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ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Unidade II
Agora estudaremos conceitos relacionados à estática dos fluidos, como o empuxo, a pressão média,
a Lei de Stevin, os vasos comunicantes e a Lei de Pascal.

Na sequência, o princípio físico dos medidores de pressão barômetro e manômetro será discutido e
diferentes tipos de manômetros serão apresentados.

Finalmente, falaremos a respeito de força aplicada a uma superfície plana submersa.

5 ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Em geral, as regras da estática, como as aplicadas em mecânica dos sólidos, aplicam-se aos fluidos
em repouso.

A fim de definir o fluido estático, desconsidera-se qualquer tensão de cisalhamento atuando


no fluido. Desse modo, somente forças normais (que formam ângulo reto) à superfície serão
consideradas atuantes.

Para uma superfície em ângulo arbitrário, tem-se:

R1

F1 Sólido
Fluido
Sólido F2 R2
F Fluido
R F3
R3

Figura 30 – Força de pressão normal à fronteira

É importante notar que a afirmação anterior é válida também para superfícies curvas. Nesse caso,
a força atuante em qualquer ponto é normal à superfície naquele ponto. De forma geral, a afirmação é
verdadeira para qualquer plano imaginário contendo um fluido estático. Esse fato é usado na análise,
considerando elementos do fluido delimitado por planos imaginários.

Sabe-se que para um elemento do fluido em repouso, o elemento estará em equilíbrio – a soma
das componentes das forças em qualquer direção será zero, e a soma dos momentos das forças sobre o
elemento do fluido em qualquer ponto também será zero.

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Unidade II

5.1 Empuxo

O empuxo é um princípio físico de conhecimento de todos, uma vez que um corpo qualquer imerso
na água aparenta possuir um peso menor do que quando inserido no ar. Caso o corpo tenha densidade
menor do que a do fluido no qual está imerso, ele flutua.

Saiba mais
Acredita-se que o rei Hieron II desconfiou de que o ourives que havia
fabricado sua coroa havia utilizado em substituição ao ouro que lhe havia
sido confiado parte de prata. Arquimedes foi escolhido para comprovar
cientificamente que o rei havia sido roubado. Saiba como este grande
cientista desvendou este dilema acessando:
CENTRO DE ENSINO E PESQUISA APLICADA. Arquimedes. E-física, 2007a.
Disponível em: <http://efisica.if.usp.br/mecanica/ensinomedio/empuxo/
arquimedes/>. Acesso em: 3 maio 2016.

5.1.1 Princípio de Arquimedes

Quando o corpo sai de uma banheira com água quente, a sensação é de que os braços estão
estranhamente pesados. Isto se deve ao fato de não haver mais o apoio flutuante da água.

De onde essa força de empuxo vem? Por que é que alguns objetos podem flutuar e outros não?

O Princípio de Arquimedes diz que quando um corpo está parcial ou completamente imerso em um
fluido, o fluido exerce uma força sobre o corpo, a força de empuxo, sempre debaixo para cima, igual ao
peso do volume do fluido deslocado pelo corpo.

A massa do fluido deslocado pelo corpo é determinada por meio da massa específica do fluido:
m
fluido  fluido  mfluido  fluido   fluido
 fluido
Segundo o Princípio de Arquimedes, o empuxo é igual ao peso dessa massa de fluido deslocado:

E  mfluido  g  E  fluido   fluido  g

Por meio da equação anterior, constata-se que a força de empuxo é diretamente proporcional ao
volume de fluido deslocado.

Deixe cair um pedaço de massa de modelar na água. Ela irá afundar. Em seguida, molde a massa na
forma de um barco, e ela irá flutuar. Devido à sua forma, o barco desloca mais água do que o pedaço de
massa e experimenta uma maior força de empuxo. O mesmo raciocínio é verdade para navios de aço.
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ESTÁTICA DOS FLUIDOS

A grandeza densidade desempenha um papel crucial no princípio de Arquimedes. A densidade


média de um objeto é o que, em última análise, determina se ele flutua.

A figura a seguir representa três situações a respeito da densidade e massa específica relativas do
corpo e do fluido:

• Situação A: a densidade do corpo é igual à massa específica do fluido, o que torna o seu peso
total igual ao peso da água que ele desloca. Assim, a força resultante sobre o corpo é igual a zero,
permanecendo na posição de equilíbrio.

• Situação B: a densidade do corpo é superior à massa específica do fluido de forma que a força
resultante é vertical para baixo, levando o corpo para o fundo do reservatório.

• Situação C: corpo com densidade menor que a massa específica do fluido, podendo flutuar
parcialmente. Quanto maior a massa específica do fluido, menor será a parte submersa. Isto se
deve ao fato de o fluido, que tem uma massa específica mais elevada, conter mais massa e,
portanto, ter peso maior no volume.

A força de empuxo, que é igual ao peso do fluido deslocado, é, portanto, maior do que o peso do
objeto. O mesmo raciocínio é válido para o objeto com densidade maior que a massa específica do fluido.

É importante ressaltar que a força de empuxo está sempre presente se o objeto flutua, afunda ou se
está em suspensão num fluido.

A B C

Figura 31 – Forças peso e empuxo atuando sobre um corpo submerso em um fluido. A) Corpo em equilíbrio;
B) corpo afundando; C) corpo levado à superfície

O quão submerso um objeto flutuante está depende da densidade do objeto relacionada com a do
fluido. Por exemplo, um navio descarregado tem uma densidade inferior e está menos submerso do que
o mesmo navio carregado.

Define-se uma expressão quantitativa para a fração submersa, considerando densidade. A fração
submersa é a razão entre o volume submerso para o volume do objeto:

 sub  fl

obj obj

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Unidade II

O volume submerso é igual ao volume de fluido deslocado (∀fl). Partindo da relação de densidade
ρ = m.∀ e substituindo, podemos obter a relação entre as densidades:

mfl
 fl fl

obj mobj
obj

sendo ρobj a densidade média do objeto e ρfl a massa específica do fluido. Desde que o objeto flutue,
sua massa e a do fluido deslocado são iguais.

obj
fração submersa 
fl

Essa última relação é útil para medir densidades. Esse procedimento é feito por meio da medição da
fração de um objeto flutuante que está submersa, por exemplo, com um hidrômetro. Esse instrumento
é útil para definir a relação entre a densidade de um objeto para um fluido (geralmente água).

Se um objeto flutua, a razão entre densidades é inferior a um. Se afunda, a razão é maior do que um.
Se a razão das densidades é exatamente um, então ele vai ficar suspenso no fluido, nem afundando nem
flutuando. Os mergulhadores tentam obter este estado para que possam pairar na água.

Exemplo de aplicação

Suponha que uma mulher de 60 kg flutue na água doce com 97% de seu volume submerso quando
seus pulmões estão cheios de ar. Determine sua densidade média.

Solução:

Para determinar a densidade da mulher, considera-se:

obj
fração submersa 
fl
obj  pessoa  fração submersa  fl
 kg  kg
pessoa  0, 97 103  3   970 3
m  m

De acordo com o resultado, a densidade da pessoa é menor do que a massa específica da água,
portanto ela flutua. A densidade corporal é um indicador do percentual de gordura corporal de uma
pessoa, importante em diagnósticos médicos e treinamento atlético.

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5.1.2 Peso real e peso aparente

Toma-se uma moeda, a qual é pesada em ar. Em seguida, ela é pesada de novo, enquanto submersa
em um fluido. A densidade da moeda é uma indicação da sua autenticidade e pode ser calculada se a
massa específica do fluido for conhecida.

Essa mesma técnica pode ser utilizada para também determinar a massa específica do fluido se a
densidade da moeda for conhecida, tudo por meio do Princípio de Arquimedes.

O peso aparente indica que o empuxo sobre o objeto imerso em um fluido é igual ao peso do fluido
deslocado. Assim, o objeto parecerá mais leve quando submerso. Além disso, o objeto sofre uma perda
de peso igual ao peso do fluido deslocado.

De forma alternativa, em balanças medidoras de massa, o objeto sofre uma perda de massa aparente
igual à massa do fluido deslocada.

Observação
Perda de peso aparente = peso do fluido deslocado.
Perda de massa aparente = massa do fluido deslocado.

Exemplo de aplicação

Exemplo 1

A massa de uma moeda grega antiga no ar é igual a 8,630 g. Quando a moeda é submersa em água, a sua
massa passa a ser de 7,800 g. Calcule sua densidade, considerando a massa específica da água rágua = 1,000
g/cm3 e que os efeitos provocados pela suspensão em arame da moeda podem ser desprezados.

7,800 g 8,630 g
E T T

P P

Figura 32

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Unidade II

Solução:

A fim de calcular a densidade da moeda, é preciso encontrar sua massa (dada) e seu volume. O
volume da moeda é igual ao volume da água deslocada. O volume de água deslocado utiliza o conceito
m
de massa específica: água  água .
água

Note que a massa da água deslocada é igual à massa perdida aparentemente pela moeda:

mágua = 8,630 – 7,800 è mágua = 0,830 g

0, 830(g)
água  3
 0, 830cm3
1(g / cm )

Este é o volume da moeda, uma vez que ela se encontra totalmente submersa. Por meio da definição
de densidade, encontra-se a da moeda:

mmoeda 8, 630(g)
moeda   3
 moeda  10, 4g / cm3
moeda 0, 830(cm )

Observação

A densidade encontrada para essa moeda grega antiga é muito próxima


da prata pura, apropriada para a época. As mais modernas falsificações de
moedas não são de prata pura.

