICAÇÕES A TERAPIA PADRÃO (pode ser alternativa para o início do
tratamento em pacientes com contraindicações à IECA/BRA; ou acrescentada como droga adicional nos refratários). Excelente BENEFÍCIO EM NEGROS
DIGOXINA
- NÃO USAR SE: ICFEP e/ou cardiomiopatia hipertrófica. EFEITOS ADVERSOS: xantopsia, náusea e cardiotoxicidade (risco maior se ↓K e/ou ↓Mg)
(3) DISPOSITIVOS
CARDIODESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL (CDI)
INDICAÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO NA PROFILAXIA PRIMÁRIA:
Serve para os pacientes que já tiveram morte súbita abortada por FV/TV (como profilaxia secundária) ou naqueles com IC + ALTO RISCO de desenvolver essa
arritmia súbita (TV/FV). Precisa preencher os 2 critérios abaixo:
(1) FE
< 30% + NYHA I REFRATÁRIO AO TRATAMENTO OTIMIZADO OU FE < 35% + NYHA II/III REFRATÁRIO AO
TRATAMENTO OTIMIZADO +
Detalhe: para o paciente NYHA IV, o mais adequado seria o transplante cardíaco (“evita que o paciente pegue ‘choque toda hora’)
- INDICAÇÃO: FE < 35%, REFRATÁRIO, ECG SINUSAL + BRE + QRS > 150MS. O marca-passo ressincronizador foi idealizado no intuito
de “ressincronizar a contração do miocárdio” dos dois ventrículos em pacientes com disfunção de VE e bloqueio de ramo, otimizando assim a sístole . As indicações
estão acima.
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-
ORGANIZANDO O TRATAMENTO
A B C D
SÓ FATOR DE RISCO DOENÇA ESTRUTURAL SINTOMÁTICO REFRATÁRIO
ASSINTOMÁTICA
DEPENDE...
TRATAR FATORES DE NYHA I:
RISCO (DIETA, IECA +
ATIVIDADE FÍSICA, IECA/ENTRESTO/BRA + BETABLOQ + GLIFOZINA
IMUNIZAÇÃO) BETABLOQUEADOR +
NYHA II-IV:
GLIFOZINA
DIURÉTICO + ESPIRONOLACTONA +/-
SE DM + DOENÇA
HIDRALAZINA/NITRATO
CORONARIANA:
GLIFOZINA IVABRADINA
DIGITAL
(III) Limitação Moderada: sintomas com pequenos esforços (< 4 METS) = IGUAL NYHA II
-
ABORDAGEM DA IC AGUDA DESCOMPENSADA
PERFIS HEMODINÂMICOS
NÃO PULE
A B
ESSA PARTE!
C D/L
RESUMÃO
PACIENTE CONGESTO
IC PERFIL B
- FUROSEMIDA para “secar” e reduzir a pré-carga (pelo efeito venodilatador e redução do retorno venoso/pré-carga)
- E o BETABLOQUEADOR?
- E os OPIOIDES/MORFINA?
-
EDEMA AGUDO DE PULMÃO
CONGESTÃO ASA DE MORCEGO
É o paciente que está “ÚMIDO” a ponto de gerar consequências pulmonares.
Pode estar “quente” (bem perfundido), mas também pode estar “frio” (mal
perfundido), a depender da etiologia e da gravidade do quadro. Vamos
entender!
Conceitos:
Causas:
ARRITMIAS
MÁ ADERÊNCIA MEDICAMENTOSA;
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO;
NORMAL LINHAS B DISFUNÇÃO DE PRÓTESE;
COMPLICAÇÕES DA ENDOCARDITE INFECCIOSA;
HIPERTIREOIDISMO;
FEOCROMOCITOMA;
ESTENOSE DE ARTÉRIAS RENAIS.
Quadro Clínico:
Diagnóstico:
LINHAS B Tratamento:
-
IC PERFIL C
DOBUTAMINA 2-5mcg/kg/min
Evitar se PAs < 90
Evitar em pacientes usuários de betabloqueador
MILRINONE 0,125-0,25mcg/kg/min
Alternativa para pacientes betabloqueados
DOPAMINA 3-10mcg/kg/min
IC PERFIL D/L
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- Cardiomiopatias
Conceitos Iniciais
CLASSIFICAÇÃO:
(1) HIPERTRÓFICA
(2) DILATADA
- (1) hipertrofia simétrica; (2) HIPERTROFIA SEPTAL ASSIMÉTRICA (principal); (3) hipertrofia apical assimétrica; (4) outras hipertrofias segmentares.
A hipertrofia pode acontecer em qualquer lugar, mas geralmente ocorre no septo interventricular! Como está hipertrofiado, acaba gerando uma obstrução à saída
do VE, funcionando ‘como se fosse’ uma estenose aórtica’. Por isso gera o sopro sistólico! A diferença é que na valvopatia a obstrução é fixa! Aqui na cardiomiopatia
ela é dinâmica! Obstrui-desobstrui-obstrui-desobstrui! Aqui essa obstrução piora quando o coração está vazio! O coração não pode ficar vazio! Não pode ser muito
exigido!
CLÍNICA:
-
EXAMES COMPLEMENTARES:
- ECO: HIPERTROFIA SEPTAL ASSIMÉTRICA gera como consequência obstrução do trato de saída do VE com disfunção diastólica e isquemia
miocárdica + MOVIMENTO ANTERIOR SISTÓLICO DA MITRAL (MAMS)
TRATAMENTO:
- TRIAGEM: ECOCARDIOGRAMA A CADA 1-2 ANOS ENTRE 12-20 ANOS PARA PARENTES DE 1º GRAU
-EVITAR NITRATO (diminuem retorno venoso), DIURÉTICO (pode descompensar), DIGITÁLICOS e BLOQUEADORES DO
CANAL DE CÁLCIO DIIDROPIRIDÍNICOS (nifedipino, anlodipino)
Agressão ao miócito > ↓força contrátil > fibrose > dilatação ventricular
- IDIOPÁTICA ou SECUNDÁRIA
- Insuficiência de VE + insuficiência de VD
EXAMES COMPLEMENTARES:
- RX DE TÓRAX: CARDIOMEGALIA
- ECG: ARRITMIAS
- ECO: DILATAÇÃO VENTRICULAR, IVE + insuficiência mitral, IVD + insuficiência tricúspide (!)
- BNP: AUMENTADO
- BIÓPSIA ENDOMIOCÁRDICA: casos duvidosos, mas pode ser inconclusiva por evidenciar apenas fibrose (causa idiopática) e não revelar a causa. Por isso seu uso é
questionado.
