Mulheres Na Ciência
Mulheres Na Ciência
Mulheres Na Ciência
Apesar da imposição de papéis de gênero no século XVIII, as mulheres protagonizaram grandes avanços na
ciência. Durante o século XIX, as mulheres foram excluídas da maior parte da educação científica formal,
mas começaram a ser admitidas nas sociedades eruditas durante o mesmo período. No final do século XIX,
a ascensão da faculdade de mulheres proporcionou empregos para mulheres cientistas e oportunidades de
educação.
Marie Curie, uma química e física polonesa, foi a primeira mulher a receber um Prêmio Nobel em 1903
(física), e recebeu novamente o prêmio em 1911 (química), ambos por seu trabalho sobre radiação, sendo a
primeira pessoa e única mulher a ser laureada duas vezes e continua sendo a única pessoa a receber o
Prêmio Nobel em duas áreas distintas. Entre 1901 e 2019, apenas cinquenta e quatro mulheres[2], dentre um
total de 923[3] laureados, receberam o Prêmio Nobel, das quais vinte foram em física, química, fisiologia ou
medicina[4].
História
Antiguidade
A atuação feminina na medicina foi registrada em diversas civilizações antigas. O registro mais antigo de
uma mulher cientista na história da ciência é o de Merit Ptah (2.700 a.C.), no Antigo Egito, a qual era
considerada "médica chefe", muito antes da conhecida Peseshet. Outras médicas conhecidas são Agamede,
citada por Homero como uma curandeira na Grécia Antiga antes da Guerra de Troia (1194–1184 a.C.), e
Agnodice, a primeira mulher médica a exercer legalmente essa profissão em Atenas no século IV a.C.
O estudo da filosofia natural na Grécia Antiga era aberto às mulheres. Aglaonice, filósofa e astrônoma,
previa eclipses lunares. Teano, pupila e esposa de Pitágoras da escola de Crotona, na qual estudavam muitas
outras mulheres, foi matemática, física, astrônoma, filósofa, médica e psicóloga. Dentre seus trabalhos mais
importantes estão o Teorema do Retângulo de Ouro, o Teorema da Proporção Áurea, a Teoria dos
Números, a Construção do Universo, Cosmologia e a Vida de Pitágoras (obra perdida)[5] Temistocleia,
filósofa, matemática e alta profetisa de Delfos, foi mestra de Pitágoras e o introduziu aos princípios da ética.
Durante o período da civilização babilônica (por volta de 1200 a.C.), duas perfumistas chamadas Tapputi-
Belatekallim e -ninu (a primeira metade de seu nome é desconhecida) obtiveram essências de plantas
usando procedimentos de extração e destilação. Se definirmos a química como o uso de equipamentos e
processos químicos, então podemos identificar essas duas mulheres como as primeiras químicas. Mesmo
durante a dinastia egípcia, houve participação feminina na química aplicada, como a fabricação de cerveja e
a preparação de compostos medicinais.[6]
Há muitos registros de mulheres na alquimia,[6] muitas das quais viveram em Alexandria por volta do
século I ou II d.C., onde a tradição gnóstica valorizava as mulheres. A mais conhecida, Maria, a Judia, foi a
inventora de vários equipamentos para uso na química, incluindo o banho-maria (em homenagem à Maria)
e um tipo de alambique ou aparelho de destilação simples.[6][7] Tais equipamentos de destilação foram
chamados de kerotakis (simples) e tribikos (complexo).[6]
Europa Medieval
O princípio da Idade Média na Europa, também conhecida como a Idade das Trevas, foi marcado pela
queda do Império Romano. O Ocidente Latino passou por grandes dificuldades que afetaram
dramaticamente a produção intelectual do continente. Embora a natureza ainda fosse vista como um sistema
que poderia ser compreendido à luz da razão, havia pouca investigação científica inovadora.[12] Foram os
Árabes que mantiveram a ciência viva ao escrever trabalhos eruditos originais e ao copiar os manuscritos do
período clássico.[13] Foi durante esse período que o cristianismo ascendeu e, com ele, veio a recuperação da
civilização ocidental. A lenta ascensão da civilização ocidental ocorreu
com os mosteiros e conventos que mantiveram vivas as habilidades de
leitura e escrita, além da manutenção de cópias de manuscritos de
estudiosos do passado.[13]
No início do século XI, surgiram as primeiras universidades. As mulheres foram, na maior parte, excluídas
da educação universitária.[1] No entanto, houve algumas exceções. A Universidade italiana de Bolonha, por
exemplo, permitiu que mulheres participassem de palestras desde seu início, em 1088.[15] Na Itália, a
atitude em relação à educação das mulheres na área da medicina parece ter sido mais liberal do que em
outros lugares. A médica Trotula di Ruggiero supostamente ocupou uma cadeira na Faculdade de Medicina
de Salerno, onde ministrou aulas a muitas mulheres da nobreza italiana, um seleto grupo por vezes referido
como "as senhoras de Salerno".[7] Inúmeros textos influentes sobre medicina da mulher, sobre obstetrícia e
ginecologia, entre outros tópicos, também são creditados a Trotula.
