A Extincao de Misericordias No Seculo X
A Extincao de Misericordias No Seculo X
A Extincao de Misericordias No Seculo X
Edições Colibri
. C. M. Torres Vedras . Inst. Alexandre Herculano, 2022, pp. 75-85
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Ricardo Pessa de Oliveira
sos (por decreto de 22 de outubro de 1868), contas, mapas de doentes e orçamentos tudo
tinha de ser submetido à aprovação do Governo Civil do respetivo distrito, que passou a
ter, entre outros mandos, capacidade legal de destituir as Mesas eleitas e de nomear
comissões administrativas, cenário a que poucas misericórdias escaparam, por vezes
durante longos períodos4. O século XIX, sobretudo a sua segunda metade, ficou também
marcado pela publicação de novos e inovadores compromissos, que apresentaram
diversas novidades que passaram pela abolição do numerus clausus e da distinção entre
irmãos de primeira e de segunda condição, pela possibilidade de admissão de menores
emancipados e de mulheres (imposta por portaria de 6 de dezembro de 1872), por elei-
ções diretas, pela redução do número de membros que compunham a Mesa e pela
atualização da sua nomenclatura, transformações que, ainda assim, não ocorreram em
todas as misericórdias5. No decurso de Oitocentos, os gastos com o culto tenderam a
diminuir. Subsistiram formas de assistência tradicional, como a concessão de cartas de
guia a viandantes pobres ou o enterro dos mortos, mas também foram criados novos
serviços ou áreas de intervenção, como o apoio ao ensino primário, acentuando-se, toda-
via, a tendência para considerar o serviço hospitalar a sua principal incumbência, fazen-
do-se notar um investimento na melhoria ou na construção de novas instalações
hospitalares6. Embora tenham sido criadas outras instituições, caso dos asilos de infância
desvalida, as Santas Casas continuaram a ser consideradas fundamentais e a ocupar a
primazia no domínio da assistência à pobreza. A lei de 22 de junho de 1866 que estendeu
às misericórdias a desamortização do património não necessário às atividades pias e
beneficentes foi outro dos aspetos marcantes dessa centúria, ainda que o seu verdadeiro
impacto permaneça por apurar7. Refira-se, por fim, que, se foram criadas 34 novas miseri-
córdias (sem contar com as cinco instituídas no Brasil, entre 1802 e 1816), foram também
várias as que foram extintas ou que estiveram na iminência de o ser, aspeto que não tem
merecido a devida atenção por parte da historiografia. É precisamente este o objeto deste
estudo que pretende analisar o caso concreto da Misericórdia de Abiul8.
4 Sobre o assunto cf. Maria Antónia Lopes, “As Misericórdias como palcos de luta partidária e
instrumentos de domínio político (1834-1945)”, Congresso Internacional 500 anos de História das
Misericórdias. Atas, coordenação de Bernardo Reis, Braga, Santa Casa da Misericórdia de Braga,
2014, pp. 239-258; Ana Isabel Coelho Silva, “A norma e o desvio: história da evolução dos compro-
missos das misericórdias portuguesas”, Portugaliae Monumenta Misericordiarum, coordenação de
José Pedro Paiva, vol. 10, Novos Estudos, Lisboa, União das Misericórdias Portuguesas, 2017, p. 69.
5 Maria Antónia Lopes, José Pedro Paiva, “Introdução”, Portugaliae Monumenta Misericordiarum […],
vol. 8, pp. 17-19; Ana Isabel Coelho Silva, “A norma e o desvio […]”, pp. 69-71.
6 Maria Antónia Lopes, José Pedro Paiva, “Introdução”, Portugaliae Monumenta Misericordiarum […],
vol. 8, pp. 21-22.
7 Isabel dos Guimarães Sá, Maria Antónia Lopes, História Breve das Misericórdias Portuguesas 1498-
-2000, Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2008, pp. 90-92.
8 Nas páginas seguintes retoma-se, em grande medida, o que se escreveu em Ricardo Pessa de Oliveira,
A Misericórdia de Abiul […], pp. 175-187.
