A Inclusao Dos Trans

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A INCLUSÃO DOS TRANS ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO: LIMITES E

POSSIBILIDADES

Irla Maria Batista Coelho


Faculdade São Francisco da Paraíba – irla200.im@hotmail.com

Alda Larissa de Sá Thomaz


Faculdade São Francisco da Paraíba – aldalarissa16@gmail.com

Lucinete Alexandre Bandeira


Faculdade São Francisco da Paraíba – lucinetebandeira2017@gmail.com

Abraão Vitoriano de Sousa


Faculdade São Francisco da Paraíba - abraaovitoriano@hotmail.com

Resumo

Tendo em vista os desafios e possibilidades da inclusão dos transgêneros na educação


brasileira, podemos sinalizar os grandes entraves como a necessidade de uma formação
adequada para os profissionais em educação, junto com as famílias envolvidas, pois a falta de
conhecimento é enorme para ambos, dificultando assim o trabalho da conscientização e
inclusão nas instituições de ensino, sendo um lugar onde o preconceito e a discriminação
acontece através do Bullyng e se estende muitas vezes a opressões por parte da falta de
informações e de um trabalho Político Pedagógico Curricular interativo. Dessa forma o
presente trabalho tem o objetivo de esclarecer à importância de se trabalhar na educação com
certa urgência a inclusão como parte integrada no programa Político Curricular, se tratando de
modo particular os transgêneros, não deixando de elencar o porquê acorre essas construções
identitária, que é causa de muita polêmica, estudos e curiosidades sobre essa temática.
Mediante o objetivo almejado para este artigo, foi feito uma pesquisa bibliográfica em torno
do tema, como forma de se obter maior ênfase na discussão atual da temática em meio à
realidade que se tem vivenciado. Concluímos que a escola enquanto um meio inclusivo na
sociedade no qual deseja-se ocupar um lugar de privilégio, não se pode ignorar nenhum
público. E tem de se incluir, para garantir desenvolvimento de todos os seus alunos,
independente de qual gênero sejam eles, inclusive daqueles meninos que nasceram meninas, e
meninas que nasceram meninos, e todos aqueles meninos e meninas., que em ambas as partes
todos lutam em busca de um mesmo objetivo, em descobrir suas próprias identidades e a
caminharem pela vida, com a liberdade de exercerem a sua própria opinião, e se adequarem
aos seus próprios modos de viver e assegura sempre o respeito de todos.

Palavras-chave: Transgêneros. Educação. Possibilidades. Limites.

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Introdução

Os transgêneros ao nascerem possuem um determinado gênero, mas ao longo do seu


desenvolvimento se desconsidera do seu próprio corpo, começam a perceber que não fazem
parte daquilo que se vê. No final do século XX o movimento transgênero surge como
crescente movimento chamado LGBT, que inclui lésbicas, gays, bissexuais, travestis,
transexuais, são algo de preconceito e descriminação.
Em relação aos direitos fundamentais previsto na constituição federal que asseguram
os LGBT, no Brasil não são muito respeitados. Essa comunidade não possui uma legislação
específica que os proteja e criminalize a homofobia. O principal movimento que os protegem
é o LGBT, seu objetivo mobiliza recursos para gerar mudanças políticas e jurídicas na
sociedade, á articulação desse movimento está inserida em movimentos políticos e
transnacional que por luta contra discriminação sofrida por este coletivo. Existem várias
outras ações feitas por esses movimentos com o propósito de que o congresso nacional
comece a discutir uma legislação especifica para defender essa população para não acontecer
mais agressões, discriminação aos LGBT.
Dessa forma o presente trabalho tem o objetivo de esclarecer à importância de se
trabalhar na educação com certa urgência a inclusão como parte integrada no programa
Político Curricular, se tratando de modo particular os transgêneros, não deixando de elencar o
porquê acorre essas construções identitárias, que é causa de muita polêmica, estudos e
curiosidades sobre essa temática.