Dorotea Bucca, outra distinta médica italiana, ocupou uma cadeira em medicina por mais de 40 anos desde
1390.[15][16][17][18] Outras italianas, cujas contribuições em medicina foram gravadas na história, incluem
Abella, Jacobina Félicie, Alessandra Giliani, Rebecca de Guarna, Margarita, Mercuriade (século XIV),
Constance Calenda, Calrice di Durisio (século XV), Constanza, Maria Incarnata e Thomasia de
Mattio.[16][19]
Apesar do sucesso de algumas mulheres, os preconceitos culturais contra sua educação e participação na
ciência foram proeminentes na Idade Média. Por exemplo, São Tomás de Aquino, um erudito cristão,
escreveu, referindo-se às mulheres: "Ela é mentalmente incapaz de manter uma posição de autoridade."[1]
Na Alemanha, a tradição da participação feminina na produção artesanal permitiu que algumas mulheres
fizessem parte da ciência observacional, especialmente astronomia. Entre 1650 e 1710, as mulheres
totalizavam 14% dos astrónomos alemães.[21] A astrônoma mais famosa na Alemanha, Maria Winkelmann,
recebeu os primeiros ensinamentos científicos do pai e do tio e, mais tarde, recebeu treinamento em
astronomia de um auto-didata conhecido da família. Sua oportunidade de se tornar uma astrônoma
praticante surgiu ao se casar com Gottfried Kirch, o astrônomo mais importante da Prússia. Ela se tornou
sua assistente no observatório astronômico operado em Berlim pela Academia de Ciências. Ela deu
contribuições originais, incluindo a descoberta de um cometa. Quando seu marido morreu, Winkelmann
concorreu a uma vaga de astrônoma assistente na Academia de Berlim - para a qual ela tinha experiência.
Por ser mulher - e sem diploma universitário - ela não foi admitida ao posto. Membros da Academia de
Berlim temiam que eles iriam dar um mau exemplo ao contratar uma mulher. "Bocas ficariam
boquiabertas", disseram.[22]
Os problemas de Winkelmann com a Academia de Berlim são o reflexo dos obstáculos que as mulheres
enfrentavam para serem aceitas no campo de trabalho científico, considerado à época um nicho exclusivo
dos homens. Nenhuma mulher foi convidada para a Royal Society de Londres nem para a Academia
Francesa de Ciências antes do século XX. A maioria das pessoas no século XVII considerava que uma vida
dedicada a qualquer tipo de erudição estava em desacordo com os deveres domésticos de uma mulher.
