ROTEIRO

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Questões da Jéssica

1. Quais significados podem ser atribuídos à palavra trabalho?

A palavra trabalho possui vários significados a depender do tipo de


ambiente, de trabalho, de pessoas, etc.

Na linguagem cotidiana a palavra trabalho tem muitos significados.


Embora pareça compreensível como uma das formas elementares de
ação dos homens, o seu conteúdo oscila. Às vezes, carregada de
emoção, lembra dor, tortura, suor do rosto, fadiga. Noutras, mais que
aflição e fardo, designa a operação humana de transformação da
matéria natural em objeto de cultura.

Mas, trabalho tem outros significados mais particulares, como de


esforço aplicado a produção de utilidades ou obras de arte
mesmo dissertação ou discurso. Pode significar também o
conjunto das discussões e deliberações de uma sociedade ou
assembleia convocada para tratar de interesse público
coletivo ou particular: “os trabalhos da assembleia do sindicato
tiveram como resultado a greve”. Também pode significar o
serviço de uma repartição burocrática, e ainda os deveres
escolares dos alunos a serem verificados pelos professores.
Como pode também indicar o processo do nascimento da
criança: a mulher entrou em trabalho de parto.

Além de atividade e exercício, trabalho também significa


dificuldade e incômodo: “a última enchente deu muito trabalho”.
Porém, junto a todas as suas significações ativas, trabalho em
português, quer dizer preocupações, desgostos e aflições. É o
conteúdo que predomina em labor, mas ainda está presente em
trabalho.

2. Qual a diferença entre labor e trabalho?


Em português, apesar de haver labor e trabalho, é possível achar na
mesma palavra trabalho ambas as significações: a de realizar uma
obra que te expresse, que te dê reconhecimento social e permaneça
além da tua vida; e a de esforço rotineiro e repetitivo sem Liberdade,
de resultado consumível, incômodo inevitável. Em todas as suas
significações ativas, trabalho em português quer dizer preocupações,
desgostos e aflições. Esse é o conteúdo que predomina em labor, mas
ainda está presente em trabalho. Trabalho tem origem no latim que
significava “tripalium”: Instrumento feito de 3 paus usado na
agricultura, mas que, ao mesmo tempo, serviu para tortura Assim a
palavra trabalho significou por muito tempo, e ainda conota, algo
como padecimento e cativeiro. Deste conteúdo semântico de sofrer
passou-se ao de esforçar-se, laborar e obrar.

Todo trabalho supõe tendência para um fim e esforço.

3. Qual a diferença entre trabalho humano e trabalho animal?

Para muitos, o que distingue o trabalho humano do dos outros


animais é que neste há consciência e intencionalidade, enquanto
os animais trabalham por instinto, programados, sem consciência.
Podemos reconhecer que alguns animais utilizam instrumentos para a
realização do seu trabalho e que há uma certa divisão de trabalho
também, porém, sem dúvidas, a utilização de instrumentos e a
divisão social do trabalho chegam no homem a graus de
complexidade e sofisticação muito superiores aos encontrados entre
os animais. Algo que definitivamente distingue o trabalho humano,
seria a Liberdade: o trabalhador pode parar de trabalhar, ainda que
isso lhe custe a vida.]

4. Qual é a relação da subjetividade com o trabalho?

O trabalhador ao exercer a sua função, imprime a sua subjetividade


nela, pois contrariamente a imagem legada pela tradição taylorista,
não há um único modo de realizar uma tarefa e as escolhas sobre
como agir envolvem a história singular de cada sujeito, sua
experiência, os saberes formais adquiridos e os saberes coletivos
informais construídos no convívio contínuo com os meios de trabalho.
Assim, o trabalho não pode ser uniformizado, pois cada ser humano é
o único, cada um vai imprimir o seu próprio estilo no trabalho, ou
seja, cada trabalhador vai realizar seu trabalho de uma forma
específica e única. O sujeito nunca será um robô.

Reinventar maneiras de realizar uma atividade laboral ocorre tanto


em função das características pessoais do indivíduo (ritmo,
movimento, porte físico, raciocínio, disciplina) quanto dos imprevistos
surgidos em dada tarefa e a cada momento diferente.

5. Qual a importância da coletividade no trabalho?

A coletividade no trabalho tem uma função social essencial, já que o


trabalho é uma atividade que liga uns aos outros e que implica
se ajustar a eles para produzir algo útil, ou seja, o conjunto de
saberes (produzidos no cotidiano de trabalho e acumulados por
gerações de trabalhadores ao longo da história de um ofício de uma
profissão) cumpre para o sujeito a função de promover sua inserção
em um coletivo e de permitir que se faça melhor do que se
faria sozinho.

O trabalho possibilita, também, que cada indivíduo assuma um papel


e uma identidade dentro de um grupo maior.

6. Como a Primeira Revolução Industrial impactou os processos de


trabalho?

Nos últimos séculos, o mundo experimentou mudanças radicais que


deram outra configuração às relações econômicas, culturais e sociais.
Tais transformações ocorreram, principalmente, após o século 17,
quando entraram em cena as grandes revoluções da humanidade:
revolução francesa, revolução gloriosa e revolução industrial, Que
apresentaram um Marco na história da humanidade, pois passaram a
instaurar o modo de produção capitalista, o qual afetaria a vida das
pessoas de uma forma mais ampla e complexa. O sistema econômico,
antes baseado na agricultura e na atividade artesanal, foi substituído
pela industrialização, que se baseia na produção em grande escala e
na valorização do capital.

A primeira revolução in industrial teve início na Inglaterra, em


1760 e se alastrou para o resto do mundo, provocando profundas
mudanças, caracterizada pelo uso de novas Fontes de energia e
pela invenção da máquina a vapor.

Isso permitiu aumentar a produção com menos gasto de


energia humana, sendo que o processo operou a partir da divisão
do trabalho e da aplicação da ciência na indústria, o que gerou
crescimento financeiro: afirmando o poder econômico da
burguesia e o aparecimento da classe operária.]

