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Curso de Enfermagem

CAROLINE DANTAS
DENISE MASCENA
ELIANA SANTANA
MANUELA CAVALCANTI

Necessidades de cuidados da gestante portadora de HIV

Guarulhos
2014
CAROLINE DANTAS
DENISE MASCENA
ELIANA SANTANA
MANUELA CAVALCANTI

Necessidades de cuidados da gestante portadora de HIV

Trabalho de Conclusão de
Curso de Graduação em
Enfermagem, apresentado à
Universidade Guarulhos
como requisito para
obtenção do título de
Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: Profª Dra.
Monica M. Trovo Araujo
Avaliadora: Profª Dra. Maria
De Belém Gomes
Cavalcante.

Guarulhos
2014
Agradecimento

Deus por ter nos dado sabedoria, força e saúde para superar as dificuldades e
realizar todas as etapas.

A nossa Orientadora pelo estímulo, pelas correções e suporte nos encontros.

A Universidade por nos proporcionar o conhecimento e estudo ao lado de


grandes profissionais.

Aos professores com suas particularidades e dom de repassar aquilo que


sabem.

A nossa Família, nossos pais, nossos companheiros e nossos filhos pelo amor
incondicional, pelo incentivo, pela compreensão e pelo apoio de sempre.

A todos que participaram desta etapa concluída e da nossa formação direta ou


indiretamente, o nosso muito obrigado!
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ................................................................................... 4

2.OBJETIVO ......................................................................................... 7

3.MÉTODO ........................................................................................... 8

4.RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................... 10

5.CONCLUSÃO .................................................................................. 19

6.REFERÊNCIAS .............................................................................. 21
1. INTRODUÇÃO

No Brasil o número de pessoas infectadas pelo vírus da


imunodeficiência humana (HIV) ainda é uma questão de saúde pública.
Foram registrados 66.114 casos de jovens com faixa etária entre 13 a
24 anos em junho de 2009¹.

Segundo dados do Ministério da Saúde a população com faixa


etária entre 15 e 49 anos a infecção se mantém estável desde 2004,
porém há uma tendência de aumento na taxa de prevalência do HIV
nos jovens entre 17 e 24 anos, pois apesar do conhecimento básico
sobre a doença, informações a respeito da prevenção e cuidados,
muitas pessoas são infectadas pelo vírus por descuido.¹

O HIV é o vírus que causa a Síndrome da Imunodeficiência


Adquirida (AIDS) e que acomete o sistema imunológico, cuja principal
função é atuar na defesa do organismo. Para sua reprodução e cópia,
o HIV atinge as células linfócitos T CD4+ modificando-as.¹

Com os linfócitos T modificados o sistema imunológico não


consegue agir de maneira eficiente contra os invasores do corpo
humano, fazendo com que simples infecções que seriam facilmente
combatidas no organismo de uma pessoa saudável, passam a se
manifestar podendo até levar o paciente a óbito.2

O portador de HIV não necessariamente tem AIDS, pois o


individuo infectado pelo vírus pode não apresentar sintomas por até 10
anos, mas o transmite normalmente. Já o paciente com AIDS
apresenta sinais e sintomas e também transmite o vírus, pois ele já
está no estagio em que a doença se tornou crônica, ou seja, não tem
cura.2

Existem duas vias de transmissão deste vírus, direta e indireta.