Um dos fundadores da botânica moderna e da zoologia, a alemã Maria Sibylla Merian (1647-1717), passou
sua vida investigando a natureza. Aos treze anos de idade, Sibylla começou a criar lagartas e a estudar sua
metamorfose em borboletas. Ela possuía um "Livro de Estudo" em que registrava suas pesquisas sobre a
filosofia natural. Em sua primeira publicação, O Novo Livro das Flores, ela usou imagens para catalogar as
vidas de plantas e insetos. Após a morte de seu marido, e seu breve período vivido em Siewert, Sibylla e
sua filha viajaram para Paramaribo durante dois anos para observar insetos, pássaros, répteis e anfíbios.[23]
Ela então retornou a Amsterdã e publicou A metamorfose dos Insetos do Suriname, obra que "revelou aos
europeus pela primeira vez a diversidade surpreendente da floresta tropical."[24][25] Ela foi uma botânica e
entomóloga conhecida por suas Ilustrações de plantas e insetos. Pouco comum para a época, ela viajou para
a América do Sul, onde, com a ajuda das filhas, ilustrou a vida vegetal e animal dessa região.[26]
Em geral, a Revolução Científica pouco fez para mudar a ideia vigente sobre a natureza das mulheres - mais
especificamente, a sua capacidade de contribuir para a ciência tanto quanto os homens. Segundo Jackson
Spielvogel, "os cientistas do sexo masculino usaram a nova ciência para propagar a visão de que as
mulheres eram por natureza inferiores e subordinadas aos homens e adequadas a desempenhar um papel
doméstico como mães. A distribuição generalizada de livros assegurou a continuação dessas ideias ".[27]
Século XVIII
O século XVIII caracterizou-se por três visões divergentes a respeito da mulher: que mulheres eram mental
e socialmente inferiores aos homens; que eram iguais mas diferentes; e que mulheres eram potencialmente
iguais aos homens tanto intelectualmente quanto à contribuição para a sociedade.[28] Apesar de indivíduos
como Jean-Jacques Rousseau acreditarem que o papel das mulheres se restringia à maternidade e a servir
seus parceiros, o Iluminismo foi um período que abriu espaço para as mulheres nas ciências.[29] Na Europa,
a ascensão da cultura de salões para discussões filosóficas reuniu homens e mulheres em um ambiente
aconchegante, onde eram abordados temas contemporâneos de cunho político, social e científico.[30]
Apesar de Jean-Jacques Rousseau atacar a reputação dos salões dominados pelas mulheres como ambientes
produtores de "homens efeminados" que reprimiam discursos sérios, os salões caracterizavam-se como
ambientes tanto para homens quanto para mulheres.[31] Foi nesse ambiente e através de trabalhos em
matemática, física, botânica e filosofia que as mulheres começaram a ter uma influência significativa durante
o Iluminismo, tendo algum reconhecimento oficial no mundo científico.
Na Europa, a primeira mulher a ocupar uma cadeira acadêmica em um campo científico (aliás, em qualquer
campo do conhecimento), Laura Bassi,[32] também foi a terceira mulher a obter um diploma universitário
no mundo ocidental. Laura teve um papel central na disseminação das ideias de Newton - na física e
filosofia natural - pelo sul da Europa, apresentando inúmeras dissertações sobre gravidade.[32]
Em 1741, o rei da Prússia Frederico II permitiu a Dorothea Erxleben (1715-1762) estudar medicina na
Universidade de Halle. Ela foi a primeira mulher alemã a receber um doutorado (1754). Em 1742, Dorothea
publicou um tratado em que argumentava que as mulheres deveriam ser autorizadas a frequentar
universidades.[33] Também em 1741, Charlotta Frölich, a primeira mulher historiadora da Suécia, tornou-se
a primeira mulher a ter publicações na Academia Real de Ciências Sueca. Por sua vez, em 1748, Eva
Ekeblad tornou-se a primeira mulher empossada na mesma academia de ciências.[34]
A italiana Maria Gaetana Agnesi foi a primeira mulher a escrever um manual de matemática e a primeira
mulher nomeada como professora de matemática em uma universidade (embora nunca tenha ensinado). Em
1748, Maria escreveu um texto amplamente utilizado sobre análise finita e infinitesimal.[35]
Émilie du Châtelet, amiga íntima de Voltaire e física de primeira classe por direito próprio, foi a primeira
cientista a apreciar a importância da energia cinética, em oposição ao momento linear. Ela repetiu e
descreveu a importância de um experimento originalmente concebido por Willem Gravesande mostrando
que o impacto da queda de objetos é proporcional não à sua velocidade, mas à velocidade ao quadrado.
