Introdução À Estática Dos Fluidos
Introdução À Estática Dos Fluidos
Introdução À Estática Dos Fluidos
Conceitos fundamentais de Fenômenos de Transporte (FENTRAN), propriedades dos fluidos, unidades mais comuns, análise
dimensional e estática dos fluidos.
PROPÓSITO
Compreender os Fenômenos de Transporte, a metodologia da análise dimensional e semelhança – bastante utilizada em
diversas disciplinas de Engenharia – e a estática dos fluidos – fundamental para o projeto de diversas estruturas, como
reservatórios, comportas e barragens.
PREPARAÇÃO
Calculadora científica, papel e caneta para a resolução dos exercícios.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 3
MÓDULO 1
A intenção é justamente essa, pois FENTRAN (simplificação frequentemente adotada) trata do transporte de grandezas que têm
naturezas físicas muito diferentes, mas mantêm entre si um aspecto em comum: o mecanismo. Em outras palavras, são os
fenômenos que, apesar de parecerem não ter nenhuma correlação, podem ser explicados pelos mesmos princípios e tratados
por equações análogas.
QUANTIDADE DE MOVIMENTO
No escoamento de fluidos, pode ocorrer “atrito” (tensão cisalhante) entre partículas. Por meio dessa força, é transferida a
quantidade de movimento (produto entre velocidade e massa).
Da mecânica clássica:
Q=m∙v
CALOR
Conforme você provavelmente aprendeu no ensino médio, calor é a transferência de energia térmica que pode ocorrer por
condução, convecção e radiação. Em FENTRAN, aprofundaremos mais esse conhecimento.
MASSA
Quando uma substância é liberada em um meio fluido (como, por exemplo, gás metano na atmosfera e lançamento de
efluentes em um rio), há a tendência de ela se espalhar, seja pelo movimento do meio (como, por exemplo, o vento na
atmosfera ou a corrente do rio), seja pela agitação microscópica (como, por exemplo, a molecular).
EFLUENTES
Todos esses casos envolvem fluidos, ou seja, líquidos e gases. Assim, o conhecimento sobre eles é fundamental, desde seu
comportamento mecânico até suas propriedades físicas.
RESUMINDO
FENTRAN trata do transporte de quantidade de movimento, calor e massa. E isso constitui um tema muito vasto. Portanto,
separamos aqui apenas os tópicos que são mais relevantes e necessários para a formação básica de um engenheiro, mas
indicaremos fontes de informações adicionais, caso você tenha interesse por mais detalhes.
A seguir, apresentaremos diversas aplicações de FENTRAN, principalmente na Engenharia, enfatizando os tipos de transporte
envolvidos.
METEOROLOGIA E OCEANOGRAFIA
Nesses dois campos de estudo, são abordados tanto o movimento de fluidos (vento no ar da atmosfera e corrente e onda nos
mares) quanto a transferência de calor.
Foto: Shutterstock.com
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AERODINÂMICA
Há mais de um século, a aerodinâmica tem sido objeto de estudo, principalmente na aeronáutica. Mas, há pouco tempo, os
mesmos conceitos são utilizados no projeto de drones.
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Aerodinâmica
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Aerodinâmica
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Jet ski (moto aquática) e flyboard
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LAZER
Talvez você não saiba, mas FENTRAN vai continuar acompanhando você mesmo após as atividades comentadas
anteriormente. Os princípios de transferência de calor estão presentes no churrasco que você prepara, na pizza que vai ao forno
e até no hambúrguer grelhado na chapa.
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Túnel de vento
Foto: Shutterstock.com
Túnel de vento
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Túnel de vento
ENGENHARIA NAVAL
Seja em pequenos barcos de pesca, grandes cargueiros, petroleiros e cruzeiros ou até submarinos: é necessário garantir a
flutuabilidade e o equilíbrio em todos os tipos de embarcações. Além disso, existe a força de arrasto, que impacta diretamente
na velocidade e na autonomia. Esses conceitos também são abordados em mecânica dos fluidos.
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Submarino e cargueiro
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Submarino e cargueiro
ESPORTES
Nos esportes, também tem FENTRAN! Os motivos pelos quais a bola faz curva em chutes mais fortes e os ciclistas se abaixam
para alcançar maiores velocidades são explicados por conceitos abordados em mecânica dos fluidos.
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Esportes
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Esportes
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Hidráulica e irrigação
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Hidráulica e irrigação
ÓLEO E GÁS
A indústria de óleo e gás é um ótimo exemplo para aplicação de FENTRAN, pois utiliza, praticamente, todos os tópicos
abordados.
Foto: Shutterstock.com
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REFRIGERAÇÃO
Geladeiras, freezers e sistemas de ar-condicionado funcionam com princípios abordados em transferência de calor.
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Refrigeração
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Refrigeração
DISPERSÃO DE POLUENTES
Há uma preocupação cada vez maior com o meio ambiente, o que inclui o impacto do lançamento de poluentes. A maneira
como substâncias se dispersam na atmosfera ou em corpos hídricos é avaliada com base em conhecimentos da transferência
de massa.
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Poluição
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Poluição
SUSTENTABILIDADE
Um dos termos mais valorizados na engenharia moderna é a sustentabilidade. Essa é a característica que os melhores projetos
devem buscar, seja no aproveitamento da radiação solar, seja no aproveitamento das baixas temperaturas submarinas.
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SÓLIDO X FLUIDO
Neste momento, já é possível ter uma boa noção do que é FENTRAN e perceber que fluido é o tipo de matéria de nosso
interesse. Por isso, é importante defini-lo.
O que você lembra sobre a diferença entre sólido e fluido aprendida no ensino médio?
SÓLIDO
LÍQUIDO
Adequam-se ao ambiente
Essas características, obviamente, continuam válidas no curso superior. Porém, na Engenharia, precisamos de mais detalhes
para representar a matéria do ponto de vista mecânico, ou seja, em termos de tensões e deformações.
δθ
, entrando em equilíbrio. Já o fluido não é capaz de resistir em equilíbrio. Então, o ângulo de distorção continua aumentando
pelo tempo que a tensão cisalhante for aplicada, ou seja, ele “escoa”, conforme demonstra a imagem a seguir:
Imagem: Gabriel de Carvalho Nascimento
Diferença entre sólido e fluido
δθ
dθ / dt
Isaac Newton (1643-1727) mostrou que, para fluidos mais comuns (como, por exemplo, água, óleos e ar), a tensão cisalhante é
proporcional à taxa de cisalhamento, ou seja:
DΘ
Τ=Μ (I)
DT
Em que
dθ / dt
) não é prático para se medir ou calcular em um escoamento. Por isso, vamos trocar por outro termo equivalente, conforme a
dedução a seguir.
Vamos recortar apenas uma porção retangular infinitesimal de um fluido que escoa, com dimensões
δx
δy
. Transcorrido um tempo
δt
, o retângulo (linha tracejada) passa a ser um losango (linha contínua), conforme mostra a figura seguinte:
δx 2 = δu δt
ΔU ΔT
TANΔΘ = (II)
ΔY
tanδθ ≅ senδθ ≅ δθ
. Portanto:
ΔU ΔT DΘ DU
ΔΘ = → = (III)
ΔY DT DY
Substituindo na equação
(i)
:
DU
Τ=Μ (IV)
DY
Essa equação representa a Lei da Viscosidade de Newton, válida para os fluidos então chamados de newtonianos.
SAIBA MAIS
Algumas substâncias possuem comportamento ambíguo, ou seja, dependendo da condição, classificam-se como sólidos ou
fluidos. Como exemplos, podemos citar o vidro, que escoa muito lentamente (leva centenas de anos para perceber), e o solo,
que, em desmoronamentos aéreos ou submarinos, pode se comportar como fluido.
