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2019 by Atena Editora

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Copyright do Texto © 2019 Os Autores
Copyright da Edição © 2019 Atena Editora
Editora Chefe: Profª Drª Antonella Carvalho de Oliveira
Diagramação: Lorena Prestes
Edição de Arte: Lorena Prestes
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)

P769 Políticas de envelhecimento populacional 5 [recurso eletrônico] /


Organizadora Sheila Marta Carregosa Rocha. – Ponta Grossa,
PR: Atena Editora, 2019. – (Políticas de Envelhecimento
Populacional; v. 5)

Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader.
Modo de acesso: World Wide Web.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7247-780-2
DOI 10.22533/at.ed.802191311

1. Envelhecimento – Brasil – Estatísticas. 2. Idosos – Brasil –


Condições sociais. I. Rocha, Sheila Marta Carregosa. II. Série.

CDD 305.260981
Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422

Atena Editora
Ponta Grossa – Paraná - Brasil
www.atenaeditora.com.br
contato@atenaeditora.com.br
APRESENTAÇÃO

A coleção “Políticas de Envelhecimento Populacional 2” é uma obra composta


de quatro volumes que tem como foco principal a discussão científica por intermédio
de trabalhos diversos que compõe suas partes com seus respectivos capítulos.
Cada volume abordará de forma categorizada e interdisciplinar trabalhos, pesquisas,
relatos de casos e/ou revisões que transitam nos vários caminhos da saúde pública
e saúde coletiva.
Este quinto volume está dividido em 4 (quatro) partes com 31 artigos. A parte I
contempla a dinâmica da cidade e das ruas para as pessoas idosas; A segunda parte
aborda aspectos voltados para o cuidado com os idosos através dos Cuidadores.
A terceira parte está voltada para discussão sobre as práticas pedagógicas; e a
quarta parte e última parte as propostas culturais, com os benefícios do lúdico no
envelhecimento humano.
Tendo como objetivo central estruturar de forma categorizada e clara estudos
desenvolvidos em diversas instituições de ensino e pesquisa do país. Em todos
esses trabalhos o sujeito de pesquisa é a pessoa idosa, e a linha condutora foi
o aspecto relacionado ao envelhecimento com suas patologias e cuidados com a
saúde.
Deste modo a obra Políticas de Envelhecimento Populacional 2, volume 5,
apresenta uma teoria bem fundamentada nos resultados práticos obtidos pelos
diversos pesquisadores que, incansavelmente desenvolveram seus trabalhos, aqui
serão apresentados de maneira concisa e didática. Sabemos o quão importante é
a divulgação científica, por isso evidenciamos também a estrutura da Atena Editora
capaz de oferecer uma plataforma consolidada e confiável para estes pesquisadores
exporem e divulgarem seus resultados.

Sheila Marta Carregosa Rocha


SUMÁRIO

PARTE I – A CIDADE

CAPÍTULO 1................................................................................................................. 1
PROGRAMA HABITACIONAL CIDADE MADURA: UMA EXPERIÊNCIA INOVADORA NO ESTADO
DA PARAÍBA
Magda Danielle Félix Lucindo
Ananda Ayres Navarro
Júlio César Guimarães Freire
Isaldes Stefano Vieira Ferreira
Marina Carneiro Dutra
Gustavo de Azevedo Carvalho
DOI 10.22533/at.ed.8021913111

CAPÍTULO 2................................................................................................................. 9
CARACTERIZAÇÃO DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO OCORRIDOS EM RODOVIAS FEDERAIS
ENVOLVENDO PESSOAS IDOSAS
Flávia Emília Cavalcante Valença Fernandes
Joebson Maurilio Alves dos Santos
Maria Elda Alves de Lacerda Campos
Rosana Alves de Melo
DOI 10.22533/at.ed.8021913112

CAPÍTULO 3............................................................................................................... 18
MAPEAMENTO DOS ACIDENTES DE TRANSPORTE TERRESTRE EM IDOSOS NO BRASIL: UM
ESTUDO DESCRITIVO
Flávia Emília Cavalcante Valença Fernandes
Joebson Maurilio Alves dos Santos
Maria Elda Alves de Lacerda Campos
Rosana Alves de Melo
DOI 10.22533/at.ed.8021913113

CAPÍTULO 4............................................................................................................... 27
O USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS COMPLEMENTARES EM BENEFÍCIO DO
ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL DO TRABALHADOR: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Lillian Elizama de Abreu Oliveira
Alzinete da Silva Pedroza Godoy
Celileane Simplício Moreira
Flávio Barreto de Souza
Hiagda Thaís Dias Cavalcante
Josielly Samara Costa
Maria Gildenia de Moura
Maykon Douglas de Oliveira Evangelista
Vanessa Maria de Araújo
Paula Beatriz de Souza Mendonça
DOI 10.22533/at.ed.8021913114

CAPÍTULO 5............................................................................................................... 32
RELAÇÃO ENTRE QUEDAS E FUNCIONALIDADE DE IDOSOS DA COMUNIDADE
Vanessa da Nóbrega Dias
Weslley Barbosa Sales
Alini Silva do Nascimento Farias

SUMÁRIO
Ana Flávia da Silva Souza
Romildo Arcanjo do Nascimento Filho
Tisiany Felicia Teixeira de Oliveira
Eldja Raquel Ferreira da Silva
Ana Caroline Pereira
DOI 10.22533/at.ed.8021913115

CAPÍTULO 6............................................................................................................... 44
RELAÇÃO ENTRE TRABALHO, APOSENTADORIA E LAZER NAS EXPRESSÕES DE IDOSOS
QUE FREQUENTAM BARES EM PALMAS-TO
Simone Fontenelle da Silva
Vicente de Paula Faleiros
DOI 10.22533/at.ed.8021913116

PARTE 2 - CUIDADORES

CAPÍTULO 7............................................................................................................... 47
HABILIDADES E FRAGILIDADES DO IDOSO COMO CUIDADOR NO CONTEXTO FAMILIAR E
PROFISSIONAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Elizana Mulato Guedes
Hiagda Thais Dias Cavalcante
Gustavo André Pereira de Brito
Lília Letícia Ferreira da Silva
Lucas Peixoto de Macedo
Maria Eduarda Capistrano da Câmara
DOI 10.22533/at.ed.8021913117

