Danilo Damião Cardoso Da Silva: Uniboxe: Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 282

UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

1
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

2
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS ............................................................ 10
APRESENTAÇÃO .................................................................. 11
PARTE 1 - MÓDULO COMUM ............................................ 14
1.1. Introdução............................................................................. 15
1.2. Psicologia evolutiva ............................................................... 16
1.3. Crescimento e desenvolvimento ............................................ 18
1.4. A atividade física em crianças e adolescentes ........................ 20
2. INICIAÇÃO DESPORTIVA ............................................... 22
2.1. Fases da iniciação desportiva ................................................. 23
2.2. A Motivação .......................................................................... 26
Danilo Damião Cardoso da Silva
2.3. O contexto desportivo ........................................................... 30
dc238701@gmail.com
2.4. Personalidade ........................................................................ 31
2.5. O Treinador / Professor ....................................................... 36
2.6. O entorno familiar ............................................................... 45
2.7. O grupo desportivo ............................................................... 48
2.8. Quando surgem os problemas .............................................. 51
3. DIDÁTICA DO ENSINO ................................................... 54
4. FUNDAMENTOS DE NUTRIÇÃO E HIDRATAÇAO
ESPORTIVA PARA ATLETAS. .............................................. 57
5. CONCEITOS BÁSICOS DA ANATOMIA HUMANA
PARA O ESPORTE. ................................................................ 60
5.1. O osso ................................................................................... 60
5.2. Juntas .................................................................................... 61
3
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5.3. O músculo esquelético .......................................................... 62


5.4. Aparelho respiratório ............................................................ 64
5.5. Sistema Cardiocirculatório .................................................... 67
5.6. Sistema circulatório ............................................................... 69
5.7. Metabolismo energético ....................................................... 71
6. BASES DA BIOMECÂNICA DESPORTIVA ..................... 73
6.1. Biomecânica do movimento articular .................................... 75
6.2. A cadeia cinemática ............................................................... 77
7. ZONAS DE FREQUENCIA CARDÍACA E
TREINAMENTO DESPORTIVO. .......................................... 78
7.1. Zonas de frequências cardíacas .............................................. 80
8. A importância da massagem desportiva ................................ 81
Danilo Damião Cardoso da Silva
9. PRIMEIROS SOCORROS .................................................. 83
dc238701@gmail.com
9.1. Ressuscitação Cardiorrespiratória (RCP): .............................. 83
9.2. Ventilação artificial: boca a boca ........................................... 86
9.3. Fraturas ................................................................................. 87
9.4. Entorses e luxações ............................................................... 89
9.5. Hemorragias .......................................................................... 91
9.6. Desmaios ............................................................................... 97
9.7. Convulsões ............................................................................ 99
9.8. Concussão cerebral.............................................................. 102
10. GERENCIAMENTO DE ACADEMIAS DE ARTES
MARCIAIS E ESPORTE DE COMBATE............................. 105
10.1. Gestão Administrativa ....................................................... 105

4
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

10.2. Gestão de Recursos Humanos ........................................... 107


10.3. Gestão de Marketing ......................................................... 109
10.4. Gestão Pedagógica ............................................................. 110
10.5. Gestão Comercial .............................................................. 111
11. MARKETING E MARKETING DIGITAL PARA
TREINADORES. ................................................................... 113
PARTE 2 - MÓDULO TEÓRICO ESPECÍFICO ................ 121
1 . BREVE HISTÓRIA DO BOXE. ....................................... 122
2. O BOXE NO BRASIL ....................................................... 124
Ditão – O primeiro pugilista brasileiro....................................... 124
O clube Espéria .......................................................................... 125
A profissionalização do boxe brasileiro....................................... 125
Danilo Damião Cardoso da Silva
Década de 1940 – o ginásio do Pacaembu.................................. 125
dc238701@gmail.com
Década de 1950 – O grande momento do boxe brasileiro ......... 126
Décadas de 1960 e 1970 – Surge a lenda de Éder Jofre .............. 126
Década de 1980 – Surge Maguila ............................................... 127
Década de 1990 - Acelino Freitas, o Popó. ................................. 127
Década de 2000 – Valdemir Pereira “Sertão”. ............................ 132
A partir de 2010 – Rose Volante e Patrick Teixeira.................... 132
Brasileiros medalhistas olímpicos: .............................................. 135
Brasileiros Campeões Mundiais de Boxe Profissional ................ 135
3. PRINCIPAIS REGRAS DO BOXE PROFISSIONAL E
BOXE OLÍMPICO. ............................................................... 136
4. PRINCIPAIS ENTIDADES DO BOXE MUNDIAL ......... 145

5
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5. O BOXE RECREATIVO (OU BOXE SEM


CONTATO) .......................................................................... 146
6. BOXE DE INICIAÇÃO PARA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES. ................................................................ 148
7. OS BENEFÍCIOS DO BOXE QUE VOCÊ DEVE SABER
............................................................................................... 150
8. PRINCIPAIS LESÕES NO BOXE E COMO PREVENIR.153
9. SISTEMAS ENERGÉTICOS DO BOXE E PRINCIPIOS DE
PLANEJAMENTO E PERIODIZAÇÃO DO TREINAMENTO
PARA O BOXE...................................................................... 157
9.1 Sistemas energéticos do boxe. ............................................... 157
9.2. Princípios de planejamento e periodização do treinamento
para o boxe: ................................................................................ 158
10. BREVEDanilo
ANÁLISE Damião BIOMECÂNICA
Cardoso daDOS Silva GOLPES NO
BOXE .....................................................................................
dc238701@gmail.com 165
11. ESTILOS DE BOXEADOR: ............................................ 167
12. A ESCOLA DE BOXE ..................................................... 169
13. AS DISTÂNCIAS DO BOXE .......................................... 171
14. A UNIDADE DE TREINAMENTO ............................... 172
14.1. Primeira parte da unidade de treinamento:
Preparatória/Inicial .................................................................... 174
14.2. Segunda parte da unidade de Treinamento:
Medular/Principal...................................................................... 177
14.3. Parte final/recuperação ..................................................... 179
PARTE 3 - MÓDULO PRÁTICO ESPECÍFICO .................. 181
1. BANDAGEM PARA AS MÃOS ........................................ 182

6
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

2. MOBILIZAÇÃO ARTICULAR......................................... 184


3. AQUECIMENTO.............................................................. 186
4. PARADA DE COMBATE(OU GUARDA DE COMBATE)
............................................................................................... 188
5. OS GOLPES DO BOXE .................................................... 197
5.1. Golpes retos (longa distância) .............................................. 200
5.2. Golpes curvos (média e curta distância)............................... 205
6. TRABALHO DE PERNAS (FOOTWORK) ..................... 220
6.1. Passo plano.......................................................................... 221
6.2. Passo pêndulo ..................................................................... 227
6.4. Passo salto ........................................................................... 229
6.5. Passo diagonal ..................................................................... 231
6.6. CompassoDanilo Damião
ou pivot Cardoso da Silva
.............................................................. 233
dc238701@gmail.com
7. DEFESAS BÁSICAS DO BOXE ....................................... 235
7.1. Trabalho de pernas - “Footwork”........................................ 236
7.2. Esquivas............................................................................... 237
7.3. Bloqueios e paradas (ou palmateio) .................................... 244
7.4. Desvios ............................................................................... 251
8. TRABALHO DE SOMBRA .............................................. 254
9. COMBATE CORPO A CORPO E CLINCH ................... 256
10. CONTRAGOLPES .......................................................... 258
11. A ESCOLA DE COMBATE ............................................ 260
12. TRABALHANDO A MANOPLA .................................... 262
12.1. Os 7 erros mais comuns ao puxar o trabalho de manopla . 263

7
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

12.2. Exemplos de sequências básicas para manopla


dirigida ....................................................................................... 264
13. UTILIZANDO OS MATERIAIS DE UMA ACADEMIA DE
BOXE ..................................................................................... 265
13.1. O saco de boxe .................................................................. 265
13.2. A governadora ................................................................... 267
13.3. O teto-solo ......................................................................... 268
13.4. A pêra lenta (presa ao teto) ................................................ 269
13.5. Speed bag (pêra rápida ou pêra fixa) .................................. 270
13.6. Corda fixa ......................................................................... 272
14. TIPOS DE UNIDADE DE TREINAMENTO ................ 273
14.1. Exemplo com predominância dinâmica ............................ 274
14.2. Exemplo com predominância
Danilo Damião Cardoso específicada ............................
Silva 276
dc238701@gmail.com
Sobre o autor.......................................................................... 279
Outras obras literárias do autor .................................................. 280
Documentários do autor ............................................................ 280

8
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

UNIVERSIDADE DO BOXE
TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE
NÍVEL I

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

“O boxe é a arte de lutar com o cérebro


usando os punhos e guiado pelo coração”.
(Autor desconhecido)

Ricardo Serravalle Guimarães

9
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

AGRADECIMENTOS
A minha esposa Débora que se sacrificou durante o período em que estive
realizando esta obra, abrindo mão de tantas e tantas coisas que só nós
sabemos.
A toda minha família que mesmo de longe sempre acreditou em mim e em
meus projetos.
A meu amigo Fabio Seligra que me fez acreditar que sim era possível
desenvolver esse trabalho e que juntos estamos realizando esse novo desafio,
essa nova travessia.
Ao nutricionista Moisés Feitosa ao qual temos uma relação não apenas
profissional, mas de uma grande amizade e que esteve e continua junto
comigo, acreditando e colaborando com meus projetos.
Ao meu amigo e Terapeuta Holístico Fernando Dias Bichara por sua enorme
colaboração em meus projetos.
Ao meu amigo e Irmão Áttilla Torres, ao qual tenho uma especial admiração,
não apenas a nível pessoal, mas como profissional e que contribuiu muito
para a execução desta obra.
A meu amigo e Irmão
DaniloJoséDamião
Augusto Cardoso
Maciel Torres
dapor sempre apoiar meus
Silva
projetos e compartilhar sua imensa sabedoria.
dc238701@gmail.com
Ao Mistério da Vida que entre trancos e barrancos e em meio a um grande
tropeço me abriu a oportunidade para que pudesse formatar o curso que deu
origem a este livro.

10
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

APRESENTAÇÃO
É verdade que o tempo é implacável, mas como costumo dizer que tudo
depende do prisma pelo qual você quer enxergar a situação, prefiro sempre
olhar as coisas pelo lado positivo.
O tempo trouxe consigo um maior amadurecimento em relação a minha
relação com a vida e consequentemente com o boxe.
Quando criança sofria bullying na escola, todo recreio um menino vinha e
me batia até que fui apresentado ao boxe através do filme Rocky IV. Saí do
cinema com minha mãe e a fiz comprar meu primeiro par de luvas, tinha
apenas 9 anos de idade.
Dias depois, mais confiante devolvi ao meu algoz as surras que vinha
recebendo, ganhei o respeito dos coleguinhas e daí para frente tudo mudou.
Minha vida esportiva muito rica e cheias de experiências fantásticas iniciando
pelo boxe, passando pelo futebol onde joguei por anos no Esporte Clube
Bahia, voltando ao Kickboxing onde obtive meus maiores títulos como oito
vezes campeão baiano, 4 vezes campeão brasileiro e campeão Sul Americano,
passando pelo Jiu-Jitsu, Vale-Tudo e Muay Thai. No boxe tive a oportunidade
de treinar com oDanilo
nosso grande
Damião campeão mundial
Cardoso da Éder
SilvaJofre e mais tarde
junto com parte da seleção olímpica brasileira, e com outros grandes
dc238701@gmail.com
profissionais que me ajudaram no meu desenvolvimento.
Quando me aposentei como atleta profissional decidi fazer triathlon e
treinando para um Ironman sofri 3 AVC que me presenteou uma prótese no
coração. Apenas 3 meses depois de recuperado sofri um grave acidente que
me deixou mais 5 próteses na perna esquerda e algumas limitações. Desistir?
Jamais! A vida queria provar minha capacidade de resiliência e
principalmente me ensinar sobre a verdadeira importância da vida, de
valorizar cada instante e principalmente da importância de seguir nossos
sonhos e reconhecer os nossos propósitos.
Anos depois não só completei o Ironman, mas passei a realizar desafios
esportivos solidários em benefício de causas ambientais e principalmente
sociais, desafios esses que por consequência me trouxeram dois recordes
brasileiros e um mundial.
Vivendo em Madri, na Espanha e sofrendo as consequências da pandemia
do Corona Vírus acabei perdendo meu emprego como treinador e decidi
apostar no mundo digital. Assim que, no final de setembro de 2020, decidi
abrir a Universidade do Boxe para compartir com você minhas experiências

11
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

adquiridas nestes mais de 35 anos desde que o boxe me fez


conquistar minha autoconfiança.
A Universidade do Boxe é uma plataforma virtual que pode ser acessada no
endereço: www.universidadedoboxe.com onde comparto conteúdo e
conhecimentos acerca da nobre arte e treinamentos, seja para o boxe
recreativo (sem contato), boxe de iniciação, amador ou profissional, além do
site temos as nossas redes sociais no Instagram, Facebook e nosso canal do
Youtube.
Este projeto surgiu aqui na Europa, onde, mesmo sendo formado em
Educação Física, para dar aulas de boxe tive que fazer o curso federativo de
treinador de boxe, uma exigência europeia que visa fortalecer as federações
desportivas e, principalmente, apresentar ao mercado professores com
formação específica em determinadas modalidades e capacitar professores de
educação física que queiram incluir modalidades de lutas em suas atividades
profissionais. A princípio me irritou ter que voltar a sala de aula para
aprender a dar um jab, mas percebi que isso tinha um porquê e aos poucos
fui percebendo que o curso trazia muitas coisas importantes específicas da
didática e novos conhecimentos já que o boxe e os estudos das atividades
físicas estão em constante atualizações.
Sabemos que no Danilo Damião
Brasil temos Cardoso
um grande públicodaamante
Silvada nobre arte e a
cada dia o boxe é mais edc238701@gmail.com
mais requisitado por academias específicas do boxe
tradicional, para complemento de preparação para atletas de MMA, ou
mesmo para o boxe recreativo. Também sabemos que há anos o CONFEF –
Conselho Federal de Educação Física deixou de realizar o curso de
provisionados que habilitavam treinadores de artes marciais e esportes de
combate com experiência reconhecida com bases cientificas, o que gerou
uma defasagem de aprendizado científico para aqueles treinadores que não
tiveram a oportunidade de fazer um curso de Educação Física
Eis que aí entra a Universidade do Boxe com esse rico material desenvolvido
para o curso e tendo por base o que aprendi nos demais cursos que fiz na
Europa, somados aos meus conhecimentos práticos, acadêmicos e assim
surge este livro.
O livro é dividido em três partes, uma parte Comum onde tratamos em
termos gerais as atividades físicas, a iniciação desportiva e temas relacionados
a educação física, a parte Teórica Específica onde analisamos a teoria do
boxe, como história, algumas regras, etc. e por último a parte Prática
Específica onde partimos para efetivamente a pratica do boxe, trazendo neste
módulo nível 1, as noções básicas do sistema ofensivo, defensivo, sugestões
de práticas de treinamentos e aulas. Espero que goste.
12
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

CARO LEITOR,

Infelizmente não contamos com verbas para


submeter a obra a um editor, assim que
rogamos que se observe algum erro ou falha
peço que nos comunique para irmos
atualizando-a.
Também queremos saber sua opinião sobre o
conteúdo e pedimos que, após sua leitura, nos
envie um e-mail com críticas e sugestões para o
endereço eletrônico:
universidadedoboxe@gmail.com

Boa leitura!

13
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

PARTE 1 - MÓDULO COMUM


Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com

14
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

1.1. Introdução

Essa primeira parte do livro se refere a parte COMUM e contém a formação


necessária para que o treinador conheça as características da infância e
conduza o desportista (ou ao grupo de desportistas) em fase de iniciação
esportiva, mediante a prática de estratégias e técnicas de comunicação,
motivação e dinâmicas grupais, aplicadas tanto com seu entorno social como
familiar.
Por outra parte, se marca toda a intervenção didático-pedagógica baixo a
ótica da ética e transmissão de valores próprios do esporte que deve
caracterizar toda educação esportiva, além de trazer noções essenciais da
ciência do corpo humano.

Perguntas Básicas:

Porque quero ser treinador desportivo?


O que é para mim ser um treinador desportivo?
O que posso esperar desse Damião
Danilo livro? Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
Podemos esperar uma transmissão efetiva de conhecimentos, para que possa
ajudar a que você possa desempenhar seu papel de treinador com
ferramentas que melhorem a entrega e reconhecimento do seu produto
gerando compensações a níveis quantitativos e qualitativos.

O que não posso esperar desse livro?


Você não pode esperar receitas mágicas ou que, pelo simples fato de fazer o
curso ou ler esse livro sua vida profissional vai mudar, já que se tem que pôr
em prática o que vamos passar aqui ou seja, tudo dependerá exclusivamente
de sua pró-atividade. Oferecemos o martelo e o ensinamos a utilizar, mas
você que terá que utilizá-lo para transformar em realidade todo o conteúdo e
conhecimento ao qual está a sua disposição.

15
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

1.2. Psicologia evolutiva

Ramo da psicologia que estuda a descrição, explicação e otimização das


mudanças psicológicas que se produzem durante o ciclo vital do ser humano.
No âmbito do Treinador Desportivo Nível I nos interessa a primeira fase do
desenvolvimento que é a infância. Comportamentos específicos de acordo
com a evolução e como podemos estudar para ajudar a desenvolver melhor a
criança em cada uma de suas fases.

Estuda que mudanças se produzem e por quê:


Descreve a conduta em cada ponto do desenvolvimento.
Exemplo: Quando começam a maior parte das crianças a andar?
Identifica as causas e processos que produzem essas alterações na conduta.

Implicará em diversos fatores:


A herança genética da criança.
As características biológicas e estruturais do cérebro humano.
O entorno social Danilo
e físico que vive a criança.
Damião Cardoso da Silva
Os tipos de experiências que as crianças estão vivendo.
dc238701@gmail.com
Um antigo debate:
A pessoa nasce ou se faz?

. Partidários da herança (inato), frente aos partidários da aprendizagem (o


nato ou adquirido).

. Genótipo (herança genética) frente a Fenótipo (herança genética


desenvolvida ou não sob as circunstâncias do entorno).

Ex.1: Uma pessoa tem em sua carga genética (genótipo) que vai ter 1,90m de
altura, porém se não se alimentar suficiente em sua fase de desenvolvimento
(fenótipo) ele não vai chegar a atingir essa altura.

Ex. 2: O músico Mozart cujo o pai era músico. Ele tinha um potencial
(genótipo) se desenvolve se as circunstâncias permitem (fenótipo).

16
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Existe ainda um conceito inovador da neurociência: Plasticidade cerebral


que estuda que novas áreas do cérebro podem ser desenvolvidas através do
estímulo.

Aspectos evolutivos a considerar no ensinamento esportivo:


. Conhecer e respeitar os diferentes estágios evolutivos (não queimar etapas).
. Aprender a identificar as diferenças individuais.
. A importância da experiência e aprendizagem para a consolidação de novas
habilidades.
. A importância da infância.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

17
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

1.3. Crescimento e desenvolvimento

Crescimento: é um processo biológico. Se valora as mudanças com o tempo:


Dimensões de altura, peso, volume.

Desenvolvimento: é um processo biosocial. Não se dá de forma automática


sem a estimulação adequada: aquisição de habilidades e capacidade de
caráter diverso. Desdobramento de capacidades cognitivas e relações sociais.

Existem três tipos de desenvolvimento:


Motor, intelectual e afetivo/social.

a) Desenvolvimento motor:

. Faz referência a evolução de capacidade de movimento da criança.


. Está unido a outros aspectos da personalidade da criança.
. Existe uma determinação genética que só se realiza se existe a prática
adequada. Danilo Damião Cardoso da Silva
. A criança interage em seu meio ambiente: como resultado aumentará sua
dc238701@gmail.com
sensação de domínio o de impotência frente a ele.
. Vai do mais simples as habilidades mais complexas e que demandam cada
vez maior coordenação.

b) Desenvolvimento Intelectual:

. Sensomotriz (0-2): a criança usa seus sentidos (que estão em pleno


desenvolvimento) a suas habilidades motrizes para conhecer aquilo que lhe
rodeia, confiando inicialmente em seus reflexos e, mais adiante, na
combinação de suas capacidades sensoriais e motrizes, assim, se prepara para
logo poder pensar com imagens e conceitos.

. Pensamento pré-operatório (2-7): Este estágio se caracteriza pela


interiorização das reações da etapa anterior dando lugar a ações mentais
ainda mais estruturadas.

18
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Pensamento operacional concreto (7-11): a representação


mental se organiza em estruturas, já não são conhecimentos isolados, mas
que podem manipular de diferentes maneiras.

. Pensamento operacional formal (+12): É a capacidade de manipular


abstrações e chegar a deduções lógicas de caráter geral.

c) Desenvolvimento afetivo e social:

. Ambos estão muito relacionados: nossas emoções se dão em sociedade. O


ambiente em que cresça será determinante para seu desenvolvimento efetivo.

. Autoconceito: Imagem que uma pessoa tem de si mesma. Resultado da


comparação do eu com o que em seu entorno considera válido. Influenciará
em seu ânimo (autoestima).

. Empatia: habilidade para compreender os estados de ânimo dos demais


(colocar-se no lugar do outro). Sua aquisição é progressiva. Algumas
alterações resultam em uma falta de empatia.
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
. Importância das relações amistosas: a princípio se baseiam na mera
participação conjunta e evoluem até um mútuo acordo. É o nascimento da
confiança no amigo.

. As relações sociais se tornam mais complexas e as ferramentas de


sociabilidade mais elaboradas: a persuasão, o compromisso, a resolução de
conflitos, etc.

O esporte e a atividade física: são ocasiões de estudar e desenvolver este


aspecto do comportamento humano (interação, movimento, entorno global).

19
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

1.4. A atividade física em crianças e adolescentes

IMPORTANTE:

A atividade física supõe um contexto ideal para o desenvolvimento motriz,


intelectual, afetivo emocional e social da criança.
Para que se tenha uma experiência proveitosa, positiva e uma oportunidade
de desenvolvimento, temos que criar um entorno saudável e rico em
estímulos adequados.

Aspectos a ter em conta com o trabalho com crianças:

. Importante ajustar-nos a sua hipermotricidade;


. Importância de criar marcos estáveis, mas não rígidos (ex. começo
das aulas, rotinas, aulas em círculo);
. Ter emDanilo
conta aDamião
sua capacidade
Cardosode da
fantasiar
Silva (utilizar recursos
imaginativos);
dc238701@gmail.com
. Importância da variedade no trabalho;
. Dificuldade para manter atenção a longo prazo;
. Não tratar de competir com eles (emocionalmente);
. Importância do exemplo corporal (cuidar do que faz, fazer bem
porque o visual é o mais forte);
. Formular perguntas;
. Controlar o estresse ao qual os submetemos.

Aspectos a ter em conta com o trabalho com adolescentes:

. Importância de posturas firmes, mas não intolerantes;


. Muito importante ganhar o seu respeito pessoal (por seu exemplo);
. Conhecer a instabilidade do adolescente;
. Importância de escutar valorando;
. Dar informações de suas ações;
. Cuidar da importância do êxito e do fracasso;
. Conhecer sua busca de modelos: perigo de sobre estimar-nos.

20
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Exercício prático

Em grupo, elabore uma lista de características (ao menos de 3 cada bloco)


que apresentam os desportistas de suas especialidades, em blocos motriz,
mental e afetivos.

Os dividiremos em três idades:

. Muito pequenos: até 6 anos.


. Pequenos: entre 6 e 12 anos.
. Puberdade e adolescentes.

Depois fazemos com todos juntos.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

21
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

2. INICIAÇÃO DESPORTIVA
Porque a criança começa a fazer o esporte?

- Aspectos gerais:

. Ter claro o papel do esporte e da competição na infância;


. Ajustar-nos as capacidades motrizes das crianças;
. Distribuir as tarefas a ensinar segundo suas dificuldades e exigências;
. Importância dos aspectos gerais sobre os específicos;
. Importância de recordar e integrar o já trabalhado (utilizar a
transferência de aprendizagens, trabalhar como construtores de
experiências sobre outras experiências complementares).

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

22
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

2.1. Fases da iniciação desportiva

Fase I: idade: 4 a 6 anos

. Tarefas motrizes das atividades cotidianas;


. Os fatores quantitativos não são importantes: valorizar a variedade e
qualidade das experiências;
. O ensino tem que promover a fantasia e a criatividade;
. Usar jogos na maioria das vezes;
. Minimizar explicações verbais;
. Importante a socialização.

- Fase II: idade: 7 a 9 anos

. Desenvolvimento de habilidades e destrezas básicas;


. Ampliação das habilidades adquiridas e enriquecimento das mesmas;
. Principais destrezas: manejo do próprio corpo e manejo e
manipulação de objetos;
Danilo Damião Cardoso da Silva
. A aprendizagem de novas destrezas se realizará a partir das já
dc238701@gmail.com
conhecidas;
. Se introduzem os jogos com regras e uma certa rivalidade;
. Se incrementa o nível de esforço.

- Fase III: idade: 9 a 12 anos

. Apresentação global do esporte: objetivos e regras fundamentais.


. Familiarização perceptiva: conhecimento do entorno e atenção aos
estímulos mais importantes.
. Aprendizagem de modelos técnicos de execução: as técnicas
fundamentais.
. Aplicação dos modelos em situações básicas: aplicação de técnicas
em situações básicas.
. Formação de esquemas fundamentais de decisão: aprendizagem de
quando e como aplicar técnicas.
. Ensino de esquemas táticos: aprender a interagir com o outro.
. Acoplamento técnico-tático: situações reais do jogo.

23
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

- O jogo

Porque jogamos?

. Para nos preparamos para a vida.


. Para queimar a energia que sobra.
. Por puro prazer (existem áreas de prazer do cérebro que se
estimulam com o jogo).

Algumas características do jogo:

. É uma atividade com um fim em si mesma.


. É uma atividade espontânea na criança, não requer esforço.
. Para a criança é uma atividade muito séria.
. Contribui para o desenvolvimento integral da criança.
. Gera prazer.
. Contribui a criar as bases da convivência e do desenvolvimento
social.
Danilo
. É necessário para aDamião Cardoso
criança: Se dadoente.
não joga está Silva
dc238701@gmail.com
Tipos de jogos:

. Individuais/coletivos.
. Colaboração/oposição.
. Tradicionais/ desportivos / inventados.
. Qualidades motrizes / qualidades físicas / expressivos.

Alguns aspectos práticos:

. Jogar é uma boa forma de mover-se.


. Evitar a competição por sistema: não transpassar modelos adultos
errôneos.
. Os jogos exigem planificação (não devem ser modificados depois que
começam).
. Colocar-se no papel de quem está jogando: não acabar antes do
tempo, nem alargar se já está esgotado.
. Graduar o nível de exigência.
. Ficar atentos a composição das equipes.
24
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Tentar evitar que tenha muita gente parada.


. Variedade nos jogos.
. Se emprega como aquecimento contemplar o nível de esforço
necessário.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

25
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

2.2. A Motivação

Terminologia:

Motivação: Tem sua origem no latim e significa movimento.

Este movimento terá dois componentes:

. Direção do esforço: até que situações se sente atraído o indivíduo?

. Intensidade do esforço: a quantidade de empenho que colocamos na


consecução de um objetivo.

O que é a motivação?

. O que te move a atuar: o motor de nossas ações.


. O que nos permite superar obstáculos: continuar esforçando-nos apesar das
derrotas. Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
“O elemento central da motivação é ter um objetivo”.
Se o objetivo é suficientemente atrativo, aparecerá a motivação.

. Fatores intrínsecos e extrínsecos

A motivação pode vir através de dois incentivos:

a) Extrínsecos: São os que vem desde o exterior da pessoa, como


dinheiro, privilégios, recompensas materiais (o problema é que
quando se acabam ou se saturam as recompensas podemos deixar de
atuar).

b) Intrínsecos: são os desejos das pessoas de fazer coisas porque


consideram importantes ou interessantes:

. Autonomia: o impulso que dirige nossas vidas, liberdade para ter o


controle sobre o que fazemos.
26
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Maestria: O desejo de se melhorar em algo que realmente importa.

. Propósito: a intenção de fazer o que fazemos por serviço a algo


maior que nós mesmos.

- A motivação na prática esportiva:

A motivação é fundamental para os desportistas, sobre tudo para que as


crianças persistam na prática desportiva.

- Como podemos desenvolver motivação?

. Criar um clima de trabalho e aprendizagem agradável.


. Utilizar modelos significativos.
. Apoiar sempre aos desportistas, sobre tudo em épocas difíceis.
. Buscar novos desafios (alcançáveis).
. Propor fórmulas de trabalho atrativas.
. Valorizar sempreDanilo Damião
as melhorias Cardoso
alcançadas, tanto da Silva
grupais como individuais.
dc238701@gmail.com
- Climas motivacionais:

Podemos gerar e encontrar dois ambientes motivacionais:

. Clima de aprendizagem: o êxito consiste em melhorar-se.

. Menos estresse.
. Mais prazer em aprender e desejo de continuar aprendendo.
. Mais persistência.
. Menos rivalidade e melhores interações.

. Clima de rendimento: o êxito consiste em ganhar

. Se centra mais no resultado que na melhora.


. Mais competitividade e pressão.
. Os menos dotados ficam relegados / discriminados.

27
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Como melhorar o clima motivacional:


. Desde o começo da prática expor e reforçar os valores da aprendizagem
sobre os da vitória como objetivo único (ou você ganha ou você aprende).
. Desenvolver normas positivas no grupo.
. Reconhecer e valorizar aqueles aspectos em que houve melhora.
. Ajudar a cada esportista a escolher as tarefas adequadas para desenvolver
suas capacidades pessoais.
. Avaliar o rendimento alcançado sobre tudo em termos de melhora em lugar
de êxito/fracasso.

A desmotivação
. Sentimento de desesperança ante os obstáculos, ou como um estresse ou
angústia e perda do entusiasmo, disposição ou energia.
. A desmotivação é um estado interior limitador e complexo, caracterizado
pela presença de pensamentos pessimistas e sensação de desânimo, que se
origina como consequência da generalização de experiências passadas
negativas, próprias ou de outras pessoas, e a autopercepção de incapacidade
para gerar os resultados desejados.
. Pode resultar claramente nociva se se converte em uma tendência
Danilo
recorrente ou estável, poisDamião Cardoso
tende a afetar daa Silva
a saúde, limitar a capacidade de
dc238701@gmail.com
vinculação e a desfavorecer a produtividade, por isso afeta a confiança em si
mesmo, o fluxo da criatividade, a capacidade de assumir riscos e da força de
vontade.

Porque praticamos esporte?

. Por diversão;
. Para estar em forma;
. Para manter o melhorar a saúde;
. Para sentir-nos bem;
. Para conhecer gente;
. Para aprender novas habilidades;
. Para competir:
Comparar-nos com outros
Experimentar a emoção da competição
. Para ganhar, etc.

São muitos interesses!


28
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

- Porque se abandona a prática desportiva?

Em crianças a participação máxima de dá entre os 10 aos 13 anos,


diminuindo progressivamente até os 18.

Causas:

. Falta de tempo e conflito com outros interesses.


. Tédio, falta de emoção, estar sempre em segundo plano. Ex.: no banco de
reservas.
. Fracasso em aprender novas habilidades.
. Estresse competitivo, sobrevaloração da derrota.
. Não gosta do treinador.

Importante analisar nossas próprias responsabilidades.

Ser positivo, objetivo, gostar de si mesmo, assumir os problemas, não se


exigir demais, colocar metas alcançáveis, não ter medo ao fracasso, aceitar-se
fisicamente, não Danilo
deixar as Damião
coisas paraCardoso daimportância
amanhã, dar Silva as pequenas
dc238701@gmail.com
coisas da vida, buscar apoios, aproveitar as oportunidades, viver o presente,
não se comparar aos outros, desenvolver senso de humor, controlar os
sentimentos, planejar atividades, interessar-se pelas pessoas e coisas, fazer
exercício, ter esperança.

Algumas perguntas:

. A que estou motivado?


. Tenho tendência a auto motivar-me ou são as recompensas externas as que
fazem que eu me mova?
. Que situações os acontecimentos tendem a me desmotivar?
. Disponho de estratégias para recuperar a motivação?
. Se pratico algum tipo de atividade física, que me leva a realizá-la?
. Se deixei de praticá-la, qual foi o motivo?

29
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

2.3. O contexto desportivo

. O triângulo desportivo:

. Desportista (indivíduo com diferenças “individuais”).


. Treinador (líder).
. Família (entorno).

Sobre tudo na adolescência também será muito importante o grupo.

O contexto desportivo influirá na formação da criança em:

. Percepção de suas próprias habilidades (como se vê).


. Terá efeitos emocionais e afetivos.
. Reforçará sua motivação e implicação na prática ou no abandono da
mesma.
. Supõe um marco de valores e referenciais morais.
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com

30
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

2.4. Personalidade

Etimologia:

Origens: Tem sua origem na palavra latina "personare", que era a máscara
que utilizavam os atores para que sua voz chegasse a todo o teatro. Cada
máscara expressava um sentimento estereotipado.
A palavra pessoa era a máscara que caracterizava a um personagem concreto
dentro de uma obra, e que assim resultava facilmente identificável ao
público.

Definição:

O termo personalidade é uma construção que nos permite "como se"


existisse algo chamado personalidade. É uma abstração que nos ajuda a
ordenar a experiência e prever o comportamento.

A definição de personalidade
Danilo Damiãopode variar
Cardosoem função da escola teórica que
da Silva
estudemos.
dc238701@gmail.com
Podemos dar uma definição que nos sirva para poder utilizar o termo em
nosso trabalho:

A personalidade é um padrão de pensamentos, sentimentos e conduta que


apresenta uma pessoa e que persiste por toda sua vida, através de
diferentes situações. Desde esse ponto de vista, é estável e perdurável.

A personalidade determinará a forma única em que a pessoa se relaciona


com o ambiente:
É a forma característica do indivíduo, de pensar, experimentar e comportar-
se.

A que se devem as diferenças individuais?

Existem muitas teorias da personalidade que derivam em muitos


instrumentos de avaliação.

31
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Cinco elementos podemos ter em conta:

1.Extroversão / Introversão:

Devido as diferenças fisiológicas no sistema reticular ativador


ascendente. Os extrovertidos buscam forte estimulação externa para
que sua ativação alcance níveis ótimos, buscando situações mais
sociais e provocadoras de ansiedade, enquanto os introvertidos
preferem uma estimulação ambiental menos intensa, realizando
condutas mais reservadas e inibidas.

2. Busca de sensações:

A necessidade de viver sensações e experiências variadas, novas e


complexas, e a vontade de arriscar-se física e socialmente para torná-las
real.

3. Intensidade do afeto:
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
Representa a força com que as pessoas vivem suas experiências com
outras pessoas de afeto intenso, vivem suas emoções com força,
respondendo com intensidade a acontecimentos positivos de forma
excessivamente alegre e de maneira depressiva aos negativos. As
pessoas de afeto estável não demonstram essa intensidade emocional,
com poucas alterações em seus afetos.

4. Desejo de Controle:

O nível de controle que exercemos sobre o nosso entorno. As pessoas


de alto desejo de controle preferem tomar suas próprias decisões,
antecipar situações, evitar depender dos demais e assumir posições de
liderança. Quando não podem exercer o controle sofrem mais
incômodo e depressão que as que tem um baixo desejo.

5. Padrão de conduta tipo A

Se define por uma grande ambição e competitividade, a sensação


continua de urgência e falta de tempo e certa hostilidade.
32
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Muitos são triunfadores no trabalho, mas são um fator


de risco para o desenvolvimento de doenças coronárias. A antítese é o
padrão de conduta tipo B.

Tipologia de Sheldon

Está baseada nas características somáticas da pessoa, o somatotipo que se


associa as características da personalidade.

Os tipos puros são escassos e em realidade somos mesclas de todos eles:

. Mesomorfo: caracterizado pelo predomínio do seu sistema muscular. São


pessoa cheias de vigor e força, vivem para a ação, desenvolvendo-a se é
possível com o máximo esforço. Afetivamente de manifestam como afastados
dos sentimentos.

. Endomorfo: caracterizado pelo desenvolvimento visceral dominante.


Indivíduo inclinado a tranquilidade, alegre e sociável. Gosta de comer e
beber, é amante do conforto. Se mostra facilmente comunicativo e é
tolerante consigoDanilo
mesmo Damião Cardoso
e com os demais, comda Silva
o que manifesta uma boa
dc238701@gmail.com
capacidade de contato, só que prefere não se comprometer a nada.

. Ectomorfo: Que se identifica com o excepcional desenvolvimento da


superfície corporal de grandes extremidades. Destaca sua ênfase no mental,
tem grande capacidade de observação. São pessoas que dominam bem suas
emoções, apresentam um gosto pela interiorização.

- Influência do exercício físico na personalidade:

. Pode reduzir os efeitos negativos da conduta tipo A.


. Tem uma relação positiva com o autoconceito: as mudanças corporais
podem modificar a imagem que a pessoa tem do próprio corpo.
. Pode melhorar a autoestima:

. Melhora da forma física: sentir-se mais capaz;


. Alcançar objetivos: satisfação;
. Sensações de bem-estar físico e adoção de condutas saudáveis;
. Socialização;
33
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. O reforço dado pelos demais.


. Maior independência: pode melhorar o funcionamento cognitivo.

Implicações para o ensino:

Dois pontos importantes:

a) Os métodos de treinamento devem adaptar-se as necessidades de uma


pessoa em particular.

b) Os indivíduos podem canalizar-se até atividades que se ajustam melhor


com sua personalidade.

. As crianças ansiosas tendem a estressar-se antes. Podem aprender a


divertir-se mais se dá mais importância colaboração e as tarefas grupais
que a competição.
. Também tendem a preocupar-se mais pela presença do público.
. As crianças introvertidas assimilam pior o fracasso inicial, ficam mais
facilmente condicionados a experiência negativa: evitar as atividades
Danilo
mais difíceis Damião
ao começo Cardoso da Silva
da aprendizagem.
dc238701@gmail.com
. A prática centrada nos ganhos interiores mais que nas recompensas
externas tendem a gerar menos problemas emocionais.

- Algumas características dos desportistas de elite:

. Extrovertidos (a maioria) com exceção a esportes que exigem pontaria, onde


podem obter melhores resultados os introvertidos;
. Emocionalmente estáveis;
. Elevado autocontrole;
. Pensamentos fixos;
. Persistentes;
. Seguros de si mesmos;
. Grande capacidade de resistir a pressões psicológicas, etc.

34
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Perguntas para você mesmo:

Como sou?
Meus interesses se dirigem ao exterior o até minhas sensações e experiências
internas?
Gostaria de relacionar-me com os demais ou prefiro atividades individuais?
Busco sensações e experiências novas ou prefiro as conhecidas e familiares?
Me entrego as minhas emoções ou sou mais calmo e tranquilo?
Gosto de controlar o meu entorno ou prefiro que os outros decidam por
mim?
Sou muito competitivo, sempre estou com pressa e me irrito quando as
coisas não estão indo bem?

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

35
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

2.5. O Treinador / Professor

Conceitos básicos:

Alunos: contratam seus serviços diretamente (ou através de seus responsáveis


no caso de crianças e adolescentes) para aprender e desenvolver habilidades
técnicas e valores esportivos relacionados ao boxe. Demandam um foco
pedagógico.

Clientes: te contratam para aprender e desenvolver não apenas habilidades


técnicas e valores, mas também para melhorar o seu condicionamento físico.

Discípulos: são aqueles que estão com você para o que der e vier, querem
aprender o máximo e estar o mais próximo de você, geralmente treinam de
graça porque te ajudam de alguma forma e teoricamente darão continuidade
ao seu legado.

Atletas: é uma mescla


Danilo dosDamião
três em maior ou menor
Cardoso percentual. Os atletas
da Silva
podem ajudar a alavancar o seu nome como treinador no mundo do boxe
dc238701@gmail.com
competitivo, mas também demandam um brutal esforço e dedicação já que
depositam em você o seu futuro. O atleta é visto como o espelho do
treinador e vice-versa, assim que essa interdependência é como uma
sociedade, um casamento que deve ser muito bem gerido.

Características de um treinador desportivo:

Um bom treinador desportivo deve ter uma ampla gama de qualidades,


como:

. Capacidade de motivar: o esporte necessita que o atleta tenha estado de


ânimo contínuo. Os atletas podem treinar e treinar por horas, comer bem,
mas se seu humor estiver ruim, seu desempenho ficará obviamente abaixo de
suas possibilidades ideais.
É por isso que o treinador deve ser um grande psicólogo. Este domínio da
personalidade dos seus liderados deve ser complementado com um amplo
conhecimento em técnicas motivacionais e reativação do espírito competitivo
e de aprendizagem. Cada situação e cada atleta, como mencionamos acima,

36
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

são únicos e irrepetíveis, e o treinador deve saber aplicar a


receita perfeita para que os resultados sejam os planejados.
Se aspiramos ser treinadores de sucesso, devemos ter em mente que nosso
sucesso na capacidade de motivar nossos atletas será a pedra angular sobre a
qual giram todas as outras decisões relacionadas a esta profissão.

. Disciplina: é uma faceta complicada de controlar, pois é muito fácil


confundi-la com autoritarismo. O bom treinador deve atingir o
cumprimento das regras de conduta e treinamento, baseado no
entendimento lógico de sua utilidade pelos atletas.

Não impor regras: “porque sim”, sem deixar de discutir seu significado e
relevância na obtenção de sucessos futuros, acabaria se revelando uma
tentativa em vão. As pessoas que treinamos não podem ser controladas por
imposições, é muito mais fácil conquistar sua lealdade e confiança a partir do
estabelecimento de códigos de conduta bem explicados e a partir dos quais as
consequências positivas são facilmente observáveis por nossos atletas.

. Domine a estratégia: sem dúvida, essa é a habilidade que faz a diferença no


Danilo
mundo dos esportes, Damião Cardoso
principalmente da Silva
os profissionais. Motivação e disciplina,
nesses níveis, são áreas dc238701@gmail.com
muito controladas pelos referentes do treinamento
esportivo, porém, quando chega a hora de nosso nosso atleta enfrentar um
outro a capacidade de antecipar os movimentos do adversário e desequilibrar
a luta a nosso favor é um dom que proporciona enormes doses de categoria e
reconhecimento para aqueles que a possuem. Ser um bom estrategista não é
apenas saber de cor a teoria competitiva. É algo que vai muito mais além, e
que se traduz em pequenos detalhes como ser capaz de detectar os medos do
adversário e fazê-los reviver no momento certo, ou saber equilibrar
adequadamente as diretrizes de ataque e defesa que devem ser aplicadas em
cada disputa competitiva.

. Controlar, avaliar e melhorar continuamente: é uma máxima dos negócios


e que devemos seguir se queremos evitar a estagnação de nossos métodos e
atletas. Uma vez feito o planejamento da temporada, assim como é feito o
orçamento de uma empresa, devemos ter claro que esses planos sempre
sofrerão desvios na aplicação prática.

É aqui que a capacidade do treinador de estabelecer sistemas de controle de


desempenho eficientes entra em ação de uma maneira diferente. Se
37
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

pudermos medir, de forma objetiva e quantitativa, os


resultados que estamos obtendo e também estivermos preparados para avaliar
e interpretar adequadamente o significado desses dados, estaremos
preparados para adotar as medidas corretivas adequadas que nos permitam
evoluir nosso método de treinamento, adaptando-o as novas exigências que
nos são impostas por cada tipo de competição e adversário a vencer.

Principais funções de um treinador:

Embora a tarefa mais óbvia que o treinador deva realizar seja a preparação
físico-técnico-tática de seus atletas, a deriva do esporte atual torna
imprescindível que estes sejam complementados com uma preparação
psicológica adequada, para enfrentar momentos de desgaste mental e
emocional, com garantias de sucesso, e também com a transmissão efetiva de
bons conhecimentos sobre estratégia de competição.
Se tivermos sucesso no ensino conjunto e equilibrado dessas áreas estaremos
no caminho certo que nos permitirá maximizar o desempenho e as virtudes
do atleta, aliviar a influência de suas fragilidades e deficiências no resultado
final e ajudar a combater eficazmente as ações dos seus adversários.
Danilo Damião
Hoje, devido à complexidade Cardoso
do esporte da Silva os treinadores se
de alto rendimento
transformaram em uma dc238701@gmail.com
das peças de uma equipe multidisciplinar que gira
em torno dos atletas. Se a harmonia entre essa equipe for boa, a eficiência
dos métodos de treinamento também será, mas caso isso não aconteça, é
sempre recomendável que o treinador responsável tenha um amplo
conhecimento em relação às diversas áreas citadas.
Se dominarmos todos os aspectos anteriores, não só saberemos tratar
corretamente as situações de incompatibilidade com os nossos colaboradores,
como também prepararemos de forma ótima nossos atletas quando os meios
e as condições de trabalho forem marcados pela precariedade dos recursos
disponíveis.

Impacto do Treinador na vida do atleta:

Há um aspecto sobre o qual um treinador desportivo nunca deve perder a


perspectiva:

A influência que suas ações e ensinamentos podem ter no desenvolvimento


pessoal e profissional dos atletas sob sua responsabilidade.