Acredita-se que essa compreensão foi de profunda contribuição à mecânica newtoniana.[36]
Como muitos experimentos eram realizados em casa, muitas mulheres estavam em posição estratégica para
ajudar seus maridos e familiares com tais experimentos. Dentre as mais conhecidas "esposas científicas"
estava Marie-Anne Pierrette Paulze, casada com Antoine Lavoisier desde os treze anos, tornando-se sua
assistente em seu laboratório caseiro, onde ele descobriu o oxigênio. Madame Lavoisier teve um papel
central no trabalho de seu marido. Ela falava inglês e traduzia toda a correspondência que seu marido
trocava com químicos ingleses, além de ter traduzido o "Ensaio sobre Phlogiston" de Richard Kirwan, um
texto-chave a respeito da controvérsia - com químicos ingleses como Joseph Priestley - sobre a natureza do
calor em reações químicas. Além disso, Madame Lavoisier aprimorou sua arte no desenho com Jacques-
Louis David. Foi ela quem desenhou os diagramas para o "Tratado Elementar de Química" (1789), obra de
seu marido. Madame Lavoisier manteve um pequeno e animado salão filosófico, correspondendo-se com
cientistas e naturalistas franceses, muitos dos quais ficaram impressionados com seu intelecto.
Apesar do papel de destaque feminino em muitas áreas da ciência durante o século XVIII, as mulheres
foram desencorajadas de aprender sobre a reprodução das plantas. O sistema de classificação de plantas de
Carl Linnaeus baseado em características sexuais chamou a atenção para a licenciosidade botânica, e houve
o temor de que mulheres aprendessem lições imorais a partir do exemplo da natureza. As mulheres eram
muitas vezes retratadas como sendo inatamente emocionais e incapazes de raciocínio objetivo, ou como
mães naturais reproduzindo uma sociedade moral e natural.[37]
Mesmo com tais caracterizações, a autora Lady Mary Wortley Montagu, conhecida por sua letra prolífica,
foi pioneira na inoculação da varíola na Inglaterra. Ela observou, pela primeira vez, as inoculações
enquanto visitava o Império Otomano, onde escreveu relatos detalhados dessa prática em suas cartas [8].
Por sua vez, Laura Bassi (1711–1778), membro da Academia Italiana do Instituto de Ciências e do Instituto
de Física Experimental, tornou-se a primeira professora/pesquisadora do mundo.[38]
Caroline Herschel, uma grande astrônoma nascida em Hanover, atuou como assistente de seu irmão,
William Herschel, na Inglaterra. Lá ela aprendeu matemática. Caroline recebia um modesto salário do rei
George III (agnesscott.edu), sendo a primeira mulher a ser reconhecida para uma posição acadêmica. Entre
1786 e 1797, Caroline descobriu oito cometas e submeteu um índice às Observações das Estrelas Fixas de
Flamsteed (incluindo mais de quinhentas estrelas outrora omitidas) para a Royal Society em 1798,
tornando-se a primeira mulher a apresentar um artigo na distinta Royal Society. Em 1835, ela e Mary
Fairfax Somerville foram as duas primeiras mulheres a se tornarem membros honorários na Royal
Astronomical Society (fonte).
Embora os papéis de gênero outrora definidos permanecessem praticamente inalterados no século XVIII,
muitas mulheres protagonizaram grandes avanços na ciência. Seja por intermédio de Emilie du Châtelet - ao
traduzir a obra Principia de Newton - ou de Caroline Herschel - ao descobrir oito cometas-, as mulheres
fizeram grandes avanços em direção à igualdade de gênero nas ciências.
A matemática inglesa Ada, Lady Lovelace, aluna de Somerville, correspondia-se com Charles Babbage a
respeito de aplicações para seu engenho analítico. Em suas anotações (1842-43) anexadas à tradução do
artigo de Luigi Menabrea sobre o equipamento, ela previu amplas aplicações para o mesmo como um
computador de uso geral, incluindo a composição de música. A ela foi creditado o primeiro programa de
computador, embora isso tenha sido contestado.[40]
Na Alemanha, no início do século XIX, foram fundados institutos para a educação "superior" das mulheres
(Höhere Töchterschule, em algumas regiões chamadas Lyzeum).[41] O Instituto Deaconess em
Kaiserswerth foi criado em 1836 com o intuito de formar mulheres em enfermagem. Elizabeth Fry visitou o
instituto em 1840 e foi inspirada a fundar o Instituto de Enfermagem de Londres, e Florence Nightingale
estudou lá em 1851.[42]
Nos Estados Unidos, Maria Mitchell fez seu nome ao descobrir um cometa em 1847, mas também
contribuiu com cálculos para o Almanaque Náutico produzido pelo Observatório Naval dos Estados
Unidos. Ela se tornou a primeira mulher membro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos em
1848 e da Associação Americana para o Avanço da Ciência em 1850.