Metodologia

Mediante o objetivo almejado para este artigo, foi feito uma pesquisa bibliográfica em
torno do tema, como forma de se obter maior ênfase na discussão atual da temática em meio à
realidade que se tem vivenciado. A pesquisa bibliográfica é “aquela que se caracteriza pelo
desenvolvimento e esclarecimento de ideias, com o objetivo de oferecer uma visão
panorâmica, uma primeira aproximação a um determinado fenômeno” (GONÇALVES, 2001,
p.65).
Através da pesquisa exploratória, é notório que esta se concebe como de grande
relevância para as metas que se deseja alcançar, de modo que possibilita ao pesquisador um
leque de informações a respeito do tema em estudo, pela qual se

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pode consultar diferentes obras e autores, ou seja, contribuindo, assim, para a qualidade final
do seu trabalho.
Para Gonçalves (2001), a pesquisa bibliográfica faz um levantamento de boa parte do
conhecimento disponibilizado sobre o tema, de modo a possibilitar ao pesquisador outras
teorias elaboradas por diferentes autores, de diversos lugares do mundo, podendo, assim,
analisar e avaliar as contribuições dos mesmos em relação a explicação do seu objeto de
estudo.
É por meio desse tipo de pesquisa que se pode dar seguimento a um trabalho mais
significativo e de qualidade, sem romper com os objetivos que são elaborados no início do
processo, de modo que permite outro olhar mediante um determinado objeto. Podendo, assim,
compreender de diferentes ângulos os pontos de vista de teóricos estudiosos do assunto, e
consequentemente, fazendo com que possamos construir nosso próprio posicionamento diante
do tema.

Conceituando gênero

Discutir sexualidade mesmo nos dias de hoje ainda pode ser considerado, muitas
vezes, assunto polêmico e causador de repreensões no âmbito escolar. Há muitos anos fomos
educados de maneira que assuntos como esses só poderiam se fazer presentes quando
chegássemos a maior idade, por mais que saibamos que a sexualidade se constrói ao longo do
desenvolvimento biológico e social. Para que o entendimento sobre nosso trabalho seja
inteiramente eficaz, é importante uma explanação geral sobre o seu progresso ao longo dos
anos.
Na década de 1930, muitos professores foram jubilados e presos, por incluírem nos
planejamentos das aulas o ensino acerca da temática sexualidade na escola. Júlia Steimbruck,
carioca e que fora deputada em 1968, criou um projeto de Lei que tinha como objetivo tornar
obrigatório o ensino sobre a educação sexual no âmbito escolar.
Com o surgimento de diversas doenças sexualmente transmissíveis, que desencadeou
na proliferação do vírus HIV e com a preocupação da família devido a gravidez indesejada na
adolescência, nas décadas de 70 e 80, as pessoas passaram a ter maiores curiosidades acerca
da sexualidade do sujeito, e como consequência, na década de 90, foi comprovado em uma
pesquisa do Instituto Data Folha, divulgada em 1993, que 86% da população que colaboraram
para a pesquisa, eram favoráveis à inclusão das discussões sobre

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Orientação Sexual nos currículos escolares (BRASIL, 1998, p. 291). O governo efetua, então,
aos Parâmetros Curriculares Nacionais, a elaboração do tema “Pluralidade cultural e
orientação sexual”, tratando-se de questões acerca da sexualidade nas escolas.
Para construir identidade de gênero e sexualidade, o indivíduo passa por formações e
transformações ao longo do seu desenvolvimento biológico e social. A adolescência concebe
uma fase de transição da infância para a fase adulta, conduzindo cargas de significativas
dúvidas, medos, aspectos morais, amadurecimento corporal, alterações emocionais que
desencadeará na formação da identidade do indivíduo. Ao abordar essa temática,
compreendemos que a sexualidade “é um termo amplamente abrangente que dificilmente se
encaixa em uma definição única e absoluta.” (BRASIL, 2001, p. 117).
Nessa perspectiva, Louro (2008) conceitua que para construção da identidade de
gênero e sexualidade o indivíduo passará por diversas aprendizagens durante sua formação, o
qual envolve vivências tanto no âmbito social, quanto no âmbito cultural em que este se
socializa.
Partindo dessa definição, compreendemos que a sexualidade é aspecto indispensável
da vida humana, dando início logo após o nascimento até a vida adulta do sujeito. Por isso,
faz-se cada vez mais necessário discussões acerca da temática nos mais diversos espaços, e
dentre tais as escolas e a família, no qual o individuo irá construir sua identidade perante a
sociedade.
Os trans são pessoas vulneráveis a qualquer tipo de preconceito, muitas vezes partindo
dos mesmos, onde o estranhamento com o seu corpo os levam a inúmeras duvidas, sem falar
sobre a dificuldade que enfrentam em retratar sobre o assunto com seus familiares, amigos e
todo mundo a sua volta.
De acordo com Chauí (1985):