CAPÍTULO 8............................................................................................................... 54
QUALIDADE DE VIDA EM CUIDADORES DE IDOSOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Ana Patricia do Egito Cavalcanti de Farias
Carolina da Silva Montenegro
Helaine Cristina Lins Machado Gerbasi
Nadja Karla Fernandes de Lima
Fernanda Kelly Oliveira de Albuquerque
DOI 10.22533/at.ed.8021913118

CAPÍTULO 9............................................................................................................... 64
SOBRECARGA DE CUIDADORES DE IDOSOS COM DEPENDÊNCIA NO DOMICÍLIO
Arianna Oliveira Santana Lopes
Shirlei Costa Santos
Milena Meireles Souza
Gabriela Tavares Souza
Larissa Chaves Pedreira
DOI 10.22533/at.ed.8021913119

PARTE 3 – PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

CAPÍTULO 10............................................................................................................. 72
AÇÕES EDUCATIVAS EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA PESSOA IDOSA:
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Jaqueline Maria Silva dos Santos
Raiane Jordan da Silva Araújo

SUMÁRIO
Raquel Ferreira Lopes
DOI 10.22533/at.ed.80219131110

CAPÍTULO 11............................................................................................................. 78
ASPECTOS CLÍNICOS DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NO
IDOSO: REVISÃO INTEGRATIVA
Camila Navarro Rocha Saraiva
Maria Miriam Lima da Nóbrega
Neyce de Matos Nascimento
Patrícia Josefa Fernandes Beserra
Rafaella Queiroga Souto
DOI 10.22533/at.ed.80219131111

CAPÍTULO 12............................................................................................................. 85
O SUJEITO NÃO ENVELHECE: RELATOS DE EXPERIÊNCIA COM GRUPOS TERAPÊUTICOS DE
IDOSOS ESTUDANTES DA UAMA (UNIVERSIDADE ABERTA À MATURIDADE)
Raisa Karina Silva Trajano
Vinícius Anselmo Pereira
Criscia Delancout Lúcio de Araujo
DOI 10.22533/at.ed.80219131112

CAPÍTULO 13............................................................................................................. 96
OS EFEITOS DA IDADE NO SISTEMA AUDITIVO PAUTADOS NA COMUNICAÇÃO: UMA
ABORDAGEM BIOPSICOSSOCIAL
Juliana Machado Amorim
Vilma Felipe Costa de Melo
Neirilanny da Silva Pereira
DOI 10.22533/at.ed.80219131113

CAPÍTULO 14........................................................................................................... 108


PERCEPÇÃO DE CRIANÇAS SOBRE O ESTILO DE VIDA DO IDOSO E SUA RELAÇÃO COM OS
DISCURSOS SOCIAIS
Giulyanne Maria Silva Souto
Francisca Joyce Marques Benício
Fernanda Alice Camara Brito
Iraquitan Caminha de Oliveira
DOI 10.22533/at.ed.80219131114

CAPÍTULO 15........................................................................................................... 117


PRÁTICAS DE ENFERMAGEM A IDOSOS DE UMA CASA INSTITUCIONALIZADA EM PORTO
VELHO – RO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Francisco Mateus Lima da Silva
Francisca Juscileide do Nascimento Azevedo Pimenta
Marcela Milrea Araújo Barros
Adriane Bonotto Salin
DOI 10.22533/at.ed.80219131115

CAPÍTULO 16........................................................................................................... 124


PROPOSTA DE INTERVENÇÃO EM LAR DE LONGA PERMANÊNCIA: UMA PRÁTICA
PSICOPEDAGÓGICA
Helena Viegas Peixoto
Mariana Adelino Dantas
Mariana Araújo Galvão
Camyla Silva de Andrade

SUMÁRIO
Mônica Dias Palitot
DOI 10.22533/at.ed.80219131116

CAPÍTULO 17........................................................................................................... 132


RELATO DE EXPERIÊNCIA COM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS: UMA PRÁTICA LÚDICA
Maria do Carmo Clemente Marques Figueiredo
Eliane Santana de Carvalho Nunes
Erlânia Souza Costa
Mayara Layane de Souza Joventino
Cleide Rejane Damaso de Araújo
DOI 10.22533/at.ed.80219131117

CAPÍTULO 18........................................................................................................... 138


TENDA DO CONTO: UMA PRÁTICA DIALÓGICA PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE DA PESSOA
IDOSA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Helouíse Thainá da Silva Macêdo
Lavínia Mabel Viana Lopes
Dimitri Taurino Guedes
DOI 10.22533/at.ed.80219131118

CAPÍTULO 19........................................................................................................... 147


TERAPIA OCUPACIONAL NA HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO DIANTE DO PROCESSO DE MORTE
NA VELHICE EM CONTEXTO HOSPITALAR
Jean Barroso de Souza
Lucidalva Costa de Freitas
Tamara Neves Finarde Pedro
Rosé Colom Toldrá
Maria Helena Morgani de Almeida
DOI 10.22533/at.ed.80219131119

CAPÍTULO 20........................................................................................................... 155


UMA AÇÃO QUE MUDA VIDAS
Flávio Anselmo Silva de Lima
Alana Monteiro Bispo da Silva
Arthur Alland Cruz Moraes Rocha
Lua Karine de Sousa Pereira
Bértiklis Joás Santos de Oliveira
Diego Félix Cruz
Erick Job Santos Pereira da Silva
Ítalo Fonseca de Oliveira
José Wilton Pinto Pessoa
DOI 10.22533/at.ed.80219131120

PARTE 4 – PROPOSTAS CULTURAIS

CAPÍTULO 21........................................................................................................... 162


“CHÁ DAS CINCO – CONVERSANDO E CONVIVENDO COM IDOSOS”: EXTENSÃO COMO
FERRAMENTA NO APRENDIZADO E ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
Maxsuel Mendonça dos Santos
Luciana Fernandes de Medeiros
DOI 10.22533/at.ed.80219131121

SUMÁRIO
CAPÍTULO 22........................................................................................................... 169
“SE PARAR DE SONHAR A GENTE MORRE”: UMA LEITURA PSICANALÍTICA SOBRE AS MARCAS
DO TEMPO E A INSISTÊNCIA DO DESEJO NA VELHICE
Lucas Brasil Feitosa
Thamyres Maria Gomes de Almeida
Juliana Fonsêca de Almeida Gama
DOI 10.22533/at.ed.80219131122

CAPÍTULO 23........................................................................................................... 179


DANÇATERAPIA E ENVELHECIMENTO
Rosana Ferreira Pessoa
Clara Mockdece Neves
Claudia Xavier Correa
Lídia Nunes Nora de Souza
Luana Karoline Ferreira
Maria Elisa Caputo Ferreira
DOI 10.22533/at.ed.80219131123

