Ciclo Celular e Apoptose - Beatriz Calsolari

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE BIOLOGIA Roberto Alcantara Gomes


DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA CELULAR

Disciplina de Biologia Celular

Estudo Dirigido -Ciclo Celular e Apoptose

Respostas por Beatriz Calsolari

1- O complexo ciclina/CDK da fase M é regulado de maneira específica, diferindo


da regulação do complexo ciclina/CDK das outras fases. Com base no
esquema abaixo, descreva o mecanismo de regulação do complexo
ciclina/CDK da fase M com ênfase na sua ativação, inibição e degradação.

Pi= fosfato
inibitório
Pa= fosfato
ativador

Ubn= ubiquitina Degradação no


proteossomo

• Regulação da ativação do complexo ciclina cdk da fase M: Ao final da G1, a


ciclina formada se liga na sua Cdk específica e vai ser fosforilada pela CAK, a
qual coloca um fosfato ativador. Há uma segunda fosforilaçao por outra
quinase (M-Wee 1) que coloca um fosfato inibitório. Assim, no final da fase G2, o
complexo ciclina cdk da fase M possui dois fosfatos (o ativador e o inibitório).
Para entrar na fase M, é preciso ativar esse complexo ciclina cdk da fase M por
meio da retirada do fosfato inibitório pela ativação de uma fosfatase (fosfatase
cdc 25) que quando ativada retira o fosfato inibitório, ativando o complexo
ciclina cdk da fase M.
Regulação da inativação do complexo ciclina cdk da fase M: O complexo
ciclina cdk da fase M ativado fosforila e ativa o APC (complexo promotor da
anáfase) que nada mais é do que um marcador de ubiquitina. O APC junto com
sua subunidade marca a ciclina da fase M com ubiquitina. Essa ciclina marcada
é direcionada à degradação em proteossomos e volta a ter a cdk inativa. 2- A
transição entre as diferentes fase do ciclo celular é controlada pelos pontos de
checagem. Neles, a célula verifica se o ambiente está favorável, se já cresceu o
suficiente e se há danos no DNA. Diga como é regulado o ponto de checagem em
G1, explicando o que são CKis e como elas agem

No ponto de checagem G1, há a ativação de quinases ATM e ATR que ativa as


cinases Chk1 e Chk2 que por sua vez fosforilam a p53 (une o ciclo celular e a
apoptose). A p53 fosforilada se desliga de seu inibidor Mdm2 (esse inibidor era
responsável por mandar a p53 ser degradada), ficando fosforilada e ativada. A
p53 é um fator de transcrição e vai no núcleo induzir a síntese de CKis
específicas. As CKis são inibidores alostéricos do complexo ciclina cdk que se
ligam a e se complexo e o inibem alostericamente. A p53 (fator de transcrição
específico) induz a síntese de uma CKI específica – a CKi p21. A CKi p21 se liga
ao complexo ciclina cdk e o mantém inibido até o reparo do dano no DNA.
Uma vez que esse dano é reparado, a CKi p21 deve ser degradada e inativada.
Assim, ela será fosforilada e marcada com ubiquitina pelo SCF para ser dirigida
aos proteossomos, de modo que o complexo ciclina cdk consegue ficar
ativado.

Observação: as duas respostas da p53 são parar o ciclo celular, impedindo a


divisão celular, e, caso não haja dano no DNA, induzir a célula à morrer por
apoptose. Assim, ela induz a síntese da CKi p21 (quando o dano no DNA é
reparado) e induz a síntese de proteínas que formam um poro na membrana
mitocondrial.

