Ética, Governança e Transparência
Ética, Governança e Transparência
Ética, Governança e Transparência
9 788538 765479
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6547-9
Código Logístico
58981
Ética, governança e
transparência
IESDE
2019
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Apresentação 7
2. Ética e compliance 25
2.1 O que é compliance: conceito e histórico 26
Gabarito 107
Apresentação
Bons estudos!
1
Ética: uma introdução
Por sua vez, tais normas, regras e leis precisam fazer sentido para
os indivíduos, que devem entender sua importância e relevância,
pois só assim irão cumpri-las adequadamente. Caso contrário, todo
o conjunto de normas que deveriam ser seguidas com o intuito de
beneficiar as pessoas se transformará em letra morta.
Se considerarmos que a ética tem como maior interesse
compreender como se configura o processo de formação dos hábitos,
costumes, regras e leis que regem as sociedades (ALENCASTRO,
2012), fica claro o porquê de ser importante estudá-la nos dias atuais.
Na busca por tal entendimento, teorias vêm sendo formuladas desde
a Antiguidade e surgem novas em diversas épocas e diferentes
sociedades. Tais teorias (ou modelos éticos) podem ser divididas de
acordo com suas motivações básicas, que são:
• ética das virtudes;
• ética religiosa;
• ética do dever;
• finalismo;
• utilitarismo.
anel, Giges não agia guiado pela reflexão do que era certo ou errado,
mas motivado pela força da lei. E isso faz toda a diferença.
Ética, moral e legalidade fazem parte da mesma dinâmica, mas
não são a mesma coisa. A ética, nesse contexto, é uma dimensão
mais geral e teórica, na qual ocorrem a reflexão e a crítica sobre o
conviver e as ações humanas. Esse processo reflexivo promovido
pela ética é o alicerce que estabelece as questões morais e legais.
Voltando ao Giges, é possível inferir que mesmo ele fazendo uma
reflexão ética e empática sobre seus atos, ainda com o poder que lhe
foi concedido pelo anel, não os realizaria.
A moral pode ser entendida como o conjunto de hábitos e
costumes aceitos em determinada cultura. Por isso, é tão complicado
discutir moral, afinal, o que é aceito e natural em determinado grupo
pode ser até mesmo ilegal em outros. Um exemplo global disso é a
pena de morte.
No domínio individual, as questões morais são assumidas,
e o moralmente correto é praticado pelos indivíduos, quando faz
sentido e tem significado para eles. Assim, as pessoas praticam o
que é tido como certo por sua comunidade, independentemente de
sofrerem ou não punição. Para Giges, ainda que sua comunidade
não aprovasse o assassinato, o roubo, a luxúria, tais normas não
faziam sentido. Tanto que, como dito anteriormente, quando ele
teve a oportunidade de praticá-las sem ser penalizado, não hesitou.
A legalidade tem a ver com as leis que, para muitos juristas,
representam o mínimo de moral obrigatória necessária para o
funcionamento regrado e harmônico de uma sociedade. Uma vez
que alguns indivíduos, assim como Giges, nem sempre demonstram
disposição espontânea para agir dentro da moralidade estabelecida,
é necessário que ela seja fortalecida por meio de leis e sanções. Em
linhas gerais, as leis servem para orientar decisões sobre como agir
em determinadas situações, por meio de normas de condutas claras
e universais.
Ética: uma introdução 19
Considerações finais
Entender ética é compreender as relações humanas. O
homem é um ser racional que se distingue dos demais animais
por apresentar a capacidade de refletir seus atos e racionalizar.
No entanto, para realizar tal processo, é necessário conhecer
os preceitos éticos e as normas morais e legais que vigoram na
sociedade em que estamos inseridos.
O mesmo processo é aplicável às empresas. Sem valores éticos
bem definidos e conhecidos por todos, por meio de sua missão,
visão e valores, e, sobretudo, praticados em suas operações e fluxos,
uma empresa dificilmente sobreviverá, uma vez que a ética passou a
ser uma exigência da sociedade como um todo.
Nos próximos capítulos serão tratados os temas governança,
compliance e transparência. Além disso, vamos entender que a ética,
em seus diversos domínios, é fundamental para a construção da
compreensão das relações e implicações entre esses temas.