CAPÍTULO 24........................................................................................................... 185


ENVELHECIMENTO ATIVO PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO
Rosângela Alves Almeida Bastos
Rosilene Alves de Almeida
Francisca das Chagas Alves de Almeida
Rita de Cássia Sousa Silva
Karla Fernandes da Silva
Raissa Silva do Nascimento
Lesandra Ramos da Silva
DOI 10.22533/at.ed.80219131124

CAPÍTULO 25........................................................................................................... 193


METAMEMÓRIA: O PAPEL DA MUSICOTERAPIA NO ASSISTENCIALISMO À SAÚDE DOS IDOSOS
QUE CONVIVEM COM O ALZHEIMER – REVISÃO LITERÁRIA
Gilvan Gilson de Medeiros Júnior
Marina Amorim de Souza
Renan de Brito Caldas
Gabriela Reis Guimarães
Isabelly Sanally Monteiro Florentino
DOI 10.22533/at.ed.80219131125

CAPÍTULO 26........................................................................................................... 202


O FORRÓ NA TERCEIRA IDADE COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO
SAUDÁVEL
Amanda Karla Buriti de Melo
Bruna Roberta de Carvalho
Emanuela de Lima Avelino
Palloma Maria Sales Estevão
Priscilla Yevellin Barros de Melo
DOI 10.22533/at.ed.80219131126

CAPÍTULO 27........................................................................................................... 210


OS DESAFIOS DA PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL: UMA REVISÃO
INTEGRATIVA
Jennifer Natalye Silva Brasil
Evanilza Maria Marcelino

SUMÁRIO
Maria Micaella Arruda de Macedo
Ana Lívia de Souza Barbosa
Ana Claudia Torres de Medeiros
DOI 10.22533/at.ed.80219131127

CAPÍTULO 28........................................................................................................... 216


PALHAÇOTERAPIA NO MANEJO DA DOR EM PESSOA IDOSA HOSPITALIZADA: RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Heloysa Waleska Soares Fernandes
Ana Luísa Fernandes Vieira Melo
Amanda Kelly Feitosa Euclides
Carlos Eduardo da Silva Carvalho
Iaponira Cortez Costa de Oliveira
DOI 10.22533/at.ed.80219131128

CAPÍTULO 29........................................................................................................... 224


TRATAMENTO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE COM A ACUPUNTURA AURICULAR: REVISÃO
SISTEMÁTICA
Marília Caroline Ventura Macedo
Danilo de Almeida Vasconcelos
Karinna Soares Oliveira
Daniely Lima Gomes
Alana de Souza Morais
Andriele Nicolau Faustino dos Santos
Thaise de Arruda Rodrigues
Jaynara Talita Barbosa Silva
Jamila Viama Barbosa Silva
DOI 10.22533/at.ed.80219131129

CAPÍTULO 30........................................................................................................... 233


VIDA, MODO DE USAR E O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO SOB A ÓTICA DE OLIVER
SACKS: UMA REVISÃO NARRATIVA
Lílian Valéria de Araújo
Mariana Pires Bezerra
Mário Sérgio Borges Medeiros
Mayra Joyce da Costa Pinheiro
Edmundo de Oliveira Gaudêncio
DOI 10.22533/at.ed.80219131130

CAPÍTULO 31........................................................................................................... 239


EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO EM IDOSAS HIPERTENSAS DE UMA CIDADE DO
INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO
Carlos Henrique Vieira Felício
Crislaine Franciene Cintra
Cristian Ribeiro Gonçalves
Rita de Cássia Albano
Luciana Moreira Motta Raiz
DOI 10.22533/at.ed.80219131131

SOBRE A ORGANIZADORA.................................................................................... 246

ÍNDICE REMISSIVO................................................................................................. 247

SUMÁRIO
CAPÍTULO 2

CARACTERIZAÇÃO DOS ACIDENTES DE


TRÂNSITO OCORRIDOS EM RODOVIAS FEDERAIS
ENVOLVENDO PESSOAS IDOSAS

Flávia Emília Cavalcante Valença prevalência de óbitos. Os acidentes de trânsito


Fernandes em idosos não apresentaram uma evolução
Universidade de Pernambuco Campus Petrolina.
temporal constante, entretanto, tiveram seus
Colegiado de Enfermagem. Petrolina-Pernambuco
maiores índices em 2011 e 2012, e os meses
Joebson Maurilio Alves dos Santos mais recorrentes nos primeiros seis meses dos
Universidade Federal de Pernambuco.
anos analisados.
Departamento de Economia. Recife-Pernambuco
PALAVRAS-CHAVE: Acidentes de trânsito,
Maria Elda Alves de Lacerda Campos
Idoso, Morbidade, Causas externas.
Universidade de Pernambuco Campus Petrolina.
Colegiado de Enfermagem. Petrolina-Pernambuco
Rosana Alves de Melo CHARACTERIZATION OF TRANSIT
Universidade Federal do Vale do São Francisco.
Colegiado de Enfermagem. Petrolina-Pernambuco ACCIDENTS OCCURING IN FEDERAL

ROADS INVOLVING ELDERLY PEOPLE

ABSTRACT: The objective of this study was


RESUMO: O trabalho teve como objetivo to characterize traffic accidents on federal
caracterizar os acidentes de trânsito ocorridos highways circumscribed to the VIII Health
em rodovias federais circunscritas à VIII Região Region of Pernambuco involving elderly people.
de Saúde de Pernambuco envolvendo pessoas A descriptive study with a quantitative approach
idosas. Foi realizado estudo descritivo com was conducted from 2010 to 2015. Descriptive
abordagem quantitativa no período de 2010 a statistics were used: frequency distribution and
2015. Lançou-se mão da estatística descritiva: measures of central tendency and dispersion
distribuição de frequência e medidas de with respective 95% confidence intervals. Stata
tendência central e dispersão com respectivos 14.0 was used for data analysis. These were
intervalos de confiança de 95%. Utilizou-se o presented through graphs and tables. Among
Stata 14.0 para análise dos dados. Estes foram the main results, we highlight the prevalence
apresentados por meio de gráficos e tabelas. of males and younger elderly with occurrences
Dentre os principais resultados, destaca-se on Friday and Sunday and afternoon shift.
a prevalência do sexo masculino e de idosos There was a high prevalence of deaths. Traffic
mais jovens com ocorrências na sexta-feira accidents in the elderly did not show a constant
e domingo e turno da tarde. Houve elevada temporal evolution, however, had their highest

Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 2 9


rates in 2011 and 2012, and the most recurrent months in the first six months of the
years analyzed.
KEYWORDS: Accidents, Traffic, Aged, Morbidity, External causes.