Como identificar se a burguesia de fato? :Essa pessoa se conseguir


deixar de trabalhar vai conseguir sobreviver em um curto prazo?

O período de desenvolvimento do capitalismo industrial


caracterizou-se pelo crescimento da população, pelo êxodo rural e
pela concentração de novas populações urbanas.

Condições precárias: alto número de horas trabalhadas e baixos


salários, ou seja, as pessoas trabalhavam muito sem leis trabalhistas.
As crianças e jovens também participaram do processo produtivo
como trabalhadores das indústrias pois era preciso assegurar a
subsistência das famílias.

7. Quais são as características do Taylorismo? Em que contexto


histórico emerge?

Entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século


XX, após a primeira guerra mundial, surgiu um novo período
denominado segunda revolução industrial : uma das principais
características desse período foi a crença na lucratividade advinda da
ciência pois foi nesse período que a invenção da energia elétrica
potencializou a capacidade produtiva do homem.
Inicialmente, nas grandes indústrias, o modelo de produção utilizado
pelas empresas foi chamado de Taylorismo e vigorou por séculos.
Esse modelo se caracterizava por elementos constitutivos básicos que
eram dados pela produção fabril de massa, com a fragmentação das
funções ou atividades produtivas, reduzindo sendo a atividade do
trabalho há uma ação mecânica e repetitiva, sobretudo pela divisão
dos homens quanto às tarefas.

Taylorismo: -Estabelece um padrão de trabalho mecanizado, sem


sentido, onde o empregador é controlado pelo tempo e movimento. O
objetivo era fazer o trabalhador produzir mais no mesmo tempo pela
racionalização do trabalho.

O taylorismo aliena o trabalhador dentro do processo executivo: O


trabalho se resumia à uma atividade repetitiva e desprovida de
sentido, sobretudo pela divisão dos homens quanto às tarefas. O
produto final não possuía a identidade do trabalhador e a sua marca
pessoal. Separou a atividade mental dos corpos dos operários:
neutralizou a atividade mental dos operários. Os corpos deveriam
fazer sempre a mesma atividade repetitiva, movimentos repetitivos.
Foi instaurado uma nova concepção-concepção mecanicista do
homem- o homem é incapaz e ignorante, só serve para executar.
Taylor neutralizou a atividade mental dos operário e descreveu um
funcionário de valor como aquele que acata exatamente o que a
chefia quer.

Os experimentos de Taylor foram reconhecidos e a ele foi conferido o


título de pai da administração científica por criar novos métodos de
aumento da eficiência na indústria, cujos princípios são planejamento
muito organização e liderança.

8. Quais são as características do Fordismo?

O fordismo é um modelo de produção capitalista empregado na


empresa, criado por Henry Ford em 1914, caracterizado pelo conjunto
de mudanças no processo de trabalho e pela introdução da primeira
linha de montagem, revolucionando a indústria automobilística e
criando o mercado de venda em massa para os automóveis( tinha
como objetivo aumentar a produtividade e, em contrapartida,
diminuir os custos da produção).

O sistema americano conhecido como fordismo demonstrou sua


eficiência na condição de forma de extração de mais valia, à medida
que:

- A partir das relações de produção, foram concebidos e veiculados


novos modos de vida, de comportamento, de valores ideológicos
voltados ao interesse do capital ( Não dependemos mais de capataz,
o próprio trabalhador se auto disciplina).

-Adaptação ideológica na e da vida privada - ampliação do consumo.

- reprodução das relações de dominação e exploração na nossa vida


íntima, inclusive.

Com o fordismo, o sistema capitalista se consolidou de maneira global


reproduzindo as relações de dominação e exploração que separava o
capital do trabalho.

Porém, ao final da década de 60 e início dos anos 70, tal padrão


produtivo começou a apresentar sinais de esgotamento, isso porque o
padrão de acumulação de produção deparou se com a incapacidade
de responder a retração do consumo que se acentuava. Essa retração
já era uma resposta ao desemprego estrutural que se iniciava.
Superprodução gera crise do capital.

9. Quais são as características do Toyotismo? Em que contexto


histórico emerge?

O Toyotismo emergiu no Japão, na chamada terceira revolução


industrial, que ocorreu no pós Segunda Guerra Mundial, período este
que as indústrias químicas e eletrônicas se desenvolveram. Tempo e
espaço foram dimensões centrais deste período histórico e para a
compreensão das mudanças pelas quais a sociedade vinha passando.
Nesse momento, o tempo é atemporal: as respostas se dão em tempo
real e o espaço é desterritorializado, passando a noção de
desterritorialização e globalização a fazer parte dessa racionalidade
dos modos de produção, de ser e viver o cotidiano no mundo do
trabalho.

As transformações do modelo produtivo começou a se apoiar nas


tecnologias que vinham surgindo nas décadas do pós-guerra e nos
avanços das novas tecnologias de informação final em substituição ao
Taylorismo-modelo americano-, o método de produção Toyota-modelo
japonês-combinou máquinas de alta complexidade com uma nova
forma gerencial e administrativa de produção.

O modelo chamado toyotismo, conhecido pela expressão “Just in


time”, significa produzir somente a quantidade necessária, no
tempo necessário, evitando ao máximo o excedente
(estoque). Esse modelo foi aplicado, inicialmente, na fábrica da
empresa Toyota, por isso a origem do nome. O padrão, por volta dos
anos 1960, logo se espalhou para vários países do mundo e entre
grandes empresas, e continua sendo aplicado por muitas delas.

Entre suas principais características em relação ao processo do


trabalho cabe citar:

- A produção ajustada a demanda do mercado;

-O uso do controle de qualidade total-TQC-Em todas as etapas do


processo de produção, para evitar desperdício e ampliar a qualidade
dos produtos

-Mão de obra multifuncional, qualificada ( vc tem que ser formado,


especializado) e treinada para atuar em várias áreas da produção;

-Análise de mercado para atender às exigências do cliente;

Ainda na busca pelo redução de custo, a mudança significativa nas


relações de trabalho ficou por conta das subcontratações
terceirizações de serviço e flexibilização do trabalho.
10. Como o trabalho se transforma a partir da era tecnológica?