Exemplo de aplicação

Exemplo 2

Uma esfera de massa me = 2 kg e raio re = 4 cm é totalmente mergulhada em um recipiente contendo


água. Sabendo-se que a massa específica da água é r = 1 kg/l e considerando aceleração da gravidade
g = 10 m/s2, determine:

A) O peso da esfera (PE).

B) A força de empuxo (E) que a água exerce sobre a esfera.

C) O peso aparente da esfera (PA).

D) A aceleração da esfera (a), desconsiderando o atrito.


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ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Esfera
Água

Figura 33

Solução:

A) PE = m.g è PE = 2.10 = 20 N
4 3
B) E = r.g.∀ è E =   g    r
3

 kg   m  4 3
E = 1000 3   10 2     (0, 04m) è E = 2,68 N
 m   s  3
C) PA = PE – E è PA = 17,32 N

D) FR = mE.a è 17,32 = 2.a è a = 8,66 m/s2

Exemplo 3

Um corpo de formato cúbico tem 3/4 do seu volume submersos em água, conforme indicado na
figura que segue. Sabendo que esse corpo possui uma massa m = 150 g, considerando a massa específica
(r) da água 1 g/cm3 e a aceleração da gravidade g = 10 m/s2, determine o volume desse corpo.

Figura 34

Solução:

De acordo com o diagrama do corpo livre:

P=E
3
mg =    g
4
4m = 3.r.∀
4m 4 ⋅ 0,15
∀= è è ∀ = 2.10-4 m3
3ρ 3 ⋅1000
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Unidade II

Exemplo 4

O sistema a seguir encontra-se em equilíbrio estático com um bloco maciço preso à uma balança
indicando a leitura mostrada na figura (mL). Sabendo que esse bloco encontra-se submerso em 0,04 m
de sua altura e que possui lados iguais l = 0,2 m, determine a massa do bloco (mB) em quilogramas (kg).
Considere massa específica da água r = 1000 kg/m3 e aceleração da gravidade g = 10 m/s2.

E T

2,0 kg

Figura 35

Solução:

De acordo com o diagrama do corpo livre:

T=P–E
mL.g = mB.g - r.l2.h.g
mB = mL + r.l2.h
mB = 2 + 1000.0,22.0,04
mB = 3,6 kg

Exemplo 5

Uma lata de tinta quadrada possui volume de 18 l e encontra-se presa por um fio no fundo de um
reservatório com água. A massa da lata m = 2,0 kg e 3/4 do seu volume estão submersos. Determine a
tração (T) no cabo, sabendo que a massa específica da água é r = 1000 kg/m3 e g = 10 m/s2.
E

Cabo P T

Figura 36

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ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Solução:

De acordo com o diagrama do corpo livre:

P+T=EèT=E–P
3
T =    g – m.g
4
3
T = 1000 ⋅ ⋅ 0, 018 ⋅10 – 2.10
4
T = 115 N

Exemplo 6

A) Calcule a força de empuxo sobre 10.000 toneladas (1,00.107 kg) de aço sólido completamente
submerso em água e compare com o peso de aço.

Solução:

Para encontrar o empuxo, primeiramente tem-se que encontrar o peso da água deslocada
usando a massa específica da água (rágua) e a densidade do aço (raço). Uma vez que o aço é
completamente submerso, o seu volume e o da água são os mesmos, determinando, assim, sua
massa e peso.

A fim de encontrar o volume do aço:

maço maço
aço   aço 
aço aço
maço 1, 00.107 (kg)
aço   , .103 m3
 aço  128
aço kg
7, 8.103 3
m

Para encontrar a massa de água deslocada a partir da sua massa específica e sabendo que
∀água = ∀aço:

 kg 
mágua  águaágua  1.103  3  1, 28.103 (m3 )
m 
, .106 kg
mágua  128

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Unidade II

Pelo Princípio de Arquimedes, calcula-se a força de empuxo sobre o aço sólido:

 m
Págua  máguag  1, 28.106 kg 10  2 
s 
Págua  E  1, 3.107 N
Paço  maçog  1.108 N

Como mostrado pelos resultados, o peso do aço é muito maior do que a força de empuxo (igual ao
peso da água deslocada), de modo que o aço permanecerá submerso.

B) Qual é a força de empuxo máxima que a água poderia exercer sobre essa mesma massa de aço
agora moldada no formato de um barco que deslocaria 1.105 m3 de água?

Solução:

A massa de água deslocada é encontrada a partir da sua relação com a massa específica e volume:

 kg 
mágua  águaágua  1.103  3  1.105 (m3 )
m 
mágua  1.108 kg

Pelo Princípio de Arquimedes, calcula-se a força de empuxo sobre o aço sólido:

 m
Págua  máguag  1.108 kg 10  2 
s 
Págua  E  1.109 N e Paço  1.108 N

A força máxima de empuxo é dez vezes o peso do aço, ou seja, o navio pode transportar uma carga
de nove vezes o seu próprio peso sem se afundar.

Fazendo conexões: investigação caseira

O papel alumínio usado na sua casa tem aproximadamente 0,016 mm de espessura. Use um pedaço
desse papel alumínio com medidas de 10 cm por 15 cm.

A) Qual é a massa desse pedaço de papel alumínio?

B) Se a folha é dobrada resultando em quatro lados, e clipes de papel e arruelas são adicionados a
esse “barco”, que forma do barco lhe permitiria segurar mais carga quando colocado na água? Teste a
sua previsão.

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ESTÁTICA DOS FLUIDOS

5.2 Pressão

Como mencionado anteriormente, um fluido exercerá uma força normal em qualquer fronteira que
esteja em contato com ele. Uma vez que esses limites podem ser grandes e a força pode diferir de lugar
para lugar, é conveniente trabalhar em termos de pressão P, que é a força por unidade de área.

Se a força exercida em cada unidade de área da fronteira for a mesma, a pressão é dita uniforme.

Pressão = Força / Área sobre a qual a força é aplicada

F
P=
A

Uma dada força pode ter uma diferença significativa, dependendo da área sobre a qual é exercida.

A pressão é uma grandeza escalar, ou seja, suas propriedades não dependem de direção e sentido
(orientação). Contudo, a força que age sobre a área é uma grandeza vetorial, mas para o cálculo da
pressão utiliza-se somente o módulo da grandeza força.

A pressão é uma grandeza física definida para todos os estados da matéria, mas é particularmente
muito importante quando estudam-se fluidos.

Dimensão:

• Sistema MLT è M L-1 T-2

• Sistema FLT è F L-2

Lembrete

Unidade de pressão no SI: P è N/m2; kg/m.s2.

A mesma unidade também é conhecida como pascal, isto é:


1 Pa = 1 N/m2. Ela também é usada frequentemente, como alternativa
ao SI:

A unidade bar, sendo 1 bar = 105 Pa (N/m2).

Atmosfera (atm) é uma unidade que representa a pressão média da


atmosfera ao nível do mar. A unidade atm, sendo 1 atm = 1,01.105
Pa (N/m2). Ainda, as unidades libra-força/polegada quadrada (lbf/pol2 ou
psi) e milímetros de mercúrio (mmHg) às vezes são utilizadas em medidas
de pressão.
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Unidade II

A tabela que segue apresenta alguns exemplos de pressões:

Tabela 19 – Alguns exemplos de pressões em pascal (N/m2)

Exemplos Pressão (Pa)


Atmosfera ao nível do mar 1,0.105
Pneu do carro* 2.105
Pressão sanguínea* 1,6.104
Centro do Sol 2.1016
Centro da Terra 4.1011
* acima da pressão atmosférica

Exemplo de aplicação

Exemplo 1

Um astronauta está trabalhando fora da Estação Espacial Internacional, onde a pressão atmosférica
é essencialmente zero. O medidor de pressão em seu tanque de ar lê 6,90.106 Pa. Qual é a força exercida
pelo ar dentro do tanque sobre a extremidade plana do tanque cilíndrico, um disco de 0,150 m de
diâmetro?
F
A força exercida será determinada a partir da definição P = .
A
Solução:

Rearranjando a definição de pressão para encontrar a força:

F = P.A

Aqui, a pressão P é dada, assim como a área da extremidade do cilindro A, indicada por A = p.r2. Portanto:

2
 N  0,150 
F   6, 90.106 2      m
 m   2 
, 105
F  122

Não admira que o tanque deva ser forte. Por meio de F = P.A, nota-se que a força exercida por uma
pressão é diretamente proporcional à área.

A força exercida sobre a extremidade do tanque é perpendicular à sua superfície interna. Essa
direção se dá porque a força é exercida por um fluido estático ou estacionário e não apresenta força de
cisalhamento (forças tangenciais).

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ESTÁTICA DOS FLUIDOS

As forças que exercem pressão sobre uma área têm suas direções bem definidas: são sempre
exercidas perpendicularmente a qualquer superfície. É importante ressaltar que a pressão é exercida
em todas as superfícies.

Exemplo 2

Qual é a intensidade da força que a atmosfera exerce sobre a cabeça de uma pessoa com área em
torno de 0,042 m2?