1 | INTRODUÇÃO

O número de mortes no trânsito tem aumentado de forma contínua, chegando


a um número de 1,35 milhão de vítimas em 2016 em todo o mundo sendo essas
a oitava principal causa de morte em todas as faixas etárias (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2018). A ocorrência desses acidentes no Brasil não é diferente,
sendo a magnitude das taxas de mortalidade por Acidente de Transporte Terrestre
(ATT) diferente nos diversos municípios do país (AQUINO; NEVES; MORAIS NETO,
2018).
Em virtude do acidente de trânsito constituírem um problema de saúde pública
mundial, encontraram-se estudos de diferentes países abordando essa temática.
Sabe-se que as análises feitas acerca do trauma e tipo do acidente convergem entre
estudos não só brasileiros, mas em outros países (SANTOS; RODRIGUES; DINIZ,
2015). Os dados epidemiológicos direcionam para um aumento da incidência do
trauma por acidente de trânsito mostrando os pedestres como as principais vítimas
no grupo dos idosos sendo considerados os mais vulneráveis, principalmente os
mais velhos (SANTOS; RODRIGUES; DINIZ, 2015).
Estudo realizado no Irã apontou uma prevalência de 14, 4% de acidentes de
trânsito em idosos sendo a maioria do sexo masculino. Os idosos são responsáveis
por um número substancial de hospitalizações e mortes devido a lesões no trânsito
(SADEGHI-BAZARGANI; SAMADIRAD; MOSLEMI, 2018).
Etehad et al. (2015) argumentam que idosos são um grupo com grande
vulnerabilidade nas estradas, por conta do alto número de acidentes em que estão
envolvidos. Estes autores mostraram que a maior parte dos idosos vítimas de
acidentes de trânsito são do sexo masculino e que 40,5% eram pedestres, enquanto
22,1% eram ocupantes de carros e 19,1% eram motociclistas. Além disso, a taxa
de mortalidade hospitalar total foi de 10,1%, sendo maior em idosos pedestres e
motociclistas em comparação com idosos jovens e outros tipos de vítimas (ETEHAD
et al., 2015)
Diversos fatores contribuem para a ocorrência dos acidentes de trânsito que
vitimizam idosos nas rodovias. Butler, Lord e Fitzpatrick (2016) fizeram um experimento
e concluíram que a falta de julgamento por meio do comprometimento sensoriomotor
ou cognitivo relacionado à idade ou a predisposição a assumir riscos pode levar a
erros com sérias consequências (BUTLER; LORD; FITZPATRICK, 2016).
Já McGwin Jr e Brown (1999) analisaram as características gerais da ocorrência
de acidentes de trânsito por faixa etária constataram que grupos de jovens e idosos
são mais propensos a serem causadores de acidentes de trânsito. Para estes, as
Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 2 10
causas principais são a maior assunção de riscos e inabilidade enquanto condutores.
Para aqueles, problemas de percepção e dificuldade em julgar e responder ao fluxo
de tráfego, decorrentes da idade, são os fatores que contribuem para a ocorrência
dos acidentes (MCGWIN; BROWN, 1999).
No contexto da mortalidade, estudo realizado em uma Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) no Brasil, observou-se uma grande variabilidade de etiologia do
trauma, envolvendo principalmente as causas externas como os acidentes de
trânsito com motocicletas e vítimas de violência. O estudo mostrou que os pacientes
com trauma tiveram uma alta incidência de complicações e mortalidade na UTI
(POGORZELSKI et al., 2018).
A explicação dos acidentes por meio da distribuição espacial é importante.
Estudo sobre os óbitos decorrentes dos acidentes de trânsito em idosos apontou
que esses concentraram-se na área urbana, com aglomerado de bairros com alta
ocorrência de acidente (SANTOS et al., 2016). Sendo assim, o objetivo do estudo foi
caracterizar os acidentes de trânsito ocorridos em rodovias federais circunscritas à
VIII Região de Saúde de Pernambuco envolvendo idosos.

2 | METODOLOGIA

Trata-se de um estudo quantitativo descritivo. Estudos descritivos, em


epidemiologia, têm por objetivo determinar a distribuição de doenças ou condições
relacionadas à saúde, segundo o tempo, o lugar e/ou as características dos indivíduos
podendo fazer uso de dados secundários (LIMA-COSTA; BARRETO, 2003).
Os dados foram obtidos por meio dos registros dos acidentes ocorridos em
rodovias federais e registrados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na circunscrição
da VIII Gerência Regional de Saúde do estado de Pernambuco. Essa região envolve
sete municípios, dentre eles: Afrânio, Cabrobó, Dormentes, Lagoa Grande, Petrolina
e Santa Maria da Boa Vista. Todas os acidentes de trânsito ocorridos entre 2010 e 2015
envolvendo pessoas com 60 anos ou mais foram incluídos no estudo independente
da existência e do número de feridos existentes em um mesmo acidente.
As variáveis do estudo envolveram informações das vítimas como: sexo e idade
e do acidentes como: ano (2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e primeiro semestre de
2015); mês (janeiro à dezembro); dia da semana: analisado segundo o dia e a sua
ocorrência ou não em final de semana; turno (manhã – 6h às 11h59minutos; tarde –
12h às 17h59minutos; noite – 18h às 23h59 minutos; 00h às 5h59minutos); veículo
da vítima: motocicleta, carro, bicicleta, outros; tipo do acidentes: Atropelamento,
colisão, capotamento/queda/tombamento, Outros; classificação dos feridos na
ocorrência dos acidentes: sem feridos, feridos leves, feridos graves, óbitos.
Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva seguindo a
distribuição de frequência e medidas de tendência central (média) e dispersão

Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 2 11


(desvio padrão). Foram calculados os intervalos de confiança de 95% para a média
seguindo a distribuição Z e para a proporção assumindo a distribuição binomial.
Foi utilizado o Programa estatístico Stata 14.0 e o Microsoft Office Excel 2013.
Os dados foram apresentados em tabelas e gráficos.
O artigo integra a pesquisa intitulada Os Acidentes de Trânsito ocorridos a
partir de dados da Polícia Rodoviária Federal, respeitou as considerações éticas
apresentadas na Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 466 de 2012 (CNS,
2012). O Projeto foi enviado para apreciação ética por meio da Plataforma Brasil e
aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Pernambuco sob o
Parecer nº 1.587.103

3 | RESULTADOS E DISCUSSÃO

O período decorrido entre 2010 e 2015 ocorreram 181 acidentes de trânsito


nas rodovias federais envolvendo pessoas com 60 anos ou mais de idade. A análise
temporal apresentada na figura 1 demonstra que não houve uma constância na
evolução das proporções dos acidentes ao longo dos anos, mas chama a atenção
ao crescimento nos anos de 2011 e 2012 seguido de decréscimo entre 2012 e 2013.
Entretanto, como 2015 não apresentava-se com dados para todos os meses, não foi
incluído na análise temporal (Figura 1).
A evolução encontrada diverge se estudo que indica tendência decrescente de
acidentes de trânsito fatais, tanto para os idosos quanto para outras faixas etárias
(SADEGHI-BAZARGANI; SAMADIRAD; MOSLEMI, 2018).