A introdução de novas tecnologias digitais, como computadores e


posteriormente dispositivos móveis -laptops, celulares, e etc- como
ferramentas de trabalho, mudou as relações em sociedade e as
relações de trabalho em todos os setores das empresas, da
sociedade, da economia, do conhecimento e da informação.
Mudanças radicais ocorreram no período de transição entre a era
industrial e a era digital também conhecida como era tecnológica,
após a década de 1980. Esse novo paradigma social e uma série de
fatos históricos acabaram provocando a desarticulação dos operários
e da classe trabalhista que teve a sua ascensão na era industrial.

Na relação entre capital e trabalho, um novo perfil de trabalhador


passou a ser exigido pelo mercado, com maior valorização da
capacidade criativa e da qualificação profissional para manuseio
desses dispositivos. As tecnologias demandam novas competências
aos trabalhadores, para além das habilidades restritivas das tarefas.
Diante desse fato, pode-se salientar que, quanto maior a exigência de
qualificação profissional, maior é o fosso de desempregados e sub
empregados e, consequentemente, maiores são a exclusão e a
desigualdade social, decorrentes do modelo neoliberal ou do
capitalismo contemporâneo. Se, ao longo da história da humanidade,
a Riqueza esteve sempre ligada à Posse e ao controle dos recursos
materiais como a Terra, o ouro, o petróleo, hoje, a Riqueza não é algo
material, mas imaterial : o conhecimento é a fonte primária da
Riqueza na sociedade pós industrial.
11. Após a abolição da escravatura em 1888, como o trabalho passou
a se organizar no Brasil?
O processo de trabalho no Brasil é reconhecido a partir do marco
histórico da Abolição da Escravatura ocorrida em 1888, quando os
escravos foram libertados e os imigrantes europeus deslocaram-se
para o Brasil, incentivados pelo governo que procurava atraí-los,
subsidiando a passagem de navio e estabelecendo contratos com
empresas e particulares, a fim de que os imigrantes explorassem a
agricultura neste novo país.

Os imigrantes enfrentaram as péssimas impostas condições de


trabalho e instalaram-se nos núcleos coloniais ou nas fazendas, nas
condições de empregados. Isso, em consequência da ausência do
trabalho servil dos escravos que, desde então, deveriam ser pagos
para realizar a atividade na lavoura. Os fazendeiros, em todo o
território do país estavam sofrendo com a falta de mão de obra e com
a desorganização do trabalho, tendo sido grandes as perdas nas
lavouras de café por falta de colhedores. Fazendeiros e elite
preferiram pagar aos imigrantes a pagar o trabalho dos negros, agora
livres, ou aos imigrantes africanos, pois isso restabeleceria o tráfico
negreiro. O processo de imigração dos europeus em massa
impulsionou a organização dos trabalhadores a partir da última
década do século 19 quando foi fundada a Confederação brasileira do
trabalho (CBT). Homens, mulheres e famílias eram encarregados da
base de produção material da sociedade, cumprindo a sua função
social, ou seja, a conversão da natureza em produtos sociais.

12. Como foi o processo de industrialização no Brasil?

Após a revolução de 1930, e com o estímulo à expansão das


atividades urbanas, o eixo produtivo no Brasil foi se deslocando da
agricultura para a indústria. Na segunda metade do século 19,
ocorreu o surgimento dos primeiros grandes empreendimentos
industriais brasileiros, em número significativo, constituindo a base
da industrialização no país. Em 1889, havia pouco mais de 600
estabelecimentos industriais e em 1920 já eram mais de 14 000,
Predominantemente de propriedade nacional, concentrados nos
setores de bens de consumo não duráveis, principalmente empresas
têxteis, de alimentos e de bebidas.

Cabe salientar que, no período entre as 2 grandes guerras, a


presença do capital estrangeiro era significativa no Brasil. O capital
inglês controlava as principais empresas de fumo, fósforo e papel
com investimentos no setor têxtil, calçadista e em Moinhos.

O capital americano estava presente nos setores de alimentos vi


equipamentos ferroviários lâmpadas transformadores cimento final no
setor automotivo, a Ford, a General Motors e a Chrysler já viu
estabelecido unidades de montagem de automóveis no país; o capital
suíço, nos setores de curtume e alimentos; e os franceses no
segmento químico. Na área farmacêutica e química, a presença maior
era de empresas alemãs, francesas, Americanas e britânicas.
O período de industrialização no Brasil possibilitou uma modernização
da economia brasileira, em meio a muitas tensões políticas e
instabilidades

13. Quais direitos trabalhistas foram organizados/conquistados no


governo Vargas?

A era Vargas, que se estendeu de 1930 a 1945, foi um período na


história do brasil marcado por profundas transformações sociais
econômicas e políticas, sendo crucial para a construção dos direitos
trabalhistas no Brasil, estabelecendo bases que ainda influenciam a
nossa legislação.

Neste período, foi estabelecida a economia Moderna brasileira em


meio a muitas tensões políticas e instabilidades, o Ministério do
trabalho foi criado em 1930 e, com a Constituição de 1934, se
estabeleceu ao trabalhador o direito ao salário mínimo, a carteira
de trabalho ( obrigatoriedade do registro do trabalhador em carteira
de trabalho garantiu a ele a formalização e reconhecimento dos seus
direitos trabalhistas), a filiação sindical, a férias remuneradas.
Também foram garantidas a proteção ao trabalho
feminino( direito a licenças maternidade) e infantil, bem como
a jornada de 8 horas diárias de trabalho aos empregados e 44
horas semanais, promovendo melhores condições para os
trabalhadores, Além do descanso semanal remunerado, garantindo
um dia livre por semana ao trabalhador.

Entre os anos de 1940 e 1953, houve aumento da população urbana e


duplicação do contingente da classe operária. Em 1941, foi aprovada
a consolidação das leis do trabalho (CLT) e toda a legislação
moderna edificada a partir da Era Vargas.

