Matbase Matematica Financeira Miolo Online c1 2

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Ministério da Educação – MEC

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES


Diretoria de Educação a Distância – DED
Universidade Aberta do Brasil – UAB
Programa Nacional de Formação em Administração Pública – PNAP
Bacharelado em Administração Pública

Matemática Financeira e
Análise de Investimentos

Ernesto Coutinho Puccini

2012
2ª edição
© 2012. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Todos os direitos reservados.
A responsabilidade pelo conteúdo e imagens desta obra é do(s) respectivo(s) autor(es). O conteúdo desta obra foi licenciado temporária
e gratuitamente para utilização no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil, através da UFSC. O leitor se compromete a utilizar
o conteúdo desta obra para aprendizado pessoal, sendo que a reprodução e distribuição ficarão limitadas ao âmbito interno dos cursos.
A citação desta obra em trabalhos acadêmicos e/ou profissionais poderá ser feita com indicação da fonte. A cópia desta obra sem auto-
rização expressa ou com intuito de lucro constitui crime contra a propriedade intelectual, com sanções previstas no Código Penal, artigo
184, Parágrafos 1º ao 3º, sem prejuízo das sanções cíveis cabíveis à espécie.

1ª edição – 2011

P977m Puccini, Ernesto Coutinho


Matemática financeira e análise de investimentos / Ernesto Coutinho Puccini. –
2. ed. reimp. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC;
[Brasília] : CAPES : UAB, 2012.
202p. : il.

Bacharelado em Administração Pública


Inclui bibliografia
ISBN: 978-85-7988-130-5

1. Matemática financeira. 2. Investimentos – Análise. 3. Educação a distância. I.


Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Brasil). II. Universi-
dade Aberta do Brasil. III. Título.

CDU: 51-77:336

Catalogação na publicação por: Onélia Silva Guimarães CRB-14/071


PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR – CAPES

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS DIDÁTICOS


Universidade Federal de Santa Catarina

METODOLOGIA PARA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


Universidade Federal de Mato Grosso

AUTOR DO CONTEÚDO
Ernesto Coutinho Puccini

EQUIPE TÉCNICA

Coordenador do Projeto – Alexandre Marino Costa


Coordenação de Produção de Recursos Didáticos – Denise Aparecida Bunn
Capa – Alexandre Noronha
Ilustração – Adriano Schmidt Reibnitz
Projeto Gráfico e Editoração – Annye Cristiny Tessaro
Revisão Textual – Claudia Leal Estevão Brites Ramos

Créditos da imagem da capa: extraída do banco de imagens Stock.xchng sob direitos livres para uso de imagem.
Sumário
Apresentação............................................................................................... 7

Unidade 1 – Conceitos Fundamentais de Matemática Financeira

Conceitos Fundamentais de Matemática Financeira ................................. 11


Elementos Básicos................................................................................ 11
Fluxo de Caixa..................................................................................... 18
Taxa de Juros....................................................................................... 22

Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Regime de Juros Simples (Capitalização Simples) .................................... 31


Conceitos e Fórmulas Básicas .............................................................. 31
Taxas de Juros Proporcionais e Equivalentes ............................................ 39
Taxas Proporcionais.............................................................................. 39
Taxas Equivalentes............................................................................... 40
Descontos em Regime de Juros Simples ................................................... 43
Conceito de Desconto.......................................................................... 43
Desconto Racional (Por Dentro)............................................................ 44
Desconto Comercial (Desconto Bancário, ou Por Fora)......................... 51
Custo Efetivo do Desconto Comercial Simples...................................... 55
Equivalência de Capitais........................................................................... 57
Equivalência de Fluxos de Caixa.......................................................... 58
Equivalência de Fluxos de Caixa em Desconto Racional ��������������������� 59
Equivalência de Fluxos de Caixa em Desconto Comercial ������������������� 60

Unidade 3 – Regime de Juros Compostos

Regime de Juros Compostos .................................................................... 69


Fórmulas Básicas ................................................................................. 70
Capitalização e Descontos.................................................................... 73
Taxas de Juros em Regime de Juros Compostos................................... 77
Desconto em Juros Compostos............................................................. 83
Valor Presente de um Fluxo de Caixa................................................... 85
Taxa Interna de Retorno de um Fluxo de Caixa.................................... 88
Equivalência de Fluxos de Caixa.......................................................... 89

Unidade 4 – Rendas, ou Anuidades

Rendas, ou Anuidades .............................................................................. 99


Classificação das Rendas.................................................................... 101
Nomenclatura Adotada....................................................................... 103
Equivalências Básicas em Rendas .......................................................... 104
Rendas Postecipadas e Imediatas........................................................ 105
Rendas Postecipadas e Diferidas......................................................... 111
Rendas Antecipadas e Imediatas................................................................ 116
Rendas Fracionárias: a questão da taxa de juros....................................... 122

Unidade 5 – Sistemas de Amortização

Sistemas de Amortização ........................................................................ 129


Sistema de Prestação Constante (SPC) .............................................. 130
Sistemas de Amortização Constante (SAC) ........................................ 146

Unidade 6 – Avaliação Econômica de Projetos de Investimento

Avaliação Econômica de Projetos de Investimento ................................. 159


Dados Básicos para o Estudo dos Projetos ......................................... 161
Métodos de Análise ........................................................................... 163
Análise Comparativa dos Métodos ..................................................... 169

Unidade 7 – Inflação e Correção Monetária

Inflação e Correção Monetária ............................................................... 181


Índice de Preços ................................................................................ 182
Índice e Taxa de Inflação ou de Correção Monetária ......................... 184
Taxas de Juros Aparente e Real ......................................................... 186
Índice de Correção Monetária como Inflator e como Deflator ����������� 189
Financiamentos com Correção Monetária .......................................... 191

Considerações finais................................................................................ 199

Referências.............................................................................................. 201

Minicurrículo........................................................................................... 202
Apresentação

Apresentação

Caro estudante,
Ao iniciar os estudos da disciplina Matemática Financeira e
Análise de Investimentos, algumas perguntas inevitavelmente passam
pela sua cabeça: qual o campo de aplicação desta disciplina? Qual a
sua utilidade prática? Ela fará alguma diferença em minha vida?
Bem, o campo de aplicação desta disciplina é bastante amplo,
pois suas técnicas são necessárias em operações de financiamento
de quaisquer naturezas: crédito a pessoas físicas e a empresas,
financiamentos habitacionais, crédito direto ao consumidor e outras.
Essas técnicas financeiras são também úteis quando você tem de
se decidir entre investimentos alternativos. Nessas situações, é o
uso dessas técnicas que permite conhecer os custos e os eventuais
benefícios dessas operações, possibilitando tomadas de decisão
mais racionais. Em gestão de negócios públicos ou privados seu
conhecimento é absolutamente imprescindível, uma vez que os
custos dos financiamentos dados e recebidos e boas decisões de
investimento são peças centrais do sucesso da gestão.
Este livro pretende ajudá-lo a desvendar essas técnicas para
que você possa gerir os seus interesses financeiros e os da sua
organização com racionalidade e eficiência.
A primeira Unidade do livro é dedicada ao conhecimento da
nomenclatura a ser utilizada ao longo do texto, à explicitação das
principais variáveis, cujas relações também são estudadas ao longo
do livro, à conceituação de taxa de juros e ao estudo do conceito de
fluxo de caixa.
A segunda Unidade estuda o regime de capitalização simples,
e a terceira Unidade, o regime de capitalização composta. Para esses
dois regimes de capitalização, estudamos: as relações fundamentais

Módulo 5 7
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

entre suas variáveis, questões relativas às taxas de juros, operações


de descontos e equivalência de capitais. Vamos introduzir também o
conceito de valor presente líquido e de taxa interna de retorno de um
fluxo de caixa (este apenas para capitalização composta).
A quarta Unidade estuda as anuidades, ou rendas: sua definição,
classificação e principais modelos. Para esses modelos, evidenciamos as
relações de equivalência existentes entre os pagamentos (recebimentos)
da renda, os seus valores presente e futuro e as demais variáveis
envolvidas. Essa Unidade é introdutória ao estudo dos Sistemas de
Amortização Constantes da próxima Unidade.
A quinta Unidade estuda os principais sistemas de amortização
de dívidas que têm vasta aplicação prática. Nela damos especial
atenção aos modelos de prestação constante e de amortização
constante por sua relevância na vida cotidiana.
A sexta Unidade apresenta os princípios básicos das principais
técnicas quantitativas de apoio às decisões de investimento de capital.
A qualidade da decisão de investimento nos setores público e privado
é garantia de maximização da produtividade nacional. O setor privado
pauta suas decisões pela maximização da lucratividade do capital e
o setor público leva em conta fundamentalmente os retornos sociais
dos projetos. Em consequência, os métodos de apoio à decisão são
diferentes e esta Unidade estudará os critérios econômicos de apoio
à decisão de investimento.
A sétima Unidade introduz o estudo da correção monetária de
valores financeiros. O conhecimento de suas técnicas é importante
porque a correção monetária se aplica a praticamente todos os
contratos com duração superior a um ano.
No decorrer dos estudos lhe sugeriremos atividades comple-
mentares – situações práticas e exemplos – com a finalidade de facilitar
seu aprendizado. Esperamos que você tenha sucesso nos estudos a
que se propôs fazer ao iniciar esta disciplina. Nossos votos de um
bom percurso!

