EraVargasGoverno Provisório

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 4

Era Vargas: governo provisório (1930-1934)

Governo provisório foi a primeira fase da Era Vargas e marcou a consolidação de Getúlio
Vargas no poder, logo após a Revolução de 1930 e o conflito com os paulistas.

O governo provisório foi a primeira fase da Era Vargas, começando em 1930, logo após a vitória da revolução que
colocou Getúlio Vargas no poder, até 1934, quando o Congresso Nacional promulgou a nova Constituição brasileira.
Nesse período, Vargas governou o Brasil por meio de decreto-lei, já que o Congresso Nacional estava fechado desde
outubro de 1930 e a Constituição de 1891 havia sido cancelada.

Os paulistas foram os primeiros a acusarem Vargas de ser ditador e pegaram em armas, em 1932, para exigir uma
nova Constituição para o Brasil. Apesar da derrota para as tropas federais, os paulistas conseguiram o que queriam: em
1934, o Congresso Nacional promulgava uma nova Constituição que trazia algumas novidades, como o voto feminino, o
voto secreto e as primeiras leis trabalhistas.

Leia também: Sufrágio universal – direito de todos os cidadãos votarem e serem votados

Resumo sobre o governo provisório de Getúlio Vargas


O governo provisório começou logo após a vitória da Revolução de 1930, com Getúlio Vargas no poder.

Incentivo à industrialização e criação dos ministérios do Trabalho, Comércio e Indústria e da Educação e Saúde.

Revolução Constitucionalista de 1932: paulistas pegaram em armas contra Vargas, mas foram derrotados.

Constituição de 1934: voto feminino, voto secreto, direitos trabalhistas, Justiça Eleitoral.

Revolução de 1930
Em 1930, o Brasil teve eleições presidenciais. Naquela época, o voto era aberto e as chances de fraudes eleitorais eram
grandes. De acordo com a política do café com leite, paulistas e mineiros revezavam-se na presidência da república.
Naquele ano, o paulista Washington Luís encerraria seu mandato e deveria indicar um mineiro para a sua sucessão.
Contudo, ele quebrou o acordo firmado com os mineiros, e o seu candidato para as eleições foi Júlio Prestes, outro
paulista. Isso fez com que Minas Gerais rompesse politicamente com São Paulo e migrasse para a oposição.

O gaúcho Getúlio Vargas era o candidato oposicionista e liderava a Aliança Liberal. Seu vice era o paraibano João
Pessoa. Ambos representavam os estados excluídos das políticas que beneficiavam apenas as oligarquias que estavam no
poder. Apesar do apoio que conquistou, Vargas e Pessoa foram derrotados pela chapa governista liderada por Júlio
Prestes.

A morte de João Pessoa, em 26 de julho de 1930, reacendeu a chama oposicionista. Seu assassinato foi considerado
como crime político, uma perseguição do governo federal contra seus opositores, e transformou-se no estopim para a
Revolução de 1930. Do Rio Grande do Sul partiram as tropas em direção ao Rio de Janeiro para depor o presidente
Washington Luís e impedir a posse de Júlio Prestes.

Apesar de o governo federal ter acreditado na vitória das tropas legalistas, os revolucionários venceram. Em 24 de
outubro daquele ano, eles chegaram ao Rio de Janeiro. O presidente tentou reagir à revolução, mas foi aconselhado pelo
cardeal Paes Leme, arcebispo do Rio, a entregar-se. Dias depois, Getúlio Vargas desembarcava na capital federal para
assumir o poder do governo provisório.

Como foi o governo provisório?


O governo provisório iniciou-se, logo após a vitória da Revolução de 1930, com a chegada de Getúlio Vargas ao Palácio do
Catete, sede do Poder Executivo, quando o Rio de Janeiro era capital federal. As primeiras medidas do novo governo
foram:

o fechamento do Congresso Nacional;


a anulação da Constituição vigente (a primeira da república, promulgada em 1891);

a extinção dos partidos políticos. Vargas governaria por meio de decreto-lei.

Até 1930, os governadores estaduais eram chamados de presidentes de estado. Com a vitória da revolução, os presidentes
foram depostos, o que marcou o fim do domínio dos coronéis e das antigas oligarquias sobre os estados. No lugar
foram empossados os interventores federais, líderes aliados de Vargas e que deveriam cumprir as ordens do Executivo
federal nos estados, como constava no Código dos Interventores.

Durante o governo provisório, Vargas decidiu racionalizar a administração pública. Ele criou alguns ministérios, como o
da Educação e Saúde e o do Trabalho, Indústria e Comércio. O novo governo começava a investir na industrialização e no
cuidado do operariado que começava a formar-se quando as primeiras indústrias de base foram instaladas.