14.Qual o cenário de trabalho no Brasil desde a década de 70?

Na segunda metade dos anos 1970 vírgula e ao longo da década


seguinte vírgula houve a expansão das instituições de capital estatal
e privado nacional. No entanto com a privatização das estatais e
com a globalização da economia brasileira na década de 1990,
as empresas de capital nacional voltaram a perder espaço
para as estrangeiras (fenômeno chamado de desnacionalização).

Diante disso, é evidente observar, que o Brasil passou a integrar de


forma mais intensa a divisão Internacional do trabalho, absorvendo
principalmente as operações de montagem de menor valor agregado,
reduzindo a capacidade de desenvolvimento de novas tecnologias,
sendo que as atividades mais nobres de desenvolvimento ficaram nas
empresas matrizes no exterior.

Atualmente, indicadores que evidenciam as dimensões das mudanças


nas dinâmicas econômicas demonstram um quadro recessivo no
Brasi. Sabe se que, o crescimento e o desenvolvimento do país,
pressupõe geração de empregos de qualidade, porém as perspectivas
para o futuro do mercado de trabalho nacional, pelo menos em curto
prazo, são preocupantes de acordo com a organização Internacional
do trabalho (OIT), que observou tendências nesta área em vários
países e previu um brasileiro em cada 5 novos desempregados no
mundo em 2017. A insegurança e a precariedade caracterizam o
atual mercado de trabalho no Brasil.

Em 2016, podemos observar:

-Decréscimo na oferta de trabalho, redução de contratações, altas


taxas de rotatividade de demissões por queda de atividade
econômica.

-Aumento de trabalho informal e de ocupações menos protegidas pela


legislação trabalhista.

-Alto índice de acesso ao seguro – desemprego.

-Desigualdade de remuneração média por sexo, que permanece


assimétrica em favor dos homens, com as mesmas características
regionais e setoriais.
-Crescimento da desocupação de jovens e pessoas acima de 40 anos
final

Todo esse cenário persiste até os dias atuais.

15.Qual a relevância da dimensão histórica na definição de uma área


científica e seus paradigmas?

A perspectiva histórica procura fortalecer a compreensão de como se


estruturou o modelo clássico de atuação e produção de conhecimento
em determinada área científica.

A cada período, o conjunto de práticas profissionais vincula-se a uma


base ou a antecedentes sociais e culturais, que não podem ser
negligenciados, e seu desenvolvimento advém de tentativas de
construir novos conceitos e técnicas para lidar com os desafios que
emergem a cada momento. É assim que qualquer campo científico e
profissional se constrói e se transforma ao longo do tempo

16.Quais foram as principais influências na construção da Psicologia


organizacional e quais suas principais características?

1. Análise do Indivíduo no Contexto Organizacional: Estuda


como os indivíduos se comportam e interagem dentro das org
anizações.

2. Avaliação de Processos de Recrutamento e Seleção: Foc


a em melhorar os métodos de recrutamento e seleção de func
ionários. Lógica taylorista: busca selecionar o melhor
trabalhador para determinado cargo, com o propósito de
aumentar a produtividade e o lucro da empresa.

3. Desenvolvimento de Programas de Treinamento e Capa


citação: Cria programas para desenvolver habilidades e comp
etências dos colaboradores, ou seja, investem na gestão de
pessoas para aumentar a produtividade e o lucro.
4. Promoção do Bem-Estar dos Colaboradores: Trabalha par
a melhorar o bem-estar físico e mental dos funcionários,
visando o aumento da produtividade.

5. Melhoria do Clima Organizacional: Busca criar um ambient


e de trabalho positivo e, principalmente, produtivo.

Essas características ajudam a Psicologia Organizacional a contribuir


significativamente para o desempenho e a eficiência das organizaçõ
es.

-curiosidades:

-Constituição histórica da POT -1 período:

O marco constituinte da POT está no trabalho de Mustenberg, 1913:


O interesse do autor localizava-se em torno daquilo que viria a ser,
por um longo período, a atividade mais característica e dominante da
psicologia aplicada ao trabalho: a seleção de pessoal e o uso de
testes psicológicos com a finalidade de maximizar o ajuste
das pessoas ao cargo.

Preocupações centrais de Mustenberg para o novo campo:

-O melhor homem possível para o trabalho- tratando da seleção dos


trabalhadores.

-O melhor trabalho possível-discutindo os fatores que afetam a


eficiência do trabalhador

-O melhor efeito possível-analisando as técnicas de venda,


publicidade e marketing.

Ainda hoje, é importante para esta área: a necessidade de que os


trabalhadores atuem em cargos que se ajustem às suas habilidades
emocionais e mentais para que haja eficiência no trabalho,
produtividade da empresa e satisfação do trabalhador.
Era necessário reorganizar os locais de trabalho de forma a minimizar
as oportunidades de que os trabalhadores conversassem entre si, já
que isso diminuía a sua eficiência.

Neste período inicial de estruturação do campo, Taylor também


exerceu importante papel e desenvolveu o que ele chamou de
administração científica, com o objetivo de estabelecer princípios
para orientar as práticas organizacionais e aumentar a produtividade.

É interessante observar que a psicologia industrial nasceu em um


berço comum com administração científica, demonstrando que
ambos estavam engajados no desenvolvimento dos contextos de
trabalho e de gestão mais efetivos, geradores de maior
produtividade.

Ainda nesse período inicial de Constituição do campo, surge em 1920,


as clássicas investigações de Elton Mayo, que revelaram a
importância de considerar os fatores sociais implicados em uma
situação de trabalho. Porém, apesar da aparente humanização do
trabalho proposta por Mayo, ele desconsiderava os efeitos da
atividade laboral propriamente dita sobre o trabalhador. Elton Mayo
seguia a proposta de Taylor: o que mexe na produtividade do sujeito?
Exemplo: luz forte aumentavam a produtividade, já a luz fraca
diminuía a produtividade. A proposta era, basicamente, aplicar
técnicas que promovessem relações sociais mais amigáveis no local
de trabalho, elevando a motivação dos assalariados sem mudar o
ambiente material organização dos processos de trabalho.