A transmissão direta é quando existe o contato direto com algum
organismo ou objetos contaminados, como material perfuro-cortante,
por exemplo, ou por meio de relação sexual sem o uso de
preservativos, ou quando há troca de fluidos corporais. Esta ultima é a
responsável por cerca de 60% das infecções pelo HIV.3

4
A transmissão indireta é causada por transfusões de sangue
contaminado, ocasionando 30% dos casos de pessoas contaminadas.
Também pode ocorrer pelo canal de parto e por via transplacentária em
recém-nascidos.3

A transmissão vertical ocorre através da passagem do vírus de


mãe para o filho durante a gestação, no momento do parto (contato
com as secreções cérvico-vaginais e sangue materno) ou na
amamentação. Cerca de 17.200 gestantes são infectadas anualmente.
Essa forma de transmissão acontece cerca de 35% no período da
gestação, 65% no peri-parto e de 7 a 22% na amamentação. De
acordo com o aumento do numero de mulheres infectadas, dados
indicam que 80% dos casos de AIDS em crianças menores de 13 anos
são provenientes da transmissão vertical. Quando não é realizada a
profilaxia durante o pré-natal de gestantes portadoras de HIV, cerca
25% delas transmite o vírus para o bebê. Deste modo falhas nos
exames de pré-natal e testes resultam em uma baixa adesão a
medidas profiláticas. 4, 5, 6, 7

Gravidez é o período que vai da fecundação de um óvulo pelo


espermatozoide, até a expulsão do feto pelo corpo materno. É dado
nome de gestação a esse período, seu diagnóstico pode ser feito de
varias maneiras, sendo a mais comum a amenorréia ou falta de
menstruação, mais não sendo a única. Os sintomas podem ser:
náuseas e vômitos, mamas aumentadas e doloridas aumento do
abdome, aumento do peso, fadiga e sonolência. A melhor maneira de
confirmar a gravidez é através de exames, tais como exame
ginecológico, exame de urina e sangue, e em alguns casos
ultrassonografia.8

Na grande maioria das mulheres infectadas pelo HIV o


diagnóstico é feito após a descoberta de uma gestação. Geralmente
ocorre durante o pré-natal, através de exames solicitados no 1º
trimestre e 3º trimestre de gestação. Sendo assim é traçado um plano
de ação e iniciado o tratamento. No caso de mulheres sem
controle de pré-natal, muitas vezes a infecção é detectada no momento
do parto, o que acarreta a falta do tratamento prévio e maior chance de
transmissão para o feto.4

5
Estar gestante é algo que deixa a grande maioria das mulheres
com um estado emocional frágil e muitas vezes com sentimento de
medo. A mulher que vivencia uma gravidez associada à descoberta de
uma infecção por HIV, convive com um período gestacional difícil e
conturbado vivenciando um turbilhão de pensamentos relacionados ao
preconceito familiar e populacional9.

Os profissionais que atendem a rotina de gestantes infectadas


devem estar devidamente preparados para atendê-las de maneira
eficaz. Portanto houve a necessidade de apontar aos profissionais de
enfermagem a compreender a importância e as necessidades de
cuidados a gestante infectada pelo HIV9.

6
2. OBJETIVO
Identificar na literatura necessidades de cuidado para a gestante
portadora do HIV.

7
3. MÉTODO

Trata- se de um estudo de revisão integrativa de literatura, que


permite analisar literatura teórica e empírica, como também estudos já
realizados anteriormente, podendo ser de abordagem qualitativa ou
quantitativa. Este método é muito utilizado nas pesquisas de
enfermagem, pois permite realizar amplas pesquisas sobre um
determinado assunto, e aplicar os resultados na prática clínica10.

Para a realização da revisão integrativa é necessário seguir seis


etapas: identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de
pesquisa; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de
estudos, amostragem ou busca na literatura; reunião e organização dos
estudos em forma de tabela, formação do banco de dados; avaliação
dos estudos incluídos na revisão integrativa; interpretação dos
resultados; e enfim, a apresentação da revisão, síntese do
conhecimento11.

Tendo como base a questão “Quais são as necessidades de


cuidado da gestante portadora de HIV?”, o estudo ocorreu no período
de abril a outubro de 2014, a partir do cronograma estabelecido e,
conforme as etapas planejadas foram realizadas o levantamento
bibliográfico no banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),
a qual contém as bases de dados Literatura Latino-Americana em
Ciências da Saúde (LILACS), Instituto Brasileiro de Educação, Cultura
e Saúde (IBECS), Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE), Biblioteca Cochrane, e Scientific Electronic Library
Online (SCIELO), utilizando os descritores infecções por HIV e
gravidez, com o recurso boleano AND.