Outras cientistas de destaque durante esse período incluem:[5]
A Guerra da Criméia (1854-56) contribuiu para estabelecer a enfermagem como uma profissão, tornando
conhecido o nome de Florence Nightingale. Uma inscrição pública permitiu que Nightingale estabelecesse
uma escola de enfermagem em Londres em 1860, e mais escolas que seguiam seus princípios foram
estabelecidas em todo o Reino Unido.[42] Nightingale também foi uma pioneira na saúde pública, bem
como estatística.
James Barry se tornou a primeira mulher britânica a obter uma qualificação médica em 1812, fazendo-se
passar por homem. Em 1865, Elizabeth Garrett Anderson foi a primeira mulher britânica a se qualificar em
medicina sem precisar esconder sua identidade. Com Sophia Jex-Blake, a americana Elizabeth Blackwell e
outras, Garret Anderson fundou a primeira escola de medicina do Reino Unido a formar mulheres, a
London School of Medicine for Women, em 1874 .
Annie Scott Dill Maunder foi pioneira em fotografia astronômica, especialmente de manchas solares.
Graduada em Matemática pelo Girton College, de Cambridge, ela foi contratada (em 1890) primeiramente
como assistente de Edward Walter Maunder, descobridor do Maunder Minimum, chefe do departamento
solar do Observatório de Greenwich. Eles trabalharam juntos na observação de manchas solares e no
aprimoramento das técnicas de fotografia solar. Eles se casaram em 1895. As habilidades matemáticas de
Annie tornaram possível analisar os anos de dados de manchas solares que Maunder havia coletado em
Greenwich. Ela também projetou uma pequena câmera portátil grande-angular com uma lente de 1,5
polegadas de diâmetro (38 mm). Em 1898, os Maunders viajaram à Índia, onde Annie tirou as primeiras
fotografias da coroa solar durante um eclipse solar. Ao analisar os registros de Cambridge tanto para as
manchas solares como para a tempestade geomagnética, eles foram capazes de mostrar que regiões
específicas da superfície solar eram a fonte de tempestades geomagnéticas e que o Sol não irradiava energia
uniformemente para o espaço, como William Thomson, 1º barão Kelvin havia declarado.[43]
Um exemplo, Elizabeth Blackwell, tornou-se a primeira médica certificada nos Estados Unidos quando se
formou na Faculdade de Medicina de Genebra em 1849.[45] Junto com sua irmã, Emily Blackwell, e Marie
Zakrzewska, Blackwell fundou a Enfermaria de Nova York para Mulheres e Crianças em 1857 e a primeira
faculdade de medicina feminina em 1868, proporcionando treinamento e experiência clínica para mulheres
médicas. Ela também publicou vários livros sobre educação médica para mulheres.
Em 1876, Elizabeth Bragg se tornou a primeira mulher a se formar com um diploma de engenharia civil nos
Estados Unidos, pela Universidade da Califórnia, Berkeley.[46]
Início do século XX
Alice Perry é tida como a primeira mulher a se graduar com um diploma em engenharia civil no então
Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, em 1906, pelo Universidade Nacional da Irlanda, Galway na
Irlanda.[47]
Lise Meitner desempenhou um papel importante na descoberta da fissão nuclear. Como chefe da seção de
física no Instituto Kaiser Wilhelm em Berlim, ela colaborou de perto com o chefe de química Otto Hahn em
física atômica até ser forçada a fugir de Berlim em 1938. Em 1939, em colaboração com seu sobrinho Otto
Frisch, Meitner derivou a explicação teórica para um experimento realizado por Hahn e Fritz Strassman em
Berlim, demonstrando assim a ocorrência de fissão nuclear. A possibilidade de que o bombardeio de urânio
de Fermi com nêutrons em 1934 tivesse produzido fissão ao dividir o núcleo em elementos mais leves havia
sido levantada pela primeira vez em 1934 pela química Ida Noddack (co-descoberta do elemento rênio).