22 Ética, governança e transparência
Atividades
1. Diante de tudo o que você leu neste capítulo, bem como
após assistir ao vídeo com as falas de Mário Sérgio Cortella
e Clóvis de Barros Filho, voltamos a perguntar: é possível
aprender ética? Justifique.
Referências
AGUILAR, F. J. A ética nas empresas. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
NASCH, L. Ética nas empresas: boas intenções à parte. São Paulo: Makron
Books do Brasil, 1993.
SANTOS, J. L. dos. O que é cultura. 14. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
Considerações finais
O compliance vem se destacando cada vez mais ao redor do
mundo, e o Brasil segue essa tendência. A sociedade não tolera
mais escândalos e ações ilícitas por parte das empresas, que estão
percebendo que, para conservarem suas reputações e permanecerem
no mercado, precisam se adequar a essa nova realidade.
O setor público está seguindo o mesmo caminho, pois a
maturidade do indivíduo enquanto consumidor também se
manifesta em sua atuação como cidadão. As exigências em relação
à adoção de postura ética, à responsabilidade com o planeta, com
as pessoas, com o dinheiro público e com os recursos em geral se
tornaram parte do cotidiano.
Órgãos de controle vêm adotando atuações mais ativas, visto que
leis de combate à corrupção, de transparência e de conformidades
têm sido sancionadas e praticadas de forma efetiva.
Essas mudanças são positivas, afinal, como as organizações
empresariais são as principais produtoras de riqueza e o setor
público objetiva o bem-estar da população, programas de compliance
robustos podem ajudar a promover a prosperidade da sociedade
como um todo.
Cabe aqui, ainda, uma última observação: vimos que todas as
ações dentro das empresas são criadas e colocadas em prática pelas
pessoas. Além de ser bom profissional, atuar eticamente dentro da
empresa e respeitar as regras corporativas, é necessário que o cidadão
também atue com compliance na sociedade, adotando atitudes como
Ética e compliance 37
não jogar lixo nas ruas, devolver troco que receber a mais, não “furar
filas”, não estacionar em vagas preferenciais etc.
Esses pequenos comportamentos do cotidiano ajudam a
transformar a cultura e a construir de fato uma sociedade próspera,
justa, correta e sustentável, fatores que o compliance tenta alcançar.
Atividades
1. Vimos, neste capítulo, que um número cada vez maior
de empresas dos mais diversos setores têm se ocupado de
implementar o compliance com o objetivo de manter suas
reputações e permanecer no mercado. Considerando o que
você aprendeu até aqui, na sua opinião, qual é a relação entre
estar em compliance e ter uma boa reputação no mercado?
Referências
BERTOCELLI, R. P. Compliance. In: CARVALHO, A. C.; ALVIM, T. C.;
BERTOCCELLI, R. P.; VENTURINI, O. (coord.). Manual de compliance.
Rio de Janeiro: Forense, 2019.
Considerações finais
Conforme visto anteriormente, o tema governança é bastante
amplo e complexo, abarcando diversos conceitos e práticas a
depender da abordagem. Essa característica do termo torna bastante
árdua, senão impossível, qualquer tentativa de esgotá-lo.
O que buscamos neste capítulo foi lançar as bases para um estudo
mais amplo, mostrando que vários temas podem ser abordados à luz
da governança, independentemente do objeto de estudo ser o setor
público, privado ou governamental.
52 Ética, governança e transparência
Atividades
1. Vimos neste capítulo que a governança possui ampla
abrangência, tendo espaço em nível internacional, nacional
e local. As empresas vêm aos poucos conhecendo e
incorporando a governança corporativa em seu cotidiano.
Como é sabido, não existem empresas sem as pessoas, pois
são elas que dão vida às corporações. Agora, imagine uma
empresa que é resistente à novidade da governança. Eis que
nela começa a trabalhar um gerente de projetos que entende
a importância dessa prática para o sucesso dos negócios. Ele
tem a intenção de implementar a governança em sua área
custe o que custar, independentemente de o resto da empresa
segui-lo ou não. Com base no que você leu neste capítulo,
esse gerente de projetos terá sucesso? Por quê?
Referências
ALMEIDA, L. E. de. Governança corporativa. In: CARVALHO, A. C. et al.
