Relatório 2

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 28

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - SP

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE


RIBEIRÃO PRETO FFCLRP/USP
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
FÍSICA EXPERIMENTAL II - ONDAS, FLUIDOS E
TERMODINÂMICA

Marlon Gomes Calixto (14597506)


Matheus de Almeida (14615912)

MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES

Docente: Carlos Ernesto Garrido Salmon

Ribeirão Preto
2024
RESUMO

O experimento teve como objetivo principal analisar o movimento harmônico simples


(MHS) de um sistema massa-mola. O MHS é caracterizado por um movimento periódico
de oscilação de um corpo em torno de uma posição de equilı́brio, influenciado por forças
dissipativas. Foram calculadas as constantes elásticas de três molas diferentes por meio
de dois métodos: um estático, que envolveu a medição da distensão das molas para
diferentes massas acopladas, e outro dinâmico, que consistiu na medição dos perı́odos
de oscilação do sistema para diferentes massas. Também foi determinada a constante
elástica resultante da associação em série e em paralelo de duas molas. Além disso,
foram estudados os limites do MHS em um sistema massa-mola, incluindo a obtenção da
constante de amortecimento. Os resultados experimentais das constantes elásticas e do
comportamento do MHS no sistema massa-mola foram consistentes com a teoria.

i
Sumário
1 INTRODUÇÃO 1

2 MATERIAIS E MÉTODOS 5

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 7
3.1 Parte Estática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.2 Parte Dinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.3 Associação de molas com parte dinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.4 Limites de Validade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

4 CONCLUSÃO 23

5 APÊNDICE 24
1 INTRODUÇÃO

O movimento harmônico simples (MHS) é um dos fenômenos mais fundamentais na


fı́sica, desempenhando um papel crucial em diversos campos, como mecânica clássica,
fı́sica de partı́culas, eletromagnetismo entre outros. Ele descreve o movimento oscilatório
de um sistema que é caracterizado por uma força restauradora proporcional ao desloca-
mento do sistema a partir de sua posição de equilı́brio, e que atua na direção oposta ao
deslocamento.

Um dos sistemas mais comuns utilizados para estudar o MHS é o sistema massa-mola.
Este consiste em uma massa m presa a uma mola com constante elástica k. Quando o
sistema é perturbado a partir de sua posição de equilı́brio, a mola exerce uma força
restauradora proporcional ao deslocamento da massa.

A equação do movimento para um sistema massa-mola é dada pela lei de Hooke,


descrita a seguir:

F⃗el = −k⃗x (1)

onde Fel é a força elástica exercida pela mola (N) e k é a constante elástica da mola
(N
m
), x como a posição da massa em relação à posição de equilı́brio (m).

Tendo isso em mente, e utilizando-se o referencial o comprimento natural da mola,


caso o sistema esteja em equilı́brio estático, é possı́vel calcular a sua posição de equilı́brio
ao utilizar a Segunda Lei de Newton, como está descrito a seguir:

Fel + P = 0

(−KD) + (M g) = 0 (2)
Mg
D=
K
onde D é a posição de equilı́brio do sistema (m), M sua massa (kg), g a aceleração da
gravidade ( sm2 ) e K a constante elástica da mola ( N
m
).

Ao relacionar a Segunda Lei de Newton e colocar a equação 1 tendo o vetor ⃗x em


função do tempo, obteve-se a EDO de segunda ordem, sendo esta:

1
d2 x K
+ x=0 (3)
dt2 m
2
onde m é a massa do objeto (kg), m ddt2x a derivada de segunda ordem de x em relação ao
tempo ( sm2 ), K a constante elástica da mola ( N
m
) e x a posição deslocada (m).

Para a equação apresentada acima (3), temos como solução geral para a mesma a
seguinte expressão:

x = Acos(ωt + ϕ) (4)

onda A é a amplitude do movimento (m), ω a frequência angular ( rad


s
), ϕ a constante de
fase (rad).

Vale notar que a velocidade angular ω também possui outras propriedades importantes
para o MHS, tendo uma relação com a massa, a constante elástica da mola, e o perı́odo
do movimento do sistema. As relações mencionadas são:

K
ω2 = (5)
m
r
2π m
ω= =⇒ T = 2π (6)
T K
onde ω é a frequência angular ( rad
s
), K a constante elástica da mola ( N
m
), m a massa da
mola (kg), T o perı́odo (s).