Mas, essa sugestão tinha sido ignorada na época, já que nenhum grupo fez esforço para encontrar qualquer
um desses produtos de fissão radioativa leve.
Maria Montessori foi a primeira mulher a qualificar-se como médica na Itália.[48] Ela desenvolveu um
interesse pelas doenças infantis e acreditou na necessidade de educar aqueles reconhecidos como
ineducáveis. Acerca do último, defendeu a formação de professores ao longo da linha Froebeliana e
desenvolveu o princípio da Educação Montessori, ou seja, primeiro a educação dos sentidos e depois a
educação do intelecto. Montessori introduziu um programa de ensino que permitia crianças com deficiência
a ler e escrever. Ela procurou ensinar habilidades não pela repetição, mas através de atividades de
preparação.[49]
Emmy Noether revolucionou a álgebra abstrata, preencheu lacunas na relatividade, e foi responsável por
um teorema crítico a respeito de quantidades conservadas na física. O programa de Erlangen tentou
identificar invariantes sob um grupo de transformações. Em 16 de julho de 1918, diante de uma
organização científica em Göttingen, Felix Klein leu um artigo escrito por Emmy Noether, porque não lhe
foi permitido apresentar o artigo. Particularmente, no que se refere em física como o teorema de Noether,
esse artigo identificou as condições sob as quais o então grupo de Poincaré (atual teoria de gauge) define
para a relatividade geral as Leis de Conservação da Física.[50] Os artigos de Noether tornavam precisas as
exigências das leis de conservação. Entre os matemáticos, Noether é mais conhecida por suas contribuições
fundamentais para a álgebra abstrata, em que o adjetivo noetherian é hoje em dia comumente usado em
muitos tipos de objetos.
Mary Cartwright foi uma matemática britânica, sendo a primeira a analisar um sistema dinâmico com caos.
[carece de fontes?] Inge Lehmann,
uma sismóloga dinamarquesa, sugeriu pela primeira vez em 1936 que
dentro do núcleo fundido da Terra poderia ter um núcleo interno sólido.[51] Mulheres como Margaret
Fountaine continuaram a contribuir com observações e ilustrações detalhadas em botânica, entomologia e
campos relacionados. Joan Beauchamp Procter, uma notável herpetóloga, foi a primeira mulher Curadora
de Répteis da Sociedade Zoológica de Londres no Zoológico de Londres.
Em 1892, Ellen Swallow Richards clamou pelo "batismo de uma nova ciência" - "oekology" (ecologia) em
uma conferência em Boston. Essa nova ciência incluía o estudo da "nutrição do consumidor" e educação
ambiental. Esse ramo interdisciplinar da ciência foi mais tarde especializado e se transformou no que é
atualmente conhecido como ecologia, enquanto que o foco "nutrição do consumidor" se separou e acabou
por ser renomeado como economia doméstica,[54][55] o qual forneceu outro caminho para as mulheres
enveredarem na ciência. Richards ajudou a formar a American Home Economics Association, que publicou
um periódico, o Journal of Home Economics, e organizou conferências. Departamentos de economia
doméstica foram formados em muitas faculdades, especialmente em instituições de concessão de terras. Em
seu trabalho no MIT, Ellen Richards também introduziu o primeiro curso de biologia em sua história, bem
como a área da engenharia sanitária.
Havia muitas oportunidades para mulheres nas áreas de botânica e embriologia. Na psicologia, houve um
grande número de mulheres doutoras, mas as mesmas eram encorajadas a se especializarem em psicologia
educacional e psicologia infantil e a aceitar empregos em clínicas, hospitais e agências de assistência social.
Annie Jump Cannon percebeu pela primeira vez que era a temperatura de uma estrela a principal
característica distintiva entre diferentes espectros. Isso levou à reordenação dos tipos ABC pela temperatura
em vez da absorção de hidrogênio. Devido ao trabalho de Cannon, a maioria das classes de estrelas então
existentes foram descartadas como redundantes. Posteriormente, à astronomia restaram as sete classes
primárias reconhecidas hoje, em ordem: O, B, A, F, G, K, M;[56] as quais foram estendidas desde então.