Professor Ernesto Coutinho Puccini

8 Bacharelado em Administração Pública


UNIDADE 1
Conceitos Fundamentais
de Matemática Financeira

Objetivos Específicos de Aprendizagem


Ao finalizar esta Unidade, você deverá ser capaz de:
ffIdentificar as variáveis envolvidas no estudo da Matemática
Financeira;
ffConhecer a nomenclatura a ser utilizada na disciplina;
ffConhecer a equação fundamental da Matemática Financeira;
ffConstruir fluxos de caixa de operações financeiras; e
ffConceituar taxa de juros.
Unidade 1 – Conceitos Fundamentais de Matemática Financeira

Conceitos Fundamentais de
Matemática Financeira
Prezado estudante,
A primeira Unidade deste livro lhe apresentará a nomenclatura
que será utilizada na disciplina e alguns conceitos iniciais que
serão centrais no desenvolver das suas atividades, com ênfase
para: equação básica da Matemática Financeira, fluxo de caixa
e taxa de juros.
Bons estudos!

Para facilitar seu aprendizado inicial nesta disciplina, você

v
deve dominar com segurança os seguintes assuntos:

ff
álgebra elementar; e
ff
funções e sua representação gráfica.

Caso você tenha


alguma dificuldade

Elementos Básicos com esses pontos, faça


uma revisão prévia. O
portal Só Matemática
é excelente para
A Matemática Financeira é um corpo de conhecimento que orientar o aprendizado
estuda a mudança de valor do dinheiro com o decurso de tempo; de matemática em
nível médio e superior.
para isso, cria modelos que permitem avaliar e comparar o valor do
Disponível em: <http://
dinheiro em diversos pontos do tempo. Antes de iniciar o seu estudo, www.somatematica.com.
é necessário estabelecer uma linguagem própria para designar as br/index2.php>. Acesso
variáveis que serão estudadas. Os elementos básicos do estudo desta em: 20 jun. 2011.

disciplina serão inicialmente vistos por meio de uma situação prática


para, na sequência, serem definidos.

Módulo 5 11
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

v
A Matemática Financeira reconhece que o dinheiro tem valor
no tempo. É intuitivo entender que $ 100,00 em seu bolso hoje
Assista a um vídeo sobre tenham mais valor do que $ 100,00 que chegarão às suas mãos
relações de equivalência daqui a seis meses.
na Matemática Financeira
em: <http://www.youtube.
Situação prática 1.1
com/watch?gl=BR&hl=pt
&v=Ol7pf3i31uE>. Acesso Você necessita de $ 50.000,00 para atender a uma necessidade
em: 27 jul. 2011.
financeira. Um banco lhe propõe um empréstimo nesse valor que
deverá ser pago após três meses; o banco depositará $ 50.000,00
em sua conta e você pagará a ele $ 60.000,00 ao final desse período.
Essa situação permite a você, estudante, identificar os
elementos básicos que serão estudados em Matemática Financeira e
Análise de Investimento. Nessa situação, você pode ver que:

ff
existiu uma transação financeira entre o banco (agente
credor) e o cliente (agente devedor) que será denominada
de operação financeira;
ff
essa operação financeira tem um valor inicial de $
50.000,00 que será denominado de capital e um valor
final de $ 60.000,00 que será denominado montante e
teve uma duração de três meses;
ff
há uma diferença entre o montante e o capital que será
denominada juro da operação. Esse juro será um custo
para você e uma remuneração para o banco; e
ff
existe um agente que empresta o dinheiro que é denominado
credor e existe um agente que toma o dinheiro emprestado
que é denominado devedor.

O estudo da Matemática Financeira exige a definição precisa


dos seus termos, o que é proposto a você nas próximas páginas.

12 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 1 – Conceitos Fundamentais de Matemática Financeira

Faça a leitura do texto Oferta e demanda de moeda


disponível em: <http://www.proativams.com.br/files_
aberto/LC11.doc.>. Acesso em: 27 jul. 2011. E leia o tópico
Nomenclatura disponível em: <http://www.proativams.
com.br/files_aberto/Leiturascomplementares1.doc>.
Acesso em: 27 jul. 2011.

Capital

Capital (C) é o valor inicial de uma operação financeira


expresso em unidades monetárias. Esse valor inicial pode ser:

ff
numerário ou depósitos bancários disponíveis;
ff
valor de um título de dívida no início de um processo
financeiro; e
ff
valor de ativos físicos (prédios, máquinas, veículos e
outros) no início de um processo financeiro.

Observe que na Situação prática 1.1, o capital corresponde


ao valor de $ 50.000,00.
Para que a caracterização de outras noções básicas importantes
seja feita com clareza, o capital será visto como um ativo que pode
ser cedido por um agente econômico a outro mediante condições
previamente estabelecidas.

Operação Financeira

Operação financeira é o ato econômico pelo qual determinado


agente possuidor de capital (C) – denominado credor – transfere
esse capital (C) a outro agente econômico – denominado tomador
– mediante condições previamente estabelecidas, que normalmente
envolvem:

ff
a remuneração paga pelo tomador ao credor pela utilização
do capital (C);

Módulo 5
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

ff
os prazos e as formas de devolução do capital (C) e da
remuneração acordada; e
ff
as garantias de pagamento que o tomador apresentará ao
credor.

Este livro estudará os dois primeiros itens, mas não abordará


a questão das garantias.
A operação financeira é usualmente formalizada por meio de
um documento que, genericamente, será denominado de título de
crédito.

Figura 1: Operação financeira


Fonte: Elaborada pelo autor deste livro

Considere uma operação financeira em que o credor cede um


capital (C) ao tomador por um tempo constituído de (n) períodos
unitários ao fim do qual o tomador devolverá ao credor a soma
do capital (C) e da remuneração acordada. Essa operação está
sintetizada na Figura 1.
A partir da configuração mostrada na Figura 1, podemos
definir alguns conceitos básicos desta disciplina.

Juros, ou Juro

Juro (J) é o valor da remuneração do capital (C) acordado


entre o credor e o tomador em uma determinada operação financeira.

14 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 1 – Conceitos Fundamentais de Matemática Financeira

Montante

Montante (M) é a soma do capital (C) e do juro (J) que foi


acordado na operação financeira e que é devido ao seu final. Essa
definição mostra a você a seguinte relação:

M=C+J
Essa relação é denominada equação básica da Matemática
Financeira.

Valor Presente

Valor presente (PV) é o valor de uma operação financeira na


data presente. É um valor intermediário entre o montante (M) e o
capital (C), conforme você pode ver na Figura 2.

Figura 2: Conceitos e definições básicas


Fonte: Elaborada pelo autor deste livro

Observe que, para uma operação financeira iniciada hoje,


o capital (C) e o valor presente (PV) coincidem; por essa razão, a
expressão valor presente (PV) é, frequentemente, utilizada como
sinônima de capital (C), apesar da diferença conceitual existente.

Módulo 5 15
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Valor Futuro

Valor futuro (FV) é o valor de uma operação financeira em


qualquer data compreendida entre a data atual e o vencimento da
operação (Figura 2). De modo análogo ao valor presente (PV) e ao
capital (C), também o valor futuro (FV) é, frequentemente, tomado
como sinônimo de montante (M).

Valor Nominal

Valor nominal (VN) é o valor de uma operação financeira


constante do título de crédito que a documenta. Pode ser tanto o
valor inicial, ou capital (C), quanto o valor final, ou montante (M), da
operação. Alguns autores adotam a nomenclatura “valor de face” em
vez de “valor nominal”. Frequentemente, valor nominal (VN), valor
de futuro (FV) e montante (M) são tomados como sinônimos apesar
das diferenças conceituais existentes.

16 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 1 – Conceitos Fundamentais de Matemática Financeira

Atividades de aprendizagem
Preparamos para você algumas atividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo que você estudou na primeira parte desta
Unidade. Em caso de dúvida, não hesite em fazer contato com
seu tutor.

1. Retorne à Situação prática 1.1 e identifique cada um dos elementos


definidos em uma operação financeira.
2. Escreva com suas próprias palavras o conceito de juro (J). Construa
um exemplo de uma operação financeira que caracterize bem o
conceito.
3. Dê o significado de valor nominal (VN). O valor nominal (VN) é neces-
sariamente o capital (C)? Ou o montante (M)? Por quê?
4. Faça uma distinção entre capital (C) e valor presente (PV). Crie um
exemplo que ilustre adequadamente esses dois conceitos. Por que
razão esses conceitos são usualmente vistos como sinônimos?
5. Qual a fórmula básica da Matemática Financeira?
6. Diversos autores dessa área de conhecimento se valem de nomencla-
turas distintas. Consulte os autores sugeridos na seção Referências
deste livro e indique essas diferenças.

Módulo 5 17
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Fluxo de Caixa

Fluxo de caixa é uma sucessão temporal de entradas e de


saídas de dinheiro no caixa de uma entidade, conforme você pode
ver na Situação prática 1.2 que ilustra essa definição.