-
DETALHES IMPORTANTES...
- HISTÓRIA NATURAL: 20% apresentam melhora espontânea e 80% EVOLUEM PARA IC PROGRESSIVA
REVERSÍVEL,
- A toxicidade direta no miocárdio é mas a degeneração de miócitos e fibrose durante o
processo pode tornar o quadro IRREVERSÍVEL
- Surge ENTRE O ÚLTIMO TRIMESTRE (principalmente último mês) da gestação e 6º MÊS PÓS-PARTO
- CLÍNICA: IC AGUDA
-
(3) CARDIOMIOPATIA RESTRITIVA
CARACTERÍSTICAS:
- REDUÇÃO DA COMPLACÊNCIA CARDÍACA o ventrículo apenas não se enche de forma adequada insuficiência cardíaca com FE preservada.
ETIOLOGIAS:
- DOENÇAS NÃO INFILTRATIVAS: CARDIOMIOPATIA RESTRITIVA IDIOPÁTICA, ENDOCARDIOMIOFIBROSE TROPICAL (+ comum em regiões
tropicais + adolescentes/adultos jovens)
CLÍNICA:
EXAMES COMPLEMENTARES:
Imagem: lecturio.com
- RX DE TÓRAX: investigação inicial, diagnósticos diferenciais, aumento de VD
TRATAMENTO:
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- Pericardiopatias
Conceitos Iniciais
CAUSAS:
- IDIOPÁTICA (VIRAL coxsackie B, CMV, HIV), piogênica, imune, urêmica, hipotireoidismo, pós-IAM, neoplasia, LES, AR, actínica, trauma
Exame físico: FEBRE, ATRITO PERICÁRDICO (85% dos casos): específicos (som áspero/em fricção sistólico e diastólico que independe
do ciclo cardíaco = “VRUM-VRUM”)
Pode ser precedida por: PRÓDROMOS GRIPAIS
Complicações
- Evolução AGUDA
- Clínica: hipotensão, hipofonese, turgência jugular (TRÍADE DE BECK) + PULSO PARADOXAL (queda > 10mmHg da PAs na inspiração)
CRÔNICA com fibrose do pericárdio (“endurecido”) e débito cardíaco reduzido pela alta pressão externa IC crônica de VD
- Evolução
(EDEMA, TURGÊNCIA, HEPATOMEGALIA KUSSMAUL...) e VE (DISPNEIA AOS ESFORÇOS). O coração não consegue relaxar!
O paciente faz uma síndrome de restrição diastólica!
-
Pericardite Aguda
ECG:
O supradesnivelamento de ST da pericardite aguda não respeita a área irrigada por uma só artéria coronariana, geralmente poupando V1/AVR, com infra
desnivelamento de ST nessas derivações evidenciada no ECG acima. Além disso, perceba o infradesnivelamento do intervalo PR na maioria das derivações.
EXAMES COMPLEMENTARES:
Derrame Pericárdico Coração “em Moringa”
TRATAMENTO:
- INTERNAR, SE: febre, instabilidade, derrame pericárdico volumoso, imunossuprimidos, uso de anticoagulante, troponina elevada (“miopericardite”)
- AINE (até melhora dos sintomas) + COLCHICINA (por 3 meses, na dose de 0,5mg 1-2x/dia, para reduzir recorrência)
- SE PÓS-IAM: AAS EM DOSE ANTI-INFLAMATÁRIA. Evitar AINEs em geral e corticoide, pois atrapalha o processo cicatricial.
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- Hipertensão Arterial Sistêmica
1. Conceitos Iniciais
Sabe-se que a HAS é um fator de risco para a aterogênese. Placas de aterosclerose serão formadas e,
com o tempo, eventos cardiovasculares ocorrerão. A imensa maioria dos casos é de hipertensão
primária (ou idiopática/essencial): esse tipo surge e não se tem uma explicação. Não há uma doença
por trás. Uma minoria é por uma causa secundária: tem uma doença por trás, como estenose de artéria
renal, por exemplo.
SEMIOLOGIA DA PA:
Até que o valor da PA diastólica seja atingido, o som vai mudando de intensidade. Essas variações são denominadas de sons ou fases de Korotkoff. São 5 fases! Para
a prova, temos que saber que a 1ª fase é a da PA SISTÓLICA e que a 5ª fase é a da PA DIASTÓLICA!
2. Diagnóstico
- MAPA: > 135 X 85 (vigília) | > 130 X 80 (24h) | > 120 X 70 (sono)
- MRPA: > 130 X 80 (devem ser feitas obrigatoriamente 3 medidas pela manhã e 3 medidas pela noite durante 5 dias)
VARIANTES:
HAS JALECO BRANCO: MAPA NORMAL, CONSULTÓRIO ↑ (“não tem, mas parece”)
É aquele paciente que quando está diante do médico, fica muito ansioso. A pressão dele sobe somente nesse momento! Quando ele sai do consultório, a descarga
adrenérgica vai embora e o paciente volta a ficar normotenso. Por isso, temos que encontrar uma maneira de aferir a pressão desse paciente fora do consultório:
MAPA ou MRPA.
-
3. Classificação
Estágio 2 > 160 (160 – 179) e/ou > 100 (100 – 109)
EUA
Perceba as diferenças...
ÓTIMA = NORMAL
NORMAL = ELEVADA
HAS = a partir > 130 x 80
Não tem estágio III
4. Quadro Clínico
- Inicialmente ASSINTOMÁTICA ou
- Cronicamente: LESÃO DE ÓRGÃO ALVO (LOA) CORAÇÃO, CÉREBRO, RETINA, RIM, ARTERIOPATIA/AORTA
CARDÍACAS
CEREBRAIS
-
RETINIANAS (CLASSIFICAÇÃO DE KEITH-WAGENER-BARKER)
I = ESTREITAMENTO ARTERIOLAR
CRÔNICAS
II = CRUZAMENTO AV PATOLÓGICO
III = HEMORRAGIA/EXSUDATO
AGUDAS
Imagem: BrainScape
IV = PAPILEDEMA
Papila óptica é a região mais iluminada no exame de fundo de olho. É o local para onde convergem os vasos retinianos. No exame de fundo de olho, conseguimos
enxergar com muita nitidez essa região da papila. Na retinopatia hipertensiva grau IV, que é o papiledema, ou edema de papila óptica, essa região fica EDEMACIADA,
e perde nitidez! Fica tudo EMBAÇADO! É a que mais cai em prova de residência! As retinopatias hipertensivas grau I e grau II são de desenvolvimento CRÔNICO!