Resumo: No Taylorismo e no modelo de seleção de pessoal de


Mustenberg, ficava evidente a disciplinarização planejada, a
psicossociogia, já Mayo e seus seguidores, procuravam garantir a
suavização e a de simulação das coerções embutidas nas formas de
gerenciar e estruturar a organização do trabalho ( maquiavam o
cenário).

Panorama histórico deste período:


O processo de industrialização- segunda revolução industrial, com a
invenção de novas máquinas, demandando racionalização dos
processos de trabalho-, avanço das ciências naturais e biológicas vi
que reestrutura me crenças sobre a natureza humana a pressão por
reformas sociais e a luta contra a exploração do trabalho que ganha a
voz da teoria marxista: esse conjunto de eventos está na base dos
desafios e das oportunidades que geraram a Constituição inicial da
psicologia industrial descrita anteriormente como Marco inicial do
campo. Vale enfatizar, contudo, que o binômio avaliação
psicológica e ajuste homem/máquina/trabalho constitui o grande
elemento definidor deste período inicial

obs: A avaliação psicológica vai fundando a POT No Brasil psicólogo é


aquele que aplica avaliação psicológica-testes psicológicos-para a
seleção de profissionais.

-Constituição histórica da POT -2 período: Constituição


histórica pós -guerra:

O segundo no período, denominado expansão e consolidação pós


guerra, vai de 1945 há 1960. O período pós guerra foi de
reconstrução da economia, das cidades, da vida social em todas as
suas dimensões. Com isso, foi um período de expansão e
crescimento. Emerge um mundo bipolar, dividido entre 2
superpotências, colocando em oposição o comunismo e o capitalismo.
Na Europa capitalista, emergiu o estado de bem-estar social, com o
suporte oferecido pelo Estado aos trabalhadores: Agora, o Estado
intervém para assegurar o direito dos trabalhadores. O controle deve
ser mantido sem uma cultura agressiva, ou seja, sem chicote.

Especialmente nos Estados Unidos e na Europa, a POT consolida-se


com o aparecimento de entidades específicas e o escopo dos
problemas tratados pelos psicólogos se amplia: Eles se tornam
consultores para uma gama de problemas organizacionais-desde o
desenho de postos de trabalho passando por seleção treinamento
introdução de novas tecnologias e desenvolvimento organizacional. A
velha psicologia industrial é substituída pela psicologia
organizacional ,que mesmo mantendo a seleção como uma das
suas principais atividades, incorpora a atenção ao funcionamento
organizacional com foco principal no comportamento
gerencial( liderança, participação, democracia).

Duas grandes características marcam a POT neste período:

- Training with in industry: Treinamentos, especialmente voltados


para gestores-estilos menos autoritários, é difundido em toda a
Europa abrangida pelo plano Marshall.

Plano Marshall: propõe uma hierarquia das necessidades humanas.

-Poucos anos depois, despontou a reflexão de Douglas Mc Gregor: as


características que relacionam sistematicamente os indivíduos, os
grupos e a própria organização, sob o controle de fatores internos e
externos ao sistema organizacional passaram a ter relevância na
interpretação do comportamento humano.

Principal questão dessa época: como vamos manejar as


personalidades para sustentar a produtividade. Vamos assegurar
direitos aos trabalhadores para eles não se rebelarem.
-Constituição histórica da POT 3 período: Constituição
histórica POT 70 adiante:

O período de ouro de crescimento e consolidação do estado de bem-


estar social deu lugar, a partir dos anos de 1970,1 período de grandes
incertezas A guerra fria faz explodir conflitos em várias partes do
mundo.

No campo da psicologia via cresceram críticas ao modelo


psicométrico de avaliação psicológica final a POT se amplia buscando
entender e lidar com as questões que extrapolam o nível individual de
análise. Surgiram experiências de humanização do trabalho na
Escandinávia em outros países- QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
(COMO HUMANIZAR O TRABALHO?) O foco das mudanças deixou de
ser nos pequenos grupos, dando lugar a intervenções mais
abrangentes emergiu com os avanços tecnológicos, o campo da
ergonomia cognitiva (Envolvimento e compromisso no lugar do
controle- O TRABALHADOR não deve ser controlado, mas sim
envolvido: somos uma grande família no trabalho). Os modelos de
gestão passaram a incorporar em oposição à noção de controle a
noção de envolvimento e compromisso. Cresceu a atenção as
experiências de cogestão e ao formato das cooperativas.
Constituição histórica da POT 4 período:

Por fim, podemos pensar em um quarto período, que corresponde às


mudanças contemporâneas que marcam o final do século 20 e a
primeira década do século 21:

As décadas finais do século passado e a inicial deste século foram


marcadas pelo aprofundamento do processo de globalização e pelas
mudanças na demografia da força de trabalho, crescendo a
dependência de empregos temporários e de tempo parcial final. O
contexto social mais amplo foi marcado por um período de domínio
do neoliberalismo e desmonte do estado de bem-estar social,
processo liderado pelo Reino Unido, mas com reflexo em várias
outras sociedades, mesmo aquelas que nunca chegaram a ter os
mecanismos de proteção ao trabalho, como era o caso do Brasil.

Neste período foi dada maior atenção às questões de saúde no


trabalho e houve a consolidação de outros tópicos de estudo como
estresse, conflito trabalho- família, e aposentadoria. Cresce o apelo
por um balanço equilibrado entre vida profissional e familiar,
estruturado sob ética, transparência e busca de justiça, de direito de
expressão e de desenvolvimento para todos os participantes da
comunidade organizacional.
Concepções administrativas tradicionais, como estilos de liderança,
racionalização de processos e hierarquização organizacional, deram
lugar a novos conceitos, como capital intelectual, gestão do
conhecimento, alianças estratégicas, ética empresarial, organizações
virtuais, tempo ocioso, entre outros( Não havia profissionais
especializados, então as empresas precisaram reter esse capital
intelectual: o controle da produtividade sai do corpo no
Neoliberalismo e vai para o capital intelectual).