38
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Deste ponto de vista, é importante que façamos uma


diferenciação clara entre o treinador de base, aquele que ajuda, através do
desporto, a formar a personalidade de crianças e adolescentes, e o treinador
adulto, mais focado na realização e resultados a nível competitivo ou pessoal.
Ao longo de suas vidas, muitas vezes uma criança ou adolescente passa por
diferentes treinadores. Embora seja impossível para todos treinadores
chegarem a um acordo sobre os métodos e objetivos específicos a serem
alcançados neste período fundamental da formação pessoal, é verdade que
todos devem ter sempre em mente a seguinte máxima:

“nunca comente ou faça ato de natureza formativa sem


primeiro ter analisado e ponderado devidamente”.
Quando um treinador pune ou repreende um adulto, ou transmite
comentários de natureza polêmica, o destinatário dessas mensagens é um
indivíduo com personalidade já desenvolvida e com capacidade suficiente
para avaliar e filtrar o que recebe de seus superiores em termos de aprovação
e rejeição. No entanto, os menores na sua maioria carecem destes filtros
cognitivos, são esponjas
Daniloque acatam eCardoso
Damião internalizam
daosSilva
ensinamentos dos seus
treinadores, pelo simples fato de verem neles o escudo protetor que os
dc238701@gmail.com
protege naquele ambiente social específico que é o treinamento e meio
competitivo.
Todos nós fomos crianças e, se pensarmos em alguns dos treinadores que
tivemos, perceberemos com que facilidade associamos certas ações e frases
específicas às suas pessoas. Esse é o caminho educacional que eles deixaram
para nós, que agora queremos atuar como treinadores, se é que já não o
fazemos.
Cientes deste impacto que podemos ter na futura percepção de vida dos
nossos alunos, com certeza, a partir de agora, iremos tentar fazer com que
amanhã nos identifiquemos com momentos específicos em que valores como
o respeito, fair play, o sucesso através do esforço e o desejo de melhorar. Se
pudermos fazer isso acontecer é mais do que provável que seja uma
consequência direta de reunirmos as habilidades e características que
supostamente identificam os grandes treinadores esportivos.
O treinador desportivo deve investir continuamente em sua carreira,
aprendendo e desenvolvendo e adquiririndo conhecimentos para que possa
sempre estar melhorando a qualidade do serviço prestado.

39
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Funções do treinador professor:

. Professor: educador, formador, geralmente atua na iniciação esportiva, e na


transmissão de valores, animador;

. Técnico: responsável por desenvolver habilidades previamente adquiridas,


estratégias e táticas, líder.

*Não existem modelos universais de referência.

- Tipos de treinador:

. Treinador autocrático: autoritário ou diretivo. Exigente, centrado em


resultados. Relações afetivas escassas e distantes. Toma todas as decisões.
Geralmente causa tensão e problemas quando os resultados não são os
esperados. Poderia assegurar a desportistas indisciplinados ou inseguros, que
se deixam levar.

. Treinador participativo: Integrador, democrático. Permite a tomada de


Danilo
decisões conjuntas com os Damião Cardoso
esportistas. dae Silva
É flexível se preocupa com seus
dc238701@gmail.com
desportistas, que se sintam mais relaxados e com boa coesão grupal. Inspira
respeito. Pode não ir bem com atletas indisciplinados. Melhor com
esportistas responsáveis e criativos.

. Treinador permissivo: não diretivo, delegativo. Elude e delega as tomadas


decisão. Tende a improvisar, mas se mantém sereno. Os esportistas se
sentem independentes, mas ao não haver pressão, tão pouco se opõem. Não
costumam ter êxitos. Melhor com esportistas muito experimentados que tem
recursos próprios.

"Sem respeito a disciplina salta pelos ares!"


do filme Master and Commander.

40
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

- Sobre o papel do Treinador/professor:

. O respeito como chave:

a) as diferenças individuais;
b) aos processos diferentes;
c) o respeito não se possui, tem que conquistá-lo.

. Reconhecer nossas próprias limitações;


. Cuidado com o uso do poder: responsabilidade;
. Não estamos tratando com objetos: senão com gente;
. As pessoas não são estúpidas: tão pouco por serem crianças;
. A importância de escutar e observar;
. Reconhecer nossa própria angústia e não a transpassar;
. Importante a elaboração dos nossos planos.

- Intervenção do treinador:

Danilo Damião
A principal intervenção Cardoso
do treinador da Silva
neste nível deve ir direcionado a
desportistas que continuem em sua atividade, reduzindo o caso de
dc238701@gmail.com
abandonos.

Deve então:

. Recompensar não apenas os resultados, também (e sobre todo), o esforço


realizado;
. Saber graduar o incremento e a exigência;
. Passar a informação ante aos erros detectados;
. A informação predominante deve ser a positiva;
. O excesso de crítica provoca o medo de falhar, ansiedade e esta diminui o
rendimento;
. Reduzir o mínimo os castigos e as instruções punitivas;
. Enfatizar o enfoque negativo deteriora as relações do treinador com o
desportista;

“Reforçar, reforçar, reforçar e animar! ”

41
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Somos objetivos?

. Preconceito cognitivo: é a forma em que distorcemos a percepção e o


processamento da informação, habitualmente de maneira inconsciente.
Afeta a forma com que nos relacionamos com nossos desportistas e alteram a
forma com que percebemos a realidade. São difíceis de perceber pelos que
praticam.

. Atração/repulsão até determinados sujeitos: beleza, familiaridade,


processos inconscientes com fontes no passado pessoal.

. Percepção seletiva da informação: fixamos nossa atenção em determinados


fatos em detrimento de outros. Habitualmente buscamos fatos que
confirmem nossas teorias ignorando outros que a desmintam. O mesmo
ocorre com as recordações: selecionamos apenas os que nos interessam.

. Dificuldade de empatia: de nos pormos no lugar da outra pessoa que tem


diferentes conhecimentos/habilidades que as nossas.
Danilo Damião Cardoso da Silva
. Crer que todos pensamdc238701@gmail.com
como a gente.

Habilidades para desenvolver (liderança):

. Inteligência emocional: saber empatizar com os que nos rodeiam, entendê-


los e dirigir nossa atuação favorecendo sempre o crescimento.

. Capacidade de comunicação: saber transmitir, saber o que se quer dizer e


ser capaz de fazê-lo de uma maneira ótima e adequada.

. Capacidade de aprender e fazer que os outros aprendam: permanecer


abertos, receptivos, enfrentar as novas situações como oportunidades de
aprendizagem e compartir este espirito com nossos desportistas.

. Ter objetivos e desenvolver um projeto: ser capaz de contemplar o


presente, mas também as potencialidades que nos oferecem e ser capaz de
desenvolver os meios de caminhar até elas.

42
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

- Elaboração contínua de nossa atividade:

. Reconhecer primeiro nossas motivações, dedicar-nos a isso:


Sinceridade.
. É absolutamente necessário revisarmos constantemente o nosso
trabalho: Revisar.
. Saber qual o nosso marco de atuação e onde estão os nossos limites:
situar-nos.
. Primeiro fazer, depois refletir sobre o feito e por último modificar
aquilo que devamos.
. Buscar supervisão sempre que possamos: aceitar as críticas como
elementos de melhoria.

“Estarmos sempre atentos a tudo que ocorre!”


Que tipo de treinador eu sou?

. Tenho claro qual aDamião


Danilo minha função, minhasda
Cardoso capacidades
Silva e limitações?
. Planifico, preparo com antecedência minhas aulas?
dc238701@gmail.com
. Reviso com frequência o que faço, o que faço bem e aquilo que não
faço tão bem?
. Busco assessoramento entre iguais ou com profissionais com mais
experiência?
. Qual meu estilo predominante de interação, positivo ou negativo?
. Tenho em conta as diferenças individuais dos meus esportistas?
. Escuto, deixo falar, o tenho já ideias pré-concebidas das situações?

Exercício:

Pense em um treinador que te marcou de forma especial e responda as


perguntas:

. Essa recordação é positiva ou negativa?


. Pode dizer algumas características de sua atuação que determinaram essas
recordações?
. Concretamente em sua relação com ele, quais são os fatos que destacaria?
. E em relação ao papel dele na direção do grupo?

43
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Você imitou/evitou sua maneira de atuação em sua própria


prática? Como?

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

44
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

2.6. O entorno familiar

"O problema com a família é que os filhos


abandonam um dia a infância, mas os pais nunca
deixam a paternidade"
Osho.
Importância do entorno familiar

. O meio onde a criança se desenvolve.


. Transmitir valores e de modelo de referência.
. Pode favorecer ou dificultar a prática Esportiva.
. É o refúgio e apoio afetivo da criança.
. Suas opiniões são assimiladas pela criança sem crítica.
. É o responsável legal pela criança.
. Não só constituem os pais, também irmãos, avós e outros parentes.
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
Importância de contar com apoio dos pais.

. Deles depende que a criança faça esporte.


. Sua colaboração é fundamental para que a criança renda.
. Reforçarão as decisões e papel do treinador.
. Evitar problemas de direção e questionamento do treinador.
. Constitui uma possível ajuda material a ter em conta.

Possíveis atitudes problemáticas.

. Famílias desestruturadas.
. Atitudes de excessivo zelo competitivo.
. Oposição a prática da criança.
. Atitudes intervencionista na prática da criança.
. Ambivalência (quem deve dar apoio e carinho é a mesma que dá medo,
temor e mal-estar).

45
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Importância de manter o contato com os pais:

. Em uma reunião inicial;


. Sempre que os pais detectem algum problema;
. Se a situação o requer;
. Ante a eventos especiais;
. Contar com eles para que te ajudem.

A reunião inicial

. Objetivo apresentar-se: informar os pais das atividades que irão realizar os


seus filhos.
. Duração: uma hora. Planificá-la com antecedência.
. Desenvolvimento: favorecer a participação, que façam perguntas ordenadas.
. Momento: no início da temporada.

As 8 fases da reunião:

Danilo
1. Recepção: Damião
5 minutos, Cardoso
bem-vinda. da Silva
Agradecer o esforço apresentar-se
a você mesmo; dc238701@gmail.com
2. Objetivo do esporte de iniciação: 10 minutos. Diferenciar do
esporte profissional;
3. Desenvolvimento do programa previsto: 10 minutos;
4. O papel e métodos do treinador: 10 minutos.
5. Obrigações e compromissos dos pais. Obtenção de permissões
necessárias: 10 minutos.
6. Canais de comunicação dos pais com o treinador: 5 minutos.
7. Perguntas: 10 minutos;
8. Despedida.

Compromissos dos pais

. Conhecer e aceitar o nível do esporte.


. Trabalhar para que o programa seja um êxito participando em tudo
que os peça.
. Confiar no treinador e seguir suas normas.
. Apoiar a seus filhos sobretudo quando as coisas não estejam bem.
. Favorecer o autocontrole dos seus filhos alto controlando-se e a eles.
46
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Dedicar tempo a criança.


. Respeitar as decisões racionais da criança, favorecer sua autonomia.
. Não sobre implicar-se na prática da criança, não o estressar com suas
próprias expectativas.
. Atitude respeitosa com os contrários e com as competições.
. Dedicar tempo a criança.
. Respeitar as decisões racionais da criança, favorecer sua autonomia.
. Não sobre implicar-se na prática da criança, não o estressar com suas
próprias expectativas.
. Atitude respeitosa com os contrários e com as competições.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

47
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

2.7. O grupo desportivo

Características de um grupo:

Não basta que tenha um conjunto de indivíduos, para que exista um grupo
devem dar-se algumas características:

. Que seus membros interatuem entre eles segundo padrões


estruturados.
. Dependem um dos outros em relação a realização de uma tarefa.
. Compartem um objetivo comum.
. Se estabelecem dinâmicas de atração interpessoal.
. Existem linhas de comunicação entre eles.
. Possuem um sentimento de identidade coletiva: se diferenciam de
outros grupos.

- Elementos estruturais do grupo:

Quando um conjunto
Danilo de Damião
indivíduosCardoso
se junta pela
daprimeira
Silva vez é inevitável
que surjam dois aspectos estruturais característicos a todos os grupos:
dc238701@gmail.com
O papel que cada membro do grupo desempenha de forma individual:

. O Líder;
. O porta-voz;
. O bode expiatório;
. O sabotador.

As normas grupais: as leis implícitas ou explícitas que regem as condutas que


se consideram aceitáveis dentro do grupo.

Possíveis fontes de problemas no grupo: o treinador deve detectar os


problemas e intervir rapidamente de uma forma que sempre possibilite uma
saída criativa.

48
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Falta de confiança mútua: reforçar interações.


. Excesso de competitividade: reforçar o sentido grupal compartindo.
. Passividade: variar treinamentos, introduzir novos estímulos,
reforçar.
. Atitudes discriminatórias por sexo, capacidade, xenofobia: reforçar o
sentido de igualdade e cooperação.
. Divergência de interesses: determinar e acordar os objetivos comuns.
. Enfrentamentos com o treinador, questionamento de sua
autoridade: atitude firme, mas integradora (não competir com eles).
. Interferência das famílias: comunicação com elas e recordar os
objetivos.

Aspectos a ter em conta para reforçar o funcionamento grupal:

Uma das funções do treinador é saber dirigir e canalizar o grupo.

. O grupo evolui: saber interpretar esta evolução.


. Criar um clima de trabalho adequado.
Daniloa Damião
. Saber transmitir Cardoso
conveniência de pautasdade Silva
trabalhos grupais: se
dc238701@gmail.com
obtém maior benefício.
. Saber repartir responsabilidades individuais adaptadas as
características de cada membro.
. Avaliar periodicamente o funcionamento do grupo.
. Dentro do possível que o grupo participe na tomada de decisões
para que as decisões não sejam impostas.

Características de um grupo coeso:

. Satisfação de seus membros.


. Conformidade e aceitação das normas.
. Estabilidade.
. Os objetivos do grupo se aceitam como soma dos objetivos pessoais.
. Comunicação fluida e efetiva.
. Pouco absentismo e participação ativa.

"Sem grupo não existe equipe!"


49
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Exercício:

Reflita sobre os aspectos tratados e sua relação com suas próprias


experiências pessoais.

. Em sua experiência como um esportista pode comentar sua


participação como membro de um grupo?
. Quando formou parte de um grupo esportivo, quais foram os
principais problemas com que você teve que enfrentar?
. Quais os problemas que você teve que enfrentar com o próprio
grupo?
. Tem alguma experiência que comentar nas relações do grupo com o
treinador?
. Quer compartilhar algum comentário sobre as regras escritas ou que
não, que foram regidas na convivência e relações do grupo?

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

50
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

2.8. Quando surgem os problemas

Uma diferença importante:

. Problema: situação que se dá quando há uma diferença de ideias ou


posições entre duas ou mais partes, as partes compreendem a necessidade de
buscar uma posição única e buscam uma solução. Nesse estado de problema
os sentimentos não se involucram e a comunicação entre as partes se
mantém aberta e ativa.

. Conflito: é uma fase mais profunda do problema, é quando as partes que


mantém uma diferença involucram sentimentos na situação e a comunicação
entre as partes se perde ou é muito pobre. Usualmente para resolver
conflitos se requer de um terceiro que pode restabelecer a comunicação entre
as partes para poder buscar uma solução.

Fontes de problemas:
Danilo Damião Cardoso da Silva
. O desportista: expectativas desmensurada, ansiedade, lesões, etc.
dc238701@gmail.com
. O treinador: falta de formação, falta de liderança, falta de empatia,
dificuldades na comunicação, etc.
. A família: excessiva competitividade, falta de autocontrole,
intrusismo no trabalho do treinador ou desprestígio do mesmo.
. O grupo: falta de objetivos comuns, falta de coesão, passividade, etc.
. Outros: maus resultados, problemas com as instalações, falta de
recursos, árbitros, etc.

- Elementos a ter em conta antes de qualquer problema:

. Ser capaz de registrar os elementos que intervém no mesmo.


. Discriminar os elementos emocionais que podem interferir na
análise e na possível solução.
. Não interromper a comunicação.
. Manter-nos no presente.
. Em qualquer acordo ambas partes cedem: não converter em uma
luta de egos.
. Conhecer nossas limitações: ser capaz de pedir ajuda.

51
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Para melhor compreensão:

- Pai: valores morais, leis, etc.


- Adulto: mais racional: computador humano, processa os dados, etc.
- Criança: mais passional: emoções, afetos, etc.

A Arte de receber críticas:

. É impossível não receber críticas e contentar a todo mundo.


. Tem coisas que nos pertencem e outras que são dos outros.
. Uma crítica pode ser uma oportunidade de autoconhecimento e de
estabelecer novas relações.
. Em certo modo se alguém nos dirige uma crítica está possibilitando
a comunicação.
. Não aceitar as críticas como uma ameaça pessoal nem como uma
questão sobre nossa valia pessoal.

Danilo Damião Cardoso da Silva


Atitude criativa frente asdc238701@gmail.com
críticas:

. Manter uma escuta ativa.


. Manejar o impacto emocional da crítica.
. Valorar a crítica em primeira instância: resumir, mostrar interesse e
se não é o momento marcar outra hora.
. Se continuamos: pedir informação sobre o objeto das críticas.
. Se aceita a crítica mostrar-se de acordo, se é necessário desculpar-se e
definir objetivos a partir do que falaram.
. Se não aceito a crítica: raciocinar o porquê, agradecer a preocupação
e se é possível chegar a um acordo viável.

Trate de manter a alegria

. Pensar periodicamente os objetivos que nos levam a essa dedicação


(reformular se não são adequados).
. Aceitar nossas limitações e nosso enorme potencial.
. Ser consciente de seus diálogos internos negativos.
52
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Não sobre valore as críticas.


. Compartilhe sua forma de trabalho com os desportistas, os pais e
seus superiores.
. Preocupe-se em aprender e melhorar constantemente.
. Varie sua forma de trabalhar, introduza mudanças.
. Faça intercâmbios, saia e dialogue com outros como você.
. Tome descansos de vez em quando.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

"Só existem duas coisas infinitas no mundo:


O universo e a estupidez humana.
Só não estou tão seguro da primeira".

Albert Einstein

53
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

3. DIDÁTICA DO ENSINO
A didática é um dos fatores mais importantes na pedagogia e na educação
porque permite que o trabalho docente seja realizado com qualidade,
selecionando e utilizando materiais que facilitem o desenvolvimento de
competências e indicadores de aproveitamento, evita a rotina, possibilita a
reflexão sobre as diferentes estratégias de aprendizado. Evita improvisações
causadas por trabalho confuso e ineficaz.
Facilita a organização da prática educativa para articular processos de ensino-
aprendizagem de qualidade e com o devido compromisso de estabelecer
explicitamente as intenções de ensino-aprendizagem que o professor irá
desenvolver em cada atividade e no ambiente educacional. Por outro lado,
permite planejar de forma estruturada e desenvolver o processo de ensino-
aprendizagem respondendo a quê, quem, onde, como e por que orientar o
processo de aprendizagem, portanto, implica fundamentalmente as etapas de
previsão, seleção e organização de todos os elementos que compõem a
situação de aprendizagem, ou seja, a didática permite ao professor planejar,
responder algumas questões
Danilo sobre como
Damião desenvolver
Cardoso sua prática pedagógica
da Silva
de forma eficaz, para isso é necessário questionar:
dc238701@gmail.com
Como vai ser feito?
Escolha do modelo metodológico de acordo com as características,
necessidades, interesses dos indivíduos no seu contexto como estratégias
didáticas, táticas e metodologias para se chegar a um objetivo avaliando seus
indicadores de desempenho.

Com quem vai ser feito e a quem é dirigido?


Com grupos de professores /treinadores e alunos.

Com o que será feito?


Recursos didáticos selecionados para cada experiência.

Quanto tempo leva para fazer isso?


Tempo necessário para desenvolver cada atividade.
Definição de periodização do treinamento.

Onde você vai fazer isso?

54
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Treinamento na academia, treinamento ao ar livre, etc.

Como será avaliado?


A avaliação será realizada de acordo com o que foi planejado em cada
experiência. Avaliação da aprendizagem do cliente, aluno ou atleta e do
processo do professor/treinador na realização de cada atividade com o (s)
indivíduo (s).

A didática permite ao professor tomar decisões e organizar sua prática


pedagógica em relação a:

. O que ensinar?
Para responder às realizações e competições que se espera que o (s) indivíduo
(s) alcancem.

. Quando ensinar?
Sequência lógica no desenvolvimento de indicadores de desempenho e
conteúdo ao longo do tempo.

. Como ensinar? Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com
Quais atividades, situações e estratégias de aprendizagem permitem alcançar
as conquistas e competências estabelecidas.

. O que avaliar?
Estabelecer indicadores de realização.

. Como avaliar?
Permite estabelecer estratégias para avaliar as realizações do (s) indivíduo (s),
como: vitórias, derrotas, títulos, performance, etc.

. Quando avaliar?
Levando em consideração que este processo deve ser feito continuamente
para que seja feita uma avaliação do processo.

Consequentemente, a didática desempenha um papel fundamental na


prática docente, pois permite a aplicação de várias estratégias para organizar o
trabalho de forma adequada e coerente, utilizar os recursos didáticos
pertinentes a cada experiência, estratégias e instrumentos de avaliação. É
assim que a didática integra cada situação de ensino-aprendizagem.
55
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

O professor/treinador ao realizar seu planejamento didático,


deve ter em mente que um de seus propósitos é criar e despertar a motivação
dos clientes, alunos ou atletas e as condições internas que estimulem a
participação e o interesse desses em cada experiência.
Veremos no conteúdo específico teórico a aplicação metodológica
desenvolvida especificamente ao boxe através da metodologia didática da:
Escola de Boxe.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

56
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

4. FUNDAMENTOS DE NUTRIÇÃO E
HIDRATAÇAO ESPORTIVA PARA ATLETAS.

Capítulo desenvolvido com a contribuição


especial do nutricionista Moisés Feitosa.

Conceitos:

. Alimentação: é a contribuição da alimentação ao corpo.


. Alimentos: é qualquer substância natural ou transformada que,
ingerida, proporciona ao corpo com os nutrientes precisos para
atender às suas necessidades físico-químicas e psicológicas.
. Nutrição: é o conjunto de processos pelos quais os seres vivos
transformam os alimentos em substâncias que podem ser usadas para
substituir o contínuo desperdício de matéria e energia.
. Nutriente: é qualquer
Danilo substância
Damião orgânica
Cardoso dae inorgânica
Silva que pode ser
utilizada pelo organismo em seu metabolismo.
dc238701@gmail.com
Tipos de nutrientes:

1. Energético (proporções ideais em%):

. Proteínas: 12% em não atletas, 15% em atletas.


. Sua unidade é o aminoácido.
. Além de energéticos, são, antes de tudo, estruturais. Eles formam a
estrutura, por exemplo: os tecidos corporais.
. As pessoas precisam de 21 aminoácidos, dos quais 10 são essenciais
(temos que retirá-los do exterior já que não podemos sintetizar os
alimentos).
. A mais alta qualidade biológica é encontrada nas proteínas animais.
. Uma proteína está completa quando contém os aminoácidos
essenciais.
. Gorduras: 28% em não atletas, 20% em atletas.

57
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

As gorduras se distinguem em:

a) simples ou neutra:
São as formas fundamentais de armazenamento de energia (componente
básico do tecido adiposo).

Saturado: encontrada principalmente em animais, embora também estejam


no óleo côco e palma (dendê).

Insaturado:
. Monossaturados. Ex.: azeite.
. Poli-insaturados. Por exemplo: peixe azul.

b) composto:
- Fosfolipídios: várias tarefas como manter a integridade estrutural da célula.
- Lipoproteínas: principal forma de transporte de gordura no sangue.

c) derivados:
Eles são formados a partir de gorduras simples e compostas.
Danilo
- Colesterol: expoente Damião Cardoso da Silva
principal.
- Carboidratos: 60% em dc238701@gmail.com
não atletas, 65% em atletas.

Podemos classificá-los, basicamente, de acordo com:

. Estrutura química:
- Monossacarídeos: eles fornecem energia imediata.
- Dissacarídeos: eles também liberam energia rapidamente.
- Polissacarídeos: quantitativamente, eles são a fonte alimentar mais
importante de hidratos de carbono.

. Taxa de absorção:
- Simples ou rápido: eles causam mudanças repentinas na glicose no sangue
(açúcar no sangue).
- Complexo ou lento: eles requerem processos de metabolismo mais lentos e
complexos.

58
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

2. Não energético:

. Água. O corpo humano é composto por uma alta porcentagem de


água, isso depende de sua medidas e compleição (sempre maiores que
50%).
. É essencial para a sobrevivência de todas as formas de vida
conhecidas. Em seu uso mais comum, com água nos referimos à
substância em seu estado líquido, mas pode ser encontrada na forma
sólida (gelo), e na forma gasosa que chamamos de vapor.
. Quando a perda de fluido pelo suor atinge 4-5% do peso corporal, a
capacidade de trabalho física é reduzida para 50%. Então, a boa
reidratação ajuda a obter um desempenho ideal e a prevenir lesões.
. Você tem que beber líquido antes da competição, quando possível,
no intervalo e no final da atividade.

Minerais e Vitaminas:

- Hidrossolúvel em água: solúvel em água. Vitaminas B e C.


Danilo
- Hidrossolúvel em Damião
gordura: Cardoso
solúvel em da Silva Vitaminas A, D,
lipídios (gorduras).
E, K. dc238701@gmail.com

. Sem nutrientes:
- Fibra e aditivos.

Curso dos alimentos:


Digestão  Absorção  Transporte  Metabolismo.

59
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5. CONCEITOS BÁSICOS DA ANATOMIA HUMANA


PARA O ESPORTE.

5.1. O osso

É um tecido dinâmico que acomoda as necessidades locais e sistêmicas do


organismo.

Sofre modificações:

- Remodelação externa: variação na aparência externa.


- Remodelação interna: remoção de tecido ósseo e substituição por outro.
- Mudanças em sua composição.

Características:

- Como tecido: é Danilo


dinâmico,Damião
se adapta Cardoso
às necessidades
da do organismo.
Silva
- Como órgão: eles contêm vários tecidos que trabalham juntos (vasos
dc238701@gmail.com
cartilagem, medula e periósteo).

Funções:

- Apoio, suporte: dos tecidos moles (forma e postura).


- Proteção: cérebro, medula espinhal, pulmões, coração e grandes vasos da
cavidade torácica.
- Alavancas: movido pelos músculos.
- Depósitos: de cálcio e outros minerais.
- Produção de células sanguíneas.

Classificação e exemplos:

- Longos: úmero e fêmur.


- Curto: ossos do pulso.
- Planos: cavidade craniana.
- Irregulares: vértebras

60
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5.2. Juntas

Local de união entre dois ou mais ossos.

Tipos:

- Sinartrose: nenhum movimento (por exemplo, ossos do crânio).

- Anfiartrose: Eles têm pouca mobilidade. As superfícies são unidas por


discos de fibrocartilagem (como sínfise vertebral ou púbica); ou seja, há
articulação ou união por ambos os lados.

- Diartrose: articulações móveis. Eles são as mais numerosas no esqueleto. Se


caracterizam pela diversidade e amplitude de movimentos que permitem aos
ossos. Eles têm cartilagem articular ou de revestimento em ambas as partes da
articulação. Um exemplo de diartrose é a articulação do ombro
(glenoumeral), que se junta ao úmero com escápula.
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com

61
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5.3. O músculo esquelético

Conceitos prévios:

O músculo que executa um movimento é chamado de agonista, aquele que


faz o oposto é o antagonista.
Cada músculo tem pelo menos dois pontos de fixação ao osso, origem e
inserção.
É evidente que a origem e a inserção devem estar localizadas em dois ossos
diferentes e que a ação muscular requer a presença de uma articulação.
O músculo pode ser fixado ao osso diretamente ou através de um tendão ou
aponeurose.

Estrutura - fisiologia:

O músculo esquelético tem uma parte central (corpo ou ventre) e duas


extremidades (aponeurose e tendões), através do qual é inserido no
esqueleto. Danilo Damião Cardoso da Silva
O músculo estriado é caracterizado por sua capacidade de contrair, em
dc238701@gmail.com
resposta a um estímulo nervoso.

As células musculares são diferenciadas:

. Lisas;
. Estriadas:
- Esqueléticas (extrafusal, intrafusal) ou;
- Cardíaca, que pode ser classificado como um órgão, pois contém tecidos
que cooperam entre si:

Conjuntiva (fáscias);
Epitelial (vasos sanguíneos);
Nervoso:
Muscular.

62
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

O músculo estriado é composto de células:

- Extrafusal: alongadas, cilíndricas, possuem numerosos núcleos e, em seu


citoplasma, actina e miofilamentos de miosina (que são agrupados em
miofibrilas). Cada miofibrila pode ser dividida em uma sucessão de
segmentos iguais chamados sarcômeros (unidades contráteis).

- Intrafusal: fazem parte dos fusos neuromusculares (órgãos sensoriais). O


sarcômero é a unidade funcional e anatômica do músculo. É formado por
uma viga de miofilamentos de actina (fino) e miosina (espesso), paralelos ao
longo eixo da célula músculo esquelético estriado.

Funções gerais:

- Movimento: a contração dos músculos produz movimento do corpo como


uma unidade total (locomoção) ou suas partes.

- Postura: a contração parcial contínua de muitos músculos esqueléticos


Danilo
torna possível sermos Damião
capazes Cardoso
de adotar da Silva
posições diferentes.
dc238701@gmail.com
- Produção de calor: os músculos ao contrair contribuem fundamentalmente
para manter a temperatura corporal.

63
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5.4. Aparelho respiratório

Funções:

. Primeiro:

a) entrada de oxigênio para o corpo;


b) saída de dióxido de carbono do organismo para o exterior.

. Segundo:

Vias respiratórias;
Fossas nasais;
Boca;
Faringe;
Laringe;
Traqueia; Danilo Damião Cardoso da Silva
Brônquios;
dc238701@gmail.com
Bronquíolos.

. Terceiro:

Conduzem ar até os pulmões.

. Quarto:

Pulmões.

. Quinto:

Troca de gases.

64
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Fig. 1. Sistema respiratório

O sistema respiratório é anatomicamente formado por:

- Um sistema tubular: que conduz e condiciona o ar (vias respiratórias).


Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
- Um dispositivo difusor: que coloca o ar em contato com as redes capilares
(pulmões).

- Um dispositivo para renovar o ar pulmonar: caixa torácica, músculos


inspiradores.

O pulmão direito maior tem três lobos. O esquerdo apenas dois.

Abaixo dos pulmões está um músculo, importante na mecânica respiratória,


o diafragma.
A respiração é um processo involuntário e automático no qual o oxigênio é
extraído do ar inspirado e os gases residuais são expelidos com o ar expirado.
O oxigênio levado nos alvéolos pulmonares é transportado pelas células
vermelhas do sangue para o coração e depois distribuído através das artérias
para todas as células do corpo.
O dióxido de carbono, coletado pelos glóbulos vermelhos e plasma, é
transportado através das veias cavas até o coração e daí para os pulmões para
ser jogado para fora.

65
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Fig. 2. Alvéolos pulmonares.

Cada ciclo respiratório é composto por:

a) Inspiração: processo ativo que começa com a contração dos músculos


Danilointercostais
inspiradores (diafragma, Damião externos
Cardoso da Silva
e acessórios).
dc238701@gmail.com
Nele aumentam todos os diâmetros do tórax: transverso, vertical e
anteroposterior.

b) Expiração: processo passivo devido ao relaxamento dos músculos


inspiradores.
Ambos os movimentos são regulados por centros do sistema nervoso central.

66
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5.5. Sistema Cardiocirculatório

Sangue: transporta gases, nutrientes, resíduos e defesas e é composto por


glóbulos vermelhos, brancos, plaquetas e plasma.

Funções do sistema cardiocirculatório:

Transportar o sangue ao:

a) Coração: que bombeia o sangue das aurículas e dos ventrículos;


b) Vasos sanguíneos: transporta o sangue por veias, artérias e vasos capilares;

O coração:

Consiste em 4 cavidades, 2 átrios e 2 ventrículos.


Os átrios recebem sangue.
O átrio direito recebe sangue (venoso) através da veia cava e o esquerdo
(arterial) através das veias pulmonares.
Danilo Damião Cardoso da Silva
Os ventrículos bombeiam sangue:
dc238701@gmail.com
A direita faz isso pela artéria pulmonar e a esquerda pela artéria aorta.
O átrio direito se comunica com o ventrículo direito através da válvula
tricúspide. O átrio esquerdo encontra o ventrículo esquerdo através da
válvula mitral.

Fig. 3. Estrutura do coração humano.


67
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Funciona em duas fases:

a) Sístole: contração das 4 cavidades: primeiro os átrios, então, e com maior


pressão, os ventrículos. Nele o sangue é conduzido.

b) Diástole: relaxamento das 4 cavidades. Necessário para seu enchimento.

Conceitos de interesse:

- Ciclo cardíaco: tempo decorrido entre a sístole e a diástole.


- Volume sistólico: volume de sangue ventricular expelido em cada sístole.
- Frequência cardíaca: número de sístoles por minuto.
- Débito cardíaco: volume de sangue bombeado pelo coração em um minuto
(saída cardíaca = frequência cardíaca x volume de ejeção).

As contrações cardíacas ocorrem graças ao seu próprio sistema de condução


próprio. O estímulo é gerado no nódulo sino auricular (aurículo direito),
atinge o nódulo aurículo ventricular (centro do coração) e é distribuído pela
haste de His (septo intraventricular) e fibras de Purkinje (ramos terminais do
feixe de His). Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com

68
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5.6. Sistema circulatório

Os vasos sanguíneos, artérias, veias e capilares formam uma rede de canais


através dos quais o sangue circula.
As artérias são mais grossas e transportam sangue "limpo" (com oxigênio),
com uma exceção que a artéria que vai para os pulmões (pulmonar) que
carrega sangue “sujo” (com resíduos).
A artéria principal é a aorta, ela sai do ventrículo esquerdo e se ramifica para
alcançar todo o corpo.
As veias carregam sangue "sujo", exceto as que vêm dos pulmões
(pulmonares) que trazem sangue "limpo".
As maiores veias são as cavas, que são o resultado da união de todas as outras
veias.

Distinguimos 2 tipos de circulação:

a) Sistêmico (principal), a rota é: ventrículo esquerdo, rede capilar, átrio


direito. Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
b) Pulmonar (menor): começa no ventrículo direito, passa pelos pulmões e
termina no átrio esquerdo.

Fig. 4. Sistema circulatório

69
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

O sistema cardiocirculatório, portanto, é responsável por fornecer oxigênio e


nutrientes para os tecidos, transportando produtos residuais para eliminação
(pulmões, rins), distribuir várias substâncias, regular a temperatura corporal,
etc.

O SANGUE:

É o fluido que circula por todo o corpo através do sistema circulatório,


formado através do coração e um sistema de tubos ou vasos, os vasos
sanguíneos.
Descreve dois circuitos complementares chamados de circulação principal ou
geral e secundária ou pulmonar.
É um tecido líquido, composto por água e sais minerais (substâncias
orgânicas e inorgânicas) dissolvidas, que formam o plasma sanguíneo e três
tipos de elementos formados ou glóbulos: glóbulos vermelhos, glóbulos
brancos e plaquetas.
Uma gota de sangue contém aproximadamente 5 milhões de glóbulos
vermelhos, de 5.000 a 10.000 glóbulos brancos e cerca de 250.000 plaquetas.
Danilo Damião Cardoso da Silva
São suas funções: dc238701@gmail.com

- Transporte de gases entre os tecidos e os pulmões.


- Redistribuir nutrientes nos tecidos: aqueles absorvidos no sistema digestivo
e aqueles armazenados (fígado, tecido adiposo).
- Recolher metabólitos e produtos residuais para eliminação renal e
pulmonar.
- Serve como veículo de hormônios.
- Verifica o equilíbrio ácido-base, o equilíbrio hidroeletrolítico e a
temperatura corporal.
- Defende o corpo das agressões externas.

70
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5.7. Metabolismo energético

Conjunto de reações químicas que ocorrem em todos os seres vivos, a fim da


manutenção da vida, o crescimento dos indivíduos e sua reprodução.

Distinguimos:

- Anabolismo: formação ou síntese de estruturas (forma).


- Catabolismo: destruição ou degradação de estruturas (degradação).

A ATP (trifosfato de adenosina) é a única fonte imediata de energia para a


contração muscular.
O ATP é armazenado no músculo esquelético para fornecer a energia
química necessária para contrações rápidas.
Este armazém não é suficiente para satisfazer a demanda de energia em
atividades de maior duração, recorrendo ao organismo as suas reservas para
produzir mais ATP.
Danilo Damião Cardoso da Silva
Vias metabólicas: dc238701@gmail.com
São interdependentes, podendo atuar, em maior ou menor grau,
simultaneamente.

1) Rota anaeróbica:

. Alática. Ele usa ATP e CP (fosfato de creatina).


. No início de uma atividade (transição do repouso ao esforço).
. De um nível de exercício menos intenso para um mais vigoroso.
. Em exercícios de alta intensidade e curta duração (não mais que 10
segundos por esgotamento das reservas).
. De ATP e CP (fosfato de creatina) de depósitos musculares.
. ATP: ADP + P (quebrar a ligação do fósforo libera energia).

Origem do ATP:

- ADP + P + Energia: ATP


- CP + ADP: Creatina + ATP.

71
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

- Lático. Glicólise anaeróbica.

Transformação no citosol da célula, sem oxigênio, de glicogênio ou glicose


em piruvato.
A glicose pode passar do sangue para a célula ou ser hidrolisada do
glicogênio armazenado na célula muscular (glicogenólise) para ser
transformado em ácido lático.

2) Via aérea:

Partindo dos princípios imediatos:

- Hidratos de carbono.
- Gorduras.
- Proteínas (não costumam ser utilizadas para obter energia porque são
estruturais).

Em condições aeróbicas: o piruvato passa do citosol para a mitocôndria,


Danilopor
onde depois passando Damião Cardoso
descarboxilação da Silva
oxidativa é transformado em
acetil CoA. dc238701@gmail.com
A divisão aeróbia da glicose produz 19 vezes mais ATP do que a anaeróbica.
Na glicólise anaeróbia se produz 2 ATP, enquanto na aeróbia 38.
Consequentemente, uma molécula de glicose produz 36 ATP em sua
oxidação completa.
Quando o suprimento de oxigênio é abundante e os músculos não estão
funcionando intensamente.
A transformação de glicogênio ou glicose começa como na glicólise
anaeróbico.
Nesse caso, as moléculas de ácido pirúvico (piruvato) não se convertem em
ácido lático (lactato), mas passam do sarcoplasma (citosol) para a
mitocôndria.
Na mitocôndria, uma série de reações possibilita a formação de Acetil CoA,
que é o iniciador do Ciclo de Krebs (Ciclo do Ácido Cítrico).

72
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

6. BASES DA BIOMECÂNICA DESPORTIVA

Conceitos básicos:

Ciência que lida com as forças externas e internas que atuam no corpo
humano e seus efeitos.
O corpo humano pode ser dividido em eixos e planos (Fig. 5) que, a partir da
posição anatômica, facilita a interpretação e descrição dos movimentos.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com
Fig. 5. Eixos e planos do corpo humano

Leis de Newton

1) Lei da inércia: todo o corpo permanece em repouso ou em movimento


uniforme retilíneo se nenhuma força atuar sobre ele.

2) Lei da aceleração: uma força aplicada a um corpo dá a ele uma aceleração.

3) Princípio de ação e reação: sempre que uma partícula exerce uma força
(ação) em outro, ele responderá simultaneamente com outra força (reação).

Mecânica:

Parte da física que trata do estudo do movimento dos corpos, incluindo o


humano.

73
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

É dividido em:

- Cinemática: descreve o movimento sem considerar suas causas.


- Dinâmica: tenta descrever as causas do movimento.

Conceitos sobre biomecânica:

. Parte da ciência do esporte que examina as forças internas e externas em


ação no corpo, bem como os efeitos produzidos por essas forças.
. Ciência que estuda a adaptação eficiente, segura e metabolicamente
lucrativa para o corpo em um ambiente físico-condicional (superfícies,
materiais, regulamentos).
. Ciência que descreve e explica, do ponto de vista da física mecânica, o
movimento esportivo (biomecânica do esporte).

Áreas de conhecimento científico

Os itens a seguir fazem parte do treinamento esportivo:


Danilo Damião Cardoso da Silva
- Preparação física. dc238701@gmail.com
- Psicologia do esporte.
- Fisiologia do esforço e nutrição.
- Medicina esportiva.
- Fisioterapia.
- Biomecânica.

A biomecânica como ferramenta de análise do movimento será responsável


por definir a técnica mais adequada para atingir objetivos esportivos.

74
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

6.1. Biomecânica do movimento articular

. Os seres humanos usam o sistema de alavancas para se mover.


. A alavanca é composta por uma barra rígida que se move sobre um ponto
de apoio ou fulcro (F). Duas forças intervêm nele, uma resistente ou
resistência (R) e outra motor ou potência (E).
. Em cada lado do fulcro, haverá um braço de força e resistência; isto é, a
barra dividida em dois.
. O sistema está em equilíbrio se a potência (E) x o braço de potência = a
resistência (R) x o braço de resistência.
. O estudo dos sistemas de alavancas no sistema locomotor humano se tem
que identificar os elementos anatômicos que fazem parte da alavanca.

Da esquerda para a direita, alavancas do primeiro, segundo e terceiro gênero:

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig. 6. Sistema de alavanca.

Primeiro grau:

a) ponto de apoio da cabeça (F), articulação das duas primeiras vértebras do


pescoço (atlas e eixo).
b) resistência (R), peso da cabeça.
c) força (E), músculos extensores do pescoço.

75
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Segundo grau:

a) ponto de apoio (F), parte frontal do pé no solo.


b) resistência (R), articulação do tornozelo (tíbio-peroneal-talar).
c) força (E), músculos extensores do tornozelo.

Terceiro grau:

a) ponto de apoio (F), articulação do cotovelo.


b) resistência (R), peso do antebraço e objetos que seguramos.
c) força (E) dos músculos flexores do cotovelo.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

76
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

6.2. A cadeia cinemática

O que são cadeias cinéticas?


Conjunto de articulações e músculos que executam uma ação. A grande
riqueza de movimentos se deve à soma dos graus cinéticos de cada uma das
articulações que compõem a referida cadeia cinética. Permite uma maior
qualidade de movimento em termos de coordenação, destreza, correlação e
absorção.

O que é a cadeia cinética fechada?


Na mesma teoria em que foram definidos os exercícios em cadeia cinética,
aqueles movimentos em que o segmento distal permanece fixo são descritos
como fechados. Isso significa que o elo mais distante da corrente está em
contato com uma superfície que impede seu movimento livre no espaço ou
ainda: são movimentos onde a parte distal e proximal são fixas, ou pelo
menos, devem superar uma carga significativa

O que é a cadeia Danilo


cinética aberta?
Damião Cardoso da Silva
Os exercícios de cadeia cinética aberta (CCA) são aplicados quando o gesto
dc238701@gmail.com
permite a movimentação livre da extremidade distal do segmento, enquanto
a extremidade proximal é fixa.

O que é uma cadeia cinemática na anatomia?


Cadeias cinemáticas. Conceito: este termo define um modo de execução do
trabalho muscular durante um movimento, no qual participa um grupo de
músculos agonistas e sinergistas, induzido pela regulação de um padrão de
movimento.

Quais são os exercícios de cadeia cinética aberta e fechada?


Um exercício de cadeia cinética aberta seria por exemplo um curl de bíceps e
o de uma fechada de uma cadeia cinética seria, por exemplo, um
agachamento.

77
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

7. ZONAS DE FREQUENCIA CARDÍACA E


TREINAMENTO DESPORTIVO.
Frequência cardíaca

Ao iniciar um treino aeróbico, é muito útil encontrar a intensidade certa


para treinar. Caso contrário, podemos trabalhar abaixo do limiar (treino
ineficaz) ou acima do limiar (treino anaeróbio), pois o que para você pode ser
uma intensidade adequada, para outro pode ser de baixa intensidade ou
prejudicial à saúde por ser excessivo.
Um bom método para treinar medindo a intensidade do treinamento é por
meio da frequência cardíaca (FC). A FC é o número de batimentos cardíacos
por minuto (BPM) e é muito importante conhecê-la durante o treino devido
à sua utilidade na dosagem do exercício e no cálculo de limiares.
Deve-se levar em consideração que um atleta possui FC menor que um
sedentário (em repouso e durante a atividade) e que a progressão no
treinamento fará com que a FC diminua.
Por outro lado, Danilo
quando aDamião
intensidade do exercício
Cardoso aumenta, a frequência
da Silva
cardíaca também aumenta, e é a partir de 75% a 90% de sua intensidade de
dc238701@gmail.com
trabalho que surge uma diminuição na resposta cardíaca.
Para estabelecer nosso treinamento por faixas de FC devemos conhecer
certos valores do nosso coração, como a frequência cardíaca em repouso
(FCR) e a frequência cardíaca máxima (FCM) que podem ser obtidas por
meio de um teste de esforço.
A melhor maneira de calcular a FCR é pela manhã, assim que se desperta,
medir a FC por 4 dias e depois tirar a média. Para calcular a FCM o
indivíduo terá que realizar um teste de esforço ou melhor uma
ergoespirometria, embora por outro lado, possamos obter a FCM teórica
(com uma margem de erro de 15%) que pode ser alcançada em um exercício
de estresse sem colocar sua saúde em risco, usando esta fórmula:

. Idade - 226 para mulheres.


. Idade - 220 para homens.
. ou pela fórmula proposta pela Universidade do Colorado: 208 - (0,7 x
idade).

78
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Com esses dados e sabendo a intensidade em que nosso


treinamento será baseado, podemos descobrir qual será a frequência cardíaca
de treinamento (FCT), para isso, usaremos a fórmula de Karvonen.

Por exemplo:

Um homem de 40 anos, que tem uma frequência cardíaca em repouso de 60


bpm e quer trabalhar a 70%.

. Frequência cardíaca máxima (FCM): 220 - idade = 220 - 40 = 180 bpm.

. Frequência cardíaca residual (FCResidual): FCM- FCRepouso = 180 - 60 =


120 bpm.

. Frequência cardíaca de treinamento (FCT): [(FC residual) x% de esforço] +


FCR; 70% do F.C. residual = 84; 84 + 60 = 144 bpm.