Situação prática 1.2


Você entrou numa loja para comprar uma geladeira. O
vendedor lhe informa que o preço à vista da geladeira é $ 1.500,00.
Informa também que o pagamento pode ser financiado em quatro
parcelas iguais mensais de $ 400,00.
Você faz a compra e opta pelo financiamento, de modo que
terá quatro desembolsos mensais sucessivos de $ 400,00; esse é o seu
“fluxo de caixa” dessa operação. A loja terá quatro entradas mensais
de $ 400,00, sendo esse o fluxo de caixa dela. Tanto para você como
para a loja esse fluxo de caixa é equivalente a $ 1.500,00 na data 0.

Figura 3: Entradas e saídas de dinheiro no tempo


Fonte: Elaborada pelo autor deste livro

Essas entradas e saídas podem ser representadas por um


diagrama, denominado diagrama de fluxo de caixa, como mostrado
na Figura 3, na qual estão representadas graficamente as entradas

18 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 1 – Conceitos Fundamentais de Matemática Financeira

e as saídas de dinheiro para cada um dos agentes envolvidos. As


entradas de caixa são representadas por flechas com orientação
positiva e as saídas de caixa por flechas com orientação negativa.
Este livro vai enfatizar o uso de diagramas de fluxo de
caixa como instrumento auxiliar para a solução de problemas de
Matemática Financeira porque eles são muito úteis para a visualização
e o entendimento dos problemas.

Leia o tópico Representação de fluxos de caixa em forma


de tabelas em Leituras Complementares 1 disponível
em: <http://www.proativams.com.br/files_aberto/
Leiturascomplementares1.doc>. Acesso em: 27 jul. 2011.

As convenções utilizadas para a elaboração de gráficos de


fluxos de caixa são as seguintes:

ff
no eixo horizontal (abscissa) representam-se os períodos
de tempo; e
ff
no eixo vertical (ordenada) representam-se os valores
das entradas e saídas de dinheiro com flechas orientadas,
indicativas dos valores considerados:

ff
Entradas: flechas com orientação positiva (para cima).
ff
Saídas: flechas com orientação negativa (para baixo).

Na Figura 3, temos para:

ff
você: quatro saídas de caixa sucessivas de $ 400,00 nos
tempos n = 1, n = 2, n = 3 e n = 4 (seu benefício como
contrapartida foi a aquisição da geladeira); e
ff
a loja: quatro pagamentos de $ 400,00 pela venda que
lhe fez da geladeira que equivalem ao valor $ 1.500,00 à
vista.

Módulo 5 19
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Os pagamentos mensais de $ 400,00 são nominalmente


iguais, porém, financeiramente distintos, pois se referem a datas
diferentes e não são, portanto, comparáveis.

Leia o tópico Valor do dinheiro no tempo em Leituras


Complementares 1.2 disponível em: <http://www.
proativams.com.br/files_aberto/LC12.doc.>. Acesso
em: 27 jul. 2011.

A Matemática Financeira estuda as inter-relações entre essas


diversas variáveis e seus problemas estão basicamente relacionados
com entradas e saídas de dinheiro no tempo.
Nunca deixe de considerar que uma operação financeira
envolve duas partes (o credor e o tomador) com fluxos de caixa
absolutamente simétricos. A que é entrada de caixa para uma das
partes, é saída de caixa para a outra e vice-versa; verifique essa
simetria no seu fluxo de caixa e no fluxo de caixa da loja na Figura 3.

20 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 1 – Conceitos Fundamentais de Matemática Financeira

Atividades de aprendizagem
Vamos verificar se você está acompanhando os estudos até
este momento? Para isso, procure resolver as atividades
propostas e, em seguida, discuta as soluções encontradas com
seus colegas nos chats.

7. Você financiou a compra de um eletrodoméstico, cujo valor à vista


é $ 2.500,00, em quatro prestações mensais, sucessivas, iguais, no
valor de $ 650,00 cada uma, vencendo a primeira em 30 dias da data
da compra. Construa o seu fluxo de caixa dessa operação.
8. Um banco concedeu um empréstimo no valor de $ 2.000,00 por 60
dias a um cliente. Ao final desse prazo, o cliente deverá devolver ao
banco o total de $ 2.250,00.
a) Identifique o capital (C), o montante (M) e o juro (J)
devidos.
b) Construa o fluxo de caixa da operação, observando as
convenções dadas.
9. Uma loja vende um eletrodoméstico nas seguintes condições: uma
entrada de $ 200,00 e mais dois pagamentos em 30 e em 60 dias
no valor de $ 250,00 cada. Construa o fluxo de caixa dessa operação
para o comprador e para a loja. Compare os dois fluxos de caixa.
10. Um empréstimo no valor de $ 5.000,00 deve ser pago daqui a três
meses, sendo o valor do juro $ 500,00. Construa os fluxos de caixa
para o emprestador e para o tomador do empréstimo.
11. Um carro no valor de $ 25.000,00 foi financiado para pagamento
em 12 parcelas iguais e mensais de $ 2.450,00, vencendo a primeira
daqui a um mês. Construa os fluxos de caixa associados ao financia-
dor e ao financiado.

Módulo 5 21
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Taxa de Juros

Este tópico se propõe a apoiá-lo no entendimento do conceito


de taxa de juros, que representa o custo financeiro do dinheiro.
Uma vez mais utilizaremos uma situação prática concreta para
que você seja levado a perceber a necessidade de mecanismos
de comparação entre situações semelhantes, mas não iguais.
Vamos a ela!

Situação prática 1.3


Uma organização necessita de capital para atender às
necessidades do seu negócio e tem em mãos duas propostas feitas
por bancos:

ff
uma para receber $ 150.000,00 hoje e pagar $ 170.000,00
após quatro meses; e
ff
outra para receber $ 145.000,00 hoje e pagar $ 163.000,00
daqui a quatro meses.

Imagine que as duas propostas atendam às necessidades da


organização e se pergunte: qual a melhor proposta?
O juro da primeira proposta é de $ 20.000,00, enquanto
que o juro da segunda proposta é $ 17.000,00. Esses números,
que espelham o total do juro a ser pago, são números absolutos e,
portanto, não são diretamente comparáveis porque suas bases iniciais
são diferentes ($ 150.000,00 e $ 145.000,00); assim, torna-se difícil
verificar qual a melhor das duas propostas.

Nesta Unidade serão tratados alguns conceitos que o ajudarão


a fazer esse julgamento. Vamos a eles!

22 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 1 – Conceitos Fundamentais de Matemática Financeira

Definição de Taxa de Juros

O custo do dinheiro nos mercados financeiros é dado pela


taxa de juros (i) que representa o custo de cada unidade de capital
(C) por unidade de tempo. Assim:

A taxa de juros (i), expressa em forma unitária, é


a relação entre o juro (J) gerado numa operação
financeira e o capital (C) nela empregado; observe que
essa taxa de juros está relacionada com a duração da
operação financeira.

Figura 4: Definição de taxa de juros


Fonte: Elaborada pelo autor deste livro

Denomine de juro (J) o valor do juro gerado por um capital


(C) em um determinado período unitário de tempo, conforme você
pode ver na Figura 4; a taxa de juros para essa unidade de tempo,
expressa em forma unitária, é definida como:

(1.1)
ap = ao período (unitário de tempo)

Essa taxa de juros (i) pode ser expressa também em forma


percentual, bastando ajustar a fórmula.

Módulo 5 23
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

(1.2)

Os números que expressam a taxa de juros são acompanhados


de uma expressão que indica a temporalidade da taxa. Essas
expressões são abreviadas da seguinte forma:

ff
ad – ao dia;
ff
am – ao mês;
ff
ab – ao bimestre;
ff
at – ao trimestre;
ff
aq – ao quadrimestre;
ff
as – ao semestre; e
ff
aa – ao ano.

Exemplo 1.1
Um capital (C) de $ 500,00 rende juros de $ 10,00 em dois
meses. Qual a taxa de juros (i)?

Solução
A resposta vem da própria definição de taxa de juros (i) e dos
dados, a saber:

C = $ 500,00 J = $ 10,00
Aplicando as fórmulas da taxa de juros (i) (1.1 e 1.2), temos:

Com essas definições, retome a Situação prática 1.3 e


procure verificar qual o custo de cada proposta.

24 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 1 – Conceitos Fundamentais de Matemática Financeira

ff
Primeira proposta:
O juro (J) devido é:
J = M – C = 170.000,00 – 150.000,00 = $ 20.000,00
E a taxa de juros (i) proposta pode ser assim calculada:

ff
Segunda proposta:
O juro (J) devido é:
J = M – C = 163.000,00 – 145.000,00 = $ 18.000,00
E a taxa de juros (i) proposta pode ser assim calculada:

Então, o custo do dinheiro para a primeira proposta é 13,33%


aq e para a segunda proposta é 12,41% aq. A comparação é agora
direta e imediata e o levaria a escolher a segunda proposta por ser a
mais barata.
Observe que a unidade de tempo utilizada é o quadrimestre,
ou quatro meses.