Mas, atenção, isso já acabou. Hoje em dia já tem muito capital


intelectual.

17.Em qual contexto social se organiza a Psicologia Social do


Trabalho?

Devemos assinalar que a psicologia social do trabalho desenvolveu-se


em um período mais recente e assumiu características
marcadamente locais no país. Apesar disso, sua história está em
consonância com o movimento mais geral Internacional da psicologia
social sobretudo aquela desenvolvida na América Latina final. No
entanto, o presente estudo mantém a denominação psicologia social
do trabalho para marcar a ênfase desta vertente no não
individualismo e para expressar um convite de retorno à psicologia
social de caráter mais crítico, não a linha das demandas gerenciais.

Historicamente, as primeiras publicações identificadas com psicologia


social também datam do período em que o positivismo era
hegemônico( apenas o conhecimento científico era verdadeiro). Sua
história, especialmente nos Estados Unidos, é marcada por atitudes
experimentais voltados para mudanças de atitudes, contribuindo para
o desenvolvimento de mecanismos de controle sobre o grupo
humanos.

Contudo nas décadas de 1960 e 1970, em diversos países, passou a


haver um questionamento mais enfático desse referencial teórico-
metodológico e uma aproximação da psicologia social a enfoques
sociológicos críticos com relação ao sistema social vigente e suas
iniquidades. Neste período congressos realizados por órgãos de
representação da psicologia social na América Latina consolidaram se
como espaços de discussão sobre a possibilidade de uma psicologia
social voltada para as condições específicas dos países latino-
americanos.

Já no Brasil, a psicologia social teve origem a partir da vertente


Americana. Entretanto, posteriormente, ela sofreu influência das
Correntes contra hegemônica, por meio das quais foi possível
elaborar propostas diferenciadas que levaram ao desenvolvimento de
uma psicologia social crítica também aqui .

Essas breves considerações, esclarecem a perspectiva a partir da


qual se constrói a psicologia social do trabalho no Brasil. Ela se
desenvolveu orientada por uma psicologia social de cunho
sociológico, que propõe a reflexão acerca das consequências políticas
de sua produção acadêmica, bem como das intervenções realizadas
pelos profissionais.
Já na década de 1970, foram realizados estudos importantes, no
âmbito da psicologia, que focalizarão o universo social, os valores as
trajetórias e as aspirações de trabalhadores das classes populares em
ambos os gêneros.

- Anos 70 e 80: O movimento de crítica ampla ao modelo de atuação


profissional do psicólogo no Brasil, intenso nos anos de 1970 e 1980,
coincide com o período acirrado e com o término do regime militar,
teve importante reflexos na área da POT.

O psicólogo organizacional (ainda atuando nos moldes do psicólogo


industrial) foi um dos alvos mais criticados, se não o modelo mais
criticado de atuação profissional da psicologia, sob o estigma de
descomprometimento com as demandas sociais.

Em 1984, foi lançada uma coletânea de textos organizada por Sílvia


Lane e Wanderley Codo: o homem em movimento: “o papel do
psicólogo na organização industrial” (psicologia social): a psicologia
produzida e a prática profissional mesmo dos psicólogos
organizacionais desconsideravam a categoria trabalho.

Repercussão desse trabalho foi imensa, expôs o estigma que cercava


a inserção do psicólogo nas organizações e alertou pesquisadores e
profissionais sobre a necessidade de construção de um modelo de
atuação que não se faltasse exclusivamente nas necessidades da
gestão e, em consequência, da empresa ou do capital.

Desse movimento crítico emerge um terceiro estágio de


desenvolvimento do campo, em que o trabalho (em especial sua
forma de organização e gestão) assume o papel relevante para
compreender não apenas o desempenho individual, das equipes e da
organização, mas como especialmente os problemas de saúde
do trabalhador.

Silvia Lane e outros autores após a chamada “crise da psicologia


social em 1980”, defenderam que era hora de humanizar o olhar para
esses trabalhadores, principalmente, aqueles mais explorados, os
mais periféricos.Eles propunham uma ruptura com aquilo que era
dado como hegemônico e defendiam que não era possível mais
aceitar a violência contra o trabalhador, que o próprio capitalismo
impunha.

É interessante observar que, da mesma forma como ocorreu com a


psicologia organizacional, a intervenção e a pesquisa também
mantiveram uma relação intrínseca ao longo da história da psicologia
social do trabalho. No entanto, se aquela nasceu como uma prática
profissional em um momento de intensificação da industrialização
intimamente ligada às demandas colocadas pela gestão de empresas,
a psicologia social do trabalho tem sua origem em um momento
histórico de abertura política no Brasil quando os preceitos
capitalistas passaram a ser fortemente criticados.

O desenvolvimento histórico do enfoque da psicologia social do


trabalho é que ela sempre buscou tomar o trabalho como um
fenômeno psicossocial encarado de modo crítico, complexo e
determinado pelas relações de poder que configura um contexto
social mais amplo. As intervenções a partir deste enfoque têm sido
então direcionadas a contribuir com a transformação das condições
de exploração dos trabalhadores. É necessário mudanças estruturais
da sociedade visando a superação da relação desigual entre trabalho
e capital.

Resumo: A organizacional está preocupada com a produtividade e a


social do trabalho foca na saúde do empregado.
18.A quem se volta a Psicologia Social do Trabalho?

A psicologia social do trabalho se volta ao trabalhador e se apoia em


um olhar para a humanização desse trabalhador. Foca no universal,
nos valores, nas trajetórias e nas aspirações de trabalhadores das
classes populares, em ambos os gêneros ( homem e mulher). Se
propõe ativamente a transformar injustiças e opressão aos
trabalhadores, promovendo mudanças sociais.

19.Por que os autores consideram ambas as vertentes em linhas


paralelas?

Porque, são abordagens da psicologia que se constituíram


historicamente em linhas paralelas e, assim, se mantém até a
atualidade, com poucos pontos em comum e com objetos, problemas,
compromissos e horizontes de possibilidades muito distintos.