3- Os eventos celulares podem ser regulados em níveis variados. Por exemplo,


quando uma determinada proteína torna-se desnecessária ou mesmo
prejudicial à célula, uma série de mecanismos de controle são acionados a fim
de que os efeitos biológicos desta proteína cessem no interior da célula. Assim,
a síntese da proteína é diminuída, inibindo-se a transcrição do gene que a
codifica, a tradução de seu RNAm e mesmo a meia-vida deste é diminuída.
Mesmo após estas providências, restam no ambiente celular cópias da
proteína, que precisam ser inativadas (inibidas) ou destruídas. As proteínas que
atuam no controle do ciclo celular também estão submetidas a esta lógica
vital. A partir do esquema abaixo, explique como ocorre a regulação da
degradação de determinadas proteínas (CKI e ciclinas da fase G1, G1/S e S)
durante o ciclo celular e explique porque estas moléculas precisam ser
degradadas em determinado momento.
Em determinados períodos, Há o estímulo da síntese, ativação de fator de
transcrição e períodos em que há a degradação de ciclinas.
Na fase G1/S, essa degradação é feita pelo SCF que marca com ubiquitina o
complexo ciclina cdk da fase G1.
Na figura, a CKi foi sintetizada e houve a correção do dano do DNA, de modo que
a CKi deva ser degradada. Aí ela será fosforilada por uma quinase específica e
passará a ser reconhecida pelo SCF. O SCF está sempre ativo, porém só reconhece
o substrato que foi fosforilado. A CKi é marcada com ubiquitina e direcionada à
degradação em proteossomos.
No caso do APC, outro marcador de ubiquitina mas específico para a fase M, ele
está inativo, precisando ser fosforilado e ativado pelo complexo ciclina cdk da fase
M.
4 Atualmente se sabe que a proteína p53 tem um duplo papel no controle do ciclo
celular. No núcleo, atua como fator de transcrição, aumentando a expressão
de um tipo de CKI, a proteína p21. No citoplasma, a p53 atua no processo de
liberação de citocromo c para o citosol, por mecanismos que ainda estão
sendo estudados. Com base nestas informações explique que via de apoptose
pode ser induzida pela P53, descrevendo as moléculas envolvidas e o seu papel
na apoptose.

Apoptose por dano no DNA- Proteína p53 (gene supressor de tumor)– impede a
proliferação excessiva da célula. Age no ciclo celular, fazendo com que ele pare até o
dano ser corrigido ou entre no processo de apoptose se não tiver como corrigir o dano no
DNA. A p53 age em genes que promovem a expressão da Bax (que não está mais sendo
inibida pela BCL-2), que se oligomeriza formando um poro na membrana e libera o
conteúdo do espaço intermembranas. Assim, promove liberação do citocromo C ativação
da caspase e indução da apoptose. A presença do citocromo c no citoplasma diz que a
célula deve sofrer apoptose. Quando sai do citoplasma, o citocromo C é reconhecido pela
proteína Apaf1 que se liga ao citocromo c e expõe o domínio CARD, com a exposicao do
dominio CARD há o agrupamento de 7 moléculas de Apaf1 ligadas ao citocromo C
formando uma estrutura arredondada denominada apoptossomo. Há o recrutamento e
ativação da pro-caspase 9. O agrupamento íntimo de pro caspases fazem com que uma
clive o domínio terminal uma da outra. A pro-caspase 9 também se liga a esse domínio e
é ativada em caspase 9. A caspase 9 cliva e então ativa pro-caspases executoras (3),
ativando a DNAase ativada por caspase (não está mais inibida pelo ICAD) que conduz à
apoptose.

5 Um pesquisador estava estudando duas drogas distintas (1 e 2) que induziam a


morte celular por apoptose e por necrose respectivamente e observou os efeitos
destas drogas na morfologia de uma determinada linhagem de células
epiteliais. Ele tratou um grupo de células com a droga 1 e um grupo de células
coma droga 2 por um período de 18h. No dia seguinte, o pesquisador
processou as células para realizar uma microscopia eletrônica. Em seguida, ele
tirou algumas algumas fotos para exemplificar as mudanças morfológicas
ocorridas no controle (células não tratadas) e nas células que ficaram na
presença da droga 1 e da droga 2. Analise as figuras abaixo e indique quais
fotos são referentes às células controle, quais se referem às células tratadas com
a droga 1 e quais se referem às células tratadas com a droga 2, explicando
porque você fez esta escolha. Quais alterações morfológicas são específicas
para cada tipo de morte celular?. Quais eventos bioquímicos levam a estas
alterações morfológicas?
E F
G
• Células controle – A e E

• Droga 1 – apoptose – B, C (presença de corpos apoptóticos) e G

• Droga 2 – necrose – D e F

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