Ondas

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Ondas


Uma característica que todas as ondas tem em
comum é que são energias que se propagam
através de um meio;

Cuidado! O que se propaga é a energia e não
o meio;

Exemplos: Ondas luminosas, ondas sonoras,
ondas formadas na água quando cai uma pedra;

Podemos inicialmente dividir as ondas em dois
tipos: ondas mecânicas e ondas
eletromagnéticas.
Ondas luminosas Ondas sonoras
Nota

É importante ter cuidado quando vamos falar de
ondas no mar, embora esse seja o principal exemplo
que vem à mente quando falamos de onda. As ondas
no mar se comportar como ondas até o momento em
que elas “quebram”, nesse momento elas deixam de
se comportar como ondas e podem arrastar a
matéria que se encontra pela frente (você, por
exemplo).
Ondas mecânicas

A propagação da energia é feita a partir das partículas que compõem o
meio material;

Não se propagam no vácuo (se você estivesse no espaço ao lado de
um astronauta, não importa o quão forte gritasse ele não lhe ouviria)!
Elas necessariamente precisam de um meio material para se propagar.

A propagação envolve o transporte de energia cinética e potencial
mecânica, vai depender da inércia e da elasticidade do meio;

Exemplos: Ondas sonoras, ondas em cordas, ondas propagando-se em
sólidos, ondas na superfície da água.
Nota

Quando falamos de inércia estamos nos referindo à tendência
de um corpo de manter seu estado de movimento (se está em
repouso a tendência é se manter em repouso, se está em
movimento a tendência e se manter em movimento) quando
sofre alguma perturbação, lembre da 1ª Lei de Newton!

Quando falamos em elasticidade estamos nos referindo à
capacidade do corpo de sofrer deformações, como exemplos
de corpos de alta elasticidade temos os próprios elásticos.
Ondas eletromagnéticas

São ondas que não precisam de um meio material para se propagar, mas podem se
propagar tanto no vácuo quanto em meios materiais;

Como exemplo imediato podemos citar a luz visível, a luz emitida pelo Sol que chega até
nós percorre um longo caminho de vácuo até chegar à atmosfera terrestre, então ela
começa a se propagar em um meio material, o ar, provavelmente vai passar por outros
meios materiais (como por exemplo uma janela de vidro) até chegar aos nossos olhos.

Se originam das oscilações de um campo elétrico e um campo magnético.

Outros exemplos: Raios X, Raios γ (gama), ondas de rádio, micro-ondas, infravermelho.
Ondas de rádio AM e FM e ondas
de TV

São ondas eletromagnéticas;

Para que possam portar mensagens elas são moduladas, isto é, devem sofrer
variações em sua amplitude (as que chamamos de AM) ou na frequência (as
que chamamos de FM);

Ondas de amplitude modulada (AM), podem ser ondas curtas, médias ou
longas, mas são utilizadas em comunicação de longa distância;

Ondas de frequência modulada (FM), tem um alcance menor, são utilizadas
para comunicação em curtas distâncias;

Para TV’s temos duas faixas de frequência, VHF (frequências muito altas),
UHF (frequências ultra-altas).
Classificação das ondas

Podemos dividir as ondas em dois tipos,
comparando a direção da perturbação que gera
a onda e sua direção de propagação, nesse
sentido, dividimos em duas categorias, ondas
longitudinais e ondas transversais;
Ondas longitudinais

Produzem perturbações na direção de propagação;

Exemplo: Imagine que comprimimos a seguinte mola do
lado direito, a perturbação se propagará para a direita
que é a mesma direção do movimento da mola
Ondas transversais

As vibrações (perturbações) ocorrem perpendicularmente (fazem um
ângulo de 90º) à direção de propagação;

Exemplo: Seja a seguinte corda, perceba que o pulso se propaga para a
frente enquanto o movimento é realizado para cima e para baixo;

Cuidado: Apenas um pulso não caracteriza uma onda;

Observação: Toda onda eletromagnética é transversal.
Ondas mistas

Ondas mecânicas com vibrações transversais e longitudinais
simultâneas, veja abaixo:

Como exemplos temos as ondas em superfícies de líquidos e ondas
que se propagam em meios sólidos.

Quanto a propagação ainda podemos classificar
as ondas em três tipos:

Ondas unidimensionais: Propagam-se em apenas
uma dimensão, por exemplo, ondas em cordas;

Ondas bidimensionais: Propagam-se em duas
dimensões, por exemplo, ondas em superfícies de
líquidos;

Ondas tridimensionais: Propagam-se em três
dimensões, por exemplo, ondas eletromagnéticas
e ondas sonoras.
Frente de onda e raio de onda

Imagine uma superfície de água que está
“calma” e é perturbada por uma pedra que cai,
as ondas formadas em sua superfície terão o
aspecto da imagem a seguir:

Chamamos de frente de onda a fronteira entre a
região já atingida pela onda e a região ainda não
atingida;

Se você desenhar uma linha partindo da fonte
da perturbação e que seja perpendicular às
frentes de onda você terá o raio de onda, veja a
imagem a seguir:

Podemos ter ondas retas na superfície da água
também, elas teriam o seguinte aspecto:
Onda polarizada

É quando permitimos apenas a passagem de vibrações que ocorrem
em determinada direção através de um aparelho que leva o nome de
polarizador

Observação: O fenômeno da polarização é exclusivo de ondas


transversais

Exemplos: Óculos de sol e óculos 3d

Quando você não olha diretamente para o sol na praia a
luz que chega até seus olhos vem majoritariamente da
reflexão da luz solar na água e na areia, ao refletir nesse
meios a luz em grande parte toma uma direção
preferencial de propagação, o óculos de sol é projetado
para justamente filtrar as perturbações nessa direção e
não deixá-las passar, diminuindo assim a intensidade da
luz que chega até você

Óculos 3d: Ao assistir um filme 3d no cinema são
projetadas duas imagens, cada lente dos óculos filtra uma
delas e deixa passar apenas a outra, dando assim a
impressão de profundidade.
Grandezas físicas associadas às
ondas

Seja a seguinte situação:

A grande “A” é denominada amplitude

λ: É o comprimento de onda que representa o
comprimento de cada ciclo

T: É o período da onda, perceba que P na imagem
ao lado completa uma oscilação (ou ciclo), o
período é o tempo que passou entre t0 e t4.

Frequência f: É o número de oscilações
executadas por unidade de tempo, sua unidade
de medida é o Hertz, se você tiver uma onda de
por exemplo 60Hz quer dizer que ela completa 60
oscilações por segundo.

É importante ressaltar que a frequência da onda é
igual à frequência da fonte que a originou (essa ideia
vai ser fundamental quando discutirmos mais a frente
o efeito Doppler);

Podemos estabelecer a seguinte relação entre
frequência e período: 1
f=
T

Durante um período T a onda completa uma oscilação e


avança por uma quantidade equivalente ao seu
comprimento de onda, veja a próxima figura
Os pontos A, B e C são denominados cristas, os
pontos D e E são denominados vales ou depressões

Podemos fazer identificações semelhantes em
ondas longitudinais e mistas:
Seja a seguinte situação
Os pontos A e B possuem a mesma
elongação e movem-se no mesmo
sentido(estão descendo com o
movimento da onda, observe a seta
que indica sua posição no instante
seguinte, representado pela onda em
linha pontilhada). Dizemos que A e B
estão em fase e que sua distância é
equivalente a um comprimento de
onda λ
Veja agora essa situação

Agora perceba que os pontos G e
H possuem elongações opostas,
enquanto o ponto G estará
“descendo” no instante seguinte o
ponto H estará subindo. Dizemos
que G e H estão em oposição de
fase, a distância entre os dois é
equivalente a meio comprimento
de onda λ
2
Nota
Dizemos que dois pontos estão em fase quando a distância
entre eles é um número inteiro de comprimento de onda, por
exemplo: λ, 2λ, 3λ, 4λ etc.
Dizemos que dois pontos estão em oposição de fase ou fora
de fase quando a distância entre eles é um número semi-
inteiro de comprimento de onda, por exemplo: λ , 3 λ , 5 λ , 7 λ
2 2 2 2
Velocidade de propagação da onda

A onda percorre uma distância igual ao seu comprimento
de onda em um tempo igual ao seu período de
oscilação. Em um meio homogêneo a velocidade de
propagação é constante, temos o seguinte:
d

Da definição de velocidade: v=
Δt
λ

Do que foi dito acima: v=
T

Sabemos que: f = 1
T

Logo: v=λf
Importante
v=λf

É uma das relações mais importantes que
precisamos ter em mente, ela associa a
velocidade de propagação de uma onda a
grandezas fundamentais como seu
comprimento de onda e sua frequência e é
válida para todas as ondas
O som

É constituído por um conjunto de ondas mecânicas;

Sua velocidade de propagação no ar a 15ºC é de
aproximadamente 340m/s. Na água de aproximadamente
1500m/s e nos sólidos fica entre 3000m/s e 6000m/s;

Veja a ilustração abaixo, nela temos a faixa dos sons audíveis
pelo ser humano:
A luz

É uma onda eletromagnética originada por oscilações no campo
elétrico e magnético;

Sua velocidade de propagação no vácuo é de 300000 km/s;

Abaixo temos o espectro eletromagnético com as faixas de
frequência das principais ondas:
Velocidade de propagação de ondas
transversais em cordas

Imagine que temos uma corda presa em uma extremidade e
esticada (tensa), imagine que ela tem uma determinada massa
m e um comprimento L, podemos definir uma grandeza
chamada de densidade linear da seguinte maneira:
m
δ=
L
δ é a letra delta do alfabeto grego representando aqui a
densidade linear, sua unidade de medida é o Kg/m.
Fórmula de Taylor

Experimentalmente temos a seguinte relação:
v=
√F
δ

Em que v é a velocidade de propagação da onda e F


a tensão a qual ela está submetida

Imagine que a corda seja cilíndrica, o seu volume é dado por (área da base) x
(comprimento):