Psicologia Social do trabalho: pensa no trabalhador. O foco de


interesse em compreender e lidar com as questões que relacionam o
comportamento humano e o trabalho (emprego e/ou tarefas) constitui
o campo denominado psicologia do trabalho, que, entre vários outros
objetos de investigação e de intervenção estuda a natureza dos
processos de organização do trabalho e seus impactos psicossociais,
especialmente sobre a qualidade de vida e a saúde do trabalhador,
tanto individual quanto coletivamente.Foco no universal, nos valores,
nas trajetórias e nas aspirações de trabalhadores das classes
populares, em ambos os gêneros.
Psicologia Organizacional: Pensa no trabalho- como organizar
o trabalho para aumentar a produtividade. Poder na gestão de
pessoas; sustenta-se justamente pela desigualdade e assimetria,
ainda que, muitas vezes, associado ao discurso de participação e
autonomia.

Conclusão: A psicologia organizacional foca na gestão com o objetivo


de aumentar a produtividade, ou seja, se sustenta na assimetria,
sendo muito prejudicial ao trabalhador. Já a social do trabalho, deve
prevalecer, pois humaniza o olhar que temos que ter com relação a
esse trabalhador tão prejudicado pela relação desigual entre capital e
trabalho.

20.Diferencie mundialização de gestão neoliberal.

Mundialização: Tem um enfoque mais amplo e cultural, facilitado pela


revolução tecnológica, seguindo uma lógica desenvolvimentista,
facilitando o crescimento econômico, do comércio, as relações e
comunicações entre pessoas e culturas (aproximação dos territórios
mediado pela tecnologia).

Gestão neoliberal: Globalização: Refere-se ao projeto neoliberal, que


impõe aos países periféricos a economia de mercado global sem
restrições, a competição ilimitada e a minimização do Estado na área
econômica e social, ao processo econômico e social. Essa gestão
também defende a privatização de instrumentos públicos garantindo
a menos participação do Eatado nos setores privados, o que trás
como consequência elevados índices de desemprego formal,
precarização das condições de contratação, flexibilização das
relações de trabalho, achatamento dos salários, aumento da carga
tributária, precarização das condições de vida de milhões de famílias.

21.Como a globalização transforma o trabalho?

Globalização transformou o trabalho de forma negativa, mesmo com


a movimentação de trabalhadores entre países, também gerou
terceirização ou deslocamentos para outras regiões com custos mais
baixos, a conectividade permite o trabalho remoto, aumenta a
concorrência entre trabalhadores, diversidade cultural nos ambientes
de trabalho com várias perspectivas e habilidades e desigualdades
econômicas. Além de tudo isso, ocorreu um aumento no desemprego,
precariedade de trabalho e assédio psicológico. O neoliberalismo
precarizou as nossas relações de trabalho. A gente já tinha uma
grande informalidade, mas o neoliberalismo tornou esse processo
ainda mais intenso.

Além do mais, com a globalização, nas últimas décadas do século 20,


o trabalho industrial perdeu sua hegemonia e em seu lugar emergiu o
trabalho imaterial, isto é, o trabalho que cria bens imateriais como o
conhecimento, a informação, a comunicação( lógica da informação).
Porém, o trabalho imaterial é uma parte minoritária do trabalho
global e se concentra em algumas regiões dominantes do planeta O
trabalho imaterial passou a ser hegemônico em termos qualitativos e
isso marca uma tendência para as outras formas de trabalho e para a
sociedade em si mesma.

22.Como o neoliberalismo se opõe ao estado de bem-estar social?

O neoliberalismo defende a redução da intervenção do Estado na


economia, promovendo mercados livres e a desregulamentação,
promovendo a competição e inovação como propulsoras do
crescimento econômico. Segundo o neoliberalismo, o Estado deve
apenas garantir direitos de propriedade e a ordem pública.O
neoliberalismo vem como uma reação ao estado de bem-estar, que
havia dado garantias ao trabalhador e havia uma maior intervenção
do estado nas relações de trabalho nessa época.

O Estado de bem-estar, surgiu a partir do pacto Keynesiano, que


enfatizava a intervenção do Estado na economia para promover
empregos, controlar inflação e garantir o bem-estar econômico e
social da população e políticas públicas que visam reduzir
desigualdades e proteger o cidadão, com foco na equidade e
proteção social.

23. Como as políticas trabalhistas determinam a desigualdade


social? Argumente com três exemplos.

As políticas trabalhistas são o conjunto de regras e diretrizes


estabelecidas pela empresa, que determina a execução do contrato
de trabalho, o que pode influenciar na distribuição de oportunidades,
salários e condições de trabalho, entre elas podem citar:

Redução Salarial – aumento da intensidade de trabalho sem


aumentar proporcionalmente o salário, não pagar mais do que
realmente o trabalhador efetivamente trabalha ( não restitui tempo
perdido, tempo de formação, descanso, entre outros, antes
contabilizados).

Transferência de custo ao Estado - para reduzir gastos com salários


as empresas transferem ao Estado e ao trabalhador custos com
educação, formação especializada, pagamento de parte das
despesas de demissões,etc.

Desregulação trabalhista e diminuição dos direitos dos trabalhadores


- O empregador contrata prestador de serviços para livrar-se de
obrigações impostas pelo direito trabalhista, tornando inaplicável
boa parte dos textos legislativos.
Desproteção legal, especialmente para os trabalhadores não
desejados: grávidas, pessoas com mais de 45 anos, obesos,doentes -
mais desprotegidos pela lei enquanto prestadores de serviços.

24. Por que a uberização pode ser compreendida como um amplo


processo de informalização do trabalho?

Porque, a uberização retira os direitos dos trabalhadores,


precarizando o trabalho e tem a ideologia para mascarar tudo isso.
Assim, os trabalhadores uberizados estão desprovidos de qualquer
direito ou proteção associados ao trabalho, como de qualquer
garantia sobre sua própria remuneração e de limites sobre seu
tempo de trabalho. Trata-se de uma tendência global de
transformação do trabalhador em trabalhador autônomo, ou seja,
sozinho enquanto gerente de si próprio, mas ao mesmo tempo,
segue subordinado a empresa mediadora.
- Quem são os trabalhadores uberizados? São todos os
profissionais contratados através da mediação de uma
plataforma de serviços, como, p.ex, advogados, professores,
motoristas de aplicativos, entregadores de I food, etc.