Para a seleção dos artigos, foram considerados os seguintes


critérios de inclusão: publicações dos últimos quatorze anos (2000 -
2014); idioma português; disponibilidade online do texto na integra e
pertinente ao tema em questão. Foi excluída automaticamente toda

8
produção duplicada e aquelas que não atenderem os critérios de
inclusão.

De acordo com a terceira etapa estabelecida na revisão


integrativa da literatura foi construído um banco de dados em forma de
quadro, contendo as seguintes informações: título do artigo, autores,
periódico publicado, ano de publicação, objetivo, método, principais
resultados e conclusões.

Após isso, os dados foram agregados, interpretados e


sustentados com outras literaturas pertinentes, a fim de compor os
resultados e discussão do estudo.

9
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram encontrados na base de dados 82 artigos, segundo os


descritores. Aplicando-se os critérios de inclusão de ano de publicação
e idioma foram pré-selecionados 44 artigos. Destes, apenas 20
estavam disponíveis na íntegra e, após a leitura dos resumos foram
selecionados 10 textos para análise integral nesta pesquisa, de acordo
com critério de pertinência à temática estudada.

Este estudo permitiu identificar que ainda há escassez de


pesquisas relacionadas aos cuidados de enfermagem às gestantes
portadoras de HIV, uma vez que a maioria dos estudos encontrados e
analisados nesta pesquisa tem como foco principal a prevalência da
infecção pelo HIV nas gestantes.

Tabela 1. Distribuição de autores dos artigos analisados segundo


categorial profissional. Guarulhos, 2014.*
Profissão Nº %

Médicos 20 50%

Enfermeiros 12 30%

Psicólogos 4 10%

Residentes de Medicina 2 5%

Pesquisador de Pós Doutorado em


Ginecologia e Obstetrícia 1 2,5%

Farmacêutico 1 2,5%

Total 40 100%

*
Há mais de um autor por artigo analisado.

10
Verifica-se que a categoria profissional que mais pesquisou
sobre o tema foi a dos profissionais de medicina (50%), em segundo
lugar os profissionais da enfermagem (30%), em terceiro lugar os
psicólogos (10%), os residentes de medicina ficaram em quarto lugar
(5%), e os demais apenas dois (2,5%) cada, como vemos na tabela. É
preciso estimular os profissionais de enfermagem a investigar mais a
respeito do tema. O profissional que atua nesta área deve ser muito
bem preparado para realizar os cuidados no dia-a-dia, sejam eles
social, clínico ou biológico e estar atento a evoluções de novos estudos
e pesquisas relacionadas. Constatou-se que das dez publicações a
revista que mais publicou sobre o tema foi a Revista Brasileira de
Ginecologia e Obstetrícia com 2 (20%). A Revista Baiana de Saúde
Pública, o J Brás DST, a Interação em Psicologia, a Psicologia USP, o
Jornal da Sociedade Brasileira de Pediatria, o Artigo da Revista
Paulista de Enfermagem, a Revista Brasileira Saúde Maternidade
Infantil de Recife e a Revista Brasileira de Enfermagem apenas
publicaram 1 (10%) cada.

Gráfico 1. Distribuição de artigos analisados segundo ano de


publicação. Guarulhos, 2014

11
Observou-se que o numero de publicações relacionadas ao
tema tem aumentado no decorrer dos anos, uma vez que em 2005
houve publicação de apenas 1 trabalho, já em 2010 foram 4 publicados.

Os artigos foram lidos na íntegra, sintetizados e apresentado no


quadro 1.