Solução:

Considerando que a pressão P exercida pela atmosfera sobre a cabeça da pessoa é uniforme, a força
que o fluido (ar) exerce sobre a superfície pode ser calculada por P = F/A. Mesmo sabendo que a pressão
atmosférica sofre variações de acordo com o local e a hora do dia, será considerada a pressão de 1,0 atm.

Portanto:

F = P.A

 5 N 
1, 01.10 2 
(1, 0atm)   
m  0, 042m2 è F = 4,2.103 N
1, 0atm
Essa força de 4200 N (uma força considerável) é igual à força peso da coluna de ar acima da cabeça
da pessoa.

Exemplo 3

Um cubo de 20 cm de lado (L), feito de aço e massa m = 5 kg, é apoiado sobre uma superfície. Qual é
a pressão (P) que esse corpo exerce sobre a superfície? Considere a aceleração da gravidade g = 10 m/s2.

Solução:

Sabendo que:

A = L.L e F = P.A
m.g = P.L.L
mg
P
L2
5 10
P è P = 1250 N/m2 = 1,25 kPa
0, 22

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Unidade II

Exemplo 4

A área de contato entre a sapatilha de uma bailarina e o tablado da academia de dança é de 6


cm . Quando ela realiza a ponta em um pé só, qual é a pressão exercida pela bailarina no tablado,
2

considerando sua massa de 51 kg? Admita g = 10 m/s2.

Solução:
F
F = P.A è P =
A
5110
P  850000 N/m2  850 kPa
0, 0006

5.3 Lei de Stevin

Em uma viagem de avião ou durante um mergulho profundo em uma piscina, experimenta-se o


efeito da pressão com a profundidade em um fluido. Na superfície da Terra, a pressão atmosférica
exercida sobre os corpos é o resultado da força peso do ar aplicada de cima para baixo. Essa pressão é
reduzida com o aumento da altitude, diminuindo a força peso do ar sobre os corpos.

Sob a água, a pressão exercida em um ponto aumenta com a profundidade. Nesse caso, a pressão
exercida sobre um ponto a uma determinada profundidade é resultado do peso da água sobre o ponto
mais o peso da atmosfera.

É fácil notar que a mudança de pressão atmosférica percebida em um elevador depende de uma
viagem de vários metros, mas no mergulho em uma piscina, essa mudança é rapidamente percebida a
poucos metros de profundidade. Semelhante fato se deve à grande diferença entre as massas específicas
da água e do ar – uma vez que a água é 775 vezes mais densa que o ar.

Considere um reservatório, conforme a figura a seguir.


Volume = A.h

h P= m.g

Figura 37 – Reservatório contendo um fluido de altura h

80
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

O fundo do reservatório suporta o peso do fluido. Sabendo que a pressão exercida no fundo é o peso
do fluido dividido pela área do fundo do reservatório:
mg
P
A

Encontra-se a massa do fluido por meio do seu volume e massa específica:

m   

O volume do fluido é determinado por meio das dimensões do reservatório:

  A h

Sendo A a área da base do reservatório e h a altura do fluido:

m   A h

Substituindo na equação anterior, que define a pressão exercida em um ponto a uma determinada
profundidade:

 A h g è P   h g
P
A

Observação

É importante salientar que a pressão a uma profundidade no fluido em


equilíbrio estático depende somente da profundidade do ponto e não da
dimensão horizontal do reservatório que o contém.

Exemplo de aplicação

Exemplo 1

Conforme descrição anterior, calculou-se a massa do fluido em um grande reservatório. Tomando


como base a figura a seguir, considere a pressão e a força que agem sobre a retenção de água da
barragem. A barragem tem 500 m de largura, e a água tem 80 m de profundidade na barragem.

A) Qual é a pressão média na barragem devido à água?

B) Calcule a força exercida contra a barragem e compare com o peso da água na barragem
(previamente encontrado: 1,96.1013 N).

81
Unidade II

h
F

Barragem

Figura 38

Solução:

A) A pressão média P, devido ao peso da água, é a pressão exercida na profundidade medida de 40


m, sabendo que a pressão aumenta linearmente com a profundidade.

A pressão média, devido ao peso de um fluido, é:

P = r.g.h

Considerando a massa específica da água r = 103 kg/m3, e tomando h como a profundidade


média 40 m:

 kg   m
P  103  3  10  2   40(m)
m  s 

P = 3,92.105 N/m2 = 392 kPa

B) A área A da barragem = 80.500 = 4.104 m2, portanto:

 N
 
F  3, 92.105  2   4.104 m2
m 
, .1010 N
F  157

Discussão:

Apesar de essa força ser grande, ela é pequena se comparada com o peso da água no reservatório
1,96.1013 N. Assim, a força encontrada representa somente 0,08% da força peso. Note que a pressão
encontrada no item A) é completamente independente da largura e do comprimento, ou seja, depende
somente da profundidade média da barragem.

Então a força depende somente da profundidade média e das dimensões da barragem, não
dependendo da extensão horizontal do reservatório. Na figura, a espessura da barragem aumenta com
a profundidade para equilibrar o aumento da força devido ao aumento da pressão.
82
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Exemplo 2

Calcule a massa específica média da atmosfera, dado que ela se estende até a altitude de 120 km.

Solução:

Considerando:

P=ρ.g.h

Tem-se:
P

gh

Admitindo P ser a pressão atmosférica, h = 120 km e g conhecido, calcula-se r:

1, 01.105 N / m2
 2 3
è 8,59.10-2 kg/m3
10(m / s ) 120.10 (m)

Discussão:

Esse resultado representa a massa específica média do ar entre a superfície terrestre e a altura
máxima da atmosfera em relação à Terra (120 km); r, ao nível do mar, é considerada 1,29 kg/m3 –
aproximadamente 15 vezes o valor médio encontrado.

Isso se dá devido ao fato de o ar ser um fluido muito compressível. Assim, sua massa específica é
maior próximo à superfície terrestre e diminui rapidamente com o aumento da altitude.

Exemplo 3

Calcule a profundidade abaixo da superfície da água, na qual a pressão, devido ao peso da água, é
igual a 1 atm.

Solução:

Considerando:

P=ρ.g.h

Tem-se:
P
h
g 
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Unidade II

Então, sendo P = 1 atm e r a massa específica da água:

1, 01.105 (N / m2 )
h  10, 3m
10(m / s2 )  (103kg / m3 )

Observação
Apenas 10,3 m de água criam a mesma pressão que 120 km de ar. Como
a água é praticamente incompressível, negligencia-se qualquer alteração
em sua massa específica nessa profundidade.

A Lei de Stevin pode ser entendida como a diferença de pressão (DP) entre dois pontos de um fluido
em equilíbrio estático e é definida pelo produto da massa específica do fluido (r), pela aceleração da
gravidade (g) e pela diferença de cotas dos dois pontos (h).

O termo pressão hidrostática se deve a fluidos estáticos em situação de repouso.

y1 = 0

y2

Figura 39 – Um tanque contendo fluido com indicação de diferentes pontos de profundidade

De acordo com a figura anterior:

Pressão na superfície do fluido y1:

P1 = pressão atmosférica

Pressão na profundidade y2:

P2    y2  g

Sendo P  P2  P1 , a pressão no ponto y2 representa a pressão total (ou pressão absoluta) em um


determinado ponto em uma determinada profundidade dentro do fluido:

P  P2  P1    y2  g  P2  P1
P2  Patm    y2  g

84
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

A diferença DP entre a pressão absoluta e a pressão atmosférica é chamada de pressão manométrica.


O nome pressão manométrica é devido à utilização de um manômetro como medidor de diferença de
pressão. Mais adiante nessa unidade, serão discutidos e mostrados diferentes tipos de manômetros e
seu princípio físico.

Saiba mais

É possível demonstrar, por um ensaio simples, que a pressão de um


fluido aumenta conforme aumenta-se a coluna de líquido. Saiba mais em:

CENTRO DE ENSINO E PESQUISA APLICADA. E-física, 2007b. Disponível em:


<http://efisica.if.usp.br/mecanica/basico/pressao/experimento/>. Acesso em: 3
maio 2016.

Exemplo de aplicação

Exemplo 1

Um reservatório é utilizado para armazenar óleo de soja com massa específica r = 0,916 g/cm3.
Calcule a pressão em Pa e a pressão absoluta em atm no fundo do reservatório, sabendo que ele possui
5 m de profundidade e está completamente cheio.

Solução:

 g  1  kg   cm3   m
P    h  g  P  0, 916  3   3   106  3   5(m) 10  2 
 cm  10  g  m  s 

P = 45800 Pa

Pressão P em atm:

1  atm 
45800 Pa     0, 45atm
1, 01.10  Pa 
5

Pressão absoluta (Pab):

Pab = Pressão atmosférica + Pressão da coluna de óleo de soja

Pab = 1 atm + 0,45 atm è Pab = 1,45 atm

85
Unidade II

Exemplo 2

Em colunas de líquidos, a pressão manométrica também pode ser chamada de pressão hidrostática.
Sendo assim, determine a pressão hidrostática exercida por uma coluna vertical de óleo de soja de 3 m
até a base, sabendo que essa coluna é aberta no topo. Determine, além disso, a pressão absoluta em atm
nesse mesmo ponto. Considere a massa específica do fluido r = 0,916 g/cm3.

