Gakufj

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 75

Aula 02

TSE - Concurso Unificado - Noções de


Direito Administrativo (Prof. Antonio
Daud) - 2024 (Pós-Edital)

Autor:
Antonio Daud

02 de Junho de 2024
Antonio Daud
Aula 02

Índice
1) Espécies dos Atos Administrativos
..............................................................................................................................................................................................3

2) Desfazimento e Convalidação dos Atos Administrativos


..............................................................................................................................................................................................
14

3) Questões Comentadas - Atos Administrativos - Parte II - CEBRASPE


..............................................................................................................................................................................................
30

4) Lista de Questões - Atos Administrativos - Parte II - CEBRASPE


..............................................................................................................................................................................................
62

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 2
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

INTRODUÇÃO
Olá amigos,

Na aula anterior, conceituamos os “atos administrativos”, diferenciando-os dos atos judiciais, legislativos e
políticos e dos demais "atos da administração", comentamos seus atributos, as principais classificações e
seus elementos.

Nesta aula vamos dar continuidade ao assunto e nos aprofundar um pouco mais, conhecendo as principais
espécies de atos e as situações em que o ato é retirado do mundo jurídico (o desfazimento dos atos
administrativos).

Os assuntos da aula de hoje são importantíssimos em prova!

Vamos lá!

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 3
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS


O primeiro tópico da aula de hoje será o estudo das várias espécies de atos administrativos, as quais podem
ser sintetizadas da seguinte forma:

Normativo veicula regras gerais e abstratas

Ordinatório emana do poder hierárquico

autoriza o particular a exercer uma atividade ou


Negocial a usar um bem público
contém declaração da Administração quanto a
Enunciativo um fato ou situação
impõe penalidades a agentes públicos ou
Punitivo particulares

Para memorizar, a dica é usar o mnemônico N-O-N-E-P.

Atos Normativos
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

Os atos administrativos normativos (também chamados de atos gerais) são aqueles que veiculam regras
gerais e abstratas, alcançando número de destinatários indeterminado.

Como possuem generalidade e abstração, os atos gerais são similares às leis, em termos de conteúdo.

Friso que os atos normativos não inovam o ordenamento jurídico. Em outras palavras, eles não criam
direitos ou obrigações aos administrados que já não estejam estabelecidas em lei. Eles visam a permitir a fiel
execução das leis, explicitando seu conteúdo e uniformizando entendimentos adotados pelos agentes
públicos.

Exemplos: decretos regulamentares, resoluções, regimentos, instruções normativas,


deliberações.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 4
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Vejam, a seguir, os principais atos normativos tomando por base as lições de Hely Lopes Meirelles1:

Atos normativos
• Decretos regulamentares ou de execução
• Decretos autônomos ou independentes (quando houver conteúdo normativo)
• Instruções Normativas: em geral expedidas por Ministros ou Secretários (CF, art. 87,
II) ou por órgãos superiores para permitir a execução de leis, decretos e
regulamentos.
• Resoluções: expedidos por altas autoridades do Executivo ou por Tribunais e órgãos
legislativos para disciplinar matéria de sua competência específica.
• Regimentos: atos normativos que regem o funcionamento interno de cada órgão da
Administração.
• Deliberações: atos normativos emanados de órgãos colegiados.

Atos Ordinatórios
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

Os atos ordinatórios são aqueles que emanam do poder hierárquico da Administração e tem seus efeitos
restritos ao âmbito interno das repartições públicas.

Eles são dirigidos aos agentes públicos e veiculam determinações relacionadas ao desempenho das
atribuições destes agentes. Então, por exemplo, quando uma autoridade da Secretaria do Tribunal de Contas
da União designa, por meio de uma portaria, o servidor Fulano de Tal para realizar a auditoria no órgão X, tal
portaria será um exemplo de ato ordinatório.

Vejamos adiante os principais atos ordinatórios, tomando por base as lições de Hely Lopes Meirelles2:

1
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 184-186.
2
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 186-188.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 5
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Atos ordinatórios
• Instruções: ordens escritas e gerais para orientar a atuação dos servidores
(diferentemente das instruções normativas).
• Circulares: também são ordens escritas para orientar a atuação dos servidores, mas
emitidas a pessoas específicas ou em circunstâncias especiais
• Ordens de serviço: expedidas pelo superior hierárquico com determinações
especiais a respeito da execução de tarefas ou atividades (e.g., ordem de serviço
para o início de uma obra).
• Portarias: em geral utilizadas para designar servidores para realizar atividades
específicas (desginar o servidor Fulano para fiscalizar a empresa X). Também
utilizadas para impor regras.
• Provimentos: em geral utilizados por órgãos do Poder Judiciário para regularização e
uniformização dos serviços.
• Ofícios: comunicações escritas entre autoridades ou entre estas e particulares.
• Despachos: contêm decisões administrativas das autoridades a respeito de um
procedimento.
• Despachos Normativos: proferido na apreciação de um caso individual, em que a
autoridade determina a aplicação daquela decisão a casos análogos.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 6
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Atos Negociais
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

Os atos negociais são praticados para possibilitar ao particular o exercício de uma atividade ou o uso de um
bem público. Decorrem do (i) poder de polícia administrativa (fase de consentimento)3 ou (ii) da necessidade
de descentralizar a prestação de alguns serviços públicos.

Nestes atos há um alinhamento entre o interesse público e o privado, sendo que, em alguns casos, o
interesse do particular na prática do ato é até maior do que o interesse público. Mas não se pode esquecer
que em todos os casos deverá existir interesse público, até mesmo para legitimar a atuação estatal.

Mas, apesar da palavra “negocial”, estes atos contêm uma declaração unilateral da vontade da
Administração. Portanto, os atos negociais não se confundem com um negócio jurídico ou com um contrato
==2c9479==

administrativo, nos quais há a manifestação da vontade do particular em conjunto com a da Administração


(declaração bilateral).

Consoante leciona Marcelo Alexandrino, os atos negociais podem ser (i) discricionários ou vinculados e (ii)
expedidos a título precário ou definitivo.

Os atos negociais vinculados, como as licenças, não comportam juízo de valor por parte da Administração.
Uma vez cumpridos os requisitos legais, o particular terá direito subjetivo à obtenção da anuência da
Administração.

Por sua vez, os atos negociais discricionários, como as autorizações, admitem juízo de conveniência e
oportunidade por parte da Administração. Mesmo que o particular cumpra os requisitos legais, a
Administração poderá negar-lhe o pedido. Neste caso, não há que se falar em direito subjetivo do particular
em obter a anuência da Administração, mas em mero interesse.

Os atos chamados de precários são revogáveis a qualquer tempo. Além disso, esta revogação, em geral, não
gera o dever de indenizar o particular.

Os atos considerados definitivos, a seu turno, serão sempre vinculados e, por este motivo, não comportam
revogação. Se o particular cumpre os requisitos legais, terá direito à prática do ato negocial vinculado (há
direito subjetivo na expedição daquele ato). Assim, posteriormente, não poderia a Administração decidir que
é conveniente ou oportuna sua revogação, porquanto tal ato não comporta tal valoração de mérito.

No entanto, apesar de não admitirem revogação, tais atos podem ser anulados ou até mesmo cassados
(quando posteriormente se verificar que o particular descumpriu alguma das condições impostas).

3
Lembrando que o poder de polícia possui quatro fases: Legislação ou Ordem de polícia; Consentimento;
Fiscalização e Sanção.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 7
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Em virtude desta possibilidade de anulação ou cassação, de forma unilateral, a doutrina contemporiza este
título de “atos definitivos”, dizendo que, na verdade, há uma expectativa de definitividade, podendo a
Administração extingui-los sem a concordância do administrado4.

----

Adiante os três exemplos mais expressivos desta espécie de atos.

➢ Licença
A licença consiste no ato negocial expedido ao particular quando este preenche os requisitos concessórios,
reconhecendo-lhe um direito e declarando tal situação. Trata-se de ato vinculado, que não está sujeito ao
exame de mérito.

Uma vez preenchidas as condições aplicáveis, a licença não pode ser negada ao particular.

Além disso, como trata-se ato vinculado, a licença também é chamada de “ato definitivo”.

Exemplos: alvará para exercício de profissão, para edificação, licença para dirigir, licença
para construção etc.

➢ Autorização
Diferentemente da licença, na autorização há mero interesse do particular na sua obtenção (não há direito
subjetivo). Mesmo quando o particular preencher todos os requisitos previstos na legislação para a obtenção
da autorização, esta poderá ser negada pela Administração, já que se trata de ato discricionário (emitido
após exame de mérito por parte da Administração).

Se a autorização é concedida, aí sim o particular passa a ter o direito de explorar aquela atividade ou bem.
No entanto, este ato tem caráter precário, já que é passível de revogação.

Exemplos: porte de arma de fogo etc.

➢ Permissão de uso de bem público


Atualmente, a “permissão” pode assumir a forma de um ato administrativo (declaração unilateral de
vontade) ou de um contrato administrativo (declaração bilateral).

4
ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 579

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 8
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Quando estivermos diante da permissão de serviços públicos, a legislação (Lei 8.987/1995, art. 40) exige a
celebração de um contrato administrativo (e não um simples ato).

Assim, a permissão enquanto ato administrativo, foco desta aula, tem lugar apenas quando estivermos
diante da permissão de uso de bem público.

Exemplos: autorização para colocação de mesas sobre passeio público, autorização para
utilização de vias públicas para maratonas esportivas etc.

E a permissão de uso de bem público constitui ato discricionário (admite valoração de mérito por parte da
Administração) e precário (revogável a qualquer tempo).

Permissão de uso
Licença Autorização
de bem público

• Ato vinculado • Ato discricionário • Ato discricionário


• Definitivo • Precário • Precário
• Há direito do • Há mero interesse do • Há mero interesse
particular particular • Revogável
• Não comporta • Revogável
revogação

Além destes três principais, vou destacar brevemente outros atos negociais que podem aparecer em prova:

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 9
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Atos negociais

• Admissão: ato vinculado, que permite a fruição de um interesse do particular (e.g.,


admissão em um estabelecimento público de ensino).
• Registro: ato vinculado, por meio do qual a Administração reconhece o cumprimento
de condições legalmente impostas (e.g., registro de sindicato perante o Ministério da
Economia).
• Visto: ato por meio do qual a Administração controla seus atos ou do administrado,
conferindo-lhe efeitos. Concebido para ter natureza vinculada, mas tem sido utilizado
para o exame discricionário (e.g., visto em passaporte).
• Homologação: ato vinculado, pelo qual a Administração avalia a legalidade de ato
anteriormente praticado (e.g., homologação de uma licitação). Não pode alterar o
teor do ato sob homologação, limitando-se a confirmar ou não o ato controlado.
Segundo Di Pietro, a homologação se destina ao controle a posteriori dos atos
administrativos.
• Aprovação: ato discricionário, pelo qual a Administração exerce o controle a priori
ou a posteriori dos atos administrativos. Neste caso, a autoridade aprovadora
examina aspectos de conveniência e oportunidade da prática daquele ato.

Atos Enunciativos
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

Atos enunciativos são aqueles que contêm uma declaração da Administração quanto a um fato ou uma
situação, como certidões e atestados. A rigor, tais atos não contêm manifestação de vontade da
Administração, de modo que parte da doutrina chega a dizer que eles não produzem efeitos jurídicos.

➢ Certidão

Segundo Hely Lopes Meirelles5, as certidões consistem nas “cópias fieis e autenticadas de atos ou fatos
constantes de processo, livro ou documento que se encontre nas repartições públicas”.

Por meio das certidões a Administração fornece cópia de informações que possui a um particular ou aos
servidores públicos. Com a informatização e digitalização dos processos, grande parte destas constam dos
bancos de dados das repartições públicas.

5
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 195.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 10
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

O direito à obtenção de certidões tem sede constitucional 6 e independe do pagamento de taxas.

Exemplos: certidão de quitação eleitoral, certidão negativa de débitos tributários.

➢ Atestado

Por meio dos atestados, por sua vez, a Administração comprova um fato de que tenha conhecimento em
razão da atuação de seus agentes. Diferentemente da certidão, o atestado comprova um fato que não consta
dos bancos de dados da Administração.

Exemplos: atestado emitido por junta médica oficial que constata que o servidor está
incapaz para o trabalho, devendo ser concedida a ela a aposentadoria por invalidez.

➢ Parecer

Os pareceres consistem em opiniões técnicas emitidas por órgãos especializados. Em geral, os pareceres
fornecem subsídios para que, posteriormente, uma autoridade possa tomar a melhor decisão.

Como todo ato enunciativo, o Parecer não produz efeitos jurídicos, a menos que um ato posterior (com
conteúdo decisório) lhe aprove ou adote suas conclusões em uma situação concreta.

