OFICINA DE SERMÃO

DESPERTANDO NOVOS PREGADORES

1. A igreja necessita de novos pregadores. De pessoas que se disponham a anunciar

a palavra.

A igreja é uma comunidade de fé que depende da pregação da palavra de Deus para seu
crescimento espiritual. No entanto, com o passsar do tempo, é crucial que surjam novos
pregadores dispostos a compartilhar essa mensagem. A vida na igreja é dinâmica, e novos
pregadores trazem perspectivas frescas, experiências pessoais e um zelo renovado pela
Palavra. Portanto, a igreja necessita constantemente de indivíduos que estejam dispostos a se
levantar e anunciar a palavra com paixão e dedicação.

Prega a Palavra, insiste a tempo e fora de tempo, aconselha, repreende e encoraja com toda
paciência e sã doutrina. Porquanto, chegará o tempo em que não suportarão o santo ensino;
ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, reunirão mestres para si mesmos, de acordo com
suas próprias vontades. Tais pessoas se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para
os mitos. Tu, no entanto, sê equilibrado em tudo, suporta os sofrimentos, faze a obra de um
evangelista e cumpre teu ministério. II Timóteo Cap. 4: 2-5 | KJA

2. O que é pregar?

Pregar é mais do que simplesmente falar sobre a Bíblia; é transmitir a mensagem de Deus para
transformar vidas. Os pregadores são instrumentos que Deus usa para guiar, ensinar, confortar
e desafiar a congregação. A pregação é vital porque proporciona entendimento espiritual,
orientação moral e fortalecimento da fé. É um ato de amor e serviço à comunidade da igreja.

2.1. O que é sermão?

A palavra "sermão" tem sua origem no latim "sermo", que significa "discurso" ou "conversa". O
termo "sermo" era usado na Roma Antiga para se referir a uma conversa formal ou discurso,
muitas vezes com um propósito educativo ou informativo. Com o tempo, "sermo" evoluiu para o
latim eclesiástico como "sermo" ou "sermo dominicalis", que se referia a um discurso ou
pregação feita na igreja, especialmente durante os cultos religiosos. Essa evolução linguística
levou à palavra "sermão" como a conhecemos hoje, denotando um discurso religioso ou moral
proferido em contextos religiosos, com o objetivo de transmitir ensinamentos espirituais e
éticos.
2.2. Diferença entre Sermão e Pregação:

Em um contexto religioso, os termos "sermão" e "pregação" são frequentemente utilizados, mas

há nuances que os diferenciam. O "sermão" é uma forma específica de discurso religioso,
geralmente proferido por líderes religiosos durante cultos ou celebrações. Este discurso segue
uma estrutura definida, composta por uma introdução, um corpo e uma conclusão. Os sermões
podem ser baseados em textos bíblicos específicos ou temas religiosos e têm o propósito de
transmitir mensagens espirituais e morais à congregação. São, em sua maioria, preparados
com antecedência e tendem a ser formais.

Por outro lado, a "pregação" é um termo mais amplo que abrange a comunicação da palavra de
Deus e ensinamentos religiosos em diversas formas. Isso inclui não apenas sermões, mas
também conversas religiosas, ensinamentos em grupos de estudo bíblico e outros métodos de
compartilhar a fé. A pregação não está necessariamente vinculada a um formato estruturado e
formal, como o sermão. Pode ser realizada de maneira informal e cotidiana, refletindo as
crenças e ensinamentos religiosos.

Em resumo, enquanto o sermão é uma forma específica e estruturada de discurso religioso, a

pregação engloba uma gama mais ampla de métodos de comunicação de verdades religiosas.
Ambos desempenham um papel fundamental na transmissão da fé e na educação espiritual,
mas diferem na formalidade e no escopo de aplicação.

3. O que deve conter a pregação?

3.1. Objetividade

Uma pregação eficaz tem um propósito claro. O pregador deve ser direto e focado, evitando
divagações que possam confundir os ouvintes.

3.2. Transmissão

A mensagem deve ser comunicada de forma clara e envolvente. Isso envolve escolher as
palavras certas, manter um ritmo adequado e usar exemplos que ressoem com a congregação.

3.3. Convicção

O pregador deve falar com convicção, demonstrando que acredita no que está dizendo. A
sinceridade e a paixão são contagiantes e podem tocar os corações dos ouvintes.
4. A base da pregação ou do sermão

4.1. A base da pregação

A palavra de Deus, pois a Bíblia é a base sólida de toda pregação cristã. É a revelação divina e
a fonte da verdade espiritual.

4.2. Interpretação da palavra

A “arte de interpretar” mas conhecida como hermenêutica tem sua origem no nome “Hermes”, o
deus grego que servia de mensageiro entre os deuses e os homens. Hermes pegava as
mensagens dos deuses e as transmitia (interpretava) aos homens e vice-versa. Sendo assim, a
hermenêutica é uma “ferramenta” e dentro desta ferramenta existem vários itens que
podemos usar, a exegese por exemplo é uma ferramenta de uma boa hermenêutica. Podemos
dizer que hermenêutica é uma interpretação mais simples, mais superficial que fazemos, já a
exegese é algo mais complexo. A hermenêutica que fazemos todos os dias, é algo alcançável.

Já a exegese deriva-se de uma palavra grega que significa “conduzir para fora” e eisegese
deriva-se de uma palavra que significa “conduzir para dentro”. Sendo assim, a exegese é o
processo de ir até o texto a fim de determinar o seu sentido e “trazer para fora” a interpretação.
A eisegese, por outro lado, ocorre quando a pessoa aborda o texto com preconceitos e torcem
a mensagem da Bíblia, extraindo dela um sentido que a pessoa deseja de antemão.