Lento! É um paciente hipertenso, cronicamente mal-tratado, que vai ter grau I e II.
- BENIGNA:
QUADRO + ARRASTADO
ARTERIOSCLEROSE HIALINA + HIPERTROFIA DE CAMADA MÉDIA
- MALIGNA:
QUADRO + SÚBITO
ARTERIOSCLEROSE HIPERPLÁSICA (‘BULBO DE CEBOLA’) + NECROSE FIBRINOIDE
VASOS PERIFÉRICOS
O que é doença arterial periférica? É doença aterosclerótica de membros inferiores! Vai ser aquele paciente com queixa de claudicação intermitente...
1. URINA 1
2. K +
3. CREATININA PLASMÁTICA
6. ÁCIDO ÚRICO
7. ECG
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-
6. Tratamento
(1) ALVOS
(2) ESTRATÉGIA
CLASSIFICAÇÃO CONDUTA
PRÉ-HAS + ↑RISCO
E1 + ↑RISCO
2 DROGAS: IECA ou BRA + outra classe
E2/E3
(1) PRÉ-HIPERTENSÃO
- SOMENTE MEV!
- MONOTERAPIA
SE HAS ESTÁGIO I SEM OUTRO FATOR DE RISCO = PODE FAZER 3-6 MESES DE MEV ANTES DE ENTRAR COM
REMÉDIO!
SE ALTO RISCO/SÍNDROME METABÓLICA = É VÁLIDO ENTRAR DIRETO COM 2 DROGAS!
(3) HAS ESTÁGIO II/III:
-2 DROGAS (ASSOCIAÇÃO)
(4) HAS SISTÓLICA ISOLADA:
- DEPENDE DA PA SISTÓLICA
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-
(3) FÁRMACOS DE PRIMEIRA LINHA
IECA/BRA
- INDICAÇÕES:
JOVENS, BRANCOS
NEFROPATAS, DM, ICC, IAM PRÉVIO, GOTA/HIPERURICEMIA (principalmente losartan)
- EFEITOS ADVERSOS:
IRA, ↑K: não usar se creatinina > 3 (contraindicação relativa), K > 5,5 e estenose bilateral de artérias renais.
ANGIOEDEMA: os dois podem causar
TOSSE: SÓ IECA (por aumento de bradicinina)
NÃO USAR EM GESTANTES!
TIAZÍDICO
- INDICAÇÕES:
- EFEITOS ADVERSOS:
- INDICAÇÕES:
- EFEITOS ADVERSOS:
É questão recorrente de prova essa associação do EDEMA DE MMII com os bloqueadores do canal de cálcio!
- BETABLOQUEADOR: deve ser prescrito somente para pacientes que tem outra doença que justifique o uso do BB (ICFER, CORONARIOPATA,
ENXAQUECA, FA)
- ALISQUIRENO (inibidor direto da renina, possui BENEFÍCIO INCERTO)
- METILDOPA, HIDRALAZINA (opção para GESTANTES)
- ALFABLOQUEADOR (bom para HPB)
- CLONIDINA (efeito sedativo, bom para URGÊNCIA HIPERTENSIVA, efeito rebote importante)
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7. HAS Secundária
QUANDO SUSPEITAR?
Insuficiência renal, edema, ureia elevada, DOENÇA RENAL TFG, USG renal, Albuminúria
creatinina elevada, proteinúria, hematúria
PARENQUIMATOSA
TSH
Intolerância ao calor, perda de peso, palpitações,
hipertensão sistólica, exoftalmia, tremores, T4 livre
HIPERTIREOIDISMO
taquicardia
TSH
Fadiga, ganho de peso, perda de cabelo,
HIPOTIREOIDISMO T4 livre
hipertensão diastólica, fraqueza muscular
GH
Cálcio
Cortisol basal
-
ATENÇÃO AQUI!
HIPOCALEMIA
- Pensar em HIPERALDO PRIMÁRIO OU SECUNDÁRIO
- Diagnóstico: SUPRARRENAL X ESTENOSE ARTÉRIA RENAL
RONCO, SONOLÊNCIA
- Pensar em APNEIA DO SONO
- Diagnóstico: POLISSONOGRAFIA
Agora vamos começar a entender algumas das principais causas de HAS secundária! Mais detalhes serão vistos nos resumos de endocrinologia!
HIPERALDOSTERONISMO
SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA:
Se tem muita aldosterona, vem muito sódio e água, a pressão aumenta. Se o potássio vai embora,
hipocalemia. Se o hidrogênio vai embora, alcalose! Se na prova aparece um hipertenso com potássio
baixo, deve ser hiperaldosteronismo! Sendo primário, será um adenoma secretor de aldosterona? Ou
Imagem: MSDManuals será que a glândula que está hiperplasiada? Investiga com imagem e trata de acordo com a causa:
espironolactona, se for hiperplasia; ou cirurgia, se for adenoma.
Olha o raciocínio... Se é “hiperaldosteronismo”, a aldosterona está alta, claro. Se é “secundário”, é porque quem controla a glândula está hiperestimulando! Então
também há aumento de renina! Por consequência, também há o aumento de angiotensina I e angiotensina II. Certo? E qual situação gera isso? Hipofluxo renal!
Paciente está desidratado, tem estenose de artéria renal, tem hipovolemia... Pouco volume no rim! O rim estimula a renina, que estimula a angiontensina, que
estimula a aldosterona! O grande exemplo de hiperaldosteronismo secundário é a estenose de artéria renal! A conduta é investigar com imagem para confirmar a
estenose e tratar com IECA/BRA ou angioplastia (se a estenose for bilateral ou unilateral em rim único).
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-
FEOCROMOCITOMA
O feocromocitoma é um tumor produtor de catecolaminas! É um tumor das células cromoafins, que estão
na medula suprarrenal produzindo as catecolaminas! Manifesta-se com uma crise adrenérgica... O quadro
é clássico! Como é um neurotransmissor que tem a ver com resposta ambiental, liberada e metabolizada
rapidamente, o quadro geralmente vem com crises de HAS, cefaleia, sudorese, palpitação... Pode se manter
de forma sustentada? Até pode, mas o padrão é ocorrer em crises!
Imagem: iStock
- Urina 24h: catecolaminas e METANEFRINAS URINÁRIAS. Após confirmação: LOCALIZAR TUMOR (TC/RNM/PET)
O primeiro passo é identificar as metanefrinas urinárias (metabólito da catecolamina) na urina. Com o exame positivo, o próximo passo é localizar o tumor, que em
90% dos casos está na adrenal, mas em 10% dos casos pode estar em outro lugar. Vamos entender melhor em endócrino!