25. Como a ideologia toyotista just-in-time é aplicada na


uberização?

A ideologia toyotista se assenta na produção por demanda, ou seja, é


necessário produzir mais ou menos, a depender da necessidade do
mercado, para que não haja excedente. Com isso, é necessário
terceirizar a mão de obra para suprir a produção para aquele
momento específico, para aquela necessidade específica, sem
nenhum vínculo trabalhista com a empresa contratante. Na
Uberização, também é utilizado o trabalhador terceirizado, conhecido
como trabalhador” just in in time’: O trabalhador deve estar
disponível para o trabalho, mas só trabalha quando as empresas
mediadoras acionam, sendo remunerados unicamente pelo que
produzem.

26. Qual o impacto da ideologia just-in-time para o trabalhador?

O trabalhador “Just in time” deve estar disponível para o trabalho


para serem utilizados imediatamente, mas são remunerados
unicamente pelo que produzem. Acreditam serem empreendedores,
porém, estão subordinados às regras das empresas mediadoras, que
são extremamente flexíveis e nada claras, desprovidos de direitos e
proteção trabalhista, não possuem um salário fixo, trabalham por
metas. O trabalho por metas leva as pessoas à exaustão, pois se
trabalharem pouco e não atingirem a meta, não conseguem
sobreviver.

27. Como o gerenciamento algorítmico potencializa a ideologia


just-in-time?

O trabalhador uberizado não tem controle sobre o seu próprio


trabalho, não tem clareza sobre as regras que operam na definição de
metas e bonificações, arrisca a sua própria integridade todos os dias,
vivendo disponível para o trabalho (trabalhador” Just in time”), sem
saber como opera seu próprio recrutamento, que é realizado pela
empresa mediadora através do algorítmico.

. A empresa mediadora detém o poder de estabelecer as regras do jogo da


distribuição do trabalho e determinação do seu valor, regulando
soberanamente oferta e procura.

28. O que o modelo de trabalho das revendedoras de cosméticos


tem em comum com a uberização?

Tanto as revendedoras de cosméticos como os trabalhadores


uberizados, possuem um modelo precarizado de trabalho, sem formato,
sem contorno, sem limites e sem garantias trabalhistas. Não possuem
um contrato de trabalho formal com a empresa mediadora, não passam
por um processo seletivo para contratação, apenas preenchem um
cadastro e o aceite dos termos de adesão são suficientes para
contratação. Ambos, vivem em um contexto de total incerteza, sem
garantia sobre remuneração, trabalhando por metas estabelecidas pela
empresa contratante.
29. Como o gerenciamento algorítmico prejudica o trabalhador?

O algorítmico é quem organiza a distribuição da demanda, avaliando


variáveis como dia de chuva, período do dia, oferta de trabalhadores,
nível da demanda, notas de avaliações de corridas anteriores,
etc .Ou seja, um programa de computador distribui a demanda com
total frieza, não sabendo, por exemplo, quais são as condições de
trabalho da pessoa no dia, se o trabalhador passa fome,
etc,,desligando automaticamente o trabalhador se for mal avaliado.

O trabalhador vive disponível para o trabalho sem saber como opera seu
próprio recrutamento, batalhando em um contexto de total incerteza,
considerando que é parte da programação a oferta de uma bonificação, que
muitas vezes não é possível alcançar.

30. Qual a relação entre crowdsourcing e informalização do


trabalho?

Crowdsourcing: Modelo de trabalho aberto e compartilhado.

O termo crowdsourcing refere-se ao modelo de produção em que


ocorre a transferência de trabalhos de uma empresa mediadora para
uma multidão de trabalhadores, usuários de plataformas digitais,
como uma forma de “terceirização”. Não possuem um contrato de
trabalho formal com a empresa mediadora.

Trata-se de uma tendência global de transformação do trabalhador


em trabalhador autônomo, permanentemente disponível ao trabalho
(trabalhador Just in time), reduzido há um autogerente subordinado
( subordinado às regras das empresas mediadoras), ao mesmo tempo
que está desprovido de qualquer direito ou proteção associados ao
trabalho, assim como de qualquer garantia sobre sua própria
remuneração e limite sobre seu tempo de trabalho.

31. O que significa multidão vigilante e qual o impacto sobre o


trabalhador?

Multidão vigilante são os usuários do serviço, conhecidos como


consumidores, que irão avaliar o serviço prestado pelos trabalhadores
uberizados. O papel de instruir e executar normas de certificação e
fiscalização do trabalho é transferido do Estado para as empresas-
aplicativos, que o terceiriza para uma multidão indeterminada de
consumidores. Assim, é transferido para os consumidores parte do
gerenciamento e controle sobre o trabalho. Porém, de acordo com a
avaliação do consumidor, que é realizada sem nenhum critério, o
trabalhador pode ser rebaixado, podendo, inclusive, ser excluído pela
empresa mediadora.

32. Qual a relação com o trabalho amador e a precarização do


trabalho?

O trabalho amador é um modelo de trabalho precarizado, sem


formato, sem contorno (não havia uma delimitação do que era lazer
ou trabalho, reunião de mulheres e reunião de trabalho),sem limites,
sem garantias trabalhistas, que tem um propósito capitalista: cada
um que cuide da sua sobrevivência. Era tipicamente exercido por
mulheres da periferia (ex: diaristas, donas de casas e revendedoras
de cosméticos), em um contexto de provisoriedade que, na verdade,
não era provisório. Porém, hoje em dia, esse tipo de trabalho informal
se generalizou para diversos níveis de trabalho: Aquilo que não era
visto, que estava na periferia, agora se transformou em um modelo
de trabalho que sustenta o capitalismo no seu maior avanço.

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