Solução:
 g  1  kg   cm3   m
P    h  g  P  0, 916  3   3   106  3   3(m) 10  2 
 cm  10  g  m  s 
P = 27480 Pa

Pressão P em atm:

1  atm 
27480 Pa     0, 27atm
1, 01.105  Pa 

Pressão absoluta (Pab):

Pab = Pressão atmosférica + Pressão da coluna de óleo de soja

Pab = 1 atm + 0,27 atm è Pab = 1,27 atm

5.4 Vasos comunicantes

O tubo em forma de U, conforme a figura a seguir, é preenchido com dois fluidos não miscíveis que
se encontram em equilíbrio hidrostático. No lado direito, tem-se o fluido A, de massa específica rA e,
no lado esquerdo, o fluido B, de massa específica rB. Os valores das alturas das colunas de fluido estão
indicados na figura.

B A
L

Interface

Figura 40 – O fluido B, do lado esquerdo, e o fluido A, do lado direito


do tubo em forma de U. Sistema em equilíbrio hidrostático

86
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

A pressão no ponto de interface (Pint.) entre os fluidos (lado esquerdo) depende da massa específica
(rB) e da altura do fluido B acima da interface.

O fluido A do lado direito, à mesma altura (posição da interface), está submetido à mesma
pressão (Pint.). Tal fato se deve ao equilíbrio estático, no qual as pressões em pontos no fluido A
no mesmo nível são iguais, mesmo que eles estejam separados horizontalmente, como é a caso
mostrado na figura anterior.

Ainda observando a figura, nota-se que o fluido B do lado esquerdo fica mais alto do que
quando comparado à altura do fluido A à direita do tubo U. Isso se deve ao fato de a massa
específica do fluido B ser menor que a do fluido A. As duas colunas produzem a mesma pressão
(Pint) na interface.

Analisando a Pint do lado direito do tubo em U:

Pint  P0  A  g  l

sendo P0 a pressão atmosférica local.

Analisando a Pint do lado esquerdo do tubo em U:

Pint  P0  B  g  (l  d)

Sabendo que: Pint (lado direito) = Pint (lado esquerdo)

Igualando as equações descritas:

P0  A  g  l  P0  B  g  (l  d)
A  l  B  (l  d)

Conforme mostrado na equação anterior, a relação final entre as massas específicas e as alturas das
colunas mostra que as alturas medidas a partir do nível de separação entre dois fluidos são inversamente
proporcionais às suas massas específicas.

Como observação adicional, ainda na equação anterior, nota-se a não dependência da pressão
atmosférica e da aceleração da gravidade.

É importante constatar que os vasos comunicantes são amplamente utilizados para estabelecer
relações entre as massas específicas de, no mínimo, dois ou mais tipos de fluidos.

87
Unidade II

Exemplo de aplicação

Exemplo 1

O sistema de vasos comunicantes apresentado a seguir é utilizado para testar a massa específica de
líquidos. Incialmente o sistema é preenchido com água (rágua = 1 g/cm3) e quando é despejado outro
líquido, o sistema entra em equilíbrio hidrostático. Determine a massa específica desse líquido.

Líquido

h1 = 22 cm Água
h2 = 18 cm

Figura 41

Solução:

L  g  h1  água  g  h2
água  h2 1000  0,18
L  
h1 0, 22
L  818,18kg / m3

Exemplo 2

A figura que segue representa vasos comunicantes, com dois fluidos não miscíveis e homogêneos.
Sabendo que o sistema encontra-se em equilíbrio hidrostático, determine a razão entre as massas
específicas do fluido B e do fluido A.

B h3 = 12 cm

h1 = 22 cm

h2 = 12 cm
A

Figura 42

88
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Solução:

A  g  (h1  h2 )  B  g  h3
B (h1  h2 )

A h3
B (22  12) 
  B  0, 83
A 12 A

5.5 Princípio de Pascal

Como já é de conhecimento, a pressão é definida como a força por unidade de área. Agora, a questão
é: a pressão pode ser aumentada em um fluido simplesmente empurrando o fluido? A resposta é: sim,
mas é muito mais fácil se o fluido estiver em um compartimento fechado.

Por exemplo, o coração aumenta a pressão arterial, empurrando o sangue num sistema fechado
(válvulas fechadas numa câmara). Caso se tente empurrar um fluido num sistema aberto, tal como um
rio, o fluido flui para longe. Já o fluido, em um sistema fechado, não pode fluir para fora, e por isso a
pressão é mais facilmente aumentada por uma força aplicada.

Entenda o que acontece com a pressão em um fluido fechado – os átomos do fluido estão livres
para se movimentar, transmitindo a pressão para todas as partes do fluido e também às paredes do
recipiente. Assim, pode-se afirmar que a pressão transmitida não se altera.

O fenômeno descrito é chamado de Princípio de Pascal (também conhecido como Lei de Pascal):
uma mudança na pressão aplicada a um fluido fechado é transmitida, sem diminuir, a todas as porções
do fluido e também para as paredes do seu recipiente.

Além disso, a Lei de Pascal implica que a pressão total num fluido se dá pela soma das pressões
exercidas por diferentes fontes.

Saiba mais

As habilidades de Blaise Pascal provocaram admiração geral em seu


tempo. Saiba mais a respeito desse importante cientista em:

MELLO, P. P. Pascal, Blaise. Faculdade de Engenharia Mecânica da


Unicamp, [s.d.]. Disponível em: <http://www.fem.unicamp.br/~em313/
paginas/person/pascal.htm>. Acesso em: 5 maio 2016.

89
Unidade II

5.5.1 Aplicações do Princípio de Pascal

Uma das mais importantes aplicações tecnológicas da Lei de Pascal é encontrada num sistema
hidráulico, constituído por um sistema de fluido fechado utilizado para exercer forças.

Os sistemas hidráulicos mais comuns são os freios de carro e prensas hidráulicas.

F2
F1

A1 A2

P1 = P2

Figura 43 – Sistema hidráulico com dois pistões

A figura anterior representa um sistema hidráulico típico com dois cilindros cheios de certo fluido,
fechados com pistões e ligados por um tubo chamado de linha hidráulica.

No pistão esquerdo de área A1 é aplicada uma força F1 descendente, criando uma pressão que é
transmitida, sem diminuir, a todas as partes do fluido (que se encontra fechado). Assim, sobre o pistão
direito de área A2 resultará uma força F2 para cima maior do que F1, pois o pistão direito tem uma
área maior.

Aplicando a Lei de Pascal ao sistema hidráulico anterior, é possível desenvolver uma relação simples
entre as forças e as áreas. Primeiramente, note que os dois pistões do sistema possuem a mesma altura,
portanto não haverá nenhuma diferença de pressão devido a uma diferença de profundidade.

A pressão exercida no pistão de área A1, devido à ação da força, é:

F1
F1 : P1 =
A1

De acordo com o Princípio de Pascal, a pressão é transmitida, sem se alterar, através do fluido e para
as paredes do sistema. Então, a pressão P2 sentida no outro pistão é igual à pressão P1. Sendo:

F2
=P2 = e P1 P2 è F1 = F2
A2 A1 A2

90
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Essa equação refere-se às razões entre força e área em qualquer sistema hidráulico, desde que os
pistões tenham a mesma altura vertical e o atrito no sistema seja desprezível.

Os sistemas hidráulicos podem aumentar ou diminuir a força aplicada sobre eles. Para tornar uma
fora maior, a pressão deve ser aplicada em uma área maior, por exemplo: se uma força de 100 N é
aplicada ao cilindro da esquerda (figura anterior) e o cilindro da direita tem uma área cinco vezes maior.
Sendo assim, a força aplicada no cilindro da direita será de 500 N.

Sistemas hidráulicos são análogos às alavancas simples, mas ainda com a vantagem de que a pressão
pode ser transferida através de linhas curvas para vários lugares e ao mesmo tempo.

Exemplo de aplicação

Exemplo 1

Na figura que segue é apresentada uma prensa hidráulica com êmbolos de massa desprezíveis e
diâmetros de 80 cm e 20 cm. Determine a força necessária a ser aplicada no êmbolo D para que a massa
indicada possa ser equilibrada no êmbolo C.
F

C D

Figura 44

Solução:

Sabendo que:

A C    RC2   1600cm2
AD    RD2   100cm2

Aplicando o Princípio de Pascal na prensa hidráulica:

FC F F
 D  FD  AD  C
A C AD AC
FC 1
FD   100(cm2 )   FD   FC
 1600(cm2 ) 16
91
Unidade II

Analisando o Diagrama do Corpo Livre para o corpo C, e lembrando que o sistema atinge equilíbrio:
FC = 1200 N.

1200 N
C

FC

Figura 45

1 1
FD   FC  1200
16 16
FD  75N

Exemplo 2

O sistema ilustrado encontra-se em equilíbrio estático, e uma pressão P1 = 300 kPa foi aplicada
conforme indicado. Sabe-se que a mola está comprimida de x = 6 cm e que sua constante elástica é de
k = 200 N/cm. As áreas dos cilindros 1, 2 e da haste são de 40 cm2, 20 cm2 e 2 cm2, respectivamente.
Determine a pressão no cilindro 2 (P2).

