Aula 01 - Introdução À Análise Comportamental

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Alcance e Limites

das Técnicas
Comportamentais:
Algumas
Considerações
∙ A Análise Comportamental Aplicada não é um conjunto de técnicas, mas uma
metodologia que abrange diferentes estratégias, técnicas e conceitos
teórico-filosóficos e que tem um compromisso com a avaliação e a intervenção
fundamentadas em pressupostos científicos.

∙ O que garante o uso da Análise Comportamental Aplicada é o uso do arcabouço


teórico e a filosofia da ciência, no caso, o Behaviorismo Radical.

∙ As técnicas não serão relevantes se os objetivos não forem claros.

∙ Para tanto, a intervenção comportamental tem utilizado a análise funcional como


recurso para definir objetivos comportamentais
Análise funcional da queixa e outros
comportamentos interdependentes;

Uso da entrevista que pode ser aberta ou fechada


(investiga comportamentos com frequência
exagerada trazendo dificuldades e comportamentos
Quais que a pessoa já emite e que produzem reforçadores,
antecedentes e consequências);
instrumentos
utilizamos em
Análise do Levantar hipóteses causas do comportamento
(produzem algum ganho);
Comportamento?

Outros instrumentos como: inventários, escalas e


observação natural.
∙ Fundamental é trabalhar com o conceito de classe de respostas: conjunto de respostas
com a mesma função (topografia diferente mas com a mesma função).

∙ Todo comportamento tem um propósito as pessoas emitem respostas que também


produzem punições e alto custo, pois não possuem comportamentos alternativos
capazes de lhes garantir reforçadores.
Ex. depressão - algumas punições, como isolamento social e perda de trabalho, mas por outro
lado também pode lhe garantir alguma atenção.
A análise funcional
∙ É uma forma de avaliação e também intervenção.

∙ Tríplice contingência é a unidade mínima de análise e significa relação entre eventos que
envolvem antecedente, resposta e consequência:

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Terapeuta fez perguntas abertas, sobre a queixa
pois cliente dá respostas vagas “eu me sinto
mal” (pode ser considerado um relato verbal de

1ª. sessão evento interno, no caso respondente


condicionado a alguma contingência aversiva)

Ela não consegue descrever claramente o que


∙ Terapeuta: O que a trouxe à terapia? lhe causa sofrimento. Diante disso, o terapeuta
faz nova pergunta aberta, “você poderia me
∙ Cliente: Eu me sinto mal. explicar melhor?”, o que

∙ Terapeuta: Você poderia explicar melhor?


∙ Cliente: Ah, eu já fui a médicos porque eu sinto “batedeira”, suor nas mãos, falta de
ar, acho que vou morrer.
Com essas perguntas, o terapeuta, por
∙ Terapeuta: Você saberia dizer em que situações se sente assim? um lado, ajuda a cliente a descrever o
que ocorre com ela (autoconhecimento)
∙ Cliente: Varia. e, por outro, obtém informações que vão
lhe ajudar a levantar hipóteses
funcionais.
∙ Terapeuta: Você se lembra da última vez que aconteceu?
Outras informações
∙ Ao sentir-se mal a cliente é retirada do trabalho e levada ao hospital (a cliente sente-se mal no horário de
almoço, quando é solicitada pelo chefe a ficar disponível para fechar o caixa).

∙ Informações dão pistas de que a cliente obtém reforçador positivo (atenção, carinho do marido e das colegas de
trabalho) e também reforçador negativo (livra-se da tarefa exigida pelo chefe).

∙ Hipóteses
Será que o marido e as colegas reforçam o comportamento de sentir-se mal?
Será que a cliente tem pouco repertório social a ponto de manter sintomas para conseguir
atenção/cuidado?
Será que a cliente sente-se mal em situações específicas, em situações diversas ou em situações de
resolução de problemas?
Qual a função desses sintomas para a vida da cliente?
Procurar história anterior e presente em relação a todo o repertório para verificar a que contingências a
cliente responde.
∙ Cliente “crise” conjugal – hipótese que a cliente
buscava reforçadores positivos na interação com o
marido;

∙ Os colegas se mobilizaram quando ela se sentiu mal –


reforçador; Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC
BY-NC

∙ Dificuldade negociar com o chefe sobre seu horário de


almoço
Intervenção
∙ Ampliar repertório:

• Ensinar habilidades de interação social com colegas e amigos, estimulando-a a


conversar e a expressar sentimentos.
• Ensinar habilidades de comunicação, expressividade e assertividade na relação
conjugal.
• Ensinar habilidades de comunicação, expressividade e assertividade na interação
com o chefe. • Ensinar habilidades de resolução de problemas em diferentes
situações.

Agindo assim, o terapeuta irá trabalhar na função do comportamento, ou seja,


levará a cliente a aprender como obter os reforçadores positivos e negativos

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Usos da análise funcional
∙ Perguntas para favorecer o autoconhecimento;
∙ Diários de anotações (o que comeu...);
∙ Registro de tarefas de casa (treino assertivo, falar ou pedir algo);
∙ Análise funcional questionamento de situações incoerentes;
Reforçamento

∙ Reforçamento é o processo no qual o uso de uma conseqüência para determinada resposta


aumenta a probabilidade de sua ocorrência.

∙ O reforçamento é mais do que técnica, é parte das leis do comportamento identificado pela
ciência do comportamento (Análise Experimental do Comportamento).

∙ Cabe ao analista do comportamento ajudar a pessoa a descrever as contingências a que


responde (autoconhecimento);

∙ A partir das reservas comportamentais do cliente, modelar novos comportamentos por


aproximações sucessivas;

∙ Dar uma consequência arbitrária (elogio, consentimento) quando emitir comportamento em


direção ao esperado;

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Modelagem

∙ Consiste em reforçar diferencialmente mínimas respostas que se assemelhem ao


comportamento final desejado.

∙ Novas respostas podem ser adquiridas quando se usa reforçamento por aproximações
sucessivas na direção do comportamento final desejado.

Ex. ensinar uma criança a guardar seus brinquedos após o uso, pode-se
recompensá-la por qualquer resposta que se aproxime da resposta final, como chegar
perto do brinquedo, pegá-lo do chão, se aproximar com ele da caixa onde são
guardados e assim por diante, até que emita o comportamento final que é o de
guardar o brinquedo.

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Feedback

∙ Termo é utilizado como a descrição do que a


pessoa está fazendo e que efeito pode
produzir.

Ex. o terapeuta diz à cliente que ela


conseguiu falar com seu pai, cuidando do tom
da voz, dos gestos, das palavras utilizadas e
que obteve sucesso, pois conseguiu conversar
com seu pai sem brigar.

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Modelação
∙ Imitação ou aprendizagem observacional consiste em ensinar comportamentos
apresentando modelos do comportamento a ser ensinado.
Ex. dirigir um carro

• A modelação aumenta a probabilidade de receber consequência.

• Uso de modelos por meio de vídeos para ensinar novos repertórios. O terapeuta
também pode dar modelos, o que faz cada vez que propõe um comportamento
novo ao cliente.

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