Manual de compliance. Rio de Janeiro: Forense, 2019.
atores, o que exige da gestão pública uma atenção especial para suas
nuances e a criação de mecanismos de prevenção e combate. Uma
boa governança, eficiente e transparente, mostra-se como uma forte
aliada dessa missão, além de ser uma ferramenta poderosa para
inibir os atos antiéticos e de não compliance.
A gestão pública sofre influência da cultura na qual está inserida,
da tendência ideológica dos políticos, que se revezam no poder, dos
arranjos sociais vigentes, das dinâmicas impostas pela globalização
e de uma série de outros fatores. Para entendê-los, vamos falar
sobre o que é a gestão pública, seus conceitos e características,
como a governança é aplicada em seus processos e, por fim, sobre a
governança pública e como ela se difere da privada.
1 A Prússia foi uma poderosa nação europeia cujo território compreendia partes do
que são hoje República Tcheca, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Lituânia, Polônia, Rússia
e Suíça. Ela dominou boa parte do centro do continente no século XIX. A partir da
unificação dos Estados de origem germânica da região prussiana é que se estabeleceu
o Império Alemão, que veio a originar a Alemanha em 1871. Após a Segunda Guerra
Mundial, com a derrota da Alemanha, a Prússia, em 1947, deixou oficialmente de existir.
Governança na gestão pública 57
3 Como já elucidado na Introdução deste livro, NPM é sigla para New Public
Management, significando em português, nova gestão pública.
60 Ética, governança e transparência
• Liderança
A liderança é um tema amplamente discutido no setor privado.
Sabemos que o bom desempenho de uma equipe está diretamente
relacionado ao modelo de líder que ela possui. Essa realidade se
repete no setor público, pois, como já abordamos anteriormente, o
que faz uma empresa, escola ou um setor público são as pessoas que
atuam em seu nome e essa atuação é direcionada pela liderança.
• Integridade
A integridade se refere ao agir ético, ao ter compliance e à
honestidade individual e institucional. No capítulo 1, lemos a
história do pastor Giges, que ao perceber que não corria risco
de sofrer punições, passou a realizar várias atitudes antiéticas,
criminosas e não íntegras. Essa história ilustra a importância de
as empresas adotarem mecanismos de fiscalização e controle para
garantir a integridade de seus negócios e processos. No setor público,
o Tribunal de Contas da União (TCU) é um exemplo de órgão de
controle que auxilia nessa missão.
• Comprometimento
Para que se alcance sucesso na implementação de boas
práticas de governança no setor público, é imprescindível haver
comprometimento de todos os envolvidos. Para isso ocorrer, é
necessário, assim como no setor privado, que a comunicação seja
clara e transparente, que os objetivos sejam conhecidos por todos e
que se invista em um robusto programa de treinamento.
• Integração
A integração dos elementos e práticas da governança dentro
da organização como um todo consiste em um verdadeiro desafio.
É necessário que eles sejam compreendidos e incorporados aos
processos e à rotina para que, de fato, a governança seja bem-sucedida.
64 Ética, governança e transparência
• Responsabilidade
Dentro do contexto da governança, a responsabilidade também
é conhecida como accountability e demanda clareza e compreensão
dos papéis e responsabilidades de todos os stakeholders, bem como
das relações estabelecidas entre eles. É importante que todos estejam
cientes sobre quem é responsável por qual atividade, a quem responde
e com que periodicidade deve se reportar. Esquematicamente essa
dinâmica pode ser representada da seguinte forma:
Quem é
responsável
Governança
tudo o que a lei não proíbe. Ou seja, para a gestão pública, só vale o
que está escrito.
Essa pode parecer uma diferença sutil, mas, na verdade, impacta
os processos diários mais corriqueiros das empresas estatais, como a
contratação de um serviço de ticket alimentação para os funcionários
ou a compra de material de limpeza para manutenção do prédio no
qual o órgão público funciona.
Muitos gestores públicos, temerosos de serem acionados
judicialmente e terem seus CPFs (Cadastro de Pessoa Física)
comprometidos, preferem não se arriscar em melhorias de gestão
ou de processos que não estejam explicitadas na lei, realizando
sempre as mesmas atividades de maneira igual, o que resulta em
ineficiência, morosidade e desatualização.