- Conduta: é CIRÚRGICA! Preparo: ALFA-BLOQUEIO (fenoxobenzamina > prazozim/doxazozin) por 10 dias e BETA-BLOQUEIO depois do
alfa-bloqueio. “BLOQUEIO ALFABÉTICO”
Depois que localizar o tumor, o tratamento é cirúrgico, mas precedido por um preparo. Vamos entender: nos vasos, temos receptor alfa e receptor beta. O receptor
alfa “fecha” o vaso e o beta “abre”. Então, qual a ideia? Se fizermos um beta-bloqueio primeiro, ele vai fechar quem estimula a abrir (então a partir de agora o vaso
não abre mais). Em contrapartida, a catecolamina vai agir lá no alfa, que vai fechar o vaso! O vaso vai ficar muito constrido... É por isso que inverte! Bloqueia o alfa
primeiro! Agora o vaso não fecha... E a catecolamina vai agir no beta, abrindo o vaso, mas também “freando” o coração. O paciente, assim, consegue ir para a cirurgia
sem hipertensão e sem arritmia...
8. HAS Resistente
EXCLUIR PSEUDORRESISTÊNCAI!
EXCLUIR MÁ ADERÊNCIA
Desconfiar se início antes dos 30 anos ou depois dos 50 anos, grave, com LOA
-
9. Crise Hipertensiva
EMERGÊNCIA
- Exceções:
- Drogas INTRAVENOSAS:
NITROPRUSSIATO (nipride)
NITROGLICERINA (tridil = boa para SCA)
LABETALOL (alfa e betabloqueador)
ESMOLOL, HIDRALAZINA (gestante)
URGÊNCIA
- RISCO DE LESÃO DE ÓRGÃO-ALVO (IAM, AVE, IC prévios), mas SEM LESÃO AGUDA (crise adrenérgica, epistaxe, pré-
operatório...
PSEUDOCRISE
“Paciente hipertenso crônico, que chega hipertenso, com queixas vagas”
Imagem: Vecteezy
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@ casalmedresumos
- Síndrome Metabólica e Dislipidemias
1. Síndrome Metabólica
2. Dislipidemias
CONCEITOS INICIAIS:
E AS APOLIPOPROTEÍNAS?
Imagem: fcav.unesp.br
- Cada lipoproteína (citada acima) pode conter diversas apolipoproteínas, que são nomeadas por letras A, (a), B,
C, E... Por exemplo, o quilomícron possui em sua estrutura a ApoB48, ApoE, etc. A
LIPOPROTEÍNA A –
LP(a) É UM RECONHECIDO FATOR DE RISCO CARDIOVASCULAR, com estrutura
semelhante à LDL, sendo a grande diferença da primeira o fato de ter duas lipoproteínas (ApoA e ApoB100).
Curiosidade: o número 100 se refere ao tamanho dessa molécula, adotado como padrão. A ApoB48, por
exemplo, tem 48% do tamanho da ApoB100.
CLASSIFICAÇÃO:
DISLIPIDEMIAS PRIMÁRIAS
-
DISLIPIDEMIAS SECUNDÁRIAS
DIAGNÓSTICO:
- De acordo com as SOCIEDADES DE ESPECIALIDADE, TODO PACIENTE ACIMA DE 20 ANOS DEVE TER DOSADO O SEU PERFIL LIPÍDICO. Na ausência
de alterações, ele deve ser REPETIDO EM 5 ANOS.
CALCULADO
- Na avaliação, devem ser solicitados na rotina: colesterol total, triglicerídeos e HDL. O LDL pode ser medido diretamente ou
PELA EQUAÇÃO DE FRIEDEWALD. E atenção aqui: A FÓRMULA SÓ É CONFIÁVEL QUANDO TRIGLICERÍDEOS < 400.
- A DOSAGEM DE LP(A) NÃO É RECOMENDADA DE ROTINA NA AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR, podendo ser solicitada na estratificação
de risco na hipercolesterolemia familiar e naqueles com alto risco de doença coronária prematura. A determinação rotineira de ApoA1 e ApoB
também é recomendada.
-
TRATAMENTO:
- FITOSTEROIS (análogos do colesterol encontrados apenas nos vegetais que competem com a absorção do colesterol na luz intestinal) e
ingestão de PROTEÍNA DA SOJA
- Dentre os antioxidantes, apenas os FLAVANOIDES (encontrados nas frutas, verduras, vinho e suco de uva) parecem ser úteis ao inibirem a
oxidação das LDL e diminuírem sua aterogenicidade.
ABORDAGEM:
@ casalmedresumos
- Valvopatias
Conceitos Iniciais
CONCEITOS BÁSICOS:
Imagem: hospitaldaluz.pt
É importante entendermos isso, pois existem apenas 2 formas de nós lesarmos uma valva!
Ou a valva sofre de ESTENOSE, que significa uma valva que NÃO SE ABRE ADEQUADAMENTE; ou uma valva sofre de INSUFICIÊNCIA, que representa uma valva que
NÃO SE FECHA ADEQUADAMENTE. Vamos entender... Um sopro de estenose aórtica é sistólico ou diastólico? Na estenose, a valva tem problema para abrir ou
fechar? Para abrir! E em que momento do ciclo ela fica aberta? Sístole! Então, o sopro de estenose aórtica é sistólico!
-
FOCOS DE AUSCULTA
- PULMONAR: 2º EI esquerdo
BULHAS CARDÍACAS
Vamos entender a gênese de B4. Sabe qual é o último evento da diástole? A contração atrial! No início da diástole, entretanto, esse átrio não contrai. Em casos de
sobrecarga de pressão (estenoses), por exemplo, em que cronicamente o paciente pode evoluir para uma HVE, o átrio se contrai com força para empurrar o sangue
para um ventrículo que está duro e rígido! A B4 surge justamente do contato do sangue empurrado com força nessa parede rígida! Já caiu questão de prova com
esse conceito... É por isso que um paciente com fibrilação atrial nunca pode ter B4! O átrio não funciona, não contrai!
DESDOBRAMENTO DE 2ª BULHA
- Aumenta retorno venoso e atrasa P2 (componente pulmonar de B2), já que passa mais sangue pela válvula pulmonar (tendo que passar mais
tempo aberta). Esse é o desdobramento FISIOLÓGICO!
E O DESDOBRAMENTO PARADOXAL?
- Desaparece na inspiração profunda, pois já havia A2 (componente aórtico de B2) atrasado. Exemplos: BRE, ESTENOSE AÓRTICA
E O DESDOBRAMENTO FIXO/CONSTANTE?