Módulo 5 25
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Atividades de aprendizagem
Agora é hora de verificar se você está acompanhando tudo até
aqui. Para tal, resolva as atividades propostas.

12. O Banco Alfa emprestou a Francisco Silva a importância de $


10.000,00 por 90 dias. Ao final desse prazo, Francisco deverá devol-
ver ao banco um total de $ 10.800,00.
c) Determine a taxa de juros (i) da operação em suas formas
unitária e percentual.
d) Qual seria a taxa de juros (i) se a operação fosse feita com
um prazo de 30 dias?
13. Um banco emprestou a um cliente $ 5.000,00 por um prazo de
120 dias a uma taxa de juros (i) de 10% aq (ao quadrimestre). Que
montante (M) esse cliente deverá pagar ao final da operação?
14. Um banco empresta a seu cliente $ 7.500,00 a uma taxa de juros
(i) convencionada de 12% aq (ao quadrimestre). Esse empréstimo
deverá ser pago de uma só vez ao final de quatro meses. Determine
o montante (M) a ser pago.
15. Um empréstimo feito por um período de oito meses a uma taxa de
juros (i) de 25% determinou um montante (M) de $ 800,00. Qual o
valor do capital originário?

26 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 1 – Conceitos Fundamentais de Matemática Financeira

Resumindo
Nesta Unidade colocamos você em contato com a nomen-
clatura básica desta disciplina, permitindo-lhe o domínio do código
básico de comunicação que será utilizado ao longo da disciplina.
Você também aprendeu a equação básica da Matemática Finan-
ceira e o conceito de fluxo de caixa, as formas de sua representa-
ção e sua classificação. Na sequência, você entrou em contato com
a definição de taxa de juros (i).

Você fez as leituras do texto-base e dos textos complementares,


executou as atividades, resolveu os exercícios propostos e
entendeu perfeitamente todos os pontos? Se não, retorne aos
pontos não compreendidos ou não lidos ou ainda às atividades
e aos exercícios não executados até que você tenha a certeza
de estar dominando completamente as ideias e os conceitos
desenvolvidos. Se você já fez isso, você está de parabéns.
Como resultado do seu esforço, você conheceu na Unidade 1 a
nomenclatura básica da disciplina. Aprendeu ainda a noção de
valor de dinheiro no tempo, a equação básica da Matemática
Financeira, o conceito de fluxo de caixa e as formas de sua
representação e a definição de taxa de juros (i) – que é o
custo do dinheiro. Portanto, você está apto a iniciar a segunda
Unidade da disciplina.

Módulo 5 27
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Respostas das
atividades de aprendizagem

12. a) 0,08 at; 8% at e b) 0,08 am; 8% am


13. M = $ 5.500,00
14. M = $ 8.400,00
15. C = $ 640,00

28 Bacharelado em Administração Pública


UNIDADE 2
Regime de Juros Simples
(Capitalização Simples)

Objetivos Específicos de Aprendizagem


Ao finalizar esta Unidade, você deverá ser capaz de:
ffConhecer a modelagem matemática do regime de capitalização
simples;
ffIdentificar taxas de juros proporcionais e equivalentes;
ffConhecer o conceito de descontos e suas modelagens básicas; e
ffCompreender o conceito de equivalência de capitais e suas
aplicações no regime de capitalização simples.
Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Regime de Juros Simples


(Capitalização Simples)
Prezado estudante,
Esta Unidade tem como objetivo geral lhe apresentar a
modelagem do regime de juros simples, os conceitos de
proporcionalidade e equivalência de taxas de juros, as bases
das operações de desconto de títulos e os conceitos de
equivalência de capitais no regime de juros simples.
Para facilitar seu aprendizado nesta Unidade, você deve ter o
domínio dos assuntos mencionados na Unidade 1.

Conceitos e Fórmulas Básicas

A Situação prática 2.1, a seguir, será utilizada para ilustrar


as definições e os conceitos contidos neste tópico.

Situação prática 2.1


Você solicitou e um banco lhe concedeu um empréstimo de
$ 1.000,00 que deverá ser pago em apenas uma vez no final de cinco
anos. O gerente lhe informa que a taxa de juros é de 15% aa e que a
operação será realizada em regime de juros simples. Qual o valor que
você deverá reembolsar ao banco ao final da operação?

Juro (J)

Em regime de juros simples, o juro é determinado tomando


como base de cálculo o capital da operação, e o total do juro é devido
ao credor no final da operação.

Módulo 5 31
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Com esse conceito e se valendo da fórmula (1.1), vista na


primeira Unidade para o cálculo de juro, você pode responder essa
questão. O juro incide anualmente sobre o empréstimo a uma taxa de
15% aa de modo que para cada ano decorrido do início da operação
o banco terá direito a um juro expresso por:

Lembrando-se dos dados da Situação prática 2.1 C =


$ 1.000,00 e i = 15% aa, você tem:

J = 1.000,00 * 0,15 = $150,00


Neste livro, nos valeremos sempre da notação (*) para indicar
a operação de multiplicação e, eventualmente, da notação (^) para
indicar operação de potenciação.
Observe ainda que a taxa de juros para a solução da Situação
prática 2.1 está expressa na forma unitária (i = 15%/100).
Como a taxa de juros está expressa em anos, a formação do
juro se dá anualmente. O tempo do empréstimo pode ser dividido em
cinco períodos de um ano que sofrem individualmente a incidência
de juro. Os cálculos completos podem ser vistos na Tabela 1.
Tabela 1: Formação de juros simples
Período Base de Juro
SDik SDfK = SDik + JK
Ano Início Fim cálculo (C) JK = C*i
0
1 1.000 1.000 1.000*0,15 = 150 1.150
1
1
2 1.000 1.150 1.000*0,15 = 150 1.300
2
2
3 1.000 1.300 1.000*0,15 = 150 1.450
3
3
4 1.000 1.450 1.000*0,15 = 150 1.600
4
4
5 1.000 1.600 1.000*0,15 = 150 1.750
5
TOTAL DE JUROS (devidos ao final) J = J1 + J2 + J3 + J4 + J5 = 750
SDik – saldo no início do período SDfk – saldo no final do período k
k – índice que indica o período de incidência
Fonte: Elaborada pelo autor deste livro

32 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Na Tabela 1, SDik é o saldo no início de cada período e SDfk é


o saldo no final de cada período; k é o número índice representativo
dos diversos períodos que correspondem às linhas da tabela. Essa
tabela evidencia o valor do juro anual que corresponde a $ 150,00
e o valor total do juro acumulado no período de cinco anos de
$ 750,00; este valor nada mais é do que a soma do juro de cada
período. Assim:

J = J1 + J2 + J3 + J4 + J5
Observe ainda que:

J1 = J2 = J3 = J4 = J5 = C*i logo,
J = C*i + C*i + C*i + C*i + C*i

cinco períodos
Essa expressão fatorada leva a:

J = (C * i) * 5
Substituindo os valores dados no enunciado, segue:

J = 1.000,00*0,15*5 = $ 750,00
Observe que o multiplicador do fator C*i é o número cinco, que

v
corresponde ao número de períodos da operação ou de incidência de
juro; essa simples constatação permite uma generalização (utilizando
o método da indução finita para n períodos de incidência, bastando
substituir o número cinco por n na expressão mostrada anteriormente).
Temos como resultante a fórmula geral de juros em regime de juros Indução finita é um
simples e as fórmulas derivadas que mostramos a seguir: método matemático
que parte de regras
verificadas para situações
particulares e autoriza a
aplicação dessas mesmas
Nas quais, regras em situações
mais gerais. Para saber
ff
J – é o juro gerado no período; mais sobre esse método,
ff
C – é o capital no início da operação; acesse o endereço:
<http://ecalculo.if.usp.br/
ff
i – é a taxa de juros por cada período; e
ferramentas/pif/pif.htm>.
ff
n – é o tempo decorrido (períodos). Acesso em: 1º ago. 2011.

Módulo 5 33
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Com essa fórmula, a resposta parcial à Situação prática


2.1 não necessitaria da construção da Tabela 1 e seria simplesmente:

J = C * i * n = 1.000,00 * 0,15 * 5 = $750,00


A observação simples dessa fórmula permite-lhe concluir
que, em regime de juros simples, a remuneração do capital (juro) é
diretamente proporcional ao valor do capital e ao tempo.
A Figura 5 ilustra o exemplo dado e também lhe permite
algumas conclusões: os pontos 1, 2, 3, 4, 5 representam o final do
primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto períodos. Na Figura 5,
você pode verificar que:

Figura 5: Comportamento dos juros


Fonte: Elaborada pelo autor deste livro

ff
o capital cresce linearmente com o tempo; e
ff
o capital cresce em progressão aritmética cuja razão é
J = C*i.

