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Trabalho Pratica Juridica

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O arbitramento de honorários advocatícios em litisconsórcio e

relativização dos percentuais previstos no art. 85, § 2º, do CPC

SOUZA, Antonio Carlos dos Santos


Faculdade Anhanguera de Itapeva

RESUMO: A advocacia é uma das profissões mais antigas do mundo, no Brasil deu início em 1927, e
da época aos dias de hoje são 197anos, vindo crescendo e ganhando em privilégios e números,
contando com aproximadamente 1.452.439 profissionais em todo o Brasil. Por ser considerado um
serviço social é prejudicado em termos de honorários, algo que mais deixa a desejar, principalmente
quando se trata de arbitramento em litisconsórcio ou relativização dos porcentuais diante do
delineado no caput do artigo 85/2015 do CPC. “Os honorários são devidos pela parte vencida ao
Advogado do vencedor” uma realidade em construção. O objetivo deste trabalho é discutir o
arbitramento e a relativização dos honorários em casos de litisconsórcio. Para alcançar a meta foi
utilizado material de cunho cientifico presente no acervo literário do país, encontrado em bibliotecas
físicas ou virtuais, sem prejuízo a lei de direitos autorais vigente no Brasil. O trabalho é composto de
cinco capítulos, percorrendo da Introdução as Referências.

Palavras chave: advogado, honorários, arbitramento, litisconsórcio, relativização, arbitramento em