Henrietta Swan Leavitt publicou pela primeira vez seu estudo sobre estrelas variáveis em 1908. Essa
descoberta ficou conhecida como "relação período-luminosidade" das variáveis Cefeidas.[57] Nossa
imagem do universo foi mudada para sempre em grande parte por causa da descoberta de Leavitt. As
realizações de Edwin Hubble, renomado astrônomo americano, tornaram-se possíveis graças à pesquisa
inovadora de Leavitt e à Lei de Leavitt. "Se foi Henrietta Leavitt que forneceu a chave para determinar o
tamanho do cosmos, então foi Edwin Powell Hubble quem a inseriu na fechadura e forneceu as
observações que permitiram que ele fosse girada", escreveram David H. e Matthew D.H. Clark em seu
Livro Medindo o Cosmos.[58] Hubble declarou diversas vezes que Leavitt merecia o Prêmio Nobel para seu
trabalho.[59] Gösta Mittag-Leffler, da Academia Sueca de Ciências, havia dado entrada na papelada para
dar início à sua nomeação em 1924, mas descobriu que ela havia falecido de câncer três anos antes[60] (o
Prêmio Nobel não pode ser concedido postumamente).
Em 1925, a doutoranda em Harvard, Cecilia Payne-Gaposchkin demonstrou pela primeira vez, a partir de
evidências sobre os espectros de estrelas, que as estrelas eram constituídas quase exclusivamente dos
elementos hidrogênio e hélio, uma das teorias mais fundamentais da astrofísica estelar.[56][57]
A canadense Maud Menten trabalhou nos EUA e na Alemanha. Seu trabalho mais famoso foi sobre a
cinética enzimática, juntamente com Leonor Michaelis, com base em descobertas anteriores de Victor
Henri, o que resultou na Cinética de Michaelis-Menten. Menten também inventou a reação de acoplamento
azo-dye para a fosfatase alcalina, que ainda é usada na histoquímica. Ela caracterizou as toxinas bacterianas
de B. paratyphosus, Streptococcus scarlatina e Salmonella ssp., e conduziu a primeira separação
eletroforética de proteínas em 1944. Ela trabalhou com as propriedades da hemoglobina, regulação do nível
glicêmico e função renal.
A francesa Irène Joliot-Curie, filha de Marie Curie, ganhou o Prêmio Nobel de Química em 1935
juntamente com seu marido Frédéric Joliot pelo trabalho com isótopos radioativos envolvidos na fissão
nuclear.
Algumas mulheres de outras disciplinas pesquisaram formas de utilizar seus conhecimentos no esforço de
guerra. Em 1941, três nutricionistas, Lydia Roberts, Hazel Stiebeling e Helen S. Mitchell, desenvolveram a
Ingestão Diária Recomendada a fim de ajudar grupos militares e civis a fazer planos alimentares para
situações de grupo. As IDRs se mostraram necessárias, especialmente quando os alimentos começaram a ser
racionados. Rachel Carson trabalhou para o United States Fish and Wildlife Service, escrevendo brochuras
para incentivar os americanos a consumir uma maior variedade de peixes e frutos do mar. Ela também
contribuiu para o desenvolvimento de técnicas e equipamentos para a detecção de submarinos.
Na psicologia, houve a formação do Conselho Nacional de Mulheres Psicólogas, que organizou projetos
relacionados ao esforço de guerra. Esse Conselho elegeu Florence Laura Goodenough como presidente.
Nas ciências sociais, várias mulheres contribuíram para o Japanese Evacuation and Resettlement Study,
com sede na Universidade da Califórnia. Esse estudo foi conduzido pela socióloga Dorothy Swaine
Thomas, que dirigiu o projeto e sintetizou informações de seus informantes, a maioria estudantes de pós-
graduação em antropologia, como Tamie Tsuchiyama, a única mulher japonesa-americana que contribuiu
para o estudo, e Rosalie Hankey Wax.