Vamos avaliar o efeito desse distanciamento por meio da relação entre massa e volume ocupado, chamado de massa
específica:
M
Ρ= (V)
V
ATENÇÃO
Partindo de um volume pequeno, mas que já engloba uma molécula (esfera 1 da imagem a seguir), teremos uma massa
elevada, conforme o ponto 1 do gráfico a seguir:
Imagem: Gabriel de Carvalho Nascimento
Hipótese do contínuo
Aumentando o tamanho do volume, a massa específica diminui até o ponto 2 do gráfico, na iminência de incluir mais uma
molécula, quando a massa específica dá um salto (ponto 3). Esse processo se repete, mas os saltos diminuem gradativamente,
pois a quantidade de moléculas adicionadas no aumento do volume perde cada vez mais proporção em relação às já incluídas.
Portanto, a partir de determinado volume limite, comumente aceito como 10-12 cm³ para líquidos e gases nas condições
normais de temperatura e pressão (CNTPs), essa oscilação passa a ser desprezível, e o gráfico tem comportamento contínuo.
As dimensões tratadas na Engenharia são, praticamente, sempre muito superiores a esse volume limite. Portanto, daqui em
diante, consideraremos o fluido como uma matéria contínua.
Assim temos:
HIPÓTESE
As dimensões mínimas estudadas na Engenharia envolvem um número muito grande de moléculas, o que possibilita considerar
o fluido como um meio contínuo, sem distinção entre moléculas e vazios.
CONSEQUÊNCIA
Em qualquer ponto no espaço, haverá uma partícula fluida que possui todas as grandezas inerentes a um fluido, como massa (
δm
→
V
) e temperatura (
δm
). A massa específica, por exemplo, será calculada por: ρ = .
δV
Tabela: Tratamento dos fluidos na Engenharia.
Elaborado por: Gabriel de Carvalho Nascimento
Antes de começar a desenvolver equações, é necessário decidir qual abordagem será adotada – aquela que segue a matéria
(lagrangiana) ou aquela que se mantém fixa ao espaço (euleriana), conforme mostra a imagem a seguir:
EULERIANA
Lê-se: “óileriana”.
Essa decisão se resume ao que mediremos ou calcularemos em termos das grandezas físicas (ex.: velocidade, pressão e
temperatura), conforme a tabela a seguir:
Lagrangiana Euleriana
Onde as grandezas
físicas são Em determinadas partículas de interesse, Nas partículas que passam nas posições
medidas/calculadas? que são acompanhadas ao longo de sua de interesse (domínio de análise) ao
trajetória no tempo. longo do tempo.
Depende. Se estamos falando de sólidos, como na análise de estruturas (por exemplo, aço e concreto), os deslocamentos
fazem com que posições em que antes havia a matéria de interesse, em um momento posterior, passe a não haver nada
(apenas ar) ou outro tipo de material. Isso dificulta a aplicação da abordagem euleriana, que monitora as posições do espaço.
Em contrapartida, em se tratando de fluido, os deslocamentos são grandes. Normalmente, há entrada por um contorno e saída
pelo outro, o que dificulta o acompanhamento das partículas, feito pela abordagem lagrangiana.
DICA
De maneira geral, concluímos que, para sólidos, a abordagem lagrangiana é mais apropriada, enquanto, para fluidos, a
euleriana se adequa melhor.
Foto: Shutterstock.com
EXEMPLO
O velocímetro mede a velocidade do automóvel, ou seja, acompanha a “partícula” enquanto se move. Essa situação
corresponde à definição da abordagem lagrangiana.
E o radar?
Foto: Shutterstock.com
Os radares medem a velocidade dos veículos que passam em determinado local, ou seja, não acompanham a “partícula”.
Nesse caso, temos uma situação correspondente à abordagem euleriana.
PROPRIEDADES DOS FLUIDOS, GRANDEZAS FÍSICAS E
SUAS PRINCIPAIS UNIDADES
A seguir, serão apresentadas e comentadas as principais propriedades dos fluidos estudadas em FENTRAN.
MASSA ESPECÍFICA:
DM
Ρ=
DV
pode variar com a temperatura e a pressão. Por definição, fluidos incompressíveis não sofrem variação de volume para uma
mesma quantidade de massa. Portanto, nesse caso, a massa específica
é constante, o que pode ser considerado para os líquidos na maioria das situações e, em alguns casos, até mesmo para gases.
UNIDADES
kg/m³
lb/ft³
lb/in³
oz/gal
PESO ESPECÍFICO:
DP
Γ=
DV
Substituindo-se
P = mg
dm · g dm
, teremos γ = dV . Como ρ = dV :
Γ = ΡG
UNIDADES
N/m³ (S.I.)
kN/m³
DENSIDADE:
D
OU
) e a de referência (
ρ ref
). Portanto, é adimensional:
Ρ
D=
Ρ REF
Normalmente,
ρ ref
ρ á gua = 1.000kg / m³
SAIBA MAIS
Algumas vezes, encontramos o termo densidade referindo-se à massa específica. A maneira de se assegurar do que se trata é
observar a unidade que acompanha o valor. Densidade é traduzida para inglês por specific gravity (S.G.) ou relative density.
VISCOSIDADE (DINÂMICA):
Conforme já vimos, viscosidade é uma constante que aparece na Lei da Viscosidade de Newton, dada por:
DU
Τ=Μ
DY
Quanto maior a viscosidade, maior será a tensão cisalhante (viscosa) necessária para manter a mesma velocidade.
Imagine que, entre duas chapas metálicas, seja colocada uma camada fina de óleo. Ao deslizar as superfícies, uma tensão
cisalhante será gerada, e a força necessária para manter o movimento será
F = τA
Quanto mais viscoso for o óleo, maior será essa força. É por isso que, para óleos lubrificantes, desejamos os que possuem a
menor viscosidade. Por um lado, a viscosidade sofre pouca influência da pressão. Por outro, a temperatura, além de ter
influência significativa, causa efeito diferenciado em gases e líquidos:
GASES
+ temperatura
+ viscosidade
LÍQUIDOS
+ temperatura
- viscosidade
Esse comportamento diferenciado em líquidos tem um efeito benéfico em muitos equipamentos e motores, pois o aumento da
temperatura, que ocorre durante seu uso, causa diminuição da viscosidade do óleo lubrificante, redução da força resistente e,
consequentemente, da potência dissipada.
μ ρ
Fluido
(20°C e 1atm)
(Pa.s) (kg/m³)
UNIDADES
kg/m.s (S.I.)
Viscosidade cinemática:
μ
ν=
ρ
UNIDADES
m²/s (S.I.)
PRESSÃO:
Embora a pressão não seja uma propriedade do fluido, e sim uma condição, seu conceito e a quantidade de unidades adotadas
na Engenharia fazem valer mencioná-la aqui.
Antes de falar de pressão, vamos relembrar de uma grandeza física parecida: a tensão normal (
σ
), que representa a força aplicada por unidade de área (
→
σ = dF / dA
). Trata-se de uma grandeza vetorial, pois tem direção e sentido, além da intensidade (módulo).
Em uma partícula, que podemos representar como um prisma infinitesimal, pode haver uma tensão normal com valor diferente
para cada face, conforme mostra a imagem a seguir:
DF
P=
DA
Ela constitui, então, uma grandeza escalar, ou seja, tem apenas um valor para cada partícula. A pressão também pode ser
calculada pela média das tensões normais nas três direções (
):
ΣX + ΣY + ΣZ
P=
3
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Outro detalhe importante é que a tensão normal tem referencial de tração, ou seja, é positiva quando a superfície está sendo
“puxada”. Para a pressão, é o contrário: Um valor positivo significa compressão. Como fluidos não resistem à tração (eles se
separam se tracionados), a pressão passa a ser uma grandeza mais adequada para avaliar a condição dos fluidos, pois estão
sempre comprimidos.