Exemplo: parecer jurídico emitido pela assessoria jurídica do Ministério da Economia a


respeito da celebração de um contrato. O ato contém a opinião técnica daquela
assessoria sobre a legalidade da contratação.

➢ Apostila

As apostilas se destinam a alterar ou a atualizar informações referentes a ato praticado ou a contrato


celebrado anteriormente.

Exemplos: apostilamento dos assentamentos funcionais de um servidor público, para


registrar um aumento remuneratório ou uma promoção; apostilamento de um contrato
para registrar um reajuste de preços.

6
Constituição Federal, art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de
taxas: (..)
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 11
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Atos Punitivos
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXÍSSIMA

Por meio dos atos punitivos, a Administração impõe penalidades aos agentes públicos ou aos particulares
em geral.

Aqui não podemos confundir um ato punitivo de caráter administrativo com o poder punitivo do Estado (jus
puniendi). O jus puniendi é exercido pelo Poder Judiciário e consiste na responsabilização penal por crimes
e contravenções praticadas.

Percebam que, no exercício do jus puniendi do Estado, a aplicação de sanções sempre será precedida de
manifestação prévia do Poder Judiciário.

Vejam o seguinte exemplo.

Fica comprovado que um servidor público recebeu propina. Assim, mediante um processo administrativo
disciplinar (PAD), o servidor será chamado a se manifestar e, ao final, poderá receber a pena de demissão do
serviço público (na esfera federal, Lei 8.112/1990, art. 117, XII c/c art. 132, XIII). Esta demissão consiste em
um ato administrativo punitivo.

Mas reparem que esta mesma conduta é tipificada como crime (Código Penal, art. 317) e leva o servidor a
responder, também, na esfera penal. Neste caso, o Ministério Público poderá denunciá-lo perante o Poder
Judiciário, para que responda pelos seus atos no bojo de um processo judicial penal. Ao final, aquela pessoa
poderá receber uma pena de reclusão, a qual consiste em ato judicial e, aqui sim, decorre do jus puniendi.

----

Antes de concluir, é importante destacar que os atos punitivos podem atingir tanto os servidores públicos
quanto os particulares em geral. Este último caso consiste, por exemplo, no ato da vigilância sanitária que
aplica multa ao particular que descumpriu a regulamentação sanitária do município.

Nestes dois casos estaremos diante de atos punitivos, sendo que a diferença repousa no poder manifestado
em cada um destes casos.

Resgatando as lições da aula sobre poderes, quanto à aplicação de sanções, temos o seguinte:

Ao servidor público → poderes hierárquico e disciplinar

Aos particulares com vínculo específico → poder disciplinar

Aos particulares em geral (vínculo geral) → poder de polícia

Para encerrar este tópico, vamos ver os principais atos punitivos:

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 12
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Atos punitivos
• Multa administrativa: ato punitivo do qual resulta a imposição de uma sanção
pecuniária ao administrado (e.g., multa tributária, multa a uma empresa contratada
pelo poder público etc).
• Interdição: ato por meio do qual a Administração veda ao particular a prática de
certa atividade (e.g., interdição de um estabelecimento que comercializa produtos
fora da especificação legal).
• Destruição de coisas: ato sumário por meio do qual a Administração elimina
produtos ou bens do particular impróprios para uso ou consumo (e.g., destruição de
medicamentos vencidos).
• Cassação anulatória: ato que decorre do descumprimento superveniente, por parte
do particular, de condições originalmente estabelecidas (e.g., cassação de uma
licença).

Primeiramente, as características gerais de cada uma das espécies:

Normativos Ordinatórios Negociais


•Decorrem do poder normativo •Decorrem do poder hierárquico •Necessários para exercício de
•Regulamentos, instruções (ef. internos) atividade ou uso de bem público
normativas, resoluções •Ordem de serviço, instruções, •Licenças, autorizações e permissão
circulares de uso de bem público

Enunciativos Punitivos
•Declaram uma situação ou emitem •Aplicação de sanções a servidores
juízo de valor ou a particulares
•Não contêm manifestação de
vontade da Administração
•Atestados, certidões, pareceres

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 13
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

DESFAZIMENTO DOS ATOS


Ao praticar um ato administrativo este entra no mundo jurídico e lá permanece produzindo efeitos, até que
o ato seja desfeito. Em outras palavras, para que o ato seja retirado do mundo jurídico é necessário que este
seja desfeito. Este processo de desfazimento do ato irá variar a depender da situação jurídica do ato.
Vejamos!

Se estivermos examinando o ato para confirmar sua legalidade ou legitimidade, estamos falando do controle
de legalidade dos atos.

Neste caso, buscamos comparar o ato praticado com os requisitos impostos pela legislação. No exercício
deste controle, caso nos deparemos com um ato eivado de vícios (seja ilegal ou ilegítimo), terá lugar o
processo de anulação.

Exemplos: determinada pessoa tomou posse em um cargo que a lei exige nível superior,
embora não o tivesse; foi aplicada sanção a um servidor público sem concessão de
contraditório e ampla defesa.

Se, por outro lado, o ato é considerado válido, mas se mostra inconveniente ou inoportuno, estaremos diante
do controle de mérito dos atos, que poderá dar azo à sua revogação. No controle de mérito não nos
interessa se o ato foi ou não praticado com a lei. Aqui o foco será na utilidade daquele ato ao interesse
público.

Exemplo: determinado órgão público autorizou a realização de licitação para construção


da nova sede da repartição ao custo de R$ 100 milhões, com recursos previstos no
orçamento. Alguns meses depois, o país passou a enfrentar uma grave crise econômica,
de sorte que aquele órgão decidiu revogar a autorização para licitação, deixando para
outro momento a construção da nova sede.

Por fim, se não há retoques a serem feitos no ato, mas seu destinatário deixa de cumprir condições
previamente estabelecidas para sua manutenção, o ato poderá ser objeto da cassação.

Mais adiante iremos detalhar cada uma destas situações acima, mas já percebam o seguinte:

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 14
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Mas antes de estudar as três principais formas de desfazimento dos atos, é importante ressaltar ao menos
duas características comuns a elas.

Em todos os casos, o desfazimento de ato administrativo que resulte prejuízos ao patrimônio jurídico do
administrado ou aos seus interesses, é necessário que lhe seja facultado o exercício do contraditório e da
ampla defesa.

E, além de ouvir o administrado previamente, o ato que decidir pelo desfazimento de ato administrativo
pretérito, deverá ser motivado (Lei 9.784/1999, art. 50, VIII).

Agora sim, vamos passar a estudar cada uma das principais formas de desfazimento dos atos.

Anulação
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTÍSSIMA

A anulação ocorre quando há um vício no ato administrativo, quando este ato é inválido, ilegal.

Se este vício for de intensidade tal que a lei o considere insanável, o administrador estará obrigado a
proceder à anulação do ato eivado de vício.

Por outro lado, se a lei considerar aquela invalidade “tolerável”, dizemos que o ato contém um vício sanável.
Nesta situação, em regra o administrador poderá decidir entre anular o ato ou convalidá-lo.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 15
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Portanto, apesar de ser correto afirmar genericamente que “os atos inválidos devem ser anulados”, é
importante ter em mente a possibilidade de convalidação de atos com vício sanável.

A anulação de atos administrativos inválidos opera efeitos retroativos (ex tunc). Como
regra geral, o ato é retirado do mundo jurídico desde o momento em que foi praticado,
de modo que são desconsiderados os efeitos produzidos pelo ato.

Quem pode determinar a anulação de um ato administrativo?

Diferentemente da revogação, tanto a Administração Pública quanto o Poder Judiciário poderão promover
a anulação de atos administrativos.

A principal diferença é que o Poder Judiciário, em se tratando de sua atuação típica, somente poderá atuar
mediante provocação.

Já no caso da Administração Pública, esta poderá exercer o controle de legalidade tanto de ofício como
mediante provocação.

Além disso, como já havíamos adiantado, antes da anulação do ato (ou de qualquer outra forma de
desfazimento) deve-se garantir que o interessado seja previamente ouvido, garantindo-se a ele que o
exercício do contraditório e da ampla defesa.

É importante comentar, ainda, que o direito de a Administração anular um ato não é eterno. Por razões de
segurança jurídica, a legislação impõe um prazo para que a Administração possa revisitar seus atos e, caso
identificada alguma invalidade, promova sua anulação.

No âmbito federal, este prazo é de cinco anos, salvo a ocorrência de má-fé (Lei 9.784/1999, art. 54).

Estudadas as principais características a respeito do controle de legalidade dos atos administrativos (que
podem resultar na anulação de um ato), no próximo tópico comentaremos o controle de mérito dos atos
administrativos (que podem resultar em sua revogação).

Revogação
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTÍSSIMA

Revogação, segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro1, consiste no “ato discricionário pelo qual a Administração
extingue um ato válido, por razões de conveniência e oportunidade”.

1
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 7979

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 16
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Reparem que a revogação aplica-se somente a atos válidos!

Só se fala em conveniência e oportunidade nos atos discricionários, reparem que a revogação somente pode
ocorrer em relação a estes. Não se admite revogação de atos vinculados, até porque nestes não há
conveniência ou oportunidade a serem valorados.

Em síntese:

A Administração praticou um ato discricionário, este ato era válido (legal), mas ele acabou se mostrando
inconveniente ou inoportuno. Assim, o princípio da autotutela autoriza a administração a rever o mérito
daquele ato, por meio de sua revogação.

Diferentemente da anulação, a revogação não retroage (ex nunc) ao momento da prática


daquele ato. A revogação opera efeitos prospectivos, de sorte que são preservados os
efeitos produzidos pelo ato até sua revogação.

Revogação → não retroage (ex nunc)

Anulação → retroage (ex tunc).

E quem pode revogar de um ato administrativo?

A regra de ouro é a seguinte: quem detém competência para praticar o ato também possui competência
para revogá-lo.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 17
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Marcelo Alexandrino2 leciona que a competência para revogação é “privativa da administração que praticou
o ato que está sendo revogado”.

Portanto, se a “Autarquia X” praticou aquele ato, não poderia a “Autarquia Z” revogá-lo.

Além disso, o Poder Judiciário, no exercício de sua função típica, não pode revogar atos administrativos.
Como a revogação é ato discricionário, o Judiciário não pode substituir o juízo de mérito do administrador
público.

Para finalizar este tópico, vale ressaltar que nem todos os atos são passíveis de revogação. Assim, é
importante conheceremos os atos insuscetíveis de revogação.

1) Atos vinculados

Atos vinculados não comportam qualquer juízo de mérito, seja para serem praticados, seja para serem
desfeitos. Portanto, atos vinculados são insuscetíveis de revogação.

2) Atos consumados

Atos consumados são aqueles que já exauriram seus efeitos. Assim, como a revogação não retroage, não
faria sentido revogar atos já consumados.

Exemplo: a administração concedeu licença-capacitação a um servidor público por um


mês. Imaginem o que aconteceria se a Administração decidisse revogar tal ato, após o
retorno do servidor ao serviço!
Assim, é fácil perceber que atos consumados são insuscetíveis de revogação.

3) Atos que geraram direito adquirido

A proteção ao direito adquirido é garantia fundamental (Constituição Federal, art. 5º, XXXVI) e mencionada
expressamente na Súmula 473 do STF 3.

2
ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 593
3
SUM-473 STF, A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 18
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

4) Atos que integram procedimento

Tome o procedimento como uma sucessão ordenada de atos administrativos. Imagine o que aconteceria se,
após praticar o ato de número 10 daquele procedimento, o administrador decide revogar o ato de número
5!

Por uma questão lógica, consideram-se insuscetíveis de revogação estes atos que integram procedimento,
pois a cada novo ato opera-se a preclusão da revogação do ato anterior.

5) Atos que estejam sob reapreciação de autoridade superior

Maria Sylvia Zanella Di Pietro4 inclui esta hipótese como insuscetível de revogação. Imaginem a seguinte
sucessão de eventos:

1º) Um servidor público requereu remoção, a critério da Administração, para outro local
do território brasileiro.
2º) O pedido foi negado pelo Diretor de Recursos Humanos da autarquia em que o
servidor trabalha.
3º) Ato contínuo, o servidor recorreu daquela decisão, interpondo recurso para o
Superintendente.

Neste momento, o Diretor não mais poderia rever sua decisão e revogar o ato que negou a remoção, já que
a competência do Diretor “se exauriu relativamente ao objeto do ato”.

Em outras palavras, a partir do momento em que o ato está sob reapreciação da autoridade superior, a
autoridade que praticou o ato deixa de ser competente para revogá-lo. A partir deste momento, portanto, é
a autoridade superior quem poderia revogá-lo.