9 Se na metrópole as primeiras extinções datam de 1775, em territórios ultramarinos, com a retração do
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A extinção de misericórdias no século XIX. O caso da Santa Casa de Abiul
Estado da Índia, várias misericórdias já haviam sido desativadas, cf. Isabel dos Guimarães Sá,
As Misericórdias Portuguesas de D. Manuel I a Pombal, Lisboa, Livros Horizonte, 2001, p. 46.
10 No reinado de D. Maria I, a de Aljubarrota e a da Pederneira conseguiram reverter a situação e
obtiveram alvará de desanexação e restituição dos seus bens e pertences, cf. Francisco Baptista
Zagalo, Historia da Misericordia de Alcobaça. Esboço historico desta Misericordia desde a sua
fundação até á actualidade, Alcobaça, Tipografia de António M. d’Oliveira, 1918, pp. 193-214.
11 Portugaliae Monumenta Misericordiarum […], vol. 7, pp. 21 e 507-509.
12 Informação colhida em http://www.vilassebastiao.com/index.php?abrir=1.2.4 (consultado a 4 de abril
de 2021).
13 No final do século XIX, Costa Goodolphim apresentou uma listagem das misericórdias extintas no
distrito de Leiria, mas a mesma contém vários erros, cf. Costa Goodolphim, As Misericordias,
Lisboa, Imprensa Nacional, 1897, p. 228.
14 Portugaliae Monumenta Misericordiarum […], vol. 8, pp. 529-531.
15 Portugaliae Monumenta Misericordiarum […], vol. 8, p. 546.
16 Portugaliae Monumenta Misericordiarum […], vol. 8, p. 567.
17 Maria Antónia Lopes, “A luta pelo domínio das Misericórdias: da Monarquia Liberal ao Estado
Novo (1834-1945)”, Portugaliae Monumenta Misericordiarum, coordenação de José Pedro Paiva,
vol. 10, Novos Estudos, Lisboa, União das Misericórdias Portuguesas, 2017, p. 409.
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Ricardo Pessa de Oliveira
“uma das necessarias medidas para este ramo administrativo se regularizar, é a reu-
nião das mizericordias pequenas ás de maiores rendimentos. Devendo esta medida ser
sugeita ao conhecimento de Sua Magestade, proponho-a á vossa consideração,
persuadindo de que devem ser incorporadas, a mizericordia da Batalha á de Leiria, a
de Aljubarrora á de Alcobaça, as do Louriçal, da Redinha e de Abiul á de Pombal”18.
“Neste concelho á hoje quatro mizericordias, é verdade que com piquenos rendi-
mentos, mas todas ellas reunidas á de Pombal com algumas confrarias podem talvez
dar um contingente com que possa formar-se um estabelecimento, onde aquelles
infelizes [doentes pobres] achem senão todo, pelo menos o possivel lenitivo para os
males que os affligem, e que a humanidade reclama se preste”23.
Mais uma vez, a ideia centralizadora não passou do papel e foi necessário esperar dez
anos para que fosse, em parte, colocada em prática, o que evidencia que o assunto era
complexo, pouco consensual e esbarrava na legislação em vigor. Pese não termos locali-
zado qualquer documento que comprove resistência a esse desígnio, é óbvio que tal
possibilidade desagradava às elites locais que sempre haviam dominado estas instituições
e que, após a extinção dos respetivos concelhos, tinham na misericórdia local o derradeiro
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A extinção de misericórdias no século XIX. O caso da Santa Casa de Abiul
centro de poder. Desejavam, claro está, continuar a administrar a sua irmandade (ainda
que, cada vez mais, controlados e vigiados pelos representantes do poder central), a ter
acesso privilegiado ao crédito da mesma, a exercer domínio sobre a vida de diversas
pessoas e a gozar do capital simbólico que a pertença e a liderança destas instituições
continuavam a garantir.