Assim, para trabalhar a 70%, essa pessoa deve realizar sua atividade a 144
BPM.
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
A primeira coisa que você deve fazer para iniciar um treinamento por faixas
de FC é definir sua meta e, em seguida, escolher sua faixa de treinamento.
As faixas recomendadas vão de 70% a 80% de sua FCM, mas dependendo
do objetivo que você tem, terá que escolher um percentual ou outro.
Cada faixa corresponde a diferentes mecanismos de transporte metabólico
ou respiratório em seu corpo.

79
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

7.1. Zonas de frequências cardíacas

ZONA 1: 50% -60%


É a zona para queimar gordura. As adaptações não ocorrem a menos que o
nível do atleta esteja muito baixo e seja uma intensidade de treinamento que
deve ser realizada por quem inicia trabalho de corrida (condicionamento
básico), para recuperação após treinamento intenso, para programas de
reabilitação ou para programas perda de peso (sessões com mais de 45
minutos).

ZONA 2: 60% -75%


É a área ideal para o seu coração trabalhar o suficiente e com espaço para
melhorias, produzindo adaptações, fortalecendo-o e condicionando-o para
um trabalho posterior moderado e indolor. É uma faixa de treinamento
recomendada para manutenção da boa forma e da saúde por meio de
corridas longas e suaves.

ZONA 3: 75% -85%


É uma zona muito aeróbica,
Danilo Damiãoa percepção
Cardosoque daseSilva
pode ter com essas
intensidades é a de "trabalho duro". Trabalha o seu sistema
dc238701@gmail.com
cardiorrespiratório de forma importante, aumentando sua potência aeróbia e
força física através do trabalho de mudanças de ritmo (fartleks), corridas
longas ou subidas e descidas.

ZONA 4: 85% -90%


É a zona anaeróbia. Seu principal benefício é aumentar a capacidade do
corpo de metabolizar o ácido lático. Ao treinar nesta intensidade,
conseguimos trabalhar mais duro pelo maior período de tempo possível antes
de cruzar a linha da dívida de oxigênio. É uma intensidade indicada em
períodos de competição e é treinada através de séries (sempre curtas). Não é
aconselhável manter esta intensidade a longo período de tempo, em
qualquer caso não mais de 15 minutos.

ZONA 5: 90% -100%


Nessa área, seus músculos usam mais oxigênio do que seu corpo pode
oferecer. É uma intensidade de trabalho em que você trabalha e se esforça
mais que seu corpo permite, mas em curtos períodos de tempo, sempre
acima do limiar anaeróbio (com débito de oxigênio).

80
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

8. A importância da massagem desportiva


Capítulo desenvolvido com a especial contribuição
do Terapeuta Holístico Fernando Dias Bichara.

Selecionamos abaixo os tópicos mais importantes tratados durante o nosso


curso. As vídeo aulas com o desenvolvimento de cada tópico tratado estão
disponíveis para os que adquirirem o curso.
Uma das principais técnicas que se deve aplicar no corpo é a massagem
esportiva, que nada mais é do que uma atividade fisioterapêutica que se
realiza no atleta para formar um tecido muscular resistente e fortalecido.
É uma terapia de relaxamento e reativação dos músculos para uma nova
jornada desportiva e para prevenir as lesões tão comuns no campo
desportivo.
É realmente surpreendente como a massagem esportiva é benéfica para quem
pratica qualquer atividade esportiva. Por mais simples que pareça a rotina de
treinamento diário é muito importante que se inclua essa terapia na rotina.

Para que serve a massagem esportiva?


Danilo Damião Cardoso da Silva
. Preparar os atletas antesdc238701@gmail.com
de seu treinamento diário.
. Manter as condições físicas dos atletas.
. Aproximação do atleta ao seu desempenho máximo.
. Recuperação do atleta caso ele tenha sofrido uma lesão durante a atividade
esportiva.
. Prolongar o período de atividade esportiva.

Classificação de massagem esportiva

Massagem pré-esportiva: aplicada para prevenir lesões e ativar o sistema


circulatório do atleta antes de cada treino diário.

Massagem de Manutenção: serve para manter e fortalecer os tecidos


musculares do atleta de forma a manter suas condições físicas para as
competições subsequentes.

Massagem pós-esportiva: indicada caso o atleta sofra alguma lesão.

81
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Que aspectos deve levar em consideração para realizar uma


massagem esportiva?

. Se deve certificar de que tem uma pressão arterial nos níveis adequados.
. Não deve ser realizado em pessoas que sofrem de taquicardia.
. Não realizar quando houver uma doença infecciosa na pele.
. Evitar se sofrer de asma severa.
. É contraindicado para pessoas que sofreram alguma intervenção de trauma.
. Esta terapia externa não deve ser usada quando se está com diarreia.

Benefícios da massagem esportiva.

Definitivamente, a massagem esportiva melhora as condições físicas do


atleta.
Os benefícios de praticar com frequência este importante método de
preparação para diferentes modalidades esportivas são:

. Poderá aumentar a intensidade nos treinos para um maior


desempenho competitivo.
Danilo Damião
. Maior flexibilidade Cardoso
dos músculos da Silva
e mobilidade das diferentes partes
do corpo durantedc238701@gmail.com
o desenvolvimento da atividade esportiva.
. Desenvolvimento de um nível de energia bastante alto.
. Prevenção de possíveis lesões.

82
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

9. PRIMEIROS SOCORROS
Os primeiros socorros são ações que visam reduzir os efeitos das lesões que a
vítima possa apresentar e devem ser aplicados até a chegada do pessoal
médico. O estado geral e a evolução subsequente da pessoa lesionada
dependerão em grande medida desta primeira ação.

9.1. Ressuscitação Cardiorrespiratória (RCP):

Procedimentos:

1 - Pedir a alguém que chame imediatamente uma ambulância (192);


2 - Abertura das vias aéreas;
3 - Ventilação artificial;
4 - Suporte circulatório.
Danilo Damião Cardoso da Silva
Posicionamento para a RCP:
dc238701@gmail.com
Do acidentado:

· Posicionar o acidentado em superfície plana e firme.


· Mantê-lo em decúbito dorsal (de costas para o solo), pois as manobras para
permitir a abertura da via aérea e as manobras da respiração artificial são
mais bem executadas nesta posição.
· A cabeça não deve ficar mais alta que os pés, para não prejudicar o fluxo
sanguíneo cerebral.
· Caso o acidentado esteja sobre uma cama ou outra superfície macia ele
deve ser colocado no chão ou então deve ser colocada uma tábua sob seu
tronco.
· A técnica correta de posicionamento do acidentado deve ser obedecida
utilizando-se as manobras de rolamento.

83
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Da pessoa que está socorrendo:

. Após verificar que as vias aéreas estão desobstruídas.

· Este deve ajoelhar-se ao lado do acidentado, de modo que seus ombros


fiquem diretamente sobre o esterno do acidentado e num plano superior, de
modo que possa executar a manobra com os braços em completa extensão.

. Em seguida apoiar as mãos uma sobre a outra (com os dedos entrelaçados),


na metade inferior do esterno, evitando fazê-lo sobre o apêndice xifoide, pois
isso tornaria a manobra inoperante e machucaria as vísceras.

. Não se deve permitir que o resto da mão se apoie na parede torácica,


apenas a sua base inferior. A compressão deve ser feita sobre a metade
inferior do esterno, porque essa é a parte que está mais próxima do coração.

. Com os braços em hiperextensão, aproveite o peso do seu próprio corpo


para aplicar a compressão, tornando-a mais eficaz e menos cansativa do que
se utilizada apenas com a força dos braços.
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
. Aplicar pressão suficiente para baixar o esterno de 3,8 a 5 centímetros para
um adulto normal e mantê-lo assim por cerca de meio segundo. O ideal é
verificar se a compressão efetuada é suficiente para gerar um pulso carotídeo
palpável. Com isso se obtém uma pressão arterial média e um contorno de
onda de pulso próximo do normal.

. Em seguida remover subitamente a compressão que, junto com a pressão


negativa, provoca o retorno de sangue ao coração. Isso sem retirar as mãos do
tórax da vítima, garantindo assim que não seja perdida a posição correta das
mãos.

. As compressões torácicas (30 vezes) e a respiração artificial (2 vezes depois


das 30 compressões torácicas) devem ser combinadas (mas não ao mesmo
tempo) para que a ressuscitação cardiorrespiratória seja eficaz (30 x 2 e assim
até que o paciente recobre a respiração/pulso ou até que cheguem os serviços
médicos especializados). O ideal é conseguir alguém que ajude para que as
manobras não sofram interrupções devido ao cansaço.

84
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. A relação ventilações/compressões varia com a idade do


acidentado e com o número de pessoas que estão fazendo o atendimento
emergencial. A frequência das compressões torácicas deve ser mantida em 80
a 100 por minuto. Com a pausa que é efetuada para ventilação, a frequência
real de compressões cai para 60 por minuto.

A aplicação da massagem cardíaca externa pode trazer consequências graves,


muitas vezes fatais. Podemos citar dentre elas, fraturas de costelas e do
esterno, separação condrocostal, ruptura de vísceras, contusão miocárdica e
ruptura ventricular. Essas complicações, no entanto, poderão ser evitadas se a
massagem for realizada com a técnica correta. É, portanto, muito importante
que nos preocupemos com a correta posição das mãos e a quantidade de força
que deve ser aplicada sobre a vítima.

. É absolutamente contraindicado cessar as massagens por um tempo


superior a alguns segundos, pois a corrente sanguínea produzida pela
compressão externa é inferior à normal, representando apenas de 40 a 50%
da circulação normal. Portanto, qualquer interrupção maior no processo
diminuirá a afluência de sangue no organismo.
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
. No caso de duas pessoas estarem socorrendo, a pessoa que se encarrega da
respiração boca a boca poderá controlar a pulsação carotídea.

. A manutenção ou aparecimento da respiração espontânea durante a


massagem cardíaca externa, associada ou não à respiração boca a boca, é o
melhor indício de ressuscitação cardiorrespiratória satisfatória.

. Voltando a respiração da vítima parar imediatamente as manobras e


colocar a vítima em posição de decúbito lateral.

. Não se deve desanimar em obter a recuperação da respiração e dos


batimentos cardíacos do acidentado. É preciso mandar que procurem
socorro médico especializado (192) com a maior urgência.

. É preciso ter paciência, calma e disposição. Qualquer interrupção na


tentativa de ressuscitação da vítima até a chegada de socorro especializado
implicará fatalmente em morte.

85
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

9.2. Ventilação artificial: boca a boca

Para iniciar a respiração boca a boca e promover a ressuscitação


cardiorrespiratória, deve-se obedecer a seguinte sequência:

· Deitar o acidentado de costas;


· Desobstruir as vias aéreas. Remover prótese dentária (caso haja), limpar
sangue ou vômito;
· Pôr uma das mãos sob a nuca do acidentado e a outra mão na testa:
· Inclinar a cabeça do acidentado para trás até que o queixo fique em um
nível superior ao do nariz, de forma que a língua não impeça a passagem de
ar, mantendo-a nesta posição.
· Fechar bem as narinas do acidentado, usando os dedos polegar e indicador,
utilizando a mão que foi colocada anteriormente na testa do acidentado.
· Inspirar profundamente.
· Colocar a boca com firmeza sobre a boca do acidentado, vedando-a
totalmente.
· Soprar vigorosamente para
Danilo dentro da
Damião boca do acidentado,
Cardoso da Silva até notar que seu
peito está inflando.
dc238701@gmail.com
Importante que se duas pessoas estão atuando em conjunto, uma realizando
a manobra de RCP e a outra de ventilação artificial, durante esta última fase
tem que se interromper a RCP.

86
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

9.3. Fraturas

Suspeita-se de fratura ou lesões articulares quando houver:

1. Dor intensa no local e que aumente ao menor movimento.


2. Edema local.
3. Crepitação ao movimentar (som parecido com o amassar de papel).
4. Hematoma (rompimento de vasos, com acúmulo de sangue no local) ou
equimose (mancha de coloração azulada na pele e que aparece horas após a
fratura).
5. Paralisia (lesão de nervos).

O indivíduo que sofre uma fratura apresenta dor, que aumenta com o toque
ou os movimentos, incapacidade funcional (impossibilidade de fazer
movimentos) na região atingida, acentuada impotência funcional da
extremidade ou das articulações adjacentes à lesão; inchaço, alteração da cor
da área afetada; presença ou não de pulso no membro atingido, pode haver,
ainda, fragmentos de ossos expostos e angulação ou curvatura anormal da
região afetada. ADanilo
pessoa que está atendendo
Damião Cardoso nãoda
deve esperar deparar com
Silva
todo este quadro em conjunto, em todos os casos; encontrando duas destas
dc238701@gmail.com
características, já há uma forte suspeita.

Primeiros Socorros:

· Observar o estado geral do acidentado, procurando lesões mais graves com


ferimento e hemorragia.
· Acalmar o acidentado, pois ele fica apreensivo e entrar em pânico.
· Ficar atento para prevenir o choque hipovolêmico.
· Controlar eventual hemorragia e cuidar de qualquer ferimento, com
curativo, antes de proceder a imobilização do membro afetado.
· Imobilizar o membro, procurando colocá-lo na posição que for menos
dolorosa para o acidentado, o mais naturalmente possível. É importante
salientar que imobilizar significa tirar os movimentos das juntas acima e
abaixo da lesão.
· Trabalhar com muita delicadeza e cuidado. Toda atenção é pouca; os
menores erros podem gerar sequelas irreversíveis.

87
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

· Usar talas, caso seja necessário. As talas irão auxiliar na


sustentação do membro atingido.

As talas têm que ser de tamanho suficiente para ultrapassar as articulações


acima e abaixo da fratura. Para improvisar uma tala pode-se usar qualquer
material rígido ou semirrígido como: tábua, madeira, papelão, revista
enrolada ou jornal grosso dobrado. O membro atingido deve ser acolchoado
com panos limpos, camadas de algodão ou gaze, procurando sempre localizar
os pontos de pressão e desconforto. Prender as talas com ataduras ou tiras de
pano, apertá-las o suficiente para imobilizar a área, com o devido cuidado
para não provocar insuficiência circulatória.
Fixar em pelo menos quatro pontos: acima e abaixo das articulações e acima
e abaixo da fratura. Sob nenhuma justificativa deve-se tentar recolocar o osso
fraturado de volta no seu eixo. As manobras de redução de qualquer tipo de
fratura só podem ser feitas por pessoal médico especializado. Ao imobilizar
um membro que não pôde voltar ao seu lugar natural, não forçar seu
retorno. A imobilização deve ser feita dentro dos limites do conforto e da
dor do acidentado.

Daniloou
· Não deslocar, remover Damião Cardoso
transportar da Silva
o acidentado de fratura, antes de ter
dc238701@gmail.com
a parte afetada imobilizada corretamente. A única exceção a ser feita é para
os casos em que o acidentado corre perigo iminente de vida, mas, mesmo
nestes casos, é necessário manter a calma, promover uma rápida e precisa
análise da situação, e realizar a remoção provisória com o máximo de
cuidado possível, atentando para as partes do acidentado com suspeita de
lesões traumato-ortopédicas.
· Providenciar o atendimento especializado o mais rápido possível.
· Fraturas expostas requerem cuidados extra. Ficar atento para o controle de
hemorragia arterial. Não tentar jamais recolocar o osso exposto de volta para
o seu lugar:

. Limpar o ferimento provocado pela exposição do osso.


. Colocar um curativo seco e fixá-lo com bandagens.
. Não tocar no osso exposto.

. Manter o acidentado em repouso, tranquilizando-o, enquanto se procede à


imobilização da mesma maneira que se faz para os casos de fratura fechada.

88
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

9.4. Entorses e luxações

Entorse:

. Imobilizar o local como nas fraturas. A imobilização deverá ser feita na


posição que for mais cômoda para o acidentado.
. Antes de enfaixar uma entorse ou distensão, se possível aplicar bolsa de
gelo ou compressa de água gelada na região afetada para diminuir o edema e
a dor.
Caso haja ferida no local da entorse, cobrir com curativo seco e limpo, antes
de imobilizar e enfaixar.
. Ao enfaixar qualquer membro ou região afetada, deve ser deixada uma
parte ou extremidade à mostra para observação da normalidade circulatória.
As bandagens devem ser aplicadas com firmeza, mas sem apertar, para
prevenir insuficiência circulatória.
. Aplicar gelo ou compressas frias durante as primeiras 24 horas, após este
tempo aplicar compressas mornas.
Danilo Damião Cardoso da Silva
Luxação: dc238701@gmail.com
São lesões em que a extremidade de um dos ossos que compõem uma
articulação é deslocada de seu lugar. O dano a tecidos moles pode ser muito
grave, afetando vasos sanguíneos, nervos e cápsula articular. São estiramentos
mais ou menos violentos, cuja consequência imediata é provocar dor e
limitar o movimento da articulação afetada.

· Dor intensa no local afetado (a dor é muito maior que na entorse),


geralmente afetando todo o membro cuja articulação foi atingida.
· Edema.
· Impotência funcional.
· Deformidade visível na articulação. Podendo apresentar um encurtamento
ou alongamento do membro afetado
. O tratamento de uma luxação (redução) é atividade exclusiva de pessoal
especializado em atendimento a emergências traumato-ortopédicas.

89
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Os primeiros socorros limitam-se à aplicação de bolsa de gelo ou


compressas frias no local afetado e à imobilização da articulação, preparando
o acidentado para o transporte.
. A imobilização e bandagem das partes afetadas por luxação devem ser feitas
da mesma forma que se faz para os casos de entorse.
. A manipulação das articulações deve ser feita com extremo cuidado e
delicadeza, levando-se em consideração, inclusive, a dor intensa que o
acidentado estará sentindo.
. Nos casos de luxações redicivantes o próprio acidentado, por vezes, já sabe
como reduzir a luxação. Neste caso o socorrista deverá auxiliá-lo.
. O acidentado deverá ser mantido em repouso, na posição que lhe for mais
confortável até a chegada de socorro especializado ou até que possa ser
realizado o transporte adequado para atendimento médico.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

90
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

9.5. Hemorragias

É a perda de sangue através de ferimentos, pelas cavidades naturais como


nariz, boca, etc.; ela pode ser também, interna, resultante de um
traumatismo.
As hemorragias podem ser classificadas inicialmente em arteriais e venosas, e,
para fins de primeiros socorros, em internas e externas.

Hemorragias Arteriais: É aquela hemorragia em que o sangue sai em jato


pulsátil e se apresenta com coloração vermelho vivo.

Hemorragias Venosas: É aquela hemorragia em que o sangue é mais escuro


e sai continuamente e lentamente, escorrendo pela ferida.

Hemorragia Externa: É aquela na qual o sangue é eliminado para o exterior


do organismo, como acontece em qualquer ferimento externo, ou quando se
processa nos órgãos internos que se comunicam com o exterior, como o tubo
digestivo, ou os pulmões
Daniloou as vias urinárias.
Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
Hemorragia Interna: É aquela na qual o sangue extravasa em uma cavidade
pré-formada do organismo, como o peritônio, pleura, pericárdio, meninges,
cavidade craniana e câmara do olho.

Consequências das Hemorragias

Hemorragias graves não tratadas ocasionam o desenvolvimento do estado de


choque e morte.

· Hemorragias lentas e crônicas (por exemplo, através de uma úlcera) causam


anemia (ou seja, quantidade baixa de glóbulos vermelhos).
O quadro clínico varia com a quantidade perdida de sangue, velocidade do
sangramento, estado prévio de saúde e idade do acidentado.

91
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

a) quantidade de sangue perdido

Quanto maior a quantidade perdida, mais graves serão as hemorragias.


Geralmente a perda de sangue não pode ser medida, mas pode ser estimada
através da avaliação do acidentado (sinais de choque compensado ou
descompensado).

b) velocidade:

Quanto mais rápida as hemorragias, menos eficientes são os mecanismos


compensatórios do organismo. Um indivíduo pode suportar uma perda de
um litro de sangue, que ocorre em período de horas, mas não tolera esta
mesma perda se ela ocorrer em minutos. Não pode ser medida, mas pode ser
estimada através de dados clínicos do acidentado
A hemorragia arterial é menos frequente, mas é mais grave e precisa de
atendimento imediato para sua contenção e controle.
A hemorragia venosa é a que ocorre com maior frequência, mas é de
controle mais fácil, pois o sangue sai com menor pressão e mais lentamente.
As hemorragias Danilo
podem seDamião
constituirCardoso da Silva
em condições extremamente graves.
dc238701@gmail.com
Muitas hemorragias pequenas podem ser contidas e controladas por
compressão direta na própria ferida, e curativo compressivo.
Uma hemorragia grande não controlada, especialmente se for uma
hemorragia arterial, pode levar o acidentado à morte em menos de 5
minutos, devido à redução do volume intravascular e hipóxia cerebral
(anemia aguda).
A hemorragia nem sempre é visível, podendo estar oculta pela roupa ou
posição do acidentado, por exemplo, uso de roupas grossas, onde a absorção
do sangue é completa ou hemorragias causadas por ferimentos nas costas
quando o acidentado estiver deitado de costas. O sangue pode ser absorvido
pelo solo ou tapetes, lavado pela chuva, dificultando a avaliação do
socorrista. Por este motivo o acidentado deve ser examinado completamente
para averiguar se há sinais de hemorragias.
Os locais mais frequentes de hemorragias internas são tórax e abdome.
Observar presença de lesões perfurantes, de equimoses, ou contusões na pele
sobre estruturas vitais. Os órgãos abdominais que mais frequentemente
produzem sangramentos graves são o fígado, localizado no quadrante
superior direito, e o baço, no quadrante superior esquerdo.

92
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

A distensão abdominal com dor após traumatismo deve sugerir hemorragia


interna. Algumas hemorragias internas podem se exteriorizar, por vezes
hemorragias do tórax produzem hemoptise.
O sangramento do esôfago, estômago e duodeno podem se exteriorizar
através da hematêmese (vômito com sangue), ou dependendo do volume,
através também de melena (evacuação de sangue). Neste caso as condutas do
socorrista visarão somente o suporte da vida, principalmente de via aérea e
respiração, até o hospital, pois pouco há o que se fazer.
A hemorragia causada por traumatismo é a mais comum nos ambientes de
trabalho, e dependendo da sua intensidade e localização, o mais indicado é
levar o acidentado a um hospital, porém em certos casos pode-se ajudar o
acidentado, tomando atitudes específicas, como veremos a seguir. Em casos
particulares, um método que pode vir a ser temporariamente eficaz é o
método do ponto de pressão.

A técnica do ponto de pressão:

Consiste em comprimir a artéria lesada contra o osso mais próximo, para


Danilo
diminuir a afluência Damião
de sangue Cardoso
na região da Silva
do ferimento.
No caso de hemorragiadc238701@gmail.com
no membro superior, o ponto de pressão está na
artéria braquial, localizada na face interna do terço médio do braço.
Conter uma hemorragia com pressão direta usando um curativo simples é o
método mais indicado. Se não for possível, deve-se usar curativo
compressivo; realizando compressão direta e elevação da parte atingida de
modo que fique num nível superior ao do coração.
Ainda assim não for possível conter a hemorragia, pode-se optar pelo método
do ponto de pressão.

Atenção: Não elevar o segmento ferido se isto produzir dor ou se houver


suspeita de lesão interna tal como fratura. Manter o acidentado agasalhado
com cobertores ou roupas, evitando contato com chão frio ou úmido. Não
dar líquidos quando estiver inconsciente ou houver suspeita de lesão no
ventre, abdômen.

Hemorragia Interna
93
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Os casos de hemorragia interna são também de muita gravidade, devido ao


grau de dificuldade de sua identificação por quem está socorrendo.

Suspeitar de hemorragia interna se o acidentado estiver envolvido em:

· Acidente violento, sem lesão externa aparente.


· Queda de altura.
· Contusão contra volante ou objetos rígidos.
· Queda de objetos pesados sobre o corpo.

Mesmo que, a princípio, o acidentado não reclame de nada e tente dispensar


socorro, é importante observar os seguintes sintomas:

a) pulso fraco e rápido.


b) pele fria.
c) sudorese (transpiração abundante).
d) palidez intensa e mucosas descoradas.
e) sede acentuada.
Danilo Damião Cardoso da Silva
f) apreensão e medo.
g) vertigens. dc238701@gmail.com
h) náuseas.
i) vômito de sangue.
j) calafrios.
k) estado de choque.
l) confusão mental e agitação.
m) "abdômen em tábua" (duro não compressível).
n) dispneia (rápida e superficial).
o) desmaio.

A conduta deve ser procurar imediatamente atendimento especializado,


enquanto se mantém o acidentado deitado com a cabeça mais baixa que o
corpo, e as pernas elevadas para melhorar o retorno sanguíneo. Este
procedimento é o padrão para prevenir o estado de choque. Nos casos de
suspeita de fratura de crânio, lesão cerebral ou quando houver dispneia, a
cabeça deve ser mantida elevada. Aplicar compressas frias ou saco de gelo
onde houver suspeita de hemorragia interna. Se não for possível, usar
compressas úmidas.

94
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Outras hemorragias

Existem hemorragias que nem sempre são decorrentes de traumatismos. São


as hemorragias provocadas por problemas clínicos

Hemorragia nasal (epistaxe ou rinorragia)

É a perda de sangue pelo nariz. A hemorragia nasal pode ocorrer por


traumatismo craniano. Neste caso, especialmente quando o sangue sai em
pequena quantidade acompanhada de corrimento. O corrimento não deve
ser contido e o acidentado precisa de atendimento especializado com
urgência. A hemorragia do nariz é uma emergência comum que geralmente
resulta de um distúrbio local, mas pode decorrer de uma grave desordem
sistêmica.
Em muitos casos a epistaxe não tem causa aparente. Pode ocorrer devido à
manipulação excessiva no plexo vascular com rompimento dos vasos através
das unhas, diminuição da pressão atmosférica, locais altos, viagem de avião,
saída de câmara pneumática de imersão ou câmera de mergulho, contusão,
corpo estranho, fratura da base do crânio, altas temperaturas, dentre outras.
Danilo
Às vezes pode ocorrer Damião
como sintomaCardoso
de um grave datranstorno
Silva no organismo
que requer investigação dc238701@gmail.com
imediata, como por exemplo crise hipertensiva.
As hemorragias nasais se não tiverem por causa um traumatismo craniano
sempre pode ser estancada. As medidas para contenção devem ser aplicadas
o mais rapidamente possível, a fim de evitar perda excessiva de sangue.

Primeiros Socorros

Ao atender um caso de epistaxe deve-se observar a seguinte conduta:

· Tranquilizar o acidentado para que não entre em pânico.


· Afrouxar a roupa para que não lhe aperte o pescoço e o tórax.
· Sentar o acidentado em local fresco e arejado com tórax recostado e a
cabeça levantada.
· Verifique o pulso, se estiver forte, cheio e apresentar sinais de hipertensão,
deixe que seja eliminada certa quantidade de sangue.
· Fazer ligeira pressão com os dedos sobre a asa do orifício nasal de onde flui
o sangue, para que as paredes se toquem e, por compressão direta o
sangramento seja contido.

95
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

· Inclinar a cabeça do acidentado para trás e manter a boca


aberta. Sempre que possível aplicar compressas frias sobre a testa e nuca.
· Caso a pressão externa não tenha contido a hemorragia, introduzir um
pedaço de gaze ou pano limpo torcido na narina que sangra. Pressionar o
local.
· Encaminhar o acidentado para local onde possa receber assistência
adequada.
· Em caso de contenção do sangramento, avisar o acidentado para evitar
assoar o nariz durante pelo menos duas horas para evitar novo sangramento.

Toda hemorragia nasal que ocorre com relativa frequência, sem causa
evidente, requer investigação imediata por profissional qualificado. Toda
hemorragia nasal que se segue a contusões na cabeça deve ser investigada
imediatamente por profissional qualificado.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

96
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

9.6. Desmaios

É a perda súbita, temporária e repentina da consciência, devido à diminuição


de sangue e oxigênio no cérebro.

Principais causas

· Hipoglicemia.
· Cansaço excessivo.
· Fome.
· Nervosismo intenso.
· Emoções súbitas.
· Susto.
· Acidentes, principalmente os que envolvem perda sanguínea.
· Dor intensa.
· Prolongada permanência em pé.
· Mudança súbita de posição (de deitado para em pé).
· Ambientes fechados
Daniloe quentes.
Damião Cardoso da Silva
· Disritmias cardíacas (bradicardia).
dc238701@gmail.com
Sintomas

· Fraqueza.
· Suor frio abundante.
· Náusea ou ânsia de vômito.
· Palidez intensa.
· Pulso fraco.
· Pressão arterial baixa.
· Respiração lenta.
· Extremidades frias.
· Tontura.
· Escurecimento da visão.
· Devido à perda da consciência, o acidentado cai.

97
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Primeiros Socorros

a) se a pessoa apenas começou a desfalecer:

· Sentá-la em uma cadeira, ou outro local semelhante.


· Curvá-la para frente.
· Baixar a cabeça do acidentado, colocando-a entre as pernas e pressionar a
cabeça para baixo.
· Manter a cabeça mais baixa que os joelhos.
· Fazê-la respirar profundamente, até que passe o mal-estar.

b) havendo o desmaio:

· Manter o acidentado deitado, colocando sua cabeça e ombros em posição


mais baixa em relação ao resto do corpo.
· Afrouxar a sua roupa.
· Manter o ambiente arejado.
· Se houver vômito, lateralizar-lhe a cabeça, para evitar sufocamento.
Danilo Damião
· Depois que o acidentado Cardoso
se recuperar, da dado
pode ser Silvaa ela café, chá ou
mesmo água com açúcar.dc238701@gmail.com
· Não se deve dar jamais bebida alcoólica.

Se o desmaio durar mais que dois minutos agasalhar a vítima e procurar com
urgência o serviço médico especializado.

98
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

9.7. Convulsões

É uma contração violenta, ou série de contrações dos músculos voluntários,


com ou sem perda de consciência.

Principais causas e sintomas

· Febre muito alta, devido a processos inflamatórios e infecciosos, ou


degenerativos.
· Hipoglicemia.
· Alcalose.
· Erro no metabolismo de aminoácidos.
. Hipocalcemia.
· Traumatismo na cabeça.
· Hemorragia intracraniana.
· Edema cerebral.
· Tumores. Danilo Damião Cardoso da Silva
· Intoxicações por gases, álcool, drogas alucinatórias, insulina, dentre outros
dc238701@gmail.com
agentes.
· Epilepsia ou outras doenças do Sistema Nervoso Central (SNC).

Sintomas:

· Inconsciência
· Queda desamparada, onde a vítima é incapaz de fazer qualquer esforço para
evitar danos físicos a si própria.
· Olhar vago, fixo e/ou revirar dos olhos.
· Suor · Midríase (pupila dilatada).
· Lábios cianosados.
· Espumar pela boca.
· Morder a língua e/ou lábios.
· Corpo rígido e contração do rosto.
· Palidez intensa.
· Movimentos involuntários e desordenados.

99
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

· Perda de urina e/ou fezes (relaxamento esfincteriano). Geralmente os


movimentos incontroláveis duram de 2 a 4 minutos, tornando-se, então,
menos violentos e o acidentado vai se recuperando gradativamente. Estes
acessos podem variar na sua gravidade e duração.

Depois da recuperação da convulsão há perda da memória, que se recupera


mais tarde.

Primeiros Socorros

· Tentar evitar que a vítima caia desamparadamente, cuidando para que a


cabeça não sofra traumatismo e procurando deitá-la no chão com cuidado,
acomodando-a.
· Retirar da boca próteses dentárias móveis (pontes, dentaduras) e eventuais
detritos.
· Remover qualquer objeto com que a vítima possa se machucar e afastá-la de
locais e ambientes potencialmente perigosos, como por exemplo: escadas,
portas de vidro, janelas, fogo, eletricidade, máquinas em funcionamento.
Danilo
· Não interferir nos Damião
movimentos Cardosomas
convulsivos, daassegurar-se
Silva que a vítima
não está se machucando.dc238701@gmail.com
· Afrouxar as roupas da vítima no pescoço e cintura.
· Virar o rosto da vítima para o lado, evitando assim a asfixia por vômitos ou
secreções.
· Não colocar nenhum objeto rígido entre os dentes da vítima.
· Tentar introduzir um pano ou lenço enrolado entre os dentes para evitar
mordedura da língua
· Não jogar água fria no rosto da vítima.
· Quando passar a convulsão, manter a vítima deitada até que ela tenha
plena consciência e autocontrole.
· Se a pessoa demonstrar vontade de dormir, deve-se ajudar a tornar isso
possível apenas se a causa da convulsão não se deu por traumatismo direto a
cabeça, neste caso NÃO se deve deixar a vítima dormir e encaminhá-la
diretamente para uma emergência hospitalar.
· Contatar o atendimento especializado pela necessidade de diagnóstico e
tratamentos precisos.

100
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

No caso de se propiciar meios para que a vítima durma, mesmo que seja no
chão, no local de trabalho, a melhor posição para mantê-la é deitada na
posição lateral de segurança (decúbito lateral).
Devemos fazer uma inspeção no estado geral da vítima, a fim de verificar se
ela está ferida e sangrando. Conforme o resultado desta inspeção, devemos
proceder no sentido de tratar das consequências do ataque convulsivo,
cuidando dos ferimentos e contusões.
É conduta de socorro bem prestado permanecer junto à vítima, até que ela se
recupere totalmente. Devemos conversar com a vítima, demonstrando
atenção e cuidado com o caso, e informá-la onde está e com quem está, para
dar-lhe segurança e tranquilidade. Pode ser muito útil saber da vítima se ela é
epiléptica. Em qualquer caso de ataque convulsivo, a vítima deve ser
encaminhada ao Emergência, mesmo que ela tenha consciência de seu
estado e procure demonstrar a impertinência dessa atitude.
A obtenção ou encaminhamento para uma unidade emergencial deve ser
feito com a maior rapidez, especialmente se a vítima tiver um segundo
ataque; se as convulsões durarem mais que 5 minutos ou se a vítima for
mulher grávida.
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com

101
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

9.8. Concussão cerebral

A concussão é uma lesão cerebral desencadeada por um mecanismo


biomecânico descrito no século XX. O cérebro sofre um processo de
aceleração e desaceleração abruptas, no plano anteroposterior, muitas vezes
associado a movimentos rotacionais, colidindo contra a tábua interna do
crânio, mantendo um ponto relativamente fixo, o tronco encefálico. Os
estudos mais atuais observaram que nesse mecanismo traumático fechado há
alterações eletrofisiológicas (comprometendo a atividade neuronal) no
sistema reticular ativador ascendente (SRAA) e diencéfalo.
Os aspectos atinentes à cronificação das lesões relacionadas à concussão
cerebral dizem respeito aos traumas de repetição. Estudos com profissionais
que praticam esportes de contato revelam que traumas sucessivos, de
repetição, são responsáveis por lesões degenerativas neuronais, incluindo o
acúmulo da proteína tau. O retorno precoce às atividades esportivas, após
uma concussão cerebral, agrava os danos metabólicos mencionados
anteriormente (fase aguda), induzindo à apoptose neuronal. Estudos com
lutadores profissionais
Danilodemonstraram que a repetição
Damião Cardoso do trauma, com golpes
da Silva
direcionados ao crânio, evoluem com atrofia cortical e hipocampal associada
dc238701@gmail.com
a ventriculomegalia. Estudos em animais revelam que uma única concussão
cerebral, considerada grave, pode resultar em uma evolução crônica do dano
cerebral, com morte celular e atrofia em um ano.
O diagnóstico da concussão cerebral é clínico. Trata-se de uma lesão de
caráter difuso, sem manifestações focais ao exame clínico. A perda da
consciência somente acontece em cerca de 10% dos casos, enquanto a
amnésia anterógrada e ou retrógrada, em 30 a 50% dos casos. A cefaleia
acontece na maioria dos casos (aproximadamente 85%).
Uma vez diagnosticada ou suspeitada, a concussão deverá ser manejada com
reavaliações clínicas frequentes. Atenção especial deverá ser dada àqueles
pacientes com rebaixamento do nível de consciência (ou períodos
prolongados de inconsciência pós-traumatismo craniano), convulsões, sinais
neurológicos focais e ou suspeita de lesão cervical.
Devido ao impacto, há risco de formação de hematomas subdurais,
extradurais, fraturas ósseas e ou contusão cerebral.
Uma ferramenta útil desenvolvida para o diagnóstico de concussão cerebral
nas atividades esportivas denomina-se Sport Concussion Assessment Tool,
third edition (SCAT3). Trata-se de uma lista com 22 sintomas relevantes.

102
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Na suspeita de concussão cerebral, a presença de apenas um


sintoma conclui o diagnóstico. Uma nova escala denominada childSCAT3
foi desenvolvida para crianças de 5 a12 anos com suspeita de concussão
cerebral.
As vítimas com diagnóstico de concussão cerebral devem permanecer em
repouso para reduzir a demanda metabólica cerebral, que, de outra forma,
poderia exacerbar as lesões celulares.
É recomendado a vítima que não retorne às suas atividades diárias enquanto
não houver melhora da cefaleia e do mal-estar.

Red flags (bandeiras vermelhas)

O passo um refere-se às red flags, que são sinais ou sintomas que a pessoa
pode apresentar. Caso positivo, ela deve ser removida imediatamente do
treino ou competição e colocada em segurança, e imediatamente também
deve-se chamar o resgate para que ela seja encaminhada para um serviço de
saúde especializado.

As red flags são:


Danilo Damião Cardoso da Silva
. Desmaio; dc238701@gmail.com
. Dor forte ou crescente de cabeça;
. Alteração no estado de consciência;
. Alteração no humor, a pessoa ficar inquieta, mais irritada ou alguma reação
fora do comum;
. Convulsão ou algum outro tipo de epilepsia;
. Visão dupla;
. Vômito;
. Fraqueza ou formigamento nos braços ou pernas;
. Dor muito forte no pescoço.

É importante lembrar que outros cuidados de primeiros socorros devem ser


prioridade, como o cuidado com a coluna (principalmente a cervical), o
ambiente de primeiro atendimento estar seguro e cuidados com as vias
aéreas e com a circulação.
Caso o indivíduo não apresente nenhuma red flag, ele deve continuar sendo
monitorado pelos próximos passos que estão descritos no CRT5. Esta
ferramenta é derivada do SCAT (Sport Concussion Assessment Tool ou
Escala de Avaliação da Concussão Cerebral no Desporto que falamos
103
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

anteriormente), o qual é destinado a profissionais certificados


para avaliação de concussão. Vale muito a pena estar habituado com o
CRT5, para que o cuidado com o atleta ou com a pessoa acidentada seja
completo, evitando ao máximo casos negligenciados.

Primeiros socorros:

. Chame a ambulância (192) ou leve a vítima imediatamente ao pronto-


socorro.
. Observe o nível de consciência.
. Verifique as vias aéreas, a respiração e a circulação da pessoa. Se necessário,
inicie a ressuscitação boca-a-boca e a RCP.
. Se a respiração e a frequência cardíaca estiverem normais, mas a pessoa
estiver inconsciente, trate como se houvesse uma lesão na coluna. Estabilize
a cabeça e o pescoço colocando as mãos em ambos os lados da cabeça da
pessoa. Mantenha a cabeça alinhada com a coluna e evite movimentos.
Aguarde a chegada de ajuda médica.
. Não deixe a pessoa adormecer.
. Pare qualquer sangramento pressionando firmemente com um pedaço de
pano limpo sobreDanilo Damião
o ferimento. Se a Cardoso da Silva
lesão for grave, tome cuidado para não
mover a cabeça da pessoa. dc238701@gmail.com
Se o sangue encharcar o pano, não o remova.
Coloque outro pedaço de tecido em cima do primeiro.
. Se você suspeitar de uma fratura no crânio, não aplique pressão direta no
local do sangramento ou remova qualquer resíduo do ferimento. Cubra a
ferida com um curativo de gaze esterilizado.
. Não deixa a pessoa de mover.
. Colocar o colar cervical segundo procedimentos.
. Se a pessoa estiver vomitando, com muito cuidado vire a cabeça, o pescoço
e o corpo para o lado como uma unidade para evitar asfixia. Isso também
protege a coluna vertebral, pois sempre se deve presumir que haja uma lesão
no caso de traumatismo craniano.
. As crianças costumam vomitar uma vez após um ferimento na cabeça. Isso
pode não ser um problema, mas chame imediatamente um médico.
Aplique compressas de gelo nas áreas inflamadas (enrole o gelo em uma
toalha para não o aplicar diretamente na pele).

104
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

10. GERENCIAMENTO DE ACADEMIAS DE


ARTES MARCIAIS E ESPORTE DE COMBATE
Capítulo desenvolvido com a especial
contribuição do professor Áttilla Torres.

Selecionamos abaixo os tópicos mais importantes tratados durante o nosso


curso. As vídeo aulas com o desenvolvimento de cada tópico tratado estão
disponíveis para os que adquirirem o curso.

10.1. Gestão Administrativa

O futuro da profissão

A pandemia do novo Corona Vírus afetou de forma direta ou indireta todos os


profissionais que tem algum tipo de vínculo com o esporte. Assim como as
modalidades trabalhadas em campo ou em quadras, quem trabalha com artes
marciais e esportes de combate
Danilo Damiãotambém sentiu oda
Cardoso impacto
Silvada proliferação da
epidemia.
dc238701@gmail.com
Empreendedorismo

O nicho das academias de artes marciais e esportes de combate não é novo e


revolucionário, mas também cativou uma parcela importante de atletas e entusiastas
que priorizam modalidades esportivas como o boxe recreativo ou boxe sem contato,
Body Combat, Muay Thai e Jiu-Jitsu, para citar alguns.

O que é necessário para abrir uma academia?

. Criar um plano de negócios;


. Fazer uma pesquisa de mercado;
. Levantar quais os documentos são necessários e quanto custa;
. Procurar um local ideal;
. Fazer a lista e quantificar o valor dos materiais e insumos necessários;
. Contar com os profissionais certos.

105
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Investimento em uma academia


O investimento inicial para montra uma boa academia de artes marciais e esportes de
combate gira em torno de 100 mil reais, mas esse valor envolve muitas escolhas e por
isso pode variar bastante:
. O que você vai oferecer?
. Para que você vai oferecer?
. Onde vai montar sua academia?

Localização

A primeira coisa que temos que ter em conta ao abrir uma academia é um local que
acolha não apenas o espaço para a prática do esporte, mas que tenha um bom
vestiário, uma sala de entrada com um recepcionista e possível um ambiente de estar
onde as pessoas possam sentar-se, tomar um chá ou um café e relacionar-se antes ou
depois das aulas.

Estrutura da academia:

. Tecnologia (sistemas de gerenciamento);


. Ringue (octógono, tatame, etc.);
. Equipamentos;
. Banheiros (muitoDanilo
importanteDamião Cardoso
a qualidade e higiene); da Silva
. Vestiários; dc238701@gmail.com
. Localização.

APP de Gestão de Academias

Em tempos de avances tecnológicos as empresas têm investido cada vez mais


ferramentas, sistemas e vários outros recursos que otimizam seus processos e
potencializam seus resultados. A cada momento surgem novos métodos de e é preciso
sempre ficar atento a essas mudanças para investir no melhor recurso para o seu
negócio.
Exemplo: iDojo.

106
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

10.2. Gestão de Recursos Humanos

O grande segredo é: quem eu coloco e onde.

Reputação da academia

Consumidores não são atraídos por profissionais e empresas malvistas e isso também
irá afastar talentos e profissionais capacitados.

Profissionais da academia

. Atendimento;
. Professores;
. Treinamento físico;
. Limpeza;
. Gestão e administração financeira;
. Marketing.

Perfil do profissional
Danilo Damião Cardoso da Silva
. Capacidade de interagir com diversos níveis hierárquicos;
dc238701@gmail.com
. Formação profissional e cursos de capacitação;
. Saber trabalhar em equipe;
. Proativo;
. Vontade de aprender e crescer;
. Conhecimento em informática;
. Resiliência;
. Inteligência emocional;
. E o principal: saber aonde deseja chegar.

Preparação do profissional

. Curso em atendimento:

- Vendas;
- Monitoramento das visitas e conversão;
- Monitoramento de ligações.

. Cobrança;
. Higiene:

- Estar asseado;
107
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

- Estar bem vestido e de acordo com o seu trabalho.

. Atualização constante.

Salário e bonificações.

. Distribuição do lucro dos donos (30% do lucro);


. Pró-labore dos donos (mínimo de 10% da receita);
. Remuneração de conversão;
. Percentual da mensalidade (60 a 40%);
. Aluguel do espaço/horário para o professor;
. Bonificação pela fidelidade;
. Resgate de egresso.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

108
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

10.3. Gestão de Marketing

Mercado de artes marciais e esportes de combate

. Quem é o seu concorrente;


. Quem é o seu cliente;
. O que ele quer;
. Plano de ação;
. Modalidades.

Estratégias para novos alunos

Infelizmente 70% dos alunos que entram saem, como reter?

. Uma semana de aula gratuita e individual (com o melhor professor);


. Dia do amigo (trazer um amigo para fazer a aula);
. Dia do super-herói (para crianças);
. Indique um amigo (e ganhe desconto).

Gestão de marketing e Comunicação


Danilo Damião Digital
Cardosoda Silva
dc238701@gmail.com
. Esteja presente no mercado;
. “Quem não é visto não é lembrado”;
. Apresentação da academia:

- Missão, visão, valores, logomarcas, redes sociais, site (captação de leads).

. Folders;
. Brindes;
. Marketing digital.

109
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

10.4. Gestão Pedagógica

Gestão pedagógica:

Ações desenvolvidas pelo professor, pelas quais se organizam as atividades de ensino e


dos alunos para entender e atingir os objetivos do trabalho, em relação a um
conteúdo específico relacionado a aula.
A clientela que você atender é importante para todas as decisões tomadas antes de
montar uma academia e depois:

. Qual a idade do meu público?


. O que eles esperam dos serviços da minha academia?
. Quanto estão dispostos a pagar?
. Qual horário atende as demandas do meu público?
. O que minha academia pode oferecer ao meu cliente que as outras não oferecem?