Observe que:

ff
os juros somente estarão disponíveis para o credor no final
da operação financeira;
ff
as fórmulas foram deduzidas com base na taxa de juros
expressa em forma unitária. Se a taxa de juros for expressa
na forma percentual, ela deverá ser reduzida à sua forma
unitária (dividir por 100) antes da aplicação das fórmulas; e
ff
a taxa de juros (i) e o tempo (n) deverão estar expressos
na mesma temporalidade (em forma compatível). Assim,
se a taxa de juros for expressa em anos (aa), o tempo para

34 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

formação do juro também deverá estar expresso em anos;


se a taxa de juros for expressa em meses (am), o tempo
para formação do juro também deverá estar expresso em
meses e assim por diante.

Exemplo 2.1
Um comerciante tomou um empréstimo de $ 1.000,00
unidades monetárias para ser pago ao final de cinco anos. Determine
o juro gerado nessa operação para as seguintes taxas de juros:

a) 10% aa; e
b) 30% para o quinquênio.

Figura 6: Juro de empréstimo


Fonte: Elaborada pelo autor deste livro

Solução

a) A Figura 6 mostra as duas situações do problema em


forma gráfica para você visualizá-las melhor. No primeiro
momento, não conhecemos o valor de J. Para conhecê-lo:

ff
Faça o resumo de dados como a seguir:
Sumário de dados: C = $ 1.000,00, n = 5 anos, i =
10% aa, J = ?
ff
Verifique a fórmula ou as fórmulas a serem aplicadas; no
caso, a fórmula 2.1. Antes de aplicá-la, reduza a taxa de
juros à sua forma unitária:
i aa = i%aa/100 = 10/100 = 0,1
Aplicando os valores à fórmula básica, você tem:
J = C*i*n = 1.000,00*0,10*5 = $ 500,00

Módulo 5 35
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

b) O que mudou em b? O fato de que agora existe apenas


um período de cinco anos de incidência de juros:
C = $ 1.000,00 n = 1 (quinquênio) i = 30% aq
Aplicando a fórmula, você tem:
iaquinq = i%aquinq/100 = 30/100 = 0,3

J = C * i * n = 1.000,00 * 0,30 * 1 = $ 300,00


Observe atentamente na Figura 6 a questão da temporalidade
nas duas situações.

Montante (M)

O montante, conforme você viu definido na Unidade 1, é a


soma do capital e do total dos juros devidos na operação.
A fórmula geral do montante pode ser deduzida a partir da
sua definição e da expressão geral dos juros (2.1):

M=C+J e J=C*i*n
Substituindo na expressão de M o valor de J dado pela fórmula
2.1, você tem:

M=C+C*i*n
Essa expressão, após as devidas transformações algébricas,
produz a fórmula geral do montante e suas fórmulas derivadas
mostradas a seguir:

Em que:

ff
M – é o montante da operação;

36 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

ff
C – é o capital da operação;
ff
i – é a taxa de juros da operação (ap); e
ff
n – é o prazo da operação (períodos).

Reportemo-nos à última coluna da Tabela 1 que mostra a


evolução dos saldos da operação ao final de cada período.
Em regime de juros simples, a base de cálculo do juro (C) não
se altera ao longo do tempo e é sempre o capital inicial; observe que
o juro devido em cada período de incidência é constante. Os juros
gerados em cada um dos períodos são registrados, mas somente
serão devidos e pagos ao final da operação financeira.

Exemplo 2.2
Um estudante fez um empréstimo de $ 1.000,00 unidades
monetárias para ser pago ao final de cinco anos. A taxa de juros
convencionada foi de 10% aa. Qual o valor do montante ao final
dessa operação?

Solução

a) Coloque o problema em forma gráfica, como na Figura


7, para visualizá-lo melhor. No primeiro momento, não
conhecemos o valor de M.

Figura 7: Montante de empréstimo


Fonte: Elaborada pelo autor deste livro

b) Faça o resumo de dados como a seguir:


Sumário de dados: C = $ 1.000,00, n = 5 anos, i = 10% aa,
M=?

Módulo 5 37
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

c) Verifique a fórmula ou as fórmulas a serem aplicadas; no


caso, a fórmula 2.2. Antes de aplicá-la, reduza a taxa de
juros à sua forma unitária:
i aa = i% aa/100 = 10/100 = 0,1
Aplicando, a seguir, os valores à fórmula básica, você tem:
M = C * (1 + i * n) = 1.000,00 * (1 + 0,10 * 5) =
1.000,00 * (1 + 0,5) = 1.000,00 * 1,5 = $ 1.500,00

Observe que esse exemplo poderia ser solucionado calculando-


-se o juro e somando-o ao capital da operação, ou seja:

J = C * i * n = 1.000,00 * 0,10 * 5 = $ 500,00


M = C + J = 1.000,00 + 500,00 = $ 1.500,00

Equivalência Financeira

Na Situação prática 2.1, o capital de $ 1.000,00 é


equivalente ao montante de $ 1.750,00 para a taxa de juros de 15%
aa e para o prazo de cinco anos; no Exemplo 2.2, o capital de $
1.000,00 é equivalente ao montante de $ 1.500,00 para a taxa de
juros de 10% aa e para o prazo de cinco anos. Em geral, dizemos
que o montante é equivalente ao capital para a taxa de juros e pelo
prazo considerados.
Desse modo, em equivalência financeira, o capital no início de
uma operação financeira é equivalente ao montante ao seu final para
a taxa de juros utilizada e para o prazo considerado na operação.

38 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Taxas de Juros Proporcionais


e Equivalentes

A noção de proporcionalidade e equivalência de taxas de juros


é muito importante em Matemática Financeira. Por isso, você
deve entender bem a definição e os exemplos a seguir.

Taxas Proporcionais

Definição: duas taxas de juros i1 e i2 relativas aos períodos


n1 e n2 serão proporcionais quando observarem a relação de
proporcionalidade mostrada em (2.6) e os tempos n1 e n2 estiverem
expressos na mesma unidade:

Há uma maneira mais imediata para você tratar taxas


proporcionais: tome um tempo (n) para o qual está definida uma
taxa de juros (in) e subdivida-o em períodos (k); qual a taxa de juros
proporcional a in para esse período (k)?
A taxa de juros proporcional do período (k) pode ser
determinada dividindo-se a in pelo número de períodos (k) contidos
em n:

Exemplo 2.3
Converta a taxa de juros de 18% aa em taxa de juros mensal
por proporcionalidade.

Módulo 5 39
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Solução
Aplique a condição de proporcionalidade observando que o
tempo deve estar expresso nas mesmas unidades (no caso, um mês
e 12 meses).

Situação 1 i1 = x% am n1 = 1 mês
Situação 2 i2 = 18% aa n2 = 1 ano = 12 meses
Aplicando a fórmula 2.6, você tem:

Ou seja: 1,5% am é a taxa mensal proporcional a 18% aa.


Para a segunda situação: lembre-se de que o ano tem 12
meses, portanto, k = 12, e

Taxas Equivalentes

Definição: duas taxas i1 e i2 são ditas equivalentes quando,


ao serem aplicadas ao mesmo capital, pelo mesmo tempo, gerarem
o mesmo montante.

Exemplo 2.4
Verifique se 1,5% am e 18% aa são taxas equivalentes. Tome
como referência um capital de $ 1.000,00.

Solução
Aplicando a fórmula (2.2), você tem:

a) O montante gerado por um capital de $ 1.000,00 em 12


meses a 1,5% am será:
C = $ 1.000,00 i1 = 1,5% am n1 = 12 meses
M1 = C*(1+i*n) =1.000,00*(1 + 0,015*12) = $ 1.180,00

40 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

b) O montante gerado por um capital de $ 1.000,00 em um


ano a 18% aa será:
C = $ 1.000,00 i2 = 18% aa n2 = 1 ano
M2 = C*(1+i*n) =1.000,00*(1 + 0,18*1) = $ 1.180,00

Os montantes M1 e M2 gerados nas duas situações propostas


são iguais, o que mostra que as taxas de juros de 1,5% am e de 18%
aa são taxas equivalentes em regime de juros simples. Combinando
os resultados dos Exemplos 2.3 e 2.4, podemos concluir que em
regime de juros simples, as taxas de juros proporcionais são também
taxas de juros equivalentes.

Há uma distinção importante entre juro exato e juro


comercial que você deve conhecer; para tal, faça
a leitura do texto complementar Juro Exato e Juro
Comercial disponível em: <http://www.proativams.
com.br/files_aberto/Leiturascomplementares2.doc>.
Acesso em: 27 jul. 2011.

Até este ponto, você estudou a modelagem básica do regime


de juros ou de capitalização simples e suas fórmulas básicas
que relacionam: capital, montante, tempo e taxa de juros e
conceitos de taxas de juros proporcionais e equivalentes.
Esse conjunto de conhecimentos, que será sedimentado com
as atividades que seguem, permitirá a você avançar um pouco
mais no tópico de capitalização simples.

Módulo 5 41
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Atividades de aprendizagem
Agora que você aprendeu o conceito de taxa de juros, já está
apto a realizar as atividades a seguir.