6) “Meros atos administrativos”

Os chamados “meros atos administrativos” são aqueles que não contêm manifestação de vontade da
Administração. Trata-se dos atos enunciativos, como pareceres, atestados e certidões, que possuem
conteúdo declaratório ou opinativos. Segundo parcela da doutrina, a rigor nem mesmo seriam considerados
atos administrativos.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro5 menciona que os “meros atos administrativos” não comportam revogação,
pois seus efeitos “são estabelecidos pela lei”.

4
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 7995
5
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 7995

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 19
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Em síntese, são irrevogáveis os seguintes atos:

não há mérito administrativo a ser


Vinculados revisto

Consumados já exauriram seus efeitos

Geraram direito
garantia constitucional
Atos não adquirido
revogáveis prática de ato subsequente impede
Integram procedimento a revogação
Sob reapreciação de exauriu-se a competência da
autoridade superior autoridade que praticou o ato
Meros atos não contêm manifestação de
administrativos vontade

Cassação
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

A cassação, segundo Marcelo Alexandrino6, consiste na extinção do ato administrativo quando “seu
beneficiário deixa de cumprir os requisitos que deveria permanecer atendendo, como exigência para a
manutenção do ato e de seus efeitos”.

Exemplo: cassação da licença para dirigir quando seu titular deixa de atender requisitos
legais que deveria cumprir para a manutenção daquele direito.

Outras Formas de Desfazimento dos Atos Administrativos


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXÍSSIMA

Separamos este tópico para comentar outras formas de retirada dos atos administrativos do mundo jurídico.

A contraposição consiste no surgimento de um novo ato com efeitos contrapostos a outro já praticado.

Exemplo: o ato de exoneração de um servidor se contrapõe ao ato de nomeação daquele


servidor, promovendo-se o desfazimento deste.

6
ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 596

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 20
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

A caducidade, por sua vez, consiste, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, na superveniência de norma
jurídica que torna inadmissível situação anterior, na qual foi praticado o ato administrativo.

O exemplo citado pelo autor diz respeito à emissão de permissão para uso de bem público em determinada
data e, em momento posterior, surge uma lei que proíbe o uso privativo daquele bem. Assim, aquela
permissão, de natureza precária, terá sofrido caducidade, extinguindo-se, não sendo necessário um segundo
ato administrativo para pôr fim àquela permissão.

Associando estas duas últimas formas de desfazimento dos atos com as três anteriores, temos o seguinte:

ANULAÇÃO O ato praticado é inválido

O ato é válido, mas inconveniente ou


REVOGAÇÃO
inoportuno

Desfazimento dos Beneficiário do ato deixa de cumprir os


CASSAÇÃO
atos administrativos requisitos necessários

Surgimento de novo ato com efeitos


CONTRAPOSIÇÃO
contrapostos a outro já praticado

Superveniência de norma jurídica que torna


CADUCIDADE inadmissível situação anterior, na qual o ato
foi praticado

----

Vimos, acima, formas de desfazimento dos atos administrativos. Agora, vamos ver duas formas de manter
no ordenamento jurídico os efeitos de um ato inválido, por meio da convalidação.

Convalidação
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTÍSSIMA

Como vimos anteriormente, os defeitos (ou vícios) do ato administrativo podem ser subdivididos em sanáveis
e insanáveis.

Admitindo-se, então, a existência de vícios sanáveis, tem lugar a convalidação (também chamada de
“saneamento”), que consiste em corrigir o ato administrativo com efeitos retroativos (ex tunc).

Friso, portanto, que o objeto da convalidação consiste nos atos que contêm vícios sanáveis, também
chamados de anuláveis.

Imaginem o seguinte exemplo: em um primeiro momento é praticado o ato A, em relação


ao qual detecta-se um vício sanável. Em prol do interesse público, é possível praticar o
ato B, com a finalidade de convalidar o ato A, desde seu nascedouro.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 21
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Em decorrência desta convalidação: (i) o ato administrativo A continua a existir no mundo


jurídico e (ii) passa a ser considerado válido desde sua origem.

Reparem o seguinte: se a convalidação operasse efeitos prospectivos apenas, perderia sua razão de existir,
pois o administrador poderia praticar um novo ato, desta vez válido, com efeitos a partir de então. Portanto,
a grande importância da convalidação consiste em gerar efeitos retroativos.

Como a convalidação se dá no bojo do controle de legalidade dos atos administrativos (apesar de o vício ser
sanável), esta poderá recair sobre atos discricionários ou vinculados.

A partir da regra positivo no art. 55 da Lei 9.784/1999, é possível concluir que, além do vício ser considerado
sanável, são impostas outras duas condições à convalidação, a saber:

Vício sanável

Convalidação Ausência de lesão ao interesse público

Ausência de prejuízo a terceiros

Entendi! Mas quando o vício será considerado sanável?

É sanável o vício relativo (i) à competência quanto à pessoa (não quanto à matéria), exceto se tratar de
competência exclusiva e (ii) à forma, exceto se a lei considerar a forma como elemento essencial à validade
do ato.

Para finalizar, traçando um paralelo entre convalidação, revogação e anulação, temos o seguinte:

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 22
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Anulação Revogação Convalidação

Atos ilegais condição: ausência


Atos ilegais, com de lesão ao
(vício sanável ou Atos válidos interesse público e a
vício sanável
insanável) 3os

Atos vinculados Atos vinculados


Atos
ou ou
discricionários
discricionários discricionários
==2c9479==

exceto: efeitos Efeitos


Efeitos Efeitos não
já produzidos retroativos
retroativos retroativos
sobre 3os de boa (corrige o ato
(ex tunc) (ex nunc) desde a origem)

pela
pelo Poder
Administração apenas pela Apenas pela
Judiciário, se
(de ofício ou Administração Administração
provocado
provocada)

É ato vinculado É ato É ato


(vícios insanáveis) discricionário discricionário

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 23
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

CONCLUSÃO
Bem, pessoal,

Com esta aula concluímos a abordagem do assunto “atos administrativos”.

O assunto é importantíssimo e conta com inúmeras de questões de prova. Destaco, especialmente, as


diferenças entre revogação, anulação e convalidação.

Atenção aos detalhes das várias espécies dos atos, a exemplo de certidão, atestado, parecer, licença,
autorização, homologação, ordens de serviço e instruções normativas.

Adiante teremos, como de costume, nosso resumo e as questões comentadas relacionadas ao tema da aula
de hoje =)

Um abraço e bons estudos,

Prof. Antonio Daud

@professordaud

www.facebook.com/professordaud

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 24
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

RESUMO

veicula regras gerais e


Normativo abstratas

Ordinatório emana do poder hierárquico

autoriza o particular a exercer


Atos em
Negocial uma atividade ou usar um bem
espécie público
contém declaração da
Enunciativo Administração quanto a um
fato ou situação

impõe penalidades a agentes


Punitivo públicos ou particulares

Consentimento da Administração para particular exercer


Licença atividade (ex. alvará p/ edificação). Caráter definitivo.s

Permite a fruição de interesse do particular (ex. admissão em


Atos vinculados Admissão um estabelecimento público de ensino)

Administração avalia a legalidade de ato anteriormente


Homologação praticado (controle posterior)

Consentimento da Administração para particular exercer


Autorização atividade (ex. porte de arma). Ato precário e revogável a
qualquer tempo.

Permissão de uso de bem público. Ato precário e


Atos discricionários Permissão revogável a qualquer tempo.

Administração exerce o controle da conveniência e


Aprovação oportunidade da prática de um ato (controle prévio ou
posterior)

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 25
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

ANULAÇÃO O ato praticado é inválido

O ato é válido, mas inconveniente ou


REVOGAÇÃO
inoportuno

Desfazimento dos Beneficiário do ato deixa de cumprir os


CASSAÇÃO
atos administrativos requisitos necessários

Surgimento de novo ato com efeitos


CONTRAPOSIÇÃO
contrapostos a outro já praticado

superveniência de norma jurídica que torna


CADUCIDADE inadmissível situação anterior, na qual o ato
foi praticado

Anulação Revogação Convalidação

Atos ilegais condição: ausência


Atos ilegais, com de lesão ao
(vício sanável ou Atos válidos interesse público e
vício sanável
insanável) a 3os

Atos vinculados Atos vinculados


Atos
ou ou
discricionários
discricionários discricionários

exceto: efeitos Efeitos


Efeitos Efeitos não
já produzidos retroativos
retroativos retroativos
sobre 3os de boa (corrige o ato
(ex tunc) (ex nunc)
fé desde a origem)

pela
pelo Poder
Administração apenas pela Apenas pela
Judiciário, se
(de ofício ou Administração Administração
provocado
provocada)

É ato vinculado É ato É ato


(vícios insanáveis) discricionário discricionário

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 26
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

exceto
COMPETÊNCIA quanto à pessoa competência
exclusiva
VÍCIO
SANÁVEL
FORMA exceto se forma
exigida em lei

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 27
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

MAPAS

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 28
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 29
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

QUESTÕES COMENTADAS
1. CEBRASPE/SEFAZ-CE – Auditor - 2021
O instituto da convalidação dos atos administrativos é consequência natural do princípio da
autotutela.
Comentários:
O princípio da autotutela é definido na lei da seguinte forma:

Lei 9784/99, art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de
vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.

Portanto, a autotutela é o controle que a administração exerce sobre seus próprios atos, anulando os ilegais
e revogando os inoportunos. Há, no entanto, uma terceira opção, que é correção ou ratificação de vícios
sanáveis, tornando o ato viciado inteiramente válido. Essa é a chamada convalidação.
Nessa questão, a Banca considerou a assertiva como errada, inclusive no gabarito definitivo, a despeito da
posição da doutrina1. Portanto, entendemos que a banca considerou que as consequências naturais (ou
diretas) do princípio da autotutela seriam apenas a anulação e a revogação do ato administrativo.
Gabarito (errada)

2. CEBRASPE – PC-AL/2021

Ato praticado com abuso de poder somente pode ser invalidado mediante revisão judicial.

Comentários

O ato praticado com abuso de poder será ilegal e, por conseguinte, poderá ser invalidado, tanto
na via judicial como na via administrativa. Em outras palavras, a autotutela permite à Administração
Pública o desfazimento de ato eivado de abuso de poder.

Gabarito (E)

3. CEBRASPE/TC-DF – Auditor - 2021

1
A exemplo de Celso Antonio Bandeira de Mello (2014, p.99), que afirma: “Também por força desta
posição de supremacia do interesse público e – em consequência – de quem o representa na esfera
administrativa, reconhece-se à Administração a possibilidade de revogar os próprios atos inconvenientes
ou inoportunos, conquanto dentro de certos limites, assim como o dever de anular ou convalidar os
atos inválidos que haja praticado. É o princípio da autotutela dos atos administrativos.”

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 30
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Por meio da licença, ato unilateral e vinculado, a administração faculta aos interessados o exercício de
determinada atividade.

Comentários:

O item está correto! A licença consiste em ato unilateral, expedido ao particular quando este preenche
os requisitos concessórios, reconhecendo-lhe um direito e, em muitos casos, permitindo o
exercício de uma atividade privada (por exemplo, a licença da vigilância sanitária para abertura de
um restaurante). Ademais, diferentemente da “autorização”, trata-se de ato vinculado, que não
está sujeito ao exame de mérito.

Gabarito (C)
==2c9479==

4. CEBRASPE/TCE-RJ – Auditor - 2021

Situação hipotética: Determinado órgão publicou a Portaria A, para tratar de certo tema. Em
seguida, publicou a Portaria B, sobre o mesmo assunto da Portaria A, revogando esta
expressamente. Posteriormente, editou a Portaria C, que revogou expressamente a Portaria B,
sem tratar de qualquer tema. Assertiva: Nessa situação hipotética, a revogação da Portaria B pela
Portaria C caracteriza a revogação da revogação, mas não reativa a vigência da Portaria A.

Comentários:

Questão muito semelhante à outra elaborada pela Banca para o concurso do TRE-PE de 2017. Vejam a
sequência de atos descrita:

1º) foi editada a Portaria A

2º) foi editada a Portaria B, que revogou A

3º) foi editada Portaria C, que revogou a Portaria B

Assim, após a revogação (pela portaria C) do ato revogador (portaria B), poderiam surgir dúvidas
quanto à produção de efeitos pelo ato original (portaria A). Ou seja: poderia se “ressuscitar”
(repristinar) o ato A?

Consoante leciona Carvalho Filho, a LINDB - Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro,
autoriza “ressuscitar” o ato A, desde que o ato C expressamente contenha uma disposição nesse
sentido.

Ou seja, a repristinação não poderia ocorrer automaticamente, mas apenas se prevista de forma
expressa:

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 31
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.

Assim, a assertiva está correta, pois a Portaria C não mencionou expressamente a repristinação de
A.

Gabarito (C)

5. CEBRASPE - Procurador - MP/TCDF/2021

A convalidação de atos administrativos possui como pressuposto a impossibilidade de retroação


dos efeitos à época em que o ato foi praticado.