Aulas personalizadas/particulares:

Um método de treinamento
Danilo Damião que vai explorar
Cardoso ao máximo
da Silvaas habilidades do seu
cliente. O personal vai ensinar os benefícios das artes marciais e esportes de combate
dc238701@gmail.com
alcançará resultado incríveis, desenvolvendo técnicas corporais que serão úteis até
mesmo nas atividades cotidianas.

Aulas coletivas:

Dinâmicas, animadas e com metodologia.

. Método de ensino;
. Público alvo;
. Aula introdutória /primeira aula.
. Grade de horários.

110
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

10.5. Gestão Comercial

Vendas e comercialização de:

. Equipamentos esportivos;
. Equipamentos de proteção;
. Fardamento;
. Vouchers promocionais;
. Exames de graduações;
. Avaliação física;
. Avaliação médica;
. Venda de bebidas e pequenos lanches, etc.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

111
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

10.6. Gestão Financeira

Dados e resultados

A quanto tempo seu aluno treina na academia?


Qual o seu ticket médio?
Qual é a sua conversão?
Qual a sua evasão?
Qual a média de frequência?
Qual o valor das despesas?
Qual o valor total do lucro?
Qual o valor total de inadimplência?
Qual o valor recuperado?
Quantos contratos mensais?
Quantos contratos semestrais?
Quantos contratos anuais? (Dê preferência a esse tipo de contrato).

Visita só com cadastro


Danilo Damião Cardoso da Silva
. Praticante uma vez dc238701@gmail.com
. Aluno novo três vezes ou até uma semana,

Não existe bolsista

. Cobrar de todos os alunos.

Filiais / Franquia

. Valor anual;
. Material personalizado fornecido pela matriz.

Caixa

. Não misturar o caixa da empresa com gastos pessoais.

“Aconteça o que acontecer continue estudando. ”

112
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

11. MARKETING E MARKETING DIGITAL


PARA TREINADORES.

Capítulo desenvolvido com a especial contribuição


do empreendedor digital Fábio Seligra.

Selecionamos abaixo alguns dos tópicos mais importantes tratados durante o


nosso curso. As vídeo aulas com o desenvolvimento de cada tópico tratado
estão disponíveis para os que adquirirem o curso.

“Preço é o que o cliente paga, valor é o que ele leva. ”

O trabalho de personal trainer está em alta demanda. Essa alta demanda é


sinônimo de um grande número de pessoas que procuram ganhar a vida
Danilo Damião Cardoso da Silva
como personal trainers.
Por isso haverá a necessidade de se diferenciar dos demais profissionais que
dc238701@gmail.com
estão no mercado de trabalho e, para isso, deverá ser utilizado o marketing, e
principalmente o marketing para personal trainers, que abrange uma
infinidade de áreas.
Atualmente o mundo gira em torno da Internet, pois aos poucos é possível
realizar tarefas na Internet que há alguns anos eram impossíveis.
Fique por dentro das novidades instantaneamente, faça um curso a
distância, venda produtos ou serviços e claro, anuncie e seja visto, algo
extremamente importante para quem quer trabalhar como personal trainer.
Na Internet, encontraremos uma infinidade de possibilidades para nos
promovermos como personal trainers:
Tenha nosso próprio site.
Ter presença em redes sociais como Instagram, Facebook, TikTok, LinkedIn
ou Twitter, algo muito importante hoje.

113
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Tenha um site:

O facto de termos o nosso próprio site profissional e canal do YouTube irá


proporcionar ao personal trainer uma série de vantagens, quer trabalhe
pessoalmente quer apenas online.
Entre estas vantagens está a possibilidade de ter uma plataforma de trabalho,
poder ser vista na Internet, e poder mostrar a todos os potenciais clientes
que visitam a web como é a nível profissional no sector do fitness.
Ter um site vai permitir-nos diferenciar dos restantes treinadores, pois
poderemos criar a nossa própria imagem, algo muito importante como
veremos mais tarde, para além de nos posicionarmos nos motores de busca
da Internet para qualquer pesquisa efetuada por um potencial cliente.
Por outro lado, as redes sociais são um dos principais centros de atração de
clientes de qualquer empresa, que inclui um personal trainer.

Redes sociais:

Atualmente, existe um grande número de redes sociais. Diante disso, uma


boa estratégia de marketing para treinadores pessoais começará com a
presença no maiorDanilo
númeroDamião Cardoso da Silva
possível delas.
dc238701@gmail.com
Cada rede social é caracterizada por detalhes específicos, mas, no entanto,
todas elas possuem um padrão comum que é seguir certas pessoas.
No caso de um personal trainer, o objetivo será estar do lado oposto, ou seja,
ser seguido por um grande número de pessoas, a quem chegará o conteúdo
por ele criado.
Para atingir um elevado número de seguidores, o mais importante é oferecer
conteúdos originais, interessantes e úteis. O que um personal trainer oferece
a seus seguidores será a imagem do serviço que ele vende como profissional.

Estratégias de marketing para treinadores pessoais:

Para manter e aumentar o número de seguidores, diferentes estratégias de


marketing podem ser realizadas para personal trainers a serem desenvolvidas
nas redes sociais, no YouTube ou em qualquer outra área.

114
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

As principais estratégias são:

. Envie conteúdo valioso e útil periodicamente:

Uma das vantagens do setor é a facilidade de criação de conteúdo graças à


quantidade de temas que estão sempre em dia. O preparo físico e um estilo
de vida saudável oferecem muita diversão na hora de criar qualquer tipo de
conteúdo visual que agregue valor ao público.

Esse conteúdo valioso pode ser:

. Como executar certos exercícios.


. Rotinas de treinamento para diferentes épocas do ano (Natal, verão,
operação de biquínis, viagens, exibição de abdominais etc.)
. Infográficos.
. Cursos curtos e gratuitos.
. O importante é compartilhar esse tipo de conteúdo regularmente. Atenção
especial deve ser dada ao compromisso assumido com os liderados e não
perder consistência.
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
Esta estratégia de marketing para treinadores pessoais baseia-se na
importância de publicar conteúdos de qualidade dentro do prazo e com
regularidade, criando uma imagem séria e responsável de bom profissional.
Essa estratégia de marketing é uma das bases que ajudarão o personal trainer
a se posicionar como um profissional sério, além de gerar confiança e
autoridade.

. Crie desafios online em momentos específicos:

Criar um desafio online é uma das estratégias de marketing mais utilizadas


pelos personal trainers hoje, devido à sua implementação simples e rápida.
Algo muito importante é que sua taxa de conversão é muito boa, ou seja, o
número de seguidores que acaba adquirindo algum serviço do personal
trainer é bastante alto.
É uma ótima maneira de se dar a conhecer como personal trainer, dando
confiança aos serviços ou produtos que oferece.

Uma boa forma de começar com esta estratégia é criar desafios específicos
que estejam relacionados com produtos ou serviços oferecidos pelo
115
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

treinador, e cujo objetivo seja fácil de alcançar durante um


determinado período de tempo que vai de alguns dias a 1 mês.

Alguns exemplos são:

. Fazer 6 rounds de saco por dia durante um mês.


. Coma 3 frutas por dia ou vegetais por uma semana,
. Compartilhe receitas saudáveis com o resto dos participantes do desafio por
10 dias.
. Depois de pensar no desafio, ele deve ser comunicado ao seu público por
meio de todas as redes sociais em que você está presente, incentivando-os a
se inscreverem.

Uma vez finalizado o desafio, ele pode ser utilizado para fazer ofertas e
promoções relacionadas ao produto ou serviço oferecido, ou ainda realizar
sorteios entre todos aqueles que finalizarem o desafio.

. Crie sua própria comunidade de seguidores:

Graças à Internet,Danilo Damião


barreiras de todosCardoso da Silva
os tipos foram eliminadas para poder
pertencer a grupos ou dc238701@gmail.com
comunidades; e blogs e mídias sociais tornaram-se
locais onde essas comunidades de pessoas de qualquer lugar do mundo
podem se formar.
Um personal trainer pode criar a sua própria comunidade de seguidores,
clientes, assinantes, o que será uma grande mais-valia para o seu negócio de
personal trainer, que o ajudará a posicionar-se como uma referência no seu
setor.
Trata-se, portanto, de atrair membros fiéis à marca pessoal do treinador, que
deve oferecer algo único e característico que defina seus serviços ou
produtos, seus métodos de formação ou suas ideias.
Não se deve esquecer que a criação de uma comunidade também deve ser
feita fora da Internet, portanto, a criação de eventos presenciais como
treinamentos no parque, encontros, desafios presenciais devem ser levados
em consideração.

116
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Crie um programa de sócios online:

Esta estratégia de marketing para treinadores pessoais tem tudo a ver com a
criação de uma comunidade. Consiste na possibilidade de rentabilizar a
comunidade que criamos através de uma adesão online.
O fato de criar este tipo de assinatura é indicado para formadores que já
possuem uma certa fama no sector do fitness, e que procuram criar uma
imagem mais profissional e exclusiva, valorizando o seu negócio.
Um dos fatores a serem considerados ao criar uma comunidade de
pagamento é encontrar o nicho de mercado para o qual ela será direcionada.
Quanto mais específico for o nicho, maior será a taxa de conversão; algo que
não vai acontecer com comunidades muito genéricas e mal definidas em
termos de assunto.
É óbvio que, se for criada uma assinatura paga, o conteúdo oferecido pelo
personal trainer deve ser de muito boa qualidade.

. Invista em publicidade digital:

Hoje em dia, muitos sites e redes sociais vivem da publicidade. É por isso
que um personalDanilo
trainer Damião
com perfilCardoso da Silva
no Instagram, Facebook ou YouTube
dc238701@gmail.com
poderá pagar para que seu conteúdo apareça nas primeiras posições.
É uma maneira eficaz, mas cara, de ser notado rapidamente quando você está
começando no mundo do marketing.
O mesmo vale para o Google, onde você pode pagar para que um anúncio de
venda de serviços de treinamento personalizado na cidade X apareça nos
primeiros resultados.
Quanto mais específico for o serviço oferecido, mais fácil será aparecer no
primeiro resultado.
Por exemplo, não vai ser o mesmo anunciar como: Personal Trainer na
cidade X, que certamente serão centenas, do que fazer como Personal
Trainer na cidade X para idosos, que é um grupo muito menor e específico.

. Pesquisar sinergias e alianças com outros profissionais:

O setor de treinamento esportivo está intimamente ligado ao setor de


nutrição e fisioterapia. Isso torna muito boa a ideia de encontrar uma aliança
de personal trainer-nutricionista-fisioterapeuta, de forma que favoreça a
carreira profissional de ambos.

117
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

A criação dessa colaboração pode ser feita de várias maneiras:

Colaboração regular conjunta na sessão de acompanhamento nutricional ou


fisioterapia dos clientes do treinador, proporcionando-lhes um serviço de
valor acrescentado.
Colaboração pontual em sessão online, diretamente no Facebook ou
Instagram que o treinador faz.
Colaboração em algumas das publicações em redes contribuindo com seus
conhecimentos.
Colaboração como afiliado dos produtos que vende, através da qual o
treinador ganha uma comissão cada vez que recomenda os seus produtos a
alguém e os compra.

. Automatizar o sistema de vendas:

É uma estratégia de marketing para personal trainers capazes de fazer o


negócio crescer automaticamente, enquanto o treinador pode se dedicar a
outras tarefas.
Isso é conhecido como marketing automatizado e funis de vendas. É um
sistema que atraiDanilo
usuáriosDamião Cardoso
com tráfego pago edaqueSilva
continua oferecendo
conteúdo valioso em trocadc238701@gmail.com
de seus dados comerciais.
Este conteúdo pode ser estudos, entradas de blog, infográficos, etc.
Posteriormente, passamos ao e-mail marketing e, por fim, uma vez que os
clientes já conhecem perfeitamente o personal trainer e como ele funciona, é
hora de oferecer-lhes os seus serviços.

. Publicar conteúdo como convidado em outros blogs do setor:

É uma das melhores formas de se dar a conhecer em segmentos de público


que atualmente não são acessíveis e que são adeptos de outros profissionais
do setor.
Graças à possibilidade de compartilhar conteúdos em outros blogs, sites ou
redes sociais, um personal trainer poderá chegar a esses públicos e se dar a
conhecer para que depois o sigam e promovam seus conteúdos.
Nesse ponto, duas técnicas podem ser seguidas, e quais são as mais utilizadas:

a) crie e assine como autor original um guest post em outro blog ou perfil de
rede social do setor;

118
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

b) ser entrevistado por outros colegas ou profissionais do setor.

Desta forma, o personal trainer entra nos seus canais de marketing de forma
não intrusiva e agregando valor, algo totalmente necessário para criar uma
boa imagem profissional.

. Criar promoções do tipo trazer um amigo:

Os personal trainers precisam de clientes, e que melhor maneira de divulgar


seus serviços do que seus próprios clientes.
Uma das estratégias mais simples e eficazes é oferecer uma promoção a
clientes ou novos clientes se trouxerem um amigo, familiar, parceiro, etc.
Se um personal trainer oferece um bom serviço, seus clientes não hesitarão
em aproveitar esta oferta.

Clientes leais:

Uma das máximas de qualquer negócio é que algo de grande importância é


que o cliente volte. No caso dos personal trainers, o interessante é que o
Danilo
cliente fica com muito Damião
tempo, e paraCardoso
isso deve serda
fielSilva
através de promoções,
brindes, descontos, etc. dc238701@gmail.com
Quanto mais ativo o marketing de um personal trainer, maior será o volume
de negócios que ele terá.

YouTube
Pode-se dizer que o YouTube é uma rede social, mas devido ao seu formato
se encaixa mais na categoria de plataforma de conteúdo.
Hoje qualquer pessoa pode ter o seu próprio canal de televisão gratuito
graças ao YouTube, pelo que qualquer treinador pessoal pode dar-se a
conhecer através desta plataforma.
Criar rotinas, treinar, oferecer informação, criar personagem... qualquer
ideia é boa para conseguir atrair assinantes e rentabilizar o canal para, por
um lado, obter receitas, e por outro, potenciais clientes.
Muitas estratégias de marketing de personal trainers começaram por ter seu
próprio canal no YouTube.

119
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. O site para personais trainers:

Trabalhar como personal trainer vai significar ter que atrair clientes de
alguma forma. Às vezes, pessoalmente, e às vezes sem poder falar com eles
cara a cara.
Um personal trainer deve atuar como um negócio ou empresa e, portanto,
deve se preocupar em ter um espaço fixo ou “loja”. Nesse caso, o melhor
lugar para localizar uma loja é no site de personal trainers.
O facto de ter um site próprio que os clientes, ou potenciais clientes, possam
visitar fará com que o personal trainer crie a sua imagem de marca, o que
será uma grande mais valia face à concorrência.
Além disso, uma página web será a sua plataforma de trabalho e
comunicação com os clientes que o contrataram, e será muito útil para
realizar as estratégias de marketing para personal trainers que vimos
anteriormente.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

120
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

PARTE 2Danilo
- MÓDULO TEÓRICO
Damião Cardoso ESPECÍFICO
da Silva
dc238701@gmail.com

121
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

1 . BREVE HISTÓRIA DO BOXE.


O boxe que praticamos (boxe inglês) provêm do termo pugilato (bater com os
punhos), é um esporte de contato no qual dois oponentes lutam usando
apenas os punhos com luvas, atingindo o oponente da cintura para cima,
dentro de um quadrilátero especialmente projetado para esse fim; A luta é
feita em sequências de combates breves, chamadas de assaltos ou rounds e de
acordo com um regulamento preciso, que regula as categorias de peso e
duração da luta, entre outros aspectos.
De uma forma mais geral, o termo “boxe” também se refere a um amplo
gênero de esportes de combate em que dois oponentes se enfrentam em uma
luta usando os punhos, cobertos por luvas e diferenciando de acordo com
suas regras diferentes como o boxe francês ou Savate, boxe chinês ou
Shaolin, Kick boxing japonês, Kick boxing Americano, Boxe Tailandês ou
Muay Thai, Suntukan ou boxe filipino e estilos de boxe grego antigo, como a
Pigmaquia e o Pankration, etc.
Após a inclusão nos Jogos Olímpicos da Antiguidade do século VII, a
primeira codificação das regras
Danilo que regulam
Damião Cardoso as lutas de boxe data de 1743
da Silva
(segundo Ceballos, Natalia. “História e origem das luvas de boxe”. Arquivado do
dc238701@gmail.com
original em 31 de agosto de 2018. Acessado em 9 de março de 2019), enquanto as
regras ainda em vigor foram estabelecidas em 1889 pelo Marquês de
Queensberry, que entre outras coisas introduziu o uso de luvas.
A fonte mais antiga de sua origem é africana e remonta a 6000 aC., na área
da atual Etiópia, de onde provavelmente se espalhou pela primeira vez para a
antiga civilização egípcia e depois para as civilizações mesopotâmicas, onde
são encontrados baixos-relevos de boxeadores datados de 5500 aC. Do Egito,
passou para a civilização minoica desenvolvida em Creta, enquanto da
Mesopotâmia se expandiu para a Índia.
Os lutadores egípcios usavam uma espécie de bandagem que cobriam o
punho até o cotovelo. O costume de usar bandagens também é encontrado
em Creta e mais tarde na Grécia Antiga, onde já existem referências ao boxe
na Ilíada de Homero no século VIII aC.
Desde suas origens, o boxe é um esporte popular, praticado antes mesmo de
ser incluído nos Jogos Olímpicos. Entre os esportes praticados na Grécia
antiga, estava o boxe. Em Roma, os competidores usaram os cestus, protetores
de mão de metal cravejados de pregos com os quais chegavam a matar seus
competidores.

122
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

O primeiro dado de uma luta de boxe nos tempos modernos foi na


Inglaterra em 1681, quando o duque de Albermarle organizou uma luta
entre seu açougueiro e seu mordomo. Já no século 18, as pessoas lutavam por
dinheiro (ainda sem luvas) e os espectadores faziam apostas, lutas que
geralmente terminavam de forma fatal.
O primeiro campeão dos pesos pesados foi o inglês James Figg, em 1719. O
primeiro regulamento foi formulado em 1743 pelo campeão John
Broughton; em seguida, foi modificado e alterado. Em 1865, começaram a
ser aplicados os regulamentos elaborados pelo Marquês de Queensberry, que
se mantêm até hoje. O último campeão dos pesos pesados com os punhos
descobertos foi o americano John L. Sullivan, que lutou e venceu a última
luta autorizada desse tipo em 1889 contra Jake Kilrain.
Pelas Regras de Queensberry, quando teve que usar luvas, Sullivan perdeu o
campeonato de pesos pesados ao ser derrotado por James Corbett, em New
Orleans, Louisiana, em 7 de setembro de 1892.
Durante o século 20, o boxe desfrutou de popularidade mundial em vários
países. Seu surgimento foi favorável à fundação de várias agências e
organizações que regulamentariam e promoveriam a prática. Da mesma
Danilocom
forma, estabeleceram-se Damião
sucesso Cardoso da Silva
estabelecimentos desportivos dedicados
ao ensino e exercício dadc238701@gmail.com
abordagem pugilística. O esporte produziu muitos
atletas de destaque e muitos eventos profissionais foram promovidos e
transmitidos pela televisão. Algumas lutas tornaram-se famosas obras e
expressões cinematográficas, que incluíram o tema do boxe ou foram criadas
em torno do boxeador.

123
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

2. O BOXE NO BRASIL
No início do século XX, o boxe era praticamente desconhecido no Brasil. Os
poucos praticantes existentes na época, eram emigrantes alemães e italianos,
localizados nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo.
A primeira luta realizada no Brasil foi em 1913, na cidade de São Paulo,
entre um pequeno ex-boxeador profissional que fazia parte de uma
companhia de ópera francesa e o atleta Luís Sucupira, conhecido como o
“Apolo brasileiro”, em razão de seu físico avantajado. Embora surrado,
Apolo reconheceu que a técnica pode superar a força e tornou-se um grande
entusiasta do boxe e seu primeiro grande divulgador.
Apesar de Apolo ter começado a divulgar o boxe, em 1919 através do
marinheiro Góes Neto (que havia aprendido técnicas de boxe na Europa) é
que o esporte foi divulgado de verdade e passou a ser reconhecido no país.
Após retornar de viagem ao Brasil, Góes Neto resolveu fazer algumas
exibições no Rio de Janeiro, onde estava o sobrinho do Presidente da
República, Rodrigues Alves, que se apaixonou pelo boxe. Com o apoio de
Rodrigues Alves, a difusão do boxe ficou mais fácil. Neste período, foram
criadas academias e nãoDamião
Danilo demorou Cardoso
muito paradao Silva
boxe ser um esporte
regulamentado, com a criação das "comissões municipais de boxe" em São
dc238701@gmail.com
Paulo, Santos e Rio de Janeiro. Isso tudo entre os anos de 1920 e 1921.

Ditão – O primeiro pugilista brasileiro

Em 1922 o Brasil teve seu primeiro pugilista a ganhar destaque. Benedito dos
Santos, conhecido como “Ditão”, começou a treinar boxe numa academia de
São Paulo. Era um negro de grande porte atlético, com enorme talento para
o boxe e detentor de um reto com a mão atrasada potente.
No início de 1923 estreando como profissional, derrotou sem nenhuma
dificuldade seus três primeiros adversários, todos no primeiro round.
O destaque do pugilista logo despertou o assédio dos empresários. Foi então
organizada uma luta entre Ditão e o campeão europeu Hermínio Spalla,
pugilista italiano que tinha um cartel com mais de 60 lutas. Ditão começou o
combate derrubando Spalla no primeiro round, porém, o campeão europeu
massacrou o lutador brasileiro no decorrer da luta e Ditão, além de ter sido
derrotado acabou sofrendo um derrame, do qual encerrou a sua carreira para
o resto de sua vida. Com este episódio, o boxe brasileiro foi duramente
criticado e passou a ser proibido até meados de 1925.
124
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

O clube Espéria

Com a revogação da proibição do boxe no Brasil, o primeiro clube a receber


lutas de boxe foi o Espéria, na cidade de São Paulo. Começava a primeira
época áurea do boxe no país, tendo inclusive a criação de uma espécie de
ranking, algo até então inexistente, e uma nova cultura de treinos. Eis que
surgem os primeiros grandes treinadores de boxe brasileiro, Batista
Bertagnolli e Celestino Caversazio. No Espéria, organizaram uma escola de
formação que traria grandes consagrações para o esporte nos anos seguintes.

A profissionalização do boxe brasileiro

Com a revolta constitucionalista de São Paulo, conhecida como “A


Revolução de 32”, tudo havia ficado paralisado. O acontecimento marcante
desse período foi a criação das federações de boxe regionais, as quais, deu
condições aos boxeadores profissionais brasileiros disputarem oficialmente
títulos internacionais
Danilo e aos amadores
Damião poderemdaparticipar
Cardoso Silva de torneios e
campeonatos estrangeiros. dc238701@gmail.com
Em 1933, o Brasil, pela primeira vez, participou de um campeonato
internacional, o Sul-Americano de Boxe Amador, realizado na Argentina. A
seleção brasileira era composta apenas de cariocas, pois, somente no Rio de
Janeiro o boxe era legalizado através de federação.
Na década de 1930, surgiram alguns lutadores de destaque, entre eles, Ítalo
Hugo, chamado de “Menino de Ouro”.

Década de 1940 – o ginásio do Pacaembu

Criado em 1940, o ginásio do Pacaembu foi palco de grandes lutas. Pela


primeira vez, podiam-se ver lutas de brasileiros com nível verdadeiramente
internacional. Os mais destacados deles foram: Atílio Lofredo e Antônio
Zumbano ou "Zumbanão" como era conhecido.
Zumbanão foi o primeiro grande astro do boxe brasileiro, imperando
absoluto por um longo período, de 1936 a 1950, no qual realizou cerca de
140 lutas, dos quais metade delas venceu por nocaute. Era um peso médio de
grande pegada e capacidade de esquiva, arrastava multidões ao ginásio do
Pacaembu por ser um ídolo.
125
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Década de 1950 – O grande momento do boxe brasileiro

A década de 1950 foi marcada pelo importante crescimento popular do boxe


e por revelar grandes boxeadores. Entre eles, nomes como o de Kaled Curi,
Luisão, Ralf Zumbano e Éder Jofre, considerado por muitos, até hoje, o
maior boxeador da história do boxe brasileiro.
Nesta época Éder Jofre participou dos Jogos Olímpicos de Melbourne, na
Austrália, em 1956, o que fez ele despontar no boxe profissional. Apesar de
não trazer nenhuma medalha das olimpíadas, Jofre foi responsável por vários
títulos importantes. Destaque para o brasileiro dos pesos-galo, em 1958,
porém, o auge de títulos conquistados por Éder Jofre seria na década de
1960.

Décadas de 1960 e 1970 – Surge a lenda de Éder Jofre

Depois de conseguir ficar entre os dez primeiros colocados do ranking da


antiga NBA, atual Associação Mundial de Boxe (WBA), em 1960, Éder Jofre
Danilo
teve a oportunidade Damião
de disputar Cardoso
o título dacontra
mundial Silva o mexicano Eloy
Sanchez. Sagrou-se campeão mundial e mais adiante, em 1962, Jofre
dc238701@gmail.com
enfrentou o campeão da Europa de Boxe. A luta valia a liderança do ranking
da categoria galo. Éder Jofre derrotou o adversário irlandês, no Ibirapuera,
em São Paulo, tornando-se o número 1 da categoria.
Jofre manteve seu cinturão até 1965, quando foi derrotado duas vezes pelo
maior boxeador japonês de todos os tempos, Masahiko “Fighting” Harada, o
que fez com que ele se afastasse dos ringues aos 30 anos de idade.
Cinco anos mais tarde, já na década de 1970, Jofre retornou aos ringues,
porém, na categoria pena, voltou a ser campeão mundial pelo Conselho
Mundial de Boxe em 1973. Despediu-se definitivamente dos ringues em
1976 com um fantástico cartel de 78 lutas e apenas 2 derrotas.
Nas décadas de 1960 e 1970, outros lutadores se destacaram. Entre eles o
médio-ligeiro Miguel de Oliveira, campeão mundial pelo Conselho Mundial
de Boxe em 1975 e o peso Mosca Servílio de Oliveira, um dos poucos
boxeadores brasileiros a conquistar uma medalha olímpica, nos Jogos da
Cidade do México em 1968.

126
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Década de 1980 – Surge Maguila

No início da década de 1980, pela primeira vez no Brasil, uma rede de


Televisão (TV Bandeirantes), por iniciativa de seu diretor de esportes, na
época, Luciano do Valle, ao qual também atuava como promotor de eventos
esportivos, resolveu investir pesado no boxe, transformando-o em um
espetáculo de massa.
Com 1,86 metros e cerca de 100 kg, Maguila foi um dos poucos pesos
pesados brasileiros de destaque internacional. Tendo enorme carisma aliado
à grande valentia e uma direita demolidora que lhe propiciou nada menos do
que 78 nocautes em sua carreira de 87 lutas (a maioria contra lutadores
europeus, sul-americanos e norte-americanos).
Maguila estreou como profissional em 1983, tendo Ralph Zumbano como
técnico e Kaled Curi como empresário. Em 1986, já no auge da fama,
assinou contrato com a Luque, empresa do jornalista Luciano do Vale,
passando a treinar com Miguel de Oliveira, ao qual alterou profundamente
seu estilo de luta e corrigiu os seus defeitos no sistema defensivo. Como
consequência, emDanilo
1989, chegou
Damião a ser o segundo
Cardoso dacolocado
Silva no ranking do
CMB e em rota de colisão com Mike Tyson, na época, o “undisputed
dc238701@gmail.com
Champion” do mundo.
Enfrentou dois dos maiores pesados do século XX, Evander Holyfield e
George Foreman. Perdeu as duas lutas e isso lhe tirou não só a chance de
disputar o título como praticamente encerrou sua carreira. Em 1995, chegou
a campeão mundial pela WBF (Federação Mundial de Boxe), uma associação
que ainda não havia conseguido grande respeitabilidade. Com falta de
patrocínio, Maguila foi destituído do título por inatividade.

Década de 1990 - Acelino Freitas, o Popó.

Acelino Freitas nasceu numa família pobre, de um bairro da periferia da


capital baiana, a Cidade Nova, localizado na região da Baixa de Quintas,
filho de Niljalma Freitas e Zuleica. Recebeu da mãe o apelido com que
tornou-se conhecido, Popó, em referência ao barulho que Acelino fazia
quando mamava.

127
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Seu pai era também pugilista, assim como três dos seus irmãos,
dos quais Luís Cláudio foi quem mais o incentivou a também ingressar na
profissão, o que fez já aos 14 anos de idade.
Até o primeiro título mundial, morava com os pais e irmãos naquele casebre,
de 6,75 m², que tinha panos como divisórias.
Com dois casamentos, e filhos com três mulheres diferentes, o baiano
enfrentou no segundo (com Eliana Guimarães, filha do empresário André
Guimarães) uma fase bastante difícil, que refletiu negativamente nos seus
resultados sobre os ringues (causando sua primeira derrota na carreira) - a
reconciliação veio habilitá-lo a novamente disputar um título, e vencer.
Medindo 1,63 m e pesando cerca de 70 kg, Popó teve uma carreira vitoriosa
no Boxe,ainda almeja uma luta gloriosa conta Floyd Mayweather.Como
amador, foi medalhista de prata nos Jogos Pan Americanos de Mar del Plata,
em 1995. Como profissional (carreira iniciada em 1995), conquistou 4
títulos mundiais e, juntamente com o mexicano Alfonso Zamora, detém o
recorde de maior sequência de nocautes até chegar a um título mundial: 21.

Boxe amador

Popó iniciou suaDanilo


carreira Damião Cardoso
com 14 anos da Silva
como amador. Foi campeão Baiano
dc238701@gmail.com
aos 14, campeão Norte-Nordeste aos 15 e Campeão Brasileiro aos 17 anos.
Em 1995, foi convocado para a seleção Brasileira que disputaria os Jogos Pan-
Americanos de 1995, em Mar Del Plata, onde conquistaria o vice-
campeonato do torneio. Com a conquista da medalha de prata no Pan, Popó
passou a lutar no boxe profissional.

Como profissional

Popó fez sua primeira luta no dia 14 de julho de 1995, vencendo por
nocaute aos 34 segundos do primeiro round. Na sua sexta luta, Popó foi
campeão do Mundo Hispano pela WBC (Conselho Mundial de Boxe).
Conquistou o título latino da IBF (Federação Internacional de Boxe) ao
derrotar o colombiano Arcelio Diaz no primeiro round. Na sua luta seguinte,
já com um cartel de 9-0 (todas as vitórias por nocaute) e como campeão
latino, Popó fez sua primeira luta fora do Brasil, na Costa Rica, também
vencendo por nocaute. Em 1998 foi campeão brasileiro na categoria Super-
leve. Em outubro de 1998 foi campeão do título NABO, título regional da
WBO (Organização Mundial de Boxe), ao vencer o mexicano José Luis
Montes por nocaute no primeiro round.
128
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Em abril de 1999, defendeu o título NABO derrotando o


mexicano Juan Angel Macias por nocaute no oitavo round.

Primeiro título mundial

No dia 7 de agosto de 1999, com cartel de 20-0 (20 nocautes), Popó


conquistaria seu primeiro título Mundial. A luta ocorreu na França contra o
campeão, lutador do Cazaquistão, Anatoly Alexandrov, valendo o título
Mundial super-pena da WBO.
Após a luta, Popó assinou contrato com a Showtime, e passou a ter suas lutas
transmitidas para os Estados Unidos.

Defendendo o título

Da conquista do cinturão até janeiro de 2002 (data de sua luta de


unificação), Popó defendeu seu título 6 vezes contra Anthony Martínez,
Barry Jones, Javier Jauregui, Lemuel Nelson, Carlos Alberto Ramon Rios e
Orlando Jesus Soto, vencendo todas por nocaute. Além de mais 3 lutas sem
título em jogo contra Cláudio Victor Martinet (vencida por nocaute no
terceiro round), Danilo Damião
Daniel Alicea Cardoso
(vencida da Silva
por nocaute no primeiro round) e
dc238701@gmail.com
contra o ex-campeão mundial Alfred Kotey. Por decisão unânime, essa última
luta quebrou o recorde de nocautes de Popó (até então Popó tinha vencido
todas as suas 29 lutas por nocaute).

Popó Vs. Casamayor

Em 12 de janeiro de 2002, Freitas (30-0 na época) decidiu acertar uma luta


de unificação de título dos super-penas com o campeão mundial da WBA
(Associação Mundial de Boxe) e campeão olímpico de boxe, Joel Casamayor
(26-0 na época). Na disputa de unificação entre os 2 campeões invictos, um
knockdown controverso e uma penalização para Casamayor por um golpe
ilegal fizeram a diferença, e Popó venceu a dura luta por decisão unânime.
Popó era então bicampeão mundial super-pena por 2 organizações: WBA e
WBO.

Seguindo a grande vitória sobre Casamayor, Popó derrotou o invicto e


número 1 do ranking da WBO, Daniel Attah, defendendo seu cinturão. A
luta teve uma audiência de 91 milhões de telespectadores no Brasil na Rede

129
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Globo. Em seguida, venceu o mexicano Juan Carlos Ramírez


por nocaute, defendendo seus 2 cinturões.

Popó Vs. Barrios

Em 9 de agosto de 2003, Popó fez uma das lutas mais memoráveis de sua
carreira contra o argentino Jorge Rodrigo Barrios. Barrios tinha um cartel de
39-1-1 e era praticamente invicto já que sua única derrota havia sido por
desqualificação. Estavam em jogo seus dois cinturões de super-pena da WBA
e WBO o derrotando por interrupção do árbitro no último assalto de uma
das melhores lutas do boxe de todos os tempos.
Popó conseguia então o título de supercampeão super-pena da WBO, uma
honraria que é concedida para lutadores que defendem seu cinturão por 10
vezes.

Popó Vs. Grigorian

Após anos defendendo seus títulos de super-pena, Popó (34-0 na época), dia
3 de janeiro de 2004, voltaria a categoria peso-leve e desafiaria o
supercampeão daDanilo
WBO, oDamião
lutador doCardoso daArtur
Uzbequistão SilvaGrigorian (36-0 na
época). Artur era invicto,dc238701@gmail.com
campeão desde 1996 e já havia defendido seu título
por 16 vezes.
Em uma luta que se esperava ser muito disputada, Popó pareceu não sentir a
readaptação ao peso novo e em uma atuação incrível, derrubando o
adversário no quarto round e mais 3 vezes (os outros 3 knockdowns contados
foram questionáveis), dominou o campeão a luta toda, vencendo por uma
merecida decisão unânime (115-108, 116-107 e 116-107).
Popó se tornava campeão mundial pela terceira vez. Sustentando 2 títulos
mundiais de super-pena (WBA e WBO) e agora como campeão mundial
peso-leve pela WBO.
Logo após sua vitória, Popó foi considerado o Lutador do ano de 2003 pela
WBA.

Primeira derrota: Popó vs. Corrales

130
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Popó (35-0) sofreu sua primeira derrota no dia 7 de agosto de


2004, na primeira defesa do seu título dos peso-pena Corrales e além de
perder a invencibilidade, Popó perdia seu cinturão da categoria peso-leve da
WBO.

Após a derrota

Depois de sofrer sua primeira derrota, Popó fez 2 lutas no Brasil. vencendo o
Argentino David Saucedo por pontos em dezembro de 2004, e depois
derrotando Fabian Salazar, do Panamá por nocaute no primeiro round em
julho de 2005.

Popó Vs. Zahir Raheem

Em abril de 2006, Popó (37-1 na época) reconquistaria seu título mundial


dos Pesos Leves pela WBO que estava vago. Em luta contra o americano
Zahir Raheem ( 27-1 na época). Raheem vinha de uma vitória incrível sobre a
lenda mexicana Erik Morales. O brasileiro venceu em decisão dividida dos
juízes (115-113 Raheem, 115-113 Freitas, 116-112 Freitas).
Popó conquistavaDanilo Damião
pela quarta Cardoso
vez um da Silva
título mundial, e reconquistava seu
dc238701@gmail.com
título de peso-leve da WBO.
Após a conquista, Popó anunciou sua aposentadoria. Pouco tempo depois,
Popó anunciou que voltaria a lutar.

Segunda derrota e primeira aposentadoria: Popó Vs. Diaz

Em 28 de abril de 2007, Popó sofre sua segunda derrota em luta de


unificação de títulos da categoria peso-leve. Popó (38-1 na época) campeão
peso leve da WBO, enfrentou Juan Diaz (31-0 na época) campeão mundial
peso leve da WBA.
Após essa luta, Popó anuncia sua aposentadoria.

O retorno

Depois de se aposentar, Popó se tornou deputado federal pela Bahia. Em


2011, decide fazer uma luta de exibição para seu filho mais novo que nunca
o tinha visto lutar. Popó começa a treinar para uma luta de exibição que
marcaria sua despedida definitiva do esporte.

131
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Popó então recebe um desafio do jovem lutador Brasileiro


Michael Oliveira (17-0) para uma luta. Após negociações, ficou definido que
o combate seria no dia 2 de junho no Conrad Casino em Punta del Este,
Uruguai.
Após muita promoção e rivalidade criada entre os dois lutadores, Popó
nocauteou Michael em uma luta dominada do começo ao fim.
Dias após a luta, Michael lançou mais um desafio, desta vez para uma
revanche no Brasil e Popó aceitou. Em função da aposentadoria, essa luta
não aconteceu.
Em 2014, afirmou que pensaria em voltar novamente a lutar e que desafiaria
alguns pugilistas, como Manny Pacquiao, Juan Manuel Márquez e Floyd
Mayweather.[10] Para isso, Popó começou a treinar e fazer dieta tentando
alcançar os meio-médios, no peso até 66 kg, já que está acima desse peso.
Em julho de 2015, Popó anuncia que sua luta de retorno seria contra o
argentino Mateo Veron que acontecerá no dia 15 de agosto, na Arena
Santos, litoral de São Paulo, após o cancelamento da luta de revanche com
Michael Oliveira. Popó dominou nos três rounds que decorreu a luta e ao
afim nocauteou o rival que caiu desacordado e o árbitro encerrou a luta.

Danilo
Década Damião
de 2000 Cardoso
– Valdemir da Silva
Pereira “Sertão”.
dc238701@gmail.com
Conhecido como "Sertão", se profissionalizou em 2001 e foi campeão
mundial dos penas pela IBF (Federação Internacional de Boxe) após vencer
por pontos o tailandês Fahprakorb Rakkiatgym em 21 de janeiro de 2006 em
Mashantucket, Estados Unidos. Em sua primeira defesa do cinturão cinco
meses depois, em 14 de maio, perdeu seu título para o norte-americano Eric
Aiken quando foi desqualificado no oitavo assalto.
Tentou uma luta revanche contra Aiken em março de 2007, mas um exame
de saúde impossibilitou a luta.
Sertão afirma que padece de hepatite C, impossibilitado de lutar abandonou
o boxe e retornou à sua cidade natal em Cruz das Almas, Bahia.

A partir de 2010 – Rose Volante e Patrick Teixeira

Rosilaine Volante Silva ou “Rose Volante” como é mais conhecida, começou


no esporte aos 26 anos com o objetivo principal de perder peso. Seu
primeiro local de treinamento foi o Clube Escola de Pirituba. Ela estava
pesando 105 kg.
132
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Boxe amador

Após perder 40 quilos ela entrou para a academia do Antônio Pereira Gomes
Filho, na Gracie Butantã, em que permaneceu durante anos. Foi no evento
"Virada Esportiva”, entre os Clube Escolas, que Rose fez sua primeira luta
amadora. Na ocasião, ela saiu com a vitória.
Como atleta amadora, ela foi campeã paulista quatro vezes, brasileira três
vezes e quatro vezes campeã dos Jogos Abertos do Interior paulista. Foi
convocada para a Seleção Brasileira de Boxe e campeã sul-americana no
Chile, em 2011. No mesmo ano ela ficou em sétimo lugar no Mundial da
China.
Em 2012 ela foi medalha de prata no Pan-americano de boxe no Canadá. No
mesmo ano, Rose foi reserva da Seleção Brasileira nas Olimpíadas de
Londres e em 2013 tornou-se campeã europeia.

Boxe profissional

Em 2014, aos 31 anos, decidiu entrar para o boxe profissional. Na sua


Danilo
trajetória profissional, Damião
Rose Cardoso
foi campeã paulista, da Silva
campeã internacional duas
dc238701@gmail.com
vezes, campeã latina também por duas vezes e campeã mundial dos pesos-
leves pela OMB - Organização Mundial de Boxe, a quarta principal entidade
do boxe profissional.
Na disputa pelo cinturão, Rose venceu a luta contra a argentina Brenda
Carabajal em dezembro de 2017. Ela fez sua primeira defesa do título em
Santos em abril de 2018. Rose venceu a luta contra a panamenha Lourdes
Borbua, que jogou a toalha em sinal de desistência antes do início do sexto
round. Em setembro de 2018 ela fez sua segunda defesa de cinturão no peso-
leve (até 61kg). Ela venceu Yolis Marrugo por nocaute técnico no terceiro
round, no ginásio Falcão, em Praia Grande. Porém, em março de 2019
perdeu o título para Katie Taylor por nocaute técnico no 9º round.

Patrick Teixeira

Teixeira se tornou profissional em 2009, vencendo suas primeiras 25 lutas.


Em 15 de março de 2014, Teixeira derrotou Ignacio Lucero Fraga por um
nocaute no primeiro assalto para se tornar o campeão latino dos super-
médios.

133
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Sua primeira derrota veio para o lutador Curtis Stevens em 7


de maio de 2016 (na eliminatória de Canelo Álvarez contra Amir Khan), luta
que valia título vago dos médios do Conselho Mundial de Boxe Continental
Américas.
Patrick assinou com a Golden Boy Promotions em 2015 e tinha uma grande
chance de disputar o título mundial de boxe.
Em 1 de setembro de 2018, Teixeira lutou contra Nathaniel Gallimore.
Teixeira onde venceu por decisão unânime.
Em 30 de novembro de 2019, Teixeira lutou sua maior luta até o momento,
contra Carlos Adames pelo título provisório dos médios ligeiros da WBO na
época ele era classificado como segundo no ranking da WBO, e décimo
segundo pela WBC e WBA, enquanto Adames, seu oponente, estava
classificado como primeiro do ranking da WBO, terceiro pela IBF, quarto
pelo WBA e quinto pela WBC.
Teixeira, apesar de ser o azarão conseguiu derrubar Adames no sétimo
assalto, o que foi fator decisivo na contagem dos pontos vencendo a luta por
decisão unânime.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

134
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Brasileiros medalhistas olímpicos:

Servílio de Oliveira
Bronze em 1968 na Cidade do México.

Esquiva Falcão
Prata em 2012 em Londres.

Yamaguchi Falcão
Bronze em 2012 em Londres.

Adriana Araújo
Bronze em 2012 em Londres.

Robson Conceição
Ouro em 2016 no Rio de Janeiro.

Brasileiros Campeões
Danilo Mundiais
Damião Cardosode da
Boxe Profissional
Silva
dc238701@gmail.com

WBA: Éder Jofre e Acelino “Popó” Freitas.

WBC: Éder Jofre, Miguel de Oliveira e Patrick Teixeira.

WBO: Acelino “Popó” Freitas e Rose Volante.

IBF: Waldemir “Sertão” Pereira.

WBF: Adilson “Maguila” Rodrigues e Isaac Rodrigues.

WPC: Tyson Tigre.

135
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

3. PRINCIPAIS REGRAS DO BOXE


PROFISSIONAL E BOXE OLÍMPICO.

No boxe inglês só se luta com os golpes de punhos, mas por trás dessa
orientação simples, há uma série de regras de pontuação, bem como regras
obrigatórias e de vestimentas que todos os participantes devem cumprir.
Ainda que seja controlado por diferentes entidades, o boxe tem regras
padronizadas. O que caracteriza a luta é a permissão para acertar socos nos
adversários somente da cintura para cima com a utilização de luvas nas mãos.
No boxe, os torneios são divididos por categorias, limitadas por peso.
Entre as regras do boxe, há diferenças do que é utilizado nas principais lutas
profissionais e no boxe olímpico.
Até a Olimpíada de Londres, em 2012, atletas profissionais não poderiam
participar do boxe nos Jogos Olímpicos.
Para a Olimpíada do RioDamião
Danilo de Janeiro, a Federação
Cardoso Internacional de Boxe
da Silva
(AIBA) aprovou uma mudança na regra
dc238701@gmail.com que permitiu a participação de
lutadores profissionais nos Jogos pela primeira vez.
. Como é declarado vencedor no boxe
No boxe, a vitória de um boxeador pode ser declarada por nocaute, nocaute
técnico ou por pontos.
Um boxeador recebe 10 pontos a cada round vencido, enquanto o perdedor
ganha entre 7 e 9 pontos.
A pontuação leva em consideração os números de golpes que atingirem o
adversário, domínio da luta, competitividade, superioridade técnica e tática,
além de infrações à regra.
Em geral, os placares dos rounds devem considerar os seguintes cenários:
. 10 x 9: round equilibrado, com leve vantagem para um dos lutadores;
. 10 x 8: round com um vencedor claro;
. 10 x 7: domínio total de um dos lutadores;

136
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

No boxe olímpico não existe empate. São consideradas as


pontuações dadas pelos juízes. O boxeador que for mais pontuado pela
maioria dos juízes será o vencedor, sendo que, a partir da Olimpíada de
Tóquio, a pontuação de todos será considerada.
No caso de empate na pontuação geral, o juiz (s) com pontuação igual é
solicitado a nomear qual Boxer é o vencedor da luta na sua opinião nos
seguintes casos:

Um Juiz tem pontuação e as pontuações totais dos outros quatro juízes são
divididas igualmente; ou dois juízes têm pontuação e os outros três juízes não
pontuam por unanimidade; ou três ou mais juízes têm pontuações iguais

Em lutas profissionais, três juízes são responsáveis pela contagem de golpes e


a luta pode ser declarada empate.