1. Calcule as taxas mensais, bimensais e trimestrais proporcionais à


taxa de 30% as.
2. Calcule as taxas mensais, bimensais, trimestrais, quadrimestrais e
semestrais proporcionais à taxa de 36% aa.
3. Determine o montante de um capital de $ 1.000,00 aplicado por:
a) 4 meses a 2% am.
b) 8 meses a 6% aa.
c) 85 dias a 2,5% am.
4. O montante de uma dada aplicação é $ 12.000,00. Sabe-se que o
prazo da operação foi de quatro meses e que o juro gerado foi de $
1.500,00. Determine:
d) O capital aplicado.
e) A taxa de juros mensal da aplicação.
5. Determine o prazo em que um dado capital dobra de valor se aplica-
do a uma taxa de 5% am. Em quanto tempo esse capital triplicaria?
6. O valor nominal de um título é 7/5 do seu valor atual. Sendo o prazo
de aplicação de seis meses, qual a taxa de juros mensal aplicada?
7. Por quanto tempo um capital deve ser aplicado a 30% aa para que os
juros gerados correspondam a 2,5 vezes o valor do capital?

42 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Descontos em Regime de
Juros Simples
Uma operação financeira entre dois agentes econômicos é
normalmente documentada por títulos de crédito comercial.
Títulos dessa natureza são utilizados em operações de
desconto e serão objeto de estudo deste tópico.

Conceito de Desconto

Desconto é a diferença entre o valor nominal do título e o

v
valor pago por ele numa certa data (anterior à data do vencimento).
É uma operação financeira criada para atender a detentores de
títulos de crédito, como nota promissória e duplicata mercantil e de
serviços, que necessitam transformá-los em dinheiro antes da data do
vencimento; nesse caso, o detentor poderá negociar com um agente Para conhecer mais sobre
financeiro que lhe antecipará um valor inferior ao valor nominal. duplicata mercantil,

A Figura 8 ilustra a operação. acesse: <http://www.


nelpa.com.br/Editoras/
Nelpa/Arquivos_PDF/
Empresarial/Capítulo_12_
Empresarial_prn.pdf>.
Acesso em: 1º mar. 2011.

Figura 8: Conceito de desconto


Fonte: Elaborada pelo autor deste livro

Módulo 5 43
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Da definição de desconto e da Figura 8 podemos ver com


clareza que:

D = FV – PV (2.8)

Em que:

ff
D – é o desconto;
ff
FV (VN) – é o valor nominal do título (no vencimento); e
ff
PV – é o valor atual do título (pago pelo Agente Financeiro).

Exemplo 2.5
Considere um título de dívida com as seguintes características:
data de emissão: 30/03/X0; data de vencimento: 30/03/X1; favorecido:
Cícero Quadros; emitente: Albertina Sampaio; e valor nominal no
vencimento: $ 10.000,00. Em 30/07/X0, Cícero vai a um banco e
propõe o desconto desse título. O banco aceita a operação e lhe paga
a quantia de $ 8.000,00 pelo título naquela data.
Para o exemplo anterior, que pode ser visualizado na Figura
9, temos o seguinte sumário de dados:

VN = FV = $ 10.000,00
valor creditado para Cícero = PV = $ 8.000,00
desconto: D = FV – PV = 10.000,00 – 8.000,00 = $ 2.000,00

Figura 9: Desconto de título


Fonte: Elaborada pelo autor deste livro

44 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Em outras palavras, o banco despendeu $ 8.000,00 em 30/07/X0


a favor de Cícero e receberá $10.000,00 de Albertina em 30/03/X1,
percebendo, portanto, $ 2.000,00 pela prestação do serviço. Observe
que na solução desse exemplo o valor inicial à vista que originou o
título de dívida (o capital) não foi levado em conta, o que é comum
em finanças.
Nos tópicos seguintes, você entrará em contato com as formas
correntes de cálculo desse desconto em regime de capitalização
simples, que são:

ff
o desconto racional, ou por dentro; e
ff
o desconto comercial, ou por fora; também denominado
desconto bancário.

Desconto Racional (Por Dentro)

Para mostrar a você a forma de operacionalizar o cálculo


do desconto racional, ou “por dentro”, adotaremos a seguinte
nomenclatura:

ff
FV – valor futuro, ou valor nominal;
ff
PV – valor atual, ou valor descontado;
ff
ir – taxa de juros de desconto por período unitário de
tempo;
ff
n – tempo, ou tempo de antecipação, em períodos
(tempo que decorre entre a data do desconto e a data de
vencimento do título); e
ff
Dr – desconto racional, ou por dentro.

Desconto racional é o valor do juro gerado no tempo (n),


com taxa de juros (ir), calculado sobre o PV.
A Figura 10 ilustra o conceito de desconto racional.

Módulo 5 45
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Figura 10: Desconto racional – regime de juros simples


Fonte: Elaborada pelo autor deste livro

Da definição de desconto racional, temos:

Dr = PV * ir * n (2.9)

Combinando essa equação e a equação (2.8) representativa


do conceito de desconto, chegamos a:

FV = PV * (1 + ir * n) (2.10) e também,

(2.11)

As expressões (2.9) e (2.11) combinadas resultam em:

(2.12)

Se você observar cuidadosamente essas fórmulas, verá que


o desconto racional corresponde ao juro simples (J) da operação
proposta; em outras palavras, o desconto racional se vale de todas as
fórmulas vistas para juros simples por operar nesse regime.
Os problemas envolvendo desconto racional podem ser
catalogados em três tipos, como mostramos a seguir:
Tipo 1
Conhecidos FV, ir e n, calcular Dr.
Esse tipo de problema é resolvido pela fórmula (2.12):

46 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Exemplo 2.6
Um banco operou o desconto racional de um título no valor
nominal de $ 3.000,00 com vencimento para 90 dias e aplicou uma
taxa de juros de 3% am. Qual o valor do desconto e qual o valor
recebido pelo detentor do título?
Sumário de dados: FV = $ 3.000,00, n = 3 meses, i = 3% am

Solução
É o caso mais típico de desconto de títulos. A taxa de juros
está expressa em base mensal, por isso o prazo também será expresso
nessa base e n = 3 meses.

a) Aplique a fórmula:

b) O portador do título receberá:

PV = FV – Dr = 3.000,00 – 247,70
PV = $ 2.752,30

Tipo 2
Conhecidos Dr, ir e n, calcular FV.
O problema é análogo ao anterior e se resolve com a utilização
da mesma fórmula anterior, só que devidamente reordenada:

Exemplo 2.7
Uma operação de desconto de um título que vence daqui a
90 dias produziu um desconto de $ 247,70. Sabendo-se que o banco
opera em desconto racional simples e com juros de 3% am, qual o
valor nominal e o valor presente desse título.
Sumário de dados: FV = ?, Dr = $ 247,70, n = 3 meses,
i = 3% am

Módulo 5 47
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Solução
A taxa de juros está expressa em base mensal, por isso o prazo
também será expresso nessa base e n = 3 meses.

a) Aplique a fórmula:

b) O portador do título receberá:

PV = FV – Dr = 3.000,00 – 247,77

PV = $ 2.752,23

Tipo 3
Conhecidos FV ou PV, Dr e ir, calcular n.
Nesse caso, o problema é resolvido com o auxílio das fórmulas
(2.8) e (2.11):

Exemplo 2.8
Na operação de desconto mencionada considere conhecidos:
o valor nominal de $ 3.000,00; o valor do desconto de $ 247,70; e a
taxa de juros de 3% am. Qual o prazo de antecipação do título?
Sumário de dados: FV = $ 3.000,00, Dr = $ 247,70, n = ?,
i = 3% am

48 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Solução
A taxa de juros e o prazo foram compatibilizados para meses.

a) Inicialmente calcule PV com a fórmula (2.9) e a seguir n


com o auxílio da fórmula (2.11):

Substituindo os valores e efetuando os cálculos, você chega a:

Módulo 5 49
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Atividades de aprendizagem
Chegou a vez de testar seu aprendizado. Para certificar-
se de que você realmente aprendeu o conteúdo, resolva as
atividades propostas.

8. Determine o valor atual racional dos seguintes títulos:


FV i n
f) $ 20.000,00 15,9% aa 50 dias
g) $ 12.500,00 21% aa 125 dias
h) $ 6.420,00 30% aa 8 meses
i) $ 5.000,00 26,4% aa 181 dias
9. Quanto pagar por um título cujo valor nominal é de $ 15.000,00,
com vencimento em 150 dias, para que se tenha uma rentabilidade
de 36% aa? Lembre-se: rentabilidade é a taxa de juros do desconto
racional.
10. Sabe-se que o desconto racional de um título, cujo valor nominal é
$ 600,00, foi de $ 57,63. Qual será a taxa de juros considerada se o
prazo de antecipação for de cinco meses?
11. O valor descontado de uma promissória é de $ 1.449,28 (PV) e a taxa
de juros utilizada foi de 18% aa. Sabe-se que o desconto racional foi
de $ 50,72. Qual o prazo de antecedência?
12. O valor nominal de um título é de 17,665 vezes o desconto racional
a 24% aa. Se o desconto racional for $ 600,00, qual será o prazo de
antecipação?

50 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Desconto Comercial (Desconto


Bancário, ou Por Fora)

O desconto bancário, comercial, ou por fora, é o outro modo


de se operacionalizar o desconto de títulos e, para estudar esse
modelo, adotaremos a seguinte nomenclatura:

ff
FV – valor futuro, ou valor nominal;
ff
PV – valor atual, ou valor descontado;
ff
ic – taxa de desconto por período;
ff
n – tempo, ou tempo de antecipação, em períodos; e
ff
Dc – desconto comercial, ou por fora.