Principais
Necessidades de
Título Método Resultados e
Cuidados
Conclusões
O diagnostico de
HIV não é um
fator limitante
para que as
portadoras dessa
doença desistam
da maternidade.
Mesmo com a
A. Desejo de Suporte emocional;
falta de
maternidade Qualitativa Aconselhamento
informação, com
entre Entrevista com 10 pré-teste;
os preconceitos,
mulheres com mulheres Orientações e
com os efeitos
HIV/AIDS12 informações.
adversos dos
antirretrovirais, e
a falta de apoio
dos profissionais
de saúde essas
mulheres
cultivam o desejo
de ser mãe.
A gestante
portadora de HIV
possui
expectativas
durante e após a
B. Dilemas e gestação pela
conflitos de Qualitativo possibilidade do Necessidade de
ser mãe na Entrevista com 8 filho ter adquirido suporte emocional
vigência do mulheres a doença. Com e social.
13
HIV/AIDS isso a ansiedade
gerada pelas
duvidas e
incertezas as
tornam mães
super protetoras.

12
A experiência
vivida em
gestação anterior
evidenciou
sentimentos e
conflitos gerados
C. Suporte emocional;
com o
Experiências Aconselhamento
diagnóstico de
Referentes à pré-teste;
HIV, porem não
Contracepção Qualitativo Monitorização com
foi suficiente para
por Mulheres Entrevista com 20 os valores de carga
que essas
Sabidamente mulheres viral e contagem de
mulheres
Infectadas linfócitos T CD4+;
assumissem
pelo HIV que Orientações e
condutas para
Engravidam14 informações.
uma
contracepção
eficaz, já que a
maioria não
planejou um novo
filho.
As mulheres que
já sabiam ser
soropositivas e
que se negava
ao tratamento, a
partir da
descoberta da
gravidez se
sentiram
obrigadas a fazer
D. o tratamento;
Maternidade A gestação
Orientação
em situação dessas mulheres
Profilaxia para
de infecção Qualitativo tende a ser uma
prevenção da
pelo HIV: um Entrevista com 6 experiência de
transmissão do HIV
estudo sobre mulheres tensão,
ao bebê;
os insegurança, e
Apoio emocional.
sentimentos de sofrimento;
de gestantes15 Essas mães têm
dificuldades em
lidar com os
sentimentos de
ser mãe, os
preconceitos dos
próprios
familiares e a
instabilidade no
relacionamento
com os parceiros
13
por causa do
diagnostico.

Há uma
sobrecarga
psicológica das
mães portadoras
de HIV, pois elas
experimentam
E. Aspectos
fortes sentimentos
psicológicos
de culpa e medo Suporte emocional
da gestação e
relacionados à para gestante e
da
Revisão de literatura possibilidade de seus familiares;
maternidade
infectar o filho, Orientações e
no contexto da
além dos informações.
infecção pelo
preconceitos e
HIV/AIDS16
discriminações,
estigma
social, e inúmeros
fatores familiares,
sociais e
econômicos.
F. Desafios
Conscientização
operacionais
sobre a
persistentes Orientações e
Estudo observacional, importância da
determinam a informações sobre
prospectivo, infecção no inicio
não redução a doença,
longitudinal, analítico da gestação para
da tratamento, e as
de coorte, com 3.962 que medidas
transmissão possíveis formas
gestantes. profiláticas
materno- de transmissão.
possam ser
infantil do
realizadas.
HIV17