UNIDADES
N/m²
1 N/m² = 1 Pa (Pascal)
kgf/cm²
bar
atm
mmHg
1 mmHg = 133,32 Pa
SAIBA MAIS
Muitos engenheiros dizem, simplificadamente, “quilos” para se referir a kgf/cm². Portanto, se você ouvir que a pressão de projeto
deve ser de “8 quilos”, não pense em uma balança, pois o valor é 8 kgf/cm².
Os manômetros são instrumentos que medem a pressão e indicam a diferença entre a pressão (absoluta) (
p amb
pm
), calculada por:
P M = P − P AMB
p amb = p atm
SAIBA MAIS
A letra “g”, colocada após a unidade da pressão, refere-se a gauge, o que significa pressão manométrica, assim como a letra “a”
remete à pressão absoluta. Por exemplo, se você ler em um relatório de inspeção que a pressão medida foi de 5,2 kgf/cm²g,
significa que essa é a pressão manométrica.
TEORIA NA PRÁTICA
RESOLUÇÃO
B) Os fenômenos decorrentes do transporte de partículas sólidas, como o carregamento de grãos e areia em vagões e
caminhões.
A) Água
B) Ar
C) Aço
D) Vidro
E) Espuma
D) Manômetro
E) Detector de fumaça
QUAL DAS UNIDADES A SEGUIR PODE SER UTILIZADA PARA VISCOSIDADE?
A) kg/m
B) Pa
C) m.kg/s
D) Pa.s
E) m/s²
A) Água congelada
B) Ar a 60°C
C) Água a 20°C
D) Ar a 0°C
E) Água a 90°C
UM FLUIDO OCUPA UM VOLUME DE 1,5M³, E SUA MASSA É 3.000KG. DETERMINE SUA MASSA
ESPECÍFICA:
A) 1.000 kg/m³
B) 1
C) 2.000 kg/m³
D) 500 kg/m³
E) 2
GABARITO
A disciplina FENTRAN se refere ao transporte decorrente do movimento de fluidos (transporte de quantidade de movimento), da
transferência de energia térmica (transporte de calor) e de massa.
O vidro tem um comportamento peculiar, pois escoa muito lentamente, levando muitos anos para que se observe a evolução da
deformação decorrente da tensão cisalhante aplicada. Portanto, analisando-os em um curto prazo, os vidros são classificados
como sólidos, mas, a longo prazo, têm um comportamento de fluido.
Na representação lagrangiana, o referencial de coordenadas acompanha a matéria (fluido), enquanto, na euleriana, permanece
fixo no espaço. Assim, a única alternativa que se enquadra na definição lagrangiana é a “sonda lançada em uma adutora”, que
será levada junto com o fluido, realizando as medições (como, por exemplo, temperatura e pressão) das partículas próximas
que a acompanham.
Primeiramente, devemos excluir a água congelada (gelo), pois não se trata de um fluido, mas sim de um sólido. Entre os
restantes, temos água e ar. A viscosidade de gases é muito inferior à viscosidade de líquidos devido à maior distância e,
consequentemente, à interação entre moléculas. Resta decidir entre ar a 0°C e 60°C.
Em líquidos, o aumento da temperatura causa diminuição da viscosidade, enquanto, em gases, o efeito é o contrário. Portanto,
um gás (nesse caso, ar) com maior temperatura terá maior viscosidade.
Um fluido ocupa um volume de 1,5m³, e sua massa é 3.000kg. Determine sua massa específica:
M 3000
Ρ= = = 2000 KG / M³
V 1,5
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
EM UMA ATIVIDADE DE LABORATÓRIO, SEU GRUPO VERIFICOU COM UMA BALANÇA DE
PRECISÃO QUE A QUANTIDADE DE GASOLINA QUE PREENCHEU UM RECIPIENTE DE 25ML
PESAVA 17G. QUAL É A MASSA ESPECÍFICA DESSA AMOSTRA DE GASOLINA, NO S.I.?
A) 0,680 kg/m³
B) 0,340 g/mL
C) 340 kg/m³
D) 0,680 g/mL
E) 680 kg/m³
DC
E DE VOLUME
V = 1, 0 LITRO
DL
. QUAL A RAZÃO
DC / DL
A) 1/6
B) 1/3
C) 1
D) 2/3
E) 3/2
GABARITO
Em uma atividade de laboratório, seu grupo verificou com uma balança de precisão que a quantidade de gasolina que
preencheu um recipiente de 25mL pesava 17g. Qual é a massa específica dessa amostra de gasolina, no S.I.?
M = 0, 017 ⋅ 10 − 3 KG = 0, 017 KG
O volume medido é V = 25 mL = 25 · 10 - 3 L:
V = 25 · 10 - 3 DM 3 = 25 · 10 - 3 · 10 - 1 ( ) 3
M 3 = 25 · 10 - 6 M 3
Então:
0, 017
Ρ= = 680 KG / M 3
25 ⋅ 10 − 6
dC
e de volume
V = 1, 0 litro
possui um peso que é o triplo do “peso aparente” quando completamente mergulhado em um líquido de densidade
dL
. Qual a razão
dC / dL
MC P/G P
ΡC = = =
V 1 G
d C = ρ C / ρ á gua → ρ C = d Cρ á gua
P
D CΡ Á GUA = → P = D CΡ Á GUAG (I)
G
O peso aparente (
P′
) será o peso medido pelo dinamômetro quando o corpo está mergulhado, ou seja, o peso real (
) descontado do empuxo (
):
P = 3P′
. Então:
P 2
= P - D LΡ ÁGUAGV → P = D LΡ ÁGUAGV
3 3
→ P=
3
2
D LΡ ÁGUAG
()II
3 DC 3
D CΡ Á GUAG = D LΡ Á GUAG → =
2 DL 2
MÓDULO 2
A análise do escoamento, da transferência de calor e de massa pode envolver cálculos complexos, normalmente com equações
diferenciais parciais que não têm solução analítica para condições reais.
Já os grupos adimensionais podem nos dizer muito sobre o fenômeno estudado, de maneira muito prática e simples, e até
ajudar na solução de problemas. Eles são formados pela combinação de grandezas dimensionais, de modo que o resultado não
tenha unidade.
NÚMERO DE REYNOLDS (
RE
)
É o adimensional mais conhecido de FENTRAN, relevante em quase todos os tópicos dessa disciplina. O número de Reynolds
(Re) é definido como a razão entre forças de inércia e forças viscosas e calculado por:
ΡVL
RE =
Μ
Em que:
𝜌
= massa específica
= velocidade do escoamento
= viscosidade dinâmica
ρVL
, representa a tendência que o fluido tem de manter sua velocidade, enquanto a força viscosa, proporcional a
, representa o que procura resistir ao escoamento. Portanto, quanto menor o denominador (viscosidade), maior é o valor de
Re
e menos “controlado” é o escoamento. Esse é o caso dos escoamentos turbulentos, ao contrário dos laminares.
Re
Depende do tipo de escoamento ao qual estamos nos referindo. O escoamento no interior de tubulações é um dos fenômenos
de maior interesse na Engenharia. O número de Reynolds auxilia na escolha e no cálculo das equações utilizadas para prever a
perda de pressão que o fluido sofre ao longo do duto.
tabela a seguir apresenta a classificação desse tipo de escoamento de acordo com o número de Reynolds:
Re Classificação Imagem
Re
Laminar
< 2300
Imagem: Gabriel de Carvalho Nascimento
2300 <
Re Transição
4000 <
Turbulento
Re
Quando um fluido atravessa, transversalmente, um sólido (como, por exemplo, a corrente oceânica em um duto submarino),
pode ocorrer o desprendimento de vórtices (recirculações do escoamento), que, por sua vez, tendem a ocasionar a vibração do
corpo. O número de Reynolds nos permite verificar se há susceptibilidade de desprendimento de vórtices, além do cálculo da
força de arrasto.