Figura 1 – Distribuição proporcional dos acidentes de trânsito em idosos ocorridos em rodovias


federais. VIII Região de Saúde de Pernambuco. 2010 – 2014.

Os meses de maior prevalência dos acidentes entre os idosos ocorreram no


primeiro semestre dos anos sob análise sendo os meses de junho, março e maio de

Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 2 12


maior proporção, com as respectivas proporções: 14,9%, 12,2% e 12,2% (Figura 2).

Figura 02 – Distribuição dos acidentes de trânsito ocorridos em rodovias federais em pessoas


idosas segundo o mês de ocorrência. VIII Região de Saúde de Perambuco, 2010 – 2015.

A idade média dos idosos envolvidos nos acidentes de trânsito ocorridos nas
BR, no presente estudo, apontam para um grupo etário mais jovem com idade média
de 66,7 (DP 6,1) sendo as maiores vítimas do sexo masculino (84,5%) (Tabela 1). A
idade identificada em outros estudos diverge quanto às suas maiores prevalências.
Estudo que buscou investigar a mortalidade de idosos, por acidentes de trânsito
verificou uma média de idade de 69 anos e maior ocorrência em pessoas do sexo
masculino em todas as faixas etárias (SANTOS et al., 2016).
Em estudo internacional realizado em uma província do Irã, apenas com
vítimas fatais de acidentes de trânsito, observou-se uma média de idade superior
ao encontrado no presente estudo. A idade média das mortes no trânsito de idosos,
relatada pelos autores foi de 75,3 (DP = 6,2) anos. Outro achado do estudo foi
também a maior proporção de homens como vítimas desses acidentes fatais nas
faixas etárias (SADEGHI-BAZARGANI; SAMADIRAD; MOSLEMI, 2018). No Brasil,
o cenário de mortalidade também direciona para o mesmo perfil sendo o sexo
masculino e na faixa etária de 60 a 69 anos as mais acometidas (SANTOS et al.,
2016).
Analisando os dias da semana, observou-se que sexta-feira e o domingo e
segunda-feira apresentaram as maiores proporções com 17,1%, 17,1% e 16,0%,
respectivamente. Contudo, somando os dias da semana em comparação ao final
de semana, as ocorrências durante a semana foram maiores representando 55,3%.
Quanto aos turnos em que foram registradas a maior parte dos acidentes, identificou-
se que a tarde e a manhã foram maiores (43,7% e 32,6%, respectivamente) (Tabela
1).
Resultados como os apresentados acima no presente estudo concordam com
Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 2 13
estudo que avaliou as ocorrências de quedas e acidentes de trânsito em idosos no
Brasil, o qual identificou maior prevalência dos acidentes durante o dia assim como
homens e faixa de idade mais jovem nesse grupo de maior incidência (FREITAS et
al., 2015).

Média DP IC95%*
Idade 66,7 6,1 65,8 67,6
n % IC95%**
Sexo da vítima
Feminino 28 15,5 10,9 21,6
Masculino 153 84,5 78,4 89,1
Dia da semana de ocorrência
Domingo 31 17,1 12,3 23,4
Segunda-feira 29 16,0 11,3 22,2
Terça-feira 20 11,1 7,2 16,6
Quarta-feira 27 14,9 10,4 20,9
Quinta-feira 24 13,3 9,0 19,1
Sexta-feira 31 17,1 12,3 23,4
Sábado 19 10,5 6,8 15,9
Ocorrência em final de semana
Não 100 55,3 47,9 62,4
Sim 81 44,8 37,6 52,1
Turno de ocorrência
Manhã 59 32,6 26,1 39,8
Tarde 79 43,7 36,5 51,0
Noite 33 18,2 13,2 24,6
Madrugada 10 5,5 3,0 10,0

Tabela 1 – Distribuição das características sociodemográficas das vítimas e temporais dos


acidentes de trânsito ocorridos em rodovias federais entre idosos. VIII Região de Saúde de
Pernambuco. 2010 – 2015.
*Intervalo de Confiança de 95% para a média.

**Intervalo de Confiança de 95% para proporção

Em rodovias federais, os veículos de maior envolvimento nos eventos foi o


carro (66,3%) e a colisão foi o tipo de acidente mais registrado (80,7%). Observou-se
também que em 40,3% dos acidentes houve ocorrência de óbito (Tabela 2).
Estudo anterior realizado em rodovias federais mostrou que as vítimas mais
acometidas na VIII Região de saúde também em Pernambuco foram homens, adultos,
sendo a categoria B, incluindo os carros, a mais envolvida. A colisão transversal
mostrou-se mais frequente e o horário da noite mais recorrente. O mesmo estudo
também mostrou o final de semana como o mais expressivo nos registros (BARROS
et al., 2018).
O presente estudo identificou um prevalência elevada para a mortalidade nas
rodovias. Esse cenário concorda com outro estudo o qual afirma uma prevalência

Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 2 14


de 57,3% de óbitos considerando o pedestre como a vítima exposta (SANTOS et al.,
2016).
Sabe-se que não só elevadas taxas de mortalidade trazem impacto, mas o
período da vida e os anos poteciais de vida perdidos também são importantes. Nesse
contexto, ganham importância população jovem, mas os homens permanecem com
maior magnitude nos eventos, em especial no tocante a ocorrência com motocicletas
(FERNANDES et al., 2017).
Os idosos podem ser mais propensos a morrer como pedestres em comparação
com outras faixas etárias, entretanto, o carro foi o segundo veículo mais frequente em
estudo no Irã (SADEGHI-BAZARGANI; SAMADIRAD; MOSLEMI, 2018). No Brasil,
prevalecem pedestre, motociclista e automóvel (SANTOS et al., 2016). Diante disso,
observou-se que essa ordem difere dependendo do local de ocorrência do estudo e
do acidente.