Comentários

O item se equivoca, na medida em que a convalidação gera efeitos retroativos (ex tunc). Na
verdade, a retroação dos efeitos é grande virtude da convalidação, pois permite que o ato inválido
seja corrigido desde seu nascimento.

Gabarito (E)

6. CEBRASPE /Sefaz-DF - Auditor - 2020

Em um único ato administrativo, foram concedidas férias e licença a um servidor público da


Secretaria de Estado de Economia do Distrito Federal. Na semana seguinte, publicou-se outro ato,
que ratificava as férias desse servidor e retirava-lhe a licença concedida, por ter sido constatado
que ele não fazia jus à licença. Nessa situação, realizou-se a convalidação do ato administrativo,
por meio de reforma.

Comentários:

A questão ilustra ato administrativo com conteúdo plúrimo, o qual foi praticado para (i) conceder
férias e, ao mesmo tempo, (ii) conceder licença a servidor. Posteriormente, este ato foi modificado,
de modo a (i) confirmar a concessão de férias e (ii) desfazer a licença.

A este respeito, José dos Santos Carvalho Filho2 leciona que é possível convalidar atos com vício
no objeto (ou conteúdo), especificamente quando se tratar de conteúdo plúrimo. Foi justamente
o que aconteceu neste caso, suprimindo-se a parte do ato atinente à concessão da licença e, assim,
confirmando-se a concessão das férias.

2
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 148

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 32
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

A esta situação, Carvalho Filho dá o nome de reforma, que, segundo o autor, é espécie de
convalidação, que ocorre quando um novo ato suprime a parte inválida de um ato anterior e,
assim, mantém sua parte válida. Sob este prisma, a questão estaria correta.

A justificativa dada pela Banca para este item confirma o raciocínio acima, nos seguintes termos:

JUSTIFICATIVA: CERTO. O item está certo, pois há três formas de convalidação. A primeira
é a retificação3, a segunda é a reforma e a terceira é a conversão4. A reforma é a forma de
aproveitamento que admite que novo ato suprima a parte inválida do ato anterior,
mantendo sua parte válida.

De qualquer forma, ressalto que existem outras correntes doutrinárias que defendem
entendimentos contrários ao adotado pela Banca. Maria Sylvia Zanella Di Pietro5 leciona que não
se admite a convalidação de objeto ilegal (para a autora a convalidação pode recair apenas sobre
elementos de competência e forma). Nesta situação, segundo a autora, seria cabível a conversão6
do ato, a qual não se confunde com a convalidação, pois implica a substituição de um ato por
outro de categoria diversa (por exemplo, a conversão de uma concessão ilegal de uso de bem
público por uma permissão).

Em outras palavras, para a autora, ato com vício no objeto poderia sofrer uma conversão, mas não
uma convalidação.

Lembro, por fim, que em outra ocasião7 o Cebraspe considerou convalidação como espécie de
sanatória, ao lado da ratificação e da conversão, divergindo da corrente doutrinária adotada pela
Banca neste item comentado.

De qualquer forma, neste item a Banca se valeu dos entendimentos de Carvalho Filho, dando
como correta a assertiva.

Gabarito (C)

3
Trata-se da convalidação tradicional, em que um novo ato corrige ato inválido anteriormente praticado.
4
Similar à reforma, na conversão a Administração vai além e substitui a parte inválida de um ato por
uma nova parte, não se limitando a suprimir a parte inválida.
5
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. Item
7.11.2.10
6
Segundo a autora, pode ser definida como o ato administrativo pelo qual a Administração converte um
ato inválido em ato de outra categoria, com efeitos retroativos à data do ato original
7

http://www.cespe.unb.br/concursos/TJDFT_13_JUIZ/arquivos/DIREITO_ADMINISTRATIVO_PADR__O_
DE_RESPOSTAS_DEFINITIVO.PDF <acesso em 11/4/2020>

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 33
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

7. CEBRASPE /TJ-AM - Analista Judiciário - 2019

A homologação é ato administrativo unilateral e vinculado, praticado a posteriori, pelo qual a


administração pública reconhece a legalidade de um ato jurídico, tal como ocorre na homologação
de procedimento licitatório.

Comentários:

A homologação representa a concordância da Administração em relação a outro ato praticado


anteriormente (exemplo: homologação dos atos praticados em um concurso público). Consiste
em uma etapa de controle, por meio da qual a autoridade homologadora se certifica da legalidade
do procedimento ou do ato praticado, realizando-se um controle a posteriori.

Além disso, a homologação é sim ato unilateral e vinculado, na medida em que não depende de
juízo de mérito, mas da avaliação da conformidade do ato praticado com o critério legal.

Gabarito (C)

8. CEBRASPE /TJ-AM - Analista Judiciário - 2019

As certidões emitidas pela administração pública possuem fé pública, pois um dos atributos dos
atos administrativos é a sua presunção de veracidade.

Comentários:

As certidões são atos administrativos enunciativos e, justamente por força do atributo da


presunção de veracidade e legitimidade, possuem fé pública. Tal característica impõe maior
confiança e credibilidade às certidões emitidas pelo poder público perante a sociedade.

Gabarito (C)

9. CEBRASPE /TJ-AM - Analista Judiciário - 2019

Em razão do exercício da sua prerrogativa de autotutela, a administração poderá revogar seus


atos administrativos válidos, com efeitos ex tunc.

Comentários:

De fato, a autotutela autoriza a Administração a revogar atos válidos, após uma reavaliação do
mérito administrativo, bem como a anular atos ilegais. Ocorre que a revogação opera efeitos não
retroativos, ou seja, ex nunc.

Em síntese:

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 34
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Revogação → não retroage (ex nunc)

Anulação → retroage (ex tunc).

Gabarito (E)

10. CEBRASPE /TCE-MG – Direito – 2018

O ato administrativo adequado para se instituir comissão encarregada de elaborar proposta de


edital de concurso público para provimento de vagas em cargos públicos é o(a)

a) decreto

b) alvará

c) aviso

d) resolução

e) portaria

Comentários:

A instituição da comissão organizadora de um concurso público deve ser realizada mediante


portaria, gerando efeitos internos à Administração.

Tomando por base as lições de Hely Lopes Meirelles8, lembro que as portarias em geral são
utilizadas para designar servidores para realizar atividades específicas (designar o servidor Fulano
para fiscalizar a empresa X), podendo também ser utilizadas para impor regras (regras do concurso
de remoção, por exemplo).

Gabarito (E)

11. CEBRASPE/ Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal – 2018

Um servidor público federal determinou a nomeação de seu irmão para ocupar cargo de confiança
no órgão público onde trabalha. Questionado por outros servidores, o departamento jurídico do
órgão emitiu parecer indicando que o ato de nomeação é ilegal.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

8
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 186-188.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 35
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Sob o fundamento da ilegalidade, a administração pública deverá revogar o ato de nomeação,


com a garantia de que sejam observados os princípios do devido processo legal e da ampla defesa.

Comentários:

Como estamos diante de um ato ilegal, não há que se falar em revogação (o ato deverá ser objeto
de anulação).

Gabarito (E)

12. CEBRASPE/ EMAP - Conhecimentos Básicos – Cargos de Nível Superior – 2018

Acerca dos atos e dos contratos administrativos, julgue o item que segue.

Caso não haja obrigação legal de motivação de determinado ato administrativo, a administração
não se vincula aos motivos que forem apresentados espontaneamente.

Comentários:

Mais uma questão cobrando a teoria dos motivos determinantes, aplicável a todos os atos que
tenham sido motivados, mesmo àqueles para os quais não a motivação não era obrigatória.

Gabarito (E)

13. CEBRASPE/ EBSERH- Advogado – 2018

Um edital de licitação foi publicado e, em seguida, foram apresentadas propostas. No entanto,


antes da etapa de homologação, o gestor do órgão licitador decidiu não realizar o certame, sob
a alegação de que aquele não era o momento oportuno para tal.

Nessa situação hipotética, ao decidir por não levar a termo o certame, o gestor praticou ato
administrativo de anulação.

Comentários:

A atitude de desfazer o certame em curso fundamentou-se na falta de oportunidade. Assim, o


gestor praticou ato de revogação, já que não se noticiou qualquer invalidade no procedimento
em curso.

Gabarito (E)

14. CEBRASPE/ STJ - Analista Judiciário – Administrativa – 2018

Julgue o item a seguir, relativo aos atos administrativos.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 36
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

São exemplos de atos administrativos normativos os decretos, as resoluções e as circulares.

Comentários:

Diferentemente dos decretos e das resoluções (atos normativos), as circulares são exemplos de
atos ordinatórios.

As circulares consistem em ordens escritas para orientar a atuação dos servidores, emitidas a
pessoas específicas ou em circunstâncias especiais.

Gabarito (E)

15. CEBRASPE/ STJ - Técnico Judiciário – Administrativa – 2018

Julgue o item que se segue, a respeito dos atos da administração pública.

A motivação do ato administrativo pode não ser obrigatória, entretanto, se a administração


pública o motivar, este ficará vinculado aos motivos expostos.

Comentários:

A questão menciona corretamente a aplicação da teoria dos motivos determinantes a atos cuja
motivação não é obrigatória.

Gabarito (C)

16. CEBRASPE/ STM - Técnico Judiciário – Programação de Sistemas – 2018

Acerca do acesso à informação, dos servidores públicos e do processo administrativo no âmbito


federal, julgue o item que se segue.

Caso edite ato administrativo que remova, de ofício, um servidor público federal e,
posteriormente, pretenda revogar esse ato administrativo, a autoridade pública deverá explicitar
os motivos de sua segunda decisão, com a indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.

Comentários:

A doutrina tem entendido que a Administração tem o dever de motivar seus atos, sejam vinculados
ou discricionários.

Na esfera federal, a Lei 9.784/1999 elencou as situações em que se exige a motivação dos atos,
entre as quais se inclui a revogação:

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 37
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Lei 9.784/1999, art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (..)

VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

Gabarito (C)

17. CEBRASPE/ STJ - Analista Judiciário – Administrativa – 2018

Julgue o item a seguir, relativo aos atos administrativos.

No caso de vício de competência, cabe a revogação do ato administrativo, desde que sejam
respeitados eventuais direitos adquiridos de terceiros e não tenha transcorrido o prazo de cinco
anos da prática do ato.

Comentários:

A assertiva está incorreta. Havendo vício no ato administrativo, não há que se falar em revogação.
A revogação recai sobre atos válidos. Se o vício for sanável, o ato poderá sofrer ou anulação ou
convalidação. E, sendo insanável o vício, o ato deverá ser obrigatoriamente declarado nulo.

Gabarito (INCORRETA)

18. CEBRASPE/ STJ - Analista Judiciário – Administrativa – 2018

Julgue o item a seguir, relativo aos atos administrativos.

O ato administrativo praticado com desvio de finalidade pode ser convalidado pela administração
pública, desde que não haja lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros.

Comentários:

A assertiva está incorreta. O vício quanto à finalidade do ato é considerado insanável, não
comportando convalidação. Somente os atos com vícios sanáveis admitem convalidação, a saber:

quanto à exceto
COMPETÊNCIA competência
pessoa
VÍCIO exclusiva
SANÁVEL
FORMA exceto se forma
exigida em lei

Gabarito (INCORRETA)

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 38
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

19. CEBRASPE/ PC-MA – Escrivão de Polícia – 2018

Governador de estado que pretenda nomear um escrivão de polícia para ocupar cargo de
confiança deverá fazê-lo por

a) decreto.

b) homologação.

c) circular.

d) alvará.

e) resolução.

Comentários:

A letra (A) está correta, pois o Decreto é a forma que assume, em geral, os atos privativos
praticados pelo Chefe do Poder Executivo (em todas as esferas da federação). A título de exemplo,
vejam o decreto abaixo, por meio do qual o Chefe do Executivo federal nomeou um Ministro do
STF:

Mas, por eliminação, também seria possível se chegar na resposta. Vamos lá!

A letra (B) está incorreta, pois a homologação consiste na concordância da Administração com
outro ato que já foi praticado.

A letra (C) está incorreta, pois a circular, ao lado da ordem de serviço, exprime a ordem que um
agente emite a seus subordinados.

A letra (D) está incorreta, pois “alvará” consiste no meio utilizado para a expedição de licenças e
autorizações.

A letra (E) está incorreta, pois resolução consiste em atos administrativos normativos expedidos
pelas altas autoridades do Executivo (mas não pelo Chefe do Executivo, que só deve expedir

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 39
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

decretos) ou pelos presidentes de tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos, para


disciplinar matéria de sua competência específica9.

Gabarito (A)

20. CEBRASPE/ TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal – 2017

A respeito dos atos administrativos, julgue o item seguinte, considerando o posicionamento da


doutrina majoritária.