Vargas começava a atrelar sua imagem ao trabalhismo e concedeu direitos aos trabalhadores urbanos da indústria,
como descanso remunerado, férias e outros benefícios. Os sindicatos perderam sua autonomia, tornando-se instrumentos
do Estado. O Ministério da Educação e Saúde ficou sob o comando de Gustavo Capanema, que tratou de reunir intelectuais
para serem seus assessores, como o poeta Carlos Drummond de Andrade.

Veja também: Como se deu a consolidação das leis trabalhistas na Era Vargas?

Revolução Constitucionalista de 1932

Em 1932, os paulistas pegaram em armas e lutaram contra o governo provisório de Getúlio Vargas e a favor
de uma nova Constituição. [1]

Getúlio Vargas estava no poder a quase dois anos e até o momento não havia concretizado sua promessa, feita logo
após a vitória da revolução, de convocar uma Constituinte para elaborar uma nova Constituição para o Brasil e uma eleição
geral. Sua forma de governar, por decretos-lei, desagradou a São Paulo.

Desde 1930 que os paulistas não estavam mais na presidência da república. Por conta disso, em 9 de julho de 1932,
começava a luta armada entre paulistas e o governo federal, a Revolução Constitucionalista. Desde 1932, os paulistas
acusavam Getúlio Vargas de governar o Brasil como se fosse um ditador. Euclides Figueiredo, um dos chefes da revolução
paulista, afirmou que, até a data de início do combate, São Paulo aguardava o apoio de Minas Gerais e do Rio Grande do
Sul. Entretanto, esse apoio não veio, e os paulistas lutaram sozinhos contra as tropas federais.

Os paulistas renderam-se dois meses depois. Os revoltosos foram presos, mas depois o governo federal anistiou-os. Até
hoje os paulistas orgulham-se da data em que pegaram em armas contra Getúlio Vargas e a favor da Constituição. Para
saber mais sobre esse episódio da república brasileira, leia: Revolução Constitucionalista.
Constituição de 1934
Apesar da derrota na Revolução Constitucionalista, os paulistas conseguiram o que queriam. Em 1933, o Congresso foi
reaberto e Vargas convocou uma Assembleia Constituinte para elaborar uma nova Constituição para o Brasil. A Carta foi
promulgada em 1934 e trazia itens importantes, como:

o voto secreto;

a criação da Justiça Eleitoral;

o voto feminino;

os direitos trabalhistas concedidos por Vargas para os trabalhadores urbanos da indústria.

Na solenidade de promulgação da Constituição de 1934, Vargas foi eleito pelo Congresso Nacional para a presidência
da república, encerrando-se o governo provisório e iniciando-se a fase constitucional da Era Vargas.

A Constituição de 1934 garantiu o voto feminino, abrindo espaço para a participação das mulheres na vida
política brasileira. [1]

Acesse também: Constituição 1937 – Carta que legitimou o Estado Novo varguista

Exercícios resolvidos sobre Era Vargas: governo provisório


Questão 1 – A Revolução de 1930 encerrou o período da nossa história chamado República Velha e colocou Getúlio
Vargas como chefe do governo provisório. Sobre esse momento histórico, assinale a alternativa correta:

A) Getúlio Vargas assumiu o poder e iniciou a ditadura do Estado Novo.

B) Na área econômica, Getúlio Vargas incentivou a industrialização.

C) Getúlio Vargas fez um plano econômico que resgatou os cafeicultores da crise.

D) No final do governo provisório, Vargas convocou eleições presidenciais diretas.

Resolução

Alternativa B. Durante o governo provisório (1930-1934), Getúlio Vargas iniciou a política de incentivo à industrialização,
principalmente com a indústria de base. Foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, que tinha como principais
objetivos gerir essa política de industrialização e garantir os direitos trabalhistas aos trabalhadores urbanos.

Questão 2 – Em 1934, o Congresso Nacional promulgou uma nova Constituição para o Brasil. Leia as alternativas e
assinale a que corretamente traz alguns itens contidos na nova Carta:

A) Garantia do voto do analfabeto nas eleições diretas.

B) Eleição direta de Getúlio Vargas para presidente.

C) Voto feminino, voto secreto e criação da Justiça Eleitoral.

D) Direitos trabalhistas, voto aberto e eleições indiretas.

Resolução

Alternativa C. A Constituição de 1934 trouxe importantes mudanças, como a garantia da participação das mulheres na
política por meio do voto feminino. Além disso, durante a República Velha, as fraudes eleitorais aconteciam principalmente
pelo voto ser aberto, com isso, a Carta trouxe a garantia do voto secreto. Outra mudança significativa e que refletia o novo
momento vivido pelo Brasil foi a garantia dos direitos trabalhistas.

Crédito das imagens

[1] CPDOC/FGV

Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/historiab/governo-vargas.htm

Você também pode gostar