Como se denota na proposta do administrador do concelho de Pombal, a ideia não
passava apenas pela extinção e união das misericórdias, mas também das confrarias
sediadas na matriz da vila, cujas despesas eram quase em exclusivo canalizadas para o
culto religioso. Foi precisamente por essas que se começou. A 22 de dezembro de 1868, o
governador civil de Leiria extinguiu, de uma assentada, as confrarias paroquiais das
Almas e de Nossa Senhora do Rosário e também a Ordem Terceira do Carmo da vila de
Pombal (geridas, desde 1860, por uma comissão administrativa) estipulando, posterior-
mente, que os seus bens fossem incorporados na Misericórdia pombalense. Subsistiu
apenas a do Santíssimo Sacramento que, à época, contava com 34 irmãos que concorda-
ram reconstruir legalmente a confraria, elaborando novo texto normativo 24. Oito meses
depois, o mesmo magistrado decretou a supressão da Santa Casa de Abiul, mas não a do
Louriçal nem a da Redinha que, aliás, continuam em funcionamento.
A questão que se coloca é o porquê de apenas ter sido extinta a Misericórdia de Abiul?
Conforme supradito, na década de 1850, advogava-se suprimir, além das do concelho de
Pombal e da do Louriçal, várias Santas Casas do distrito leiriense, designadamente a de Alju-
barrota, a da Batalha e a de Pederneira. Ao que parece, as três últimas terão registado melho-
rias na sua administração. Em setembro de 1855, D. António da Costa louvou publicamente
os progressos ocorridos nas da Pederneira e de Porto de Mós, escrevendo, a propósito desta
última, que teria “verdadeira pena de ver anexada a outra a mizericordia de Porto de Moz”25.
Pouco depois, em junho de 1856, o governador civil, António Vaz da Fonseca e Melo,
afirmou que as Santas Casas dos concelhos de Alcobaça, Batalha e Pederneira haviam
melhorado muito a sua administração, conquanto continuasse a advogar a incorporação das
“de pequenos rendimentos a outras maiores que lhes ficaram mais proximas”26.
Quanto às misericórdias de Abiul, do Louriçal e da Redinha nada foi referido. Pode-
ríamos apontar vários motivos para a extinção da primeira e para a conservação das duas
últimas, designadamente a localização geográfica, a população das respetivas freguesias,
as rendas que financiavam as diferentes irmandades, os socorros que efetivamente
prestavam e, sobretudo, o número de membros que as compunham.
Segundo o censo de 1864, o Louriçal era a freguesia mais populosa do concelho de
Pombal. O seu número de fogos (1128) e o de habitantes (5182) era superior ao registado
na freguesia sede de concelho que, em 1847, fora reduzida em território e em população
com a criação de uma nova freguesia. Se pensarmos que a Misericórdia do Louriçal
socorria igualmente os pobres da freguesia vizinha da Mata Mourisca, que pertencera ao
extinto concelho louriçalense, verifica-se que servia uma população de 7347 indivíduos27.
24 Leiria, ADL, Governo Civil, Registo de Alvarás, -1-III-55-A-2 [Livro de Registo de Alvarás (1862-
-1880), fls. 29-31].
25 O Leiriense, n.º 122, de 5 de setembro de 1855. Sobre a Misericórdia porto-mosense cf. Saul António
Gomes, Kevin Carreira Soares, A Santa Casa da Misericórdia de Porto de Mós […].
26 O Leiriense, n.º 204, de 28 de junho de 1856. Refira-se que a Santa Casa da Pederneira, embora
viesse a ser definitivamente extinta em 1877, tinha receitas mais elevadas do que a de Pombal. Em
1852, a primeira registou um rendimento ordinário de 359 699 réis e a segunda apenas de 184 023
réis, cf. António da Costa de Sousa de Macedo, Estatistica do Districto […], p. 237.
27 Em maio de 1883, um ofício da Santa Casa de Pombal para o administrador dos hospitais da Univer-
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A extinção de misericórdias no século XIX. O caso da Santa Casa de Abiul
transitam com penas, e outros, que vão a banhos das Caldas”32 e a do Louriçal afirmou
socorrer aproximadamente cem indivíduos por ano, com esmolas e remédios 33.
Por último, mas, como teremos oportunidade de verificar, mais importante, o número
de irmãos das Misericórdias do Louriçal e da Redinha era também superior ao da irman-
dade abiulense. Em 1892, a primeira era constituída por 62 irmãos, enquanto a segunda
afirmou contar com 56 membros (embora quatro estivessem ausentes e outros tantos
tivessem já falecido).
