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Universidade Federal de Santa Catarina

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Curso: Ciências Econômicas


Docente: Lilian Pellegrini
Discente:Naiara Cesário , matricula: 942956

Artigo: A Economia Contemporânea Brasileira: Dinâmicas, Desafios e


Perspectivas

Resumo: A economia brasileira, nas últimas décadas, tem passado por profundas
transformações, movidas por reformas estruturais, crises econômicas e políticas, e um cenário
global de incertezas. Este artigo tem como objetivo discutir as principais características da
economia contemporânea brasileira, analisando seus desafios, conquistas e perspectivas
futuras. Serão abordados tópicos como a industrialização tardia, a dependência de
commodities, as políticas econômicas recentes, a desigualdade social e os impactos da
globalização.

Palavras-chave: Economia brasileira, desenvolvimento, commodities, políticas econômicas,


desigualdade, globalização.

Abstract:

1. Introdução

A economia do Brasil é marcada por sua diversidade e complexidade. Como uma das maiores
economias do mundo, o país apresenta características únicas devido ao seu histórico de
industrialização tardia, dependência de commodities e a interação constante entre políticas
econômicas e dinâmicas sociais. Este artigo explora os principais elementos que definem a
economia contemporânea brasileira, desde o início do século XXI até o presente, com foco
em suas peculiaridades e desafios.

2. Contexto Histórico

A economia brasileira iniciou o século XXI com grandes expectativas após estabilizar sua
moeda com o Plano Real em 1994. A inflação foi controlada, e a economia começou a crescer
de maneira significativa, beneficiada pelo boom das commodities entre 2002 e 2011. Este
período coincidiu com o crescimento da demanda chinesa por produtos como soja, minério de
ferro e petróleo, o que impulsionou as exportações brasileiras. Contudo, a economia brasileira
sempre foi vulnerável às oscilações do mercado internacional, especialmente por sua
dependência de commodities.

Ao longo dos anos, o país passou por momentos de crescimento e recessão, sendo o último
grande período recessivo entre 2014 e 2016, quando o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu
em torno de 7%. A crise foi agravada por fatores internos, como o escândalo de corrupção na
Petrobras, e externos, como a queda dos preços das commodities.

3. Desafios da Economia Brasileira Contemporânea

3.1 Dependência de Commodities


Um dos maiores desafios da economia brasileira contemporânea é sua dependência de
commodities. O agronegócio e o setor de mineração são responsáveis por grande parte das
exportações do país, o que torna a economia suscetível a choques internacionais de preços. A
falta de diversificação econômica limita a capacidade do país de se proteger contra crises
globais e reduz as oportunidades de inovação tecnológica e desenvolvimento de uma
economia baseada em conhecimento.

3.2 Desigualdade Social e Pobreza


A economia brasileira é também profundamente marcada pela desigualdade social. Embora o
país tenha experimentado avanços na redução da pobreza durante os anos 2000, com a
implementação de programas como o Bolsa Família, a desigualdade permanece elevada. A
distribuição de renda no Brasil é uma das mais desiguais do mundo, com o coeficiente de Gini
girando em torno de 0,53 em 2019 (IBGE, 2019).

3.3 Dívida Pública e Ajuste Fiscal


A dívida pública brasileira tem sido um ponto crítico nas discussões sobre a sustentabilidade
fiscal do país. Nos últimos anos, o endividamento público cresceu consideravelmente,
atingindo cerca de 90% do PIB em 2020 (Banco Central do Brasil, 2020). O aumento da
dívida, em grande parte devido à pandemia de COVID-19, impôs desafios adicionais ao
governo, que se vê na necessidade de realizar ajustes fiscais sem comprometer a recuperação
econômica.
4. Políticas Econômicas Recentes

Nos últimos anos, o Brasil adotou políticas econômicas com o objetivo de promover o
crescimento e a estabilidade financeira. No entanto, essas políticas têm sido objeto de
controvérsias, especialmente no que diz respeito às reformas trabalhistas e da previdência
social.

4.1 Reforma Trabalhista (2017)


A reforma trabalhista, implementada em 2017, alterou a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), flexibilizando as relações entre empregadores e empregados. A intenção do governo
era estimular a criação de empregos formais, aumentar a competitividade e reduzir os custos
para as empresas. No entanto, críticos argumentam que a reforma pode ter enfraquecido
direitos trabalhistas e contribuído para a precarização das condições de trabalho.

4.2 Reforma da Previdência (2019)


Outra importante reforma foi a da previdência, aprovada em 2019, que estabeleceu uma idade
mínima para aposentadoria e alterou as regras de cálculo dos benefícios. O objetivo da
reforma era controlar o crescimento dos gastos previdenciários, considerados insustentáveis a
longo prazo, e reduzir o déficit público. Apesar de seus benefícios fiscais, a reforma foi
criticada por aumentar as dificuldades para os trabalhadores mais pobres, que enfrentam
maiores obstáculos para atingir a idade mínima de aposentadoria.

5. Globalização e o Papel do Brasil no Cenário Internacional

O Brasil, como parte das economias emergentes, tem um papel relevante no comércio global,
especialmente no setor de commodities. A globalização trouxe vantagens competitivas para o
agronegócio e o setor de mineração, mas também expôs a economia a vulnerabilidades
externas. Com a desaceleração econômica global e mudanças no comércio internacional, o
país enfrenta o desafio de redefinir sua posição global.

Além disso, acordos comerciais, como o firmado entre o Mercosul e a União Europeia,
podem oferecer novas oportunidades para a economia brasileira, apesar das barreiras políticas
e ambientais que complicam as negociações.

6. Perspectivas Futuras
O futuro da economia brasileira depende de uma série de fatores, internos e externos.
Internamente, o Brasil precisará avançar em reformas estruturais que promovam a
diversificação da economia, a inovação tecnológica e a sustentabilidade fiscal. A questão
ambiental também terá um peso crescente, especialmente com a pressão internacional para
que o país adote políticas mais rigorosas de preservação da Amazônia e de mitigação das
mudanças climáticas.

Externamente, o Brasil deve buscar novas parcerias e fortalecer sua competitividade no


mercado global. A diversificação das exportações e o investimento em infraestrutura serão
fundamentais para atrair capital estrangeiro e estimular o crescimento econômico.

7. Conclusão

A economia contemporânea brasileira apresenta uma série de desafios estruturais, muitos dos
quais são reflexos de seu desenvolvimento histórico e da dependência de fatores externos,
como a oscilação dos preços de commodities e as crises globais. As reformas recentes e a
necessidade de ajustes fiscais mostram que o país ainda enfrenta questões complexas, que
demandam planejamento estratégico e vontade política. No entanto, com a implementação de
políticas que promovam a inclusão social, a inovação e a sustentabilidade, o Brasil tem o
potencial de construir uma economia mais resiliente e competitiva nas próximas décadas.

Referências:

 Banco Central do Brasil. (2020). Dívida Pública Bruta (% do PIB). Disponível em:
https://www.bcb.gov.br/
 IBGE. (2019). Síntese de Indicadores Sociais. Disponível em:
https://www.ibge.gov.br/
 Furtado, C. (2007). Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Companhia das
Letras.
 Cano, W. (2012). Desequilíbrios regionais e concentração industrial no Brasil. São
Paulo: Editora Unesp.

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