Desconto comercial é o valor dos juros gerados no tempo


(n), com taxa de desconto (ic), calculado sobre o valor nominal (FV)
do título. A Figura 11 ilustra a questão.

Figura 11: Desconto comercial – regime de juros simples


Fonte: Elaborada pelo autor deste livro

Da definição de desconto comercial, temos:

Dc = FV * ic * n (2.13)

As fórmulas relativas ao desconto comercial são deduzidas a


partir dessa relação e da definição de desconto e são úteis para a
solução de alguns problemas.
As duas expressões básicas de desconto comercial:

PV = FV – Dc ou FV = PV + Dc e Dc = FV * ic * n

Módulo 5 51
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

combinadas produzem:

e mostram também que:

Definido dessa maneira, o desconto comercial não segue o


modelo puro do regime de capitalização simples, sendo, na verdade,
uma corruptela dele. A taxa de desconto aplicada à FV descaracteriza
o regime de juros simples.

Antes de conferir os problemas mais comuns envolvendo


desconto comercial, faça a leitura do texto Relações de
interesse entre desconto racional e desconto comercial
disponível em: <http://www.proativams.com.br/files_
aberto/Leiturascomplementares2.doc>. Acesso em:
27 jul. 2011.

Como em desconto racional, os problemas mais comuns


envolvendo Dc podem ser catalogados em três tipos, como mostramos
a seguir:
Tipo 1
Conhecidos FV, ic e n, calcular Dc.
Esse tipo de problema é resolvido pela fórmula (2.13):

Dc = FV * ic * n

Exemplo 2.9
Um banco operou o desconto comercial de um título com
valor nominal de $ 3.000,00 e vencimento para 90 dias e aplicou
uma taxa de juros de 3% am. Qual o valor do desconto e qual o valor
recebido pelo detentor do título?

52 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Sumário de dados: FV = $ 3.000,00, n = 3 meses, i = 3% am,


Dc = ?

Solução
Problema do tipo 1 – aplique a fórmula (2.13); a taxa de juros
está expressa em base mensal, por isso o prazo também será expresso
nessa base e n = 3 meses.

a) Aplique a fórmula:
Dc = FV * ic * n
Dc = 3.000,00 * 0,03 * 3 = $ 270,00
b) O portador do título receberá:
PV = FV – Dc = 3.000,00 – 270,00 = $ 2.730,00

Compare esses resultados com os obtidos no Exemplo 2.6.

Tipo 2
Conhecidos Dc, ic e n, calcular FV.
Esse problema é resolvido pela mesma fórmula anterior, só
que agora devidamente reordenada:

Exemplo 2.10
Uma operação de desconto de um título que vencerá daqui a
90 dias produziu um desconto de $ 270,00. Sabendo-se que o banco
opera em desconto comercial simples e com juros de 3% am, qual o
valor nominal e o valor presente desse título?
Sumário de dados: FV = ?, Dc = $ 270,00, n = 3 meses, i = 3% am

Solução
Problema do tipo 2 – aplique a fórmula (2.13); a taxa de juros
está expressa em base mensal, por isso o prazo também será expresso
nessa base e n = 3 meses.

Módulo 5 53
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

a) Aplique a fórmula:

b) O portador do título receberá:

PV = FV – Dc = 3.000,00 – 270,00 = $ 2.730,00

Compare esses resultados com os resultados do Exemplo


2.7.

Tipo 3
Conhecidos FV ou PV, Dr e ic, calcular n.
O problema é resolvido com o auxílio da fórmula básica de
desconto (2.8) e a fórmula (2.14):

FV = PV + Dc
PV = FV * (1 – ic * n)

Exemplo 2.11
Na operação de desconto mencionada anteriormente,
considere conhecidos: o valor nominal de $ 3.000,00; o valor do
desconto comercial de $ 270,00; e a taxa de juros de 3% am. Qual o
prazo de antecipação do título?
Sumário de dados: FV = $ 3.000,00, Dc = $ 270,00, n = ?,
i = 3% am

Solução
Problema do tipo 3 – aplique as fórmulas (2.8) e (2.14); a taxa
de juros está expressa em base mensal, por isso o prazo (n) também
será expresso em meses.

a) Você pode calcular PV com a fórmula básica de descontos


e a seguir aplicar a fórmula (2.14):

FV = PV + Dc
3.000,00 = PV + 270,00
PV = 3.000,00 – 270,00 = $ 2.730,00
PV = FV * (1 – ic * n)

54 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Substituindo os valores, você tem:

2.730,00 = 3.000,00 * (1 – 0,03 * n) e n = 3,0000 meses


O exemplo também pode ser solucionado de outras formas.
Compare os resultados com o Exemplo 2.8.

Custo Efetivo do Desconto Comercial


Simples

Você percebeu que o desconto simples pode ser feito por dois
métodos que produzem resultados diferentes para a mesma taxa
de juros ou de desconto? Uma pergunta natural é a seguinte:
qual o custo efetivo, real, da operação?

Em desconto comercial simples, consideramos como custo


efetivo da operação a taxa de juros do desconto racional que produz
o mesmo valor presente (PV). O valor dessa taxa de juros racional
(custo efetivo) varia com o prazo do desconto, embora seja sempre
superior à taxa de desconto comercial. Uma operação conduzida
com taxa de desconto comercial de 10% am produz as seguintes
taxas de desconto racional conforme o prazo da operação:

ff
n = 1 mês ir = 10,10% am;
ff
n = 2 meses ir = 11,80% am 10,20;
ff
n = 3 meses ir = 12,62% am 10,31; e
ff
n = 4 meses ir = 13,62% am.

Leia atenciosamente os textos Custo efetivo do desconto


comercial simples (convertendo taxas de desconto em
taxas de juros); e Considerações importantes sobre
o desconto comercial (restrições do modelo). Ambos
estão disponíveis em: <http://www.proativams.com.
br/files_aberto/Leiturascomplementares2.doc>.
Acesso em: 27 jul. 2011.
Módulo 5 55
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Atividades de aprendizagem
Hora de testar seus conhecimentos. Você está pronto?
Responda, então, às atividades propostas!

13. Deduza qual relação deve existir entre a taxa de juros do desconto
racional (ir) e a taxa de desconto do desconto comercial (ic) para que
o desconto de um título gere o mesmo valor descontado, ou valor
atual. Essa atividade deve ser desenvolvida em grupo (de forma
presencial ou virtual).
14. Determine a taxa mensal de desconto comercial que um banco deve
aplicar para que o “custo da operação” corresponda a uma taxa de
desconto racional de 6,5% am nos seguintes prazos de desconto:
a) 1 mês.
b) 2 meses.
c) 3 meses.
15. Um banco propõe a um cliente duas alternativas de empréstimo com
base em desconto comercial:
a) 5,5% am e prazo de quatro meses, e
b) 6% am e prazo de dois meses.
Qual das alternativas é mais vantajosa para o cliente?

56 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Equivalência de Capitais

Considere agora os dois fluxos de caixa representados na


Figura 12. Esses fluxos de caixa têm suas entradas de caixa dadas
respectivamente por PMT1, PMT2,......, PMTm e PMT’1, PMT’2,......,
PMT’n. O subscrito representa o ponto temporal em que se dá a
entrada de caixa.

Figura 12: Equivalência de capitais – regime de juros simples


Fonte: Elaborada pelo autor deste livro

Na Figura 12, o símbolo PVFC representa o valor presente do


fluxo de caixa. Para comparar esses dois fluxos de caixa em regime
de juros simples, você deve se valer do conceito de valor presente
de um fluxo de caixa. Segundo Mathias e Gomes (2009), o valor
presente (PVFC) de um fluxo de caixa é a soma algébrica dos valores
presentes de cada uma das parcelas do fluxo de caixa para uma dada
taxa de juros.
Os valores presentes desses dois fluxos de caixa 1 e 2 –
denominados PVFC1 e PVFC2 – são a soma de cada uma das parcelas
que os compõem descontadas para a data focal zero.

Módulo 5 57
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Vamos adotar a seguinte representação genérica:

Em que:

ff
PMTj – é o pagamento no período j (1 ≤ j ≤ m) do FC1; e
ff
PMT’k – é o pagamento no período k (1 ≤ k ≤ n) do FC2.

Equivalência de Fluxos de Caixa

Dois fluxos de caixa são equivalentes quando os seus valores


presentes, calculados para a mesma taxa de juros, forem iguais, ou
seja:

FC1 = FC2
Essa equivalência pode ser representada por:

FC1 ≈ FC2
Inversamente, se dois fluxos de caixa forem equivalentes para
uma dada taxa de juros, então, seus valores presentes, calculados
essa taxa de juros, são iguais.
Com essa definição, é possível comparar fluxos de caixa
alterna tivos para decidir qual deles é o melhor em termos do seu
“custo” (menor valor presente). Para isso, você, em primeiro lugar,
deve descontar todos os seus componentes para uma única data que
é denominada data focal e, em seguida, somá-los algebricamente
para determinar o PVFC. Em regime de juros simples, a comparação
de fluxos de caixa deve ser feita sempre na data focal “zero”.