Ato administrativo praticado por autoridade incompetente e que apresente defeito não pode ser
convalidado.

Comentários:

A assertiva está incorreta. Se há vício de competência e este é relacionado à pessoa do agente


(como neste caso), desde que não se trate de competência exclusiva, o defeito é considerado
sanável e, portanto, admite convalidação.

Gabarito (INCORRETA)

21. CEBRASPE/ TRE-TO - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017

Assinale a opção que apresenta espécie de ato administrativo vinculado quanto ao conteúdo.

a) circular

b) permissão

c) despacho

d) portaria

e) licença

Comentários:

A licença, mencionada na letra (E), é reconhecidamente ato que apresenta todos seus elementos
vinculados, inclusive seu objeto (conteúdo).

9
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 208.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 40
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Em todos os demais casos, temos atos discricionários.

A circular consiste em ato ordinatório, por meio do qual a autoridade transmite uma ordem a seus
subordinados.

A permissão, caso se refira ao uso de bem público, é expressão do poder de polícia e constitui
ato discricionário e precário.

O despacho, por sua vez, compõe parte de um processo administrativo, podendo ser despacho
de mero expediente ou com conteúdo decisório.

A portaria consiste na forma de um ato que pode assumir diversos significados, a exemplo de uma
portaria de remoção de servidor, portarias com conteúdo normativo etc.

Gabarito (E)

22. CEBRASPE/ TRE-TO- Analista Judiciário – Área Administrativa – 2017

Acerca da extinção dos atos administrativos, assinale a opção correta.

a) A cassação é a extinção do ato administrativo por descumprimento da execução desse ato pelo
seu beneficiário.

b) A decretação da anulação decorre da conveniência e da oportunidade da administração pública.

c) A revogação é um ato discricionário, que produz efeitos ex tunc.

d) A anulação retira do mundo jurídico atos com defeitos, produzindo efeitos ex nunc.

e) Somente por determinação judicial é possível a revogação de um ato administrativo.

Comentários:

A letra (a) define corretamente o teor da cassação.

A letra (b) está incorreta, pois é a revogação que decorre da conveniência e da oportunidade da
administração pública. A anulação decorre da existência de alguma invalidade no ato.

A letra (c) está incorreta, pois a revogação não retroage (ex nunc).

A anulação, ao contrário, opera efeitos retroativos (ex tunc), de sorte que a letra (d) está incorreta.

A letra (e) está incorreta, pois a revogação é ato privativo da Administração Pública.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 41
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Gabarito (A)

23. CEBRASPE/ PJC-MT - Delegado de Polícia Substituto – 2017

Em março de 2017, o governo de determinado estado da Federação declarou nulo ato que, de
boa-fé, havia concedido vantagem pecuniária indevida aos ocupantes de determinado cargo a
partir de janeiro de 2011.

Nessa situação hipotética,

a) o ato de anulação do ato que havia concedido vantagem pecuniária ofendeu diretamente o
princípio da proporcionalidade.

b) o ato de anulação foi legal, pois atendeu a todos os preceitos legais e jurisprudenciais sobre a
extinção dos atos administrativos.

c) o correto seria a revogação do ato, e não a sua anulação.

d) a declaração de nulidade do ato é nula de pleno direito, pois ocorreu a decadência do direito.

e) o princípio da autotutela da administração pública protege o ato de anulação determinado pelo


governo.

Comentários:

Aplicando-se ao caso a Lei 9.784/1999, percebemos que a anulação foi realizada em prazo
superior a 5 anos da prática do ato. Em 2017, havia decaído o direito de a Administração anular
seus próprios atos. Além disso não era caso de má-fé. Nestes termos o art. 54 da Lei 9.784/1999:

Lei 9.784/1999, art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de


que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da
data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

Gabarito (D)

24. CEBRASPE/ SERES-PE – Agente de Segurança Penitenciária – 2017

Assinale a opção que apresenta o ato administrativo mediante o qual a administração pública
faculta, de forma unilateral e vinculada, a um cidadão exercer determinada atividade para a qual
preencha os requisitos legais.

a) homologação

b) autorização

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 42
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

c) permissão

d) licença

e) aprovação

Comentários:

Mais uma questão cobrando a natureza vinculada da licença, expedida no exercício do poder de
polícia.

A homologação, apesar de também caracterizar ato vinculado, consiste na confirmação da


legalidade quanto à prática de outro ato administrativo.

Já a autorização, a permissão e a aprovação consistem em atos discricionários.

Gabarito (D)

25. CEBRASPE/ SERES-PE – Agente de Segurança Penitenciária – 2017

Ato administrativo não vinculado de competência exclusiva do governador de estado que venha
a ser publicado pelo secretário desse estado será considerado

a) sanável, a depender do motivo do ato.

b) insanável, se houver vício de forma.

c) insanável, independentemente do objeto.

d) sanável, por se tratar de vício de competência exclusiva.

e) sanável, independentemente da finalidade do ato.

Comentários:

Como o ato era da competência exclusiva do governador, o vício é insanável, não admitindo
convalidação.

Relembrando:

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 43
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

quanto à exceto
COMPETÊNCIA competência
pessoa
VÍCIO exclusiva
SANÁVEL
FORMA exceto se forma
exigida em lei

Gabarito (C)

26. CEBRASPE/ TRE-BA - Analista Judiciário – Área Administrativa – 2017

A determinado servidor público foi concedida licença em razão de ele preencher todos os
requisitos exigidos. Contudo, no curso da licença, ele deixou de atender às condições exigidas
para a manutenção do benefício, o que implicou a extinção do ato administrativo de concessão
da licença.

Nessa situação hipotética, a modalidade de extinção de atos administrativos aplicada foi a

a) convalidação.

b) anulação, em decorrência da imperatividade.

c) cassação.

d) revogação.

e) anulação, em decorrência da legalidade.

Comentários:

Vejam que o destinatário do ato deixou de cumprir os requisitos que deveria permanecer
atendendo, como exigência para a manutenção do ato e de seus efeitos10. Assim, estamos diante
da cassação.

Mas a questão também poderia ser gabarita por eliminação, veja só!

Percebam que o ato foi praticado dentro dos parâmetros legais (ato válido), o que afasta a
possibilidade de anulação ou convalidação. Assim, já eliminamos as letras (a), (b) e (e).

10
ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 596

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 44
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Além disso, nada se mencionou a respeito da ausência de conveniência ou oportunidade de sua


prática, afastando também a possibilidade de revogação. Assim, eliminamos também a letra (d).

Gabarito (C)

27. CEBRASPE/ TRE-BA - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017

O pregoeiro de um tribunal regional eleitoral (TRE), em um certame licitatório para aquisição de


urnas eletrônicas, resolveu negar provimento ao recurso de um licitante com fundamento em
parecer da área técnica do tribunal.

Nessa situação hipotética, a área técnica do tribunal praticou um ato administrativo

a) punitivo.

b) vinculado.

c) normativo.

d) ordinatório.

e) enunciativo.

Comentários:

Antes de mais nada, reparem que o examinador pede a natureza do ato praticado pela área
técnica do tribunal (não pelo pregoeiro).

Nesse sentido, o parecer por ela emitido consiste em ato enunciativo, pois representa uma opinião
técnica emitida por órgão especializado, o qual fornece subsídios para que a autoridade
competente possa tomar a melhor decisão.

Gabarito (E)

28. CEBRASPE/ MPE-RR – Promotor de Justiça Substituto – 2017

Decreto de um governador estadual estabeleceu que determinado tema fosse regulamentado


mediante portaria conjunta das secretarias estaduais A e B. Um ano depois de editada a portaria
conjunta, nova portaria, editada apenas pela secretaria A, revogou a portaria inicial.

Nessa situação, considerando-se o entendimento do STJ,

I a segunda portaria não poderia gerar efeitos revocatórios.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 45
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

II a revogação de ato complexo, ou seja, ato formado pela manifestação de dois ou mais órgãos,
demanda a edição de ato igualmente complexo; vale dizer, formado pela manifestação dos
mesmos órgãos subscritores do ato a ser revogado.

A respeito das asserções I e II, assinale a opção correta.

a) A asserção I é falsa, e a II é verdadeira.

b) As asserções I e II são falsas.

c) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.

d) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.

Comentários:

Os itens I e II estão corretos. Por uma questão de simetria, a portaria somente poderia ser
revogada mediante nova manifestação conjunta das duas secretarias. Portanto, se o ato inicial era
ato complexo (os quais resultam da formação das vontades de dois ou mais órgãos), sua revogação
exigirá a edição de novo ato complexo.

Além disso, a impossibilidade de efeitos revocatórios da portaria editada apenas pela “secretaria
A” decorre justamente da explicação contida no item II.

Gabarito (C)

29. CEBRASPE/ Prefeitura de Fortaleza – CE - Procurador do Município – 2017

Em cada um do item a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a
ser julgada, a respeito da organização administrativa e dos atos administrativos.

Removido de ofício por interesse da administração, sob a justificativa de carência de servidores


em outro setor, determinado servidor constatou que, em verdade, existia excesso de servidores
na sua nova unidade de exercício. Nessa situação, o ato, embora seja discricionário, poderá ser
invalidado.

Comentários:

Mais uma questão cobrando a teoria dos motivos determinantes, segundo a qual, a Administração
se vincula aos motivos indicados como fundamento para a prática do ato.

Assim, se os motivos elencados se mostraram inverídicos, o ato poderá ser invalidado.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 46
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Gabarito (C)

30. CEBRASPE/ TJ-PR - Juiz Substituto – 2017

Com base na Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção correta acerca da revogação e dos elementos
dos atos administrativos.

a) A revogação de um ato administrativo deve apresentar os seus motivos devidamente


externados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.

b) O ato de delegação pode ser revogado a qualquer tempo pela autoridade delegante ou pela
autoridade delegada.

c) O ato de delegação deve ser publicado no meio oficial, mas não o de sua revogação.

d) Caso um ato administrativo esteja eivado de vício de legalidade, o Poder Judiciário terá de
revogá-lo.

Comentários:

A letra (a) está correta. De acordo com a Lei 9.784/1999, deverão ser motivados os atos de
revogação, anulação e convalidação de atos administrativos, entre outros.

Lei 9.784/1999, art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (..)

VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

A letra (b) está incorreta e foge à própria lógica. A autoridade que recebe a delegação não pode
revogá-la, somente a autoridade delegante poderá revogar o ato de delegação:

Lei 9.784/1999, art. 14, § 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
autoridade delegante.

A letra (c) está incorreta, pois ambos devem ser publicados em meio oficial:

Lei 9.784/1999, art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no
meio oficial.

A letra (d) está incorreta, pois trata-se, na verdade, de anulação de ato administrativo.

Gabarito (A)

31. CEBRASPE/ TCE-PE – Analista de Controle Externo - Auditoria de Contas Públicas – 2017

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 47
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

A respeito de princípios da administração pública, ato administrativo, poderes da administração,


improbidade administrativa e regime jurídico dos funcionários públicos civis do estado de
Pernambuco, julgue o item a seguir.

Situação hipotética: Determinado contrato público foi assinado por um funcionário subordinado à
autoridade competente; um ano depois, ao constatar o problema, a autoridade convalidou o ato,
após certificar-se da ausência de potencial lesivo e verificar que os requisitos contratuais haviam
sido preenchidos. Assertiva: Nessa situação, a autoridade competente agiu ilicitamente ao
convalidar o ato, uma vez que este estava eivado de vício insanável.

Comentários:

A assertiva está incorreta, pois trata-se de vício sanável (passível de convalidação). Relembrando:

quanto à exceto
COMPETÊNCIA competência
pessoa
VÍCIO exclusiva
SANÁVEL
FORMA exceto se forma
exigida em lei

O funcionário em questão não era competente para assinar o contrato, mas sim a “autoridade
competente”. Portanto, é possível perceber que se tratava de incompetência quanto à pessoa
(não quanto à matéria) e não se mencionou que seria competência exclusiva daquela autoridade.

Além disso, inexistia “potencial lesivo”, de onde concluímos que não houve lesão ao interesse
público ou a terceiros. Assim, a convalidação foi medida que melhor atendeu ao interesse público.

Gabarito (INCORRETA)

32. CEBRASPE/ TRE-PE - Analista Judiciário – Área Administrativa – 2017

Determinada comissão de servidores, designada para a condução de procedimento licitatório, ao


final de seus trabalhos, homologou o resultado e adjudicou o objeto ao vencedor.

Nessa situação hipotética, os atos administrativos de homologação do resultado e de adjudicação


do objeto classificam-se,

a) quanto à forma de exteriorização, como parecer, sendo possível sua revogação judicial.

b) quanto à forma de exteriorização, como deliberação, sendo impossível revogá-los após a


celebração do correspondente contrato administrativo.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 48
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

c) quanto aos seus efeitos, como declaratórios, podendo a administração revogá-los.

d) quanto à intervenção da vontade administrativa, como complexos, podendo ser anulados


judicialmente.

e) quanto ao conteúdo, como admissão, podendo a administração anulá-los.