14
Recomenda evitar
G. Estratégias exposição
que reduzem a repetida ao vírus
transmissão durante relação Orientação para a
vertical do vírus sexual, controlar e mãe, ensinar o
Revisão Teórica.
da prevenir infecções auto-cuidado e
imunodeficiênci vaginais e amamentação.
a humana tipo procedimentos
118 invasivos. Optar
parto via cesárea.
H. Prevalência
Orientação
e fatores de
Falta de profissional sobre a
risco associado
Estudo descritivo, aconselhamento e importância da
à infecção pelo
transversal, com 873 adesão ao exame aderência ao pré-
vírus da
mulheres. de pré-teste e natal e as possíveis
imunodeficiênci
anti-HIV. formas de
a humana em
transmissão.
parturientes19
I. Perfil das
gestantes O baixo grau de
infectadas pelo escolaridade e a Orientações e
HIV atendidas habitação de informações sobre
Quantitativo,
em um pré- regiões precárias a doença,
transversal com 90
natal de alto esta relacionado tratamento, e as
gestantes.
risco de ao número de possíveis formas
referência de gestantes de transmissão.
Belo infectadas.
Horizonte20
Observou-se que
quanto mais baixo
o grau de
escolaridade,
J. Perfil Clínico mais tardio era a
e procura pelo
epidemiológico
Retrospectivo, análise serviço Orientação
de gestantes
de prontuários de 139 ginecológico e a adequada para o
infectadas pelo
gestantes. iniciação do pré- tratamento
HIV em um
serviço do Sul natal, com isso
do Brasil21 contribuiu para o
aumento da
prevalência do
HIV na gestação.

15
A maioria dos artigos analisados tinha foco na prevalência do
HIV na gestante e o perfil sorológico. Constituindo quatro deles em
estudos qualitativos, dois em estudos de revisão de literatura/teórica,
um estudo observacional, um estudo transversal, um estudo
quantitativo e um retrospectivo. Isto representa e reforça a necessidade
de mais pesquisas feitas por enfermeiros, que evidenciem
necessidades de cuidado específicas desta população.
Nos artigos A, B, C, D, E, F, G, H, I, e J, ou seja, nove de dez
estudos analisados apontam a necessidade de orientação. Essas
orientações devem abordar: HIV e outras DST, formas de prevenção,
uso de preservativos, transmissão, importância do diagnostico precoce,
teste anti-HIV, importância da aderência ao pré-natal, o uso de
antirretrovirais, o tratamento, a escolha da via de parto e a não
amamentação. As orientações podem ser realizadas de diversas
maneiras como, palestras com esclarecimento de dúvidas,
aconselhamento coletivo, demonstração do uso do preservativo e
exibição de vídeos educativos seguidos de debates. Estas são
estratégias eficientes para abordagem de temas associados à
prevenção das DST/HIV/AIDS podendo ser em grupo, consultas ou
individual.
Os estudos A, B, C, D, E apontam a necessidade de suporte
emocional. Ou seja, 5 de 10 artigos informam que o apoio emocional
implica no estabelecimento de uma relação de confiança com a usuária
para que esta se sinta acolhida. Por esse motivo o enfermeiro deve
treinar sua equipe para prestar o melhor atendimento às gestantes.
Elas apresentam sentimentos de ansiedade, incertezas, medo e sofrem
preconceitos por parte da sociedade. Essas gestantes devem sentir-se
acolhidas pela equipe de saúde, principalmente pela enfermagem,
devido ao tempo e atenção que os profissionais da área podem propor
para minimizar o sofrimento. O enfermeiro também deve encaminhar a
paciente para outros serviços quando necessário, incluindo
atendimento psicoterápico e/ou grupos comunitários de apoio.