Assim, o processo de repressão sexual tanto pode ser evidente e explícito


como pode ser velado e disfarçado, pois ele se revela não somente nas
proibições, ou seja, nos imperativos negativos, mas também nas permissões,
aquelas regras sobre o que se deve ou não fazer (p.28).

Sabemos que o preconceito surge muitas vezes do meio em que fazemos parte, ou seja,
da maneira que nascemos já começa a distinguir, como exemplo rosa é para menina e bola é
pra menino, e diante de muitos outros fatores. Dessa forma o trabalho da inclusão e a visão da

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escolar nestas situações se perdem a uma cultura machista e não dão espaços as novas
descobertas.
Rosemberg (1985) e Vidal (2003) relatam que as preocupações em torno da
construção de sujeitos e de relações entre sujeitos dotados de corpos, gêneros e sexos sempre
tiveram presente no contexto escolar e nas políticas públicas de educação brasileira. Podemos
observar que desde as descobertas dos trans, o ministério da educação e os profissionais da
área vêm se preocupando uma solução para trabalhar a inclusões destes, porém vivemos em
uma sociedade cheia de preconceitos e que não buscam um entendimento do qual não
conhece.

Um pouco do contexto

O fantástico estreia a série quem sou eu? Que conta histórias de transgêneros em
diferentes fases da vida, ressaltando a diferença entre identidade de gênero e orientações
sexual. Em quatro episódios, com a ajuda da fábula de “Alice no país das maravilhas”, de
Levis Carrol, a Alice de quem sou eu? Vai partir em uma jornada de autoconhecimento e
representa todas as pessoas que sentem que nasceram no corpo errado e estão em busca de sua
identidade. (Série Fantástico Ed. dia 12/03/2017)
O termo “transgênero” ou “ trans” se refere a uma pessoa cuja identidade de gênero- o
sentimento psicologicamente abalado de ser um homem a mulher, ou nenhuma das categorias
corresponde á de seu sexo de nascimento. Cabe destacar que o termo transexual é usado com
cada vez menos freqüência, e a identidade de gênero não deve ser confundida com a
orientação sexual, uma mulher, ou homem pode ter qualquer orientação sexual: homossexual,
heterossexual ou bissexual.
Existem poucos dados estatísticos confiáveis sobre pessoas transgênero. Isso se deve,
em parte, ao sigilo em que precisamos viver e, esta falta de conhecimento ou compreensão ás
vezes também se acentua por uma tecnologia que muda e é complexa sua condição. Estes por
sua vez vivem em condições dramaticamente diferentes em distintas partes do mundo.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais 2001:

Compreender a cidadania como participação social e Política, assim como


exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-

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dia, atitudes, de solidariedade, cooperação e repúdio ás injustiças,
respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito. (p.07)

No Brasil não possui legislação especifica sobre os transgêneros, entretanto, algumas


decisões reconhece os direitos de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e
transgêneros, que formam o grupo LGBT. Sinalizando entre essas decisões, o direito de usar o
nome do registro, nas instituições de ensino, correndo o mesmo em boletins de ocorrência
registrados por autoridades policiais.

Não por acaso, é muito recente a inclusão das questões de gênero, identidade
de gênero e orientação sexual na educação brasileira a partir de uma
perspectiva de valorização da igualdade de gênero e de promoção de uma
cultura de respeito e reconhecimento da diversidade sexual. Uma perspectiva
que coloca sob suspeita as concepções curriculares hegemônicas e visa a
transformar rotinas escolares, e a problematizar lógicas reprodutoras de
desigualdades e opressão (HENRIQUES et al., 2007, p. 11).