Comentários:

Antes de mais nada, atentem-se que os atos de adjudicação e de homologação de uma licitação
não são praticados pela comissão licitatória (mas sim pela “autoridade competente”).

A par deste erro no enunciado, é possível perceber que a comissão de licitação é um órgão
colegiado e, como tal, se manifesta por meio de deliberações.

Além disso, como estudaremos mais adiante neste curso, a “homologação” e a “adjudicação” do
objeto da licitação são atos vinculados, não comportando, portanto, revogação.

Gabarito (B)

33. CEBRASPE/ TRE-PE- Analista Judiciário – Área Administrativa – 2017

Determinado ato administrativo revogou outro ato. Posteriormente, contudo, um terceiro ato
administrativo foi editado, tendo revogado esse ato revogatório.

Nessa situação hipotética, o terceiro ato

a) repristinou o ato primeiramente revogado, ou seja, restaurou os efeitos deste.

b) provocou a caducidade do primeiro ato, que não poderá produzir efeitos.

c) renovará os efeitos do primeiro ato somente se dele constar expressamente tal intuito.

d) convalidou o primeiro ato administrativo, que volta a surtir efeitos regularmente.

e) é nulo, pois o ato revogatório é irrevogável.

Comentários:

Vejam a situação a que se refere a presente questão:

1º) foi editado um ato A

2º) foi editado um ato B, que revogou o ato A

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 49
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

3º) foi editado um ato C, que revogou o ato B

Assim, após a revogação (pelo ato C) do ato revogador (ato B), surge a dúvida quanto à produção
de efeitos pelo ato original (ato A).

Ou seja: poderia se “ressuscitar” (repristinar) o ato A?

Consoante leciona Carvalho Filho, a LINDB - Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro,
autoriza “ressuscitar” o ato A, desde que o ato C expressamente contenha uma disposição nesse
sentido.

Ou seja, a repristinação não poderia ocorrer automaticamente, mas apenas se prevista de forma
expressa:

Art. 2º, § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.

Assim, a alternativa correta será a letra (C).

Gabarito (C)

34. CEBRASPE/ SEDF - Conhecimentos Básicos – Cargos 27 a 35 – 2017

José, chefe do setor de recursos humanos de determinado órgão público, editou ato disciplinando
as regras para a participação de servidores em concurso de promoção.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.

O veículo normativo adequado para a edição do referido ato é o decreto.

Comentários:

Nem todo ato normativo da Administração Pública assume a forma de decreto, mas apenas
aqueles de conteúdo regulamentar. Lembro, ainda, que a competência para a expedição de
decretos é do Chefe do Poder Executivo.

Neste caso, o chefe do setor de recursos humanos poderia utilizar, por exemplo, de uma portaria
para disciplinar as regras do concurso de remoção.

Gabarito (E)

35. CEBRASPE/ ANVISA - Técnico Administrativo – 2016

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 50
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Acerca do regime jurídico-administrativo e do controle da administração pública, julgue o próximo


item.

A administração pública pode revogar seus atos por motivos de conveniência ou oportunidade,
competindo, no entanto, exclusivamente ao Poder Judiciário a anulação de atos administrativos
eivados de vícios de legalidade.

Comentários:

O erro deste item é afirmar que somente o Poder Judiciário pode promover a anulação de atos,
quando sabemos que a própria Administração também poderá, no exercício da autotutela.

Gabarito (E)

36. CEBRASPE/ PC-GO - Escrivão de Polícia Substituto – 2016

A respeito da invalidação, anulação e revogação de atos administrativos, assinale a opção correta.

a) Atos administrativos, por serem discricionários, somente podem ser anulados pela própria
administração pública.

b) A administração, em razão de conveniência, poderá revogar ato administrativo próprio não


eivado de qualquer ilegalidade, o que produzirá efeitos ex nunc.

c) O ato administrativo viciado pela falta de manifestação de vontade do administrado deverá ser
anulado, não podendo essa ilegalidade ser sanada por posterior manifestação de vontade do
interessado.

d) São anuláveis e passíveis de convalidação os atos que violem regras fundamentais atinentes à
manifestação de vontade, ao motivo, à finalidade ou à forma, havidas como de obediência
indispensável pela sua natureza, pelo interesse público que as inspira ou por menção expressa da
lei.

e) A anulação de ato administrativo ocorre por questões de conveniência e produz efeitos


retroativos à data em que o ato foi emitido.

Comentários:

A letra (a) está incorreta. Primeiramente, nem todos atos administrativos são discricionários. Além
disso, sendo discricionários ou vinculados, o Poder Judiciário também poderá promover sua
anulação.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 51
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

A letra (b) está correta, pois a revogação recai sobre atos válidos e opera efeitos não retroativos
(ex nunc).

A letra (c) está incorreta. Segundo defende Celso Antônio Bandeira de Mello, a convalidação
“pode derivar de um ato da Administração ou de um ato do particular afetado pelo provimento
viciado”.

Se a manifestação do particular era um pressuposto para a prática do ato e este foi praticado sem
esta manifestação, houve violação desta exigência. No entanto, se o particular, em momento
posterior, manifesta-se a respeito e supre a falha, pode-se considerar que houve a convalidação
em decorrência de ato do particular (convalidação mediante saneamento).

A letra (d) está incorreta, pois a alternativa menciona apenas vícios insanáveis (atos nulos). Caso o
vício recaísse sobre aspecto não essencial da forma ou quanto à competência (desde que não
exclusiva), teríamos vícios sanáveis (atos anuláveis).

A letra (e) está incorreta, pois a anulação decorre da invalidade do ato (não de questões de
conveniência).

Gabarito (B)

37. CEBRASPE/ TCE-PR – Analista de Controle – Contábil – 2016

Assinale a opção correta, acerca da extinção dos atos administrativos.

a) A convalidação por ratificação somente pode ser realizada pelo superior hierárquico do agente
que praticou o ato anterior.

b) A invalidação fulmina todas as relações jurídicas decorrentes do ato inválido, resguardados os


direitos de terceiros de boa-fé que não tenham contribuído para a invalidação do ato.

c) A cassação é ato discricionário do agente público.

d) Por ser a revogação um ato discricionário, ao se revogar um ato revogado, ocorrerá, por
consequência lógica, a repristinação do ato originário.

e) São passíveis de revogação os chamados atos meramente administrativos, tais como pareceres
e certidões.

Comentários:

A letra (a) está incorreta. A convalidação por ratificação, segundo Carvalho Filho, pode ser
realizada também pela própria autoridade que praticou o ato viciado.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 52
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Relembrando:

órgão competente decide sanar o


ato viciado; ratificação pode ser
Ratificação
realizada pela mesma autoridade
ou superior hierárquico

Formas de novo ato suprime trecho de ato


Convalidação - Reforma
anterior parcialmente inválido
Carvalho FIlho
a partir de ato anterior
parcialmente inválido, a
Conversão Administração produz novo ato
que substitui a parte inválida
daquele

A letra (b) está correta. O ato nulo não deve ser fonte geradora de direitos, no entanto sua
invalidação deve preservar os efeitos já produzidos em relação aos terceiros de boa-fé.

A letra (c) está incorreta. Ao se deparar com o descumprimento das condições impostas ao
beneficiário de um ato como condição para a produção de efeitos, o administrador público fica
obrigado a promover a cassação do ato.

A letra (d) está incorreta. A repristinação não ocorre de forma automática, apenas se houvesse
previsão expressa nesse sentido, no segundo ato revogador.

A letra (e) está incorreta, na medida em que tais atos não contêm manifestação de vontade da
Administração. Assim, de acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro 11 tais atos não comportam
revogação.

Relembrando todos estes casos:

11
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 7995

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 53
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

não há mérito administrativo a


Vinculados
ser revisto

Consumados já exauriram seus efeitos

Geraram direito
garantia constitucional
Atos não adquirido
revogáveis Integram prática de ato subsequente
procedimento impede a revogação
Sob reapreciação de exauriu-se a competência da
autoridade superior autoridade que praticou o ato
Meros atos não contêm manifestação de
administrativos vontade

Gabarito (B)

38. CEBRASPE/ TCE-PA- Auxiliar Técnico de Controle Externo – Área Administrativa – 2016

Considerando que servidor público de determinada autarquia federal tenha solicitado ao setor
técnico daquela entidade a emissão de parecer para subsidiar sua tomada de decisão, julgue o
item a seguir, acerca dos atos administrativos.

Caso seja adotado como fundamento para a decisão, o referido parecer passará a integrar o ato
administrativo decisório.

Comentários:

Trata-se dos efeitos da motivação aliunde, em que o ato decisório remete a atos de caráter
preparatório (a exemplo de pareceres, informações, decisões ou propostas) a fundamentação para
a prática do ato.

Nesta hipótese, por um imperativo lógico, os atos preparatórios passarão a integrar o ato
decisório:

Lei 9.784/1999, art. 50, § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo
consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.

Gabarito (C)

39. CEBRASPE/ TCE-PA- Auxiliar Técnico de Controle Externo – Área Administrativa – Direito - 2016

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 54
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Em relação às formas de anulação de atos ou contratos administrativos e à perda de função


pública, julgue o item a seguir.

A revogação aplica-se a atos praticados no exercício da competência discricionária.

Comentários:

Sabendo que os atos vinculados são insuscetíveis de revogação, é correto afirmar que a revogação
recai apenas sobre os atos discricionários.

Gabarito (C)

40. CEBRASPE/ TCE-PA – Auditor de Controle Externo - Área Fiscalização – Direito – 2016

A respeito do controle da administração pública, do processo administrativo e da licitação, julgue


o item a seguir.

A má-fé do destinatário, quando comprovada, afasta a incidência do prazo decadencial conferido


à administração para anular o ato administrativo.

Comentários:

Havendo má-fé não se aplica o prazo decadencial de cinco anos. Nesta situação excepcional, a
qualquer tempo o ato poderia ser anulado e, por conseguinte, gerar prejuízos à esfera jurídica
individual, na medida em que o beneficiário do ato agiu de má-fé:

Lei 9.784/1999, art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de


que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da
data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

Gabarito (C)

41. CEBRASPE/ TCU – Procurador do Ministério Público – 2015

No que se refere aos atos administrativos, assinale a opção correta de acordo com a jurisprudência
do STJ.

a) De acordo com o atual entendimento do STJ, o desfazimento do ato administrativo considerado


ilegal pelo Estado independe de prévio processo administrativo, mesmo que o ato anulado tenha
produzido efeitos concretos.

b) É quinquenal o prazo para que a administração pública possa anular ato administrativo, sendo
vedado, após o seu decurso, o afastamento da decadência.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 55
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

c) O ato de promoção de servidor público praticado por erro da administração pública pode ser
objeto de anulação, hipótese em que o servidor terá de restituir os valores correspondentes ao
erário, apesar de tê-los recebido de boa-fé.

d) O ato administrativo que negar pedido de servidor público de licença para tratar de interesses
particulares poderá ser revisto pelo Poder Judiciário quando houver abuso por parte
da administração pública, mediante provocação do interessado.

e) Caso servidor público ajuíze ação tendo por objeto ato omissivo continuado da administração
pública que lhe tenha impedido progressão na carreira, ocorrerá prescrição do fundo de direito,
se a ação for ajuizada após cinco anos do início da omissão.

Comentários:

A letra (a) está incorreta. A jurisprudência tem reafirmado a importância da autuação de processo
administrativo como condição para a anulação de atos administrativos que tenham gerado efeitos
positivos aos administrados. Vejam por exemplo este julgado do STJ:

(..) A jurisprudência desta Corte tem firmado o entendimento de que a invalidação de ato
administrativo classificado como ampliativo de direito depende de prévio processo
administrativo, em que sejam assegurados ao interessado o contraditório e a ampla
defesa.

STJ - MS: 8627 DF 2002/0118907-6, Relator: Ministro PAULO MEDINA, Data de Julgamento:
08/03/2006, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJ 20/11/2006 p. 268

No mesmo sentido, este entendimento firmado pelo STF12:

1. Ao Estado é facultada a revogação de atos que repute ilegalmente praticados; porém, se


de tais atos já decorreram efeitos concretos, seu desfazimento deve ser precedido de
regular processo administrativo.

A letra (b) está incorreta. Como regra geral, o prazo para anulação dos atos administrativos é de
5 anos. No entanto, tal prazo não se aplica se houver má-fé por parte do beneficiário do ato:

Lei 9.784/1999, art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de


que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da
data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

12
STF RE 594296/MG. Rel. Min. Dias Toffoli, 21/9/2011, repercussão geral. Apesar de mencionar a
palavra “revogação”, sabemos que é a “anulação” que recai sobre atos ilegais.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 56
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Portanto, havendo má-fé o prazo de cinco anos poderá ser desconsiderado, afastado.