Ao considerar-se os efeitos da massa m da mola sobre o sistema, a massa total a ser


considerada no cálculo do perı́odo passa a ser a soma da massa “M” do objeto e da terça
parte da massa da mola ( m3 ), resultando em:

r m
M+ 3
T = 2π (7)
K
onde T é o perı́odo (s), K a constante elástica da mola ( N
m
), M a massa do objeto (kg),
m a massa da mola (kg).

Outro aspecto também presente ao estudar o MHS é o conceito de uma ”associação


de molas”. Neste experimento, foram estudadas as associações em série e associações em
paralelo, conforme pode ser observado na figura a seguir:

2
Figura 1: Esboço para a associação das molas

Para o caso da associação em série, a força exercida pelo objeto de massa m é igual e
será distribuı́da entre as duas, e, como elas possuem constantes elásticas diferentes, elas
sofrerão deformações diferentes, porém, forças elásticas iguais. Tendo isto em mente, o
seguinte sistema pode ser construı́do:

 
 


 Fel = Kd 

Fel = Kd
 
  Fe l Fe l Fe l 1 1 1
Fel1 = K1 d1 =⇒ Fel = K1 d1 =⇒ = = =⇒ = = (8)

 
 K K1 K2 K K1 K2

 

Fel2 = K2 d2
 Fel = K2 d2

onde Fe l é a força elástica (N), K a constante elástica da mola ( N


m
), d a deformação da
mola (m).

Para o caso da associação em paralelo, o deslocamente sofrido por ambas será o mesmo,
porém, como as duas constantes elásticas são diferentes, as forças elásticas exercidas sobre
o objeto m também serão diferentes. Isso pode ser expresso pela seguinte equação:





 Fel = Kd


Fel1 = K1 d =⇒ Kd = K1 d + K2 d =⇒ K = K1 + K2 (9)




Fel2 = K2 d

3
onde Fe l é a força elástica (N), K a constante elástica da mola ( N
m
), d a deformação da
mola (m).

Outra associação de suma importância ao se estudar o fenômeno do MHS é o amor-


tecimento da mola, no qual ao longo do tempo a amplitude vai diminuindo, indicando a
possı́vel dissipação de energia do sistema. O amortecimento em questão pode ser descrito
pela seguinte equação:
F⃗a = −b⃗v (10)

onde F⃗a é a força de amortecimento (N), b uma constante, ⃗v a velocidade do corpo ( ms ).

De maneira análoga ao que foi feito na equação 1 que resultou na equação 3, obteve-se
a seguinte EDO que representa o deslocamento em função da força restauradora e força
amortecedora:
d2 x
m = −kx − bv (11)
dt2
2
onde m é a massa do objeto (kg), m ddt2x a derivada de segunda ordem de x em relação
ao tempo ( sm2 ), K a constante elástica da mola ( N
m
) e x a posição deslocada (m), b uma
constante, v a velocidade do corpo ( ms ).

Como solução geral da equação 11, obteve-se a seguinte expressão:

x = A0 e−αt cos(ωt + ϕ) (12)

onde A0 representa a amplitude inicial (m), α a constante b dividida pelo dobro da massa,
t o tempo (s), ω a frequência angular ( rad
s
).

Portanto, podemos colocar a amplitude do MHS em função de α, resultando em:

A = A0 e−αt (13)

onde A é a amplitude do MHS (m), A0 a amplitude inicial (m), α a constante b dividida


m
pelo dobro da massa total do sistema (ou seja, (M + 3
), t o tempo (s).

Tendo todos os conceitos previamente apresentados em mente, o procedimento expe-


rimental descrito neste relatório teve como principal objetivo a análise do MHS desempe-
nhado por um sistema massa-mola, através da análise gráfica de fatores como o perı́odo
e amplitude. Ademais, buscou-se validar, sob um viés experimental, a determinação da

4
constante elástica equivalente de associações de molas em série e em paralelo. Por fim,
analisou-se também o limite de validade do MHS para o sistema massa-mola – decorrente
da atuação de forças dissipativas como o atrito do ar, ondas sonoras e vibrações.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Tais procedimentos foram feitos em um dos laboratórios de fı́sica do Departamento


de Fı́sica da FFCLRP-USP.