A tabela a seguir apresenta a classificação desse tipo de escoamento de acordo com o número de Reynolds:
Re Classificação Imagem
Re
Esteira laminar e permanente
< 40
Imagem: Gabriel de Carvalho Nascimento
40 <
< 150
Imagem: Gabriel de Carvalho Nascimento
150 <
Re Transição
< 300
300 <
Esteira turbulenta
Re
NÚMERO DE EULER (
EU
)
Quando um fluido incide, perpendicularmente, uma superfície sólida, a velocidade
Δp
) pela relação
1
Δp = ρV 2
2
. Em outros termos, esse é o máximo incremento de pressão que pode ocorrer em um escoamento, desconsiderando a
gravidade.
O número de Euler (
Eu
) representa a razão entre o incremento de pressão, até determinado ponto, e o máximo valor que ele pode ter, ou seja:
ΔP
EU =
1
ΡV 2
2
Em que:
Δp = p − p 0
= diferença entre a pressão local e a pressão na corrente livre (afastado da superfície sólida)
= massa específica
= velocidade do escoamento
NÚMERO DE FROUDE (
FR
)
O número de Froude (
Fr
) é definido pela razão entre forças de inércia e gravitacionais, sendo calculado por:
V
FR =
√GL
Em que:
= velocidade do escoamento
= gravidade
O valor de
Fr
tem relevância em escoamentos em que a gravidade exerce influência significativa, como em rios, em ondas e ao redor de
navios.
O número de Froude é utilizado para classificar o escoamento em canais, conforme a tabela a seguir:
Fr Classificação
=1 Crítico
Essa classificação é importante para prever diversos aspectos do comportamento do escoamento. Na transição de um
escoamento torrencial (
Fr > 1
) para fluvial (
Fr < 1
), ocorre um fenômeno chamado ressalto hidráulico, conforme ilustra a imagem a seguir:
NÚMERO DE WEBER (
WE
)
O número de Weber (
We
) é definido pela razão entre forças de inércia e de tensão superficial, sendo calculado por:
ΡV 2L
WE =
Γ
Em que:
= massa específica
= velocidade do escoamento
= dimensão característica
= tensão superficial
O valor de
We
indica se a tensão superficial tem influência significativa no escoamento e é relevante quando é da ordem de grandeza de 1
(100) ou menos.
), a tensão superficial passa a exercer uma influência que não há no tamanho original. Consequentemente, o modelo não
representará, de forma adequada, o protótipo.
NÚMERO DE MACH (
MA
)
É definido pela razão entre forças de inércia e de compressibilidade. Conforme vimos em adimensionais anteriores, sabemos
que a inércia é proporcional à velocidade
), que nada mais é do que uma onda de pressão que propaga por compressão de dilatação do fluido. Portanto, o número de
Mach é equivalente à razão entre
:
V
MA =
C
Ma
Ma Classificação
=1 Barreira do som
Escoamentos supersônicos, como em aviões a jato, apresentam uma complexidade maior para sua análise, pois os efeitos de
compressibilidade devem ser considerados nos cálculos. A imagem a seguir ilustra esses tipos de escoamentos:
CD
CL
)
É definido pela razão entre forças de arrasto ou sustentação (
FD
ou
FL
FD / L
CD / L =
1
ΡV 2A
2
Em que:
FD
FL
= massa específica
= velocidade do escoamento
= área de referência
Os coeficientes de arrasto e sustentação são muito úteis, por exemplo, quando há dados na literatura para seus valores sob
determinada condição, como escoamento ao redor de uma esfera. Nesse caso, basta explicitar a força das equações e calcular.
A área a ser considerada como referência varia com as características do problema. Quando o arrasto causado pela força de
pressão é mais significativo, utiliza-se a área de projeção frontal. Se a força de “atrito” (cisalhante) é preponderante, adota-se a
área que inclua a superfície ao longo da qual a tensão é aplicada, como a área planiforme (vista superior) da asa de avião. A
imagem a seguir apresenta essas áreas de referência:
Imagem: Gabriel de Carvalho Nascimento
Área frontal para cálculo do arrasto
ANÁLISE DIMENSIONAL
Imagine que você quer desenvolver um gráfico ou ábaco que forneça a força de arrasto (
FD
) em um corpo com determinada geometria, como, por exemplo, um novo equipamento que deve ser anexado ao casco de um
submarino. Devido à complexidade do fenômeno (escoamento turbulento), é provável que utilize um modelo físico reduzido:
Uma reprodução simplificada do problema em laboratório.
ÁBACO
Primeiramente, devemos avaliar as grandezas dimensionais que influenciarão no resultado. Devemos considerar a velocidade
do escoamento (
L
). Desejamos, então, obter a grandeza de interesse a partir das demais:
F D = F D(L, V, Ρ, Μ)
Se você deseja que seu gráfico tenha uma boa abrangência de possibilidades, é razoável assumirmos 10 valores diferentes
para cada parâmetro de entrada (
Para contornar isso, existe um método que reduz a quantidade de variáveis e, consequentemente, de testes necessários,
conforme veremos a seguir.
TEOREMA PI DE BUCKINGHAM
Seja um fenômeno que envolve
variáveis dimensionais (
ui
), em que:
(
G U 1, U 2, …, U N = 0 )
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
) a um número menor (
πi
:
(
G Π 1, Π 2, …, Π K = 0 )
K = N − R
Em que
), massa (
), tempo (
) e temperatura (
ui
).
ui
Expressar cada uma delas em função das dimensões básicas. A velocidade, por exemplo, é definida como comprimento pelo
tempo (
L/T
).
Determinar o número
de termos
Πs
necessários:
k=n−r
Obter os
Πs
, escolhendo como
Π1
(
Π 1 = f Π 2, …, Π k )
.
Agora, vamos voltar ao problema exemplificado da força de arrasto, seguindo esses passos. Já fizemos a listagem das
grandezas dimensionais (primeiro passo), contabilizando
n=5
FD
,
).
FD ML / T 2
L L
V L/T
ρ M / L3
μ M / LT
k=5−3=2
.
O próximo passo consiste em formar os dois adimensionais (
Πs
Πs
Observamos, rapidamente, que os adimensionais mais oportunos são o coeficiente de arrasto e o número de Reynolds. Como
Π1
FD
. Então:
{
FD
Π1 = CD = 1
2
ΡVL 2
ΡVL
Π 2 = RE =
Μ
CD
, por
L2
(
Π 1 = f Π 2, …, Π k )
, ou seja:
( )
FD ΡVL
C D = F(RE) → =F
1 Μ
ΡVL 2
2
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Lembre-se de que, na formulação anterior, realizaríamos 1000 testes para variar 10 vezes cada parâmetro de entrada. Agora,
temos um parâmetro de entrada (
Re
Outra vantagem dessa metodologia é mostrar do que o resultado será dependente. No exemplo demonstrado, o coeficiente de
arrasto (
CD
Re
CD
versus
Re
, a partir dos resultados do experimento, para obter o que desejávamos desde o início: Um gráfico que pudesse ser utilizado
para obter
FD
em diversas condições.
Esse gráfico já existe na literatura para diversas geometrias como esfera, conforme mostra a imagem a seguir:
CD
Re
CD
FD
a partir de
CD
. São cálculos bastante simples para obter o resultado de um fenômeno complexo. Todavia, lembre-se de que isso só ajudará se
você tiver o gráfico.