A letra (c) está incorreta. O ato de promoção do servidor público eivado de vício deverá sim ser
anulado pela Administração. No entanto, tendo recebido de boa-fé os valores decorrentes da
promoção, tem-se entendido que a devolução é desnecessária. A este respeito, vejam a SUM-249
do TCU:

Súmula TCU 249

É dispensada a reposição de importâncias indevidamente percebidas, de boa-fé, por


servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de erro escusável de interpretação
de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente investida em
função de orientação e supervisão, à vista da presunção de legalidade do ato administrativo
e do caráter alimentar das parcelas salariais.

A letra (d) está correta. A concessão de licença para tratar de interesses particulares é ato
discricionário. No entanto, mesmo os atos discricionários podem ser objeto de controle pelo
Poder Judiciário, no tocante aos aspectos de legalidade (não quanto ao mérito administrativo).

A letra (e) está incorreta e exigiu conhecimento quanto à diferença entre “prestação de trato
sucessivo” e “prescrição de fundo do direito”. De forma simplificada, a primeira diz respeito à
prescrição apenas de parcelas (por exemplo, parcelas mensais de remuneração) geradas por um
determinado direito. Por exemplo: prescrição das parcelas que deveriam ter sido pagas há mais
de 5 anos.

Já a “prescrição de fundo do direito” é muito mais abrangente e consiste na prescrição que atinge
o próprio direito gerador daquelas parcelas. Neste caso, o interessado perde o direito a toda e
qualquer parcela.

Se não houve um ato da Administração negando a progressão ao servidor (ou seja, se houve
“ato omissivo continuado” que lhe tenha impedido progressão na carreira) tem lugar a prescrição
de trato sucessivo, que se renova a cada mês.

Este é o entendimento do STJ a respeito:

Na ação em que se verifica que a parte autora não foi beneficiada pela progressão funcional
prevista em lei e não havendo recusa formal da Administração, incide a Súmula 85 do
STJ13, consoante a qual, nas relações jurídicas de trato sucessivo, em que a Fazenda Pública
figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a

13
SÚMULA STJ 85 - Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como
devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as
prestações vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da ação.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 57
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior à


propositura da ação.

STJ - REsp: 1738319 MG 2018/0101728-0, Relator: Ministro GURGEL DE FARIA, Data de


Publicação: DJ 21/08/2018

Gabarito (D)

42. CEBRASPE/ TCU – Técnico Federal de Controle Externo – Conhecimentos Específicos – 2015

Acerca da invalidação, da revogação e da convalidação dos atos administrativos, julgue o item a


seguir.

Agirá de acordo com a lei o servidor público federal que, ao verificar a ilegalidade de ato
administrativo em seu ambiente de trabalho, revogue tal ato, para não prejudicar administrados,
que sofreriam efeitos danosos em consequência da aplicação desse ato.

Comentários:

A assertiva está errada por um motivo: ao verificar a ilegalidade, o servidor deveria anular tal ato.

Gabarito (E)

43. CEBRASPE/ TCU – Técnico Federal de Controle Externo – Conhecimentos Específicos – 2015

Acerca da invalidação, da revogação e da convalidação dos atos administrativos, julgue o item a


seguir.

A revogação de atos pela administração pública por motivos de conveniência e oportunidade não
possui limitação de natureza material, mas somente de natureza temporal, como, por exemplo, o
prazo quinquenal previsto na Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito
do serviço público federal.

Comentários:

Do fim da assertiva para o início, destaco que o prazo quinquenal previsto na Lei 9.784/1999 é
aplicado para a anulação de atos (não para a revogação):

Lei 9.784/1999, art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de


que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da
data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

Além disso, existem sim limitações materiais ao direito de a Administração revogar atos
praticados. Por exemplo, atos consumados (que já exauriram seus efeitos) não mais podem ser

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 58
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

objeto de revogação. No mesmo sentido os atos vinculados, que também são insuscetíveis de
revogação.

Estes são exemplos de limitações de ordem material ao direito de revogação de atos


administrativos.

Gabarito (E)

44. CEBRASPE/ TC-DF – Técnico de Administração Pública – 2014

No que se refere ao ato administrativo, julgue os itens que se seguem.

Caso determinado servidor, no exercício de sua competência delegada, edite ato com vício
sanável, a autoridade delegante poderá avocar a competência e convalidar o ato administrativo,
independentemente da edição de novo ato normativo.

Comentários:

Para fins de clareza, vejam passo a passo o que se mencionou neste item:

1º) delegação de competência para prática de determinado ato

2º) prática do ato pela autoridade delegada, com vício sanável

3º) “avocação” da competência pela autoridade delegante

4º) convalidação do ato original

Sem adentrar no detalhamento do vício (se quanto à competência ou à forma), sendo sanável é
possível sua convalidação.

Resta avaliarmos a competência para tal convalidação. Ou seja, se a autoridade que havia
delegado o ato poderia, posteriormente, chamar para si tal competência e praticar o ato de
convalidação. Vamos lá!

Se a autoridade avocou a competência, necessariamente estamos diante de uma relação de


subordinação, em que a autoridade hierarquicamente superior avoca a competência de seu
subordinado. E, como se sabe, por força do poder hierárquico, uma autoridade superior poderá
rever a conduta dos agentes. Portanto, não houve irregularidade na conduta da autoridade
delegante.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 59
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Por fim, ao dizer que tal operação poderia ocorrer “independentemente da edição de novo ato
normativo”, o Examinador se refere à desnecessidade da revogação da delegação14 para viabilizar
a prática do ato pela autoridade superior.

Gabarito (C)

45. CEBRASPE/ TC-DF – Técnico de Administração Pública - 2014

No que se refere ao ato administrativo, julgue os itens que se seguem.

Ato administrativo de manifesto conteúdo discriminatório editado por ministério poderá ser
invalidado, com efeitos retroativos, tanto pela administração como pelo Poder Judiciário,
ressalvados os direitos de terceiros de boa-fé.

Comentários:

Se houve um vício no conteúdo do ato (elemento ‘objeto’), este poderá ser declarado nulo, seja
pela Administração (de ofício ou mediante provocação) ou pelo Judiciário (mediante provocação).

Apesar de mencionar que o ato “poderá ser invalidado”, sabe-se que a anulação é poder-dever
da Administração. Neste enunciado, o termo “poderá” traduz a possibilidade de a anulação se
dar ou pela Administração ou pelo Judiciário.

Gabarito (C)

46. CEBRASPE/ TC-DF – Técnico de Administração Pública - 2014

Com relação ao direito administrativo, julgue os itens subsequentes.

Considere que determinado secretário de Estado do DF tenha editado um ato administrativo que,
embora legal, tenha gerado controvérsia entre os servidores do órgão. Nessa situação, havendo
mudança da titularidade do cargo, novo secretário poderá revogar, com efeito retroativo, o
referido ato administrativo.

Comentários:

O erro deste item consiste em afirmar que a revogação opera efeito retroativo.

Relembrando:

14
Pois a delegação de competência em geral é considerada ato normativo, bem como sua revogação.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 60
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Revogação → não retroage (ex nunc)

Anulação → retroage (ex tunc).

Gabarito (E)

47. CEBRASPE/ TC-DF – Analista de Administração Pública – Organizações - 2014

Considere que, durante uma fiscalização, fiscais do DF tenham encontrado alimentos com prazo
de validade expirado na geladeira de um restaurante. Diante da ocorrência, lavraram auto de
infração, aplicaram multa e apreenderam esses alimentos. Com base na situação hipotética
apresentada, julgue o item subsecutivo.

Se a aplicação da multa for indevida, a administração tem o poder de anulá-la, de ofício,


independentemente de provocação do interessado

Comentários:

Em decorrência da autotutela, a administração poderá rever seus atos de ofício


(independentemente de provocação). Nesta revisão, ao se deparar com a invalidade em um ato,
a Administração tem o poder-dever de anulá-lo.

Gabarito (C)

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 61
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS


1. CEBRASPE/SEFAZ-CE – Auditor - 2021
O instituto da convalidação dos atos administrativos é consequência natural do princípio da
autotutela.

2. CEBRASPE – PC-AL/2021

Ato praticado com abuso de poder somente pode ser invalidado mediante revisão judicial.

3. CEBRASPE/TC-DF – Auditor - 2021

Por meio da licença, ato unilateral e vinculado, a administração faculta aos interessados o exercício de
determinada atividade.

4. CEBRASPE/TCE-RJ – Auditor - 2021

Situação hipotética: Determinado órgão publicou a Portaria A, para tratar de certo tema. Em
seguida, publicou a Portaria B, sobre o mesmo assunto da Portaria A, revogando esta
expressamente. Posteriormente, editou a Portaria C, que revogou expressamente a Portaria B,
sem tratar de qualquer tema. Assertiva: Nessa situação hipotética, a revogação da Portaria B pela
Portaria C caracteriza a revogação da revogação, mas não reativa a vigência da Portaria A.

5. CEBRASPE - Procurador - MP/TCDF/2021

A convalidação de atos administrativos possui como pressuposto a impossibilidade de retroação


dos efeitos à época em que o ato foi praticado.

6. CEBRASPE/Sefaz-DF - Auditor - 2020

Em um único ato administrativo, foram concedidas férias e licença a um servidor público da


Secretaria de Estado de Economia do Distrito Federal. Na semana seguinte, publicou-se outro ato,
que ratificava as férias desse servidor e retirava-lhe a licença concedida, por ter sido constatado
que ele não fazia jus à licença. Nessa situação, realizou-se a convalidação do ato administrativo,
por meio de reforma.

7. CEBRASPE/TJ-AM - Analista Judiciário - 2019

A homologação é ato administrativo unilateral e vinculado, praticado a posteriori, pelo qual a


administração pública reconhece a legalidade de um ato jurídico, tal como ocorre na homologação
de procedimento licitatório.

8. CEBRASPE/TJ-AM - Analista Judiciário - 2019

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 62
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

As certidões emitidas pela administração pública possuem fé pública, pois um dos atributos dos
atos administrativos é a sua presunção de veracidade.

9. CEBRASPE/TJ-AM - Analista Judiciário - 2019

Em razão do exercício da sua prerrogativa de autotutela, a administração poderá revogar seus


atos administrativos válidos, com efeitos ex tunc.

10. CEBRASPE/TCE-MG – Direito – 2018

O ato administrativo adequado para se instituir comissão encarregada de elaborar proposta de


edital de concurso público para provimento de vagas em cargos públicos é o(a)

a) decreto

b) alvará

c) aviso

d) resolução

e) portaria

11. CEBRASPE/ Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal – 2018

Um servidor público federal determinou a nomeação de seu irmão para ocupar cargo de confiança
no órgão público onde trabalha. Questionado por outros servidores, o departamento jurídico do
órgão emitiu parecer indicando que o ato de nomeação é ilegal.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

Sob o fundamento da ilegalidade, a administração pública deverá revogar o ato de nomeação,


com a garantia de que sejam observados os princípios do devido processo legal e da ampla defesa.

12. CEBRASPE/ EMAP - Conhecimentos Básicos – Cargos de Nível Superior – 2018

Acerca dos atos e dos contratos administrativos, julgue o item que segue.

Caso não haja obrigação legal de motivação de determinado ato administrativo, a administração
não se vincula aos motivos que forem apresentados espontaneamente.

13. CEBRASPE/ EBSERH- Advogado – 2018

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 63
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Um edital de licitação foi publicado e, em seguida, foram apresentadas propostas. No entanto,


antes da etapa de homologação, o gestor do órgão licitador decidiu não realizar o certame, sob
a alegação de que aquele não era o momento oportuno para tal.

Nessa situação hipotética, ao decidir por não levar a termo o certame, o gestor praticou ato
administrativo de anulação.

14. CEBRASPE/ STJ - Analista Judiciário – Administrativa – 2018

Julgue o item a seguir, relativo aos atos administrativos.

São exemplos de atos administrativos normativos os decretos, as resoluções e as circulares.

15. CEBRASPE/ STJ - Técnico Judiciário – Administrativa – 2018

Julgue o item que se segue, a respeito dos atos da administração pública.

A motivação do ato administrativo pode não ser obrigatória, entretanto, se a administração


pública o motivar, este ficará vinculado aos motivos expostos.

16. CEBRASPE/ STM - Técnico Judiciário – Programação de Sistemas – 2018

Acerca do acesso à informação, dos servidores públicos e do processo administrativo no âmbito


federal, julgue o item que se segue.