n % IC95%**
Veículo da vítima
Motocicleta 18 10,5 6,7 16,1
Carro 114 66,3 58,8 73,0
Outros 26 15,1 10,5 21,3
Bicicleta 14 8,1 4,9 13,3
Tipo do acidente
Atropelamento 10 5,5 3,0 10,0
Colisão 146 80,7 74,2 85,8
Capotamento/queda/tombamento 12 6,6 3,8 11,4
Outros 13 7,2 4,2 12,0
Classificação dos feridos na ocorrência
Sem feridos 52 28,7 22,6 35,8
Feridos leves 37 20,4 15,1 27,0
Feridos graves 19 10,5 6,8 15,9
Óbitos 73 40,3 33,4 47,7

Tabela 2 – Descrição das características dos acidentes de trânsito segundo veículo, tipo do
acidente e classificação dos feridos ocorridos em rodovias federais. VIII Região de Saúde. 2010
– 2015.
**Intervalo de Confiança de 95% para proporção

Os acidentes prevaleceram na BR 428 (65,2%) cmo mostra a figura 3. A VIII


Região de Saúde de Pernambuco abrange sete municípios localizados no sertão
do estado, na região do Vale do Médio São Francisco. A principal via de acesso
da capital de de outros municípios da região é pela BR 428. Esta também permeia
áreas urbanas da cidade de Petrolina. Sendo assim uma via importante para a
localizadade estudada. Tal cenário pode influenciar também maior fluxo de veículos
e consequentemente maior quantitativo de acidentes.

Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 2 15


Figura 03 – Distribuição proporcional da BR de ocorrência dos acidentes de trânsito em idosos.
VIII Região de Saúde. 2010 – 2015.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (2018), a infra-estrutura rodoviária


está fortemente ligada à causalidade de ferimentos graves e fatais em colisões
no trânsito, e melhorias na infraestrutura rodoviária, são essenciais para tornar as
estradas seguras. (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2018).

4 | CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os acidentes de trânsito em idosos não apresentaram uma evolução temporal


constante, entretanto, tiveram seus maiores índices em 2011 e 2012, e os meses
mais recorrentes nos primeiros seis meses dos anos analisados, em especial junho,
março e maio. Quanto às características dos idosos envolvidos, eram principalmente
homens e em uma idade mais jovem dentro do grupo etário sob análise. Os dias da
semana foram principalmente sexta-feira, domingo e segunda-feira, com ocorrência
principlamente nos turnos da tarde seguido da manhã. O principal veículo envolvido
nos acidentes foi o carro e o estudo apresentou elevada prevalência de óbitos nos
acidentes envolvendo idosos. A principal BR envolvolvida nos acidentes foi a BR
428.
Os acidentes de trânsito nos idosos envolve a construção de políticas públicas
gerais, uma vez que sua ocorrência apresenta, em geral, características já apontadas
em outros estudos. Sendo assim, esses eventos precisam de ações para sua
prevenção e manter uma regularidade na diminuição das suas incidências.

REFERÊNCIAS
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de transporte terrestre no município de Goiânia, Brasil, 2006-2014*. Epidemiologia e Serviços de

Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 2 16


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federais. Arq. Ciênc. Saúde, v. 25, n. 1, p. 35–40, 2018.

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Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 2 17


CAPÍTULO 3

MAPEAMENTO DOS ACIDENTES DE TRANSPORTE


TERRESTRE EM IDOSOS NO BRASIL: UM ESTUDO
DESCRITIVO

Flávia Emília Cavalcante Valença de transporte terrestre. Os acidentes vitimaram


Fernandes 6271 idosos no Brasil em 2016, representando
Universidade de Pernambuco Campus Petrolina.
uma taxa de 25,2/100.000 habitantes. Dentre
Colegiado de Enfermagem. Petrolina-Pernambuco
as regiões, destacou-se a Centro-Oeste como
Joebson Maurilio Alves dos Santos a de maior taxa nesse ano (41,8/100.000)
Universidade Federal de Pernambuco.
seguida da região Norte (35,9/100.000). Os
Departamento de Economia. Recife-Pernambuco
estados com maiores números de óbitos em
Maria Elda Alves de Lacerda Campos
idosos foram Minas Gerais, Rio de Janeiro, São
Universidade de Pernambuco Campus Petrolina.
Colegiado de Enfermagem. Petrolina-Pernambuco Paulo, Paraná. Entretanto, os que apresentaram
as maiores taxas foram Tocantins e Rondônia
Rosana Alves de Melo
Universidade Federal do Vale do São Francisco. (72,3 e 61,4/100.000, respectivamente).
Colegiado de Enfermagem. Petrolina-Pernambuco Estudos sobre os acidentes na população idosa
são importantes considerando os impactos que
esses eventos geram na vida econômica e social
dessa população e seus familiares. Políticas
RESUMO: O presente estudo teve como públicas e ações para o enfrentamento dessa
objetivo mapear e descrever os acidentes problemática devem ser direcionadas também
de transporte terrestre em idosos no Brasil a esse público.
segundo região e Unidade Federativa. Foi PALAVRAS-CHAVE: Idoso, Acidentes de
realizado um estudo quantitativo descritivo do trânsito, Mortalidade, Indicadores Básicos de
tipo ecológico, tendo como unidade de análise Saúde.
as Unidades Federativas e regiões brasileiras
com a utilização de fonte de dados secundários.
Utilizaram os dados de mortalidade a partir do MAPPING OF ELDERLY TRANSPORT
Sistema de Informações sobre Mortalidade e ACCIDENTS IN ELDERLY IN BRAZIL: A
dados populacionais do Instituto Brasileiro de
DESCRIPTIVE STUDY
Geografia e Estatística disponibilizados pelo
DATASUS no ano de 2016. Os critérios de ABSTRACT: This study aimed to map and
inclusão foram os óbitos por residência ocorridos describe land transport accidents in the elderly
em pessoas com 60 anos ou mais de idade em in Brazil according to region and Federative
ambos os sexos cuja causa incluiu o acidente Unit. A descriptive quantitative ecological study

Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 3 18


was carried out, using as a unit of analysis the Federative Units and Brazilian regions
using secondary data sources. They used mortality data from the Mortality Information
System and population data from the Brazilian Institute of Geography and Statistics
made available by DATASUS in 2016. Inclusion criteria were deaths per household
occurring in persons 60 years of age and over in both sexes whose cause included
the land transport accident. The accidents killed 6271 elderly people in Brazil in 2016,
representing a rate of 25.2 / 100,000 inhabitants. Among the regions, the Midwest
stood out as the one with the highest rate this year (41.8 / 100,000) followed by the
North region (35.9 / 100,000). The states with the highest number of deaths in the
elderly were Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sao Paulo, Paraná. However, those with
the highest rates were Tocantins and Rondônia (72.3 and 61.4 / 100,000, respectively).
Studies on accidents in the elderly population are important considering the impacts
that these events generate on the economic and social life of this population and their
families. Public policies and actions to address this issue should also be directed to this
public.
KEYWORDS: Aged, Accidents, Traffic, Mortality, Health Status Indicators

1 | INTRODUÇÃO

O acidente de trânsito gera repercussões em vários campos da vida do


indivíduo, família e coletividade gerando consequências no âmbito da saúde, nos
aspectos econômicos e sociais. Quando esses eventos envolvem a população idosa
apresentam alto risco de mortalidade e sequelas às vítimas, podendo estender suas
consequências aos familiares e à sociedade (SANTOS et al., 2018).
O número absoluto de mortes no trânsito vem aumentando mundialmente,
chegando a 1,35 milhão de vítimas em 2016. No entanto, a taxa de mortalidade
permaneceu constante nesse mesmo período. Tal cenário é preocupante
considerando a meta do Objetivo para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3.6,
o qual estabeleceu uma redução de 50% no número de mortes no trânsito até 2020
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2018). Dentre as ocorrências dos acidentes
de transporte terrestre (ATT), as motocicletas representam importante impacto em
especial pelo seu crescimento ao longo dos anos no Brasil (BACCHIERI; BARROS,
2011).
Os óbitos por acidentes de trânsito tiveram um rápido crescimento na década
2001/2011 no Brasil, implicando em um aumento de 41,7% (WAISELFISZ, 2013).
O cenário dos ATT no Brasil impacta não somente a mortalidade, mas a morbidade
hospitalar. A magnitude causada pelos ATT sobre as lesões não fatais nem sempre
são simples. Os ATT entre idosos, em especial os atropelamentos, resultam em
muitos casos em internações (PINTO et al., 2016). Apesar das principais vítimas
internadas no Brasil terem sido jovens, os idosos representaram 8,5% das internações
em 2013. Ademais, essas internações, não somente nesse grupo etário, mas em
geral, demandaram quase uma semana de internação, gerando gastos expressivos
Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 3 19
(ANDRADE; JORGE, 2017).
Estudo realizado no Rio de Janeiro, o qual avaliou o efeito da Lei para prevenção
do uso de bebidas alcoólicas durante a condução veicular, evidenciou uma redução
nas taxas de mortalidade entre ciclistas e motociclistas com 60 anos e entre pedestres
de ambos os sexos com idade de 20 anos (JOMAR et al., 2019).
Alguns fatores são apontados na literatura como as causas principais de
acidentes de trânsito, incluindo desrespeito à velocidade, perda de controle de
veículo e condução perigosa, isto é, fatores humanos (ANEBONAM et al., 2019),
sendo a idade mais avançada com maior risco para ATT (NARVÁEZ et al., 2019).
Realizar análise espacial em estudos sobre os acidentes denota uma importante
ferramenta na identificação de aglomerados localizados que apresentam altos riscos
de óbito por esses eventos, podendo, assim, direcionar áreas prioritárias para
implementação de intervenções, em especial quando essas estiverem voltadas para
grupos etários mais vulneráveis, como os idosos (SANTOS et al., 2016).
Nesse contexto, este artigo teve como objetivo descrever e mapear os acidentes
de transporte terrestre em idosos no Brasil segundo região e Unidade Federativa.

2 | METODOLOGIA

Foi realizado um estudo quantitativo descritivo do tipo ecológico tendo


como unidade de análise as Unidades Federativas (UF) e regiões brasileiras com
a utilização de fonte de dados secundários. Os estudos epidemiológicos do tipo
ecológico tomam o agregado como unidade operativa e abordam áreas geográficas
ou blocos de população bem delimitados (ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 2006).
A coleta de dados foi realizada no Sistema de Informação sobre Mortalidade
(SIM), para mortalidade e no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para
dados populacionais, ambos disponibilizados no sítio eletrônico do Departamento de
Informática do Sistema Único de Saúde (SUS) (DATASUS).
O ano do estudo foi 2016 por ter sido o último período disponível no momento
da coleta dos dados realizada em maio de 2019. Foram incluídos no estudo óbitos
registrados no SIM cujo Classificação Internacional de Doenças em sua 10ª revisão
(CID-10) incluíram os códigos classificados do V01 ao V99 para ambos os sexos e
em pessoas com 60 anos ou mais de idade segundo a residência da vítima.
Incluíram-se também os registros segundo estado e segundo região brasileira.
Em seguida, utilizaram-se as projeções populacionais fornecidas pelo IBGE no
mesmo local, período e faixa etária. Utilizou-se o cálculo para taxa de mortalidade
considerando o número de óbitos no numerador e população no denominador,
multiplicado pela constante de 100.000 habitantes.
O mapeamento se deu para os estados sendo apresentados em números
absolutos e pelas suas taxas como forma de análise da distribuição espacial das

Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 3 20


ocorrências dos acidentes. Foram utilizados os arquivos de shape file disponibilizados
pelo IBGE para a construção dos mapas. Os resultados foram apresentados em
gráfico e mapas. Para análise dos dados utilizou-se o Programa Microsoft Office
Excel 2013 e o software estatístico de econometria espacial GeoDa disponibilizado
gratuitamente pela Universidade de Chicago pelo site https://spatial.uchicago.edu/
software.
Considerando a utilização de dados agregados e de domínio público utilizados
no presente estudo, todos os aspectos éticos referentes esse tipo de estudo foram
respeitados seguindo a Resolução nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde
(CNS, 2016).