- O desdobramento se acentua ou se mantém na inspiração profunda, pois o paciente já tinha P2 atrasada. Exemplos: BRD, CIA
Imagens: CardioPapers
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-
Qual a consequência das manobras nos sopros cardíacos?
VALSALVA
- Aumenta a pressão intratorácica e atrapalha o retorno venoso = chega menos sangue no coração > passa menos sangue pelas válvulas > REDUZ
O SOPRO na grande maioria das doenças.
AGACHAMENTO (ACOCORAMENTO)
“HANDGRIP”
- AUMENTA A INTENSIDADE DOS SOPROS À DIREITA (tricúspide, pulmonar), pois passa mais sangue pelo coração direito com a
inspiração profunda
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1. Estenose Mitral
EPIDEMIOLOGIA E CAUSAS:
HISTÓRIA NATURAL:
- ↑AE > CONGESTÃO PULMONAR (HAP PASSIVA) > INSUFICIÊNCIA DE VD/HAP REATIVA.
Imagem: lecturio.com
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
AUSCULTA CARDÍACA:
- SOPRO (RUFLAR) DIASTÓLICO. É um sopro um pouco mais leve (ruflar) que ocorre entre B2 e B1 (grande silêncio)
- ELETROCARDIOGRAMA: ONDA P > 100MS (2,5 quadradinhos), ÍNDICE DE MORRIS (parte negativa da onda P > 1 quadradinho em V1)
Bailarina
Duplo Contorno
Imagens: CardioPapers
TRATAMENTO:
- Controle da FC com BETABLOQUEADOR, da congestão com DIURÉTICOS + ATB para prevenir recorrência de febre reumática
Não se esqueça que o paciente não tolera taquicardia!
- Intervenção (se área < 1,5cm + sintomas/↓FE): VALVOPLASTIA é o melhor tratamento. CIRURGIA, se ESCORE BLOCK > 8
2. Estenose Aórtica
EPIDEMIOLOGIA E CAUSAS:
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
Mas tem um detalhe: o processo INICIAL é a HVE. Nesse momento, o coração NÃO ESTÁ DILATADO! Está apenas hipertrofiado, para aumentar a força de contração.
A pessoa passa praticamente a vida inteira dessa forma! Quando a doença chega ao fim de linha, esse coração PERDE SUA CAPACIDADE CONTRÁTIL e DILATA! É aí
que começam a surgir os sinais e sintomas de insuficiência cardíaca: ANGINA + SÍNCOPE + DISPNEIA são as manifestação CLÁSSICAS de prova! Elas, inclusive,
costumam surgir nessa ordem. Cai bastante!
Na fase de HVE (fase compensada), a pessoa é ASSINTOMÁTICA! Quando o processo se cronifica, há o estabelecimento de insuficiência cardíaca e da tríade
ANGINA + DISPNEIA + SÍNCOPE
- DESDOBRAMENTO PARADOXAL DE B2
- FENÔMENO DE GALLAVARDIN: o aparelho aórtico vibra por causa da calcificação e transmite a vibração para o aparelho valvar mitral – também é
identificado um sopro sistólico no foco mitral, por transmissão de vibração.
- Presença de B4
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-
EXAMES COMPLEMENTARES:
- EVITAR BETABLOQUEADOR!
São medicamentos que reduzem a força de contração! E é justamente isso que o coração está precisando!
NÃO HÁ REMÉDIO QUE VÁ FAZER O PACIENTE MELHORAR, apenas podemos fazer com que ele não piore.
3. Insuficiência Mitral
PRINCIPAIS CAUSAS:
Mas não é só isso... A cada diástole do ciclo cardíaco, esse ventrículo vai receber um sangue ‘que ele sempre recebeu’ (que veio do pulmão, via átrio, para chegar no
ventrículo). Perceba: além do sangue que ele sempre recebeu, também chega uma carga extra! É o sangue que ele mesmo regurgitou para o átrio, e que o átrio
‘cospe’ de volta – há sobrecarga de volume também no ventrículo – a consequência disso é o crescimento de VE! Então, já sabemos a clínica que pode surgir
decorrente do aumento do átrio esquerdo: rouquidão, disfagia, FA... Visto isso, conseguimos dividir a história natural da doença em duas fases:
Fase compensada: aumento da complacência (elasticidade) do AE e VE; aumento da pré-carga ventricular (Frank Starling). HVE EXCÊNTRICA; grande fração de ejeção
(FE > 70%). Paciente encontra-se assintomático.
Fase descompensada: aqui, não significa necessariamente que o paciente se encontrará sintomático (como ocorre nas outras valvopatias) se o paciente estiver
assintomático, mas com FE < 60%, podemos dizer que ele está descompensado*. Dispneia e ortopneia também caracterizam essa fase.
Concêntrica Excêntrica
ESTENOSE: HIPERTROFIA CONCÊNTRICA! É sobrecarga
. de pressão! Tem que crescer para empurrar o sangue!
Então... Como vai evoluir esse paciente? Assintomático por anos, até evoluir para a fase descompensada: dispneia, ortopneia (sinais de congestão pulmonar).
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MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
- SOPRO HOLOSSISTÓLICO “EM BARRA” (+ IRRADIAÇÃO PARA AXILA). É um sopro que mantém praticamente a mesma amplitude
durante toda a sístole.
- ICTUS VE DESVIADO
- CLICK MESOSSISTÓLICO: se o problema for prolapso de valva mitral, quando o aparato valvar mitral se projeta para dentro da AE durante a sístole,
isso pode gerar um click.
Mitraclip
EXAMES COMPLEMENTARES:
- Intervenção (se FR > 50% + sintomas/FE): REPARO ou TROCA VALVAR Imagem: allianceheart.com
(“MITRACLIP”)
4. Insuficiência Aórtica
PRINCIPAIS CAUSAS:
- FEBRE
REUMÁTICA, ATEROSCLEROSE, SÍNDROME DE
MARFAN, DISSECÇÃO
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
HISTÓRIA NATURAL:
Imagem: studykard.com
- ISQUEMIA MIOCÁRDICA: ↓PA DIASTÓLICA.
Com a valva insuficiente, o sangue acaba retornando para o ventrículo esquerdo. Qual a consequência óbvia? A sobrecarga de volume do VE, que dilata! O resultado
é o desenvolvimento de insuficiência cardíaca. Em que momento do ciclo se perfunde as nossas coronárias? É na diástole! Na sístole, o coração está todo contraído,
fechando elas... O sangue não flui! Então, se na diástole, a valva aórtica não se fecha adequadamente, o sangue é, literalmente, “sugado” de volta para o interior
cardíaco, reduzindo de modo significativo a pressão diastólica. Como ocorre essa redução, há um risco aumentado do desenvolvimento de isquemia miocárdica!