O experimento foi dividido em três partes, sendo estas ”Parte estática”, ”Parte
dinâmica associação de molas”e ”Parte dinâmica e limites de validade”. Para a rea-
lização do experimento, foram utilizados uma haste de suspensão para as molas, uma
régua de incerteza (±0, 02) × 10−3 m, uma balança digital de incerteza (±1, 0) × 10−3 kg,
um cronômetro digital de incerteza (±1)×10−2 s, três molas com tamanhos e K diferentes,
um suporte para a associação das molas em paralelo, conforme a figura (1) e um gancho
com base para adicionar discos de massa. O sistema utilizado com os materiais descritos
acima pode ser observado na figura 2 a seguir:

Figura 2: Sistema utilizado no decorrer do experimento

A primeira parte do experimento consistiu em acoplar uma das molas ao sistema e


uma das massas na mola com o auxı́lio do gancho, variando 5 massas diferentes em cada

5
uma das molas e medindo a sua distensão em cada caso, anotando-as em uma tabela.
Com os dados coletados , a equação 2 foi manipulada para que fosse possı́vel K através
do coeficiente angular de um gráfico M versus d, resultando na expressão:

K
M= D (14)
g
onde D é a posição de equilı́brio do sistema (m), M sua massa (kg), g a aceleração da
gravidade ( sm2 ) e K a constante elástica da mola ( N
m
).

Para a segunda parte do experimento, 5 massas distintas foram novamente seleciona-


das para serem acoplada a cada mola, porém mediu-se o tempo necessário para que 10
oscilações fossem realizadas em torno da posição de equilı́brio com o cronômetro digital,
repetindo o processo 4 vezes para maior precisão e anotando os valores em uma tabela.
Vale notar que o mesmo processo foi utilizado para a associação em série e associação em
paralelo.

Partindo deste processo, foi possı́vel determinar a constante K de cada mola ao elevar
ambos os lados da equação 7 ao quadrado, possibilitando a criação de um gráfico T 2
versus (M + m3 ), no qual o coeficiente angular do mesmo foi o valor K, conforme pode ser
observado na equação abaixo:

2 4π 2  m
T = M+ (15)
K 3
onde K é a constante elástica da mola ( N
m
), M a massa do objeto (kg), m a massa da mola
(kg), T o perı́odo (s).

Com a associação das molas, a constante elástica é determinada de modo análogo,


sendo que a constante K obtida graficamente refere-se à resultante da associação entre as
duas molas, cujas constantes elásticas estão relacionadas através da Equações 8 para a
associação em série e 9 para a associação em paralelo.

Por fim, na terceira parte do experimento o mesmo objeto de massa M utilizando


na parte dois foi acoplado e a mola 1 foi fixada, porém alternando sua amplitude inicial
(A0 ) 3 vezes, sendo medidas 4 vezes o tempo necessário para que o sistema massa-mola
executasse 10 oscilações em torno de seu ponto de equilı́brio.

Nesse procedimento, a equação 13 foi utilizada, onde ao criar uma gráfico A versus

6
t que possui um perfil exponencial similar a equação y = a + be−kx providenciada pelo
programa OriginPro, no qual o coeficiente ”b”equivale a A0 , ”k”equivale a α.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Inicialmente a massa de cada mola foi pesada, resultando na seguinte tabela que foi
utilizada para a construção de todos os gráficos em que massa da mola influenciou no
resultado:

Tabela 1: Massa das Molas


Mola Massa(±1 × 10−3 ) kg
Mola 1 0,004
Mola 2 0,005
Mola 3 0,007

3.1 Parte Estática

Para a primeira etapa da primeira parte, a mola 1 foi colocada sobre as condições
previamente estabelecidas, resultando na Tabela 2 e gráfico presente na figura 3:

Tabela 2: Dados da mola 1 para a parte estática


Massa (±1 × 10−3 )kg Distensão (±0, 02 × 10−2 )m
1 1,10
15 1,60
19 1,90
22 2,10
3 2,90
43 4,20
5 5,00
61 6,30
73 7,60

7
Figura 3: Gráfico da mola 1 para a parte estática

A partir da Equação 14, é deduzido que o coeficiente angular “a” do gráfico na Fi-
K
gura 2 corresponde a g
. Assim, a constante elástica “K1 ” associada à Mola 1 pode ser
determinada utilizando a expressão: K = g · a. Ao realizar esse cálculo, considerando
g = 9, 8 m/s2 , obtivemos K1 = (9, 46 ± 0, 17) N/m.