Diante do contexto apresentado, a governança pública busca
auxiliar os gestores públicos a compreenderem que a lei não abarca
detalhes operacionais, lhe concedendo uma certa autonomia para
atuar. E, ainda, que se essa atuação for feita de forma normatizada
e transparente, poderá resultar em grande benefício tanto para os
processos, que se tornarão mais modernos, eficientes e dinâmicos,
quanto para os funcionários, que se sentirão motivados, pois
perceberão que suas atividades estão sendo desempenhadas de
acordo com as dinâmicas atuais e, finalmente, para os cidadãos, que
terão suas demandas atendidas a contento.
Ao se orientar para o bem comum, a governança pública deixa de
ser uma simples governança para assumir o status de boa governança
(KISSLER; HEIDEMANN, 2006).
Valendo-se da liderança, da estratégia e do controle, a
governança pública vem desempenhando o papel que se propôs,
ou seja, o de auxiliar a gestão pública por meio do monitoramento,
direcionamento e avaliação de sua atuação, na criação de políticas
públicas e prestação de serviços que atendam às demandas da
sociedade.
68 Ética, governança e transparência
Considerações finais
A missão atual, tanto da gestão pública quanto da governança
pública, é implementar formas eficientes de utilizar os recursos
públicos no atendimento às necessidades dos contribuintes.
Para tanto, elas devem trabalhar conjuntamente, pois enquanto a
gestão pública se ocupa da execução cotidiana, a governança pública
implementa estratégias de melhoria e verifica o seu desempenho.
Existe, ainda, uma longa caminhada pela frente, no Brasil e no
mundo, mas o que se observa é que os passos estão sendo dados no
sentido de se chegar a uma gestão pública que atenda com qualidade
às demandas da população e atue de forma ética, buscando o
bem‑estar comum. Gestores e governantes vêm se conscientizando
de que as antigas formas de gerir não cabem mais no contexto
contemporâneo.
E, por fim, encerramos este capítulo com uma afirmação sobre
governar, feita por Clóvis de Barros Filho, que ministra vários cursos
de ética no Brasil e no exterior: “governar é uma questão moral e a
ética do governante é a reflexão ininterrupta para buscar a melhoria
das condições de vida da sociedade, com a maior abrangência
possível” (BARROS FILHO, 2018, p. 26).
Atividades
1. Na seção 4.1, “O que é gestão pública”, estudamos que entre
as ações abarcadas pelas parcerias público-privadas (PPP)
estão as concessões, cuja natureza é a prestação, por parte de
empresas privadas, de serviços à sociedade com a obtenção
de lucro. Como exemplo, mencionamos as concessionárias,
que administram as estradas e cobram pedágio pelo serviço.
Além das concessionárias, cite outros serviços prestados
à sociedade na forma de concessão. Caso não lhe ocorra
nenhum, faça uma pesquisa para responder a esta questão,
pois vale a pena conhecer outros exemplos.
Referências
ALTOUNIAN, C. S.; SOUZA, D. L.; LAPA, L. R. G.; Gestão e governança
pública para resultados: uma visão prática. 1. Reimpr. Belo Horizonte:
Fórum, 2018.
Decisão
sobre o Elaboração Homolo- Adjudi-
Habilitação Julgamento
tipo de do edital gação cação
licitação
Fonte: Elaborada pela autora.
76 Ética, governança e transparência
3 Entendemos como melhor preço aquele que nem sempre é menor, mas é coerente
com a demanda; que, ao ser praticado, o fornecedor consegue cumprir e entregar o
acordado.
78 Ética, governança e transparência
Considerações finais
O Brasil é um país complexo, ainda em fase de amadurecimento
em diversos aspectos, entre eles, os jurídicos. A população ainda está
aprendendo a se comportar democraticamente, e o poder público
busca, da melhor maneira, atender às demandas da sociedade.
Ocorre, com isso, que, frequentemente, leis são criadas diante
de demandas que poderiam ser atendidas com base na legislação
já existente. Esse cenário promove uma inflação legislativa (FARIA,
1994) e, muitas vezes, complica o trabalho dos agentes públicos, que
têm sua atuação totalmente delineada pelas leis vigentes.