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Então...
Fase compensada: percepção dos batimentos cardíacos + percepção de pulsações fortes durante à noite. Só isso... O indivíduo é geralmente assintomático!
Fase descompensada: dispneia e ortopneia, fadiga, tonteira + angina noturna (bradicardia dependente*).
(*) Isquemia miocárdica durante o sono: o indivíduo não tolera uma pressão diastólica muito baixa (se temos uma diástole muito prolongada, vamos ter muito
sangue voltando da aorta para o ventrículo diminui a pressão na aorta diminui a pressão diastólica) e evolui para hipoperfusão coronariana.
- SOPRO PROTODIASTÓLICO
- SOPRO DE AUSTIN-FLINT: sangue refluído pela valva aórtica leva a estenose mitral funcional (mas sem lesão, sem hiperfonese de B1)
- ICTUS DE VE DESVIADO
- PA DIVERGENTE. hipertensão sistólica com redução importante da PA diastólica. A diferença pode ser maior que 60mmHg (Sinal de Hill).
EXAMES COMPLEMENTARES:
- ELETROCARDIOGRAMA: HVE
O grande problema é que esse sangue “não está indo, ele tá voltando”! Então, a única estratégia farmacológica podemos pensar em fazer é ABRIR A PERIFERIA –
talvez, se a periferia estiver bem dilatada, esse sangue consiga “ir para frente”! Por isso, há comprovação do uso de vasodilatadores, como bloqueadores do canal
de cálcio e IECA, especialmente em pacientes sintomáticos. E aqui não há discussão! É troca valvar e pronto!
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@ casalmedresumos
- Doença Arterial Coronariana
1. Conceitos Iniciais
FISIOPATOLOGIA:
O problema é que essa placa pode instabilizar... Quando isso ocorre, estaremos de frente para uma síndrome coronariana aguda. Essa placa que instabiliza, rompe!
E dependendo do tipo de colágeno que é exposto a esse rompimento, podemos ter uma agregação plaquetária que não é muito intensa, ocasionando um SUB-
OCLUSÃO CORONARIANA; ou muito intensa (exposição à colágeno altamente trombogênico), gerando OCLUSÃO TOTAL CORONARIANA.
- MELHORA COM REPOUSO/NITRATO - EQUIVALENTES: NÁUSEAS, VÔMITOS, SUDORESE, SÍNCOPE, CONFUSÃO MENTAL
- GRAU I: grandes esforços (ex: corrida) SILENCIOSA/ATÍPICA: mais comum em IDOSOS, DM, RENAL CRÔNICO,
TRANSPLANTADO CARDÍACO, MULHERES, NEUROPATAS...
- GRAU II: médios esforços (ex: caminhar 2 quarteirões, subir > 1 lance)
PRINZMETAL: mais comum em HOMENS (TABAGISTAS), que acordam com dor no
- GRAU III: atividades cotidianas (ex: caminhar 1 quarteirão, subir 1 peito, pois apresentaram um VASOESPASMO CORONARIANO SÚBITO, gerando
lance) SUPRA DE ST TRANSITÓRIO. Ocorre reversão precoce do supra após nitrato. O
tratamento é feito com BLOQUEADOR DO CANAL DE CÁLCIO/NITRATO (evitar
- GRAU IV: mínimo esforço (ex: andar em casa) betabloqueador).
-
2. Síndrome Coronariana Crônica
ABORDAGEM
PONTIAGUDA e INFRA DE ST
O primeiro passo de uma investigação envolve a história clínica e um eletrocardiograma de base do paciente em questão! A depender do resultado do ECG, podemos,
inclusive, contraindicar o teste ergométrico. Vamos entender...
- LIMITAÇÕES: FÍSICAS (OA, CADEIRANTES...), ECG DE BASE QUE MOSTRA HVE/BRE (ATRAPALHAM A VISUALIZAÇÃO DE INFRA DE ST)
Obviamente não vamos colocar um cadeirante ou uma vovó com osteoartrose de joelhos para correr na esteira! Além disso, como já dito, a presença de HVE/BRE
pode atrapalhar a visualização de um infra de ST durante a realização do exame. Nesses casos, passar para a próxima etapa!
SE NÃO RESOLVER A ABORDAGEM COM TESTES DE ISQUEMIA... OLHA DIRETAMENTE PARA O VASO!
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(4) TESTES ANATÔMICOS NÃO INVASIVOS
Imagem: maisimagem.net.br
RESUMINDO A INVESTIGAÇÃO...
(4) CAT
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TRATAMENTO DA ISQUEMIA CRÔNICA
TERAPIA ANTI-TROMBÓTICA
Detalhe: devemos prescrever a sinvastatina durante a noite, pois é o período de maior atividade da HMG-COA-redutase. A atorvastatina, por sua vez, é feita pela manhã, pois
age durante o dia todo.
TERAPIA ANTI-ISQUÊMICA
- DISFUNÇÃO DE VE
OUTRAS OPÇÕES:
- RANOLAZINA: atua também na redução de ácidos graxos, porém seu principal mecanismo corresponde à inibição da corrente tardia de sódio
São opções que podemos utilizar caso o paciente não queira ir para o CAT mesmo com o uso do quinteto medicamentoso: betabloqueadores, IECA, nitrato, AAS e estatina.
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3. Síndrome Coronariana Aguda
PRIMEIROS CONCEITOS IMPORTANTES
CLASSIFICAÇÃO:
SUBOCLUSÃO:
- ANGINA INSTÁVEL
OCLUSÃO TOTAL:
Beleza... O paciente tem a clínica de SCA! O que fazer? Como saber se está havendo uma oclusão ou suboclusão? ECG! É o primeiro passo! Depois, para ver se está
havendo lesão de músculo cardíaco, vemos os marcadores de necrose!
SCA
OCLUSÃO SUBOCLUSÃO
- Supra de ST - Infra de ST
- Inversão de onda T
Quando temos uma suboclusão, ainda passa sangue por aquela placa que rompeu! Passa oxigênio para o músculo! Então, a princípio, esse paciente faz um quadro
anginoso que não é infarto! E como saber que é angina instável? Porque não está morrendo músculo! Os marcadores estão negativos!
Antes do surgimento dos marcadores de necrose, só existiam duas síndromes coronarianas agudas: angina instável e IAM com supra. Com o advento desses
marcadores, começaram a ver que pessoas que apresentavam ECG de subcoclusão tinham marcadores de necrose positivos! Foi aí que se “criou uma nova doença”!