V =π r 2 L

Podemos definir a densidade absoluta volumétrica por (é a expressão que você


já conhece, densidade = massa / volume): μ = m
V
m
Utilizando a expressão para o volume do cilindro ficamos com: μ =
π r2L
2
Isolando a expressão para a massa ficamos com: m= μ π r L
Sabemos que: δ = m
L μ π r2 L
Substituindo a expressão para m na expressão para δ: δ = L
Assim: δ = μ π r 2

Usando a expressão para o delta na fórmula de Taylor (veja


o slide anterior) temos a expressão do slide seguinte:
v=

F
δ
v=
√F
μ π r2
v= √
1 F
r μπ

No último passo o r saiu da raiz porque estava elevado ao quadrado

Tenha em mente que também vale a relação geral:

v= λ f
Energia mecânica na propagação
da onda

A energia mecânica vai se dividir em cinética referente à parte da corda que
esteja fazendo o movimento de subida ou descida e potencial elástica da
parte que estiver sofrendo deformação(a corda é considerada um corpo
elástico).

Tenha em mente que um pedaço que está em uma crista (parte mais alta) ou
em um vale (parte mais baixa) não está subindo nem descendo.
Resposta: Letra d)
Resposta: Letra b)
Respostas: a) 0,8Hz
b) 1,6Hz
Respostas:
a) 0,80cm
b) 1,50cm
c) 20000Hz ou 20kHz
d) 5,0⋅10−5 s
Resposta: Letra d)
Reflexão

Nós podemos caracterizar uma reflexão quando
uma onda que está se propagando em
determinado meio encontra-se com outro meio
de características diferentes e volta a propagar-
se no meio original. Por exemplo:
Luz

ar Espelho

Luz

O fenômeno da reflexão é que permite que
vejamos os objetos ao nosso redor;

A velocidade de propagação e o comprimento
de onda não se alteram na reflexão.
Reflexão de ondas transversais em
cordas

Podemos dividir a análise em dois casos, no primeiro a corda está presa a uma
extremidade fixa:

O pulso sofre essa inversão que vemos na imagem por causa da terceira lei
de Newton (a toda ação temos uma reação associada de mesma intensidade
e direção, porém sentidos opostos), como a tendência da corda seria de
mover a extremidade fixa para cima, a extremidade “empurra” a corda para
baixo como reação. É importante ressaltar também que os dois pulsos ficam
em oposição de fase.

No segundo caso teríamos uma corda presa a uma extremidade livre:

Perceba que como a extremidade está livre ela também


completa a oscilação devido a passagem da onda, sendo assim,
a onda não inverte seu sentido. Como não há inversão os dois
pulsos ficam em fase.

Duas imagens que
podem ajudar a
compreender
melhor a diferença
entre os dois
casos:
Perceba o
movimento
que o aro de
ferro faz na
segunda
imagem
Reflexão de ondas em superfícies
de líquidos

Veja a ilustração a seguir

Para essa ilustração fizemos a representação a partir do raio


de onda, essa representação é útil para que possamos
enunciar as duas leis que regem o processo de reflexão:
1ª e 2ª Leis da reflexão

1ª Lei da reflexão: O raio incidente, o raio refletido e a reta
normal estão contidos no mesmo plano (são coplanares, para
facilitar seu entendimento você pode imaginar qualquer
superfície plana como a superfície de uma mesa por
exemplo, o raio incidente, o refletido e a reta normal estariam
sobre a mesa, não formariam ângulo nenhum com ela).

2ª Lei da reflexão, o ângulo formado pelo raio incidente e o
ângulo formado pelo raio refletido tem o mesmo valor:

i=r
Refração

Quando uma onda passa de um meio com certas características para
outro com características diferentes dizemos que ele sofreu refração;

A frequência não se altera, se alteram a velocidade e o comprimento de
onda;

A onda refratada está sempre em fase com a onda incidente;

Cuidado: Experimentalmente verifica-se que ondas na superfície de
líquidos mudam sua velocidade quando vão de um meio mais fundo para
um meio mais raso e vice-versa. Embora as ondas não estejam mudando
de um material para o outro, consideramos que há uma mudança de meio.

Observe as imagens a seguir que ilustram a
refração de ondas se propagando na superfície
da água de um lugar mais profundo para um
mais raso:
Podemos usar a seguinte representação para
simbolizar de maneira mais simples a situação
anterior:

O ângulo de incidência é representado pelo i e


o ângulo de refração pelo r

Motivados pela figura do slide anterior podemos
enunciar as duas leis da refração:

1ª Lei da refração: O raio incidente, a normal e o raio
refratado fazem parte do mesmo plano (são
coplanares);
sen θ 1 v 1 λ 1

2ª Lei da refração (Lei de Snell): = =
sen θ 2 v 2 λ 2

θ1 é o ângulo formado pelo raio incidente, θ2 é o ângulo


formado pelo raio refratado, v1 é a velocidade de
propagação no primeiro meio, v2 no segundo meio, λ1 é o
comprimento de onda da onda no primeiro meio, λ2 no
segundo meio.

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