8
Em seguida, a mola 2 foi colocada sobre as condições previamente estabelecidas,
resultando na Tabela 3 e gráfico presente na figura 4:

Tabela 3: Dados da mola 2 para a parte estática


Massa (±1 × 10−3 )kg Distensão (±0, 02 × 10−2 )m
10 1,50
15 2,60
19 3,40
22 3,70
30 4,70
43 7,00
50 8,00
61 9,90
73 11,60

Figura 4: Gráfico da mola 2 para a parte estática

Empregando um raciocı́nio similar ao utilizado no cálculo de K1 , determinou-se que


a constante elástica “K2 ”, associada à Mola 2, é K2 = (6, 17 ± 0, 10) N/m.

9
Ao fim primeira parte, a mola 3 foi colocada sobre as condições previamente estabe-
lecidas, resultando na Tabela 4 e gráfico presente na figura 5:

Tabela 4: Dados da mola 3 para a parte estática


Massa (±1 × 10−3 )kg Distensão (±0, 02 × 10−2 )m
10 2,40
15 3,50
19 4,50
22 4,80
30 6,40
43 9,60
50 11,00
61 13,50
73 16,00

Figura 5: Gráfico da mola 3 para a parte estática

Empregando um raciocı́nio análogo ao utilizado nos cálculos de K1 e K2 , determinou-


se que a constante elástica “K3 ”, associada à Mola 3, é K3 = (4, 52 ± 0, 04) N/m.

Ao comparar os valores das constantes elásticas indicadas, observa-se que a Mola 1


possui a maior constante elástica, enquanto a Mola 3 possui a menor. Consequentemente,

10
se essas molas forem acopladas a uma mesma massa “M ”, a Mola 1 experimentaria a
menor distensão “d”, enquanto a Mola 3 experimentaria a maior distensão.

3.2 Parte Dinâmica

Para o inı́cio da segunda parte, a mola 1 foi colocada sobre as condições previamente
estabelecidas, resultando na Tabela 5 e gráfico presente na figura 6:

Tabela 5: Dados da Mola 1 (as medições de massa apresentam uma incerteza de (±1 ×
10−3 )kg, e as de tempo, uma incerteza de (±1 × 10−2 )s).
Massa (kg) t1 (s) t2 (s) t3 (s) t4 (s) tmédio (s) Perı́odo (s) T 2 (s2 )
0,043 4,62 4,69 4,62 4,69 4,66±0,04 0,466±0,004 0,217±0,004
0,051 4,97 4,96 5,03 5,03 5,00±0,04 0,500±0,004 0,250±0,004
0,064 5,53 5,59 5,53 5,56 5,55±0,03 0,555±0,003 0,307±0,003
0,071 5,72 5,78 5,81 5,75 5,77±0,04 0,577±0,004 0,332±0,005
0,082 6,22 6,25 6,22 6,22 6,22±0,02 0,622±0,002 0,387±0,002

11
Figura 6: Gráfico da mola 1 para a parte dinâmica

Da análise da Equação 15, deduz-se que o coeficiente angular “a” associado ao gráfico
4π 2
representado na Figura 6 é igual a K
. Portanto, a constante elástica “K1′ ” associada
4π 2
à Mola 1 pode ser obtida pela seguinte expressão: K = a
. A partir desse cálculo,
chegou-se a K1 = (9, 02 ± 0, 15) N/m.

12
Posteriormente, a mola 2 foi colocada sobre as condições previamente estabelecidas,
resultando na Tabela 6 e gráfico presente na figura 7:

Tabela 6: Dados da Mola 2 (as medições de massa apresentam uma incerteza de (±1 ×
10−3 )kg, e as de tempo, uma incerteza de (±1 × 10−2 ) s).
Massa (kg) t1 (s) t2 (s) t3 (s) t4 (s) tmédio (s) T (s) T 2 (s2 )
0,043 5,87 5,84 5,78 5,72 5,81 ± 0,07 0,581 ± 0,007 0,338 ± 0,008
0,051 6,15 6,15 6,13 6,19 6,15 ± 0,03 0,615 ± 0,003 0,378 ± 0,003
0,064 6,93 6,91 6,81 6,84 6,88 ± 0,06 0,688 ± 0,006 0,473 ± 0,008
0,071 7,15 7,16 7,09 7,15 7,15 ± 0,03 0,715 ± 0,003 0,511 ± 0,005
0,082 7,60 7,62 7,63 7,66 7,63 ± 0,03 0,763 ± 0,003 0,581 ± 0,004

Figura 7: Gráfico da mola 2 para a parte dinâmica

Utilizando um raciocı́nio semelhante ao empregado no cálculo de K1′ , determinou-se


que a constante elástica “K2′ ”, associada à Mola 2, é K2′ = (6, 09 ± 0, 13) N/m.