litisconsórcio

ABSTRACT: Law is one of the oldest professions in the world, in Brazil it began in 1927 and from that
time to today, it has been 197 years, growing and gaining in privileges and numbers, with
approximately 1,452,439 professionals throughout Brazil. As it is considered a social service, it is
disadvantaged in terms of fees, something that leaves more to be desired, especially when it comes to
arbitration in litisconsortium or relativization of percentages in relation to what is outlined in the caput
of article 85/2015 of the CPC “The fees are due by the losing party to the winner’s Lawyer” a reality
still under construction. The objective of this work is to discuss arbitration and the relativization of fees
in joint litigation cases. To achieve the goal, scientific material present in the country's literary
collection, found in physical or virtual libraries, was used, without prejudice to the copyright law in force
in Brazil. The work is composed of four chapters, ranging from the Introduction to Final
Considerations,
Keywords: lawyer, fees, arbitration, litisconsortium, relativization, arbitration in litisconsortium
1 - INTRODUÇÃO
Com a probabilidade de ter se iniciado entre três ou quatro mil anos antes de Cristo,
provavelmente na época em que as pessoas começaram a se organizar
socialmente, ato que nunca parece ser uma questão simples, o Advogado surge na
necessidade de existir entre o povo um interventor que atue nas demandas
intercorrentes, a fim de dirimir questões relevantes referentes a vida e bem estar da
população local da época, apesar desta nem sempre ser uma ação justa, pois
prevalecia a lei do mais forte.
No início era uma função exercida pelos líderes dos grupos ou parentes dos
envolvidos que eram seus delatores ou testigos e os pajés e chefes das tribos
atuavam como juízes, entretanto com o passar dos tempos como tudo que se altera
a profissão tomou forma e se desenvolveu em todos os contextos e em decorrências
de maiores necessidades foram criadas regras para sua utilização. Há na literatura
quem diga que a profissão é a mais antiga, existente desde o início da humanidade
em decorrência das fragilidades da vida em função da sua manutenção por ser este
um bem indisponível. Sua relevância diante deste e outros fatos fez com que se
tornasse cada vez mais necessária se expandindo inicialmente pela Grécia, depois
Roma e outras regiões e tomando sua forma atual na França por volta de 1200 e
1300 d.C. quando desenvolveu suas características atuais e começou-se a exigir
matricula de inscrição e juramento especial perante o Parlamento Francês(1,3).
os primeiros advogados no Brasil eram oriundos de Portugal onde tinham que
estudar por oito anos na universidade de Coimbra. No Brasil a primeira universidade
de direito foi criada em 1827 em Olinda cidade do Recife e teve a primeira turma
formada cinco anos após a criação do curso. Já a organização da Profissão no país
começou a ser delimitada em 1843 com o governo provisório de D Pedro l que criou
o Instituo dos Advogados Brasileiros (IAB), casa com finalidades semelhantes a
atual Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a qual foi criada no governo provisório
de Getúlio Vargas em 1930 com o nome de ordem dos advogados brasileiros.
O reconhecimento da profissão e o fato de existirem pessoas que lutam
constantemente pelo crescimento e valorização da profissão já é bastante
promissor, foram muitas conquistas ao longo do tempo entretanto a questão dos
honorários é algo que ainda deixa a desejar, a profissão sempre teve uma função
social e muitas vezes sem direito a remuneração, ao vencedor era concedido um
título de Honra, o tempo fez com que esta situação também mudasse, porém situa-
se muito aquém do desejável, necessitando muitas vezes da intervenção do Estado
para ter sua devida valoração.
Ao profissional inscrito na OAB, O Art. 22 da Lei Nº 8.906, de 4 de Julho de 1994
garante o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento
judicial e aos de sucumbência(2,3).
A Bíblia diz em 1 Timóteo 5;18. que "Todo trabalhador é digno do seu salário", em
Romanos 4;4 diz que o salário que o trabalhador recebe não é um presente, mas é o
pagamento a que ele tem direito por causa do trabalho que fez.
O advogado sendo um trabalhador igual aos demais, também é digno do seu salário,
mas existe diferença entre salário e honorário?
A diferença situa-se no fato do primeiro termo estar ligado ao trabalhador formal que
o recebe todo mês, enquanto o segundo se refere ao pagamento das outras classes
autônomas ou liberais que tem outras normas para a liquidez, mas a finalidade é a
mesma o recebimento de um valor pela prestação de um serviço contratado . No
caso do advogado tem várias formas de quitação, no entanto sem estar vinculado
aos efeitos da lide, pois estes contratos possuem divisão de riscos em decorrência
dos atos do cliente que podem impactar na vitória ou derrota, motivo pelo qual se
convenciona a liquides de forma hibrida ou seja um valor fixo adicionado ao ad
exitum ao final do processo, sendo que o artigo 85 do CPC determina limites para
definir os honorários,
O objetivo deste trabalho é discutir o tema “O arbitramento de honorários
advocatícios em litisconsórcio e relativização dos percentuais previstos no art. 85, §
2º, do CPC, para cumprimento de proposta do plano de ensino visando pontuação
no Laboratório de Práticas Jurídicas – produção de pesquisa cientifica na disciplina
de Direito Processual Civil - Processo de Conhecimento.
Para alcançar a meta foi utilizado material de cunho cientifico presente no acervo
literário do país, encontrado em bibliotecas físicas ou virtuais, sem prejuízo a lei de
direitos autorais vigente no Brasil. O trabalho é composto de quatro capítulos
organizados da seguinte forma: o primeiro traz a introdução, o segundo traz uma
breve história sobre a profissão do advogado, a terceira fala do assunto objeto do
estudo e a quarta as considerações finais e a bibliografia.
2 - QUEM É O ADVOGADO?
O termo Advogado deriva do latim advocatus e se refere ao sujeito que estuda
direito e se forma em bacharel em uma faculdade válida.
O artigo 133 da constituição brasileira de 1988 declara ser o advogado um
profissional indispensável na administração da justiça, sendo inviolável sua conduta
no exercício da profissão e nos limites da lei. Seu papel é promover a interação
entre o cidadão e o Estado - Juiz na aplicação da justiça, visando uma sociedade
justa e igualitária, evitando que o direito seja violado. Esta profissão é tão relevante
para a manutenção da justiça quanto os demais representantes do Estado para que
um processo flua e um conflito social seja sanado.
Para que o profissional seja reconhecido pelo estado como represente legal são
necessários alguns requisitos sendo os principais a formação acadêmica de
graduado em Direito por uma faculdade reconhecida pelo Ministério da Educação,
registro no conselho de classe e certificado de aprovação no exame da Ordem.
A OAB é uma entidade autônoma custeada por seus membros e é responsável pela
organização administrativa da categoria a representando perante o Estado e demais
organismos sociais, a fim de garantir suas prerrogativas, bens essenciais para o
comprimento adequado da profissão bem como assegurar o devido respeito dos
órgãos judiciais, como a inviolabilidade do exercício profissional, o sigilo das
informações e a livre atuação(1,3,4,5).
Visando o melhor atendimento das necessidades do Estado no cumprimento das leis
e diretrizes exigidas para que o cidadão tenha seus direitos garantidos pela
legislação são criados Estatutos para gerir a profissão. Neste quesito se destaca o
primeiro texto criado junto com a entidade que foi fundada em 18 de novembro de
1930, que trouxe em seu encalço em 1934 a lei 20.784 com 109 artigos a fim de
normatizar o funcionamento da entidade e as prerrogativas e deveres da classe.
Diante dos fatos apresentados percebe-se ser o advogado um ente importantíssimo
para a sociedade em termos gerais, pois deve zelar pelo direito de todos, desde o
ser ainda em composição que por ainda não ter personalidade jurídica tem
pouquíssimos direitos perante a lei, até mesmo o Presidente da República que traz o
papel mais importante da nação, faz jus ao uso do profissional para resguardar seus
direitos.
Da criação da primeira escola em 1827 ao o que figura nos dias atuais se passaram
197 anos muita coisa aconteceu, coisa boas e não muito boas e outras ainda irão
acontecer. A ferida aberta no corpo da categoria são os honorários, causa de grande
Interesse e preocupação por parte dos profissionais e do Supremo Tribunal de
Justiça.

3 - O ARBITRAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM LITISCONSÓRCIO


O tema honorário advocatício é elemento constante de discussão do Supremo
Tribunal de Justiça (STJ), com relação ao arbitramento a 3ª turma do STJ em
julgamento de embargos de declaração definiu condições para arbitramento
previstos no art. 85/CPC/15 §11. Ficando claro ser necessário o cumprimento
cumulativo de alguns requisitos como: desafiar decisão publicada a partir de 18 de
março de 2016 (enunciado 7 do STJ); desconhecimento ou desprovimento do
recurso por parte do relato ou colegiado competente; verba honorária sucumbencial
deve ser devida desde a origem no feito em que interposto o recurso, estar dentro
dos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º do art. 85 do CPC/15.
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao
advogado do vencedor.

