Estudo-de-Caso-MOTIVAÇÃO COM RESPOSTAS

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Estudo de Caso: O que deu Errado?

A empresa em que trabalho é um conglomerado fabricante de celulose e papel.

Nossa matéria-prima vem de grandes florestas artificiais, que fornecem um


suprimento de certas espécies de madeira às várias fábricas do grupo. Essas
áreas florestais precisam estar constantemente sendo renovadas, com um
horizonte de tempo bastante longo – a árvore que está sendo cortada hoje foi
plantada cerca de 15 anos atrás.

As áreas de reflorestamento exigem muitos cuidados. Um deles é a limpeza


periódica em volta das mudas, removendo a vegetação concorrente que ali
nasce, para que o crescimento das árvores não fique prejudicado. Há pouco
tempo, tivemos que fazer a limpeza de uma área de reflorestamento, recém-
implantada num Estado do sul do Brasil.

Para essa tarefa, recrutamos pessoal da periferia de uma grande cidade da


região, por meio de empreiteiros de mão de obra temporária, chamados
“gatos”. Esses empreiteiros recrutam o pessoal, em geral desempregados, e os
leva para o local de trabalho, apanhando-os no fim do dia.

Nesse sistema, fazemos o pagamento diretamente aos trabalhadores, e o


empreiteiro recebe uma porcentagem sobre o total dos ganhos de “seu
pessoal”.

Desta vez, estabelecemos tarefa e pagamento diários e fixos para os


trabalhadores. Eles deveriam limpar 100 pés (mudas) por dia, ganhando para
isso um pagamento que aqui designei de $ 100. Com esse sistema, o
trabalhador não tinha necessidade de trabalhar 8 horas por dia para ganhar
seus $ 100. Os 100 pés poderiam ser cuidados em 6 ou até menos horas por
dia, o que, efetivamente, começou a ocorrer.

Pensando em aproveitar melhor o dia de trabalho, eu e meus colegas fizemos


uma modificação no sistema de pagamento. Em primeiro lugar, aumentamos o
pagamento de $ 100 para $ 120, pela mesma quantidade de mudas.

Em segundo lugar, estabelecemos um prêmio de produtividade. O número de


mudas cuidadas que superasse as primeiras 100 corresponderia a um
pagamento adicional. Pensamos, assim, que os trabalhadores cuidariam, em
média, de 100 mudas em 6 horas, ganhando $ 120, e trabalhariam mais duas
horas, cuidando, aproximadamente, de mais 20 mudas para ganhar o prêmio
de produtividade.
Sabem o que aconteceu? Eles passaram a trabalhar o suficiente para ganhar os
mesmos $ 100 que ganhavam antes, ou seja, um número menor de horas,
cuidando, consequentemente, de menos mudas. Estávamos pagando, então, $
100 pela limpeza de apenas 80 pés.

Questões:

1. Por que os trabalhadores não se deixaram motivar pelo pagamento


adicional?

2. Qual deveria ter sido o estímulo oferecido, para obter o aumento desejado
de produtividade?

3. No lugar do personagem que está fazendo a narrativa, o que você teria feito?
O que você pretende fazer em seguida?

Segundo Maximiniano, o desempenho no trabalho é o resultado que uma


pessoa consegue com a aplicação de algum esforço. O desempenho é positivo
quando o resultado beneficia: A própria pessoa; O grupo do qual ela participa;
Um cliente ou a organização na qual trabalha.

O desempenho na realização de qualquer tipo de tarefa ou objetivo é


influenciado por forças chamadas motivos. São as forças que produzem a
motivação para o trabalho. Daí diz-se que houve um motivo para que
determinado funcionário tomasse uma posição acerca de uma necessidade da
empresa, de um cliente etc.

Quando há um motivo, há também, a força interior, onde a pessoa se sente


motivada a realizar uma tarefa ou meta. Assim, estando motivada, significa
dizer que essa pessoa apresenta disposição favorável ou positiva para realizar o
trabalho.

“ O Conceito de Motivação:

“ A motivação para o trabalho é resultante de uma interação entre os motivos


internos das pessoas e os estímulos da situação ou ambiente.
Motivos internos: são as necessidades, aptidões, interesses, valores e
habilidades das pessoas. Os motivos internos fazem cada pessoa ser capaz de
realizar certas tarefas e não outras; sentir-se atraída por certas coisas e evitar
outras; valorizar certos comportamentos e menosprezar outros. São os
impulsos interiores, de natureza fisiológica e psicológica, afetados por fatores
sociológicos, como os grupos ou a comunidade de que a pessoa faz parte.

Motivos externos: são estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou


objetivos que a pessoa persegue. Os motivos externos satisfazem necessidades,
despertam sentimentos de interesse ou representam recompensas desejadas.
Consideram-se ainda motivos externos, todas as recompensas e punições
oferecidas pelo ambiente em que o indivíduo esteja inserido, como por
exemplo: os padrões estabelecidos pelo grupo de colegas, os valores do meio
social, as oportunidades de carreira e muitos outros componentes da situação
de trabalho e da vida diária. “

Assim, para o “estudo de caso” em questão, salientamos que os serviços


realizados na zona rural, via de regra, caracterizam-se por trabalho intensivo
onde frequentemente exige-se do boia fria alta produtividade em tempo
limitado, porém em condições inadequadas de trabalho, com problemas de
ambiente, equipamentos e processos. Tais condições acabam levando à
insatisfações, cansaços excessivos, queda de produtividade, problemas de
saúde e acidentes de trabalho.

As condições do ambiente de trabalho e de relacionamento com o líder, não


estão descritas no texto. Não pudemos detectar as condições do recrutamento
e o relacionamento mantido entre a companhia e os trabalhadores.
- A empresa fornecia a alimentação? Eles tinham EPI’s? Como eram tratados?
Conforme Maslow esses fatores são componentes das necessidades dos
trabalhadores e que devem ser observados pelas organizações.

Acreditamos que por serem trabalhadores temporários, sem perspectivas de


efetivação, eles consideravam trabalhar apenas para suprir as suas
necessidades básicas. Ao não se empenharem para cumprir as metas do
contratante demonstraram que eram pessoas resignadas.

Observamos também que a produção caiu de 100 para 80 mudas e isso


entendemos como prejuízo para empresa.
Talvez, nesse caso específico, a melhor maneira de incentivá-los seria propor
uma remuneração por unidade de muda e um prêmio não em dinheiro, mas
em algo que realmente fosse de interesse dos trabalhadores.

Particularmente, pensamos que a melhor solução para esses trabalhadores


seria a organização de uma cooperativa prestadora de serviços, com isso
estariam eliminando o “gato” que era remunerado com um percentual sobre a
produção deles. Estariam negociando diretamente com o contratante onde
poderiam exigir as condições de trabalho dentro de seus interesses e
necessidades.

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