ATENÇÃO
O Teorema Pi de Buckingham auxilia na obtenção de uma expressão que correlacione as variáveis, reduzindo a quantidade de
repetições necessárias, mas depende de dados experimentais.
TEORIA DA SEMELHANÇA
Muitas vezes, precisamos saber como se comportará um fenômeno, cujas dimensões ou características inviabilizam reproduzi-
lo em condições de projeto ou protótipo. Uma alternativa amplamente empregada na Engenharia é a utilização de modelos
físicos em laboratório, que podem ter não apenas a escala reduzida, mas também outras condições diferentes, como o fluido
utilizado (por exemplo, se o fluido de projeto é perigoso ou caro).
Mas, se medirmos a grandeza física de interesse no modelo, como saberemos qual seria o valor de protótipo
necessário para o desenvolvimento do projeto?
O emprego da semelhança amplifica a aplicabilidade dos resultados experimentais, com base nos seguintes passos:
PASSO 1
Aplique a análise dimensional para determinar os
Πs
, lembrando que
Π1
Πi
Π im
, ao modelo.
PASSO 3
Faça com que, a partir do segundo, os adimensionais do modelo sejam iguais ao do protótipo:
{
Π 2M = Π 2
Π 3M = Π 3
⋯
Π KM = Π K
Essa condição é obtida durante o planejamento do experimento, quando determinamos a dimensão, a velocidade, o fluido
etc.
PASSO 4
Se a condição anterior é garantida, a semelhança é dita completa e, consequentemente:
Π 1 = Π 1M
Lembrando que o
Π1
FD
). Isso significa que a medição feita no modelo pode ser utilizada para calcular o
Π 1m
Exemplo
Você está planejando medir a força de arrasto da água em uma peça do sonar a ser instalado na parte externa do submarino
nuclear brasileiro. O teste será feito em laboratório, em um canal de corrente que comporta um modelo reduzido na escala 1:2.
Considere que será utilizado o mesmo fluido (água do mar) e na mesma temperatura.
Qual deve ser a velocidade aplicada no tanque de corrente para que haja semelhança completa ao submarino navegando
a 12m/s?
Qual será a força de resistência (arrasto) adicionada ao submarino se a medida no modelo reduzido é 250N?
SOLUÇÃO
Π1 = CD
Π 2 = RE
Ρ MV ML M ΡVL
Π 2M = Π 2 → RE M = RE → =
ΜM Μ
) também serão:
V ML M = VL → VM = V
( ) L
LM
L / Lm = 2
, então:
V M = 12(2) = 24 M / S
Essa é a condição necessária para que haja a semelhança completa neste problema. De acordo com a Teoria da Semelhança,
teremos:
Π 1 = Π 1M → C D = C DM
Com a fórmula de
CD
e substituindo
por
L2
FD F DM
=
1 1 2 2
ΡV 2L 2 Ρ MV M LM
2 2
→
FD
V 2L 2
=
F DM
2 2
VM LM
→ F D = F DM
( )( )
V
VM
2 L
LM
2
Por fim:
F D = 250
( )
12
24
2
(2) 2 = 250 N
TEORIA NA PRÁTICA
).
Foto: Shutterstock.com
RESOLUÇÃO
A)
Eu = Δp / (0, 5ρV 2)
A)
B)
Fr = V / √gL
C)
Re = ρVL / μ
D)
We = ρV 2L / σ
E)
E)
B) 2
C) 3
D) 4
E) 5
A)
Eu = Δp / (0, 5ρV 2)
A)
B)
Fr = V / √gL
C)
Re = ρVL / μ
D)
We = ρV 2L / σ
E)
E)
A) 1
B) 2
C) 3
D) 4
E) 5
Δp V ρVD
, e
0, 5ρV 2 √gL μ
A)
B)
V Δp
e
√gL 0, 5ρV 2
B)
C)
Δp
0, 5ρV 2
C)
D)
Δp ρVD
2
e
0, 5ρV μ
D)
E)
ρVD
μ
E)
A) 10
B) 0,1
C) 2
D) 0,5
E) 1
GABARITO
Qual dos adimensionais a seguir corresponde a uma relação entre forças inerciais e forças viscosas?
ρVL
por
. O primeiro (
ρVL
) pode ser interpretado pelo produto entre “massa” e velocidade, o que remete à inércia, enquanto o segundo (
) é a viscosidade do fluido, diretamente relacionado à força viscosa. Portanto, nesse adimensional, há a divisão entre força
inercial e força viscosa.
k=n−r
, em que
é a quantidade de grandezas básicas (como, por exemplo, comprimento, tempo, massa e temperatura) necessárias para formar
todas as demais grandezas.
n=5
grandezas dimensionais, que podem ser formadas com
r=3
k=5−3=2
Qual dos adimensionais a seguir corresponde a uma relação entre força inercial e força gravitacional?
Ao analisarmos a alternativa B (número de Froude), observamos que é a divisão entre a velocidade, diretamente relacionada
com a inércia (quantidade de movimento), e a raiz da gravidade. Esse adimensional é relevante em problemas em que a
gravidade tem influência no comportamento do fluido, como escoamentos com superfície livre (como, por exemplo, rios).
Quantos adimensionais são necessários para avaliar a perda de pressão causada por uma válvula?
k=n−r
, em que
é a quantidade de grandezas básicas (como, por exemplo, comprimento, tempo, massa e temperatura) necessárias para formar
todas as demais grandezas. No problema em questão, são relevantes as seguintes variáveis dimensionais:
Perda de pressão (
Δp
);
ou
);
);
);
Viscosidade do fluido (
).
Portanto, temos
n=5
r=3
k=5−3=2
Para o problema da questão anterior (perda de carga em uma válvula), qual(is) é (são) o(s) adimensional(is)
necessário(s)?
Se o experimento for realizado em escala 1:10 com o mesmo fluido, na mesma pressão e temperatura, qual deve ser a
razão entre a velocidade do escoamento de modelo para o protótipo, considerando semelhança com o número de
Reynolds?
Para que haja semelhança completa, todos os adimensionais devem ter o mesmo valor no modelo e protótipo. Portanto,
baseando-se no número de Reynolds:
RE M = RE P
Ρ MV ML M Ρ PV PL P
→ =
ΜM ΜP
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
ρm = ρp
μm = μp
. Então:
VM LP 10
V ML M = V P L P → = = = 10
VP LM 1
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
ΔP L
O DIÂMETRO DO TUBO (
);
);
A MASSA ESPECÍFICA (
Ρ
);
A VISCOSIDADE DO FLUIDO (
);
).
A)
εVρ Δp ε ρVD
; 2
; ;
μ 0, 5ρV D μ
A)
B)
Δp ε ρVD
; ;
0, 5ρV 2 D μ
B)
C)
Δp ρVD
;
0, 5ρV 2 μ
C)
D)
V Δp ρVD
; ;
2 μ
√gD 0, 5ρV
D)
E)
Δp ε
2
;
0, 5ρV D
A) 120N
B) 30N
C) 2,4kN
D) 3,0N
E) 600N
GABARITO
Δp L
), causada pela tensão cisalhante com as paredes ao longo de um tubo, são necessários como dados de entrada:
O diâmetro do tubo (
);
);
A massa específica (
);
A viscosidade do fluido (
);
).
Qual das alternativas a seguir apresenta um conjunto mínimo de adimensionais suficiente para a análise dimensional?
A alternativa "B " está correta.
k=n−r
, em que
é a quantidade de grandezas básicas (como, por exemplo, comprimento, tempo, massa e temperatura) necessárias para formar
todas as demais grandezas.
n=6
Δp L
r=3
k=6−3=3
. Entre as alternativas apresentadas, a única que possui 3 adimensionais, todos formados apenas com as variáveis envolvidas
no problema, é a letra B.