Fmola

A1
P1 F1
P1

A2 F2
P2

Figura 46

92
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Solução:

Sabendo que o sistema encontra-se em equilíbrio estático:

Fmola  F1  F2  0

F
Sendo P   F  P  A e Fmola  k  x
A
k  x  P1  ( A1  AH )  P2  A2  0
k  x  P1  ( A1  AH )
P2 
A2
200(N / cm)  6(cm)  3.105 (Pa)  (40  2) 10 4 (m2 )
P2 
20 10 4 (m2 )
P2  30000N / m2  30kPa

Exemplo 3

Qual deverá ser a força aplicada na alavanca, mostrada na figura, para que o sistema suporte uma
massa de 800 kg e permaneça em equilíbrio estático? Considere os raios dos cilindros: R1 = 30 cm e
R2 = 6 cm.

R1

R2

A 40 cm B 20 cm

C
F

Figura 47

93
Unidade II

Solução:

Observe o diagrama de forças que segue:

F1

F2

F3

F F3

Figura 48

Sabendo que o sistema encontra-se em equilíbrio estático:

F
P  F  P  A e P  mg
A

Cilindro 1: P  F1  0 e P  F1  mg  P1  A1
mg
m  g  P1    (R1)2  P1 
  (R1)2
800(kg) 10(m / s2 )
P1  2 2
 P1  28571, 43N / m2
  0, 3 (m )

Cilindro 2 : F2  F3  0 F2  F3  F3  P1  A2
F3  P1    (R2 )2
F3  28571, 43(N / m2 )    0, 062 (m2 )  F3  323,13N

Alavanca: M  0 MF  MF3  F  AB  F3  BC
F3  BC 323,13(N)  0, 2(m)
F 
AB 0, 4(m)
F  161, 56N

94
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Exemplo 4

O macaco hidráulico, representado a seguir, deverá suportar um corpo de massa 600 kg.
Desconsiderando as massas dos pistões A e B com diâmetros de 100 mm e 25 mm, respectivamente,
qual deve ser o valor da força F?

C 600 kg
450 mm 60 mm

D A

Óleo

Figura 49

Solução:

Sabendo que o sistema encontra-se em equilíbrio estático:

F
P  F  P  A e P  mg
A
Pistão A : P  FA  0 P  FA  mg  Póleo  A A
mg
m  g  Póleo    (RA )2  Póleo 
  (RA )2
600(kg) 10(m / s2 )
Póleo   Póleo  769, 23KPa
  0, 052 (m2 )
Pistão B : FC  FB  0 FC  FB  FC  Póleo  AB
FC  Póleo    (RB )2
FC  769, 23.103 (N / m2 )    0, 01252 (m2 )  FC  377, 59N

Haste : M  0 MF  MFC  F  450  FC  60


FC  60 377, 59(N)  60(mm)
F 
450 450((mm)
F  50, 34N
95
Unidade II

Exemplo 5

A figura a seguir representa um sistema de freio. Sabendo que o pé do operador aplica uma força de
F = 15 kgf no pedal, determine as forças resultantes nos cilindros 1 e 2.

Dados:

Área do cilindro mestre (ACM) = 0,02 m2

Área do cilindro 1 (A1) = 0,04 m2

Área do cilindro 2 (A2) = 0,06 m2


Cilindro Cilindro 1
mestre

Cilindro 2
Pedal

Figura 50

Solução:

Alavanca do pedal

M A  0
F  0, 25  F1  0,1
F1  2, 5F

10 cm
F1

15 cm

Figura 51

96
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Cilindro mestre

F1  F2
F  0, 25  P1  A CM
15  0, 25  P1  0, 02
P1  1875kgf / m2

A1

F1 P1
F2

Figura 52

Cilindro 1

F3  P1  A C1
F3  1875  0, 04
F3  75kgf

P1
F3

Figura 53

Cilindro 2

F4  P1  A C2
F4  1875  0, 06
F4  112, 5kgf

P1
F4

Figura 54

97
Unidade II

Um sistema hidráulico simples, assim como uma máquina simples, pode aumentar a força, mas não
pode realizar mais trabalho do que o realizado por ela.

Lembrando que o trabalho é a força vezes a distância percorrida, para um sistema hidráulico,
o cilindro secundário se move por uma distância menor do que o cilindro mestre. Além disso,
quanto mais cilindros secundários forem adicionados, menor será a distância em que cada um
se moverá.

Observação

Uma curiosidade é que o movimento das pernas de uma aranha é


conseguido, em parte, por um sistema hidráulico. Usando os conceitos de
hidráulica, uma aranha saltadora pode criar uma força que a torna capaz
de saltar 25 vezes o seu comprimento!

6 MEDIDORES DE PRESSÃO I

Em um fluido com uma superfície livre de pressão, numa profundidade qualquer (y2) medida a partir
da superfície livre (y1 = 0), a pressão é dada por:

P = r.g.(y1 – y2) = r.g.h

Sendo:

(y1 – y2) = h

y1 = 0

y2

Figura 55 – Um tanque contendo fluido com


indicação de diferentes pontos de profundidade

Contudo, na superfície dos fluidos, normalmente tem-se a atuação da pressão atmosférica


(Patm). Assim:

P = r.g.h + Patm

98
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Constantemente vive-se sob a pressão da atmosfera, e tudo mais que existe está sob essa
pressão. É conveniente, e feito com frequência, tirar a pressão atmosférica adotando-a como
referência. Assim, as pressões são citadas como acima ou abaixo da pressão atmosférica (Patm).

Uma pressão relativa à pressão atmosférica é chamada de pressão manométrica (PMAN ou PM) e pode
ser definida como:

PM = r.g.h

Considerando aceleração da gravidade (g) aproximadamente constante, a pressão manométrica


pode ser dada pela medida da altura vertical de qualquer fluido de massa específica (r).

O limite inferior de qualquer valor de pressão é zero – pressão no vácuo perfeito. Qualquer pressão
medida acima do limite inferior é conhecida como pressão absoluta (Pabsoluta):

Pressão absoluta = pressão manométrica + pressão atmosférica:

Pabsoluta = r.g.h + Patm

Exemplo de aplicação

Exemplo 1

Admitindo uma pressão de P = 500 kN/m2, massa específica da água rH2O = 1000 kg/m3 e considerando
aceleração da gravidade g = 10 m/s2, determine:

A) A pressão P em metros de coluna d’água:

P   gh
P 500.103
h 
  g 1000  9, 8
h  50, 95 metros de água

B) A pressão P em metros de mercúrio (rHg = 13,6.103 kg/m3):

P   gh
P 500.103
h 
  g 13, 6 103  9, 8
h  3, 75 metros de Mercúrio

99
Unidade II

Saiba mais

Os medidores de pressão são muito utilizados na indústria. Estes


equipamentos são calibrados frequentemente para garantir a segurança
do processo e qualidade dos produtos. Saiba mais a respeito do processo de
calibração destes medidores em:

UNIÃO DAS TECNOLOGIAS DA UNICAMP. Calibração. [s.d.]. Disponível


em: <http://www.fem.unicamp.br/~instrumentacao/pressao/calibracao01.
html>. Acesso em: 6 maio 2016.

6.1 Barômetro

O barômetro é um dispositivo responsável por medir a pressão atmosférica num determinado local
de interesse.

O princípio de funcionamento de um barômetro se dá devido à força que a pressão atmosférica


exerce sobre a superfície livre do fluido exposto, tendo como consequência que o fluido em questão
suba pelo tubo.

Um barômetro de mercúrio é mostrado na figura seguir. A altura do mercúrio é tal que: Patm = rHg.g.h.
A pressão barométrica é uma pressão absoluta, pois tem-se vácuo acima da coluna de mercúrio dentro
do tubo.

Patm
H

Hg

Figura 56 – Desenho esquemático de um barômetro de mercúrio

Quando a pressão atmosférica varia, a coluna de mercúrio sofre alguma alteração (sobe ou desce).
Portanto, o barômetro também pode ser usado como altímetro, uma vez que a pressão atmosférica
média do local varia com a altitude.

100
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Saiba mais

Em 1643, foi conduzido um experimento que culminou no


desenvolvimento do barômetro, instrumento em que o ar atmosférico
exerce uma força sobre a superfície livre do mercúrio. Para mais informações
sobre o assunto, acesse:

E-CÁLCULO. Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de


São Paulo. Evangelista Torricelli (1608-1647). [s.d.]. Disponível em: <http://
ecalculo.if.usp.br/historia/torricelli.htm>. Acesso em: 6 maio 2016.

Exemplo de aplicação

Exemplo 1

Um barômetro é utilizado para medir a pressão atmosférica ao nível do mar, conforme ilustrado
a seguir. Considerando a aceleração da gravidade local g = 9,8 m/s2 e a massa específica do mercúrio
rHg = 1,36.104 kg/m3, determine a pressão no ponto 0.

PO
76 cm

C 0

Mercúrio
(Hg)

Figura 57

P0 = Vácuo de Torricelli

Solução

P0 = PC

Patm = P0 + rHg.g.h

Patm = 0 + 1,36.104.9,8.0,76

Patm = 101293 N/m2 = 101,29 kPa = 1,01.105 Pa


101
Unidade II

Exemplo 2

Um tubo com aproximadamente 1 m de comprimento é totalmente preenchido com mercúrio


(rHg = 1,36.104 kg/m3) e entornado em um recipiente aberto, sem que ar entre no tubo. Após o
procedimento descrito, o sistema entra em equilíbrio conforme a figura que segue. Determine a
pressão atmosférica local.