13
Por fim, a mola 3 foi colocada sobre as condições previamente estabelecidas, resultando
na Tabela 7 e gráfico presente na figura 8:

Tabela 7: Dados da Mola 3 com Incertezas (as medições de massa apresentam uma
incerteza de (±1 × 10−3 )kg, e as de tempo, uma incerteza de (±1 × 10−2 )s).
Massa (kg) t1 (s) t2 (s) t3 (s) t4 (s) tmédio (s) T (s) T 2 (s2 )
0,043 6,78 6,69 6,69 6,66 6,69 ± 0,05 0,669 ± 0,005 0,448 ± 0,007
0,051 7,18 7,22 7,16 7,19 7,19 ± 0,03 0,719 ± 0,003 0,516 ± 0,004
0,064 7,91 7,88 7,94 8,00 7,93 ± 0,05 0,793 ± 0,005 0,628 ± 0,008
0,071 8,25 8,29 8,32 8,25 8,27 ± 0,04 0,827 ± 0,004 0,684 ± 0,006
0,082 8,88 8,90 8,84 8,88 8,88 ± 0,03 0,888 ± 0,003 0,789 ± 0,005

Figura 8: Gráfico da mola 3 para a parte dinâmica

Utilizando um raciocı́nio similar ao empregado nos cálculos de K1′ e K2′ , determinou-se


que a constante elástica “K3′ ”, associada à Mola 3, é K3 = (4, 53 ± 0, 06) N/m.

Visto que os coeficientes angulares “a” encontrados nas figuras 6, 7 e 8, quando


comparados aos coeficientes das figuras 3, 4 e 5 são muito semelhantes, faz-se possı́vel
concluir que a consideração da massa da mola nos cálculos da constante elástica das

14
molas 1, 2 e 3 não surtiu efeito significativo nos resultados experimentais obtidos. Tal
fato, por sua vez, pode ser explicado pelo fato das molas apresentarem massas muito
pequenas. Além disso, ao analisar a equação 15 vemos que somente um terço da massa
de cada mola é considerada nos cálculos, tornando esses valores ainda mais desprezı́veis.

3.3 Associação de molas com parte dinâmica

Para a parte que se refere a associação de molas, primeiro as molas 1 e 2 foram


colocadas em série, e foram submetidas as condições previamente discutidas, fornecendo
os dados presente na Tabela 8 e Figura 9:

Tabela 8: Molas 1 e 2 em Série (as medições de massa apresentam uma incerteza de


(±1 × 10−3 )kg, e as de tempo, uma incerteza de (±1 × 10−2 ) s).
Massa (kg) t1 (s) t2 (s) t3 (s) t4 (s) tmédio (s) Perı́odo (s) T 2 (s2 )
0,022 7,50 7,50 7,53 7,56 7,52 ± 0,03 0,752 ± 0,003 0,565 ± 0,005
0,030 8,03 7,96 8,07 8,10 8,05 ± 0,06 0,805 ± 0,006 0,648 ± 0,010
0,043 8,94 8,94 8,93 8,87 8,94 ± 0,04 0,894 ± 0,004 0,798 ± 0,006
0,050 9,25 9,29 9,32 9,29 9,29 ± 0,03 0,929 ± 0,003 0,863 ± 0,006
0,061 9,91 9,97 10,03 9,91 9,94 ± 0,06 0,994 ± 0,006 0,988 ± 0,012

15
Figura 9: Gráfico para a associação em série das molas 1 e 2

Empregando um raciocı́nio análogo ao utilizado para obter as constantes elásticas


“K1′ ”, “K2′ ” e “K3′ ”, com base na Equação 15, calculou-se a constante elástica “KS ”
resultante da associação em série entre as Molas 1 e 2. O valor obtido foi KS = (3, 65 ±
0, 05) N/m.