Apesar de estar apenas subocluído, a pessoa também poderia estar infartando, mas sem o ECG clássico com supra de ST – é o IAM sem supra! Os marcadores estão
positivos! É um quadro mais grave que a angina instável.
E quando tem oclusão total, um IAM agudo, a prioridade é abrir essa coronária! É reperfundir esse músculo o mais rápido possível! De preferência antes de 12 horas
de evolução. Passando disso, geralmente, não há mais músculo para salvar...
Embora os critérios eletrocardiográficos formais para o diagnóstico sejam o infra de ST maior ou igual a 0,5mm
ECG NO IAM SEM SUPRA DE ST:
ou onda T invertida maior ou igual a 2mm de aparecimento recente, existem diversas formas de alteração
- Pode estar normal
isquêmica aguda do ECG. A regra é: QUALQUER ALTERAÇÃO DINÂMICA (NOVA OU PRESUMIVELMENTE
- Inversão de onda T NOVA) DA ONDA T E DO SEGMENTO ST SIGNIFICA ISQUEMIA MIOCÁRDICA ATÉ QUE SE PROVE O
- Onda T simétrica a apiculada CONTRÁRIO.
- Infra de ST
-
E COMO IDENTIFICAR O SUPRA DE ST NO IAMCSST?
ABORDAGEM
ECG:
- PERICARDITE AGUDA: supra de ST difuso poupando V1 e aVR, infra de PR, tratamento com AINE/colchicina
- ANGINA DE PRINZMETAL: vasoespasmo coronariano súbito, típico de homens mais jovens e tabagistas, supra transitório e que reverte após nitrato, tratamento
com bloqueador do canal de cálcio ou nitrato (evitar betabloqueador)
- TAKOTSUBO: mais comum em mulheres > 50 anos, dor após estresse emocional ou físico, troponina pode estar levemente aumentada, dilatação segmentar do VE,
mas sem obstrução coronariana (CATE limpo), tratamento de suporte
- REPOLARIZAÇÃO PRECOCE: elevação rápida do segmento ST, com pequena concavidade superior, geralmente
associado a ondas T amplas, assimétricas. O final do complexo QRS exibe um entalhe típico (onda J) ou
“empastamento”. O entalhe, chamado onda J, apresenta aspecto semelhante às ondas J observadas na hipotermia
(também conhecidas como ondas de Osborn). É mais comum em homens jovens, com coração estruturalmente
normal, negros e magros.
A abordagem INICIAL (admissão, ECG em 10 minutos + troponina nos momentos 0 e 1-2h é a mesma para SCASST e SCACST). Após essa abordagem inicial, o
tratamento também é muito parecido, mas com alguns pontos particulares em cada uma que vamos discutir agora!
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TRATAMENTO – SÍNDROME CORONARIANA AGUDA SEM SUPRA DE ST
“MONABICHA”
- HBPM SC
HNF se INSTABILIDADE, PESO > 150KG, CLCR < 15ML/MIN OU CAT IMEDIATO
- IECA (ou BRA), principalmente em pacientes com HAS, DM, ICFER (nas 1ª 24h, assim que estabilizar o paciente)
NÃO USAR: SINAIS DE IC; BAV; BRONCOESPASMO; RISCO DE CHOQUE, INTOXICAÇÃO POR COCAÍNA
NÃO USAR: HIPOTENSÃO, INFARTO DE VD, SILDENAFIL < 24H, TADALAFILA < 48H
CLOPIDOGREL
HEPARINA
Beleza, fizemos todas as medicações indicadas... E agora? Manter somente essa estratégia ou partir para algo mais invasivo? Vamos entender!
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ESTRATÉGIA INVASIVA OU APENAS CONSERVADORA? ESCORE HEART!
History
ECG
Age
Risk factors
Troponin
Imagem: Diretrizes da
Sociedade Brasileira
de Cardiologia
EM QUANTO TEMPO? DEPENDE DA ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO! Quanto mais grave, procurar fazer o mais perto de 2h possível! ISSO CAI MUITO!
OUTROS ESCORES:
-
ANTES DE PROSSEGUIR... VAMOS ENTENDER!
Imagem: Wikipedia
VASCULARIZAÇÃO CORONARIANA
- CORONÁRIA DIREITA: VENTRÍCULO DIREITO, PAREDE POSTERIOR (OU DORSAL), PAREDE INFERIOR, BASE DO SEPTO (“DOMINÂNCIA DIREITA”)
Em 30% dos casos, essas paredes (posterior, inferior e base do septo) são irrigadas pela artéria circunflexa (CX). Quando irrigadas pelo CD, chamamos isso de
dominância direita, que é o que ocorre em 70% dos casos.
- VENTRÍCULO DIREITO: V3R, V4R (CD) Infra com onda R mais ampla, você tem que
desconfiar de imagem em espelho!
- INFERIOR: D2, D3 e aVF (CD)
ATENÇÃO!
SEMPRE QUE HOUVER ALTERAÇÃO EM D2, D3 E AVF, TEM QUE SOLICITAR V3R, V4R, V7 E V8!
SEM EM UMA PAREDE TEM ONDA Q, A DERIVAÇÃO EM ESPELHO MOSTRA UMA R AMPLA
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DICAS PRÁTICAS!
(1) SE TEM INFRA E SUPRA, QUEM MANDA É O SUPRA! O infra é imagem em espelho! E de imagem em
espelho, só há uma importante na nossa prática!
(2) ENTENDA COMO FUNCIONA A TRANSIÇÃO ELÉTRICA! repare que V1 e V2 são francamente negativos. V5
e V6, são francamente positivos. Em V3 e V4, é meio dividido, um pouco para cima, um pouco para baixo. Isso é o que chamamos
de TRANSIÇÃO ELÉTRICA (foto). Inicialmente o ECG é negativo, apontando para baixo em V1 e V2, até ficar francamente positivo
em V5 e V6. Aprenda e se acostume a procurar essa transição elétrica ao longo de V1-V6. Daqui a pouco vamos entender a
importância disso!
TEM QUE TER SUPRA NO MÍNIMO EM 2 DERIVAÇÕES DE UMA PAREDE, MAS NÃO PODE TER EM TODAS AS
(2)
(3) Sugestão na visualização do ECG ORDEM DAS PAREDES: LATERAL, INFERIOR E ANTERIOR.
V4R).