Além do sistema de pontos, há outras formas de definir um vencedor no


boxe:
Nocaute: quando o adversário cai no chão ou se apoia nas cordas, o árbitro
conta até 10 e Danilo
esse atleta não consegue
Damião Cardosose levantar
da Silva até o término da
contagem; dc238701@gmail.com
Provocar a queda do adversário 2 a 3 vezes no mesmo round (o número
depende da competição);
Nocaute técnico: quando um dos pugilistas é golpeado muitas vezes em
sequência, e o árbitro considera que ele não já não pode defender-se
adequadamente.
Se um dos treinadores jogar a toalha, o que significa a desistência do
combate.
O que não vale no boxe:
No boxe, os golpes só são considerados pontuáveis se forem acertados de
frente ou na lateral da cabeça ou o abdômen do adversário. Golpes nos
braços não são pontuáveis.
Soco na nuca, agarrar ou golpes abaixo da cintura são infrações. Quando
acontecem, o árbitro dá uma advertência ao pugilista. Se voltar a repetir, o
pugilista pode ser desqualificado.

137
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

O pugilista não pode desferir nenhum golpe no adversário


enquanto ele estiver no chão.
Mordidas também são motivo de advertência e potencial desqualificação.

Duração das lutas de boxe:


Afinal, quantos rounds tem uma luta de boxe? No boxe profissional, é
possível que os organizadores definam quantos rounds haverá uma luta. Em
geral, as lutas duram até 12 rounds de 3 minutos cada.
Diferentemente do boxe profissional, nos Jogos Olímpicos, a duração das
lutas é bem mais curta. A partir da Olimpíada de Tóquio, em 2020, tanto as
lutas masculinas quanto femininas terão 3 rounds de 3 minutos.

Ringue de boxe:
O ringue de boxe tem 7,8 metros quadrados, sendo que a área de luta ocupa
6,1.
Ele deve ficar à altura
Danilode 1Damião
metro doCardoso
chão. A distância das cordas laterais é
da Silva
de 30 centímetros e a corda do topo fica a 1,30 metro do chão do ringue,
dc238701@gmail.com
enquanto a primeira fica a 40 centímetros.

Árbitro de lutas de boxe:


As lutas de boxe são conduzidas por um árbitro central, no ringue. Ele é
responsável por controlar o cumprimento das regras pelos pugilistas e
intervir quando necessário.

Juízes de boxe:
As lutas de boxe nas Olimpíadas têm 5 juízes. Já os combates do boxe
profissional contam com 3 juízes, que são os responsáveis por contar os
golpes de cada pugilista e, assim, determinarem o vencedor se não houver um
nocaute.

138
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Médico:
As lutas de boxe devem ser sempre acompanhadas por um médico, que deve
avaliar as condições de casa pugilista, assegurando que os boxeadores têm
condições de seguir no combate.

Locutor:
O locutor é o responsável por apresentar os pugilistas para o público, assim
como o árbitro e os juízes. É ele também quem anuncia o resultado da luta.

Assistentes:
É permitido que cada boxeador tenha o auxílio de quatro assistentes.
Eles devem ficar atrás do poste, seja no corner vermelho ou azul, e têm a
responsabilidade de cuidar dos ferimentos do pugilista, orientá-lo durante a
luta e jogar a toalha se acharem que o atleta não tem condições de continuar
na luta.
Danilo Damião Cardoso da Silva
Uniforme dos lutadores:dc238701@gmail.com
Vamos começar com as roupas que um lutador de boxe deve usar para entrar
no ringue. A base, independentemente da categoria ou nível que participa é
sempre a mesma, tanto para o boxe amador/olímpico ou profissional:

Camisetas:
a) amador: para homens e mulheres (que pode ser um top) devem ser
obrigatoriamente azul para um dos participantes e vermelha para o outro
(sendo os calções, as luvas e as sapatilhas da mesma cor que a roupa e cada
atleta deve se dirigir ao corner relativo a mesma cor de sua vestimenta).
b) profissional: apenas para as mulheres e que devem usar uma camisa tipo
top e justa.

139
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Calção de boxe:
a) amador: caracterizado pelo tamanho do elástico na cintura, bastante largo
e de outra cor do restante do calção para que o árbitro possa ver mais
facilmente de foi desferido algum golpe ilegal abaixo da linha da cintura
(amador /olímpico), as mulheres ainda podem usar uma saia.

b) profissional: quando a luta é por um Título Oficial, seja qual for o a


disputa que está em jogo, o calção dos boxeadores serão de diferentes cores,
cabendo ao aspirante ao título trocar de calção caso necessário, nas lutas em
que os dois boxeadores são aspirantes, cabe ao boxeador mais jovem mudar.

Luvas regulamentares segundo a AIBA:


São fornecidas pelo organizador do evento.

Amador: com feixes em velcro. Cada uma com cor específica, sendo uma
vermelha e outra azul.

Desde a categoria Danilo Damião


peso mosca Cardoso
(49kg) da Silva
até a categoria meio ligeiro (64kg)
dc238701@gmail.com
devem ter um peso de 284 gramas (10 onças) e para categoria meio médio
(69 kg) até a categoria Super Pesado(+91kg) devem ter (12 onças).
Para as categorias AOB Feminino Elite e Juvenil deve-se utilizar luvas de 284
gramas (10 onças).

Profissional: com um peso acordado em 227 gramas (8 onças), dos pesos


moscas (50,35kg ) até os super-meio-médio (69.85 kg), e de 284 gramas (10
onças), dos super-médios (73,03) até os pesados (podem em acordo chegar a
12 onças) e não tem uma cor definida.

Protetor bucal: obrigatórios para ambos os sexos, seja amador ou


profissional.

Protetor genital: para os homens, o uso de protetor genital é obrigatório na


parte baixa do ventre (comumente chamada de coquilha), que deve ser do
tipo integral com elástico ajustável. Não será permitido em nenhum caso o
tipo de conquilha independente (plástico ou alumínio) ou aquelas de "treino"

140
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

abrangente com proteção de quadril. Existe um modelo


específico para as mulheres que são opcionais.
Protetor de tórax: para o boxe feminino amador ou profissional.

Sapatilhas: Sem pregos ou reforços, como os tradicionalmente usados neste


esporte e que sempre terá a aprovação do Árbitro e Delegado Federativo. No
cadarço das botas, será aplicado o mesmo sistema de fitas adesivas das luvas,
mas sobre o cano da bota, onde deverá sujeitar o cadarço que deverá ser
fixado de uma forma que fará com que o laço da bota seja praticamente
impossível de se desfazer durante o combate.

. Amador: de cores azul ou vermelha, igual ao uniforme e a mesma para


ambos os sexos.

. Profissional: não existe cor definida.


Danilo Damião Cardoso da Silva
Capacete protetor: até dc238701@gmail.com
2016 a diferença do boxe olímpico para o boxe
profissional era visualmente marcante enquanto o uso do capacete protetor
que era obrigatório. Em 2016, essa regra foi eliminada e gerou um grande
debate médico sobre se, a esse nível de iniciação no boxe, era apropriado
para os lutadores enfrentarem impactos tão duros ou não.

Bandagem de mãos:

Amador: de algodão elástico e com feixe de velcro, não podem ter mais de 4
metros e não menos de 2,5 metros cumprimento e a largura de 5,7 cm.
Profissional: de gases 2 rolos de 5cm por 15 metros (1 rolo para cada mão) +
2 rolos de 5cm por 10 metros (1 para cada mão, para criar a almofada nos
metacarpos) + fita de óxido de zinco com 2 rolos de 2,5cm por 13 metros + 1
rolo de 1,25 metros x 13 metros para pôr entre os dedos.

141
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Categorias de peso:

a) boxe profissional:

Fig.1

Estão listadas asDanilo Damião


categorias Cardoso
das quatro da Silva
principais organizações do boxe
internacional: Associação Mundial de Boxe (AMB), Conselho Mundial de
dc238701@gmail.com
Boxe (CMB), Federação Internacional de Boxe (FIB) e Organização Mundial
de Boxe (OMB); além da classificação da revista The Ring e do site BoxRec,
referências internacionais de classificações independentes. As nomenclaturas
das categorias de peso abaixo são versões oficialmente traduzidas em
português e muitas vezes diferem da tradução literal do inglês.

142
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

b) boxe amador e Olímpico AIBA:

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

143
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Fig.2

A idade de um boxeador é determinada pelo ano de nascimento.


Homens e mulheres boxeadores entre 19 e 40 anos são categorizados como
Boxeadores Elite. Homens e mulheres boxeadores entre 17 e 18 anos são
Danilo
categorizados como Damião
boxeadores Cardoso
juvenis. da Silva
Meninos e meninas boxeadores
dc238701@gmail.com
entre 15 e 16 anos são classificados como Boxeadores Cadetes.

144
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

4. PRINCIPAIS ENTIDADES DO BOXE


MUNDIAL
As entidades de boxe são as responsáveis pela organização das lutas desde
1910, quando foi criada a União Internacional de Boxe (UIB), em Paris.
Posteriormente, outras entidades surgiram, outras deixaram de existir ou se
fundiram a novas entidades, até que nos dias atuais temos em vigor grandes
entidades mundiais:

. Associação Mundial de Boxe (AMB), fundada em 1921;


. Associação Internacional de Boxe Amador (AIBA) criada em 1946;
. Conselho Mundial de Boxe (CMB), fundado em 1963;
. Federação Internacional de Boxe (FIB), criado em 1983;
. Organização Mundial de Boxe (OMB), criado em 1988;
. Federação Mundial de Boxe Profissional (FMBP), criado em 1998.

No Brasil temos muitas entidades registradas, as mais destacadas são:


Danilo Damião Cardoso da Silva
. Confederação Brasileiradc238701@gmail.com
de Boxe (CBB);
. Associação Brasileira de Boxe (ABBOXE);
. Conselho Nacional de Boxe (CNB).

145
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5. O BOXE RECREATIVO (OU BOXE SEM CONTATO)


Uma alternativa para quem quer treinar de forma diferente e que traz um
benefício inestimável para os praticantes.
O boxe recreativo é um treinamento bastante completo porque trabalha
todos os músculos do corpo e sem os riscos advindos da troca de golpes do
boxe tradicional. Envolve um ótimo trabalho aeróbio, ativa o sistema
cardiovascular e a circulação sanguínea e melhora o funcionamento do
aparelho respiratório. Além disso, há um aumento dos reflexos e da
capacidade de reação diante de situações inesperadas. Em uma sessão de
boxe o indivíduo deve estar em total alerta para evitar golpes e surpreender
seu oponente, e embora estejamos falando de boxe recreativo, o ambiente e
o treinamento colocam os praticantes em uma situação para que vivam a
experiência e desenvolvam as habilidades necessárias para entregar resultados
precisos. E sim, se aprende a golpear.
Existem muitas maneiras de se trabalhar o boxe recreativo, mas tem que se
ter em conta que se você não possui formação em educação física deve se
restringir aos treinamentos
Danilo Damiãotécnicos Cardoso
específicos da
do Boxe,
Silvaou seja, nada de
treino funcional, circuitos com exercícios ou qualquer outra forma de
dc238701@gmail.com
trabalho físico que não sejam aqueles específicos tradicionais do boxe.
Segundo últimas resoluções da Justiça o CONFEF - Conselho Federal de
Educação Física e, por consequência, os Conselhos Regionais de Educação
Física - CREF não podem impedir ou proibir uma professor de boxe de
dar aulas, no entanto, se consideram que o treinador está extrapolando os
limites do esporte e derivando os treinamentos específicos da atividade para
treinamentos de condicionamento físico, sim, poderão interpelar uma ação
por exercício ilegal da profissão de profissional de educação física, assim que
atenção a esse ponto, principalmente aos que querem iniciar-se no que
chamamos de boxe recreativo.
Uma solução é firmar uma parceria com um profissional de educação física
em sua academia, não obstante, se pode trabalhar muito bem o boxe
recreativo sem precisar utilizar recursos exclusivamente inerentes a atividade
do profissional de educação física, o trabalho do boxe em si é bastante amplo
e existem muitas formas de fazê-lo atrativo e de chegar a queima de calorias,
tonificação e alívio do estresse, afinal, isso que as pessoas estão buscando.
Uma sugestão é, como sempre, trabalhar em circuitos como o que já
realizamos em uma aula tradicional de saltar corda, sombra com pesinhos,

146
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

trabalho de pernas específico (nada de escadinhas), sequencias


de trabalho de manoplas em dupla ou com o treinador, trabalho em saco
com variações de distâncias, movimentações, intensidade, velocidade, força e
resistência, enfim, é só utilizar a criatividade.
Se você já é formado em Educação Física o boxe vai agregar e muito ao seu
trabalho e certamente seus clientes estarão ainda mais satisfeitos com os
resultados. São atividades complementares e se você chegou aqui para obter
mais conhecimentos técnicos parabéns, afinal, (infelizmente) no Brasil o
boxe ainda não se aprende nas Universidades tradicionais.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

147
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

6. BOXE DE INICIAÇÃO PARA CRIANÇAS E


ADOLESCENTES.
Todos nós sabemos a importância da prática desportiva, principalmente para
as crianças, por terem mais energia e necessidade de se movimentar mais, é
importante também que desde muito cedo adquiram o hábito de praticar
esportes, pois, senão o realizam com frequência, quando forem maiores será
uma tarefa muito mais complicada e pode causar grandes problemas como
estilo de vida sedentário, obesidade e outros muitos problemas de saúde
advindos do sedentarismo e da falta de incentivo adequado de todo o
sistema neuro-locomotor e proprioceptivo.
Atualmente a possibilidade de as crianças praticarem esportes são muito
grandes, apesar da diminuição das atividades físicas ao ar livre (devido à falta
de segurança em nosso país), para suprir essa demanda também surgiram
novas alternativas, uma delas é o boxe infantil em projetos sociais, academias
ou treinos particulares, que está se tornando cada vez mais comum, pois além
de parecer um esporte muito divertido, oferece um grande número de
Danilo Damião Cardoso da Silva
benefícios em comparação com outros esportes.
dc238701@gmail.com
Os principais benefícios do boxe para as crianças:

Todos os esportes trazem muitos benefícios para a saúde das crianças, sejam
eles quais forem, mas o boxe infantil tem alguns benefícios extras que outros
esportes mais conhecidos não oferecem, por exemplo, a defesa pessoal.
No boxe infantil (recomendado a partir dos 12 anos de idade), aprende-se
um grande número de movimentos e técnicas que vão ajudar o menino ou
menina a ter mais confiança, também aumenta muito a coordenação entre as
diferentes partes de seu corpo, além de aumentar a velocidade e a
consciência dos movimentos que realiza tanto na prática esportiva quanto
nos movimentos do dia a dia.
Outro ponto forte do boxe infantil é que é necessário ter uma boa forma
física que requer muita concentração para conseguir, pois devem treinar
muito e manter uma vida saudável, adquirindo este importante hábito para a
sua fase adulta e essa disciplina lhes ajudará a superar muitos imprevistos e
dificuldades do dia a dia.

148
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Por fim, queremos destacar também o respeito, pois há


momentos em que o boxe é considerado um esporte violento, mas é o
contrário, já que nos treinos se trabalha muito o respeito ao próximo, então
eles vão aprender a respeitar e tratar as pessoas ao seu redor de forma
adequada em todos os momentos, como professores, colegas, família, etc.
Uma coisa muito importante para você que está se formando treinador é
que: no boxe infantil não é recomendado a prática de sparring entre as
crianças e as atividades devem ser conduzidas seguindo o mesmo critério de
um boxe recreativo, mais lúdico, aí vai da criatividade de cada treinador,
implementar jogos, brincadeiras que tenham haver com o boxe e que
estimulem o desenvolvimento das crianças, se lembre que a aula tem que ser
segura e sobretudo divertida para os pequenos (já tratamos desse tema no
módulo comum, mas é sempre bom revisar e atualizar).
Algumas sugestões são trabalhar um circuito como o que realizamos em uma
aula tradicional de saltar corda, sombra sem pesinhos, trabalho de pernas,
sequencias de trabalho de manoplas utilizando uma raquete ou um macarrão
de hidroginástica (importante não causar impactos excessivos nas crianças)
em dupla ou com o treinador, trabalho em saco (neste caso substituir por um
“João Bobo” se as crianças forem muito pequenas ou um saco infantil leve
com enchimentoDanilo Damião
suave) com Cardoso da Silva
variações.
Jogos de tapinhas no dc238701@gmail.com
ombro, tirar uma cordinha presa no short do
amiguinho, pular corda em grupo, socos no saco específico (João Bobo ou
almofadas), atividades de escola de combate mais lúdicas e suaves, mas
sempre sem contato direto com outras partes do corpo que não sejam as
próprias mãos, etc.

149
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

7. OS BENEFÍCIOS DO BOXE QUE VOCÊ DEVE


SABER
Libera a tensão e o estresse
A prática do boxe o ajuda o indivíduo a eliminar as tensões acumuladas no
dia a dia. O estresse e a tensão acumulada podem causar desconforto no
corpo, como dores de cabeça, espasmos musculares, depressão e desânimo.
Graças ao seu alto componente aeróbio, esse tipo de treinamento ajuda a
liberar endorfinas, o hormônio da felicidade, que causa sensação de bem-
estar e felicidade no corpo.

Melhora a resistência física


Os exercícios de alto impacto praticados no boxe melhoram a capacidade
aeróbia e circulação. Também afeta a resistência anaeróbica, já que a maioria
dos movimentos é realizada em alta velocidade.

Melhora a saúde cardiovascular


Danilo Damião Cardoso da Silva
A configuração da prática de boxe de rounds de três minutos com intervalos
de um minuto é chamada dc238701@gmail.com
de treinamento intervalado. Esse tipo de
treinamento ajuda a melhorar a saúde cardiovascular, reduz o risco de
doenças cardiovasculares, aumenta a circulação sanguínea, melhora o sistema
respiratório e reduz a pressão arterial.

Aumenta a massa óssea


Os exercícios de alta intensidade colocam uma carga significativa nos ossos, o
que leva ao processo de remodelação óssea e fortalecimento dos tecidos
conjuntivos (Lei de Wolff). Os ossos do corpo humano começam a declinar
após os 30 anos. Se essa perda óssea não for tratada, pode levar a uma
condição médica séria chamada osteoporose.

Queima muitas calorias


Por ser um treino predominantemente aeróbio, o boxe queima muitas
calorias e consequentemente gordura, graças ao seu grande gasto de energia.
Calcula-se que sejam queimadas cerca de 700 a 900 calorias por hora, sempre
dependendo da intensidade do treino que se realiza. Está entre os esportes
que mais queimam calorias.

150
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Ajuda a definir e tonificar os músculos


Dado o tipo de treinamento, os braços e as pernas ficarão mais tonificados e
mais fortes. Além disso, também melhora a flexibilidade muscular devido aos
movimentos contínuos e rápidos que devem ser realizados ao praticá-la.

Trabalha todo o corpo


O boxe trabalha o corpo dos pés à cabeça. Ao golpear, o indivíduo trabalha
quase todo o seu corpo com ênfase na região do core, ombro, costas, peito e
tríceps. Protegendo o rosto com os punhos, exercita o músculo deltoide dos
ombros e trapézio. Quando se move, estimula os músculos das pernas e
quando se esquiva e ataca se trabalha principalmente os músculos lombares e
toda a região do core.

Melhora a autoestima
Praticar esportes ajuda a melhorar a autoestima e segurança. Ter mais prática
e sentir-se capaz de realizar combinações diferentes e complicadas faz com
que a pessoa tenha maior satisfação pessoal. Também ajuda a superar a
timidez e a ter mais felicidade.

Danilo Damião Cardoso da Silva


Os reflexos aumentam
dc238701@gmail.com
No boxe, é preciso aprender a antecipar os movimentos do adversário para
evitá-los ou bloqueá-los. Essa necessidade de proteção melhora drasticamente
a coordenação, velocidade mental, reflexos e tomada de decisão.

Melhora a estabilidade do corpo


Neste esporte, os músculos centrais (core) são constantemente trabalhados
para manter o equilíbrio. Movimentos rotacionais rápidos permitem o
desenvolvimento de um melhor controle da estabilidade do corpo, necessária
para o equilíbrio ao bater forte.

Te deixa mais inteligente


O boxe é uma prática muito estimulante (uma espécie de xadrez humano) e
que ajuda na conexão de novas zonas neurais que promovem a
neuroplasticidade, que é a adaptação do cérebro a uma nova atividade, o que
vai te dar cada vez mais velocidade e precisão nas respostas solicitadas, além
disso estimulamos uma região chamada de cingulado anterior, essa é uma
parte do cérebro responsável pela adaptação a circunstancias não previsíveis e
é aí que reside a diferença entre o simples atleta e o gênio, as constantes
adaptações que temos que fazer no boxe mediante a resposta aos
151
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

movimentos do nosso adversário estimula brutalmente essa


região e os benefícios certamente irão se estender a outras áreas de sua vida.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

152
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

8. PRINCIPAIS LESÕES NO BOXE E COMO


PREVENIR.
Em um esporte de contato intenso, como o boxe, além de aprender a bater
mais e receber menos golpes, é preciso saber também evitar lesões por falta
de técnica.
Muitas das lesões causadas por golpes durante o treinamento e combate,
podem ser evitadas com um exaustivo trabalho voltado ao sistema defensivo.
Existem muitos mitos em torno do boxe, por ser um dos esportes mais
intensos do mundo. A maioria delas trata de lesões e doenças sofridas por
boxeadores durante lutas ou a longo prazo.
A realidade é que como em qualquer esporte de contato físico, existem
possibilidades de lesões e doenças durante ou após sua prática, sem ser uma
condição exclusiva do boxe.
Provavelmente, a única forma eficaz de evitar as lesões mais frequentes no
boxe é não praticar esse esporte ou realizá-lo de maneira meramente
recreativa, já que o mesmo possui lesões intrínsecas que seus praticantes
Danilo Damião Cardoso da Silva
sofrem antes, durante ou após as competições, porém, o número de lesões
ou sua intensidade podem dc238701@gmail.com
ser reduzidos com alguns cuidados.

Lesões em qualquer esporte:

Lesões e doenças causadas por esportes intensos são gerais, e não são
exclusividade do boxe.
Quase todos os atletas sofreram ou sofrerão algum tipo de lesão em
decorrência da prática de sua disciplina ou esporte.
Alguns exemplos claros são o futebol, tênis, basquete, vôlei, ginástica, e até
mesmo atletas de esportes individuais como natação, ciclismo, atletismo,
triathlon, etc., todos sofrem lesões, portanto, elas fazem parte de qualquer
esporte, não apenas no boxe, embora a intensidade e a gravidade variem de
um esporte a outro.

Tipos de lesões mais frequentes no boxe:

Os boxeadores registram, estatisticamente, lesões maiores durante os


combates do que durante o treinamento, sparring ou a longo prazo.

153
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

É no ringue quando o lutador recebe vários golpes durante os


assaltos que duram o combate, e é o tempo de exposição com maior
intensidade aos golpes que podem causar lesões como fraturas, luxações,
entorses, cortes, lacerações, contusões, danos a órgãos internos, entre outras
consequências.

As lesões mais frequentes no boxe são:

Cabeça e rosto do boxeador, por golpes frequentes.


Mãos ou punhos, de golpes mal aplicados ou por excesso de golpes.
Lesões nos olhos, pois é a área mais sensível do rosto.
Fraturas ou lesões no nariz, a segunda área mais sensível do rosto.
Lesões nas articulações como joelhos e cotovelos, devido a aquecimento
insuficiente ou hiperextensão.
Torções de tornozelo devido ao mau aquecimento e movimentos muito
bruscos.
Lesões na mandíbula, orelha, pescoço e braços, devido a golpes recebidos em
combate.

DaniloosDamião
Lesões do boxe durante Cardoso da Silva
treinamentos:
dc238701@gmail.com
Nos treinamentos também são registradas as lesões causadas principalmente
pelo mau aquecimento, principalmente: lesões musculares e articulares.
Durante o treinamento, os golpes são menos intensos, pois servem para
preparar o combate real, para ensiná-los a reagir, mas não são um combate
real, além disso se trabalha também com mais proteções, como luvas com
mais onças e capacetes, e é por isso que há menos lesões durante o
treinamento do que no ringue durante os assaltos que compõem a luta.

Lesões durante o combate:

Mais da metade das lesões que um boxeador pode ter durante sua vida ativa
no boxe serão encima do ringue. Entre eles, os mais comuns são:

Lacerações na face através dos golpes contínuos buscando conectar pontos


ou KO.
Lesões na mão ou punho devido a golpes mal aplicados ou golpes violentos.
Lesões ou cortes nos olhos e sobrancelhas causados pelos golpes recebidos.
Lesão ou fratura no nariz, que é a segunda área mais sensível do rosto.
154
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Lesões de longo prazo:

Vários estudos analisaram os possíveis danos que o boxe profissional pode


gerar a longo prazo nos lutadores e, embora não haja conclusões
determinantes, existem várias hipóteses sobre os danos e doenças que os
lutadores aposentados podem apresentar.

Possível dano à região septal e à cavidade do septum lúcidum, devido a trauma


causado por golpes na cabeça.
Possibilidade de desenvolver Parkinson.
Diferentes tipos de danos aos olhos ou ouvidos.
Dano ou trauma ao parênquima cerebral frequentemente resulta em perda
da capacidade cognitiva ou até mesmo morte
ETC - Encefalopatia Traumática Crônica onde três estágios de deterioração
clínica são descritos:

. O primeiro estágio é caracterizado por transtornos afetivos e


sintomas psicóticos;
Danilo Damião Cardoso da Silva
. Durante o dc238701@gmail.com
segundo estágio, aparecem a instabilidade social, o
comportamento errático, a perda de memória e os sintomas
iniciais do Parkinson;

. O terceiro estágio consiste na disfunção cognitiva geral que


progride para demência e é frequentemente acompanhada por
Parkinson completo, bem como por anormalidades na fala e na
marcha.

Outros sintomas incluem: disartria (dificuldade na articulação ou na


pronúncia das palavras), disfagia (dificuldade ao engolir), cefaleia crônica,
depressão, vertigem, surdez, diminuição progressiva dos movimentos
musculares e distúrbios oculares, como ptose palpebral.
A gravidade da doença parece estar correlacionada com a quantidade de
tempo gasto em esportes de contato e o número de lesões traumáticas,
embora uma única lesão traumática possa desencadear o aparecimento de
ETC.

155
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Como evitar lesões devido à má técnica:


Entre as lesões de boxe que podem ser facilmente evitadas estão as causadas
por uma técnica inadequada, assim que antes de iniciar o treino ou combate
cada uma das articulações deve ser aquecida com diferentes exercícios de
mobilização articular, algo de elasticidade e força, desta forma, os músculos e
articulações estarão lubrificados, ativos e prontos para trabalhar.
Outro tipo de lesão que pode ser evitada são as causadas pela hiperextensão,
que ocorre nos golpes dados no ar, quando o braço é lançado com toda a
força, mas não atinge o adversário. Nesse caso, a técnica correta é nunca
estender 100% as articulações e sim 99% (sempre deixando uma diminuta
margem de flexão antes da extensão completa de qualquer golpe.
Por fim, a chamada fratura do boxeador também pode ser evitada cuidando-
se da técnica, que envolve a fratura do quarto e/ou quinto metacarpo. Pode
ser prevenida golpeando corretamente com o segundo e terceiros
metacarpos, evitando o desvio para dentro do punho, que é a principal causa
dessa lesão.

Como evitar lesões por golpes em combate?


“O boxe é a artesDanilo Damião
de golpear Cardosoe quem
sem ser golpeado” da Silva
não respeita essa “lei”
provavelmente em um dc238701@gmail.com
futuro pode vir a pagar as consequências por suas
escolhas.
Lesões no rosto e corpo podem ser prevenidas, mas não definitivamente
evitadas, sempre mantendo a guarda alta e os cotovelos fechados e apontados
para baixo a frente das costelas. Sempre ter o oponente em seu ponto de
visão é vital para saber aonde o golpe vai aterrizar. Exercícios para cuidar da
guarda o ajudarão a prevenir lesões ou lacerações nos olhos, bem como
fraturas do nariz, mandíbula ou costelas.

Recomendações para evitar lesões:

Ter uma dieta nutritiva.


Seguir as instruções do treinador.
Treinar os fundamentos do boxe.
Aquecer adequadamente.
Comprar artigos de qualidade.
Utilizar os equipamentos de proteção.
Aprender a fazer uma boa bandagem de mãos.

156
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

9. SISTEMAS ENERGÉTICOS DO BOXE E


PRINCIPIOS DE PLANEJAMENTO E
PERIODIZAÇÃO DO TREINAMENTO PARA O
BOXE.
9.1 Sistemas energéticos do boxe.

Sabe-se que o gasto energético de um treinamento de boxe é de


aproximadamente 700 a 900 Kcal/h. e segundo Gosh (1995), que cerca de
70% dessa energia provém do sistema oxidativo mitocondrial (aeróbio,
quando o glicogênio diminui e se precisa de oxigênio, trabalho de
resistência) e 30% do sistema glicolítico (atividade láctica anaeróbia intensa
por poucos minutos) e fosfagênico (anaeróbio alático - movimentos
explosivos 8 a 10 segundos).
Segundo Gosh (1995), para o sucesso da prática do boxe é necessária uma
aptidão lactácido significativa, além de uma grande capacidade de entrega de
energia obtida doDanilo
sistema Damião Cardoso da
oxidativo mitocondrial. Silva
Este autor estimou que no
boxe 70-80% da energiadc238701@gmail.com
é obtida dentro das mitocôndrias e 20-30% fora
delas. Sabe-se que o gasto energético de um treinamento de boxe é de
aproximadamente 700 a 900 Kcal/h.
Como o boxe é um esporte explosivo em que a velocidade é essencial para
conectar os golpes ou evitá-los, torna-se necessário melhorar a ingestão
energética pela via fosfagênica e poder executar um maior número de gestos
explosivos por assalto.
Com base no exposto, podemos intuir que o boxe é um esporte
intermitente, com predomínio na contribuição energética do sistema
oxidativo mitocondrial (aeróbico), em que os gestos que determinam o
resultado das lutas dependem do sistema fosfagênico (anaeróbico alático –
movimentos explosivos), e que em grande parte o sistema glicolítico
(anaeróbio lático) auxilia a manter uma alta intensidade nas lutas, assim que
é fundamental desenvolver essas três vias metabólicas de forma harmoniosa
para colaborar no sucesso esportivo.

157
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

9.2. Princípios de planejamento e periodização do


treinamento para o boxe:

Nos níveis seguintes do nosso Curso de Treinador Desportivo de Boxe


vamos explorar um pouco mais esses passos, quando sairemos do Nível 1,
relacionado ao boxe de iniciação e recreativo, para o nível 2 de rendimento e
nível 3 de alto rendimento, no entanto vou deixar uma pequena introdução
ao tema.

A palavra “preparar” vem do latim “prepare”, que quer dizer: “colocar em


condições de …”

Os objetivos fundamentais do planejamento são:

1- Decidir e organizar o trabalho a ser realizado no treinamento, procurando


aproveitar ao máximo os diferentes recursos disponíveis (tempo,
conhecimento do treinador, qualidade dos boxeadores, meios de trabalho,
etc.), com o objetivo
DanilofinalDamião
de melhorar possibilidades
Cardoso da Silvade desempenho do
boxeador. dc238701@gmail.com
2 - Através do planejamento, o treinador decide e distribui o trabalho a ser
feito de maneira ordenada e fundamentada.

O método a ser utilizado pelo treinador para realizar o planejamento deve


considerar fases progressivas de trabalho:

I- Abordagem inicial dos objetivos (parcial e geral).


II- Conteúdo do treinamento.
III- Adequação do plano inicial ao tempo disponível.
IV- Programação do trabalho a realizar.
V- Consideração antes de possíveis dificuldades e modificações.

Planejamento de treinamento esportivo:

Sob o termo condição física entendemos as habilidades motoras básicas


(frequentemente chamadas de fatores "S") de força, resistência, velocidade e,
em um sentido de sinergia e colateralidade, também flexibilidade e

158
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

coordenação de movimentos (agilidade). O desenvolvimento


destas qualidades básicas constitui o pré-requisito indispensável para
enfrentar com garantias de eficácia a performance de qualquer ação
desportivo-motora, para além das diferentes exigências específicas do boxe.
Uma configuração multidisciplinar básica de todas essas qualidades é
essencial para o desempenho de comportamentos motores corretos.
Quando falamos em treinamento, processos de aprendizagem e melhoria de
desempenho só podem ser alcançados com treinamento contínuo,
estabelecendo objetivos, conforme o caso, a curto, médio e longo prazo.
Uma vez que as etapas metodológicas dependem do que foi aprendido e do
aumento no desempenho do nível anteriormente alcançado, o planejamento
sistemático anterior deve formar a base do desenho do treinamento.
A concepção detalhada dos conteúdos formativos abrange diversos espaços
temporários.
E como no boxe amador, a estrutura da competição é desenhada de forma
cíclica; enquanto no boxe profissional a estrutura de competir com suas
exceções é estruturada de forma irregular e surpreendente; é muito
conveniente estruturar o planejamento periodicamente de 6-12 semanas, os
chamados mesociclos.
Tal periodização Danilo Damião Cardoso
de um treinamento da Silvanos princípios de
regular é orientada
dc238701@gmail.com
carregamento e recuperação, inextricavelmente associados ao trabalho
intermitente (* sobrecarga) e adaptação. Pode consistir em um único ciclo
(ou seja, um período de competição) ou um ciclo duplo (dois períodos de
competição separados), dependendo se a melhor forma esportiva é procurada
uma ou duas vezes em momentos não contínuos. Os fatores a levar em
consideração ao planejar são:

1. Programação de curto, médio e longo prazo.


2. Avaliação inicial.
3. Definição de objetivos.
4. Sistema e calendário de competição.
5. Composição do modelo de boxers.
6. Composição da equipe de técnicos e / ou auxiliares (segundos).
7. Distribuição das cargas de treinamento ao longo do tempo (periodização).
8. Seleção de sistemas e métodos de treinamento.
9. Escolha dos meios de trabalho necessários.
10. Controle regular dos testes.
11. Testes médicos regulares.

159
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

A diversidade de fatores e situações destaca a necessidade de


um planejamento “flexível”.

(* Sobrecarga - Relaciona-se direta e proporcionalmente com o princípio


da sobrecarga, o que permitirá ao boxeador atingir maior eficiência
anaeróbia. Nenhum modelo organizacional deve ser tomado como
referência estrita. Por isso, é preciso estar muito alerta sobre os múltiplos
procedimentos possíveis e sobre a necessidade de individualizar, tanto
quanto possível, o cronograma de treinamento do boxeador).

Assim que a periodização da formação no boxe é atualmente dada pela


sucessão de períodos em que a lógica geral rege a sua concepção numa
organização de 6-12 semanas.
As duas estruturas (mesociclos e microciclos já explicadas nos capítulos
anteriores) é onde estabeleceremos as ações de todos os objetivos serão da
preparação física geral (PFG) e da preparação física específica (PFE).
O mesociclo PFG, por sua vez, será dividido em dois espaços eletivos mais
curtos; a seguinte estrutura seria o Bloco GG (genérico) que coincide com a
pré-competição e o Bloco GA (auxiliar), ambos orientados para objetivos
Danilo Damião Cardoso da Silva
claramente definidos:
dc238701@gmail.com
As qualidades a serem desenvolvidas durante o Mesociclo PFG e em uma
primeira fase:

. Resistência aeróbica e principalmente capacidade.


. Força-Resistência, como trabalho complementar de reforço muscular.
. As bases técnicas da atividade, ou seja, o perfeito controle técnico dos
aspectos fundamentais da atividade de boxe.
. O trabalho de flexibilidade, essencial e preventivo para uma melhor
assimilação das técnicas gestuais.

Numa segunda fase e em relação harmoniosa com a primeira,


trabalharemos:

. Velocidade curta;
. Potência aeróbia.

Assim que é lógico que os procedimentos de treinamento sejam:


160
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Velocidade acima do limite máximo.


. Exercícios de pliometria e musculação excêntrica, complementares ao
trabalho de velocidade.
. Potência anaeróbica.

Período: com duração entre 6 e 12 semanas aproximadamente (podendo ser


bem mais longo), e dependendo do desempenho da competição. O normal
em um período de treinamento cíclico é que existem três períodos:

1) Período preparatório: ou de reconstrução a exemplo de vir de uma


relativa indisponibilidade ou férias.
2) Período competitivo; onde o programa de treinamento deve ser elaborado
de acordo com a obtenção de novos níveis de adaptação, aumentando
gradativamente a intensidade das cargas.
3) Período de transição, visa renovar as reservas do boxeador. É alcançada
com a interrupção do treinamento e / ou com o rebaixamento ostensivo da
intensidade das cargas de treinamento.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

A tabela acima é conhecida como método contemporâneo ou ATR, e é a que


melhor se ajusta às condições e exigências do boxe.
Pode ser dividido em mesociclos sucessivos, tentando preservar a estrutura
anterior. Este método de trabalho ATR (Acumulação - Transformação -
Realização), terá dentro de cada um deles, algumas diretrizes ou conteúdos
específicos a serem desenvolvidos.
Ao considerar a carga de trabalho a ser realizada no microciclo, os tempos de
recuperação devem ser levados em consideração para encontrar a
supercompensação correspondente.

- Recuperação de fadiga:

161
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

1- Máximo de 72 horas
2- Alta: 48 horas
3- Média: 24 horas
4- Baixa: 6 horas

Existem diferentes tipos de microciclos: Ajuste, Carga, Impacto, Ativação,


Competição e Recuperação.

Uso de sessões e suas influências.

1. Ao projetar sessões no mesmo dia, é necessário levar em consideração a


alternância das qualidades para o trabalho, por exemplo:
a) Técnica;
b) Física.

2. Sessões / repouso lático vs. aeróbio: as sessões do tipo lático são sempre
seguidas de sessões de natureza aeróbia ou períodos de repouso mais ou
menos ativos.

Danilo
3. Sessões técnicas Damião
/ Repouso Cardoso
vs. Alático: da Silva
os exercícios intensos que iniciam
dc238701@gmail.com
o processo alático são sempre realizados em ótimo estado do sistema nervoso,
ou o que é o mesmo, após um período de descanso ou trabalho técnico
barato um ponto de vista energético.

4. Sessões de força máxima e velocidade: sua eficácia aumenta por um curto


período de tempo - 6/12 horas - criando condições de excitabilidade
neuromuscular e atenção que são ideais para a realização subsequente de
outras sessões que requerem intensidades maiores e maior qualidade de
desempenho, isto é, de ordem láctica.

5. Sessões lácticas: embora tenham efeitos positivos a longo prazo dentro do


microciclo - 48/72 horas - a curto prazo, criam fadiga muscular intensa que
pode perturbar a eficácia das sessões posteriores.
Não é aconselhável que as sessões lácticas sejam seguidas imediatamente de
exercícios que exijam alto nível de intensidade e atenção; pelo contrário, é
necessário introduzir exercícios aeróbicos que nos ajudem a eliminar os
resíduos orgânicos mais rapidamente, acelerar a recuperação e reduzir a
tensão nervosa provocada pelo trabalho fracionado de alta intensidade.

162
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

6. Sessões aeróbicas: além de reduzir os efeitos negativos do


trabalho lático, criam condições favoráveis para a realização de atividades
complementares. Por exemplo: um trabalho técnico baseado na aquisição de
novas competências.

7. Sessões pré-competição: reduza a carga de trabalho e introduza fases de


recuperação mais frequentes.
8. Controlar o impacto de uma sessão no desenvolvimento físico do
boxeador: saiba e saiba usar as consequências positivas ou negativas que uma
sucessão de sessões pode gerar no corpo do boxeador.

9. Sessões com exercícios mal planejados podem se tornar ineficazes: cargas


de trabalho pequenas, mas bem vinculadas, produzem um impacto de
supercompensação maior do que cargas altas mal dosadas ao longo do
tempo. Lembre-se de que as sessões podem ser planejadas para trabalhar em
qualquer qualidade física ligada ao trabalho tático. Agora, uma seção especial
deve ser feita uma vez que as influências das diferentes qualidades são
conhecidas, ao projetar as diferentes sessões de trabalho diárias.

Danilo
As novas tendências Damião
da formação Cardoso
diária da"integrado",
falam em Silva "globalizado",
dc238701@gmail.com
deixando de lado as formas mais tradicionais de trabalhar. Acredito que é
um erro. Você deve trabalhar de todas as maneiras, sem deixar nada de lado,
pois todos eles contribuem com algo.
Posto isto, uma vez programada a sessão de treino diária, aparecem algumas
subdivisões menores (intrasessão) onde as seguintes manifestações podem ser
utilizadas para trabalhos específicos (desenvolvimento de uma qualidade
específica) e para trabalhos mais globais (concatenação de várias qualidades
conjuntas).

. Modelo Analítico;
. Modelo Analítico + Transferência;
. Modelo Globalizado;
. Modelo Estruturado;
. Período Geral.

No campo do planejamento não existem diretrizes rigorosas; a única forma


de se estabelecer as respostas mais apropriadas consiste na experimentação
das diversas possibilidades oferecidas aplicando o método de ensaio e

163
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

método do erro “que devem” dar validade a eficácia de um


procedimento é a constância dos seus efeitos.
Como disse ao princípio desse capítulo essa foi apenas uma introdução ao
tema ao qual iremos ver mais detalhadamente nos próximos níveis do nosso
curso.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

164
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

10. BREVE ANÁLISE BIOMECÂNICA DOS


GOLPES NO BOXE
Ao analisar as características peculiares do golpe específico do boxe
(independentemente de sua trajetória), devemos ter em mente que a
aplicação de fórmulas gerais aceitáveis para outros tipos de golpes, como o
chute em uma bola, o golpe de raquete por um jogador de tênis ou o
arremesso de um jogador de boliche são muito diferentes do golpe usado no
boxe, embora muitas de suas leis biomecânicas se apliquem.
Era um erro muito comum nos Tratados e Manuais da Técnica do Boxe
considerar uma série de Leis da Física aplicáveis à análise do golpe do
boxeador, estudando fundamentalmente seus segmentos ósseos, sem levar
em conta o conjunto da unidade impactante, ou seja, todo o corpo que
efetua o golpe.
Os movimentos de um braço que golpeia não são iguais em todas as
circunstâncias, não dependem apenas da trajetória ou da preparação do
movimento e o grau de contração muscular no momento exato do impacto é
decisivo. Danilo Damião Cardoso da Silva
O soco aplicado corretamente é o último elo na cadeia cinemática de
dc238701@gmail.com
movimento de todo o corpo que o aplica. Não aplicamos um golpe apenas
com o braço, mas também com o punho e neste golpe intervém um
movimento completo, que deve ser coordenado e sincronizado, que começa
no chão, passa pelos pés, segue pelas pernas até à cintura, é transmitido pela
rotação do quadril, costas, pelo alinhamento correto do ombro com o braço,
antebraço, punho e metacarpos da mão, tudo em fração de segundos.
Cada golpe correto está em total conformidade com as Leis estudadas pelos
cientistas, a força e a precisão do golpe depende de:

I. A magnitude da massa de impacto e sua velocidade de chegada ao ponto


de impacto. (2ª Lei da Dinâmica F = M x V / t = Massa x aceleração). Nesse
caso, a massa e a aceleração são inversamente proporcionais, ou seja, à
medida que o peso aumenta, a velocidade do boxeador é sempre menor. Um
lutador de 51 kg tem velocidade maior em seus golpes do que outros de 90
kg.

II. Cálculo correto da distância ao ponto de impacto (precisão ou pontaria).

165
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

III. A duração do contato.

IV. O alinhamento das cadeias cinéticas.

V. O domínio de quem acerta.

VI. Contração muscular violenta no momento exato do impacto (bloqueio


das articulações envolvidas) e recuo instantâneo à posição inicial.

VII. A intencionalidade de quem golpeia. Sua decisão de fazer isso com


potência.

VIII. A coordenação do movimento total do corpo. Dos pés até os


metacarpos.

IX. A sincronização desse movimento, ou seja, que seja executado de maneira


rápida e eficaz, a ponto que não se note visualmente os movimentos
separados em suas fases cinéticas e sim como em uma única unidade de
tempo. De uma só vez.
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com

166
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

11. ESTILOS DE BOXEADOR:


. Estilista: se caracteriza pela ênfase na técnica, movimentos, velocidade e
controle da distância. Em sua maioria ganha as lutas por decisão dos jurados.
É um tipo de lutador que, em geral, tem uma vida mais longa no boxe já que
por não se expor demais evita lesões. O público em geral, não gosta muito
desse tipo de lutador. Ex.: Floyd Mayweather.

Suas mãos geralmente estão posicionadas em guarda de longa distância (mais


lateralizada) já que essa postura fará com que tenha mais facilidade de desviar
os golpes retos aplicados, assim como aplicar retos mais rápidos com essa
mesma mão.

Somatotipo predominante: Ectomorfo.

. Trocador (que vai para cima trocando golpes): sendo técnico ou não
prefere enfrentarDanilo
a seu oponente
Damião com intercâmbios
Cardoso da de golpes e não foge ao
Silva
combate com seu oponente. A maioria das suas lutas acabam em nocaute e
dc238701@gmail.com
seu cartel geralmente é instável com lutas emocionantes, mas também com
muitas derrotas. Em geral o público gosta desse tipo de lutador
principalmente se ele consegue reunir técnica. É o estilo da maioria dos
lutadores mexicanos que caminham sempre para frente sem fugir do
combate. Ex:. Andy Ruiz.

Suas mãos geralmente estão posicionadas em uma guarda de curta distância


(um pouco mais frontal), essa postura fará com que tenha mais velocidade de
resposta para aplicar e defender os golpes curvos.