Ao calcular a constante elástica teórica “KS′ ” associada à associação em série das


mesmas molas, com base na Equação 8 e nos valores das constantes elásticas obtidas na
“Parte Dinâmica”, concluiu-se que KS′ = (3, 63 ± 0, 29) N/m. Portanto, os valores de
“KS ” estão satisfatoriamente próximos, demonstrando que os resultados experimentais
estão em concordância com as previsões teóricas feitas a partir da Equação 8.

Em seguida, as molas foram colocadas em paralelo e o processo anterior foi repetido,


fornecendo os dados presentes na Tabela 9 e o gráfico presente na Figura 10 a seguir:

16
Tabela 9: Molas 1 e 2 em Paralelo (as medições de massa apresentam uma incerteza de
(±1 × 10−3 )kg, e as de tempo, uma incerteza de (±1 × 10−2 ) s).
Massa (kg) t1 (s) t2 (s) t3 (s) t4 (s) tmédio (s) Perı́odo (s) T 2 (s2 )
0,022 3,72 3,72 3,75 3,78 3,74 ± 0,03 0,374 ± 0,003 0,140 ± 0,002
0,030 4,03 4,06 4,00 3,94 4,02 ± 0,05 0,402 ± 0,005 0,161 ± 0,004
0,043 4,28 4,34 4,25 4,38 4,31 ± 0,06 0,431 ± 0,006 0,186 ± 0,005
0,050 4,56 4,50 4,53 4,56 4,55 ± 0,03 0,455 ± 0,003 0,207 ± 0,003
0,061 4,75 4,82 4,96 4,88 4,85 ± 0,09 0,485 ± 0,009 0,235 ± 0,009

Figura 10: Gráfico para a associação em paralelo das molas 1 e 2

Empregando um raciocı́nio semelhante ao utilizado para obter as constantes elásticas


“K1′ ”, “K2′ ” e “K3′ ”, que se baseia na Equação 15, calculou-se a constante elástica “KP ”
resultante da associação em paralelo entre as Molas 1 e 2. O valor obtido foi KP =
(16, 58 ± 0, 47) N/m.

Ao calcular a constante elástica teórica “KP′ ” associada à associação em paralelo das


mesmas molas, com base na Equação 9 e nos valores das constantes elásticas indicadas
na “Parte Dinâmica”, concluiu-se que KP = (15, 12 ± 0, 29) N/m. Portanto, os valores

17
de “KP ” encontram-se satisfatoriamente próximos, demonstrando que os resultados ex-
perimentais estão em concordância com as previsões teóricas feitas a partir da Equação
9.

3.4 Limites de Validade

Para a comprovação dos limites de validade, o primeiro processo consistiu em coletar


os dados de um sistema massa-mola com a mola 1, massa fixa, e amplitudes variando,
que gerou a Tabela 10 e, subsequentemente, a Figura 11 que estão dispostas a seguir:

Tabela 10: Sistema massa-mola com Mola 1, massa fixa e Amplitudes Variando (as
medições de amplitude apresentam uma incerteza de (±0, 02 × 10−3 )m, e as de tempo,
uma incerteza de (±1 × 10−2 )s).
Mola 1 t1 (s) t2 (s) t3 (s) t4 (s) tmédio (s) T (s) T 2 (s2 )
a1 (0,01m) 4,92 4,97 4,87 5,03 4,95 ± 0,07 0,495 ± 0,007 0,245 ± 0,007
a2 (0,02m) 4,94 4,94 4,94 4,88 4,94 ± 0,03 0,494 ± 0,003 0,244 ± 0,003
a3 (0,04m) 4,91 5,07 4,93 4,96 4,95 ± 0,07 0,495 ± 0,007 0,245 ± 0,007

Figura 11: Gráfico Perı́odo x amplitude

18
Da análise da curva de T versus A0 , conforme indicado na Figura 11, observa-se que
ela possui um caráter essencialmente linear, evidenciado pelo coeficiente angular “a” com
um valor de (0, 00 ± 0, 02). Devido ao valor consideravelmente pequeno do coeficiente
angular, podemos inferir que a curva é, essencialmente, horizontal: ou seja, o perı́odo
de oscilação (T ) permanece praticamente constante, independentemente da amplitude
inicial (A0 ). Essa constatação já era esperada com base na teoria, pois, de acordo com
as Equações 6 e 7, que indicam o cálculo do perı́odo de oscilação em um Movimento
Harmônico Simples (MHS), T depende apenas da massa do sistema-massa mola (M ) e
da constante elástica (K), mas não da amplitude inicial (A0 ) da oscilação.