16
Os estudos A e C, isto é, 2 de 10 artigos analisados mostram a
necessidade do aconselhamento do pré-teste. Para esse
aconselhamento o enfermeiro deve reafirmar o caráter confidencial e o
sigilo das informações. Identificar com clareza as necessidades da
paciente, facilitar a expressão de sentimentos e prestar apoio
emocional. Trocar informações sobre o significado dos possíveis
resultados do teste e o impacto na vida de cada gestante, considerar
as possíveis reações emocionais que venham a ocorrer durante o
período de espera do resultado do teste e reforçar medidas de
prevenção neste período. Ressaltar a relação entre DST e HIV,
identificar a rede de apoio disponível para família, parceiros, amigos e
outros. Amparar e ajudar a reconhecer suas responsabilidades e
dificuldades para a adoção de práticas seguras, reforçando sua auto-
estima e autoconfiança.
Oferecer o teste anti-HIV e solicitá-lo com o consentimento da
gestante, informar sobre a disponibilização de insumos de prevenção
no serviço e em outros locais e explicar os benefícios do diagnóstico
precoce na gravidez.
Em 1 de 10 estudos, isto é, no artigo C foi identificada a
necessidade de monitorização com os valores de carga viral e
contagem de linfócitos T CD4+. Essa monitorização deve ser realizada
logo após o diagnostico HIV + ou se a gestante já conhece o
diagnostico na primeira consulta de pré-natal. É através desse exame
que pode se definir o melhor tratamento. O exame é repetido com 24 e
28 semanas, e com 34 semanas para a definição de via de parto.
No estudo D, ou seja, 1 de 10 artigos identifica a necessidade de
profilaxia para prevenção da transmissão do HIV ao bebê. Essa
profilaxia deve ser realizada desde a primeira consulta de pré-natal até
os 12 meses de vida da criança se for considerada não infectada, e se
for considerada infectada permanecerá em acompanhamento na
unidade especializada. A transmissão vertical pode ocorrer durante a
gestação, o trabalho de parto, no parto e pela amamentação. Com a
aplicação de medidas profiláticas a probabilidade de transmissão
17
diminui, por isso é muito importante a adesão do pré-natal, da terapia
antirretroviral, da realização dos exames laboratoriais, da escolha da
via de parto, da não amamentação e do acompanhamento do bebê
após o nascimento.

18
5. CONCLUSÃO

Após analise dos artigos pré-selecionados foi possível identificar


que as necessidades de cuidado às gestantes portadoras de HIV estão
relacionadas ao: suporte emocional a gestante e os seus familiares, a
orientação a respeito da infecção, da exposição ao vírus, da
transmissão e do tratamento. Sendo necessário elaborar, programar ou
melhorar metodologias capazes de promover educação em saúde,
através de palestras, encontros coletivos e integração aos Programas
de Saúde da Mulher e da Família. Aconselhar a importância na adesão
do pré-natal, dos tratamentos disponíveis e informar todos os
benefícios que podem ser alcançados se os cuidados forem
desempenhados.

Apesar das limitações encontradas para o desenvolvimento do


trabalho, tais como a busca exclusiva por meio eletrônico e a restrição
idiomática. Podemos concluir que existem poucas pesquisas
relacionadas à assistência de enfermagem para gestante portadora de
HIV.

Este estudo foi de extrema importância para a obtenção de


conhecimentos específicos sobre o tema abordado, onde foi observado
que os profissionais de saúde, em especial os profissionais de
enfermagem, possuem uma grande proximidade com o paciente em
momentos íntimos de sua vida. Esta relação estreita entre paciente e
enfermeiro proporciona muitos benefícios tais como; maior adesão aos
programas de pré-natal, maior afetividade, sensação de segurança,
carinho e bem estar. Desta forma é possível atuar não somente a nível
curativo ou preventivo e sim emocional.

O enfermeiro é capaz de identificar, analisar e agir diante de


situações sensíveis que ultrapassam o bem-estar físico do paciente,
como momentos de fragilidade e sofrimento. Assim é possível traçar
métodos de atenção e orientação e chegar a bons resultados. A

19
contribuição que a enfermagem pode oferecer é ampla, é um
profissional que o paciente confia e busca respostas e apoio. Devido a
seu conhecimento técnico, prático e científico o enfermeiro consegue
desenvolver um plano de cuidado a todos os seus pacientes visando à
segurança e a boa assistência. Porém, notamos que o grande
diferencial no tratamento e em um profissional da enfermagem é somar
a todas as competências com sua atenção, sensibilidade e
humanização para realizar um atendimento de qualidade.

20
REFERÊNCIAS

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