3 | RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os ATT vitimaram 6271 idosos no Brasil em 2016, representando uma taxa de


25,2/100.000 habitantes. Dentre as regiões, destaca-se a Centro-Oeste, como a de
maior taxa nesse ano, representando 41,8 mortes por 100.000 habitantes seguida
da região Norte com 35,9 por 100.000 habitantes (Figura 1).
Nesse mesmo ano em análise, um estudo realizado na China indicou uma
taxa de mortalidade por ATT de 11,0 por 100.000 habitantes. Identificaram também
que homens idosos e residentes em áreas rurais apresentaram taxas de mortalidade
mais elevadas (WANG et al., 2019).
Estudo realizado em Marília, município brasileiro, os idosos apresentaram em
2012 o segundo maior coeficiente de mortalidade por ATT entre os homens com
86,24 mortes por 100.000 habitantes. Entre as mulheres, as idosas representaram
o quarto maior grupo com coeficiente de 17,82 por 100.000 habitantes (BIFFE et al.,
2017).
No Brasil, estudo que descreveu as taxas de internação por ATT no país em
2013, incluindo as ocorrências entre as regiões brasileiras, identificou distribuição
semelhante. As taxas de internação também foram maiores na região Centro-Oeste
com 98,0 por 100.000 habitantes seguida da região Nordeste com 89,1 por 100.000
habitantes (ANDRADE; JORGE, 2017). Tal cenário demonstra a importância da
região Centro-Oeste não só na mortalidade, mas nas internações hospitalares.

Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 3 21


Figura 1 – Distribuição das taxas de óbito por ATT em idosos no Brasil segundo região de
residência. Brasil, 2016.

Os estados com maiores números de mortes por ATT em idosos foram Minas
Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná. Seguido de Ceará, Pernambuco, Bahia,
Rio Grande do Sul e Goiás. Os que apresentaram menores ocorrência foram Acre,
Roraima, Amapá, Sergipe (Figura 2).
O mapa da violência realizado em 2013 mostrou que na década entre 2001 e
2011 os quantitativos dos óbitos por acidentes de trânsito para todas as faixas etárias
cresceram em todas as UF, com extremos que foram do Rio de Janeiro, com a menor
proporção, até o Maranhão, que triplicou o número de vítimas. Além do Maranhão,
em outras UF o crescimento das vítimas também foi acelerado como em Rondônia,
Bahia e Piauí no qual os números mais que duplicaram (WAISELFISZ, 2013).
Percebeu-se que, mesmo a análise realizada no presente artigo estar direcionada
aos idosos, as localidades apresentadas pelo mapa apresentam concordância.

Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 3 22


Figura 2 - Distribuição número de óbito por ATT em idosos no Brasil, 2016.

A Figura 3 apresenta a distribuição das taxas por ATT entre as UF brasileiras.


Observou-se dois estados da região Norte com maiores valores como Tocantins
e Rondônia com taxas de 72,3 e 61,4/100.000 habitantes, respectivamente e dois
estados da região Centro-Oeste como Goiás e Mato Grosso com taxas de 48,0 e
43,6/100.000 habitantes, respectivamente. Esses estados estão representados
no mapa com as cores mais escuras. Em seguida, na região Norte, o estado de
Roraima (43,3/100.000 habitantes) ganhou destaque. Na região Nordeste, Maranhão
(37,4/100.000 habitantes), Piauí (41,3/100.000 habitantes), Paraíba (38,3/100.000
habitantes). Na região Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul (41,0/100.000 habitantes)
(Figura 3).
Durante a década de 2001 a 2010, as UF que apresentaram maiores
crescimentos nas taxas de mortalidade por acidentes de trânsito foram Maranhão,
Piauí, Bahia, Rondônia e Paraíba, dentre outros estados. Ressalta-se nesse estudo
a média de idade das vítimas na qualidade de pedestres, sendo esta de 60,9 anos
no Brasil em 2011. A caracterização dos idosos na participação do tipo de veículo,
foi apresentado indicando o pedestre em primeiro lugar, seguido dos ocupantes de
automóveis e de motocicletas (WAISELFISZ, 2013).
Além das análises acerca da mortalidade, as taxas de internação por ATT nos
idosos são as mais elevadas comparadas às outras faixas etárias (WAISELFISZ,
2013). Considerando que cada vez mais os idosos têm levado uma vida ativa,
incluindo compromissos laborais por um tempo maior, implica em deslocamentos,
seja como pedestres ou condutoras (SANTOS et al., 2018).
Além das questões relacionadas aos comportamentos individuais citadas
anteriormente, outros fatores também estão relacionados aos acidentes como a
frota veicular. Observou-se um aumento da frota veicular, em especial a frota de
motocicleta circulante. Citam-se alguns fatores para isso, como incentivos fiscais
para o financiamento do veículo na aquisição associado ao crescimento econômico
Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 3 23
do país somado ao acelerado processo de envelhecimento populacional. Esses
fatores são desafios aos gestores de políticas públicas para o enfrentamento do
problema (BACCHIERI; BARROS, 2011).

Figura 3 - Distribuição das taxas de mortalidade por ATT em idosos no Brasil, 2016.

Estudo realizado na Austrália, que examinou as tendências no envolvimento


de acidentes de motoristas idosos comparando com as tendências em motoristas
mais jovens, observou um aumento no número de motoristas mais velhos em trânsito
entre 2003 e 2012, levantando a possibilidade desse aumento ao crescimento
da população e licenciamento de pessoas com 65 anos ou mais (THOMPSON;
BALDOCK; DUTSCHKE, 2018).
Os acidentes que ocorrem na população idosa não impactam somente
o sistema de saúde. A ocorrência de acidentes interrompe as atividades de vida
diária e laboral e acaba por trazer repercussões econômicas para esses idosos e
suas famílias. Além da interrupção dos ganhos, geram gastos com medicamentos,
órteses, transportes dentre outros (SOUZA et al., 2003).
Cada vez mais a população idosa tem sido inserida e mantida no mercado
de trabalho por um tempo maior e, por vezes, após a aposentadoria, como forma
de estimular também a manutenção da sua independência e autonomia na vida
cotidiana (SANTOS et al., 2018).

4 | CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo visou descrever e mapear os ATT entre idosos no Brasil


segundo regiões brasileiras e estados. Observou-se que a região Centro-Oeste e
região Norte apresentaram maiores taxas dos acidentes em idosos. Não somente
essas regiões na sua totalidade, mas também alguns estados específicos

Políticas de Envelhecimento Populacional 5 Capítulo 3 24


apresentaram maiores índices. Citam-se os estados de maior magnitude como
Tocantins e Rondônia.
Estudos sobre os ATT na população idosa são importantes considerando os
impactos que esses eventos geram na vida econômica e social dessa população e
seus familiares. Políticas públicas e ações para o enfrentamento dessa problemática
devem ser direcionadas também a esse público.

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