Para que o cálculo da constante de amortecimento de um sistema massa-mola fosse


possı́vel, um sistema onde medidas de tempo e variação de amplitude eram tomas a cada
5 oscilações, durante 50 oscilações foi montado. Para a coleta de dados, um vı́deo foi
gravado e, em seguida, analisado. Com base nos dados coletados a partir do vı́deo, as
Tabelas 11 e 12 foram construı́das, resultando no gráfico presente na Figura 12 a seguir:

Tabela 11: Tempo amortecimento (as medições de tempo possuem uma incerteza de
(±1 × 10−2 ) s).
t1(s) t2(s) t3(s) t4(s) t5(s) t6(s) t7(s) t8(s) t9(s) t10(s)
1 2,62 5,04 7,76 10,45 13,22 15,79 18,58 21,15 23,92 26,58
2 2,42 4,56 7,15 9,82 12,52 15,14 17,89 20,55 23,24 25,85
3 2,61 5,32 8,05 10,81 13,43 16,09 18,89 21,47 24,73 26,89
Média 2,55±0,11 4,97±0,38 7,65±0,46 10,36±0,50 13,06±0,48 15,67±0,49 18,45±0,51 21,06±0,47 23,96±0,75 26,44±0,53

Tabela 12: Dados da amplitude para o amortecimento (as medições de amplitude possuem
uma incerteza de (±0, 02 × 10−3 )m).
a1 (m) a2 (m) a3 (m) a4 (m) a5 (m)
1 0,0190 0,0180 0,0180 0,0170 0,0170
2 0,0180 0,0170 0,0160 0,0160 0,0150
3 0,0190 0,0180 0,0170 0,0170 0,0160
Média (1,87 ±0, 06) × 10−2 (1,77 ±0, 06) × 10−2 (1,70 ±0, 10) × 10−2 (1,67 ±0, 06) × 10−2 (1,60 ±0, 10) × 10−2
a6 (m) a7 (m) a8 (m) a9 (m) a10 (m)
1 0,0160 0,0160 0,0150 0,0150 0,0140
2 0,0150 0,0140 0,0140 0,0130 0,0130
3 0,0160 0,0160 0,0150 0,0150 0,0140
−2 −2 −2 −2
Média (1,57 ±0, 06) × 10 (1,53 ±0, 12) × 10 (1,47 ±0, 06) × 10 (1,43 ±0, 12) × 10 (1,37 ±0, 06) × 10−2

19
Figura 12: Gráfico utilizado para encontrar a constante de amortecimento

A partir da análise da Equação 13, referente ao gráfico indicado na Figura 12, infere-se
b
que o termo “α”, que multiplica a variável “t”, é igual a 2m
. Diante disso, a constante
de amortecimento “b” pode ser obtida através da expressão: b = 2 · m · α. Assim,
sabendo-se que “m” corresponde à soma entre um terço da massa da mola utilizada
m = (0, 04 ± 0, 01) × 10−3 kg e a massa M = (0, 05 ± 0, 01) × 10−1 kg do objeto acoplado a
ela – de modo que mtotal = (51, 33 ± 10, 54) × 10−3 kg –, obtém-se b = (2, 30 ± 1, 15) × 10−3
kg/s.

20
Por fim, com os dados em relação ao tempo total que foram utilizados para o cálculo
da constante de amortecimento, o perı́odo para cada uma das 5 oscilações foi calculado
e cada um deles foi disposto em uma tabela juntamente ao número de oscilações que
caminhou de 5 em 5 na escala utilizada, resultando na Tabela 13 e Gráfico presente na
Figura 13 abaixo:

Tabela 13: Tabela de Número de Oscilações e Perı́odo


Número de Oscilações Perı́odo (s) ± Incerteza (s)
5 2,55 ± 0,11
10 2,42 ± 0,40
15 2,68 ± 0,60
20 2,71 ± 0,68
25 2,70 ± 0,69
30 2,62 ± 0,68
35 2,78 ± 0,71
40 2,60 ± 0,69
45 2,91 ± 0,88
50 2,48 ± 0,92

21
Figura 13: Gráfico Perı́odo x número de oscilações

Da análise do gráfico de T versus número de oscilações, conforme indicado na Fi-


gura 15, observa-se que ele possui um caráter linear, com um coeficiente angular “a” de
(0, 004 ± 0, 002). Devido ao valor consideravelmente pequeno do coeficiente angular, po-
demos inferir que a curva é essencialmente horizontal: ou seja, o perı́odo de oscilação (T )
permanece praticamente constante, independentemente do número de oscilações. Essa
constatação já era esperada com base na teoria, pois, de acordo com as Equações 6 e
7, que indicam o cálculo do perı́odo de oscilação em um Movimento Harmônico Simples
(MHS), T depende apenas da massa do sistema-massa mola (M ) e da constante elástica
(K), mas não do número de oscilações.

