PSICOMOTRICIDADE - Historico

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PSICOMOTRICIDADE - Histórico

Termo "psicomotricidade" aparece a partir do discurso médico (neurológico),


quando foi necessário, no início do século XIX, nomear as zonas do córtex
cerebral situadas mais além das regiões motoras.

Descobertas da neurofisiologia: constatam-se diferentes disfunções graves


sem que o cérebro esteja lesionado ou sem que a lesão esteja claramente
localizada.

Descobertos distúrbios da atividade gestual, da atividade práxica: "esquema


anátomo-clínico" que determinava para cada sintoma sua correspondente
lesão focal e já não podia explicar alguns fenômenos patológicos.

Palavra PSICOMOTRICIDADE nomeada pela 1° vez em 1870: necessidade


médica de encontrar uma área que explique certos fenômenos clínicos.

1909: Dupré, neuropsiquiatra, 1909, afirma a independência da debilidade


motora (antecedente do sintoma psicomotor) de um possível correlato
neurológico.

1925: Henry Wallon, médico psicólogo, ocupa-se do movimento humano


dando-lhe uma categoria fundante como instrumento na construção do
psiquismo. Esta diferença permite a Wallon relacionar o movimento ao afeto,
à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. Primeiro discurso
sobre tônus e relaxamento.

1935: Edouard Guilmain, neurologista, desenvolve um exame psicomotor


para fins de diagnóstico, de indicação da terapêutica e de prognóstico.

1947: Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra, redefine o conceito de debilidade


motora, considerando-a como uma síndrome com suas próprias
particularidades. É ele quem delimita com clareza os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico. Com estas
novas contribuições, a psicomotricidade diferencia-se de outras disciplinas,
adquirindo sua própria especificidade e autonomia. Em seguida Giselle
Soubiran aborda a relaxação psicotônica.

1960: Antonio Branco Lefévre buscou junto às obras de Ajuriaguerra e


Ozeretski, influenciado por sua formação em Paris, a organização da primeira
escala de avaliação neuromotora para crianças brasileiras.
Dra. Helena Antipoff, assistente de Claparéde, em Genebra, no Institut Jean-
Jacques Rosseau e auxiliar de Binet e Simon em Paris, da escola experimental
"La Maison de Paris", trouxe ao Brasil sua experiência em deficiência mental,
baseada na Pedagogia do interesse, derivada do conhecimento do sujeito
sobre si mesmo, como via de conquista social.

1963: França instituiu o primeiro curso universitário de Psicomotricidade.

1972: a argentina, Dra. Dalila de Costallat, estagiária de Ajuriaguerra e


Soubiran em Paris, é convidada a falar em Brasília às autoridades do
Ministério da Educação, sobre seus trabalhos em deficiência mental e inicia
contatos e trocas permanentes com a Dra. Antipoff no Brasil.

Década de 70: diferentes autores definem a psicomotricidade como uma


motricidade de relação. Começa então, a ser delimitada uma diferença entre
uma postura reeducativa e uma terapêutica que, ao despreocupar-se da
técnica instrumentalista e ao ocupar-se do "corpo de um sujeito" vai dando
progressivamente, maior importância à relação, à afetividade e ao emocional.
Para o psicomotricista, a criança constitui sua unidade a partir das interações
com o mundo externo e nas ações do Outro (mãe e substitutos) sobre ela.

DEFINIÇÕES DE PSICOMOTRICIDADE:

“Psicomotricidade é uma neurociência que transforma o pensamento em ato


motor harmônico. É a sintonia fina que coordena e organiza as ações
gerenciadas pelo cérebro e as manifesta em conhecimento e aprendizado.
(SBP)

Psicomotricidade é a manifestação corporal do invisível de maneira visível.

Psicomotricidade: “ ciência que tem como objeto de estudo o homem através


do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo,
bem como suas possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os
objetos e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o
corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas”. (S.B.P.1999)

Psicomotricidade: “termo empregado para uma concepção de movimento


organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja
ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização”
(SBP, 2003).

DEFONTAINE (2001): “A psicomotricidade é um caminho, é o desejo de fazer,


de querer fazer; o saber fazer e o poder fazer”. Afirma que só poderemos
entender a psicomotricidade através de uma triangulação corpo,
espaço e tempo. Define os dois componentes da palavra; psico significando os
elementos do espírito sensitivo, e motricidade traduzindo-se pelo movimento,
pela mudança no espaço em função do tempo e em relação a um sistema de
referência”.

AJURIAGUERRA apud ISPE – GAE (2007): “A Psicomotricidade se


conceitua como ciência da Saúde e da Educação, pois indiferente das diversas
escolas, psicológicas, condutistas, evolutistas, genéticas, etc. visa a
representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental
do indivíduo”

COSTALLAT apud ISPE-GAE, 2007 “Psicomotricidade é a ciência de síntese, que


com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas, que
afetam as inter-relações harmônicas, que constituem a unidade do ser
humano e sua convivência com os demais”.

LOUREIRO apud ISPE-GAE, 2007: “A Psicomotricidade é a otimização


corporal dos potenciais neuro, psico-cognitivo funcionais, sujeitos às leis de
desenvolvimento e maturação, manifestados pela dimensão simbólica
corporal própria, original e especial do ser humano”

FONSECA apud OLIVEIRA, 2001: afirma que se deve tentar evitar uma análise
desse tipo para não cair no erro de enxergar dois componentes distintos: o
psíquico e o motor, pois ambos são o mesmo. A psicomotricidade para
Fonseca não é exclusiva de um novo método ou de uma “escola” ou de uma
“corrente” de pensamento, nem constitui uma técnica, um processo, mas visa
fins educativos pelo emprego do movimento humano.

A especificidade do psicomotricista situa-se assim, na compreensão da gênese


do psiquismo e dos elementos fundadores da construção da imagem e da
representação de si. O sintoma psicomotor instala-se, quando ocorre um
fracasso na integração somatopsíquica, conseqüente de fatores diversos, seja
na origem do processo de constituição do psiquismo, ou posteriormente em
função de disfunções orgânicas e/ou psíquicas. A patologia psicomotora é,
portanto, uma patologia do continente psíquico, dos distúrbios da
representação de si, cuja sintomatologia pode se apresentar no somático e/ou
no psíquico.

ÁREAS DE ATUAÇÃO: segundo a SBP: “Educação, Clínica (Reeducação,


Terapia), Consultoria e Supervisão.” A intervenção psicomotora também pode
ser diversificada.

MELLO, 2002: aponta três áreas básicas de atuação psicomotora:

1. Reeducação Psicomotora; 2. Terapia Psicomotora; e 3. Educação


Psicomotora. Embora em certos trabalhos esses três níveis de atuação
cheguem a confundir-se, existem características próprias em cada um deles.

CLIENTELA (SBP, 2003):

“Crianças em fase de desenvolvimento; bebês de alto risco; crianças com


dificuldades/atrasos no desenvolvimento global; pessoas portadoras de
necessidades especiais: deficiências sensoriais, motoras, mentais e psíquicas;
pessoas que apresentam distúrbios sensoriais, perceptivos, motores e
relacionais em consequência de lesões neurológicas; família e a 3ª idade.”

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