§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o


máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa, atendidos

Com referência ao arbitramento o art. 87 do CPC


O § 1º do art. 87 , do CPC deve ser interpretado de forma a
privilegiar o tratamento igualitário entre as partes. Ou seja, em
caso de litisconsórcio, a responsabilidade pelo pagamento ou
pelo recebimento dos honorários será proporcional. A verba
sucumbencial é única, paga pelo vencido em favor do
vencedor. Havendo litisconsórcio passivo, os honorários serão
repartidos, sejam eles vencedores ou vencidos.

Devendo ficar claro que em caso das cláusulas ad exitum e quota litis os riscos
serão divididos entre advogado e cliente, sendo os honorários vinculado à vitória do
cliente. Desta forma o valor cobrado será maior do que se fosse pactuado um
montante fixo. Isto em decorrência de advocacia ser um trabalho de meio e não de
resultado, seu serviço e defender o contratante, já o resultado positivo ou negativo
no processo depende do conglomerado e dos atos apresentados na ação e em
tempo hábil, razão da cláusula ad exitum ser uma exceção.
Em casos de litisconsortes os perdedores respondem proporcionalmente pelas
despesas e honorários sem, no entanto, determinar a proporcionalidade em questão
conforme percentuais expostos pelo art. 85, § 2º, do CPC.
Havendo litisconsorte excluído da lide, deverá ser relativizado o delineamento dos
honorários ao mínimo de 10 e máximo de 20/% sobre o valor da condenação, do
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor
atualizado da causa, regra essa que se ocupa a redação do art. 85 § 2º, do CPC.
A Súmula 14 do STJ, determina que tratando-se de honorários arbitrados sobre o
valor da causa, ou do pedido, incide correção monetaria desde o ajuizamnto da
ação, a menos que inicie antes da vigência da lei(1,2,3,4,5).
A intenção do legislador é adjudicar maior qualidade a avaliação dos honorários
advocatícios sucumbenciais, sendo que em cada decisão de extinção parcial sem
julgamento de mérito, os honorários mínimos deveriam ser de 10% sobre o valor da
causa, e sendo o valor no final da causa de 30% violaria o artigo 85 , § 2º, do CPC.
Nessa situação parece injusto o fato de alguém precisar litigar e ser obrigado a
dispor de 30% de honorários em caso de negativa no processo e receber apenas
10% em caso de êxito.
Entre as novidades do novo código de processo civil NCPC de 2015 destaca-se a
previsão de majoração da verba honorária em grau recursal conforme art. 85, § 11º,
A Terceira Turma do STJ defende o entendimento que, havendo cumulação de
pedidos autônomos feito por diversos litisconsortes, ao recurso inserido pelo
sucumbente e munido somente em relação a um dos anseios deflagrados por um
destes, será aplicado a majoração da verba honorária.
A sucumbência recursal é um dos institutos do Código de Processo Civil de 2015
que mais gera controvérsias na doutrina e na jurisprudência. Em artigo de minha
autoria e publicado, em 10/09/2020, nessa coluna tive oportunidade de analisar
acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que rejeitou a incidência de sucumbência
recursal no caso de a parte não sucumbente somente recorrer para a majoração dos
honorários advocatícios (2,4).

4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos fatos apresentados e da legislação em vigor fica claro ser o assunto
referente aos honorários advocatícios algo bem complexo e ainda um campo bem
vasto a ser estudo e discutido nos meios judiciais, o Estatuto do Advogado e os
artigos 85 a 87 do NCPC/2015 delimitam normas e formas do recebimento de
honorários sem contudo engessar o sistema que pode trabalhar da melhor forma
possível prejudicar as partes envolvidas nos processos tanto sendo em caso de
êxito ou não.

5 - REFERÊNCIAS

1- CASTRO, Daniel Penteado, O arbitramento de honorários advocatícios em


litisconsórcio e relativização dos percentuais previstos no art. 85, § 2º, do CPC,
https://www.migalhas.com.br/autor/daniel-penteado-de-castro,

2 ---------- Honorários advocatícios recursais e litisconsórcio: Cabimento quando a


decisão atacada restar mantida em relação aos demais litisconsortes, https://www.
migalhas.com.br/coluna/cpc-na-pratica/364831/honorarios-advocaticios-recursais-e-
litisconsorcio

3 - MARTINS Francisco Peçanha O Advogado Credor De Honorários De


Sucumbência; Litisconsorte Necessário Na Ação Rescisória
https://core.ac.uk/download/pdf/7 9074457.pdf

4 - Presidência da Republica, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos Lei


Nº8906/04/07/1994 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm

5 - SILVA, Rafael Ioriatti da https://www.jusbrasil.com.br/artigos/isonomia-entre-


honorarios-advocaticios-e-salarios/201154543

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