4.3. Que texto bíblico escolher?

· De preferência textos que expressam um pensamento completo;

· Textos claros. Devem-se evitar textos obscuros como Jd 6; Mt 27.52; 1 Pe 3.19-20 (exigem
estudo mais profundo).
· Textos objetivos: que atendam às necessidades espirituais das pessoas (Com oração e
unção).
· Textos sobre os quais não haja dificuldade para a interpretação (hermenêutica).
· Textos dentro dos limites de capacidade do pregador.
· Textos que expressem o tema da pregação para não fugir ao objetivo.
· Texto que desperte interesse (Com oração, o Espírito mostra o que deve ser pregado).
· Textos cuja sequência seja de fácil acompanhamento pelo pregador e pelo auditório.
4.4. Explanação da palavra

A homilética é a ciência que ensina ao pregador como preparar e pregar sermões, ela é a
ciência que se ocupa com a pregação cristã e, de modo particular, com o sermão proferido no
culto, no seio da comunidade reunida

Primeiro de tudo, precisamos saber que o termo Homilética vem do grego “homiletike, que
significa “o ensino em tom familiar”.Portanto, está relacionado com falar, ensinar e se
comunicar em público.Além disso, homileo adaptou-se o termo homilia. Sendo assim, foi a
partir da raiz, homiletike, que entendemos a forma de pregação dos apóstolos no primeiro
século da Era Cristã”.

Dentro dela se destacam alguns pontos importantes:

· Desenvolve a arte da expressão

· Desenvolve o raciocínio
· Contribui com a divulgação, disseminação do evangelho e na sua compreensão.

5. A Estrutura de uma pregação. A pregação tem 03 partes:

5.1. Introdução. Deve ser interessante, breve, tem o objetivo de preparar o ouvinte.

5.2. Corpo do sermão. Deve conter pontos ou divisões.

5.3. Conclusão. Podemos recapitular o assunto, fazer um resumo, um apelo, um convite para
salvação, etc.

6. Tipos de sermões

6.1. SERMÃO TEMÁTICO (Ou Tópico).

É aquele cujas divisões principais derivam do tema, independentemente do local dos Textos
(Braga, p.17).

Exemplo: Tema: “Causas para a Oração não Respondida”:

1) Pedir mal. (Tg 4.3);

2) Pecado não confessado (S1 66.18);
3) Duvidar da palavra de Deus (Tg 1.6-7);
4) Vãs repetições (Mt 6.7);
5) Desobediência à Palavra (Pv 18.9);
6) Mal relacionamento conjugal (1 Pe 3.7);
6.2. SERMÃO TEXTUAL

É aquele em que as divisões principais derivam de um TEXTO constituído de UMA BREVE

PORÇÃO DA BÍBLIA ( Braga, p. 30).

Exemplo: Título: “O Único Caminho Para Deus” (Jo 14.6).

1) Através de Jesus, o único caminho.

2) Através de Jesus, a verdade.
3) Através de Jesus, a vida.

6.3. SERMÃO EXPOSITIVO

É aquele em que as divisões baseiam-se numa porção mais extensa (texto) da Bíblia, não
abrangendo “um só versículo, mas uma passagem, um capítulo, vários capítulos, ou mesmo
um livro inteiro” (Cabral, p. 78). Nele , é mostrada (exposta) uma verdade contida num texto
bíblico. Exige tempo, estudo e conhecimento bíblico.

Exemplo: Título: “O Cordeiro de Deus” (Ex 12. 1-13)

1) Foi um cordeiro divinamente determinado (vv. 12.1-3)

2) Foi um cordeiro perfeito (12.5);
3) Foi um cordeiro morto (12.6);
4) Foi um cordeiro redentor (12.7; 12-13);
5) Foi um cordeiro sustentador (12.8-11).

Se resume em três verbos: Ler o texto, explicar o texto e aplicar o texto;

John Stott no livro entre dois mundos, diz que pregação é você conectar o texto antigo com o
ouvinte contemporâneo.
 Textos para Oficina Temática

● João 4:1-26 : Jesus Mestre;

● Lucas 2:25-35 : Canção de Simeão;

● Gênesis 22:5-7 : A Adoração;

● Mateus 13:1-9 : O Semeador;

● Filipenses 2:5-11 : Cristo servo obediente;

● Hebreus 11:1-7 : A Fé e os Herois da Fé;

● Apocalipse 3:1-13 : Cartas às Igrejas;

● 1 Pedro 2:4-10 : Gerados pela Pedra Viva;

● Colossenses 1:13-23 : Supremacia de Cristo Jesus;

● João 1:1-14 : A luz do mundo;

● 1 Tessalonicenses 5:12-22 : Fogo do Espírito;

● Romanos 3:1-11 : A Justificação nos deu paz com Deus;

● Judas 1:17-25 : Os ímpios e nossa posição;

● Gálatas 4:8-20 : Zelo pela doutrina;

● 1 João 3:11-24 : O Amor : a marca do Cristão;

● 2 Coríntios 6:11-18 : Exortação a uma vida Santa;

● Gênesis 1:1-16 : Fundação do mundo;

● Tiago 4:1-10 : Nossa guerra é contra Paixões;

● Apocalipse 5:6-7 : O Cordeiro.