A educação é um direito humano. Esta afirmação é problematizada a partir da


consideração de que a educação praticada na escola, em todos os níveis, descrimina e exclui
pessoas e grupos sociais, ou seja, a falta de preparo e informação por parte de gestores e
professores acaba deixando que o Bullying invada a instituição atingindo principalmente os
de sexualidade indefinida, os mesmos por sua vez não contam para os seus pais, pelo motivo
da sua homossexualidade, portanto escondendo também da escola. Assim fica sem poder
contar com o apoio dos pais e da escola, pois eles não possuem informações para lidar com
essa realidade.
Ainda para os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001):

O objetivo deste documento está em promover reflexões e discussões de


técnicos, professores, equipes pedagógicas, bem como pais e responsáveis,
com a finalidade de sistematizar a ação pedagógica no desenvolvimento dos
alunos levando em conta os princípios morais de cada um dos envolvidos e
respeitando, também, os Direitos Humanos. (p.107)

Por isso se faz necessário propostas político pedagógicas para minimiza a transfobia
no ambiente escolar, onde o conhecimento e a aplicação por parte de professores e gestores
sobre as orientações contidas nos parâmetros curriculares nacional

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para educação infantil no que diz respeito à diversidade sexual e de gênero o qual pode ser
trabalhada através de leituras infantis que falem sobre a diversidade humana. Não deixando de
sinalizar uma maior participação de professores e gestores em cursos de formação referente a
inclusão dos gênero na sociedade.
Nesse contexto, as práticas e atitudes dos profissionais na educação são extremamente
importantes na construção do ser, de forma que pode induzir as crianças a serem
preconceituosa ou não, diante das representações que estão sendo transformadas, assim a
escola se apresenta como uma prática muito importante, a partir do seu papel que é de
construção dos saberes das crianças, sinalizando as de identidades e conseqüentemente das
diferenças.

Considerações finais

O fundamento dos estudos de gênero está no fato de que existe uma desigualdade ou
diferença. Cabe-se, portanto uma parte a escola buscar meios em que solucione o preconceito
para ser trabalhados em sala de aula, preconceitos com os trans e todos os outros tipos de
gênero sexuais, como assegura-se a LGBT, que está incluso lésbicas, gays, bissexuais,
travestis e trans. Não apenas a escola em si, como se deve trabalhar toda a comunidade junta,
a sociedade lutar juntos, para conquistas de projetos sociais, movimentos os quais tenham
todo um vigor, e não se deixa intimidar diante os obstáculos encontrados.
Portanto, se a escola como um meio inclusivo na sociedade deseja-se ocupar um lugar
de privilégio, não se pode ignorar nenhum público. E tem de se incluir, para garantir
desenvolvimento de todos os seus alunos, independente de qual gênero sejam eles, inclusive
daqueles meninos que nasceram meninas, e meninas que nasceram meninos, e todos aqueles
meninos e meninas., que em ambas as partes todos lutam em busca de um mesmo objetivo,
em descobrir suas próprias identidades e a caminharem pela vida, com a liberdade de
exercerem a sua própria opinião, e se adequarem aos seus próprios modos de viver e assegura
sempre o respeito de todos.

REFERÊNCIAS

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BRASIL. Ministério de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. 1998.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Pluralidade cultural e orientação sexual. 3


ed. A secretaria, Brasília, 2001.

CHAUÍ, Marilena. Repressão sexual. São Paulo: Brasiliense, 1985.

Série Fantástico: Quem sou eu? Ed.12/03/2017

GONÇALVES, Elisa Pereira. Conversa sobre iniciação a pesquisa científica. ed. Alínea:
Campinas, 2001.

HENRIQUES, Ricardo; BRANDT, Maria Elisa A.; JUNQUEIRA, Rogério Diniz;


CHAMUSCA, Adelaide. Gênero e Diversidade Sexual na Escola: reconhecer diferenças e
superar preconceitos. Brasília: Secad/MEC, 2007.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Pro-


Posições, v. 19, n. 2 (56) – publicado em 2008. Acessado em 14 de julho de 2017.

ROSEMBERG, Fúlvia. Educação sexual na escola. Cadernos de Pesquisa, n. 53, São Paulo,
mai. 1985.

VIDAL, Diana Gonçalves. Educação sexual: produção de identidades de gênero na dé- cada
de 1930. In: SOUSA, Cynthia Pereira de (Org.). História da educação: processos, práticas e
saberes. 3. ed. São Paulo: Escrituras, 2003.

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