Somatotipo predominante: Mesomorfo.

. Pegador: geralmente se caracteriza pelo pouco trabalho de pernas, mas


compensa com muita potência e força nos golpes. As suas lutas podem ser
um pouco monótonas, mas sempre deixa o público com aquela ansiedade
expectativa de que a qualquer momento, mesmo atrás da pontuação, a luta
pode acabar com um golpe bem encaixado. Ex.: George Foreman, Vladimir
Klichko.

167
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Suas mãos geralmente estão posicionadas como na guarda de média distância


(nem frontal, nem totalmente lateralizada, essa postura intermediária
facilitará tanto que tenha rapidez de reação a golpes curvos, como também a
golpes retos, não traz tanta facilidade para realizar desvios, mas facilitará as
esquivas, bloqueios e as paradas.

Somatotipo predominante: Endomorfo.

Existem também lutadores que englobam duas ou mais características que


vimos exemplo de Mike Tyson que com o seu estilo “Peek a Boo” (quadrado
e quase que totalmente frontal) desenvolvido por Cus D`amato trabalhava
muito o jogo de pernas, mudanças bruscas de direção, aliada a uma grande
defesa, não fugia do combate e era um pegador nato. Claro que lhe faltava
algo do boxeador estilista, mas como vimos tudo depende de muitas
variantes como genética, biótipo, etc., e é impossível ser completo em tudo.
Outro boxeador que podemos destacar que permeava algumas características
relativas aos três estilos foi o mexicano Juan Manuel Marques.

Como treinadoresDanilo
devemosDamião Cardoso
ter os olhos dacaracterísticas
atentos as Silva não apenas
dc238701@gmail.com
técnicas, mas também físicas de cada um dos nossos alunos para potencializar
suas características natas e melhorar ou adaptar as suas debilidades para que
potencialize suas características sem expor suas debilidades.

168
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

12. A ESCOLA DE BOXE


É uma metodologia de ensino utilizada praticamente em todo o mundo e
principalmente quando tratamos de iniciação desportiva.
A sua função principal é o ensino das técnicas do boxe de uma maneira
didática, evolutiva e contribuindo para o aperfeiçoamento e aprendizagem
cognitiva do estudante.

a) Atividade consciente: criar a maior consciência possível do porquê da


técnica, aqui não se devem existir “dogmas” (é assim porque digo que é
assim), a prática e o desenvolvimento esportivo são baseados em
fundamentos e existe uma ciência por trás dos movimentos do boxe que
foram sendo evoluídas a mais de 6 mil anos desde quando se tem os sinais
dos primeiros vestígios dessa prática. Então é necessário ensinar para o
aluno, não apenas as regras do esporte, mas também o porquê de cada um
dos movimentos que realizamos de uma maneira técnica e científica para que
comece a entender que não é apenas trocar socos em um ringue e que existe
uma ciência por trás de todo
Danilo e qualquer
Damião movimento.
Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
. Consciência global: mostrar a técnica completa.

. Consciência fragmentada: fragmentar a técnica em diferentes ângulos e


estágios para que o aluno possa aprender todos os seus detalhes.

b) Atividade sensitiva e perceptiva: que o aluno escute, veja, sinta e realize


os movimentos de maneira consciente entendendo o papel do seu corpo no
tempo e espaço (propriocepção), ao ponto que realiza uma ou outra atividade
através dos seus sentidos.
Que perceba a importância da cadeia cinemática de cada movimento para
poder extrair a máxima eficácia em cada um deles.

c) Acessibilidade e individualização: não saltar etapas. É importante sempre


começar de menos a mais, sempre do mais básico ao mais complexo, porque
a construção do ensino se faz fundamentalmente das bases ao topo e de
acordo com as características individuais de cada atleta tanto a nível de
inicialização ao esporte como em atletas mais avançados.

169
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Em grupos de diferentes níveis tem que saber separá-los em uma mesma aula,
fazendo-os trabalhar de acordo com seus níveis ou ainda estabelecer horários
determinados para grupos de iniciação, intermediários e avançados.

Exemplos: é errado querer ensinar a um atleta iniciante a aplicar golpes em


passos diagonais, sem ensiná-lo tudo o que deve saber sobre os golpes básicos
do boxe ou a um nível avançado também é errado em um boxeador
notoriamente estilista e sem muito poder de KO querer insistir que trabalhe
sempre contra a suas características lutando a média e curta distância e
trocando golpes.

d) Sistematizar: estabelecer sempre o início, meio e fim em qualquer


processo, sempre do menos ao mais.

Exemplo: a história do boxe, as regras básicas do boxe, as posturas do boxe,


os passos básicos do boxe, os golpes do boxe, o sistema defensivo, etc. ou seja
uma maneira evolutiva esgotando cada um dos itens antes de passar ou
evoluir a outro tema.
Danilo Damião Cardoso da Silva
e) Aumento gradual das dc238701@gmail.com
exigências: Para que haja evolução, esgotados os
ensinamentos e recursos inicialmente trabalhados, aumentar os recursos, o
nível de exigência e atividades.

f) Dosificação adequada: Mediante os objetivos do seu trabalho e/ou do seu


aluno saber dosificar as suas aulas de acordo com que o objetivo a ser
atingido esteja sempre de maneira mais evidente na atividade.

Exemplo: Em um trabalho de boxe recreativo não se deve dar ênfase ao


Sparring.

170
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

13. AS DISTÂNCIAS DO BOXE


O boxe pode ser praticado a três distâncias principais e uma distância de
segurança, sendo:

. Larga distância ou distância de segurança: quando nenhum dos golpes


podem alcançar um ao outro.
. Longa distância: quando apenas os golpes retos podem alcançar.
. Média distância: É uma distância intermediária, onde os golpes retos não
possuem a mesma força, porém os golpes curvos já podem alcançar com
mais eficiência.
. Curta distância: Quando já se pode realizar o clinch e golpear com os
golpes curvos.

Durante um combate o lutador terá que dominar todas elas, assim que nos
treinamentos é muito importante praticar muito e principalmente encontrar
o momento exato de mudar de uma distância para outra, tanto para aplicar
golpes no sistemaDanilo
ofensivo,Damião
quanto para saber utilizar
Cardoso bem as distâncias para
da Silva
o sistema defensivo. dc238701@gmail.com

As distâncias e os golpes:

. Longa distância: golpes retos;


. Média distância e curta distância: predominância dos golpes curvos.

171
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

14. A UNIDADE DE TREINAMENTO


É nela onde se cumprem os objetivos traçados na planificação de acordo com
períodos de mesociclo e microciclo.

A unidade de treinamento (sessão de treinamento ou aula) é composta de


três partes, e deve possuir certos critérios e objetivos:

. Primeira parte: preparatória/inicial - geral e específica;


. Segunda parte: medular/principal - com foco nos elementos
técnicos/táticos;
. Terceira parte: final /recuperação.

A unidade de treinamento pode ser focada com dois objetivos, sendo:

a) dinâmicas: aquelas em que se foca o trabalho em diversas valências físicas


e com uma quantidade maior de recursos como aparatos, equipamentos, etc.
realizadas com maior foco Damião
Danilo em trabalho físico funcional
Cardoso e cognitivo.
da Silva
Mais utilizada durante o boxe de iniciação, recreativo e infantil.
dc238701@gmail.com
b) específicas: onde se trabalha mais especificamente uma valência técnica,
tática ou física utilizadas em combate.
Mais utilizada durante o boxe em níveis intermediário e avançado.

. Valências de uma unidade de treinamento:

Manter sempre os princípios da Escola de Boxe: atividade consciente,


sensitiva e perceptiva, acessível e individualizada, sistemática, com aumento
gradual das exigências e com a dosificação adequada.

- Físico condicionante: desenvolvimento de qualidades físicas (força,


resistência e velocidade).
Obs.: a depender da fase e da necessidade de cada indivíduo tem que se ter
em mente que ao dedicar um maior período ao treinamento físico, estará
abrindo mão de uma parte dedicada ao desenvolvimento técnico/tático,
assim que tem que se mensurar quais os objetivos específicos e em que fase
do período de treinamento se encontra.

172
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

- Técnico: gestos motores, mecanização (gesto motor voluntário).

Fases evolutivas da técnica:

a) desenvolvimento: aprendizagem e desenvolvimento;


b) melhoramento: realizar os gestos de maneira mais rápida;
c) aperfeiçoamento: com os gestos técnicos sejam estéticos, rápidos e eficazes;
d) polimento: desenvolve todos os aspectos em estado de fadiga. Ex.: sombra
ao final da unidade de treinamento.

Obs.: tem que haver equilíbrio, não adianta focar o tempo todo em um tema
porque principalmente para o indivíduo que está sendo iniciado no boxe
pode haver um cansaço já que o sistema nervoso central tende a se estressar e
com isso se diminui a capacidade de assimilação do trabalho. Outro ponto a
se destacar é se o indivíduo é um atleta de boxe recreativo ou profissional.

- Tático: objetivo tático, é a utilização dos recursos já aprendidos de uma


forma alternada no desenvolvimento de um combate.
Danilo
Ex.: escola de combate Damião Cardoso
condicionada da Silva
(simples, complexa, alternada), livre ou
sparring. dc238701@gmail.com

- Teórico: regras, tecnicismo, vocabulário específico, estratégias, etc.


Ex.: como se chamam os golpes, as movimentações, quais as regras do boxe?

173
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

14.1. Primeira parte da unidade de treinamento:


Preparatória/Inicial

Com a fase preparatória se inicia a aula, aí é onde se realizam as atividades


organizativas e se prepara o organismo para a atividade mediante o
aquecimento geral e específico, ao mesmo tempo que se mantém a atenção
dos atletas para a atividade. Geralmente se emprega nessa fase entre 8 e 20
minutos dependendo do tempo total da aula.

a) Mobilidade articular:

Lubrificar as articulações (produção de líquido sinovial), promove o início da


adaptação metabólica, aquecimento dos músculos. Começa a preparar e
despertar o organismo para a atividade.
Movimentos que se realizam em função do movimento natural da
articulação. Geralmente se realizam de forma segmentada em ordem
ascendente (podal Danilo Damião
- céfalo) Cardoso da
ou descendente Silva
(céfalo - podal), durante
dc238701@gmail.com
aproximadamente 8 segundos em cada exercício.
Ajuda a evitar micro lesões causadas pelo esforço sem a devida preparação.

b) Adequações morfo funcionais gerais (aquecimento geral):

Onde se envolve toda a interação do organismo e seguimentos corporais para


preparar o organismo para um estímulo maior, ativar o sistema
cardiopulmonar.
Pode ser dinâmico ou estático.
Deve contemplar todo o corpo, e se necessário dar ênfase a seguimentos
corporais que serão estimulados posteriormente.
É essencial porque pode modificar o desempenho do atleta.
Ex.: atletas que saltam essa parte ou fazem “corpo mole” podem sofrer lesões,
além do que os estímulos sensoriais nesta fase fazem com que o sistema
nervoso central e periférico entendam melhor a atividade que está por vir e
dão uma resposta mais adequada nas fases posteriores.

174
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

c) Adequações morfo funcionais especiais (aquecimento específico):

Ênfase nos seguimentos que serão trabalhados na parte medular da unidade


de treinamento.
Ex.: Se na aula estão previstos treinamentos de força para a cadeia superior
do corpo, nesta fase se dá mais ênfase ao aquecimento dos grupos musculares
que serão trabalhados posteriormente.
Se obedece a cinética do boxe.
A mobilidade atenderá a preparação de segmentos corporais que terão uma
implicação direta na parte medular.
A intensidade aumentará progressivamente.
Se começará a atender os objetivos técnicos.
Se é de caráter teórico de denomina Escola de Boxe (se pode estender até a
parte medular).
Se é de caráter tático se pode classificar de sombra livre ou condicionada, a
depender idade desportiva do atleta já se pode estimular a tática.
Classificação por tempo de rounds (3 minutos).

Danilo
Tarefas fisiológicas Damião Cardoso da Silva
do aquecimento:
dc238701@gmail.com
. Preparar o sistema nervoso central e vegetativo;
. Preparar as articulações;
. Preparar o aparato locomotor para esforços musculares significativos.

Tarefas formativas:

. Formar habilidade para movimentos de diferentes parâmetros.

Tarefas psicopedagógicas por parte do professor/treinador:

. Conservar a atenção do aluno/atleta na aula;


. Concentrar objetivos da aula para que o indivíduo realize a atividade de
maneira consciente;
. Motivar a atividade.

175
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Procedimentos para a parte inicial da unidade de treinamento:

1. Saber distribuir rápida e comodamente os alunos;


2. Criar a noção de exercício;
3. Prestar ajuda durante a execução;
4. Correção de erros.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

176
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

14.2. Segunda parte da unidade de Treinamento:


Medular/Principal

CAPACIDADE TÉCNICO TÁTICO TEÓRICO


Preparação física geral. Automatização. Regulamentação.
Preparação física Deslocamentos, golpes
especial (meios básicos, contra-
História, tecnicismos.
auxiliares - ataques, gestos
automatização). defensivos, distâncias.
Estratégias (sempre
Força, resistência e Escola de Boxe
previamente a um
velocidade. Escola de Combate
combate).

. Desenvolvimento das qualidades motrizes: coordenação e equilíbrio.


. Desenvolvimento das qualidades físicas: força, resistência, velocidade e
flexibilidade (sejam com exercícios de caráter geral ou específicos).
Danilo Damião
. Utilizar meios complementares Cardoso
(cones, daou
discos, etc.) Silva
específicos
(manoplas, governadora,dc238701@gmail.com
corda, etc.).
. Correlação com a etapa de treinamento.

177
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Desenvolvimento técnico tático.


. O momento principal que o treinador desempenha a função educativa do
professor.
. Ensino- Aprendizagem.
. SNC – Sistema Nervoso Central ótimo.
. Dirigido (o que, como e porquê).

A escola de combate:

. Dirigida
. Condicionada
. Unilateral simples ou complexa.
. Livre condicionada (físico, técnico, tático).
. Sparring (que muitas escolas não consideram parte da escola de combate).

Polimento da técnica:

Desenvolver baixo a fadiga os gestos motores adequados biomecanicamente,


estressando a nível psicológico e físico o indivíduo e o organismo.
Danilo das
Qualificando a qualidade Damião Cardoso
aderências da Silva
e adaptações motoras.
Gesto motor voluntário.dc238701@gmail.com
Se realiza sem luvas.
Como: fazer sombra.

178
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

14.3. Parte final/recuperação

Soltura e alongamento.

Para finalizar a unidade de treinamento é importante realizar a soltura da


musculatura do corpo e alongamento dando ênfase as estruturas musculares
mais utilizadas naquela unidade de treinamento.
A recomendação é que se faça um alongamento suave depois do treino. As
últimas pesquisas científicas concluem que se o indivíduo força demais um
alongamento depois de uma unidade de treinamento corre mais riscos de
sofrer uma lesão. A depender da intensidade do treinamento o alongamento
excessivo pode abrir as micro rupturas musculares geradas pelo treinamento e
a consequência pode vir em forma de uma contratura muscular, assim que o
recomendado é realizar um alongamento suave, como uma espécie de
soltura. Já o trabalho de flexibilidade deve ser realizado a parte, em um dia de
descanso ou em um período anterior a um treinamento mais suave. Ex.:
Trabalha a flexibilidade no período da manhã para se treinar a noite.
Danilo Damião Cardoso da Silva
Diferenças entre alongamento e flexibilidade:
dc238701@gmail.com
Quando falamos em alongamento, referimo-nos à capacidade dos ligamentos,
músculos e tendões de se esticarem ou se alongarem, ao contrário do termo
flexibilidade, que é definido como a capacidade de uma articulação ou grupo
de articulações realizar movimentos com a amplitude máxima possível sem
causar nenhum dano.

Elasticidade: São exercícios baseados no aumento da mobilidade por meio


do alongamento dos músculos encurtados e tecidos conjuntivos adjacentes
(tendões). O alongamento ajuda a compensar desequilíbrios ou
encurtamento muscular, bem como a evitar contraturas, cãibras e fortalecer
os ossos, pois os cobrem. O objetivo do alongamento é dar elasticidade ao
sistema músculo-tendinoso. Quando a mobilidade é limitada, o
desenvolvimento de força, coordenação, assim como velocidade e resistência,
é mais difícil, e também há um risco maior de lesões.

Flexibilidade: Conseguir que ao executar os movimentos de uma dada


articulação estes atinjam sua amplitude máxima, pode ser feito através de

179
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

exercícios realizados pelo próprio sujeito sem ajuda externa


(contração do grupo muscular antagonista) ou recorrendo a forças externas
como parceiro, sobrecarga, inércia, trações.

Um alongamento deve ser realizado antes e após uma atividade física ou


articular, no início devem ser alongamentos suaves, para preparar o corpo
para a atividade, ao final da atividade devem ser desenvolvidos alongamentos
e mantê-los por 20 segundos cada sem forçar demasiado como falamos
anteriormente.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

180
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

PARTE 3 - MÓDULO PRÁTICO ESPECÍFICO


Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com

181
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

1. BANDAGEM PARA AS MÃOS


Importante instruir aos seus alunos/clientes ou atletas como realizar uma
boa bandagem e solicitar que já as tenham postas antes de se iniciar o
treinamento.
A bandagem é um dos fatores mais importantes na prática de um esporte de
contato como o boxe e serve para proteger toda a estrutura das mãos e punho
contra os impactos constantes da atividade ao tempo que previne possíveis
torções ou até fraturas.
As bandagens podem ser de material simples (de farmácia), aquelas ataduras
que os médicos costumam utilizar ou ainda específicas, que se podem
comprar em lojas especializadas.

*O importante de toda e qualquer bandagem é que não se corte a circulação


sanguínea, ela tem que estar justa, mas não demais, se os seus dedos estiverem frios ou
com uma cor arroxeada retire a atadura e a refaça novamente.

Danilo Damião Cardoso da Silva


a) bandagem de mãos simples:
dc238701@gmail.com
Esse tipo de bandagem se pode comprar em qualquer farmácia e serve não só
para o boxe, mas também para ajudar a imobilizar entorse e fraturas.
Essas bandagens são as mais baratas e, portanto, não têm a sujeição para o
polegar, assim que se pode introduzir um dos dedos na bandagem até fazer
um pequeno orifício ou ainda pode-se iniciar a bandagem diretamente a
partir dos metacarpos.
O comprimento da bandagem é muito importante para poder fazer uma boa
proteção, certifique-se de comprar uma bandagem de pelo menos 4 a 5
metros de comprimento (a largura deve ser de 4 ou 5 centímetros), uma mais
curta não protegerá devidamente as mãos.

b) bandagens específicas para treinamento de boxe:

Essas bandagens estão disponíveis em lojas especializadas em esportes de


combate e artes marciais e o seu preço varia a depender do local, a diferença
desses tipos de atadura reside em dois aspectos:

182
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

a) são mais grossas;


b) essas bandagens possuem um prendedor de polegar, portanto são
colocadas de outra maneira, iniciando a bandagem do polegar para trás em
direção ao dorso da mão.

*Importante que sejam suavemente elásticas para que possam contornar e dar mais
sujeição as mãos com melhor eficiência.

Este tipo de bandagem dá uma sensação maior de segurança na aterrizagem


do golpe e permite uma proteção mais eficaz das articulações das mãos,
principalmente aos ligamentos transversos dos metacarpos.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

183
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

2. MOBILIZAÇÃO ARTICULAR
Sempre se deve realizar na parte inicial da unidade de treinamento, é uma
atividade de baixa intensidade e progressiva que visa preparar o corpo para a
atividade.

a) Preparação do corpo para a atividade.

Breve descrição anatômica das articulações que se deve mobilizar:

. Pescoço: pode realizar um grande número de movimentos, devido estar


disposto em peças rígidas sobrepostas unidas por elementos elásticos que lhe
confere uma grande capacidade de mobilidade sobre 3 eixos e planos de
movimento.

. Ombros: disposto sobre a articulação glenohumeral. As superfícies


articulares são aDanilo
cabeça Damião
do úmero Cardoso
a cavidadeda
glenoidea
Silva e recoberta de
cartilagem articular.
dc238701@gmail.com
. Cotovelos: articulações úmero radial, úmero cubital, radio cubital. As três
estão englobadas na mesma cápsula articular.

. Punho ou munheca: é a articulação que une o cúbito e radio (antebraço)


ao carpo (mão), é uma articulação que permite movimentos transversais e
antero posterior. Essa articulação é muito importante já que no boxe é onde
se produz a maioria das lesões.

. Articulação do quadril: é a que une o osso coxal com o fêmur, e o que une
o tronco com a extremidade inferior.

. Joelhos: está composto pela inserção de dois importantes ossos: o fêmur na


porção proximal e a tíbia na porção distal e dispõe de um pequeno osso
chamado rótula que se articula com a porção anterior e inferior do fêmur.
Pode realizar principalmente movimentos de flexão e extensão.

184
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Tornozelos: está formado por três ossos, o perônio, a tíbia e


o tálus, os dois primeiros formam uma abóbada onde encaixa a cúpula do
terceiro osso.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

185
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

3. AQUECIMENTO
Deve ser uma atividade aeróbica e de baixo ou médio impacto, que pode ser
de movimentos técnicos específicos ou não.

Aquecimento geral:

Os exercícios devem durar ao menos 30 segundos antes da mudança para um


outro.

Exemplos:

. Corrida estática erguendo os joelhos.


. Corrida estática com calcanhar aos glúteos.
. Giro de joelhos em adução.
. Giro de joelhos em abdução.
. Elevação de perna tocando a mão contraria na ponta dos pés
. Polichinelo /JumpDamião
Danilo Jack. Cardoso da Silva
. Polichinelo variação frontal.
dc238701@gmail.com
. Passo pêndulo braço estendido (postura do boxe com a mão
adiantada estirada e girando o ombro atrasado) e vice-versa.
. Passo pêndulo: os dois braços flexão e extensão na postura do boxe
(golpe reto duplo).
. Passo pêndulo e braços para cima e para baixo.
. Passo pêndulo braços laterais abre e fecha no peito.
. Pular corda depois do aquecimento geral.

Aquecimento específico

Sombra (shadow boxing), se faz depois do aquecimento geral (ou ainda ao


final de uma unidade de treinamento), estimula o sistema nervoso central e
periférico facilitando e incrementando os estímulos nervosos o que
melhoram a coordenação motora e favorecem a aprendizagem e
desenvolvimento da técnica, utilizando de maneira funcional os músculos e
tendões que vão ser mais exigidos na atividade desportiva.
Realizar sem as luvas e pode ser dirigida, condicionada livre ou livre.

186
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

A nível psicológico a sombra diminui o estado de ansiedade e fadiga inicial,


ativa a motivação intrínseca e atua como um mecanismo de desvio do
estresse psicológico.
Se caracteriza por fazer movimentos parecidos ao que se vai utilizar
posteriormente na unidade de treinamento e simulando um combate real
contra um oponente fictício.
Nessa atividade também se pode utilizar materiais que aumentar a resistência
dos ombros como pesinhos ou elásticos.
O treinador deve estar atento cobrando a melhora da técnica e fazer uso de
meios e métodos de ensino utilizando meios auxiliares que facilitem as
capacidades cognitivas do atleta a exemplo de estímulos verbais, visuais ou
sinestésicos.
Se a atividade é dirigida as sequencias tem que ter uma relação com a parte
medular da aula, assim que é importante traçar objetivos e métodos dentro
de cada treinamento.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

187
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

4. PARADA DE COMBATE(OU GUARDA DE


COMBATE)
É a postura típica do boxeador, a partir da qual todos os movimentos de
ataque e defesa começam e terminam.
Por si só, a parada de combate é uma postura passiva defensiva, uma vez que
os braços adotam a atitude de proteção das áreas vulneráveis do lutador e ao
mesmo tempo interceptam ou desviam os golpes do adversário e a posição
das pernas permite o balanço e equilíbrio necessário para realização do
trabalho de pernas (footwork) que fazem parte da defesa do boxeador. Não
obstante também a partir da parada de combate partem as ações ofensivas.
Também não se deve confundir a guarda tecnicamente clássica/ortodoxa
com as múltiplas paradas de combate de muitos boxeadores e que são
características e pessoais de grandes campeões.
Anos atrás falava-se de diferentes tipos de guarda de acordo com os países de
origem dos pugilistas, então vemos em muitos tratados sobre a técnica do
boxe como se diz que existe uma guarda inglesa, francesa, americana. A
evolução da técnica do boxe
Danilo nos últimos
Damião cinquenta
Cardoso daanos e ainda mais depois
Silva
do advento da internet dc238701@gmail.com
já não nos permite tipificar posições de guarda por
países (escolas).
Podemos, claro, fazer uma qualificação sobre as diferenças fundamentais
entre a guarda típica amadora e a guarda profissional.
A guarda amadora é levemente mais frontal e fechada devido à necessidade
de golpes mais contínuos com ambas as mãos.
O punho adiantado deve estar na altura do ombro e o ombro deve ser
mantido elevado para evitar a possibilidade de golpes curvos no rosto.
O cotovelo deve estar localizado a uma distância intermediária entre o punho
e o ombro, ou seja, o braço deve formar um suave “^”, que possui um ângulo
entre 10 e não mais que 20 graus, e postos verticalmente. O punho deve
estar na mesma altura do ombro e as mãos um pouco abaixo dos olhos. Sem
contrair músculos (como na guarda de longa distância que veremos a seguir
na Fig.8.).
A tendência à verticalidade exagerada do antebraço é um defeito muito
pronunciado, pois para a extensão do braço, neste caso, devem ser realizados
dois movimentos, o primeiro para colocar o antebraço na posição de tiro e o
segundo para levantar o cotovelo enquanto giramos o antebraço para alinhar

188
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

as articulações (ombro, cotovelo, punho) e colocamos o punho


na posição correta de impacto.
Sendo, como é, objetivo prioritário a economia de movimentos, para se
conseguir uma técnica correta, deve-se adotar uma postura correta do braço
na posição de guarda, como já dissemos, em um suave “^”, em que a
resistência do braço não deve ser vencida. Os músculos antagonistas
prosseguem em extensão total, permitindo que a velocidade máxima e
violenta contração muscular sejam alcançadas no momento final do impacto,
que é o que determinará a força do golpe (sem esquecer, a leve virada motriz
do pé, quadril e ombro, para aplicar o peso total no ponto de impacto).
O braço direito será colocado mais para trás, na mesma altura do ombro
esquerdo, à frente do queixo e lateralmente a ele, com uma distância
aproximadamente igual à do polegar estendido. O cotovelo será separado
alguns centímetros da região hepática para evitar a transmissão do efeito de
qualquer golpe ao corpo que, ao ser bloqueado por este braço, poderia
empurrá-lo o suficiente para que seu choque pudesse atingir a área vulnerável
do fígado.
A posição de guarda deve permitir realizar todos os movimentos ofensivos e
defensivos, ou seja, tanto as esquivas e movimentos, como também as
paradas, desvios eDanilo Damião
bloqueios Cardoso
dos golpes da Silva
do adversário, de forma a manter o
equilíbrio distribuído emdc238701@gmail.com
ambas as pernas, garantindo uma correta execução
dos nossos golpes ou possibilitando o sucessivo encadeamento destes em
combinações.
Dependendo em grande medida das características morfológicas do
indivíduo (comprimento dos braços, pescoço, forma dos ombros,
desenvolvimento peitoral, etc.), aparentemente teremos diferentes formas de
guarda, mesmo quando partimos dos mesmos princípios fundamentais e
básicos. Os estilos característicos serão dados (ou deverão vir) pela
experiência do treinador, do próprio atleta e pelo melhor uso de suas
condições e características. Principalmente por seu domínio da técnica e
nunca, como costuma acontecer em muitos casos, pela soma de seus defeitos
e vícios posturais. Às vezes, os erros de ensino confundem-se, ou pretendem
justificar, "estilos pessoais" supostos e inexistentes.
Os treinadores que foram lutadores não devem querer impor o seu estilo de
luta aos seus alunos/atletas, até porque o que serve para um pode não servir
para outro devido as características do morfológicas e de somatotipo que são
únicas para cada ser humano, mas é claro que suas experiências sempre serão
válidas e facilmente poderá identificar que um ou outro aluno terá mais
facilidade para aprender uma ou outra de suas características pessoais, mas
189
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

isso não deve ser imposto e pode vir a causar frustração


naquelas pessoas que por um motivo ou outro não conseguem fazer bem
uma parada de combate a exemplo do Shoulder Roll ou Peek a Boo e acabam se
expondo demais, enquanto se utilizassem uma postura mais
clássica/tradicional ou ortodoxa conseguiria desenvolver melhor o seu boxe.
Então o que sugerimos, principalmente quando trabalhamos com indivíduos
que estão iniciando na prática esportiva é que adotemos a guarda
clássica/tradicional ou ortodoxa do boxe.

. Parada de combate clássica/tradicional:

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.1. Parada de combate clássica

Pernas: com os pés paralelos e abertos na mesma distância dos ombros dá-se
um passo natural para frente com uma das pernas (a esquerda para quem é
destro ou a direita para quem é canhoto) deixando as pernas levemente
flexionadas e o peso distribuído igualmente em ambas as pernas e corpo que
devem estar em uma posição oblíqua, desta forma diminuindo a zona de alvo
por parte do adversário (Fig.2).
Importante que a perna esquerda fique posicionada sempre a esquerda do
seu corpo e a direita a direita, nunca em uma mesma linha ou cruzadas,
com isso estabelecemos uma base sólida que dará equilíbrio e força aos
movimentos ao mesmo tempo que facilitará o trabalho defensivo, balanço
para as esquivas e que também possa utilizar de maneira mais eficaz a cadeia
cinemática para gerar mais força nos golpes.

190
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Fig.2. Perspectiva do alvo.

Pés: O pé que está adiantado deve estar levemente em diagonal, apontando


para dentro, em um ângulo diagonal ao adversário e que pode variar de no
mínimo 15 a no máximo 30 graus. Algumas escolas preferem que o pé
adiantado esteja apontando para frente, diretamente ao adversário.
Se deixa o calcanhar do pé atrasado levemente fora do solo ficando o
indivíduo apoiado apenas na base dos metatarsos (na ponta do pé). Outas
escolas preferem Danilo
deixar esse pé completamente
Damião Cardosonoda chão, mas de maneira que
Silva
o peso do corpo não esteja completamente sobre o calcanhar que deve estar
dc238701@gmail.com
livre para o giro de pronação e supinação ao qual o corpo exige ao se lançar
alguns golpes (veremos esse detalhe mais a seguir). O pé da perna atrasada
deve estar apontando na mesma direção do pé adiantado, ou seja, em
diagonal oblíquo. É certo dizer também que a posição do pé atrasado pode
depender da guarda/postura a ser utilizada: curta, média ou longa distância e
que também pode variar segundo o estilo do lutador ou ainda do momento
ou estratégia que se adota em um combate.

Fig.3. Posição dos pés. Na perna atrasada o peso deve estar nos metacarpos.

191
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Depois de estudar muito e durante mais de 30 anos de prática aprendemos


que no boxe não existe verdade absoluta, já que na própria literatura se pode
encontrar uma enorme divergência entre praticamente todos os temas
relacionados, assim que é muito importante para o treinador saber respeitar e
identificar a individualidade (de onde provém a palavra indivíduo) de cada
pessoa, a exemplo do que é um vício de má postura que deve ser trabalhado e
corrigido, do que pode ser uma postura mais cômoda devido a características
morfológicas ou até patológicas de um indivíduo como no caso de uma
escoliose, pernas valgas ou varas, etc.

Tronco: se posiciona o tronco lateralmente (também de maneira oblíqua) de


modo a que o ombro adiantado fique de frente para o oponente e como uma
espécie de escudo frontal.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.4. Posição do tronco.

Mãos: As mãos devem estar fechadas e posicionadas um pouco abaixo dos


olhos para que possa enxergar por cima das luvas e protegendo cada uma um
lado do seu rosto e os punhos devem estar suavemente arqueados para
dentro a ponto que seu adversário não possa enxergar a sua boca ou a atinja
com um golpe reto passando entre as duas luvas.

192
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Fig.5. Posição das mãos em guarda.

a) Mãos na guarda de curta distância (um pouco mais frontal): as mãos


devem estar posicionadas mais perto do rosto e com os cotovelos adiantados,
próximos ao corpo e sobre as costelas.
Essa postura fará com que tenha mais velocidade de resposta para aplicar e
defender os golpes curvos. Damião
Danilo Geralmente utilizada pelos
Cardoso lutadores trocadores.
da Silva
dc238701@gmail.com

Fig.6. Posição das mãos em guarda de curta distância.

193
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

b) Mãos na guarda de média distância (pouco mais lateralizada): a mão


adiantada um pouco mais adiantada do rosto: como uns 15, a no máximo 20
centímetros. A mão atrasada permanece protegendo a parte lateral do rosto
com o cotovelo posicionado também na parte lateral, antero ventral do
corpo.
Essa postura intermediária facilitará tanto que tenha rapidez de reação a
golpes curvos, como também a golpes retos, não traz tanta facilidade para
realizar desvios, mas facilitará as esquivas, bloqueios e as paradas. Geralmente
utilizada pelos lutadores pegadores e trocadores.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.7. Posição das mãos em guarda de média distância.

c) Mãos na guarda de longa distância (lateralizada com ombro em escudo


completo): neste caso a mão adiantada é deslocada um pouco mais à frente
do corpo, afastando-se do rosto entre 30 e 40 centímetros.
Essa postura fará com que tenha mais facilidade de desviar os golpes retos
aplicados a essa distância, assim como aplicar retos mais rápidos com essa
mesma mão. Geralmente utilizada pelos lutadores estilistas e pelos atletas
amadores/olímpicos.

194
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Fig.8. Posição das mãos em guarda de longa distância.

Os lutadores quando estão frente a frente, visualizam basicamente 2 níveis de


altura dos golpes, os golpes na linha do rosto, e golpes no tronco do seu
adversário. Assim temos 6 pontos,3 acima (centro, direita e esquerda), 3
abaixo (centro, direita e esquerda).
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com

Fig.9. Encontrar os 6 pontos na brecha da guarda.

195
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Cotovelos: Como vimos anteriormente a posição dos cotovelos podem variar


de acordo com o tipo de guarda, porém, de forma geral, os cotovelos devem
estar juntos ao corpo, devendo formar um suave “^”, que possui um ângulo
entre 10 e não mais que 20 graus e suavemente descansando na parte frontal
do tronco (protegendo no lado direito o fígado e do lado esquerdo o baço).
Importante que os cotovelos estejam sempre apontando para baixo e nunca
para os lados ou para trás.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig. 10. Posição dos cotovelos.

Ombros e cabeça: deve-se subir ligeiramente os ombros e baixar um pouco o


queixo em direção ao peito, como uma espécie de “casco de tartaruga”, essa
postura visa proteger o queixo dos golpes curvos. Também com o queixo
mais baixo escondido ao centro do peito (entre os ombros e as mãos) facilita
proteger a parte frontal do rosto dos golpes retos.

196
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5. OS GOLPES DO BOXE
Importante ressaltar que, para melhor entendimento, as explicações a seguir
são considerando que o indivíduo não está em movimentação contínua,
simplesmente parado, aplica unicamente um golpe e volta a posição inicial,
ressaltamos este ponto porque, como veremos mais adiante, a depender do
tipo de movimentação de pernas ou com o golpe encaixado em uma
sequência de outros golpes pode haver alguma variação no momento de sua
aplicação.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.11. Principais pontos de ataque.

Os golpes do boxe podem ser divididos em preparadores e finalizadores:

a) preparadores: rápidos, pouco giro do corpo, abrir espaços, buscar


posicionamento.

b) finalizadores: mais giro do corpo, mais força, aproveitar os espaços.

Alguns autores defendem que no boxe existem 12 tipos de golpes, outros que
existem apenas 6. Essa confusão se deve ao se considerar o golpe desferido
com cada mão um golpe diferente ou apenas um mesmo golpe sendo um
com a mão adiantada e outro com a mão atrasada.

197
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Por trajetória temos:

. Golpes retos: jab (com a mão adiantada) e direto (com a mão atrasada).

. Golpes curvos laterais: cruzados e ganchos ao fígado e baço.

. Golpes curvos ascendentes verticais: uppercut e ganchos no plexo.

. Golpe misto: overhand (ou swing).

Teoria dos 12 golpes:

1.Reto com a mão adiantada na cara (jab);


2. Reto com a mão atrasada na cara (direto);
3. Gancho com a mão adiantada no rosto (cruzado);
4. Gancho com a mão atrasada no rosto (cruzado);
5. Gancho com a mão adiantada no corpo (hook);
6. Gancho com a mão atrasada no corpo (hook);
7. Uppercut comDanilo Damião Cardoso da Silva
a mão adiantada;
8. Uppercut com a mão dc238701@gmail.com
atrasada;
9. Overhand com a mão adiantada;
10. Overhand com a mão atrasada;
11. Swing com a mão adiantada*;
12. Swing com a mão atrasada*.

* Algumas escolas tratam do swing como um golpe diferente do overhand.

Teoria dos 6 golpes:

. 2 golpes retos (jab e direto)


. 4 golpes curvos (cruzados, ganchos, uppercuts, overhand´s ou swing´s).

Isso vai de cada professor/treinador, afinal a ordem dos fatores não altera o
produto e como vimos não existe verdade absoluta.
Em nossa escola gostamos de simplificar as coisas e não cremos que seja
funcional durante uma atividade a exemplo de uma manopla, sparring ou
combate ter que falar: “- quero que aplique um reto com a mão adiantada, seguido
de um golpe curvo com a mão atrasada ao corpo”, acreditamos que é mais rápido
198
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

e mais fácil falar simplesmente: “- Jab e gancho com a mão


atrasada”. Assim que, é claro, sem deixar de utilizar a nomenclatura correta
de cada golpe nos momentos técnicos da unidade de treinamento.
Portanto, a nomenclatura de golpes para manopla, escola de combate e
combate que utilizamos são:

1. JAB
2. DIRETO
3. CRUZADO
4. GANCHO
5. UPPERCUT
6. OVERHAND (ou Swing)

Assim que, dentro desses parâmetros, você pode utilizar a nomenclatura que
melhor se adeque.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

199
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5.1. Golpes retos (longa distância)

5.1.1. Reto com a mão adiantada ou jab.

O reto com a mão adiantada, estatisticamente, é o golpe mais disparado


durante a prática do boxe. Principalmente devido a suas múltiplas utilidades.
Recorrendo a física sabemos que o caminho mais curto entre um ponto A e
um ponto B é uma linha reta. Assim que, estando o boxeador a longa
distância de seu adversário e na postura clássica do boxe e, portanto, com
uma postura lateralizada onde uma das mãos está adiantada, essa mão é a
que mais rapidamente pode chegar ao seu alvo e também por essas mesmas
características e por não contar de uma cadeia cinemática mais complexa
também é o golpe do boxe que possui menos força.
O reto com a mão adiantada possui muitas funções, vamos as principais.

Principais utilizações:
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
a) marcar pontos;

b) medir a distância para o adversário;

c) atrapalhar a visão do adversário;

d) servir como finta para disparo de um outro golpe;

e) lastimar continuamente o adversário;

f) manter o adversário a distância;

g) eventualmente, mas não muito comum nocautear um adversário.

200
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Partindo da posição do corpo e das mãos:

Fig.12. Reto da mão adiantada ao rosto. Fig.13. Variação girando o pé adiantado.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.14. Reto da mão adiantada ao corpo. Fig.15. Visão lateral.

Na posição clássica do boxe, guarda alta e cotovelos voltados para baixo, o


golpe sai em linha reta partindo da mão adiantada, inicialmente mantendo a
posição inicial supinada das mãos, até perto da chegada ao alvo. Apesar de
ser o golpe do boxe onde menos se utiliza a cadeia cinemática, de fato, como
todos os outros golpes a força gerada provém do solo.
201
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Se desloca a massa corpórea de 50% - 50% entre as duas pernas para cerca de
60% (até70%) na perna adiantada, seguindo a cadeia cinemática a força do
golpe partirá do chão e, simplificando, passará pelos: pés (que não devem se
mover a não ser que seja um jab vindo de trás, ou seja, depois da aplicação de algum
golpe com a mão atrasada e ao qual, por haver mais possibilidade de rotação do corpo
para voltar a posição inicial, o golpe pode ter um efeito parecido com o reto da mão
atrasada, ou seja, gerando mais força, assim que ao finalizar o golpe, em algumas
ocasiões, se pode fazer o giro do calcanhar para fora: Fig. 13) tornozelos, estrutura
das pernas, leve giro de quadril em direção a perna atrasada, costas, trapézio,
ombro, bíceps, tríceps, antebraço, rotação interna do antebraço e punho
culminando o movimento ao atingir o alvo (mão em pronação) com o
segundo e terceiro metacarpos e retornando rapidamente (efeito chicote) da
mesma maneira a posição inicial.

Onde aplicar:

a) rosto: na parte mais adiantada, a depender da postura ou posição,


geralmente aplicado na têmpora, olho, zigomático (pômulo ou maçã do
Danilo Damião Cardoso da Silva
rosto), nariz ou queixo.
dc238701@gmail.com
b) corpo: geralmente aplicado no plexo (boca do estômago) ou costelas sobre
o fígado (lado direito) ou baço (lado esquerdo). Ao aplicar o golpe no corpo é
necessário agachar-se levemente e deslocar a cabeça para baixo no eixo entre
as duas pernas (fig. 14 e 15).

5.1.2. Reto com a mão atrasada ou direto.

O reto com a mão atrasada é semelhante ao da mão adiantada, porém existe


um maior envolvimento da cadeia cinemática e, por partir desde o ombro
atrasado em um giro do eixo do tronco com a transferência da perna atrasada
para aperna adiantada, além de rápido (por ser aplicado) em linha, gera
também muito mais força.
Na posição clássica do boxe, estando a uma longa distância do seu
adversário, guarda alta e cotovelos voltados para baixo, o golpe sai em linha
reta partindo da mão atrasada, inicialmente mantendo a posição inicial
supinada das mãos, até perto da chegada ao alvo.

202
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Principais utilizações:

a) marcar pontos.
b) nocaute.

Partindo da posição do corpo e das mãos:

Danilo Damião Cardoso da Silva


Fig.16. Reto da mãodc238701@gmail.com
atrasada no rosto. Fig.17. Visão lateral

Fig.18. Reto da mão atrasada no corpo. Fig.19 . Visão lateral

Se desloca a massa corpórea de 50% - 50% entre as duas pernas para cerca de
60% na perna atrasada e 40% na perna adiantada, daí a cadeia cinemática
vai agir onde a força do golpe partirá do chão e, simplificando: passará pelo

203
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

pé atrasado, que iniciará um giro do calcanhar para fora,


tornozelos, estrutura das pernas, um longo giro do quadril em direção a
perna adiantada (neste momento o peso do corpo será inversamente transferido entre
as pernas: 40% na perna atrasada e 60% na perna adiantada - sem deixar a cabeça
pender para diante ou seja não se deve deixa-la passar para frente do joelho
adiantado), costas, trapézio, ombro, bíceps, tríceps, antebraço, rotação interna
do antebraço e punho culminando o movimento ao atingir o alvo (mão em
pronação) com o segundo e terceiro metacarpos e retornando rapidamente
(efeito chicote) da mesma maneira a posição inicial.

Onde aplicar:

a) rosto: na parte mais adiantada, a depender da postura ou posição,


geralmente aplicado na têmpora, olho, zigomático, nariz ou queixo.

b) corpo: geralmente aplicado no plexo (boca do estômago) ou costelas sobre


o fígado (lado direito) ou baço (lado esquerdo) a depender se o adversário é
canhoto ou destro. Ao aplicar o golpe no tronco é necessário agachar-se
levemente e deslocar a cabeça para baixo no eixo entre as duas pernas (fig. 18
e 19). Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com

204
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5.2. Golpes curvos (média e curta distância)

5.2.1. Cruzado (ou gancho no rosto).

5.2.1.1. Cruzado com a mão adiantada ao rosto:

Realizado em um giro do eixo do tronco em transferência da perna adiantada


para aperna atrasada.
Na posição clássica do boxe, estando a média ou curta distância do
adversário, guarda alta e cotovelos voltados para baixo, o golpe sai cruzando a
linha central do eixo do corpo para dentro e partindo da mão adiantada,
ergue-se o cotovelo e antebraço em um ângulo de 90 graus, as mãos podem
estar em posição pronada (dorso para cima) ou neutra (polegar para cima) e
retorna à posição inicial.

Principais utilizações:
Danilo Damião Cardoso da Silva
a) marcar pontos.
dc238701@gmail.com
b) nocaute;

Partindo da posição do corpo e das mãos:

Fig.20. Fig. 21 Fig. 22


Cruzado da mão adiantada Variação polegar horizontal Variação com giro de calcanhar

205
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Se desloca a massa corpórea de 50% - 50% entre as duas pernas para cerca de
40% na perna atrasada e 60% na perna adiantada, daí a cadeia cinemática
vai agir onde a força do golpe partirá do chão e, simplificando, se lança
suavemente o a cabeça e o ombro atrasado para fora (para gerar maior
ângulo) e a partir daí se iniciará um processo inverso de transferência do
peso que passará pelo pé adiantado que será forçado contra o solo em força
horizontal em direção ao lado contrário, se iniciará então um giro do
calcanhar para fora (ou não, em algumas escolas simplesmente não se gira o
calcanhar), tornozelos, estrutura das pernas, um longo giro do quadril em
direção a perna atrasada (neste momento o peso do corpo será inversamente
transferido entre as pernas: 60% na perna atrasada e 40% na perna adiantada),
costas, trapézio, ombro, bíceps, tríceps, antebraço, e rotação interna do
antebraço e punho culminando o movimento ao atingir o alvo (mão pronada
ou neutra) sempre batendo com o segundo e terceiro metacarpos e
retornando rapidamente (efeito chicote) da mesma maneira a posição inicial.
O cruzado com o polegar para cima (posição neutra) é mais aplicado a média
e curta distância, o cruzado com a mão para baixo (pronada) geralmente é
aplicado em uma distância um pouco maior (da média para a longa
distância) onde oDanilo Damião
golpe entra parecidoCardoso da Silva
com um Swing (mas sempre atingindo
o alvo com o segundo edc238701@gmail.com
o terceiro metacarpos). Também é mais aplicado a
nível do boxe olímpico já que os golpes visam atingir o adversário com a
parte branca da luva e o cruzado com o polegar para cima pode gerar
advertências ou até perda de pontos já que existe um maior risco de se atingir
o adversário com a parte ventral (de dentro da mão, como um tapa).