“tendo sido desde longa data geridos os bens e rendimentos d’esta irmandade por
um unico homem, que denominando-se provedor concentrava em sua pessôa todas
as attribuições da Meza, pagando, fazendo despezas arbitrarias, e dispondo a seu
belo prazer dos fundos do estabelecimento, chegando o chamado thezoureiro a
declarar no fim de uma conta lançada no livro d’elle, e respectiva ao anno de 1861,
que elle nada havia recebido nem pago, porque o dito provedor era quem praticava
todos esses actos”34.
Com efeito, sabe-se que assinou diversas escrituras públicas sem se fazer acompanhar
de qualquer outro membro da Mesa35, que conservou em casa documentação relativa à
Santa Casa, designadamente livros de receita e despesa, escrituras várias e tombos de
bens36, e que, quando faleceu, foi sepultado na capela da instituição, quando o enterro no
interior dos templos fora há muito proibido37.
Regressando ao alvará de extinção, eram, sem dúvida, acusações graves para a
Misericórdia, mas também, diga-se, para o próprio governador civil e seus antecessores
que, estando a par da situação, pouco ou nada haviam deliberado. Efetivamente, já em
1865, Francisco Gomes de Almeida Branquinho, governador civil de Leiria (1865-1868),
durante uma visita ao seu distrito, verificara que a irmandade não prestava contas desde
1861 e que toda a escrituração estava “na maior irregularidade”38; e, alguns anos depois,
em junho de 1869, o administrador do concelho de Pombal voltou a encontrar a contabili-
dade “muito eregular e defeciente”39, permanecendo as contas por aprovar há vários anos.
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Ainda de acordo com o alvará de extinção, os abusos haviam decorrido com a coni-
vência dos irmãos que, evidenciando pouco interesse pela instituição, não compareciam
às eleições. Por último, afirmou-se que há muito não era inscrito qualquer novo irmão. A
existência de arbitrariedades e de irregularidades é inegável, mas quer esta última
acusação quer uma outra relativa ao não envio de orçamentos eram falsas. Embora seja
irrefutável que a confraria, evidenciava pouca capacidade para renovar o seu quadro de
irmãos, entre 1864 e 1869, haviam ingressado seis novos membros, cinco dos quais em
1867 e, quanto a orçamentos, sabemos que o do ano económico de 1864/65 foi efetiva-
mente remetido para o Governo Civil e aprovado a 30 de dezembro de 186440. Além des-
se, são conhecidos os projetos elaborados para os anos económicos de 1868/69, 1869/70 e
1870/71 que, por certo, terão sido remetidos para aquela autoridade41.
Independentemente da maior ou menor exatidão das acusações, o certo é que o
principal (e único) fundamento para a extinção foi outro. Aliás, não poderia ser de outra
forma. Erros e má gestão existiam em várias misericórdias e muitas eram as que não
remetiam os orçamentos em tempo útil. Acontece que, de acordo com o código adminis-
trativo português, esses problemas eram resolvidos através da destituição dos corpos
gerentes e da nomeação de comissões administrativas42. De resto, a de Abiul já havia
experimentado essa realidade em 1835. Por isso, a justificação do governador civil, José
Ferreira da Cunha e Sousa, teve de recair noutro ponto: o número insuficiente de irmãos.
É que o decreto de 21 de outubro de 1836 fora claro ao estabelecer que a extinção de
qualquer irmandade só poderia ocorrer quando faltasse o número necessário de irmãos
para a eleição da Mesa43, e a portaria de 27 de setembro de 1862, esclarecera que, ainda
que esse número não estivesse determinado na lei, cada irmandade devia possuir, ao
menos, o dobro dos irmãos necessários para formar o referido órgão44.