58 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Leia Calculando o valor presente de um fluxo de


caixa – aplicação em Leituras Complementares 2.
Disponível em: <http://www.proativams.com.br/files_
aberto/Leiturascomplementares2.doc>. Acesso em:
27 jul. 2011.

Como dito, para que os dois fluxos de caixa mostrados na


Figura 12 sejam equivalentes, eles devem produzir valores presentes
iguais quando descontados a uma mesma taxa de juros. A taxa
que garante essa igualdade é denominada taxa de juros (ou de
desconto) de equivalência.
Observe que o desconto para o cálculo dos valores presentes
dos fluxos de caixa pode ser feito em modelo racional ou em modelo
comercial. Por simplificação, deste ponto em diante, nos referiremos
simplesmente a uma taxa que poderá ser racional (taxa de juros) ou
comercial (taxa de desconto) conforme a situação em análise.

Equivalência de Fluxos de Caixa em


Desconto Racional

Você pode obter as relações de equivalência calculando os


valores atuais dos dois fluxos de caixa, representados na Figura
12, pelo critério do desconto racional (utilizando a fórmula:
C = M/(1+i*n)) e lembrando-se de que:

Módulo 5 59
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Assim, temos:

De acordo com a definição de equivalência, esses dois fluxos


de caixa serão equivalentes, em desconto racional, quando os seus
valores atuais forem iguais (para a taxa de juros), ou seja:

PVFC1 = PVFC2

Equivalência de Fluxos de Caixa em


Desconto Comercial

De modo análogo, você determina essa equivalência em


desconto comercial fazendo os descontos dos valores futuros para a
data presente com a aplicação das fórmulas do desconto comercial
(PV = FV * (1 – i * n)). Assim:

PVFC1 = PMT1 * (1 – 1*i) + PMT2 * (1 – 2*i) + ... + PMTm * (1 – m*i)


PVFC2 = PMT’1 * (1 – 1*i) + PMT’2 * (1 – 2*i) + ... + PMT’n * (1 – n*i)

Como dito, os dois fluxos de caixa serão equivalentes, em


desconto comercial, se os seus valores atuais forem iguais (para a
mesma taxa de desconto i), ou seja:

PVFC1 = PVFC2

Exemplo 2.12
Um título de $ 2.000,00 com vencimento para 60 dias
foi renegociado e credor e devedor ajustaram a dívida para
dois pagamentos iguais com vencimentos para 90 e 120 dias.

60 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Considerando a taxa de juros de 2% am, calcule os novos valores


pelo modelo racional.
Sumário de dados:

a) dívida atual PMT1= $ 2.000,00, n1 = 2 m;


b) dívida futura PMT2=PMT=?, n2= 3 m, PMT3=PMT =?,
n3= 4 m, i = 2% am.

Solução
A Figura 13 mostra o valor dos novos títulos designado por
PMT2 e PMT3. Do ponto de vista financeiro, os fluxos de caixa das
duas alternativas de pagamento devem ser equivalentes. Assim, a
condição do problema impõe que os valores presentes dessas duas
alternativas de pagamento sejam iguais.

Figura 13: Repactuação de pagamentos


Fonte: Elaborada pelo autor deste livro

Aplicando a fórmula do desconto racional para o cálculo do


valor presente dos fluxos de caixa, você tem:

ff
para o primeiro fluxo de caixa (n1= 1 mês, n2 = 2 meses):

ff
para o segundo fluxo de caixa (n2= 3 meses, n3 = 4 meses):

Módulo 5 61
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Como PMT2 = PMT3 = PMT, escreve-se,

c) Aplicando a condição de equivalência para os dois fluxos


de caixa, você tem:

PVFC1 = $ 1.923,07 = PVFC2 = 1,8693 * PMT

Disso decorre:

PMT = $ 1.028,765

E se o modelo fosse o comercial? A solução seria análoga,


apenas com a aplicação da fórmula de desconto comercial, qual seja:

PVFC = FV*(1 – i*n)


PVFC1 = 2.000,00*(1 – 0,02*2) = $ 1.920,000
PVFC2 = PMT*(1 – 0,02*3) + PMT*(1 – 0,02*4)
PVFC2 = 0,94*PMT + 0,92*PMT = 1,86 * PMT

Igualando os dois valores atuais:

PVFC1 = 1.920,00 = PVFC2 = 1,86*PMT

Você tem:

PMT = $ 1.032,258

Confira mais exemplos de aplicação lendo o texto


Equivalência de fluxos de caixa disponível em:
<http://www.proativams.com.br/files_aberto/
Leiturascomplementares2.doc>. Acesso em: 27 jul.
2011.

62 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Atividades de aprendizagem
Para saber se você está acompanhado o conteúdo proposto,
resolva as atividades sugeridas antes de prosseguir seus
estudos e, caso tenha alguma dúvida, faça uma releitura
cuidadosa dos conceitos e preste atenção nos exemplos
apresentados. Lembre-se de que você conta com o auxílio de
seu tutor.

17. Um produto é ofertado por uma loja em duas condições de paga-


mento: (a) $ 20.000,00 à vista; e (b) dois pagamentos iguais no valor
de $ 10.299,00 para 30 e 60 dias da data da compra. Qual a taxa
mensal de juros cobrada pela loja? Resolva utilizando os modelos
racional e comercial.
18.Uma loja vende um aparelho de DVD por $ 500,00 à vista. Alternativa-
mente, contempla a venda a prazo com uma entrada de $ 50,00 e um
pagamento adicional de $ 531,00 após 6 meses. Qual a taxa de juros
anual cobrada? Resolva utilizando os modelos comercial e racional.
19. Aplicam-se $ 50.000,00 à taxa de juros de 12% aa em um período de
quatro meses. Um mês após essa aplicação, faz-se nova aplicação à
taxa de juros de 20% aa e por três meses. Qual o valor desta segunda
aplicação para que os montantes das duas operações sejam iguais?
a) Considerando o modelo racional.
b) Considerando o modelo comercial.
20. Uma mercadoria, cujo valor à vista é $ 20.000,00, foi vendida em
três pagamentos para 30, 60 e 90 dias da data da venda. Sabendo
que cada pagamento supera o anterior em $ 2.000,00 e que a i da
operação é 24% aa, determine o valor de cada pagamento.
a) Considerando o modelo racional.
b) Considerando o modelo comercial.

Módulo 5 63
Matemática Financeira e Análise de Investimentos

Resumindo
Nesta Unidade você conheceu o regime de juros simples,
ou de capitalização simples. Estudou a modelagem do regime
e deduziu suas fórmulas básicas. A seguir, entrou em contato
com os conceitos de taxas de juros proporcionais e equivalen-
tes, concluindo que ambas são iguais nesse regime de juros.
Aprendeu a distinguir juros exato e comercial e a calcular a taxa
de juros diária comercial. Após esses conceitos básicos, você se
debruçou no estudo dos descontos segundo os modelos racio-
nal e bancário e da equivalência de fluxos de caixa. Neste último
tópico, você conheceu primeiro o conceito geral de equivalên-
cia para depois aplicar a esse conceito os modelos de desconto
racional e comercial.

Você realizou todas as atividades propostas na Unidade?


Entendeu todos os conceitos abordados? Se a resposta for
negativa, volte ao texto, esclareça suas dúvidas, refaça as
atividades! Se apreendeu perfeitamente o conteúdo, parabéns!
Você está apto a seguir em frente e a estudar o regime de juros
compostos, objeto da Unidade 3.

64 Bacharelado em Administração Pública


Unidade 2 – Regime de Juros Simples (Capitalização Simples)

Respostas das
atividades de aprendizagem

1. im = 5% am, ib = 10% ab, it = 15 % at


2. im = 3 % am, ib = 6% ab, it = 9 % at, iq = 12% aq, is = 18% as
3. a) $ 1.080,00; b) $ 1.040,00; c) $ 1.070,83
4. a) $ 10.500,00; b) 3,57% am
5. a) 20 meses; b) 40 meses
6. i = 6,67% am
7. 8,33 anos
8. a) $ 19.567,87; b) $ 11.650,48; c) $ 5.350,00; d) $ 4.414,10
9. $ 13.043,47
10. 2,13% am ou 25,50% aa
11. n = 70 dias
12. n = 0,25 anos ou 3 meses
14. a) ic = 6,10% am; b) ic = 5,90 % am; c) ic = 5,43 % am
15. a) ir = 7,05 % am; b) ir = 6,81 % am (menor custo é b)
17. ir = 1,99% am, ib = 1,935% am
18. ia = 36 aa (modelo racional); ia = 30,50 % aa (modelo bancário)
19. Cr = $ 49.523,80; Cb = $ 49.479,16
20. Rac. R1 = $ 4.958,12, R2 = $ 6.958,12, R3 = $ 8.958,12; Com.
R1 = $ 4.972,22, R2 = $ 6.972,22, R3 = $ 8.972,22

Módulo 5 65

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