Pedimos para rodar V3R e V4R e não tem nada. Beleza, não há infarto de VD. Agora
chegou a vez de olhar para a parede anterior! Sempre que olhamos para a parede
anterior, temos que ficar atento para a transição elétrica (V1 e V2 têm que estar
francamente negativos, V5 e V6 francamente positivos, e V3 e V4 no meio termo).
Percebemos aqui que tem INFRA EM V1 e V2! A transição elétrica não é respeitada
e V2 não está francamente negativo... V1 tem uma parte positiva e uma parte
negativa e V2, idem. E por que temos que entender isso? ESSA É A IMAGEM EM
ESPELHO QUE MAIS TEM IMPORTÂNCIA NA PRÁTICA CLÍNICA! Ela pode acontecer
de forma isolada (apenas infra em V1-V4, geralmente V1-V2, sem supra em nenhum
segmento) ou ESTAR ASSOCIADA À INFARTO DA PAREDE INFERIOR (com supra em
D2, D3, aVL + infra em V1-V4). INFARTO INFERIOR + INFARTO DORSAL
Então, quando temos uma parede anterior com a transição elétrica alterada + infra
em V1 e V2, isso quer dizer uma imagem em espelho da parede DORSAL do coração.
E quando isso ocorrer de forma isolada, temos que pedir as derivações que analisam
a parede dorsal do coração: V7 e V8.
-
TREINAMENTO:
CIRCUNFLEXA (CX)
Por mais que pareça que há um supra em V2, não podemos dizer que
há infarto na parede anterior, pois para dizer isso deve haver supra
em 2 derivações consecutivas!
-
ENTENDENDO AS FASES DO IAM NO ECG
FASE HIPERAGUDA
Lembre-se que a abordagem INICIAL (admissão, ECG EM 10 MINUTOS + TROPONINA NOS MOMENTOS 0 E 1-2H é a mesma para SCASST e
SCACST). Após essa abordagem inicial, o tratamento também é muito parecido, mas com alguns pontos particulares em cada uma que vamos discutir agora!
-
PEGADINHAS CLÁSSICAS DE PROVA...
- INTOXICAÇÃO POR COCAÍNA E BRONCOESPASMO: NÃO FAZER BETABLOQUEADOR. Na intoxicação por cocaína, ocorre crise
adrenérgica e se bloquear beta vai tudo para o alfa, gerando vasoconstrição ainda mais intensa!
(*) Se não houver hipotensão ou bradicardia, pode considerar o uso. É uma contraindicação relativa.
Beleza... Paciente chegou, fizemos o ECG em 10 minutos, dosamos a troponina, identificamos que é um IAM com supra de ST. Depois disso, realizamos o
“MONABICHA” com todas as medicações indicadas. E agora? Qual o próximo passo? Definir entre ANGIOPLASTIA OU TROMBOLÍTICO (é o que chamamos de
terapia de reperfusão).
1. SINTOMA COMPATÍVEL COM DOENÇA ISQUÊMICA (nem todo supra de ST decorre de um IAM: pode ser de bloqueio de ramo,
repolarização precoce, etc)
Aqui não faz sentido estratificar risco, como se faz no IAMSST! A oclusão total já ocorreu! O que temos que fazer é reperfundir o vaso! O que ainda avaliamos aqui é o tempo!
TROMBOLÍTICO OU ANGIOPLASTIA?
ANGIOPLASTIA:
- Pode ser feita ENTRE 12-24 HORAS DO INÍCIO DOS SINTOMAS SE TIVER SINTOMAS DE ISQUEMIA ATIVA
Se o paciente ainda tem dor, sinais de isquemia, podemos considerar a realização de angioplastia dentro do período de 12-24 horas!
-
QUANDO NÃO FAZER TROMBOLÍTICO?
- DISSECÇÃO AÓRTICA
- SANGRAMENTO ATIVO
MELHORA DA DOR
REDUÇÃO DO SUPRA DE ST EM
PELO MENOS 50% APÓS 60-90
MINUTOS
ARRITMIAS DE REPERFUSÃO
Imagem: Cardio Papers
(EX: RIVA)
CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS AO
Imagem: litfl.com
TROMBOLÍTICO:
E SE A REPERFUSÃO FOR INADEQUADA COM O TROMBOLÍTICO? - AVE isquêmico antigo (> 3 meses)
- Gestação
Imagem: neomed.com.br
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-
4. Complicações Pós-IAM
(1) ARRITMIAS
(2) HEMODINÂMICAS
- CHOQUE CARDIOGÊNICO
Lembrando: a grande droga que melhora contratilidade cardíaca é a dobutamina! Se houver hipotensão, acrescentar noradrenalina! Se refratário a
dobutamina e noradrenalina, podemos considerar o uso do balão intra-aórtico.
(3) TROMBOEMBÓLICAS
(4) DOLOROSAS
- ANGINA PÓS-IAM
É sempre de alto risco! Tem que estratificar!
(5) MECÂNICAS
- ROTURA DE ESTRUTURAS**
ROTURA DE ESTRUTURAS
SEPTO PAREDE LIVRE MÚSCULO
INTERVENTRICULAR VENTRICULAR PAPILAR
INCIDÊNCIA 0,2-0,4% 0,8-6,0% 1%
-
ROTURA DE MÚSCULO PAPILAR (INCIDÊNCIA = 1%)
Imagem: blog.escolaecope.com.br
- Ocorre subitamente a rotura da parede, geralmente do VE. O PICO É ENTRE O 3º E 5º DIA (VARIAÇÃO: 1º AO 14º DIA). O
paciente costuma evoluir com MORTE SÚBITA. A sobrevivência é exceção, sendo possível apenas nos casos de cirurgia cardíaca imediata ou nos
raros casos subagudos ou quando o sangue é tamponado por um hematoma trombosado, contido apenas pelo pericárdio, ao que denominamos
de PSEUDOANEURISMA VENTRICULAR.
- DIAGNÓSTICO: ECO
- TRATAMENTO: cirurgia reparadora de emergência (sobreviver é exceção, a mortalidade é muito alta); para o pseudoaneurisma: cirurgia reparadora
semieletiva (antes da alta).
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ANEURISMA VENTRICULAR (INCIDÊNCIA = 10%).
ASSINTOMÁTICO
- Consequências clínicas: pode ser ou resultar em ICC SISTÓLICA, ANGINA ou
EPISÓDIOS DE TVMS DE DIFÍCIL CONTROLE.
- CONFIRMAÇÃO: ECO
- TRATAMENTO: IECA/BRA para reduzir a pós-carga. ANEURISMECTOMIA + REVASCULARIZAÇÃO CIRÚRGICA, indicada nos
casos de ICC REFRATÁRIA, ANGINA OU TV SUSTENTADA.