88 Ética, governança e transparência
Atividades
1. Imagine a seguinte situação: uma empresa pública realizou
uma licitação para a compra de 50 computadores. O
processo licitatório foi realizado cumprindo todas as etapas,
a homologação foi feita, e o vencedor assinou um contrato de
tomada de preços, sem nenhum pedido de recurso por parte
dos concorrentes que perderam. Porém, durante a execução do
contrato, após o fornecedor ter entregado 30 computadores, a
empresa que realizou a licitação percebeu que, em vez de precisar
dos outros 20, sua necessidade é de impressoras. O fornecedor
tem condições de entregar essas 20 impressoras pelo mesmo
preço orçado para os computadores. Essa mudança de objeto
pode ser feita, tendo em vista que o contrato firmado foi o de
tomada de preços? Justifique.
Referências
BRASIL. Constituição Federal (1988). Diário Oficial da União, Poder
Legislativo, Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 16 out. 2019.
Considerações finais
O que vimos até aqui não esgota o assunto abordado, mas
esperamos que funcione como um impulso para a curiosidade
do leitor em estudar mais, pesquisar novas fontes, confrontar
informações, questionar e exercer em sua vida as boas práticas que
estudou e fizeram sentido para ele.
O interesse por temas como ética, governança, transparência,
combate à corrupção, reputação etc. é um forte indicativo de
uma sociedade desenvolvida e pronta para enfrentar os desafios
que sempre estiveram presentes na história da humanidade e
que nem sempre encontraram resistência ao seu estabelecimento
como fenômenos normais, pois as pessoas tinham a crença de que
“sempre foi assim”. Podemos encontrar evidências dessa conivência
da sociedade com o ilícito até mesmo nos clássicos da literatura.
Dostoiévski (2002) escreveu O idiota entre os anos de 1867 e 1869 e,
na obra, além retratar o cotidiano da elite russa, o autor mostra que,
muitas vezes, para ser um bom servidor público, era necessário não
ter muita qualificação e ser adepto dos atos de corrupção.
A boa notícia é que em todo o mundo vêm sendo instituídos
planos e medidas para combater processos de corrupção há muito
estabelecidos, minimizar as diferenças, promover a inclusão e a
equidade, promover a transparência empresarial e governamental,
de forma a construir uma sociedade mais justa.
Para nós, brasileiros, dá ânimo saber que também
estamos nesse caminho, pois nossas instituições e governos
estão sintonizados com o resto do mundo na promoção do
combate à corrupção. Mas para que os efeitos das ações sejam
potencializados, é importante que os indivíduos também se
Transparência e combate à corrupção 103
Atividades
1. Vimos, na primeira seção deste capítulo, que o acesso facilitado
à informação é um dos maiores indicadores da transparência.
Com base em tudo o que você estudou no decorrer da disciplina,
explique a relação entre a transparência e a informação.
Referências
ALÓ, C. C. Uma Abordagem para Transparência em Processos
Organizacionais Utilizando Aspectos. 328f. Tese (Doutorado em Ciências
– Informática) – Departamento de Informática, Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009. Disponível: http://www-di.
inf.puc-rio.br/~julio/tese-cappelli.pdf. Acesso em: 22 out. 2019.
DOSTOIÉVSKI, F. O idiota. Trad. de Paulo Bezerra. 34. ed. São Paulo: 2002.
2 Ética e compliance
1. A globalização e o advento das mídias sociais têm dificultado
que atos ilícitos fiquem encobertos. A sociedade, ao saber
que empresas não atuam eticamente, boicotam seus serviços
e produtos, além de incentivar que seus contatos façam o
mesmo. Por outro lado, quando a empresa tem a reputação
de ser idônea e responsável, isso pode refletir em crescimento
de vendas e melhora de posicionamento no mercado.
5 Ética e legalidade
1. Como foi visto na seção 5.1, em contratos de tomada de
preço, as alterações possíveis são de qualidade, ou seja, das
características do objeto contratado, ou de quantidade, dentro
do limite estabelecido. No caso da alteração de computadores
para impressoras, ocorre mudança do objeto contratado e,
portanto, não pode ser feita.
9 788538 765479
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6547-9
Código Logístico
58981