Onde aplicar:

a) rosto: na parte lateral, geralmente aplicado na têmpora, olho, zigomático


ou queixo.

b) corpo: geralmente aplicado sob as costelas visando do lado direito o fígado


e do esquerdo o baço. Ao aplicar o golpe no corpo é necessário flexionar um
pouco as pernas e a cintura lançando a cabeça e o ombro atrasado sobre a
perna adiantada e em um movimento de giro em direção a perna atrasada
aplicar o golpe.
206
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5.2.1.2. Cruzado com a mão atrasada:

Realizado em um giro do eixo do tronco em transferência da perna atrasada


para a perna adiantada.
Na posição clássica do boxe, estando a média ou curta distância do
adversário, guarda alta e cotovelos voltados para baixo, o golpe sai cruzando a
linha central do eixo do corpo para dentro e partindo da mão atrasada,
ergue-se o cotovelo e antebraço em um ângulo de 90 graus, as mãos podem
estar em posição pronada (dorso da mão para cima) ou neutra (polegar para
cima) e retorna à posição inicial.

Principais utilizações:

a) marcar pontos;
b) nocaute.

Partindo da posição do corpo e das mãos:

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.23. Polegar para cima. Fig.24. Variação com mão pronada.

Se desloca a massa corpórea de 50% - 50% entre as duas pernas para cerca de
60% na perna atrasada e 40% na perna adiantada, daí a cadeia cinemática
vai agir onde a força do golpe partirá do chão e, simplificando, se lança
suavemente o a cabeça e o ombro adiantado para dentro (para gerar maior
ângulo) e a partir daí se iniciará um processo inverso de transferência do
peso que passará pelo pé atrasado que será forçado contra o solo em força
207
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

horizontal em direção ao lado contrário, se iniciará então um


giro do calcanhar para fora, tornozelos, estrutura das pernas, um longo giro
do quadril em direção a perna adiantada (neste momento o peso do corpo será
inversamente transferido entre as pernas: 40% na perna atrasada e 60% na perna
adiantada), costas, trapézio, ombro, bíceps, tríceps, antebraço, e rotação
interna do antebraço e punho culminando o movimento ao atingir o alvo
(mão pronada ou neutra) sempre batendo com o segundo e terceiro
metacarpos e retornando rapidamente (efeito chicote) da mesma maneira a
posição inicial.
O cruzado com o polegar para cima (neutra, fig.23) é mais aplicado a média e
curta distância, o cruzado com a mão para baixo (pronada, fig. 24)
geralmente é aplicado em uma distância um pouco maior (da média para a
longa distância) onde o golpe entra parecido com um Swing (e sempre
atingindo o alvo com o segundo e o terceiro metacarpos). Também é mais
aplicado a nível do boxe olímpico já que os golpes não visam atingir o
adversário com a parte branca da luva e o cruzado com o polegar para cima
pode gerar advertências ou até perda de pontos se atingir o adversário com a
parte ventral (de dentro da mão) como um tapa.

Danilo Damião Cardoso da Silva


Onde aplicar: dc238701@gmail.com

a) rosto: na parte lateral, geralmente aplicado na têmpora, olho, zigomático


ou queixo.

b) corpo: geralmente aplicado sob as costelas visando do lado direito do


corpo do adversário o fígado e do esquerdo o baço. Ao aplicar o golpe no
corpo é necessário dobrar um pouco a cintura lançando a cabeça e o ombro
atrasado sobre a perna adiantada e em um movimento de giro em direção a
perna adiantada aplicar o golpe.

208
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5.2.2. Gancho baixo (curta distância).

5.2.2.1. Gancho baixo com a mão adiantada:

Realizado em um giro do eixo do tronco em transferência da perna atrasada


para a perna adiantada, pode ser aplicado para frente no plexo ou curvo
visando fígado ou baço.

Principais utilizações:

a) minar o adversário diminuindo a movimentação de pernas;


b) nocaute;

Partindo da posição do corpo e das mãos:

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.25. Gancho com a mão adiantada ao corpo.

Se desloca a massa corpórea de 50% - 50% entre as duas pernas para cerca de
70% na perna adiantada e 30% na perna atrasada, daí a cadeia cinemática
vai agir onde a força do golpe partirá do chão. Simplificando: se lança a
cabeça e o ombro atrasado em direção ao joelho da perna adiantada (para
gerar maior ângulo) e a partir daí se iniciará um processo inverso de
transferência do peso que passará pelo pé adiantado que será forçado contra
o solo em força vertical (para cima se for ao plexo) ou diagonal (se for ao
fígado ou baço) em direção ao lado contrário. Se iniciará então um giro do
calcanhar da perna atrasada para dentro (em algumas escolas ou não se gira ou
209
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

também já vimos girar o calcanhar da perna adiantada para fora),


tornozelos, estrutura das pernas, um giro do quadril em direção a perna
atrasada (mas mantendo peso na perna adiantada: 70 %), costas, dorsais,
trapézio, ombro, bíceps, antebraço e punho, culminando o movimento ao
atingir o alvo (mão supinada ou neutra) sempre batendo com o segundo e
terceiro metacarpos e retornando rapidamente (efeito chicote) da mesma
maneira a posição inicial.

Onde aplicar:

a) plexo: chamado coloquialmente de boca do estômago.

b) fígado ou baço: sob as costelas onde temos do lado direito do adversário o


fígado e do esquerdo o baço.

5.2.2.2. Gancho baixo com a mão atrasada:

Realizado em um giro do eixo do tronco em transferência da perna adiantada


Danilopode
para a perna atrasada, Damião Cardoso
ser aplicado para da Silva
frente no plexo ou curvo
visando fígado ou baço. dc238701@gmail.com

Principais utilizações:

a) minar o adversário diminuindo a movimentação de pernas;


b) nocaute.

210
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Partindo da posição do corpo e das mãos:

Fig.26. Gancho com a mão atrasada ao corpo.

Se desloca a massa corpórea de 50% - 50% entre as duas pernas para cerca de
70% na perna atrasada e 30% na perna adiantada, daí a cadeia cinemática
vai agir onde a força
Danilodo Damião
golpe partirá do chão.da
Cardoso Simplificando:
Silva se lança a
cabeça e o ombro adiantado em direção ao joelho da perna atrasada (para
dc238701@gmail.com
criar maior ângulo) e a partir daí se iniciará um processo inverso de
transferência do peso que passará pelo pé atrasado que será forçado contra o
solo em força vertical (para cima se for ao plexo) ou diagonal (se for ao fígado
ou baço) em direção ao lado contrário. Se iniciará então um giro do
calcanhar da perna atrasada para fora, tornozelos, estrutura das pernas, um
giro do quadril em direção a perna adiantada (mas mantendo peso na perna
atrasada 70 %), costas, dorsais, trapézio, ombro, bíceps, antebraço e punho,
culminando o movimento ao atingir o alvo (mão supinada ou neutra) sempre
batendo com o segundo e terceiro metacarpos e retornando rapidamente
(efeito chicote) da mesma maneira a posição inicial.

Onde aplicar:

a) plexo: chamado coloquialmente de boca do estômago.

b) fígado ou baço: sob as costelas onde temos do lado direito do adversário o


fígado e do esquerdo o baço.

211
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5.2.3. Uppercut.

5.2.3.1. Uppercut com a mão adiantada:

Na maioria das vezes aplicado como um contragolpe, é realizado em um giro


do eixo do tronco em transferência da perna atrasada para a perna adiantada,
aplicado de baixo para cima em um ângulo vertical de 90 graus em direção ao
queixo do adversário.

Principais utilizações:

a) marcar pontos;
b) nocaute.

Partindo da posição do corpo e das mãos:

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.27. Uppercut com a mão adiantada. Fig.28. Variação com mão neutra.

Se desloca a massa corpórea de 50% - 50% entre as duas pernas para cerca de
70% na perna adiantada e 30% na perna atrasada, daí a cadeia cinemática
vai agir onde a força do golpe partirá do chão. Simplificando: se lança a
cabeça e o ombro atrasado em direção a perna adiantada (como uma esquiva
diagonal ou lateral, como se estivesse desviando de golpes retos) o que também
serve para gerar maior ângulo, a partir daí se iniciará um processo inverso de
transferência do peso que passará pelo pé adiantado que será forçado contra
o solo em força vertical para cima, se iniciará então um giro do calcanhar da
212
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

perna atrasada para dentro, onde se desencadeará o processo


cinemático passando para o tornozelos, estrutura das pernas, um giro do
quadril em direção a perna atrasada (mas mantendo peso na perna adiantada: 70
%), costas, dorsais, trapézio, ombro, o cotovelo se desloca para cima
buscando atingir um ângulo vertical ascendente de 90 graus em direção ao
corpo, ativando o bíceps, antebraço e punho, culminando o movimento ao
atingir o alvo (mão supinada fig. 27 ou neutra fig. 28) e retornando
rapidamente (efeito chicote) da mesma maneira a posição inicial.
Importante que o golpe tem que sair da posição inicial das mãos (no rosto)
para cima, um erro comum é baixar os punhos do rosto para aplicar o golpe.

Onde aplicar:

a) queixo: ao aplicar com a mão supinada se obtêm maior força e com a mão
neutra se obtêm maior penetração na guarda do adversário.

5.2.3.2. Uppercut com a mão atrasada:


Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
Na maioria das vezes aplicado como um contragolpe, é realizado em um giro
do eixo do tronco em transferência da perna adiantada para a perna atrasada,
aplicado de baixo para cima em um ângulo de 90 graus em direção ao queixo
do adversário.

Principal utilização:

a) nocaute.

213
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Partindo da posição do corpo e das mãos:

Fig.29. Uppercut com a mão atrasada. Fig.30. Visão lateral

Se desloca a massa corpórea de 50% - 50% entre as duas pernas para cerca de
70% na perna atrasada e 30% na perna adiantada, daí a cadeia cinemática
vai agir onde a força
Danilodo Damião
golpe partirá do chão.da
Cardoso Simplificando:
Silva se lança a
cabeça e o ombro adiantado em direção a perna atrasada (como uma esquiva
dc238701@gmail.com
diagonal ou lateral, como se estivesse desviando de golpes retos) o que também
serve para gerar maior ângulo, a partir daí se iniciará um processo inverso de
transferência do peso que passará pelo pé atrasado que será forçado contra o
solo em força vertical para cima, se iniciará então um giro do calcanhar da
perna atrasada para fora, onde se desencadeará o processo cinemático
passando para o tornozelos, estrutura das pernas, um giro do quadril em
direção a perna adiantada (mas mantendo peso na perna atrasada: 70 %), costas,
dorsais, trapézio, ombro, o cotovelo se desloca para cima em um ângulo
vertical ascendente de 90 graus em direção ao corpo, ativando o bíceps,
antebraço e punho, culminando o movimento ao atingir o alvo (mão
supinada, Fig.29 ou neutra, Fig.28) e retornando rapidamente (efeito
chicote) da mesma maneira a posição inicial.
Importante que o golpe tem que sair da posição inicial das mãos (no rosto)
para cima, um erro comum é baixar os punhos do rosto para aplicar o golpe.

214
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Onde aplicar:

a) queixo: ao aplicar com a mão supinada se obtêm maior força e com a com
a mão neutra se obtêm maior penetração na guarda do adversário.

5.2.4. Overhand.

5.2.4.1. Overhand com a mão adiantada:

Existe alguma polêmica em relação se o overhand é um swing ou não, de fato


muitos golpes do boxe tem uma variação de uma escola para outra e algumas
escolas resolveram dividir a aplicação desses dois golpes enquanto outras
acreditam que o que existe é uma variação ao se aplicar onde: o overhand
seria um golpe um ângulo um pouco mais proeminente de cima para baixo e
o swing seria um golpe de saída com um ângulo um pouco menos
proeminente, mas Danilo
enfim, Damião Cardoso
como dissemos da Silva para cada golpe
anteriormente
dc238701@gmail.com
existem dezenas de variações e criar um nome diferente para cada uma delas
não ajuda muito.
Aplicado de cima para baixo, é realizado em um giro do eixo do tronco em
transferência da perna adiantada para a perna atrasada, aplicado de cima
para baixo em um ângulo de 90 graus em direção a têmpora do adversário.
Se pode aplicar simplesmente saindo em passo plano lateral ou se deslocando
de encontro em passo diagonal.

Principais utilizações:

a) nocaute.

215
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Partindo da posição do corpo e das mãos:

Fig.31. Overhand com a mão adiantada. Fig.32. Visão lateral

a) em passo plano:

Se realiza um passo plano lateral apenas com a perna atrasada deslocando a


massa corpórea de 50% - Damião
Danilo 50% entreCardoso
as duas pernas para cerca de 80% na
da Silva
perna atrasada e 20% nadc238701@gmail.com
perna adiantada, onde a força do golpe partirá do
chão. Simplificando: se lança a cabeça e o ombro adiantado em direção a
perna atrasada (como uma esquiva diagonal ou lateral exagerada, como se estivesse
desviando de golpes retos) o que também serve para gerar maior ângulo, a partir
daí se iniciará um processo inverso de transferência do peso que passará pelo
pé adiantado que será forçado contra o solo transferindo o peso do corpo em
cerca de 80% para a perna atrasada e se iniciará então um giro do calcanhar
da perna adiantada para fora, onde se desencadeará o processo cinemático
passando do cabeceio semicircular para baixo em direção ao joelho da perna
atrasada que vai amortecer gradativamente o peso do corpo lançado sobre ela
ao tempo que se ergue o cotovelo da mão adiantada para cima (Fig.31 e 32),
girando a mão em posição pronada (dorso da mão voltado para si), ativando
portanto os ombros, trapézio, costas e estrutura da perna atrasada, buscando
atingir o alvo em um ângulo entre 45 a 90 graus em direção ao adversário.
Após atingir o adversário se desliza a perna adiantada retornando à posição
clássica da parada de combate.
Importante que o golpe tem que sair da posição inicial das mãos (no rosto)
para cima, um erro comum é baixar os punhos do rosto para aplicar o golpe.

216
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

b) em passo diagonal:

Neste caso, ao se realizar o passo diagonal, avançando a perna atrasada para


frente o golpe que seria com a mão adiantada passa a ser com a mão atrasada
(devido a mudança de guarda) o que irá proporcionar um ganho significativo
de força no golpe.
Se realiza um passo diagonal com a perna atrasada para frente deslocando a
massa corpórea de 50% - 50% entre as duas pernas para cerca de 80% na
perna adiantada e 20% na perna adiantada, onde a força do golpe partirá do
chão. Simplificando: se lança a cabeça e o ombro atrasado em direção a
perna adiantada (como uma esquiva diagonal ou lateral exagerada, como se estivesse
desviando de golpes retos) o que também serve para gerar maior ângulo e onde
se desencadeará o processo cinemático passando do cabeceio semicircular
para baixo em direção ao joelho da perna adiantada que vai amortecer
gradativamente o peso do corpo lançado sobre ela ao tempo que se ergue o
cotovelo da mão atrasada para cima, girando a mão em posição pronada
(dorso da mão voltado para si), ativando portanto os ombros, trapézio, costas
e estrutura da perna atrasada, em um movimento semicircular de cima para
Danilo
baixo buscando atingir Damião
o alvo em umCardoso da45Silva
ângulo entre a 90 graus em direção
ao adversário. Após atingirdc238701@gmail.com
o adversário se desliza a perna atrasada
retornando à posição clássica da parada de combate, mas com a guarda
invertida.
Importante que o golpe tem que sair da posição inicial das mãos (no rosto)
para cima, um erro comum é baixar os punhos do rosto para aplicar o golpe.

Onde aplicar:

a) têmpora: atenção ao aplicar sempre com os segundos e terceiros


metacarpos para evitar lesões já que existe um grande risco de se atingir a
parte frontal ou superior da cabeça que são bastante duros e pode gerar uma
fratura nos metacarpos se não for um golpe bem aplicado;

b) zigomático;
c) nariz.

217
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

5.2.4.2. Overhand com a mão atrasada:

Aplicado de cima para baixo. É realizado em um giro do eixo do tronco em


transferência da perna atrasada para a perna adiantada, aplicado com a mão
atrasada de cima para baixo em um ângulo de 90 graus em direção a têmpora
do adversário.

Principais utilizações:

a) nocaute.

Partindo da posição do corpo e das mãos:

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.33. Overhand com a mão atrasada. Fig.34. Visão lateral

Se realiza um passo plano lateral com a perna adiantada e se desloca a massa


corpórea de 50% - 50% entre as duas pernas para cerca de 80% na perna
adiantada e 20% na perna atrasada, onde a força do golpe partirá do chão.
Simplificando: com o passo plano lateral para fora concomitantemente se
lança a cabeça e o ombro atrasado em direção a perna adiantada (como uma
esquiva diagonal ou lateral exagerada, como se estivesse desviando de golpes retos) o
que também serve para gerar maior ângulo, a partir daí se iniciará um
processo inverso de transferência do peso que passará pelo pé atrasado que
será forçado contra o solo transferindo o peso do corpo em cerca de 80%
para a perna adiantada e se iniciará então um giro do calcanhar da perna
218
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

atrasada para fora, onde se desencadeará o processo


cinemático passando do cabeceio semicircular para baixo em direção a perna
adiantada ao tempo que se ergue o cotovelo da mão atrasada para cima,
girando a mão em posição pronada (Fig. 33 e 34), ativando portanto os
ombros, trapézio, costas e estrutura da perna adiantada que vai amortecer o
peso do corpo lançado sobre ela, buscando atingir o alvo em um ângulo
entre 45 a 90 graus em direção ao adversário. Após atingir o adversário se
desliza a perna atrasada retornando à posição clássica da parada de combate.

Importante que o golpe tem que sair da posição inicial das mãos (no rosto)
para cima, um erro comum é baixar os punhos do rosto para aplicar o golpe.

Onde aplicar:

a) têmpora: atenção ao aplicar sempre com os segundos e terceiros


metacarpos para evitar lesões já que existe um grande risco de se atingir a
parte frontal ou superior da cabeça que são bastante duros e pode gerar uma
fratura nos metacarpos se não for um golpe bem aplicado;
Danilo Damião Cardoso da Silva
b) zigomático; dc238701@gmail.com
c) nariz.

219
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

6. TRABALHO DE PERNAS (FOOTWORK)


O boxe evoluiu muito com o passar dos anos e nos últimos 10 anos evoluiu
ainda mais rápido, com o advento da internet que globalizou a informação e
conhecimento. As técnicas de treinamentos utilizadas em diferentes partes do
mundo se tornaram acessíveis ao toque de um dedo. Assim que podemos ver
muito facilmente como se prepara um boxeador cubano, um russo, um
americano, um mexicano, etc. e isso, aos poucos, está tornando o boxe
menos baseado em características de escolas (escola cubana, escola mexicana,
etc.) e mais baseado nas características inatas individuais de cada atleta, mas
claro, esse é um processo lento e sempre vão existir os mais tradicionalistas
para defender suas próprias escolas de boxe.
Podemos dizer que, sem sombra de dúvidas, o trabalho de pernas é 70% do
boxe e por assim dizer já eliminamos de vez o mito de que os boxeadores não
trabalham as pernas.
O trabalho de pernas faz parte tanto do sistema defensivo como do sistema
ofensivo.
Os passos básicosDanilo
mais utilizados
Damião noCardoso
boxe são: passo plano, passo pêndulo,
da Silva
passo salto, passos diagonais e giros em compasso (pivot). Existem alguns
dc238701@gmail.com
outros que veremos nos módulos mais avançados.

220
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

6.1. Passo plano

É a forma básica da movimentação de um lutador de boxe. Na literatura


existem muitas divergências do que é e o que não é um passo plano, até
mesmo em algumas escolas de boxe da mesma região se trata a nomenclatura
de forma distinta, mas enfim, o que importa é que conheça o movimento e o
tratemos da maneira mais simples possível e que a nomenclatura desperte no
aluno uma experiência intuitiva, que seja o mais fiel ao nome utilizado e de
fácil memorização.
O importante do passo plano é que se o indivíduo se desloca para a frente
primeiro vai a perna adiantada, se vai para trás primeiro a perna atrasada, se
vai para direita primeiro a perna direita e se vai para a esquerda, primeiro a
perna esquerda.
Outra coisa importante é que não se devem cruzar as pernas ou deixá-las na
mesma linha, assim que se avança ou recua 10 centímetros com um passo
plano, posteriormente a outra perna também deve se deslocar 10 centímetros
na mesma direção da primeira
Danilo pernaCardoso
Damião deslocada, da
assim abrimos um pouco a
Silva
base e depois a ajustamos voltando a base inicial.
dc238701@gmail.com
Um dos maiores erros de quem está iniciando e até mesmo de boxeadores
experimentados é, ao deslocar-se, seja para qualquer direção não retornar a
base inicial da parada de combate, e essa mesma teoria também é válida para
os deslocamentos em passos planos em linhas laterais ou em linhas diagonais
que veremos a seguir:

6.1.1 - Passo plano na linha vertical:

Deslocando-se para frente ou para trás em linha reta.

Ao deslocar-se para frente primeiro se move a perna adiantada e depois se


ajusta a base trazendo a perna recuada.

Ao deslocar-se para trás primeiro se move a perna atrasada e depois se ajusta


a base deslizando a perna adiantada.

221
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Fig.35. Passos Planos para frente e para trás.

*Em nenhum dos casos se pode dar um passo demasiado grande, são passos curtos
para que não interfira no balanço e estrutura da base do lutador.

Sugestão de treinamento:
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
a) colocar uma linha ou algum objeto de referência no solo em posição
vertical e de longitude de pelo menos 2 metros por cerca de 4 cm de
espessura onde o indivíduo tem que avançar e recuar 3 vezes em passo plano
vertical sem tocar com os pés o objeto de referência (como na linha central
da Fig.35).

b) o mesmo do item anterior, no entanto a cada passo aplicar um golpe,


iniciando com o reto da mão adiantada (depois pode haver variações de
outros golpes).
A regra básica é: ao caminhar para frente a parte final do golpe (quando se
atinge o golpe) deve coincidir com a pisada da perna adiantada no solo e para
trás deve coincidir com a pisada da perna atrasada.

c) com um parceiro de treino um adiante do outro em postura de boxe


realizar os passos planos, ambos com os braços adiantados estirados e as
mãos espalmadas (ou fechadas) no osso esterno um do outro onde essas
mãos não podem despegar-se ou os cotovelos dobrarem, começa o

222
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

movimento com 3 passos planos adiante e 3 passos planos


para trás, enquanto um avança o outro recua e vice e versa.

d) realizar o mesmo exercício de deslocamento do item anterior, só que agora


na base do boxe quem está recuando ataca com um reto da mão adiantada e
quem está avançando realiza uma esquiva lateral em passo plano para trás.

e) realizar o mesmo exercício do item anterior, só que agora que está


recuando ataca com um reto da mão adiantada e quem está avançando
realiza a esquiva lateral.

6.1.2. Passo plano na linha horizontal ou passo plano lateral:

São aqueles realizados na postura do boxe mantendo a base de combate, sem


cruzar as pernas e com movimentos para ambos os lados (esquerda e direita).

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.36. Passos planos laterais (esquerda e direita).

Sugestão de treinamento:

a) colocar uma linha no solo em posição horizontal (como a linha central da


Fig. 36) de longitude de pelo menos 2 metros onde o indivíduo tem que se
deslocar em passos planos laterais 3 para a direita e 3 para a esquerda.

223
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

b) o mesmo do item anterior, no entanto a cada passo aplicar


um golpe, iniciando com o reto da mão adiantada e depois podem haver
variações de golpes.

6.1.3. Passo plano em linha diagonal:

São menos comentados, e se deve dirigir a esse passo apenas quando se está
trabalhando sob um ringue de boxe, para que o indivíduo entenda melhor o
seu conceito.
Seguimos as mesmas bases teóricas dos passos planos anteriores só que os
deslocamentos agora não são mais em um formato de linhas verticais (|),
horizontais (-) ou ambas em cruz (+), mas agora em “xis” (X) buscando
justamente um ganho de ângulo através desse deslocamento.
Estrategicamente é muito importante dominar esses conceitos porque a
utilização dos passos planos em linhas diagonais são os principais
responsáveis pelo domínio de um lutador no centro do ringue. Apesar de
que é necessário dominar todos os movimentos do jogo de pernas do boxe,
estrategicamente, os passos planos em linha diagonal tem o seu papel em
destaque, principalmente do que se trata do que chamamos de “cortar o
ringue”, ou seja,Danilo Damiãoavançando
ir caminhando Cardosoemdapassos
Silvaplanos em linhas
diagonais para ir levandodc238701@gmail.com
o adversário a um dos cantos do ringue afim de que
o ponha preso no ângulo de 90 graus que fazem as cordas e para que possa
atingi-lo de maneira mais fácil. Defensivamente também é muito importante
dominar essa técnica afim de que ao recuar o faça em um ângulo fechado em
direção ao centro do ringue e não em direção ao vértice das cordas.

Fig.37. Cortando o ringue em diagonal aberta e voltando em fechada.

224
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Sugestão de treinamento:

Para treinar esse deslocamento se coloca no chão uma faixa, uma corda ou
pintar um X (que pode ser sobre a cruz anteriormente pintada, neste caso teria uma
estrela de 8 pontas) e pedir que o aluno que (sempre na base do boxe), se coloque
ao vértice (centro) do X. A partir daí o treinador pede que se desloquem, a
partir do vértice, para uma das partes superiores do (X) em movimentos em
(V), ou seja abrindo quando se avança (hipoteticamente aos cantos do ringue) e
fechando quando recuamos (hipoteticamente ao centro do ringue), em passo
plano em linha diagonal: 3 passos para frente e 3 passos para trás (corrigindo
sempre os alunos caso eles toquem os pés na linha), ao tempo que também
corrigimos a distância entre as pernas e pedimos que vão alternando entre
avançar e recuar pelas duas linhas do V.
Saindo do vértice do V se avança 3 passos e se recua 3 passos retornando a
cada ciclo ao vértice do V.

b) Passo plano em linha diagonal avançando fechando (ao centro do ringue) e


recuando abrindoDanilo Damião
(aos cantos Cardoso da Silva
do ringue):
dc238701@gmail.com

Fig.38. Buscando o centro do ringue em diagonal fechada.

Agora o trabalho se dará na parte baixa do (X), ou seja, no (^) e trabalhando


o mesmo do exercício anterior, só que agora ao avançar se fecha o ângulo em
direção (ao hipotético) centro do ringue. Essa movimentação é muito utilizada
quando se deseja sair de um dos cantos do ringue para dominar o seu centro.
225
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Ao recuar se abre o ângulo em direção a um dos cantos do


ringue o que não é muito recomendado, pois estará caminhando para uma
armadilha ao poder ficar preso no vértice do ângulo de 90 graus que formam
as cordas, porém, como o boxe é um jogo de xadrez, se pode trabalhar bem as
cordas para cansar o adversário ou ainda para chamá-lo para um dos cantos e
num movimento de giro em compasso trocar rapidamente a posição, mas
isso é tema de nossos módulos mais avançados que desenvolveremos mais as
táticas.

Em um mesmo exercício também se pode trabalhar de maneira mais


avançada deslizando sobre o X de maneira completa.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

226
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

6.2. Passo pêndulo

São pequenos movimentos feitos para frente e para trás na ponta dos pés,
como o balanço de um pêndulo, onde se existe uma pequena fase aérea de
ambos os pés (mas muito perto do solo). Quando se desloca para frente o
peso estará quase que completamente na perna adiantada e quando vai para
trás o peso do corpo se desloca na perna atrasada.
Esse movimento deixa o lutador com as pernas mais ágeis e o corpo mais
solto, facilitando a aplicação dos sistemas defensivos e ofensivos: para frente
e para trás, para um lado e para o outro, atacando ou recuando em qualquer
direção e sempre na ponta dos pés.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.39. Distribuição do peso nos pés em passo pêndulo.

Erro muito comum no salto pêndulo:

a) juntar ou aproximar demais os pés perdendo, portanto, a base.

Sugestão de treinamento:

a) colocar no solo algo como referência onde o indivíduo perceba que está
avançando e recuando, pode ser uma pequena linha.

227
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

b) colocar no solo algo e pedir que o indivíduo circule em passo pêndulo ao


seu redor, pode ser ao redor de uma linha ou algo circular.

c) em dupla ou no saco, pedir que um indivíduo faça três passos pêndulos e


no terceiro passo para frente realize um ataque (inicialmente com golpes retos e
depois poderá ir variando os golpes).

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

228
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

6.4. Passo salto

Como o nome indica é um salto que realizamos em qualquer direção e


ângulo saindo rapidamente da posição inicial da parada de combate, esse
salto se pode ser aplicado de forma defensiva como um movimento de evasão
ou também pode servir ofensivamente quando se deseja diminuir
rapidamente a distância para o adversário ou ainda realizar uma troca rápida
de ângulo.
Podem ser:

a) verticais: para frente e para trás.


b) horizontais: para direita ou para esquerda.
c) diagonais: para frente ou para trás.

. Quando se salta para frente o impulso gerado é com a perna atrasada.


. Quando se salta para trás o impulso gerado é com a perna adiantada.
. Quando se salta para esquerda o impulso gerado é com a perna direita.
. Quando se saltaDanilo
para direita o impulso
Damião gerado é da
Cardoso comSilva
a perna esquerda.
dc238701@gmail.com
Em todos os casos se deve aterrizar com as duas pernas ao mesmo tempo.

Fig.40. Deslocamento e distribuição do peso nos pés durante o passo salto vertical.

229
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

*Importante destacar que o passo salto para frente em linha vertical pode ser perigoso
em relação a um possível golpe de encontro, de preferência ao escolher realizá-lo é
importante tentar ganhar um pequeno ângulo lateral com a cabeça.

Sugestão de treinamento:

a) colocar no solo algo como referência onde o indivíduo perceba que está
saltando: avançando, recuando, para um lado ou para outro, pode ser uma
linha, um companheiro de treino ou outra coisa que sirva de referência. Ex.:
três passos pêndulos e um passo salto.

b) pedir que um indivíduo faça três passos pêndulos a larga distância (1


metro do alvo) e no terceiro passo para frente realize o passo salto com um
ataque em golpe reto (de preferência ganhando um ângulo lateral com a
cabeça).

c) pedir que um indivíduo faça três passos pêndulos a média distância e no


terceiro passo para frente o companheiro solta um golpe reto e o indivíduo
Danilo
realiza o passo salto Damião
defensivo Cardoso da Silva
para trás.
dc238701@gmail.com
d) entra, golpeia e sai:
Frente a frente em larga distância um atleta avança alcançando a média
distância aplicando um golpe curvo com mão atrasada e rapidamente volta a
sair com um passo salto atrás e fora da zona de ataque do oponente voltando
a larga distância.
A evolução é fazer esse trabalho alternado o trabalho com seu colega, faz um,
faz outro.

e) sai, entra, golpeia e sai (contragolpe de resposta em vai e vem):


Frente a frente a longa distância um atleta solta um golpe reto com a mão
adiantada e o outro tem que dar um pequeno passo salto para trás
(alcançando a larga distância) e quando a mão do golpe reto desferido estiver
voltando ele tem que avançar voltando a posição inicial a média distância.
A evolução é fazer esse trabalho alternado, faz um, faz outro.

Outros tipos de deslocamentos podem ser realizados após o salto, aí já é um


tema mais avançado e o treinador também pode utilizar a sua criatividade
para criar situações que demandem uma ou outra movimentação.
230
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

6.5. Passo diagonal

Agora vamos fugir as regras tradicionais até aqui explicadas para dizer que
sim, se podem cruzar as pernas! Ficou surpreso? Pois então, vamos a
explicação:

Os passos planos em suas variações nos oferecem praticamente toda a base


do boxe, mas o que fazer se tenho que recuar rápido ou ainda atacar um
adversário que está se deslocamento rapidamente para trás? O passo salto
pode ser utilizado? Sim, talvez, mas imagina que você tem que cruzar toda a
extensão do ringue perseguindo ou recuando, teria que dar vários saltos e
isso não resulta eficiente, tão pouco bonito, além de perigoso, devido a fase
aérea de repetidos saltos. Assim que a alternativa é nada mais, nada menos
que caminhar, sim, uma perna adiante da outra.
No passo diagonal podemos apenas caminhar ou caminhar golpeando com
qualquer um dos golpes do boxe.

Neste caso temosDanilo


três regras básicas: Cardoso da Silva
Damião
dc238701@gmail.com
Regra 1: ao caminhar devemos estar apoiados nas pontas dos dois pés (não
precisa elevar demasiado os calcanhares);

Regra 2: ao caminhar para frente ou para trás vamos levar o ombro recuado
girando para frente em direção a perna adiantada (como quando aplicamos um
golpe reto com a mão atrasada) e ao aplicar o segundo passo fazemos o mesmo
procedimento (agora com a base trocada).

Regra 3: se queremos aplicar golpes caminhando seguimos a mesma teoria


da regra anterior e aplicamos sempre o golpe com a mão atrasada lançando o
ombro atrasado em direção a perna adiantada.

Sugestão de treinamento:

a) Caminhar seguindo as regras “a” e “b” acima descritas: 4 passos para frente
e 4 passos para trás.

231
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

b) Caminhar seguindo as regras “a” e “b” e “c” acima descritas:


4 passos para frente e 4 passos para trás aplicando o golpe reto com a mão
atrasada.

c) com um parceiro de treino realizar a sugestão acima enquanto um ataca


desferindo os golpes retos com a mão atrasada para frente o outro recua em
passo diagonal e também fazendo as esquivas diagonais dos golpes e vice e
versa, cada um dá 4 passos e inverte.

d) realizar o mesmo exercício do item anterior, só que agora quem está


recuando ataca e quem está avançando esquiva.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

232
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

6.6. Compasso ou pivot

É um giro que se faz sobre os metatarsos da perna adiantada (exatamente


como um compasso), esse giro pode ser feito em todos os ângulos e direções,
normalmente no boxe se utiliza o giro de 45 ou 90 graus, em poucos casos se
faz o giro de 180 graus. Dominar esse movimento é de vital importância no
boxe, já que não se luta com um adversário estático, o outro indivíduo vai
estar em constante movimento e alteração de ângulos, pelo qual é necessária
a constante adaptação dos movimentos.
O que se tem que tomar cuidado nesse giro é que, ao simplesmente girar por
cima da base da perna adiantada (Fig. 41) não se sai da linha de ataque do
oponente assim que a recomendação é realizar esse movimento apenas para
acompanhar o deslocamento do seu adversário e nunca como um
movimento evasivo, para os movimentos evasivos devemos iniciar o
movimento sempre com um passo plano lateral (passo composto), seja para a
esquerda ou para direita (Fig. 42 e 44).

Esse giro em compasso


Danilose Damião
pode fazerCardoso
principalmente de duas maneiras para
da Silva
dentro (ombro atrasado em direção ao adiantado) ou para fora (ombro
dc238701@gmail.com
adiantado em direção ao atrasado).

a) compasso para dentro: se gira o corpo em um movimento rápido em


direção ao ombro adiantado.

Fig.41. Giro dos pés no compasso para dentro. Fig.42. Com passo plano (composto).

233
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

b) compasso para fora: se gira o corpo em um movimento rápido em direção


ao ombro atrasado.

O que se tem que tomar cuidado nesse giro é que, ao simplesmente girar por
cima da base da perna adiantada não se sai da linha de ataque do oponente,
assim que ao praticá-la, principalmente no sistema defensivo, se deve fazer
um pequeno deslocamento em passo plano lateral para o lado que se quer
escapar/ girar e só então se faz o compasso trazendo a outra perna para
completar o movimento.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.43. Compasso para fora. Fig.44. Giro evasivo com passo plano (composto).

Sugestão de treinamento:

a) frente a frente se coloca o atleta que vai praticar o compasso com a perna
adiantada no centro de um círculo (hipoteticamente como se estivera no
centro do ringue) ou com o pé adiantado sobre uma pequena linha ou
marcação, o outro atleta vai começar a circular em volta e ele tem que segui-
lo com os giros em compasso mantendo a perna adiantada parada e girando
sob o seu eixo na base dos metatarsos, tanto para dentro, quanto para fora,
de acordo com a movimentação do seu oponente.

b) frente a frente o atleta “A” aplica um reto com a mão adiantada e o atleta
“B” faz o passo plano para fora seguido do giro em compasso e aplica um
contragolpe de resposta com um golpe reto com a mão adiantada ao rosto.
O mesmo para o outro lado saindo do reto com a mão atrasada.

234
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

7. DEFESAS BÁSICAS DO BOXE

O sistema defensivo do boxe é basicamente composto de 4 elementos:

1) Trabalho de pernas (que tratamos no capítulo anterior);

2) Esquivas;

3) Bloqueios (incluindo as paradas);

4) Desvios (algumas escolas os tratam também como bloqueios).

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

235
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

7.1. Trabalho de pernas - “Footwork”

Tratamos desse tema anteriormente, o trabalho de pernas é um dos


principais responsáveis pela defesa, entrar e sair, deslocar-se rapidamente
para um lado, para o outro, girar em compasso e manter e dominar a
distância de segurança é primordial. Os que mais “deslizam” sobre o ringue
fazendo isso com maestria são, principalmente, os lutadores estilistas.

Sugestão de treinamento:

a) o jogo do gato e do rato: o gato (quem persegue) deve estar na postura


básica do boxe enquanto o rato (quem é perseguido) deve estar com a
postura básica, porém, com a mãos baixas (não pode utilizar as mãos para se
defender) o gato tem que tocar (com as mãos abertas) um dos ombros do
rato. Esse trabalho pode durar de 1 a 2 minutos e a cada toque contamos um
ponto e trocamos os papeis e ao final vemos quem ganhou o “jogo”.
Uma variação um pouco mais avançada é que os dois são gatos e ratos, assim
que vão intercambiando
Danilo ações,
Damião nesteCardoso
caso o treinador tem que estar mais
da Silva
atento, principalmente para que não haja acidente que podem ocorrer
dc238701@gmail.com
principalmente ao bater com os dedos nos olhos.

Uma variação também é colocar uma camisa presa na parte lateral do calção
ou algum tipo de fita e ganha quem consegue tirar a fita mais vezes em
menos tempo.

Também se pode fazer uma terceira variação tentando tocar com as mãos os
joelhos do parceiro de treino, mas neste caso não é recomendado que se faça
os dois ao mesmo tempo porque existe um sério risco de baterem as cabeças
ao se abaixarem ao mesmo tempo.

236
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

7.2. Esquivas

As esquivas básicas do boxe são as laterais, diagonais, esquiva circular (ou


pêndulo), entra e sai com a cintura (negativa) e baixar o nível (duck).
Uma coisa essencial de qualquer esquiva é saber utilizar o peso da cabeça
como fator propulsor do movimento, o que te dará muito mais agilidade e
velocidade, lançando em um movimento curto, rápido e controlado a cabeça
para o lado que quer executar os movimentos sem que seja algo perceptível,
ou seja, não se atira a cabeça sem trazer consigo o pescoço e a cintura juntos
em um movimento conhecido como cabeceio.

7.2.1. Esquivas laterais de cintura:

Se lança a cabeça em conjunto com o tronco de maneira lateral, porém não


mais que o suficiente para que se esquive de um golpe reto aplicado em
direção ao rosto. Nessa esquiva se busca, na grande maioria das vezes, sair a
cabeça para o lado de foraDamião
Danilo do golpe reto lançado,da
Cardoso ou Silva
seja, em direção a parte
exterior do braço (cotovelo) de quem disfere o golpe.
dc238701@gmail.com
Existem exceções as quais se esquiva para parte interna do adversário, mas o
indivíduo estará mais exposto, é uma prática que pode ser realizada mediante
todas as precauções e se existem um segundo objetivo nisso. Jamais se deve
esquivar lateralmente para dentro sem alguma estratégia em mente.

Fig.45. Esquivas laterais

237
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Sugestão de treinamento:

Em um reto com a mão adiantada, o indivíduo A faz a esquiva para fora do


braço do indivíduo B que executou o golpe. Para o reto da mão atrasada o
mesmo alternando as duas formas de esquivar, pode fazer um e logo o outro
ou dividir em planos sequenciais.
Ex.: o indivíduo A faz 4 vezes (duas para cada lado) e depois o indivíduo B.

7.2.2. Esquiva diagonal (utilizando as pernas e ombros):

A diferença para a esquiva lateral é que durante a fase de execução da esquiva


lateral também se flexiona suavemente os joelhos ao mesmo tempo que se
traz o ombro contrário para o lado que estamos esquivando (esse gesto do
ombro é também defensivo e esse também poderá servir de escudo ao golpe
reto) ao passo que, automaticamente, ao esquivar para dentro em direção a
perna adiantada Danilo Damião
o calcanhar Cardoso
da perna atrasadadagira
Silva
levemente para fora
dando mais balanço ao movimento (Fig.46), o mesmo quando se esquiva em
dc238701@gmail.com
direção a perna atrasada onde o calcanhar da perna adiantada gira levemente
para fora (Fig.46).

Existem exceções as quais se esquiva para parte interna do adversário, mas o


indivíduo estará mais exposto, é uma prática que pode ser realizada mediante
todas as precauções e se existem um segundo objetivo nisso. Jamais se deve
esquivar em diagonal para dentro sem alguma estratégia em mente.

Todos os movimentos se podem realizar em alavanca baixando uma das mãos


e subindo o ombro do mesmo lado ao ponto que a mão contrária se dirige à
frente do rosto para fazer a parada ou desvios, mas isso vamos tratar em
outro momento já que um movimento mais avançado.

238
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Fig.46. Esquivas diagonais

Sugestão de treinamento:

Igual a esquiva lateral: Em um reto com a mão adiantada, o indivíduo A faz a


esquiva para fora do braço do indivíduo B que executou o golpe. Para o reto
da mão atrasada Danilo
o mesmo Damião
alternandoCardoso
as duas formas de esquivar, pode fazer
da Silva
um e logo o outro ou dividir em planos sequenciais.
dc238701@gmail.com
Ex.: o indivíduo A faz 4 vezes (duas para cada lado) e depois o indivíduo B.

7.2.3. Esquiva diagonal para baixo:

Faz parte da família das esquivas de golpes retos realizada sempre a média e
curta distância. Neste caso o que se faz é dobrar a cintura (bending) em
direção ao joelho adiantado ou ao centro das pernas. É uma espécie de
esquiva penetrando a cabeça com o objetivo de colocar a cabeça perto da
região das costelas do adversário, uma posição cômoda para se esquivar (se
bem executada) onde praticamente não poderá receber outros golpes ao
mesmo tempo que se tem o fígado (lado direito) ou o baço (lado esquerdo)
desprotegidos para se trabalhar com os ganchos ou ainda qualquer outro
golpe curvo como o uppercut ou os cruzados baixos.
Observando a Fig. 46 seria um movimento um pouco mais proeminente.

239
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Sugestão de treinamento:

Para ambos os casos: um aplica um reto com a mão adiantada e o outro faz a
esquiva diagonal para baixo e para fora do golpe (cotovelo) alternando os
dois golpes retos com as duas formas de esquivar, pode fazer um e logo o
outro ou dividir em planos sequenciais.
Ex.: um faz 4 vezes (alternando os lados) e depois o outro.

7.2.4. Esquiva circular (ou esquiva em pêndulo):

Se realiza para esquivar dos golpes cruzados, tanto da mão adiantada, como
da mão atrasada fazendo um movimento circular para o lado exterior do
golpe aplicado, onde a primeira fase é descendente e logo a ascendente.
Exemplificando mais fácil seria como se tivesse preso na testa uma caneta e
tivesse que desenhar a letra “U” (Fig.47).
Esse movimento se pode realizar apenas com a cintura ou com variações
entre 40% de cintura e 60% das pernas ou ainda 60% de cintura e 40% das
pernas. Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
Importante que para realizar o movimento é importante que se utilize o
cabeceio para ter a velocidade necessária.

a) apenas com a cintura: é um movimento muito utilizado pelos boxeadores


durante um combate, principalmente quando estão recebendo uma rajada de
golpes, mas pode vir a causar problemas por sobrecarga na região lombar ou
ainda quando, por alguns momentos, na metade do exercício na sua fase
mais baixa (na base do “U”) se pode perder a visão dos braços e mãos do
adversário, ficando, portanto, mais exposto.

b) 40% de cintura e 60% de pernas: Essa esquiva preserva bastante a região


lombar, porém há que se treinar bastante as pernas e o corpo para deixar cair
o peso afim de que o movimento, junto ao cabeceio se torne mais efetivo e,
portanto, mais seguro. Se pode praticar nos treinamentos e principalmente
se o indivíduo é praticante do boxe recreativo.

c) 60% de cintura e 40% de pernas: Esse é o mais recomendado para se


utilizar em escola de combate, é o equilíbrio entre os dois últimos, onde não
existe demasiada sobrecarga, ao ponto que também não se perde o adversário
240
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

do campo de visão, ao adicionar o cabeceio se torna um


movimento bem rápido e efetivo.
Todos os movimentos se podem realizar em alavanca baixando uma das mãos
e subindo o ombro do mesmo lado ao ponto que a mão contrária se dirige à
frente do rosto para fazer a parada ou desvios, mas isso vamos tratar em
outro momento já que um movimento mais avançado.