Patm

68cm
C B
Mercúrio
(Hg)

Figura 58

Solução:

PC = PB

Patm = PA + rHg.g.h

Patm = 0 + 1,36.104.9,8.0,68

Patm = 90630 N/m2 = = 90,63 kPa = 9,06.104 Pa

6.2 Manômetros

A pressão manométrica, descrita anteriormente e definida como PM = r.g.h, pode ser dada pela
medida da altura vertical de qualquer fluido de massa específica (r).

A pressão manométrica representa a diferença entre a pressão medida pelo instrumento e a pressão
atmosférica no local, ou seja, pressão relativa à atmosférica.

A fim de obter o valor da pressão absoluta basta somar a pressão manométrica obtida pelo manômetro
com o valor da pressão atmosférica local.

De acordo com a definição, a pressão manométrica medida ao ar livre será sempre zero.

Pressão absoluta = pressão manométrica + pressão atmosférica:

Pabsoluta = r.g.h + Patm

102
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

6.2.1 trico

O manômetro de tubo piezométrico é um medidor muito simples, constituído de um tubo aberto na


parte superior, o qual está ligado ao topo de um recipiente contendo fluido a uma pressão maior que a
atmosférica. Observe a figura que segue:

h1
h2

Figura 59 – Desenho esquemático de um


manômetro de tubo piezométrico

Sendo o tubo aberto à atmosfera, a pressão medida será relativa à pressão atmosférica.

Pressão no ponto A è pressão devida à coluna do fluido acima de A.

PA = r.g.h1

Pressão no ponto B è pressão devida à coluna do fluido acima de B.

PB = r.g.h2

O manômetro de tubo piezométrico é usado somente para líquidos (isto é, não é utilizado para
gases) e apenas quando é conveniente medir a altura do líquido. O medidor não deve ser muito pequeno
ou muito grande e as alterações na pressão devem ser acusadas.

Exemplo de aplicação

Exemplo 1

A figura a seguir representa um piezômetro o qual possui uma inclinação de 30o em relação à
horizontal. Sabendo que o fluido A é água (rH2O = 1,00.103 kg/m3) e o B mercúrio (rHg = 1,36.104 kg/m3),
determine a pressão P1:

103
Unidade II

B
cm
= 10
C 2
h2
5 cm
=1
C1 h1
30º
P1

A
Figura 60

Solução:

h1 = C1.sen30o

h2 = C2.sen30o

P1 = rH2O.g.h1 + rHg.g.h2

P1 = rH2O.g. C1.sen30o + rHg.g. C2.sen30o

P1 = 1,00.103.10.(0,15.sen30o) + 1,36.104.10.(0,15.sen30o)

P1 = 7550 P1 = 7,5 kPa

6.2.2 Manômetro metálico ou de Bourdon

O manômetro metálico é amplamente utilizado na indústria. O seu princípio de funcionamento consiste


em um tubo flexível com formato tipo “C”. Quando aplicada a pressão sobre o tubo (que é preenchido
com o fluido), ele se flexiona, transmitindo esse movimento por meio de articulações e engrenagens e,
consequentemente, deflete o ponteiro indicativo sobre uma escala, conforme figura a seguir.

Tubo flexível
Ponteiro

Articulação

Engrenagem

Entrada de pressão

Figura 61 – Esquema estrutural de um manômetro de Bourdon

104
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

As regiões interna e externa do tubo metálico estão sujeitas às pressões P1 e P2, respectivamente.
Assim, o manômetro indicará a diferença das pressões (P1 – P2).

Exemplo de aplicação

Exemplo 1

As câmaras representadas a seguir estão pressurizadas com ar comprimido. Determine a leitura do


manômetro 1, sabendo que a massa específica da água é rH2O = 1000 kg/m3.

Ar_Câmara 1

20 cm
1

200 kPa Ar_Câmara 2 H2O


2
Figura 62

Solução:

Câmara 1

PAR1 = Patm + rH2O.g.h


PAR1 = Patm + 1000.10.0,2
PAR1 = Patm + 2000 N/m2 Equação (1)

Manômetro 1

PM1 = PAR2 - PAR1 Equação (2)

Manômetro 2

PM2 = PAR2 – Patm

200000 = PAR2 – Patm

PAR2 = 200000 + Patm Equação (3)

Substituindo as equações (1) e (3) na equação (2):

PM1 = (200000 + Patm) – (Patm + 2000)


PM1 = 198000 N/m2 = 198 kPa
105
Unidade II

Exemplo 2

Determine a leitura do manômetro metálico representado a seguir, sabendo que as massas específicas
do fluido manométrico e da água são rM = 600 kg/m3 e rH2O = 1000 kg/m3, respectivamente.

Ar
Ar
Fluido
h1 = 10 cm manométrico

h3 = 30 cm
Água
h2 = 20 cm

Figura 63

Solução:

PAR + rM.g.h = Patm + rH2O.g.(h3 – h2)

PAR = Patm + rH2O.g.(h3 – h2) - rM.g.h

Sabendo que: PM = PTOMADA(PAR) - PEXTERNA(Patm)

PM = Patm + rH2O.g.(h3 – h2) - rM.g.h - Patm

PM = rH2O.g.(h3 – h2) - rM.g.h

PM = 1000.10.(0,3 – 0,2) - 600.10.0,1

PM = 400 N/m2

7 MEDIDORES DE PRESSÃO II

7.1 Manômetros de tubo em U

O manômetro de tubo em U permite que as pressões de ambos os fluidos, líquidos e gases, sejam
medidas com o mesmo instrumento. O tubo em U está conectado ao reservatório, conforme figura a
seguir, e preenchido com um fluido denominado fluido manométrico.

106
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

O fluido cuja pressão está sendo aferida deve apresentar uma massa específica menor que a do
fluido manométrico, e os dois fluidos devem ser imiscíveis.

A h2

h1
B C

Figura 64 – Desenho esquemático de um manômetro de tubo em U

A pressão num fluido estático é a mesma em qualquer nível horizontal.

Pressão no ponto B = Pressão no ponto C

PB = PC

No lado esquerdo do tubo:

PB = PA + r . g . h1

No lado direito do tubo:

PC = Patmosférica + ρman.g.h2

Como foi medida a pressão manométrica, pode-se subtrair a Patmosférica:

PB = PC

PA = ρman . g . h2 - r . g . h1

Se o fluido a ser medido for um gás, sua massa específica será, provavelmente, muito menor que a
massa específica do fluido manométrico. Nesse caso, os termos r.g.h1 podem ser omitidos, e a pressão
atmosférica será dada por:

PA = ρman . g . h2

107
Unidade II

Exemplo de aplicação

Exemplo 1

A figura que segue ilustra um tubo em U e, no seu interior, estão três imiscíveis. Sabendo que as
massas específicas dos fluidos 1, 2 e 3 são: r1, r2 e r3 respectivamente, determine o valor da cota L.

1 L1
3 L

Figura 65

Solução:

r1.g.L1 + r2.g.(L – L1) = r3.g.L


r1.L1 + r2.L – r2.L1 = r3.L
r2.L – r3.L = r2.L1 - r1.L1
L.(r2 – r3) = L1(r2 - r1)

L  L1
2  1
2 – 3 
Exemplo 2

Determinar a pressão PA, sabendo que o fluido 2 é mercúrio (rHg = 1,36.104 kg/m3) e o fluido 1, água
(rH2O = 1,00.103 kg/m3).
h3 = 30 cm

PA
h2 = 5 cm

C D
h1 = 10 cm
1
2

Figura 66

108
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Solução:

PC = PD

PA + rH2O.g.h2 = rHg.g.(h3 – h1)

PA = rHg.g.(h3 – h1) - rH2O.g.h2

PA = 1,36.104.10.(0,3 - 0,1) – 1,00.103.10.(0,05)

PA = 26700 PA = 26,7 kPa

Exemplo 3

Logo a seguir, é representado um sistema de alavancas, sendo que uma força F = 80 N é aplicada
com o objetivo de levantar a carga P. Sabendo que a área do cilindro A é AA = 20 cm2 e a área do cilindro
B é AB = 100 cm2, determine o valor da massa P e a altura h do mercúrio.

AB P
F

AA
60 cm
Água
C
30 cm
h

Mercúrio

Figura 67

Solução:

Alavanca:

MC  0
F  0, 6  F1  0, 3
F1  2F

109
Unidade II

60 cm

C
30 cm
F1

Figura 68

No cilindro A:

F1  F2
2F
2F  Págua  A A  Págua 
AA
2  80
Págua   8, 0 104 N / m2  80kPa
0, 002
AA

F1 F2

Figura 69

No tubo em U:

Págua  água  g  h  Hg  g  h


Págua  (  Hg   água )  h
Págua 8, 0 104
h 
(  Hg   água ) (13, 6 104  1, 0 104 )
h  0, 63m

Água Mercúrio

Figura 70

110
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

No cilindro B:

F3  P
Págua  AB  m  g
Págua  AB 8, 0 104  0, 01
m 
g 10
m  80kg

AB P

F3

Água

Figura 71

7.2 Escolha do manômetro

A seguir são apresentadas as principais vantagens e desvantagens quando o manômetro é escolhido


para medidas de pressão frente a outros medidores.

Vantagens dos manômetros:

• Eles são muito simples.


• Não é necessário calibração: a pressão pode ser calculada a partir dos princípios físicos discutidos
anteriormente.