Na Marinha dos Estados Unidos, muitas cientistas lideraram uma ampla gama de pesquisas. Mary Sears,
oceanógrafa e planctóloga, foi chefe da Unidade Oceanográfica do Escritório Hidrográfico, onde
desenvolveu técnicas oceanográficas militares. Florence van Straten, química, trabalhou como engenheira
aerológica. Ela estudou os efeitos do clima no combate militar. Grace Hopper, matemática, foi um dos
primeiros programadores do computador Mark I em Harvard. Mina Spiegel Rees, também matemática, foi a
assessora técnica principal do Painel de Matemática Aplicada do Comitê de Pesquisa da Defesa Nacional.
Gerty Cori foi a bioquímica que descobriu o mecanismo pelo qual o glicogênio, um derivado da glicose, é
transformado nos músculos para formar ácido láctico, e é posteriormente reformado como uma forma de
armazenar energia. Por essa descoberta, ela e seus colaboradores receberam o Prêmio Nobel em 1947,
tornando-a a terceira mulher e a primeira mulher americana a ganhar um Prêmio Nobel de Ciência. Ela foi a
primeira mulher a receber o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina. Cori está entre os vários cientistas
cujas obras são comemoradas por um selo postal dos EUA.[61]
Final do século XX
Segundo observado por Nina Byers, antes de 1976 eram raros os casos em que as contribuições
fundamentais de mulheres à física eram reconhecidas. As mulheres trabalhavam sem remuneração ou em
posições que não tinham o status que mereciam. Esse desequilíbrio tem sido gradualmente corrigido.
[carece de fontes?]
No início dos anos 80, Margaret Rossiter apresentou dois conceitos que ajudavam a entender o porquê da
pequena presença feminina na ciência, bem como as desvantagens que as mulheres continuaram a sofrer ao
longo dos tempos. Ela cunhou os termos "segregação hierárquica" e "segregação territorial". O primeiro diz
que quanto mais se sobe ao topo da cadeia de comando em um campo de conhecimento, menor a presença
de mulheres. O último, por sua vez, descreve o fenômeno em que as mulheres "se agrupam em disciplinas
científicas".[62]:33–34
O livro Athena Unbound fornece uma análise do curso da vida (com base em entrevistas e pesquisas) de
mulheres cientistas, desde seus interesses na primeira infância, passando pela universidade e pós-graduação,
até o ambiente de trabalho acadêmico. A tese do livro é a de que, apesar dos recentes avanços, as mulheres
ainda enfrentam uma série de obstáculos relacionados ao gênero para conseguirem entrar e serem bem-
sucedidas em carreiras científicas.[63]
Com o intuito de reconhecer trabalhos promissores de grandes mulheres cientistas, foram criados em 1998
os Prêmios L'Oréal-UNESCO para Mulheres Cientistas, os quais são concedidos todos anos, de forma
alternada, a representantes das ciências de materiais e ciências da vida. Um prêmio é dado para cada região
geográfica: África e Oriente Médio, Ásia-Pacífico, Europa, América Latina e Caribe, América do Norte.
Até 2017, esses prêmios haviam sido concedidos a quase 100 laureadas de 30 países diferentes. Duas
laureadas também receberam o Prêmio Nobel, Ada Yonath (2008) e Elizabeth Blackburn (2009). Além
disso, anualmente, quinze jovens pesquisadoras promissoras também são premiadas com uma bolsa do
programa.
América Latina
Maria Nieves Garcia-Casal, nutricionista, é a primeira mulher latinoamericana a liderar a
Sociedade Latinoamericana de Nutrição.
Ver também
Mulher na história
Mulheres na filosofia
Efeito Matilda
Seminário acadêmico sobre
mulheres nas ciências, realizado no
Brasil, na Universidade Federal de
Santa Catarina.
Referências
1. Whaley, Leigh Ann. Women's History as Scientists. Santa Barbara, California: ABC-CLIO,
INC. 2003.
2. «Nobel Prize awarded women» (https://www.nobelprize.org/prizes/lists/nobel-prize-awarded-
women). NobelPrize.org (em inglês). Consultado em 21 de novembro de 2019
3. «Nobel Prize facts» (https://www.nobelprize.org/prizes/facts/nobel-prize-facts).
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5. «Time ordered list» (http://www.astr.ua.edu/4000WS/timelist.shtml)
6. Rayner-Canham, Marelene. Women in Chemistry: Their Changing Roles from Alchemical
Times to the Mid-Twentieth Century. Washington, DC: American Chemical Society; Chemical
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