Danilo Damião Cardoso da Silva


Fig. 47. Esquiva circular
dc238701@gmail.com

Sugestão de treinamento:

O indivíduo A desfere um cruzado com a mão adiantada e o B faz a esquiva


circular para o lado de fora do golpe, logo o A volta a atacar, dessa fez
desferindo o cruzado com a outra mão e o B faz mais uma vez a esquiva
circular sempre para o lado de fora do golpe aplicado.
Pode fazer um e logo o outro ou dividir em planos sequenciais.
Ex.: um faz 4 vezes (alternando os lados) e depois o outro.

Assim como nas esquivas laterais existem exceções as quais esquivamos para
parte interna do adversário, mas estamos mais expostos e é uma prática que
pode ser realizada mediante todas as precauções e se existem um segundo
objetivo nisso. Jamais devemos realizar uma esquiva circular para dentro
sem alguma estratégia em mente.

241
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

7.2.5. Esquiva vai e vem ou negativa:

É um movimento evasivo para trás e pode ser realizado apenas com um


movimento de cabeça para trás deslocando o peso sobre a perna atrasada ou
ainda em um movimento de maior amplitude deslocando apenas a perna
atrasada em passo plano alguns centímetros para trás em comunhão com o
cabeceio na mesma direção e depois retornando rapidamente a posição
inicial. Essa esquiva é utilizada principalmente para os golpes na cara.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.48. Esquiva vai e vem ou negativa.

7.2.6. Baixando o nível/altura ou “Duck”:

Movimento realizado para evadir-se para baixo dos golpes disparados ao rosto
ou ainda para realizar uma finta para atacar de diferentes ângulos.
Na base tradicional do boxe se flexiona ambas as pernas de maneira brusca
ao passo que se realiza um cabeceio rápido para baixo (bending) com um
movimento de flexão da cintura onde a cabeça estará posicionada na altura
do plexo do adversário.
Esse movimento é bastante eficiente quando se trata de esquivar de golpes na
cabeça, porém tem que ser rápido e logo seguido de um contragolpe,
movimento evasivo ou clinch, já que se fica exposto a golpes curvos como
uppercut´s e cruzados.

242
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Fig.49. Esquiva baixando o nível ou “Duck”.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

243
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

7.3. Bloqueios e paradas (ou palmateio)

Quando o atleta já está cansado ou não é rápido o suficiente para esquivar


dos golpes o bloqueio ou escudo é um dos muitos recursos que se pode
utilizar de maneira efetiva. O importante é deixar o corpo o mais firme
possível na base durante a fase de bloqueio, principalmente os braços,
antebraços e mãos. Apesar de existir muitas variedades existem bloqueios
básicos para cada um dos golpes do boxe e suas variações aos quais vamos
expor a seguir:

7.3.1. Bloqueios de golpes altos (rosto):

a) Bloqueio dos golpes retos no rosto:

. Bloqueio 1: Juntar os dois antebraços na frente do rosto e com a mão


supinada deixar a luva apoiada na testa. É bem efetivo, mas esse movimento
de fechar os dois antebraços na frente do rosto tira um pouco da visão do
adversário, uma sugestão neste caso seria deixar uma pequena abertura de
dois ou três centímetros
Danilopara que se Cardoso
Damião possa enxergar
da por entre os antebraços,
Silva
outro problema desse bloqueio é descobrir a parte lateral do corpo por trás
dc238701@gmail.com
dos cotovelos (fígado e baço), portanto cuidado.

Fig.50. Bloqueio com os antebraços dos golpes retos no rosto.

244
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Bloqueio 2: Colocar apenas um dos antebraços na frente do rosto e a


outra mão na posição natural de guarda. Com a mão supinada deixar a luva
apoiada na curva entra a testa e o couro cabeludo mantendo o olhar sobre o
seu punho (ou velcro da luva). Esse bloqueio além de efetivo mantém a mão
contrária livre a qual pode ser utilizada como defesa para um golpe curvo ou
ainda para aplicar um contra-ataque.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com
Fig.51. Bloqueio com um antebraço dos golpes retos no rosto.

. Parada (palmateio ou mão de gato), neste caso o que fazemos é parar o


golpe com a mão espalmada (em pronação), como se estivéssemos fazendo
um trabalho de manopla com o adversário.

Fig.52. Parada com a mão atrasada.

245
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Três coisas muito importantes da parada são:

Primeiro: a mão que para o golpe deve ser sempre à mão recuada (a mais
forte).

Segundo: a parada tem que ser curta, o deslocamento da mão tem que ser no
máximo como uns 20 centímetros a frente do rosto e o ombro atrasado tem
que subir imediatamente para cobrir um possível golpe curvo.

Terceiro: a mão tem que estar firme ou o golpe vai levar a mão para trás e
penetrar no rosto.

b) bloqueio de cruzados no rosto com as mãos adiantada e atrasada.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.53. Bloqueios dos cruzados ao rosto assimilando.

Existem três bloqueios básicos para ambas as mãos: bloqueio assimilando,


bloqueio de encontro e bloqueio antecipando.

. Bloqueio assimilando:
Leva-se a mão a altura da orelha (sem erguer demais o cotovelo) abaixando o
queixo em direção ao peito. A medida que o golpe entra se move o corpo na
mesma direção que o cruzado, freando o golpe, assimilando e diminuindo
gradativamente sua força (Fig. 53).

246
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Bloqueio de encontro:
Neste caso vai de encontro ao golpe antecipando a sua chegada, a posição
inicial é a mesma que a anterior com a mão ao lado da orelha e à medida que
o golpe se aproxima se lança (não mais que 20 centímetros) o antebraço e as
mãos em direção ao cruzado.

. Bloqueio antecipando:
Também vai de encontro ao golpe antecipando a sua chegada, porém em sua
fase ainda inicial se freia o golpe a mão aberta em direção ao bíceps do
oponente. Neste caso, ao deslocar a mão para antecipar o golpe existe uma
maior exposição assim que é muito importante ter cuidado com esse
movimento.

c) Bloqueio de uppercut com mão atrasada e adiantada:

O uppercut é um golpe de baixo para cima e que visa penetrar em linha


vertical entre a base dos dois cotovelos para atingir o queixo.

. Bloqueio com o cotovelo para dentro:


O bloqueio se faz Danilo
sempreDamião
realizandoCardoso
um giro do da corpo
Silvade modo que os
dc238701@gmail.com
cotovelos criem uma linha diagonal que impeça o uppercut de subir em linha
vertical em direção ao queixo.
Sempre se bloqueia o golpe com o cotovelo contrário a mão que está
desferindo o golpe.
Ex.: em dois destros, se um indivíduo aplica um uppercut de direita o
bloqueio se faz com o cotovelo esquerdo e vice e versa.

Fig.54. Bloqueio do Uppercut girando o cotovelo para dentro.

247
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

. Parada do uppercut (palmateio ou mão de gato), neste caso o que se faz é


deslocar em um movimento para dentro a mão aberta e espalmada de forma
a parar o golpe com as mãos abertas e espalmadas antes que este chegue ao
queixo. Se o golpe é desferido com a mão atrasada se bloqueia com a mão
atrasada e vice e versa para indivíduos com a mesma base, no caso de um
canhoto contra um destro se inverte.

Danilo Damião Cardoso da Silva


Fig.55. Parada do Uppercut.
dc238701@gmail.com

7.3.2 - Bloqueios de golpes no corpo:

Neste caso aumentamos bastante a variedade dos golpes já que todos os


golpes que aplicamos no rosto também tem sua variação no corpo, o
importante é que independente dos golpes todos se bloqueiam em conjunto
com os cotovelos e antebraços realizando pequenos movimentos rotacionais
do corpo absorvendo ou indo de encontro aos golpes.

a) golpes retos ao corpo: jab, direto.

b) golpes ao curvos ao corpo: cruzados ao corpo, ganchos (plexo, fígado e


baço).

248
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Vamos aos bloqueios:

a) Bloqueios de golpes retos ao corpo: mão adiantada (jab) e mão atrasada


(direto).

Em todos os casos o movimento é o mesmo: com a guarda bem-posta (nunca


descobrir o rosto) se arqueia um pouco o corpo (posição de concha), mas não
demais e se bloqueia os golpes retos com os dois antebraços fechados a frente
do corpo (como um escudo).

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.56. Bloqueio dos golpes retos ao corpo.

b) Bloqueios dos golpes baixos curvos: ganchos (plexo, fígado e baço) e


cruzados ao corpo.

Existem dois bloqueios básicos para ambas as mãos: bloqueio assimilando e


bloqueio de encontro.
Neste caso importante dizer que nos dois tipos de bloqueios se realizam com
os cotovelos e não se deve descobrir em nenhum momento o rosto.

. Bloqueio assimilando:

Seguimos o mesmo conceito de sempre, ou seja, em dois indivíduos destros


se o golpe é desferido com a mão esquerda se protege com o cotovelo direito
e vice e versa. Para assimilar o golpe se deve deixar o cotovelo em escudo e

249
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

mover o corpo no mesmo sentido do golpe, freando,


assimilando e diminuindo gradativamente sua força.

Fig.57. Bloqueio assimilando dos golpes curvos ao corpo.

. Bloqueio de encontro:
Neste caso com o cotovelo em escudo com um pequeno balance lançamos o
corpo de encontro ao golpe.
Danilo Importante
Damião não deslocar
Cardoso os cotovelos para fora.
da Silva
Com esse movimento sedc238701@gmail.com
antecipa a chegada do golpe diminuindo, portanto,
a força final de impacto.
Importante frisar que no bloqueio de golpes ao corpo, principalmente os
bloqueios de encontro, podem fazer com que os constantes golpes recebidos
na região venham a causar dores, inchaço e limitações na região dos
cotovelos, assim que, a depender da característica do lutador com o qual o
indivíduo está lutando, as vezes é melhor não exagerar no trabalho a curta
distância e principalmente com esse tipo de bloqueio de encontro.

250
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

7.4. Desvios

Como o próprio nome sugere é quando se desvia a trajetória de um golpe


antes que chegue ao seu alvo.
A grande maioria dos desvios são realizados com as mãos para os golpes retos
e é uma maneira muito efetiva e utilizada pela maioria dos boxeadores, já que
além de evitar o golpe, ao efetuar o desvio de sua trajetória, o movimento
excêntrico (de retorno do golpe) do adversário é modificado abrindo uma
pequena brecha para um contragolpe.

a) Desvio lateral de fora para dentro: em dois indivíduos destros é realizado


com a mão contrária à do golpe aplicado em um movimento de desvio
partindo da posição de guarda para dentro (os cotovelos permanecem
apontados para baixo), sem que o movimento de desvio ultrapasse a linha
central do rosto utilizando a palma da mão aberta para desviar o golpe (como
de desse um tapa na mão do adversário empurrando o seu golpe sempre para
dentro). Danilo Damião Cardoso da Silva
Exemplo em dois indivíduos destros: Para um reto com a mão adiantada se
dc238701@gmail.com
desvia com a mão atrasada e vice e versa. No caso da luta de um indivíduo
canhoto com um destro o desvio se inverte.

Fig.58. Desvio para dentro com a mão adiantada dos golpes em linha ao rosto.

251
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

a) Desvio circular dentro para fora: muito parecido com o movimento que
se faz na esgrima.
É realizado quase sempre com a mão adiantada e mais utilizado quando se
está na guarda de longa distância, neste caso se realiza um movimento
semicircular de dentro para fora em defesa a um golpe reto lançado com a
mão atrasada (no caso de dois indivíduos destros). Esse desvio é muito
utilizado porque ao se realizar o movimento de encontro a mão do adversário
o movimento semicircular irá baixar a mão e desestabilizar completamente a
sua base deixando o rosto exposto a um golpe com a mão atrasada ou até
mesmo a um golpe com a própria mão que realiza o desvio, neste caso se
completando o movimento semicircular com um círculo completo.
Exemplo, em dois indivíduos destros: o indivíduo A aplica um reto com a
mão atrasada no rosto e o indivíduo B desvia o golpe com a mão atrasada e
contragolpeia em reposta com um reto da mão atrasada no rosto.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Fig.59. Desvio circular para fora com a mão adiantada dos golpes em linha ao rosto.

b) Golpes em linha no corpo: em dois indivíduos destros é realizado com a


mesma mão do golpe aplicado (se o golpe é de direita se desvia com a mão
direita, se é de esquerda com a esquerda) em um movimento de desvio
semicircular de cima para baixo partindo da posição de guarda para fora (Fig.
59) deslocando a mão em direção a cintura e utilizando a palma da mão
levemente aberta para desviar o golpe. Neste caso é recomendável que se
deixe o ombro alto da mão que se está fazendo o desvio e execute um
pequeno passo plano ou passo salto para trás ou lateral para que possa sair da
distância de ataque no caso do adversário querer aplicar um segundo golpe,
252
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

principalmente em direção ao rosto como em uma finta muito


utilizada de jab ao corpo para em seguida aplicar um direto ao rosto.

Exemplo: em dois indivíduos destros; para um golpe reto ao corpo com a


mão adiantada se realiza a ação de desvio para fora com a mão atrasada e
para um golpe reto ao corpo com a mão atrasada ao corpo se realiza a ação de
desvio para fora com a mão adiantada. No caso da luta de um indivíduo
canhoto com um destro o desvio se inverte: mão adiantada com a mão
adiantada e mão atrasada com a mão atrasada.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

253
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

8. TRABALHO DE SOMBRA
Agora que já temos praticamente todos os recursos básicos necessários para a
prática do boxe uma das maneiras mais efetivas para se trabalhar os aspectos
técnicos aprendidos é realizando um trabalho de sombra que tem a mesma
duração de um round de boxe (3 minutos de atividade por 1 minuto de
descanso) e que pode ser realizado em vários rounds a depender do objetivo
de cada treinador e atleta. Este trabalho pode ser individual ou em dupla,
dirigido, condicionado livre ou livre, com ou sem utilização de pesinhos nas
mãos (entre 1 e 2kg) ao qual o treinador pede que durante o processo se
realize movimentações ou golpes específicos durante a prática. Geralmente é
incluído no processo de aquecimento específico durante as aulas ou ao final
de um treino mais duro para que o atleta seja obrigado a executar todos os
movimentos técnicos, mesmo sobre fadiga:

Exemplos:

a) sombra individual na maioria


livre:Damião
Danilo das vezes aplicada
Cardoso da Silva como aquecimento
específico, logo após o aquecimento geral, de preferência de frente a um
dc238701@gmail.com
espelho onde o indivíduo possa estar pendente de sua movimentação possa
ver a si mesmo para tentar corrigir os defeitos vistos por ele mesmo ou
apontados pelo treinador.

b) sombra individual dirigida: o treinador pode querer desenvolver e


trabalhar alguns aspectos técnicos que ache pertinente melhorar de acordo
com a parte medular da unidade de treinamento ou ainda que podem ser
aplicados em uma luta que se aproxima de acordo com uma estratégia pré-
determinada para enfrentar um ou outro lutador com determinadas
características.
Exemplo: Deve-se realizar a sequência: jab, direto, passo plano lateral para
direita com compasso e direto, depois direto jab, passo plano para a esquerda
com compasso e uppercut e direto, entre uma e outra executar 3 passos
pêndulos.

c) sombra individual condicionada livre: o treinador pode querer


desenvolver e trabalhar alguns aspectos técnicos que ache pertinente
melhorar de acordo com a parte medular da unidade de treinamento ou

254
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

ainda que podem ser aplicados em uma luta que se aproxima


de acordo com uma estratégia pré-determinada para enfrentar um ou outro
lutador com determinadas características.
Exemplo: Só se pode trabalhar golpes com a mão adiantada.

d) sombra em dupla: Se pode realizar das três maneiras anteriormente


mencionadas ou também se trabalhar em uma espécie de escola de combate a
distância ou ainda livre (como em um sparring) onde os dois indivíduos,
mantendo a distância de segurança (geralmente de 1,5m de distância e sem
diminuir ou aumentar essa distância apesar da intensa movimentação)
possam trabalhar a rapidez de reação ao adversário trabalhando todos os
aspectos técnicos e estratégicos, defensivos e ofensivos.
É uma alternativa para quem trabalha o boxe recreativo com clientes que não
desejam o contato físico de um sparring.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

255
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

9. COMBATE CORPO A CORPO E CLINCH


O combate a curta distância ou infighting devido as suas inúmeras
especificidades pode-se considerar como sendo uma luta dentro de outra luta
é realizado a curta distância onde vão predominar os golpes curvos e
bloqueios.

Não é recomendado partir de uma larga ou longa distância diretamente para


a curta distância, normalmente o infighting é feito por etapas: larga distância,
longa, média, curta e clinch. Se quer trabalhar em clinch o segredo está justo
em dominar todas as distâncias para que possa deslizar sobre elas até chegar a
essa posição da maneira mais segura possível.

A posição do corpo na curta distância também muda um pouco, neste caso é


recomendado que se abra um pouco a base das pernas, aumentando,
portanto, o equilíbrio e o balanço do corpo, ao tempo que se projeta a
cabeça em direçãoDanilo Damião
a um dos ombrosCardoso da adversário;
ou plexo do Silva quanto mais
dc238701@gmail.com
próxima ao corpo do adversário estiver a cabeça mais protegida e menos
força de impacto sofrerá.

Existem muitos aspectos técnicos envolvidos e que serão desenvolvidos nos


módulos seguintes, porém o que podemos dizer é que o clinch tem várias
finalidades, técnicas e estratégicas, defensivas e ofensivas.

Clinch defensivo quando utilizar:

a) quando se está cansado;


b) quando se luta com um adversário de maior envergadura;
c) quando se está ferido;
d) contra um lutador trocador que gosta de bater apenas caminhando para
frente e o clinch é uma maneira de frustrar as suas investidas.

Infighting ofensivo:
256
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

a) quando se está lutando com um atleta de maior envergadura e necessita


trabalhar alternando entre a média e curta distância para que os golpes
cheguem.

b) quando se luta com um lutador estilista que gosta de se deslocar muito no


ringue (bater e sair).

Exercícios: com um ringue com cordas pequenas de 2x2 metros ou um aro


desenhado no chão, ou ainda com um pneu de carro no chão colocar dois
indivíduos com suas pernas adiantadas dentro do pneu e durante
determinado tempo só um ataca e outro só se defende, ou ainda os dois
intercambiando golpes ao mesmo tempo apenas com golpes ao corpo ou
ainda, em um nível mais elevado, que possam golpear-se livremente.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

257
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

10. CONTRAGOLPES

Fig.60. Contragolpes em golpes retos no rosto.

a) de resposta
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
São realizados sempre após um passo plano em deslocamento, ou seja, se faz
em três tempos.

Exemplo em dois atletas destros: o indivíduo ao receber um reto com a mão


adiantada faz a esquiva lateral com deslocamento em passo plano para a
direita (tempo 1) e faz o giro em compasso de 45 graus (tempo 2), depois de
posicionado, em resposta, aplica o golpe reto com a mão atrasada (tempo 3)
já posicionado na linha diagonal do adversário.

b) de encontro

Tem que utilizar a rapidez de reação e força explosiva. É aplicado em apenas


1 tempo e se atinge o adversário ao mesmo tempo que ele lança o golpe.
Em sua maioria são aplicados saindo para o lado de fora do golpe desferido.
Também não existem golpes específicos unicamente de encontro, já que
qualquer golpe pode ser lançado, porém, na maioria das vezes os golpes são
os mesmos, já que o movimento do golpe aplicado deixa o corpo em maior
exposição a um outro semelhante, mas não é uma regra a exemplo dos
uppercut´s.
258
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Exemplos em dois indivíduos destros:

a) ao receber um reto com a mão adiantada se realiza um passo diagonal para


frente (dá um passo para frente com a perna direita) e aplica um reto de
esquerda.

b) ao receber um reto com a mão atrasada se realiza um passo plano lateral


em linha diagonal com a perna adiantada (esquerda) ao mesmo tempo que
aplica um reto de direita com a mão atrasada.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

259
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

11. A ESCOLA DE COMBATE


A escola de combate pode ser dirigida, condicionada livre ou livre e é
realizada entre dois indivíduos e orientada pelo treinador que vai definir o
tipo de atividade a ser executada com ambos os lutadores realizando os
movimentos e gestos técnicos de maneira similar a uma luta real. Esse
trabalho visa melhorar a rapidez de reação aos gestos técnicos executados e
também serve para, de maneira tática, treinar um atleta para lutar com um
ou outro atleta com características específicas.
Na iniciação é muito importante seguir uma evolução trabalhando
primeiramente a unilateral simples (dirigida), para apenas depois de
dominada passar para as demais.

Unilateral simples ou dirigido - 10% da força: onde, em dupla, o treinador


determina que um boxeador terá o mando tático ofensivo com uma
sequência pré-determinada enquanto o outro vai trabalhar o sistema
defensivo durante um determinado tempo.
Ex.: o lutador A Danilo
aplica uma sequência
Damião de Jab, Direto,
Cardoso Cruzado e o lutador B
da Silva
apenas bloqueia os golpes.
dc238701@gmail.com
Unilateral complexo ou condicionado livre - 20% da força: onde, em dupla,
o treinador determina que um boxeador terá o mando tático ofensivo com
uma regra pré-determinada enquanto o outro vai trabalhar o sistema
defensivo durante um determinado tempo.
Ex.: o treinador diz que o lutador A só pode atacar com golpes curvos (mas
não diz quais os golpes ou sequências específicas) e o lutador B tem que
utilizar todos os recursos defensivos disponíveis.

Unilateral alternado simples/dirigido ou complexo/condicionado livre -


20% da força: seguimos os mesmos dois conceitos acima exemplificados, o
único que muda é que um realiza o mando tático e logo depois o outro
também conhecido como “Tic-Tac”.

Bilateral complexo ou condicionado livre - 30% da força: onde, em dupla, o


treinador determina que os dois boxeadores terão o mando, porém com uma
regra pré-determinada.

260
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Ex.: o treinador diz que o lutador A só pode atacar com golpes


retos (mas não diz quais os golpes ou sequências específicas) e o lutador B
tem que tentar entrar com contragolpes de resposta ou de encontro.

Livre - 40 a 60% da força.

Sparring - 70% da força: que já não faz parte da escola de combate, mas que
o treinador sempre deve estar atento e orientando seu atleta.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

261
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

12. TRABALHANDO A MANOPLA


A manopla é um dos trabalhos preferidos de todos os boxeadores, onde o
treinador coloca umas luvas especiais para parar os golpes desferidos pelo
indivíduo, enquanto desenvolve a atividade do boxe em todos os seus
aspectos de maneira dirigida, condicionada livre ou focada para o
desenvolvimento de qualidades físicas específicas.
A manopla é um treinamento técnico/tático e nesse aspecto estritamente
aeróbico, ou seja, não se deve bater com 100% da força e serve para trabalhar
a correção técnica gestual dos golpes, sistema ofensivo, sistema defensivo e
rapidez de reação.
Outra maneira de realizar esse trabalho é utilizar a manopla como ferramenta
para desenvolvimento de velocidade e resistência específica onde se realiza
tiros de golpes repetidos durante determinado tempo para exigir ao máximo
o atleta.

Exemplos: Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com
a) manopla dirigida: o treinador diz uma sequência determinada de golpes
com ou sem movimentação de pernas e o atleta as executa.
Exemplo: jab, direto, cruzado, direto, esquiva circular (de um cruzado com a
mão adiantada) em passo plano lateral para fora com a perna atrasada
seguido de giro em compasso e uppercut em contragolpe de resposta.

b) manopla condicionada livre: o treinador coloca as mãos em determinadas


posições e o atleta, a depender da posição em que o treinador coloque a
manopla deve executar os golpes, esquivas ou deslocamentos.

c) trabalho anaeróbico lático: 3 séries de 1 minuto por 30 segundos de


descanso entre elas.

Exemplo: golpes retos ao rosto sustentando a velocidade ou de menos a mais


ou o mesmo com ganchos circulares ao plexo.

262
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

12.1. Os 7 erros mais comuns ao puxar o trabalho de manopla

1. Separar demais as manoplas;


2. Lançar a manopla com força na mão do atleta;
3.Realizar sequências sem sentido. Ex.: reto da mão atrasada seguido de
gancho ao corpo, sem realizar algum deslocamento de aproximação;
4. Realizar sequências muito grandes de golpes;
5. Mudar as sequências a todo o tempo (a depender do trabalho é importante
manter ao menos 5 repetições de cada sequência);
6. O treinador se mover como se fosse o atleta;
7. Exigir que o atleta aplique força excessiva nos golpes.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

263
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

12.2. Exemplos de sequências básicas para manopla dirigida

a) Sequências altas (importante após cada sequência trabalhar o footwork


saindo da linha de ataque com as diferentes movimentações que foram
passadas):

SEC. 1: JAB
SEC. 2: JAB / DIRETO
SEC. 3: JAB / DIRETO / JAB
SEC. 4: JAB / DIRETO / CRUZADO / DIRETO
SEC. 5: JAB / DIRETO / ESQUIVA LATERAL/ DIRETO / CRUZADO/ DIRETO
SEC. 6: JAB / DIRETO / UPPERCUT / DIRETO / CRUZADO / DIRETO
SEC. 6 CON PENDULO: JAB / DIRETO / CRUZADO / PÊNDULO / 3
CRUZADOS (UM COM CADA MÃO).

b) Sequências mescladas (rosto e corpo):

SEC. 2: GANCHO / UPPERCUT


SEC. 3: GANCHODanilo
/ GANCHO / CRUZADO
Damião Cardoso da Silva
SEC. 4: JAB / GANCHO / CRUZADO/ DIRETO
dc238701@gmail.com
SEC. 4 COM PÊNDULO: GANCHO / CRUZADO / PÊNDULO / GANCHO /
CRUZADO / PÊNDULO
SEC. 5: GANCHO / GANCHO / UPPERCUT / CRUZADO / DIRETO
SEC. 6: 4 GANCHOS / CRUZADO/ DIRETO

264
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

13. UTILIZANDO OS MATERIAIS DE UMA


ACADEMIA DE BOXE
13.1. O saco de boxe

O trabalho no saco de boxe pode ser dirigido, condicionado livre, livre ou


para trabalhar algum condicionamento físico específico.
O importante do treinamento no saco é trabalhar todas as valências que se
utiliza em um combate: aeróbia, anaeróbia lática e anaeróbia alática, ou seja,
séries de ritmo e volume, velocidade com força média (cadenciada) e
trabalhos explosivos, mesclando as todas as distâncias do boxe: larga, longa,
média e curta. Esses trabalhos podem ser mesclados em uma mesma sessão
dentro de um round, ou seja, o mais parecido com uma luta real ou ainda
separados por rounds e direcionados para uma ou outra valência energética
ou técnica que se queira trabalhar individualmente ou em grupo durante os
rounds.
Uma regra básica para o trabalho no saco de boxe é, após uma sequência de
Danilo Damião Cardoso da Silva
golpes, mudar sempre os ângulos, ou seja, não permanecer parado onde
dc238701@gmail.com
estava, afinal o seu atleta ou aluno não pode se acostumar a bater e
permanecer como um alvo fixo.

13.1.1 - Tipos de saco:

Saco leve: Esse saco deve ser pequeno entre 60 e 70 cm e sua base deve estar
alta suficiente para que se possa atingi-lo também com ganchos ou
uppercut´s. Além do formato tradicional também se encontra em forma de
gota ou sacos de PVC com água. Neste tipo de saco se trabalha
principalmente a velocidade, esquivas e footwork.

Saco médio: Esse saco deve ter entre 90 e não mais que 100 cm e deve ter
mais resistência aos golpes, e instalado em uma linha ao menos 30
centímetros abaixo que a cintura dos atletas. Neste tipo de saco se mescla,
principalmente velocidade e potência.

Saco pesado: Esse saco deve ter entre 120 e 180 cm e sua base de estar
próxima ao solo (mas sem tocar) é um saco onde se trabalha mais a potência
dos golpes.
265
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

13.1.2: Tipos de trabalho no saco:

a) saco dirigido: o treinador diz uma sequência determinada de golpes e o


atleta as executa.

Exemplo: Jab, Direto, Esquiva Lateral, Direto, Cruzado, Direto e dá um


passo plano lateral, dá 3 saltos pêndulo e volta a realizar a mesma sequência.

b) saco condicionado livre: o treinador determinadas algumas regras flexíveis


e o atleta realiza o trabalho dentro das regras, mas da maneira que queira.

Exemplo: Só pode trabalhar os golpes curvos a curta distância e então o


atleta/aluno está livre para lançar a sequência de golpes curvos que queira.

c) saco livre: onde deixamos o atleta a vontade para utilizar sua criatividade,
para o treinador é uma boa maneira de identificar vícios e erros
técnicos/táticos.

Exemplo: o atletaDanilo
sempre Damião Cardoso
inicia o ataque com ada Silvamão ou o mesmo
mesma
golpe, ou ainda quandodc238701@gmail.com
saí de uma sequência está sempre saindo para o
mesmo lado, etc.
É uma boa maneira de deixar o atleta livre e observar, se possível em outros
níveis de rendimento é uma boa oportunidade para filmar para que o atleta
se veja, já que está provado cientificamente esta é a melhor maneira de se
internalizar a aprendizagem.

c) Trabalho Físico, Específico:

. Aeróbio (saco leve): manter um alto volume de sequências de golpes


variando entre golpes rápidos com os de média potência, sempre com
movimentação e sem perder o contato com o saco.

. Anaeróbio lático (saco médio): manter um volume médio de sequências de


golpes variando entre golpes de média com os de muita potência, com certa
movimentação e entrando e saindo do saco entre as sequências.

. Anaeróbio alático (saco pesado): trabalhar golpes isolados com grande


potência e com a movimentação específica apenas para se aplicar o golpe.
266
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

13.2. A governadora

O trabalho da governadora pode, à primeira vista, ser parecido com o da


manopla, no entanto, esse trabalho tem o foco específico para desenvolver a
potência dos golpes de maneira isolada. Não é recomendada para quem está
no período de iniciação.

Exemplo: faz passos pêndulos e entra com um reto da mão atrasada a 100%
da força, volta ao passo pêndulo, ganha ângulo e aplica um cruzado a 100%
da força, ou seja, esse é um trabalho anaeróbico lático e alático e, portanto,
após um número de sequencias explosivas é importante fazer uma
recuperação, seja passiva ou ativa com alguma movimentação de pernas.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

267
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

13.3. O teto-solo

O teto solo é um trabalho bastante técnico e, principalmente de coordenação


e velocidade. Atualmente existem diversos tipos e formatos diferentes, mas
quase todos servem para a mesma finalidade.
A depender da tensão que se coloque na corda/elástico de sustentação se
pode realizar um trabalho de rapidez de reação utilizando o sistema ofensivo
e defensivo.

a) teto solo com menos tensão nas cordas: ele vai estar mais solto, com um
maior recorrido e, portanto, mais fácil de bater, ele pode ser regulado assim
quando o aluno é mais iniciante ou ainda quando se quer dar um pouco
mais de ênfase ao sistema defensivo.

Exemplo: aplica um direto, esquiva diagonal, aplica um jab e dá em passo


plano lateral com a perna adiantada para fora e faz um giro em compasso
com deslocamento e dessaDamião
Danilo posição, ainda com ada
Cardoso bolaSilva
em movimento, tenta
realizar a mesma sequência e assim vai girando ao redor do aparato,
dc238701@gmail.com
inicialmente para um lado e depois pode inverter para o outro.

b) teto solo com maior tensão nas cordas: ele vai estar mais rápido, com um
menor recorrido e, portanto, mais difícil de bater, ele pode ser regulado
assim quando o aluno já é mais experiente e quando se quer dar um pouco
mais de ênfase a resistência dos ombros e rapidez de reação.

Exemplo: jab, direto, esquiva, esquiva e sai da linha de ataque com um


deslocamento em passo salto para trás e vai repetindo.

268
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

13.4. A pêra lenta (presa ao teto)

A pêra funciona como um pêndulo e é um excelente equipamento para se


treinar principalmente as esquivas, a visão periférica e noção de distância.

Exemplo: se coloca a pêra em movimento vindo ao encontro do indivíduo


como um golpe reto e quando ela se aproximar bastante do rosto, em um
movimento rápido se realiza uma esquiva de baixar o nível (duck) deixando-a
passar por cima da cabeça e volta a posição inicial já calculando o tempo da
sua volta, sem olhar para trás abaixa mais uma vez o nível para que ela volte
adiante. Depois que ela vai e volta realiza um giro de 90 graus e agora faz as
esquivas circulares com a pêra vindo na direção lateral ao rosto. Entre uma
esquiva e outra se pode soltar golpes no ar como em uma sombra.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

269
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

13.5. Speed bag (pêra rápida ou pêra fixa)

Esse equipamento é utilizado basicamente para desenvolver ritmo,


coordenação, tempo (timing) e principalmente trabalhar a resistência dos
ombros já que para manter a pêra em movimento é necessário estar com os
braços erguidos.
Já existem no mercado aparelhos com altura regulável, mas ainda pouco
acessíveis, o importante é que a pêra esteja mais ou menos na altura dos
olhos do atleta, assim que, como é um equipamento que se utiliza
exclusivamente em academia é importante ter uma base da altura média dos
seus alunos antes de fixá-la a parede.

13.5.1. Formas de aprendizado:

a) iniciação:
Para iniciação se bate na pêra em movimento de extensão circular para
frente, com as mãos fechadas, mas utilizando apenas a sua parte exterior,
sobre a base longitudinal
Danilo do quinto metatarso
Damião Cardoso(faca
da da mão), ou seja, não se
Silva
bate com a extremidade final dos metacarpos onde se situam os ligamentos
dc238701@gmail.com
transversos.
Para quem está iniciando se dá o segundo golpe na pêra depois que ela faz o
terceiro impacto após o golpe inicial e assim consecutivamente em ciclos de 3
impactos para um golpe, nesta fase é recomendado utilizar uma mão de cada
vez com contagens de 10 golpes com cada uma e ir diminuindo a contagem
exemplo: 10 com a mão direita, 10 com a esquerda, 9 com a direita, 9 com a
esquerda, e assim sucessivamente até chegar a 1 x 1 e depois volta a subir até
10 x 10 e volta a baixar. Neste ciclo o aprendizado vai sendo desenvolvido, o
segredo é a prática.

b) avançado:
Em uma fase mais evoluída se pode adicionar ao primeiro movimento de
extensão um movimento de flexão dos braços com a extremidade lateral do
segundo metacarpo (do dedo indicador) que seria utilizado no movimento de
flexão do braço. Neste movimento se bate na pêra tanto na ida como na
volta.
Mantendo o movimento apenas de extensão também se pode trabalhar
rompendo os ciclos de impactos da pêra, ou seja, saltamos de ciclos de 3

270
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

impactos para 1 golpe para 2 impactos para 1 golpe e se pode


jogar com isso: 3 impactos, 2 impactos, a partir daí se pode utilizar a
imaginação e nesta fase o indivíduo já vai ter prática o suficiente para
trabalhar outras das inúmeras maneiras que se pode utilizar o equipamento.

O trabalho pode ser feito com os pés fixos ou movimentando o corpo na


ponta dos pés o que vai demandar maior esforço aeróbico.

Tempo de trabalho:
Depende do objetivo e da fase de periodização do treinamento onde se
encontra cada atleta, em geral se pode trabalhar 2 a 3 rounds de 3 minutos
por 30 segundos de recuperação. Em alguns casos se pode trabalhar 10
minutos ou mais ininterruptos, como dissemos, depende do objetivo.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

271
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

13.6. Corda fixa

É um exercício técnico realizado a partir de uma corda fixada em suas duas


extremidades na altura superior do ombro do indivíduo e sua principal
finalidade é trabalhar o footwork com esquivas (principalmente as circulares),
contragolpes e mudanças de direção. Podem ser instaladas sobre o ringue e
também em formato de X, neste caso, presas em cada um dos quatro cantos
do ringue onde o indivíduo realiza movimentos de esquivas e footwork com
ou sem realização de trabalho de sombra e que pode ser um trabalho
dirigido, condicionado livre ou livre.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

272
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

14. TIPOS DE UNIDADE DE TREINAMENTO


Antes de entrar neste tópico voltamos a ressaltar que como treinadores de
boxe, se não temos a formação acadêmica em Educação Física e de acordo
com a Lei Federal 9.696/98 não podemos prescrever treinamentos que fujam
dos tradicionalmente realizados na prática desportiva do boxe.
Importante frisar que o treinador tem todo o direito de modificar uma
estrutura de aula de acordo com o tipo e nível do grupo ou indivíduo, seus
objetivos e metas, mas sempre respeitando os aspectos anteriormente vistos e
que são parte inerente da Escola de Boxe: atividade consciente, sensitiva e
perceptiva, acessível e individualizada, sistemática, manter um aumento gradual das
exigências e dosificação adequada.
Lembramos também que uma unidade de treinamento é composta de três
partes, sendo: inicial, principal ou medular e final. Também pode ser focada
com dois objetivos principais, quais sejam: dinâmicos ou específicos.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

273
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

14.1. Exemplo com predominância dinâmica

Colocação de bandagem nas mãos:

Antes de começar as aulas todos os alunos/atletas já devem estar com suas


bandagens postas.

Mobilização articular: (3´)

Pescoço, ombros, antebraço, punhos, cintura, mobilização de quadríceps (pés


no glúteo), mobilização de isquiotibiais (joelho a barriga), mobilização
circular interna e externa (adução e abdução de pernas e glúteos),
mobilização circular adução e abdução de joelhos, mobilização circular
adução e abdução de tornozelos.

Saltar Corda ou punch ball: (11`30”)

3 rounds de 2 minutos
Danilo com 30 segundos
Damião Cardosode descanso
da Silva(se pode fazer em
circuito).
dc238701@gmail.com
Sombra 3 rounds (2´ por 20” de recuperação): (18´30”)
. 1 round de sombra dirigida, sem pesos no espelho (pode trabalhar também
utilizando as cordas fixas para trabalhar as esquivas e deslocamento em
contragolpes).
. 1 round de sombra dirigida livre, com pesos nas mãos entre 0,5 e 1,5kg no
espelho (pode trabalhar também utilizando as cordas fixas para trabalhar as
esquivas e deslocamento em contragolpe).
. 1 round de sombra livre em dupla, com peso nas mãos entre 0,5 e 1,5kg.

10 minutos dedicados a parte técnica: (29´30”)


Escolhe 1 tema por aula e trabalha repetidas vezes. Importante que esses
temas vão evoluindo progressivamente para que o trabalho siga uma linha
sistemática.

3 rounds (de 3 minutos por 30 segundos): Trabalho prático da parte


Técnica Ensinada anteriormente: (40´30”)

274
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Este trabalho pode ser realizado em dupla ou individualmente


nos aparelhos (saco, pêra, teto-solo, etc.) ou com o treinador na manopla.

Ou

3 rounds (de 3 minutos e 30 segundos): de manopla dirigida trabalhando


de forma prática da parte técnica ensinada anteriormente (com o treinador
ou em dupla) (40´30”)
Começamos a introduzir todos os aspectos ofensivos, defensivos e táticos.

Ou

3 rounds (de 3 minutos descansando entre 30s): Trabalho de força (saco


pesado), intensidade (saco médio) e velocidade no saco de boxe (saco leve),
teto-solo ou pêra: (49´30”)
Parte final do período medular, momento de colocar energia no que
aprendeu na parte técnica, bater com energia no saco.

Danilo Damião
Abdominais , paravertebrais, core (5 Cardoso da Silva
minutos): (55´30”)
dc238701@gmail.com
Retos (superiores e inferiores), transversos, oblíquos, pranchas estáticas,
pranchas dinâmicas, extensão lombar (superman),etc.

Soltura e alongamentos: (1hora)


Todos os principais grupos musculares de cima para baixo ou de baixo para
cima.

Fim de aula.

275
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

14.2. Exemplo com predominância específica

Colocação de bandagem nas mãos:

Antes de começar as aulas todos os alunos já devem estar com suas


bandagens postas.

Mobilização articular (3 minutos): (3´)

Pescoço, ombros, antebraço, munheca, cintura, mobilização de quadríceps


(pés no glúteo), mobilização de isquiotibiais (joelho na barriga), mobilização
circular interna e externa (adução e abdução de pernas e glúteos),
mobilização circular adução e abdução de joelhos, mobilização circular
adução e abdução de tornozelos.

Saltar Corda: (14`)

10 minutos seguidos.
Danilo Damião Cardoso da Silva
dc238701@gmail.com
5 rounds (de 3 minutos por 30 segundos): Trabalho técnico de
combinações de golpes: (30)
Este trabalho pode ser realizado em escola de combate ou individualmente
nos aparelhos (saco, pêra, teto-solo, etc.) ou ainda com o treinador na
manopla.

Ou

5 rounds (de 3 minutos por 30 segundos): Trabalho utilizando em cada


round diferentes valências (Força, Resistência, Velocidade, Agilidade,
Coordenação) (30´)
Sequências de golpes, esquivas, bloqueios, footwork e contragolpes
(preferencialmente no saco).

3 rounds de três minutos por 30 segundos de descanso de sparring


controlado a no máximo 60% da força (40´)

276
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Ou

*14 minutos de trabalho funcional em calistênia (40”)


Flexões de braço (fechado, médio e aberto)
Trabalhos de pliometria
Abdominais, core e paravertebrais.
Trabalhos Isométricos, etc.

* Atenção se não é formado em educação física e, no caso de atletas mais avançados,


como veremos nos módulos a seguir, a parte física funcional deve ser,
preferencialmente, realizada em um outro período.

Sombra 3 rounds (3 minutos por 30 segundos de descanso): (50´30”)


. 1 round de sombra individual, com pesinhos nas mãos entre 0,5 e 1,5kg no
espelho (pode trabalhar também utilizando as cordas fixas para trabalhar as
esquivas e deslocamento em contragolpe).
. 1 round de sombra em dupla, com peso nas mãos entre 0,5 e 1,5kg.

Alongamentos: (1hora)
Danilo
Soltura de braços. Damião
Ombros, bíceps, Cardoso da peito,
tríceps, costas, Silva dorsais, pernas e
panturrilha. dc238701@gmail.com

Fim de aula.

Existem muitos tipos de unidades de treinamento e outras centenas para


cada nível de grupo ou indivíduos essas foram apenas alguns exemplos.

277
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Nos despedimos por aqui, esperamos que tenha gostado do nosso


livro e que tenha muito sucesso em sua carreira como treinador (a).

Já estamos trabalhando na confecção do CURSO DE TREINADOR


DESPORTIVO DE BOXE NÍVEL II, ao qual abordaremos novos
temas mais voltados para o treinamento de nível intermediário e
avançado ao passo que vamos nos aprofundar um pouco mais em
alguns que tratamos aqui.

Esperamos que este material tenha contribuído para formação do seu


conhecimento e que possa colocá-lo em prática da melhor maneira
possível.

Em nossas redes sociais basta buscar por: Universidade do Boxe:

. Youtube Danilo Damião


. Instagram Cardoso
. Facebook da. Silva
. Telegram Twiter (Uniboxe).
dc238701@gmail.com

278
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Sobre o autor

Ricardo Serravalle Guimarães é escritor, formado em Administração de


empresas, Professor de Educação Física com Másters em Psicoterapia,
Psicanálise, Marketing e Gestão de Negócios, Mindfulness e Gestão
Emocional. Doutor em Meditação com ênfase na melhoria do desempenho
esportivo.
Fundador da FEBAM Danilo- Federação
DamiãoBaiana de Artes
Cardoso Marciais e Esportes de
da Silva
Combate, idealizador do projeto FEBAM
dc238701@gmail.com NA COMUNIDADE, que já
atendeu mais de 2.000 crianças e adolescentes em risco de exclusão social.
Treinador Nacional e Internacional de Boxe no Brasil e na Espanha
reconhecido pela Federación Vasca de Boxeo.
Árbitro Internacional de Boxe, Kickboxing, Muay Thai e MMA. Diretor de
MMA da FIMT-IMTF – Federación Internacional de Muay Thai y
Disciplinas Asociadas na Espanha e Delegado Nacional no Brasil.
Depois de sofrer 3 AVC e um grave acidente passou a realizar desafios
esportivos solidários onde se tornou três vezes recordista brasileiro e
recordista mundial, é palestrante, 5º Dan em Kickboxing e Muay Thai pela
WKA, FIMT-IMTF e, 8x campeão baiano de Kickboxing, 4x campeão
brasileiro e campeão Sul Americano (ISKA). Representante na Espanha do
estilo holandês de Kickboxing Chakuriki.
Foi aluno do grande campeão Mundial de boxe Éder Jofre e treinou com a
seleção brasileira de boxe olímpico.
Atualmente vive em Madri, Espanha onde é treinador e CEO da
Universidade do Boxe.

279
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Outras obras literárias do autor

Ensinamento dos Mestres os Benefícios das Artes Marciais al Alcance de


todos (disponível na Amazon).

Documentários do autor

Disponíveis na página do Youtube do autor “Ricardo Serravalle” na playlist


“Documentales”:

Os Sonhos nos Movem uma Odisseia até o Ironman

Tempo de Travessia. A Incrível História da Primeira Travessia a Nado entre


Salvador e Morro de São Paulo - 62km.
Danilo Damião Cardoso da Silva
#Ultrasolidario – 1203 km – Swim Bike Run (em espanhol).
dc238701@gmail.com

24 horas pegando un saco de boxeo com puñetazos y patadas em favor de las


ENACH. #peleandoporlavida (em espanhol).

Instagram: @universidadedoboxe
Web: www.universidadedoboxe.com

280
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

“Que todos os seres possam se beneficiar. ”

281
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.
UNIBOXE: TREINADOR DESPORTIVO DE BOXE. NÍVEL 1.

Danilo Damião Cardoso da Silva


dc238701@gmail.com

Serravalle, Ricardo Guimarães.


Universidade do Boxe – Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1.
Ricardo Serravalle Guimarães – Bahia – 1ª edição Nov. 2020
© Ricardo Serravalle Guimarães, 2020.

282
Todos os direitos protegidos. Proibida a venda, reprodução e distribuição deste conteúdo.
Versão exclusiva do Curso de Treinador Desportivo de Boxe. Nível 1 da Universidade do Boxe.

Você também pode gostar