Desvantagens dos manômetros:

• Resposta lenta: só são realmente úteis para pressões que variam muito lentamente, não sendo
indicados para medições de pressões flutuantes.
• No caso do manômetro de tubo em U, duas medições devem ser tomadas simultaneamente para
se determinar o valor h.
• Na maioria das situações utilizando manômetros, é difícil medir pequenas variações de pressão.
• Os manômetros não podem ser usados para medidas de grandes pressões, a menos que sejam
ligados vários manômetros em série.
• Para um trabalho com temperatura controlada, a relação de dependência da massa específica com
a temperatura deve ser conhecida.
111
Unidade II

7.3 Equação manométrica

Considere o manômetro ilustrado no exemplo seguir. Por meio da equação manométrica é possível
determinar a pressão de um dos reservatórios ou a diferença de pressão entre os dois reservatórios.
Utilizando a Lei de Stevin e também a Lei de Pascal, analisa-se o sistema para determinar o que se pede.

Exemplo de aplicação

Exemplo 1

Quando o ar está aquecido, o sistema encontra-se conforme figura que segue. Posteriormente, a
temperatura do ar é diminuída e o nível da água sobe 1 cm. Nessas condições, determine a leitura inicial
e final do manômetro.

Dados:

gHg = 13,6.104 N/m3

gH2O = 1,0.104 N/m3

AA = 20 cm2

Ar

h = 30 cm H2O AB = 2 cm2

Hg

Figura 72 - Situação ar aquecido

Solução:

Considerando que o sistema esteja em equilíbrio, a pressão no mesmo nível será a mesma. Sendo
assim, calcula-se a pressão do sistema do lado esquerdo e também do lado direito, finalmente igualando
essas pressões:

PAR + rH2O.g.h = Patm + rHg.g.h

PAR = Patm + h.(rHg.g – rH2O.g)

PAR = Patm + h.(gHg – gH2O)

112
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Sabendo que: PM = PTOMADA(PAR) - PEXTERNA(Patm)

PM = Patm + h.(gHg – gH2O) - Patm

PM = 0,3.(13,6.104 – 1,0.104)

PM = 37800 N/m2 = 37,8 kPa

Volume deslocado:

 X   A   y  B
0, 01 0, 002   y  0, 0002   y  0,1m
hH2O  (h   y )   x  (0,33  0,1)  0, 01
hH2O  0, 21m
hHg  h  2 y  0, 3  0, 2  hHg  0,1m

PAR = PM
Par   Hg  hHg   H2O  hH2O
Par  13, 6 104  0,1  1, 0 104  0, 21
Par  13, 6 103  2,1103  Par  11, 5Pa

8 COMPORTA – SUPERFÍCIE PLANA

8.1 Força numa superfície plana submersa

Até o momento, foram estudados alguns conceitos de estática dos fluidos que serão importantes
para a compreensão no estudo das forças exercidas em superfícies submersas:

• Distribuição vertical de pressão hidrostática.

• Pressões a quaisquer profundidades iguais em um fluido contínuo são iguais.

• Pressão em um ponto atua igualmente em todas as direções (Princípio de Pascal).

• Forças de um fluido em uma fronteira atuam perpendicularmente a esse limite.

A pressão de um fluido em uma superfície é definida como força por unidade de área. Uma vez que
o fluido está em repouso, a força atuará perpendicularmente à superfície.

113
Unidade II

Em um plano submerso, todas as forças agindo podem ser representadas por uma única, a força
resultante, que atuará perpendicularmente à superfície plana no ponto chamado centro de pressão ou
centro das pressões (FCP – força resultante aplicada no centro de pressão).

A pressão que atua no plano será igual em todos os pontos da superfície. Assim, a força resultante
será dada por:

F = Pressão x Área da superfície plana

Logo a seguir serão descritas as distribuições de força e de pressão que um líquido exerce sobre uma
superfície submersa plana vertical.

Q Superfície livre

hCG
CG hCP
F h
CP
h’CG M N h’CP
P=γ.h
Q’

CG
F’
CP
M’ N’

Figura 73 – Distribuição da força e da pressão sobre uma superfície plana vertical submersa em líquido

Considere o plano QM. A pressão efetiva pode variar desde zero (superfície livre) até MN.
Seguindo o plano vertical, a pressão sofrerá uma variação linear desde a superfície livre até o
fundo do plano, uma vez que a pressão é diretamente proporcional à profundidade. Sendo assim,
a pressão varia de ponto a ponto.

Do lado do plano vertical em que está contido o líquido, a força resultante (F) será determinada por:

F   P  dA

sendo dA a área elementar da superfície plana vertical em que age determinada pressão P. A
força resultante agirá no centro de pressões (CP), o qual se localiza no ponto das maiores pressões e
encontra‑se abaixo do centro de gravidade (CG). À medida que se afunda no plano vertical, atingindo
Q’M’, o CP aproxima-se do CG, uma vez que as pressões atingem valores mais uniformes.

Num segundo momento, a superfície plana submersa, antes vertical, encontra-se inclinada de q em
relação à superfície livre. A análise a seguir permite determinar a força resultante das pressões no plano
em estudo.

114
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Considere h uma profundidade qualquer e y sua distância até a superfície livre.

O Superfície livre

θ
Q hCG
y dy
F
CG
yCG CP
M
yCP

Figura 74 – Inclinação do plano em estudo em relação à superfície livre

No elemento de área dA, a pressão P é constante, como consequência, determina-se o módulo da


força F resultante na superfície, somando-se todas as forças diferenciais que atuam na superfície:

dF = P . dA è P = γ . h e h = y . senθ
dF    y  sen  dA
F    sen y  dA

Por definição do centro de gravidade (CG):

1
A
yCG  y  dA

Assim, combinando as equações, tem-se:

F    sen  y CG  A

Considerando:

hCG  y CG  sen e PCG    hCG è F  PCG  A

Em vista disso, a força resultante F é determinada pelo produto da pressão no centro de gravidade
PCG e pela área da superfície plana submersa A. É importante ressaltar que F independe da inclinação
entre a superfície livre e a superfície plana submersa, desde que CG se mantenha fixo.

115
Unidade II

8.2 Centro das pressões

Como já definido anteriormente, a força elementar é dada por:

dF    y  sen  dA

Lembrando que o momento de uma força é dado pelo produto da força (dF) pela distância
perpendicular ao eixo (y), considerando O como o ponto fixo (polo):

y  dF  y  (   y  sen  dA )  y  dF    y2  sen  dA

Considerando que a resultante das forças de pressão seja F e a distância do ponto de aplicação até
o polo seja yCP:

y CP  dF    y2  sen  dA
y CP  dF    sen y2  dA

Io   y2  dA é definido como sendo o momento de inércia (IO) da área A em relação ao eixo


formado pela intersecção do plano que contém a superfície plana submersa e a superfície livre (eixo O).

y CP  F    sen  Io
  sen  Io   sen  Io
y CP  
F   sen  y CG  A
Io
y CP 
y CG  A

Utilizando-se o Teorema dos Eixos Paralelos, o momento de inércia da área A (IO) pode ser expresso,
sendo ICG o momento de inércia da área A calculado em relação ao eixo que passa pelo seu centro de
gravidade (CG).

Io  ICG  y CG2  A

sendo ICG o momento de inércia da área A calculado em relação ao eixo que passa pelo seu centro
de gravidade (CG).

IO ICG  y CG2  A I
y CP   y CP   y CP  CG  y CG
y CG  A y CG  A y CG  A

116
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

8.3 Momento de inércia

Logo a seguir, são descritos os momentos de inércia para algumas geometrias mais comuns em
relação ao eixo que passa no centro de gravidade (CG) e paralelo ao eixo x.

Tabela 20

Momento de
Formato Área inércia (Icg)

Retângulo

b
b ⋅ h3
b.h
h CG 12

Triângulo

b ⋅h b ⋅ h3
CG
h 2 36
h/3
b

Circunferência

R  R4
CG  R2
4

Semicircunferência

 R2
R 0,1102 ⋅R4
CG 2
4R/3p

117
Unidade II

Exemplo de aplicação

Exemplo 1

A figura que segue representa uma comporta quadrada (vista de perfil), podendo girar ao redor do
ponto D. Determine a força F para que o sistema permaneça em equilíbrio, sabendo que o fluido contido
dentro do reservatório é água.
F

γH20 = 10.000 N/m3


2,4 m

CG

Figura 75

Solução:

Admitindo que o centro de gravidade (CG) encontra-se no centro da comporta quadrada, então
y’ = y/2 = 1,2 m.
F

y’
yCP
y CG
FP

Figura 76

Força de pressão (FP) aplicada no centro das pressões (yCP).

FP = P.A

FP = r.g.y’.y2 è 10000.1,2.2,42

FP = 64120 N

118
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

y4
ICG 12
y CP  y ’  è y CP  y ’  y
y ’ A  y2
2
(2, 4 )4
y CP  y ’  12 è y  y ’  0, 4m
CP
2, 4 2
 (2, 4 )
2
x = y/2 – (yCP - y’) è x = 0,8 m

FP  x
F  y  FP  x è F 
y
69120  0, 80
F è F = 23040N
2, 4
Exemplo 2

A comporta vista de perfil, representada pela figura a seguir, permanece fechada devido à ação da
força F, sabendo que a pressão no fundo do reservatório é de 4,8.104 N/m2. A comporta possui dimensões
quadradas e contém um fluido com peso específico g = 3,0.104 N/m3. Determine o valor da força F.
F

γ = 3,0.104 N/m3 E

Figura 77

Solução:

Pfluido = g.y

Pfluido 3, 0 104
y è y
 4, 8 104

y = 1,6 m

Admitindo que o centro de gravidade (CG) encontra-se no centro da comporta quadrada, então
y’ = y/2 = 0,8 m.