Tendo notícia de que a irmandade abiulense não observava essa exigência, o governa-
dor, seguindo os trâmites fixados no decreto supramencionado, mandou afixar edital para
que os irmãos, no prazo de quinze dias, comparecessem na administração do concelho
para assinarem termo de responsabilidade, pelo qual se obrigassem a continuar na admi-
nistração da Casa. Sucedeu que esse registo, efetuado a 3 de agosto de 1869, foi assinado
somente por 15 irmãos, número considerado insuficiente por não ser duplo ao dos
mesários designados no compromisso da Misericórdia de Lisboa, de 1618. Pese as fontes
não o referirem, acreditamos que nem todos os irmãos compareceram à assinatura do
termo. Basta referir que na eleição de 2 de julho de 1870, votaram 19 membros, não exis-
tindo registo de entrada de qualquer novo irmão no período que mediou entre as duas
datas45. Além desse aspeto, verifica-se que, mais uma vez, o alvará distorceu factos. Se
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A extinção de misericórdias no século XIX. O caso da Santa Casa de Abiul
era verdade que a irmandade seguia o texto normativo da congénere olisiponense também
o era que, desde há alguns anos, a Mesa era formada apenas por nove irmãos (um prove-
dor, um secretário, um tesoureiro e seis vogais) pelo que, se tivermos em consideração
que o número real de membros seria, pelo menos, de 19, a irmandade estava em
condições de continuar. Seja como for, não parece ter existido, por parte dos irmãos,
qualquer tentativa de impugnar o alvará. Note-se ainda a ausência a quaisquer referências
à diminuta ação assistencial prestada pela Santa Casa de Abiul ou às suas ténues receitas,
sinal claro de que esses não constituíam argumentos válidos para extinguir uma qualquer
confraria ou irmandade.
Ainda que o documento tivesse ordenado que o administrador do concelho notificasse
os irmãos sobre a extinção e tomasse imediatamente posse de todos os objetos e
propriedades da irmandade, tal apenas veio a suceder a 16 de julho de 1870, já depois de,
a 21 de abril desse ano, a Junta Geral do Distrito ter confirmado o destino a dar a esses
bens e também aos das outras confrarias e Ordem Terceira extintas: a incorporação na
Misericórdia de Pombal. A 16 de julho procedeu-se ao inventário46 e a 7 de outubro,
efetivou-se a anexação47. Assinale-se que, no momento da extinção, os mesários abiulen-
ses continuaram a proteger os devedores de foros e de juros, ou seja, continuaram a auto
proteger-se, não incluindo no inventário determinados títulos que apenas seriam
remetidos para Pombal a 23 de dezembro, depois de insistentemente requeridos pelo
administrador do concelho ao ex-provedor, Gerardo António da Costa (1840-1907)48.
Cardoso da Paz, António Furtado da Silveira, Caetano da Cunha, Domingos Luís, Francisco Xavier
de Lemos, Gerardo António da Costa, Gerardo dos Reis e Cunha, João Furtado da Silveira, João
Mendes da Cruz, João Nunes Eugénio, José Ferreira dos Santos, José Rodrigues (Chão de Ulmeiro),
Manuel Ferreira Castelão, Manuel Ferreira dos Santos, Manuel Rodrigues (Ribeira) e Manuel da
Silva, cf. Pombal, ASCMP, Livro de deliberações da Misericórdia de Abiul (1864-1870), fls. 21v-22.
46 O inventário foi realizado na presença do administrador interino do concelho de Pombal, tendo
ficado por depositário dos bens arrolados Manuel Ferreira Castelão, regedor daquela freguesia e
antigo mesário da instituição extinta, cf. Pombal, ASCMP, Livro de deliberações da Misericórdia de
Abiul (1864-1870), fls. 22-23v.
47 Pombal, ASCMP, Livro de Atas da Misericórdia de Pombal (1862-1871), fls. 82-82v.
48 Pombal, Arquivo Municipal de Pombal (doravante AMP), Administração do Concelho, Registo da
correspondência com todas as autoridades exceto do Governo Civil (1870-1874), fls. 44v-45, 53v e 57.
49 Maria Antónia Lopes, José Pedro Paiva, “Introdução”, Portugaliae Monumenta Misericordiarum
[…], vol. 8, p. 24.
50 Leiria, ADL, Governo Civil de Leiria, Licenciamento e Fiscalização, Santa Casa da Misericórdia de
Pombal, -1-III-74-D-4, Compromisso da Santa Casa da Misericórdia de Pombal, cap. 7, art. 51.
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