Essa observação também pode estar relacionada ao coeficiente de amortecimento “b”


encontrado anteriormente, b = (2, 30±1, 15)×10−3 kg/s. Por ser um valor pequeno, indica
que fatores como a resistência do ar e outras forças dissipativas que possam atuar sobre um
sistema massa-mola não exercem uma influência significativa sobre o MHS realizado pelo
sistema em análise. Isso explica o perı́odo praticamente constante ao longo do movimento.

22
4 CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos neste experimento, podemos concluir que houve uma
correspondência consistente entre a teoria do movimento harmônico simples (MHS) e os
dados experimentais analisados. A análise das constantes elásticas de diferentes molas,
tanto por métodos estáticos quanto dinâmicos, proporcionou uma compreensão abran-
gente do comportamento do sistema massa-mola. Os cálculos estáticos, que envolveram
a medição da distensão das molas para diferentes massas acopladas, permitiram a deter-
minação precisa das constantes elásticas individuais, enquanto os métodos dinâmicos, que
consistiram na medição dos perı́odos de oscilação do sistema para diferentes massas, com-
plementaram essa análise, fornecendo informações sobre a resposta dinâmica das molas
sob oscilação.

Além disso, a determinação das constantes elásticas resultantes da associação em série


e em paralelo das molas contribuiu para a compreensão das propriedades combinadas do
sistema. Ao estudar a combinação de molas em série e em paralelo, foi possı́vel avaliar
como essas configurações afetam a rigidez global do sistema e como isso influencia o
comportamento do movimento harmônico simples. Essa análise proporcionou insights
valiosos sobre como os componentes individuais do sistema interagem quando combinados,
ampliando nosso entendimento sobre a mecânica do sistema massa-mola e sua relação com
o movimento oscilatório.

O estudo dos limites do MHS, incluindo a determinação da constante de amorte-


cimento, ampliou ainda mais nosso conhecimento sobre as caracterı́sticas do movimento
oscilatório. Ao investigar os fatores que limitam a perpetuidade do movimento harmônico
simples, como a presença de forças dissipativas, foi possı́vel compreender melhor as
condições sob as quais o sistema massa-mola opera. A determinação da constante de
amortecimento permitiu quantificar a influência dessas forças dissipativas no movimento
oscilatório, oferecendo uma visão mais completa das complexidades envolvidas no estudo
do MHS em sistemas fı́sicos reais.

23
5 APÊNDICE

Conforme solicitado pelo docente da disciplina, abaixo encontra-se um esboço das


energias atuando sobre o sistema em função do tempo:

Figura 14: Esboço para a associação das molas

Para a propagação de incertezas, as seguintes fórmulas foram utilizadas:

• Para K, a partir do Método Estático, sendo a o coeficiente angular do gráfico:

q
σK = (9, 8σa )2 (16)

• Para a massa total do sistema M + m



3
:
r  σ 2
m
σM + m3 = (σM )2 + (17)
3

• Para T, sendo t o tempo médio e n o número de oscilações:


r 
σt 2
σT = (18)
n

• Para T 2 :
q
σT 2 = (2T σT )2 (19)

24
• Para K, relacionado ao Método Dinâmico, sendo a o coeficiente angular do gráfico:
s 2
4πr2
σK = − 2 σa (20)
a

• K, referente à associação em série:


s 2  2
K22 K12
σK = σK1 + σK2 (21)
(K1 + K2 )2 (K1 + K2 )2

• Para K da associação em paralelo:


q
σK = (σK1 )2 + (σK2 )2 (22)

• Para b:
q
σb = (2ασm )2 + (2mσα )2 (23)

Referências

1. HALLIDAY, D. Fundamentals of physics. [s.l.] John Wiley, 2015.

25

Você também pode gostar