Testes Mel
Testes Mel
Testes Mel
BIOQÚIMICA E NUTRIÇÃO
PRODUTO:
OBSERVAÇÕES GERAIS
Existem vários parâmetros estabelecidos na legislação para os quais o mel deve atender para
ser liberado para comercialização e também para o uso nas indústrias.
Determinação da umidade
Índices superiores podem evidenciar uma coleta prematura do mel, em um momento em que
os favos não estavam totalmente selados, ou que houve diluição pelo acréscimo de água.
Determinação de açúcares
O teor de sacarose é importante para determinar se as abelhas foram alimentadas com açúcar,
se houve adulteração do mel pela adição direta de sacarose ou se houve uma colheita prematura
do mel (quando a sacarose ainda não foi totalmente transformada em glicose e frutose pela
ação da enzima invertase).
Os açúcares redutores são as frações de carboidratos que devem predominar no mel, e para o
mel floral seu teor deve ser de no mínimo 65g/100g, enquanto que para melato e sua mistura
com mel floral deve ser no mínimo 60g/100g.
A realização desta análise permite detectar as impurezas presentes no mel, sendo uma
importante medida de controle higiênico-sanitário.
O teor máximo permitido é de 0,1g/100g, e valores acima disso podem estar relacionados com
filtração ou decantação realizada de forma inadequada.
Esses elementos aparecem em baixa quantidade no mel, mas influenciam na sua coloração,
estando em maior concentração nos méis escuros.
A sua proporção pode ser alterada em função de diversos fatores como a origem floral, região,
espécie de abelhas e tipo de manejo e também pode indicar algumas irregularidades, como, por
exemplo, contaminação provocada pela não decantação ou filtração.
Teor de acidez
O mel é composto por vários ácidos orgânicos, como o acético, butírico, cítrico, fórmico, lático,
málico, piroglutâmico, succínico e glucônico.
Os métodos que podem ser utilizados são a titulação com utilização de um pHmêtro ou titulação
com hidróxido de sódio.
Um alto teor de acidez indica fermentação, e, em alguns casos, pode evidenciar adulteração por
xarope de sacarose, sendo necessária para a confirmação a análise conjunta de outros
parâmetros.
Atividade diastásica
A diastase é uma das enzimas do mel, que tem como função digerir as moléculas de amido.
Determinação de hidroximetilfurfural
Assim, a pesquisa do teor deste composto é feita no mel para se verificar a adulteração com
açúcar comercial, estocagem inadequada ou se o mesmo foi superaquecido.
O máximo permitido é de 60 mg/kg.
Outros testes
Tais análises são de fácil execução e são realizadas por meio do acréscimo de soluções químicas
a uma solução de mel com água, provocando a mudança na coloração ou a formação de
precipitados.
Essas análises servem como testes qualitativos, isto é, vão nos informar se há ou não
adulteração, sem indicar a quantidade de substâncias estranhas adicionadas ao mel.
Reação de Fiehe
Reação de lugol
Na presença de açúcar comercial a solução irá se tornar vermelha a violeta (a intensidade da cor
irá depender da qualidade e quantidade de dextrinas presentes no açúcar comercial).
Reação de Lund
Indica a presença de proteínas no mel, servindo para determinar se houve adição de água ou
outro diluidor.
Em mel artificial ou diluído, não haverá produção de precipitado ou aparecerão apenas vestígios.
Entretanto, essa pesquisa não tem valor se o mel foi submetido a temperaturas elevadas.
PRÁTICAS
Determinação da densidade
Introduzir o densímetro e anotar a densidade, que deve ser igual ou superior a 1,099 a
25 ºC.
Determinação da acidez
Deve ser consumida quantidade menor ou igual a 5 ml da solução de NaOH. Uma acidez superior
a esse volume de álcali indica que o mel está em fase adiantada de fermentação. A acidez pode
ser expressa em mililitros de NaOH por 100 g de mel. Pode também ser expressa em relação ao
ácido fórmico, onde cada mililitro de NaOH 0,1 N consumido corresponde a 0,0046 g de ácido
fórmico (PM do ácido fórmico: 46,02).
Reações cromáticas
Reação de Jagerschmidt
Decantar o solvente e transferir cerca de 2-3 ml para um tubo de ensaio contendo igual
volume de HCl conc.;
Verifica a presença de açúcar comercial ou o aquecimento acima de 40% do produto, o que pode
eliminar algumas de suas propriedades.
Extrair (triturar) com quantidade suficiente de éter etílico e transferir a camada etérea
para um cadinho de porcelana;
Se o mel é puro, o precipitado oscila entre 0,6 a 3 ml. Em mel artificial ou diluído, não se produz
precipitado ou aparece apenas vestígios. Essa pesquisa não tem valor se o mel foi submetido a
temperaturas elevadas.
Obs: Amido a 1%
Amido 0,25 g
Tomar os dois tubos (branco e ensaio) e adicionar em ambos algumas gotas de solução
de lugol e observar a cor que o líquido desenvolve.