A força de arrasto sobre um modelo de avião em escala 1:20 medida em laboratório foi de 1,5N para uma velocidade de
50m/s. Qual será a força sobre o protótipo a 100m/s, considerando que a pressão e a temperatura serão as mesmas?
FD
), o adimensional mais conhecido é:
FD
CD =
0, 5ΡV 2A
O adimensional com a variável de interesse deve ter o mesmo valor para modelo e protótipo. Portanto:
CD = CD
P M
FD FD
P M
=
0, 5Ρ PV P2 A P 2
0, 5Ρ MV M AM
ρp = ρm
):
FD FD
P M
=
V P2 A P 2
VM AM
( )( )
VP AP
2
→ FD = FD
P M VM AM
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Como a razão entre áreas é igual à razão entre o quadrado do comprimento de referência (
):
( )( )
VP LP
2 2
FD = FD
P M VM LM
→ F D = 1, 5
P ( )( )
100
50
2 20
1
2
= 2, 4 KN
MÓDULO 3
FLUIDO ESTÁTICO
Neste módulo, estudaremos o fluido quando ele se encontra imóvel (estático). Apesar de ser uma particularização expressiva,
pois quase sempre os fluidos têm algum movimento, ainda assim, há uma grande variedade de situações na Engenharia em
que essa simplificação é válida.
Ao calcular a pressão da água do mar em determinada profundidade, por exemplo, sabemos que há correnteza e ondas, mas
essa hidrodinâmica tem efeito desprezível nas profundidades em que, normalmente, queremos calcular a pressão. Portanto,
podemos considerar que a água do mar está parada. O mesmo ocorre em barragens, aquários e eclusas.
ECLUSAS
Pequeno canal em águas onde há grandes desníveis a fim de possibilitar a descida ou a subida de embarcações.
P M = P − P AMB
Equação 1
Em que:
p amb
p atm
), cujo valor varia ao longo da altitude, conforme a representação típica exemplificada no gráfico abaixo:
Imagem: Gabriel de Carvalho Nascimento
Pressão ao longo da atmosfera
De acordo com Porto (2006), para altitudes acima do nível do mar e até 2.000m, a pressão atmosférica pode ser estimada por:
P ATM = 10, 8 ⋅ 9, 38 −
( H
1000 ) (KPA)
Em que:
p atm
Exemplo
O manômetro instalado na “árvore de Natal” de um poço de produção de gás a 1.500m de profundidade mede 26,40barg de
pressão. Se a água do mar na região tem
SOLUÇÃO
A letra “g” ao final da unidade se refere a gauge, que significa pressão manométrica, e 1bar = 100kPa:
A pressão ambiente, por sua vez, é calculada pela coluna de água acima do ponto considerado:
Explicitando
da equação (1):
Agora, basta converter para kgf/cm². Conforme vimos no primeiro módulo, 1kgf/cm² = 98,1kPa, ou seja, 1kPa = 1/98,1kgf/cm².
Fazendo a conversão do resultado anterior:
17.730
P = 17.730 KPA = KGF / CM 2A = 181, 1KFG / CM 2A
98, 1
FORÇAS DE CAMPO
Atuam em toda a massa fluida sem que haja necessidade de contato, como, por exemplo, a força gravitacional;
FORÇAS DE CONTATO
Atuam por meio de determinada superfície e se subdividem em força proveniente da tensão normal (
) e cisalhante (viscosa) (
).
A tensão viscosa (“atrito”) pode ser obtida pela Lei da Viscosidade de Newton, que estudamos no módulo 1, definida por
τ = μ du / dy
. Quando um fluido está estático, não há velocidade. Consequentemente, o gradiente de velocidade é nulo (
du / dy
τ=0
p=σ
Uma partícula fluida pode ser representada por um elemento infinitesimal, conforme mostra a imagem a seguir:
Adotando
p(x)
p(x + dx)
. Para calcular a força, devemos multiplicar a pressão pela área. As faces perpendiculares a
x
têm área
dA x = dydz
será:
dx
DF P =
X [ P ( X ) - P ( X + DX )
DX ]
DXDYDZ = -
⏟
[ P(X+Δ) -P(X)
DX ] DV
DV
dx
significa
δx
DF P = - LIM
X [ ΔX → 0
P(X+Δ) -P(X)
ΔX ] DV
p(x)
. Então:
∂P
DF P = - DV
X ∂X
Analogamente:
{
∂P
DF P = - ∂X
DV
X
∂P
DF P = - ∂Y
DV
Y
∂P
DF P = - ∂Z
DV
Z
→ DF P
DF P = - ∇ P DV → = - ∇P
DV
Equação 2
→ →
DF G = DM G
A massa (
dm
→ DF G
→ →
DF G = Ρ DV G → DV
= ΡG
Equação 3
∑ DF = DF P + DF G =
→ → →
− ∇P + ΡG
→
∑ dF→ = 0
:
→
∇P = ΡG
Equação 4
contrário à gravidade. Assim, o vetor da equação (4) não terá componentes nas direções
DP
= ΡG Z
DZ
gz
será igual a
−g
DP
= − ΡG
DZ
Essa equação mostra que, na condição estática, a pressão varia apenas na direção vertical, ou seja, pontos em uma mesma
altura terão a mesma pressão. Integrando-se à expressão anterior:
P2 Z Z
→ DP = − ΡGDZ → ∫ P1P = − ∫ 2Ρ G DZ →
Z1
P 2 − P 1 = − ∫ 2Ρ G DZ
Z1
Z
P 2 = P 1 − ∫ 2Ρ G DZ
Z1
Lembrando que
ρg = γ
Z
P 2 = P 1 − ∫ 2Γ DZ
Z1
Equação 5
constantes), pois ocorre para maior parte dos problemas na Engenharia. Então:
Z
P 2 = P 1 − Γ∫ 2DZ
Z1
→ P2 = P1 − Γ Z2 − Z1 ( )
Equação 6
→ (
P 2 − P 1 = − Γ Z 2 − Z 1 → ΔP = − Γ ΔZ
⏟
)
ΡG
z2 < z1
) de uma altura
, então,
Δz = − h
ΔP = P 2 − P 1 = ΡGH
Equação 7
Conforme as considerações feitas no desenvolvimento, essa fórmula só se aplica para fluidos incompressíveis. Caso seu
problema envolva um fluido compressível, será necessário aplicar a equação 5.
TEOREMA DE STEVIN
O cálculo da pressão de um ponto que se encontra na profundidade h de um líquido (fluido incompressível) é um problema
muito comum, conforme mostra a imagem a seguir:
p 1 = p atm
p2 = p
P − P ATM = ΡGH
→ P = P ATM + ΡGH
Equação 8
Essa fórmula é conhecida como Teorema de Stevin. Se quisermos calcular a pressão manométrica
p m = p − p atm
, então:
P M = ΡGH
Equação 9
PRINCÍPIO DE PASCAL
Sejam dois pontos fixos no interior de um fluido incompressível, conforme mostra a imagem a seguir:
p1
para
p 1′
, por um motivo qualquer, como, por exemplo, a atuação de um compressor. Aplicando a equação 7 para as duas situações,
antes e depois da elevação da pressão:
ANTES
p 2 − p 1 = ρgh
DEPOIS
p 2′ − p 1′ = ρgh
Lembre-se de que
ρ = c te
′ ′
P 2 − P − (P 1 − P ) = 0
2 1
⏟ ⏟
ΔP 2 ΔP 1
→ ΔP 1 = ΔP 2
Equação 10
Essa equação nos diz que, em um fluido estático e incompressível, a elevação de pressão em um ponto será igual à elevação
em todos os demais pontos, o que é conhecido como Princípio de Pascal, ilustrado na imagem a seguir:
Exemplo
Uma prensa hidráulica manual é utilizada para romper corpos de prova (cp) de concreto com capacidade de até 15 toneladas.