119
Unidade II

y’
yCP
y
FP

Figura 78

Força de pressão (FP) aplicada no centro das pressões (yCP).

FP = P.A

FP = g.y’.y2 è 3,0.104.0,8.1,62

FP = 61440 N

y4
ICG 12
y CP  y ’  è y CP  y ’  y
y ’ A  y2
2
, )4
(16
y CP  y ’  12 è y CP  y ’  0, 2667m
16
,
 (1, 6)2
2

x = y/2 – (yCP - y’) è x = 0,53 m

FP  x
F  y  FP  x è F 
y
61440  0, 53
F è F = 2035N
16
,

120
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

Resumo

Estudamos conceitos relacionados à estática dos fluidos, como o empuxo, a


pressão média, a Lei de Stevin, os vasos comunicantes e a Lei de Pascal.

O empuxo é um princípio físico muito conhecido, uma vez que um


corpo qualquer imerso na água aparenta possuir um peso menor do que
quando inserido no ar. Caso o corpo tenha densidade menor do que a do
fluido no qual está imerso, ele flutua.

Segundo o Princípio de Arquimedes, quando um corpo está parcial ou


completamente imerso em um fluido, o fluido exerce uma força sobre o
corpo, a força de empuxo, sempre debaixo para cima, igual ao peso do
volume do fluido deslocado pelo corpo.

A pressão é uma grandeza física definida para todos os estados da


matéria, mas é particularmente muito importante quando estudam‑se
fluidos. Ela é uma grandeza escalar, ou seja, suas propriedades não
dependem de direção e sentido. Se a força exercida em cada unidade de
área da fronteira for a mesma, a pressão é dita uniforme.

Sob a água, a pressão exercida em um ponto aumenta com a


profundidade. Nesse caso, a pressão exercida sobre um ponto a uma
determinada profundidade é resultado do peso da água sobre o ponto mais
o peso da atmosfera. Assim, a Lei de Stevin define a pressão exercida em um
ponto a uma determinada profundidade como sendo o produto da massa
específica do fluido pela aceleração da gravidade pela profundidade.

Um tubo em forma de U preenchido com dois fluidos não miscíveis que


se encontram em equilíbrio hidrostático, a relação final entre as massas
específicas e as alturas das colunas mostram que as alturas medidas a partir
do nível de separação entre dois fluidos são inversamente proporcionais às
suas massas específicas. É importante constatar que os vasos comunicantes
são amplamente utilizados para estabelecer relações entre as massas
específicas de, no mínimo, dois ou mais tipos de fluidos.

O Princípio de Pascal afirma que uma mudança na pressão aplicada a um


fluido fechado é transmitida, sem diminuir, a todas as porções do fluido e
também às paredes do seu recipiente. Uma das mais importantes aplicações
tecnológicas da Lei de Pascal é encontrada num sistema hidráulico, constituído
por um sistema de fluido fechado utilizado para exercer forças. Os sistemas
hidráulicos mais comuns são os freios de carro e as prensas hidráulicas.

121
Unidade II

Abordamos também o barômetro, que é um dispositivo responsável


por medir a pressão atmosférica num determinado local de interesse. O
princípio de funcionamento de um barômetro se dá devido à força que a
pressão atmosférica exerce sobre a superfície livre do fluido exposto, tendo
como consequência que o fluido em questão suba pelo tubo.

A pressão manométrica representa a diferença entre a pressão medida


pelo instrumento e a pressão atmosférica no local, ou seja, pressão relativa
à atmosférica. Para a medida dessa pressão relativa, existem vários tipos de
medidores: manômetro piezométrico, manômetro metálico, manômetro de
tubo em U.

Finalmente, falamos a respeito de força aplicada a uma superfície


plana submersa. Em um plano submerso, todas as forças agindo
podem ser representadas por uma única, a força resultante, que atuará
perpendicularmente à superfície plana no ponto chamado centro das
pressões. A força resultante F é determinada pelo produto da pressão no
centro de gravidade pela área da superfície plana submersa. É importante
ressaltar que a força resultante independe da inclinação entre a superfície
livre e a superfície plana submersa, desde que o centro de gravidade se
mantenha fixo.

Exercícios

Questão 1 (PUC-RIO 2009). Um bloco de massa m = 9000 kg é colocado sobre um elevador hidráulico,
como mostra a figura a seguir. A razão entre o diâmetro do pistão (dP) que segura a base do elevador e o
diâmetro (dF) onde deve-se aplicar a força F é de dP/dF = 30. Encontre a força necessária para se levantar
o bloco com velocidade constante. Considere g = 10 m/s2 e despreze os atritos.

m F

dP dF

Figura 79

A) 100 N.
B) 300 N.

122
ESTÁTICA DOS FLUIDOS

C) 600 N.
D) 900 N.
E) 1000 N.

Análise da questão

Resposta correta: alternativa A.

Aplicando-se a fórmula:

dP=30dF – velocidade constante – equilíbrio dinâmico


FP=pP=m.g
FPdP=30dF
FP/SP=FF/SF
m.g/p(dP/2)2 = F/(dF/2)2
9.000x10/(30dF)2=F/(dF)2
90.000/900=F
F=100 N

Ou:

Pp = 9000 x 10 / Pi x 225 e Pf = Ff / Pix1/4

Logo:

Ff = 90000 x Pi / (Pi x 225 x 4)


Ff = 100 N.

Ou ainda:

P / AP = F / AF
P / F = AP / AF
AP / A F = (dP/2)².pi / (df/2)² . pi
AP/ AF = dP² / dF² = 30²
P / F = 900

123
Unidade II

Porém é preciso dividir 9000 por 10 = 900 F

F = 100 N

Questão 2. A imagem representa um experimento de prensa hidráulica. Sabe-se que a área do


êmbolo 2 é 16 vezes maior que a área do êmbolo 1. Quando o êmbolo 1 sofre um deslocamento vertical
para baixo h1, o êmbolo 2 sofre um deslocamento vertical para cima H2. Podemos, então, afirmar que a
razão H2/h1 vale:

F1

A1

A2
F2

Figura 80

A) 16

B) 1/16

C) 1/4

D) 4

E) 1

Resolução desta questão na plataforma.

124
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1

KG_INTRO.CFM. Disponível em: <http://www.nist.gov/pml/si-redef/kg_intro.cfm>. Acesso em: 10 maio 2016.

Figura 2

NIST-CLOCKS.CFM. Disponível em: <http://www.nist.gov/pml/div688/grp40/nist-clocks.cfm>. Acesso


em: 10 maio 2016.

Figura 9

AULA=1923. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1923>.


Acesso em: 10 maio 2016.

Figura 25

ASHCROFT, F. M. A vida no limite: a ciência da sobrevivência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. p. 33.

Figura 50

Grupo UNIP-Objetivo.

Figura 51

Grupo UNIP-Objetivo.

Figura 52

Grupo UNIP-Objetivo.

Figura 53

Grupo UNIP-Objetivo.

Figura 54

Grupo UNIP-Objetivo.

Figura 55

Grupo UNIP-Objetivo.

125
Figura 57

BAROMETRO01.HTML. Disponível em: <http://www.fem.unicamp.br/~instrumentacao/pressao/


barometro01.html>. Acesso em: 11 maio 2016.

Figura 62

Grupo UNIP-Objetivo.

REFERÊNCIAS

Textuais

BISTAFA, S. R. Mecânica dos fluidos e aplicações. São Paulo: Edgard Blucher, 2010.

BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Prentice Hall, 2009.

CENTRO DE ENSINO E PESQUISA APLICADA. Arquimedes. E-física, 2007a. Disponível em: <http://efisica.
if.usp.br/mecanica/ensinomedio/empuxo/arquimedes/>. Acesso em: 3 maio 2016.

___. Experimentação. E-física, 2007b. Disponível em: <http://efisica.if.usp.br/mecanica/basico/pressao/


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ÇENGEL, Y. A.; CINBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. Porto Alegre:
Mcgraw-Hill, 2015.

CHAVES, A. Física: sistemas complexos e outras fronteiras. Rio de Janeiro: Reichmann Affonso, 2001. 4 v.

___. Física básica: gravitação, fluidos, ondas, termodinâmica. Rio de Janeiro: LTC, 2007.

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Torricelli (1608-1647) . [s.d.]. Disponível em: <http://ecalculo.if.usp.br/historia/torricelli.htm>.
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FOX, R. W.; PRITCHARD, P. J.; MACDONALD, A. T. Introdução à mecânica dos fluidos. Rio de Janeiro: LTC, 2010.

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física. Rio de Janeiro: LTC, 2012. 2 v.

HEWITT, P. G. Física conceitual. Porto Alegre: Bookman, 2015.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA (INMETRO). Conferência Geral de


Pesos e Medidas – CGPM. Inmetro, 2012a. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/metcientifica/
comites/cgpm.asp>. Acesso em: 29 abr. 2015.

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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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