Se, após a adição do lugol, a cor do líquido no tubo-ensaio é mais escura que a da solução original
do mel, isto é, de amarelo a amarelo esverdeado ou pardo, todo o amido foi sacarificado pela
presença, no mel, de enzimas diastásicas; se, porém, o líquido torna-se azul, a sacarificação não
foi realizada, pela ausência ou destruição das enzimas diastásicas. Finalmente, se a cor do líquido
vai do violeta forte ao violeta pardo, pode indicar uma diminuição do poder diastásico que
transforma o amido somente em dextrinas. Isso acontece em mel centrifugado onde ocorrem
um certo aquecimento durante o processo e nas misturas de mel natural com mel artificial. Se
os resultados são duvidosos, repetir o ensaio.
9. Pesquisa de corantes
Incinerar à temperatura de 450 ºC até que se obtenha resíduo branco (cerca de três
horas).
As soluções de mel devem, de um modo geral, apresentar rotação levógira devido à frutose o
que exclui a presença de dextrinas e, indiretamente, a presença de glucose comercial. Se a
rotação for debilmente levógira ou dextrógira, é necessário fazer pesquisa de dextrinas uma vez
que o mel natural também pode se comportar de modo análogo mesmo sem conter tais
substâncias.
Adicionar a uma porção do filtrado (cerca de 5 ml) 2 gotas de HCl conc para cada mililitro
do filtrado tomado e dez vezes e seu volume de EtOH absoluto.
O mel deve conter no máximo 22% de água (oscila entre 8,5–20%). Se a quantidade for acima
de 22% deve deduzir-se que a água foi adicionada fraudulentamente ou que se trata de um mel
colhido prematuramente.
O mel, segundo os documentos da Antiguidade, era utilizado como remédio nos tempos mais
remotos por quase todos os povos, o que se deve as suas ações anti-sépticas e bactericidas.
O mel é um produto elaborado pelas abelhas (Apis mellifera L.) a partir do néctar das flores e
exudatos sacarínicos de plantas e que são armazenados por elas em favos.
O mel é um produto rico em vitaminas B1, B2, B5, B6, C, A e K, além de apresentar a seguinte
composição química:
água 20%
açúcares 78%
proteínas 0,5%
lipídios 0,2%
minerais 0,1%*
* S, P, Cl, Na, K, Ca, Mg, Ni, Pb, Si, Fe, Mn, Cu, I.
Os 78% de açucares que estão na composição do mel podem estar dispostos da seguinte
maneira:
Glicose 35%
Frutose 40%
Dextrose 2,5%
Sacarose 0,1%
Ora, é precisamente à custa de substâncias açucaradas que o nosso organismo consegue mais
da metade da energia. Deste ponto de vista a importância do mel é incontestável.
Prática
Refratômetro de Abbé
Éter Etílico
Solução de Lugol
Papel toalha
Tubos de ensaio
Lâminas e lamínulas
Cilindro graduado com rolha esmerilhada de 25 mL, 50 mL
Béquer de 50 mL
Papel de filtro
Funil
Coleta da amostra:
Devem obedecer as normas previstas no decreto n.º 989 de 21/10/69 do Governo Federal, assim
distribuídos:
Sempre em grupo de três amostras sendo que: uma fica em poder do detentor de maneira
inviolável e duas vão para o laboratório. Destas uma é aberta para fazer as análises e a outra fica
lacrada.
Preparo da amostra:
Quando o mel se apresentar fluido basta homogeneizá-lo bem, se, porém se apresentar semi
cristalizado ou cristalizado deverá ser levado em banho-maria sob constante agitação e que não
ultrapasse a temperatura de 60 ºC.
Características organolépticas
3. Odor - próprio.
Características físico-químicas
Umidade
1. Limpe os prismas com etanol e coloque algumas gotas do mel de modo a cobrir o prisma
inferior;
3. Ajuste a lâmpada, movendo-a para cima ou para baixo de modo a permitir o máximo de
iluminação dentro do visor. Percebem-se linhas cruzadas;
4. Gire o controle de ajuste do índice de refração até que se observe uma linha horizontal
dividindo o campo visual em duas partes. Uma clara e outra escura;
5. Se a interface das duas cores apresenta-se difusa, como uma banda colorida, ajusta-se
a dispersão da cor, girando o botão de ajuste cromático até obtenção de uma linha
divisória nítida;
6. Gire o controle do ajuste do índice de refração (botão maior) até observar uma linha
horizontal nítida exatamente na interseção das linhas cruzadas. Neste ponto, a imagem
está ajustada para a leitura correta.
Correção da temperatura
Sólidos solúveis
a. Todos devem ser determinados pela utilização do Refratômetro de Abbé e com o auxílio
da tabela de Chataway.
Índice de refração
Reação de Fiehe
Reação de Lugol
Reação de Lund
Características microscópicas
* Ao microscópio não devem ser observados grãos de amido, nem fragmentos de órgãos de
abelhas.