Se a razão das áreas entre o êmbolo menor, em que é aplicada a força da haste, e o êmbolo maior, que aplica a carga dos cp, é
1/20, qual é a força requerida no êmbolo menor?
Foto: Shutterstock.com
SOLUÇÃO
Tendo em vista que o processo é realizado lentamente, podemos assumir condição estática. Consequentemente, é válido o
Princípio de Pascal:
Δp 1 = Δp 2
. Como
p = F/A
ΔF 1 ΔF 2 A2 1
= → ΔF 2 = ΔF 1 = 15 TON ⋅ = 0, 75 TON
A1 A2 A1 20
Além da compensação hidráulica, a haste funciona como um braço de alavanca, reduzindo ainda mais a força que o operador
deve realizar.
MÚLTIPLOS FLUIDOS
Há situações em que mais de um fluido entra em equilíbrio estático em camadas diferentes, genericamente representados na
imagem a seguir:
Imagem: Gabriel de Carvalho Nascimento
Cálculo da pressão ao longo de um percurso com múltiplos fluidos
pn
Δz k − 1 , k = z k − z k − 1
no
− hk
, pois
zk < zk − 1
− γ kh k
{
↓ + Γ KH K
N
→ PN = P0 + ∑ ± Γ KH K ↑ − Γ KH K
K=1
Γ K = Ρ KG
Equação 11
Exemplo
50cm de gasolina (
= 680 kg/m³);
10cm de etanol (
= 789 kg/m³);
20cm de água (
= 998 kg/m³).
SOLUÇÃO
Esse é um problema típico para se resolver com a equação (11), pois se trata de múltiplos fluidos. Como ponto 0 (partida),
definiremos a superfície, em que a pressão manométrica é nula (
p0 = 0
m
), e n-ésimo ponto o fundo do tanque. Como esse trajeto (superfície até o fundo) é apenas de descida, todas as parcelas serão
somadas:
P N = 0 + Γ 1H 1 + Γ 2H 2 + Γ 3H 3
Embora a ordem das parcelas não altere a soma, os fluidos se estabilizarão de acordo com sua massa específica, ficando os
mais densos em baixo. Como
γ = ρg
, então:
De acordo com o Teorema de Stevin, um dispositivo que medisse a quantidade de gasolina pela pressão no fundo do tanque
marcaria
p 6, 1 ⋅ 10 3
h= = = 0, 91m = 91cm
ρg 680 ⋅ 9, 8
F= ∫ SP DA
Considere que uma placa plana é submersa em um fluido, conforme mostra a imagem a seguir:
Imagem: Gabriel de Carvalho Nascimento
Placa plana submersa
De acordo com o Teorema de Stevin, a pressão variará linearmente do ponto mais alto até o mais baixo. Estamos interessados
em saber qual é a força (
→
F
) resultante dessa pressão, que é aplicada em determinado ponto da placa, chamado de Centro de Pressão (
CP
Posicionaremos a origem do sistema de coordenadas no Centro Geométrico (CG), também conhecido como Centroide da
Geometria. As coordenadas do centroide da superfície S são determinadas por:
{
∫ SX DA
X CG =
A
∫ SY DA
Y CG =
A
Equação 12
∫ SH DA
H CG =
A
Equação 13
x CG = 0
y CG = 0
) até a linha d’água pode ser medida ao longo da direção da placa, por
ξ = ξ(x, y)
h = h(x, y)
Começando pela definição da força de pressão e aplicando o Teorema de Stevin (equação 8):
F= ∫ SP DA = ∫ S(P ATM + ΓH) DA = ∫ SP ATM DA + ∫ SΓH DA
Como
p atm
constantes:
F = P ATMA + Γ∫ SH DA
Com base na equação 13, a segunda parcela da equação anterior pode ser substituída por
h CGA
p atm + γh CG = p CG
, então:
F = P CGA
Equação 14
Exemplo
= 1.025 kg/m³) faz em uma janela circular vertical de 40cm de diâmetro, cujo ponto mais alto está a 2,00m de profundidade e o
mais baixo, a 2,40m?
SOLUÇÃO
h CG = (2 + 2, 4) / 2 = 2, 2m
A área da janela é:
ΠD 2 Π(0, 4) 2
A= = = 0, 126M²
4 4
De um lado da janela atua a pressão da água, enquanto, do outro, a pressão atmosférica. A diferença entre elas, que gera a
força resultante, é equivalente à pressão manométrica. Por isso, a pressão manométrica costuma ser adotada nesse tipo de
problema.
Ainda não sabemos onde a força F é aplicada, ou seja, a posição do CP. Para isso, avaliaremos, em seguida, o momento.
Assim como a intensidade da força F deve ser igual à resultante da pressão distribuída ao longo da placa, o momento também.
y CP
do Centro de Pressão (
CP
);
= distância oblíqua medida ao longo da direção da placa, de um ponto qualquer até a superfície;
ξ CG
CG
ξ CG = y + ξ
h = ξsenθ
.
Imagem: Gabriel de Carvalho Nascimento
Dimensões para dedução da posição do CP
Fp
FY CP = ∫ SY P DA
constantes), e que
p atm
é constante:
FY CP = P ATM∫ SY DA + Γ∫ SY H DA
∫ Sy dA
pode ser substituído por
y CGA
CG
y CG = 0
, portanto:
∫ SY DA = 0
Equação 15
A profundidade
ξsenθ
(imagem anterior):
FY CP = Γ∫ SY ΞSENΘ DA = ΓSENΘ∫ SY Ξ DA
Como
ξ = ξ CG − y
:
(
FY CP = ΓSENΘ∫ SY Ξ CG − Y DA = ΓSENΘ ) [∫ Y Ξ
S CG DA − ∫ SY 2 DA ]
[
= ΓSENΘ Ξ CG∫ SY DA − ∫ SY 2 DA ]
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Conforme a equação 15, a primeira parcela dessa expressão é nula. A segunda corresponde à definição do momento de inércia
de área
I xx = ∫ Sy 2dA
. Por fim:
FY CP = − ΓSENΘI XX
ΓSENΘI XX
→ Y CP = −
F
Equação 16
Resumo
Quando uma superfície plana está submersa, a intensidade e a posição da força resultante são obtidas pelas seguintes
fórmulas:
F = P CGA
ΓSENΘI XX
Y CP = −
F
Em que:
p CG
= pressão no centroide
I xx
A posição de CG e o cálculo de
I xx
CG
I xx
Exemplo
A comporta AB da imagem a seguir tem 1,20m de largura, está articulada em A e tem o movimento limitado pelo ponto B. A
água está a 20°C. Calcule a força sobre o bloco B se a profundidade da água é h = 2,40m.
SOLUÇÃO
A força que a água exercerá sobre o bloco é aplicada no Centro de Pressão (CP), conforme mostra a imagem a seguir:
F = P CGA
P CG = ΡGH CG
P CG = 1000 ⋅ 9, 8 ⋅ 2, 4 −
( 1
2 ) = 18, 6 KPA
( )
F = 18, 6 ⋅ 10 3 ⋅ (1, 2 ⋅ 1, 0) = 22, 3 KN
ΓSENΘI XX ΡGSENΘI XX
Y CP = − = −
F F
θ = 90°
. Para um retângulo,
bL 3
I xx =
12
Y CP = −
(1000 ⋅ 9, 8) ⋅ 1 ⋅
( ) 1 , 2 ⋅ 13
12
= − 0, 044 M
22, 3 ⋅ 10 3
CG
∑ MA = 0
F⋅
( L
2 | | ) − FB ⋅ (L) = 0
+ Y CP
( L
| |)
+ Y CP
|YCP |
( ) ( )
2
1 0, 044
FB = F ⋅ =F⋅ + = 22, 3 ⋅ 10 3 ⋅ 0, 5 + = 12, 1 KN
L 2 L 1
E = Ρ F G V SUB
Em que:
ρf
V sub
Qualquer objeto que seja projetado para flutuar (empuxo igual ao peso) precisa ser estável, ou seja, no caso de uma
perturbação provocar um balanço (por exemplo, onda), ele voltará para a posição de equilíbrio.
O ponto de aplicação do peso é chamado de centro de gravidade (G). O empuxo, por sua vez, é aplicado no centroide (CG) do
volume submerso, que é chamado de centro de carena (C), conforme mostra a imagem a seguir:
Imagem: Gabriel de Carvalho Nascimento
Localização do peso, centro de gravidade (G) e empuxo, centro de carena (C) em um corpo flutuante
Quando o plano de simetria do corpo flutuante está na posição de equilíbrio, G e C ficam em uma mesma linha vertical.
Consequentemente, não há momento resultante, conforme mostra a imagem a seguir:
Se ocorre um balanço, o centro de carena será reposicionado (C para C’), de acordo com a nova geometria do volume
submerso. Traçando uma linha vertical a partir da nova posição do centro de carena (C’), a interseção com o plano de simetria é
definida como metacentro (M).
O binário de forças formado pelo peso e empuxo gera um momento que pode trazer o flutuante de volta para a posição de
equilíbrio, ou o contrário, aumentando ainda mais o balanço, conforme mostra a imagem a seguir:
Imagem: Gabriel de Carvalho Nascimento
Situação de estabilidade versus instabilidade
A condição também pode ser analisada com base na posição de M em relação a G, o que é chamado de altura metacêntrica
(GM). Se:
O engenheiro busca projetar um corpo flutuante que tenha a maior altura metacêntrica possível, o que é sinônimo de
estabilidade. As soluções mais comuns para aumentar GM são:
Aliviar pesos situados acima de CG, como utilizar materiais mais leves, o que provocaria um rebaixamento de G e,
consequentemente, um aumento de GM;
Reposicionar para baixo pesos acima de CG, removendo carga do convés para o porão;
Adicionar pesos abaixo de CG, o que é o caso do lastro, onde, normalmente, enchem-se tanques com água.
LASTRO
Qualquer matéria pesada que se coloca no fundo de uma embarcação para dar-lhe equilíbrio.
Foto: Shutterstock.com
RESOLUÇÃO
A) Forças de contato
C) Forças de superfície
D) Forças de campo
P ATM
A)
p atm + ρgh
B)
γgh
C)
p atmgh
D)
ρgh
E)
p atm + ρg 2
H = 600MM
EM UM TUBO COM VÁCUO NA PARTE SUPERIOR E FECHADO NO TOPO:
Ρ HG = 13.600KG / M³
A) 5,89kPa
B) 133,4kPa
C) 101,3kPa
D) 80kPa
E) 181,3kPa
A) 1200kg/m³
B) 998kg/m³
C) 1000kg/m³
D) 120kg/m³
E) 1025kg/m³
QUAL É A FORÇA QUE ATUA EM UMA COMPORTA RETANGULAR DE 1M² DE ÁREA, CUJO
CENTRO ESTÁ A 10M DE PROFUNDIDADE NA ÁGUA SALGADA (
Ρ = 1025KG / M³
)?
A) 100,4kN
B) 98kN
C) 50kN
D) 10,2kN
E) 10,4kN
GABARITO
τ = − μdu / dy
). Assim, em condição estática, as únicas forças atuantes serão as de campo e as resultantes da pressão.
p atm
A pressão em um fluido incompressível e em repouso pode ser calculada pelo Teorema de Stevin:
P = P ATM + HOGH
A pressão manométrica (
pm
), por sua vez, é definida como a diferença entre a pressão absoluta e a pressão atmosférica (
p atm
):
P M = P − P ATM = HOGH
h = 600mm
ρ Hg = 13.600kg / m³
Em condição estática, pontos em uma mesma altura terão a mesma pressão, ou seja,
pA = pB
. Como
p A = p amb
P B = P AMB
Como
pC = 0
(vácuo) e
p B = p amb
Considere o densímetro da imagem a seguir, com formato cilíndrico de 1,6cm de diâmetro e peso de 22g:
[ Π ( 0 , 016 ) 2
4 ] · 0 , 091
Qual é a força que atua em uma comporta retangular de 1m² de área, cujo centro está a 10m de profundidade na água
salgada (
ρ = 1025kg / m³
)?
Como são chamados os pontos X, Y e Z, respectivamente, para o corpo flutuante representado na figura a seguir?
O ponto X é aquele que aparenta estar mais próximo do centroide do volume submerso, onde a força de empuxo atua. Portanto,
é chamado de centro de carena. O ponto Z é a interseção da vertical que passa pelo centro de carena com o eixo de simetria,
o que corresponde à definição de metacentro. O ponto Y se encontra no eixo de simetria e, por exclusão, corresponde ao
centro de gravidade.
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 2.500kg/m³
B) 1.000kg/m³
C) 1.500kg/m³
D) 2.235kg/m³
E) 1.972kg/m³
A) 707kN
B) 687kN
C) 117kN
D) 689kN
E) 4242kN
GABARITO
O peso medido de uma amostra, fora e dentro d’água, é 56,0kg e 33,6kg, respectivamente. Qual a massa específica
desse material?
P′
) e o empuxo (
):
P′ = P − E
P = mg
M-M' 56 , 0 - 33 , 6
→ V IMERSO = = = 0, 0224 KG / M³
Ρ ÁGUA 1000
Então:
M 56
Ρ ROCHA = = = 2. 500 KG / M³
V 0 , 0224
Uma câmara hiperbárica, representada na figura a seguir, é projetada para realizar experimentos com pressões acima
da atmosférica. Um compressor leva a pressão manométrica do ar na câmara até 100psi.
Calcule a força total aplicada pela água na janela de inspeção:
A força resultante de um fluido estático em uma superfície submersa pode ser calculada como o produto entre a pressão no
centro geométrico (centroide) da superfície e sua área:
F = P CGA
A pressão na superfície é
Então:
( )
F = 707 ⋅ 10 3 ⋅ (3 ⋅ 2) = 4242KN
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Já sabemos bem o que é a disciplina Fenômenos de Transporte (FENTRAN) e para que se aplica na Engenharia. Devido à
grande abrangência de tópicos abordados – como mecânica dos fluidos, transferência de calor e massa –, é importante ter em
mente a que tópico recorrer quando for necessário lidar com determinado problema.
Os métodos abordados em análise dimensional e semelhança podem ser muito úteis para simplificar a análise dos fenômenos e
obter resultados em condições diferentes para as quais há dados disponíveis (como, por exemplo, experimentos). Lembre-se de
que se trata de um assunto também utilizado em outras disciplinas.
A Estática dos Fluidos fornece ferramentas fundamentais para o projeto de barragens, vertedores, eclusas e aquários, além da
análise de estabilidade de corpos que são projetados para flutuar.
Por fim, concluímos que o profissional que tem um bom conhecimento de FENTRAN está mais bem preparado para resolver os
diversos problemas da Engenharia moderna, que, cada vez mais, têm um caráter multidisciplinar.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
FOX, R. W.; MCDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J. Introdução à mecânica dos fluidos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
EXPLORE+
Procure ler na web o texto Explorando a conexão entre a mecânica dos fluidos e a teoria cinética, de Edson José Vasques,
Paulo Menegasso e Mariano de Souza, publicado na Revista Brasileira de Ensino de Física em 2016.
CONTEUDISTA
Gabriel de Carvalho Nascimento
CURRÍCULO LATTES