Caso edite ato administrativo que remova, de ofício, um servidor público federal e,
posteriormente, pretenda revogar esse ato administrativo, a autoridade pública deverá explicitar
os motivos de sua segunda decisão, com a indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.

17. CEBRASPE/ STJ - Analista Judiciário – Administrativa – 2018

Julgue o item a seguir, relativo aos atos administrativos.

No caso de vício de competência, cabe a revogação do ato administrativo, desde que sejam
respeitados eventuais direitos adquiridos de terceiros e não tenha transcorrido o prazo de cinco
anos da prática do ato.

18. CEBRASPE/ STJ - Analista Judiciário – Administrativa – 2018

Julgue o item a seguir, relativo aos atos administrativos.

O ato administrativo praticado com desvio de finalidade pode ser convalidado pela administração
pública, desde que não haja lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 64
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

19. CEBRASPE/ PC-MA – Escrivão de Polícia – 2018

Governador de estado que pretenda nomear um escrivão de polícia para ocupar cargo de
confiança deverá fazê-lo por

a) decreto.

b) homologação.

c) circular.

d) alvará.

e) resolução. ==2c9479==

20. CEBRASPE/ TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal – 2017

A respeito dos atos administrativos, julgue o item seguinte, considerando o posicionamento da


doutrina majoritária.

Ato administrativo praticado por autoridade incompetente e que apresente defeito não pode ser
convalidado.

21. CEBRASPE/ TRE-TO - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017

Assinale a opção que apresenta espécie de ato administrativo vinculado quanto ao conteúdo.

a) circular

b) permissão

c) despacho

d) portaria

e) licença

22. CEBRASPE/ TRE-TO- Analista Judiciário – Área Administrativa – 2017

Acerca da extinção dos atos administrativos, assinale a opção correta.

a) A cassação é a extinção do ato administrativo por descumprimento da execução desse ato pelo
seu beneficiário.

b) A decretação da anulação decorre da conveniência e da oportunidade da administração pública.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 65
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

c) A revogação é um ato discricionário, que produz efeitos ex tunc.

d) A anulação retira do mundo jurídico atos com defeitos, produzindo efeitos ex nunc.

e) Somente por determinação judicial é possível a revogação de um ato administrativo.

23. CEBRASPE/ PJC-MT - Delegado de Polícia Substituto – 2017

Em março de 2017, o governo de determinado estado da Federação declarou nulo ato que, de
boa-fé, havia concedido vantagem pecuniária indevida aos ocupantes de determinado cargo a
partir de janeiro de 2011.

Nessa situação hipotética,

a) o ato de anulação do ato que havia concedido vantagem pecuniária ofendeu diretamente o
princípio da proporcionalidade.

b) o ato de anulação foi legal, pois atendeu a todos os preceitos legais e jurisprudenciais sobre a
extinção dos atos administrativos.

c) o correto seria a revogação do ato, e não a sua anulação.

d) a declaração de nulidade do ato é nula de pleno direito, pois ocorreu a decadência do direito.

e) o princípio da autotutela da administração pública protege o ato de anulação determinado pelo


governo.

24. CEBRASPE/ SERES-PE – Agente de Segurança Penitenciária – 2017

Assinale a opção que apresenta o ato administrativo mediante o qual a administração pública
faculta, de forma unilateral e vinculada, a um cidadão exercer determinada atividade para a qual
preencha os requisitos legais.

a) homologação

b) autorização

c) permissão

d) licença

e) aprovação

25. CEBRASPE/ SERES-PE – Agente de Segurança Penitenciária – 2017

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 66
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Ato administrativo não vinculado de competência exclusiva do governador de estado que venha
a ser publicado pelo secretário desse estado será considerado

a) sanável, a depender do motivo do ato.

b) insanável, se houver vício de forma.

c) insanável, independentemente do objeto.

d) sanável, por se tratar de vício de competência exclusiva.

e) sanável, independentemente da finalidade do ato.

26. CEBRASPE/ TRE-BA - Analista Judiciário – Área Administrativa – 2017

A determinado servidor público foi concedida licença em razão de ele preencher todos os
requisitos exigidos. Contudo, no curso da licença, ele deixou de atender às condições exigidas
para a manutenção do benefício, o que implicou a extinção do ato administrativo de concessão
da licença.

Nessa situação hipotética, a modalidade de extinção de atos administrativos aplicada foi a

a) convalidação.

b) anulação, em decorrência da imperatividade.

c) cassação.

d) revogação.

e) anulação, em decorrência da legalidade.

27. CEBRASPE/ TRE-BA - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017

O pregoeiro de um tribunal regional eleitoral (TRE), em um certame licitatório para aquisição de


urnas eletrônicas, resolveu negar provimento ao recurso de um licitante com fundamento em
parecer da área técnica do tribunal.

Nessa situação hipotética, a área técnica do tribunal praticou um ato administrativo

a) punitivo.

b) vinculado.

c) normativo.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 67
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

d) ordinatório.

e) enunciativo.

28. CEBRASPE/ MPE-RR – Promotor de Justiça Substituto – 2017

Decreto de um governador estadual estabeleceu que determinado tema fosse regulamentado


mediante portaria conjunta das secretarias estaduais A e B. Um ano depois de editada a portaria
conjunta, nova portaria, editada apenas pela secretaria A, revogou a portaria inicial.

Nessa situação, considerando-se o entendimento do STJ,

I a segunda portaria não poderia gerar efeitos revocatórios.

II a revogação de ato complexo, ou seja, ato formado pela manifestação de dois ou mais órgãos,
demanda a edição de ato igualmente complexo; vale dizer, formado pela manifestação dos
mesmos órgãos subscritores do ato a ser revogado.

A respeito das asserções I e II, assinale a opção correta.

a) A asserção I é falsa, e a II é verdadeira.

b) As asserções I e II são falsas.

c) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.

d) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.

29. CEBRASPE/ Prefeitura de Fortaleza – CE - Procurador do Município – 2017

Em cada um do item a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a
ser julgada, a respeito da organização administrativa e dos atos administrativos.

Removido de ofício por interesse da administração, sob a justificativa de carência de servidores


em outro setor, determinado servidor constatou que, em verdade, existia excesso de servidores
na sua nova unidade de exercício. Nessa situação, o ato, embora seja discricionário, poderá ser
invalidado.

30. CEBRASPE/ TJ-PR - Juiz Substituto – 2017

Com base na Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção correta acerca da revogação e dos elementos
dos atos administrativos.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 68
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

a) A revogação de um ato administrativo deve apresentar os seus motivos devidamente


externados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.

b) O ato de delegação pode ser revogado a qualquer tempo pela autoridade delegante ou pela
autoridade delegada.

c) O ato de delegação deve ser publicado no meio oficial, mas não o de sua revogação.

d) Caso um ato administrativo esteja eivado de vício de legalidade, o Poder Judiciário terá de
revogá-lo.

31. CEBRASPE/ TCE-PE – Analista de Controle Externo - Auditoria de Contas Públicas – 2017

A respeito de princípios da administração pública, ato administrativo, poderes da administração,


improbidade administrativa e regime jurídico dos funcionários públicos civis do estado de
Pernambuco, julgue o item a seguir.

Situação hipotética: Determinado contrato público foi assinado por um funcionário subordinado à
autoridade competente; um ano depois, ao constatar o problema, a autoridade convalidou o ato,
após certificar-se da ausência de potencial lesivo e verificar que os requisitos contratuais haviam
sido preenchidos. Assertiva: Nessa situação, a autoridade competente agiu ilicitamente ao
convalidar o ato, uma vez que este estava eivado de vício insanável.

32. CEBRASPE/ TRE-PE - Analista Judiciário – Área Administrativa – 2017

Determinada comissão de servidores, designada para a condução de procedimento licitatório, ao


final de seus trabalhos, homologou o resultado e adjudicou o objeto ao vencedor.

Nessa situação hipotética, os atos administrativos de homologação do resultado e de adjudicação


do objeto classificam-se,

a) quanto à forma de exteriorização, como parecer, sendo possível sua revogação judicial.

b) quanto à forma de exteriorização, como deliberação, sendo impossível revogá-los após a


celebração do correspondente contrato administrativo.

c) quanto aos seus efeitos, como declaratórios, podendo a administração revogá-los.

d) quanto à intervenção da vontade administrativa, como complexos, podendo ser anulados


judicialmente.

e) quanto ao conteúdo, como admissão, podendo a administração anulá-los.

33. CEBRASPE/ TRE-PE- Analista Judiciário – Área Administrativa – 2017

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 69
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Determinado ato administrativo revogou outro ato. Posteriormente, contudo, um terceiro ato
administrativo foi editado, tendo revogado esse ato revogatório.

Nessa situação hipotética, o terceiro ato

a) repristinou o ato primeiramente revogado, ou seja, restaurou os efeitos deste.

b) provocou a caducidade do primeiro ato, que não poderá produzir efeitos.

c) renovará os efeitos do primeiro ato somente se dele constar expressamente tal intuito.

d) convalidou o primeiro ato administrativo, que volta a surtir efeitos regularmente.

e) é nulo, pois o ato revogatório é irrevogável.

34. CEBRASPE/ SEDF - Conhecimentos Básicos – Cargos 27 a 35 – 2017

José, chefe do setor de recursos humanos de determinado órgão público, editou ato disciplinando
as regras para a participação de servidores em concurso de promoção.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.

O veículo normativo adequado para a edição do referido ato é o decreto.

35. CEBRASPE/ ANVISA - Técnico Administrativo – 2016

Acerca do regime jurídico-administrativo e do controle da administração pública, julgue o próximo


item.

A administração pública pode revogar seus atos por motivos de conveniência ou oportunidade,
competindo, no entanto, exclusivamente ao Poder Judiciário a anulação de atos administrativos
eivados de vícios de legalidade.

36. CEBRASPE/ PC-GO - Escrivão de Polícia Substituto – 2016

A respeito da invalidação, anulação e revogação de atos administrativos, assinale a opção correta.

a) Atos administrativos, por serem discricionários, somente podem ser anulados pela própria
administração pública.

b) A administração, em razão de conveniência, poderá revogar ato administrativo próprio não


eivado de qualquer ilegalidade, o que produzirá efeitos ex nunc.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 70
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

c) O ato administrativo viciado pela falta de manifestação de vontade do administrado deverá ser
anulado, não podendo essa ilegalidade ser sanada por posterior manifestação de vontade do
interessado.

d) São anuláveis e passíveis de convalidação os atos que violem regras fundamentais atinentes à
manifestação de vontade, ao motivo, à finalidade ou à forma, havidas como de obediência
indispensável pela sua natureza, pelo interesse público que as inspira ou por menção expressa da
lei.

e) A anulação de ato administrativo ocorre por questões de conveniência e produz efeitos


retroativos à data em que o ato foi emitido.

37. CEBRASPE/ TCE-PR – Analista de Controle – Contábil – 2016

Assinale a opção correta, acerca da extinção dos atos administrativos.

a) A convalidação por ratificação somente pode ser realizada pelo superior hierárquico do agente
que praticou o ato anterior.

b) A invalidação fulmina todas as relações jurídicas decorrentes do ato inválido, resguardados os


direitos de terceiros de boa-fé que não tenham contribuído para a invalidação do ato.

c) A cassação é ato discricionário do agente público.

d) Por ser a revogação um ato discricionário, ao se revogar um ato revogado, ocorrerá, por
consequência lógica, a repristinação do ato originário.

e) São passíveis de revogação os chamados atos meramente administrativos, tais como pareceres
e certidões.

38. CEBRASPE/ TCE-PA- Auxiliar Técnico de Controle Externo – Área Administrativa – 2016

Considerando que servidor público de determinada autarquia federal tenha solicitado ao setor
técnico daquela entidade a emissão de parecer para subsidiar sua tomada de decisão, julgue o
item a seguir, acerca dos atos administrativos.

Caso seja adotado como fundamento para a decisão, o referido parecer passará a integrar o ato
administrativo decisório.

39. CEBRASPE/ TCE-PA- Auxiliar Técnico de Controle Externo – Área Administrativa – Direito - 2016

Em relação às formas de anulação de atos ou contratos administrativos e à perda de função


pública, julgue o item a seguir.

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 71
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

A revogação aplica-se a atos praticados no exercício da competência discricionária.

40. CEBRASPE/ TCE-PA – Auditor de Controle Externo - Área Fiscalização – Direito – 2016

A respeito do controle da administração pública, do processo administrativo e da licitação, julgue


o item a seguir.

A má-fé do destinatário, quando comprovada, afasta a incidência do prazo decadencial conferido


à administração para anular o ato administrativo.

41. CEBRASPE/ TCU – Procurador do Ministério Público – 2015

No que se refere aos atos administrativos, assinale a opção correta de acordo com a jurisprudência
do STJ.

a) De acordo com o atual entendimento do STJ, o desfazimento do ato administrativo considerado


ilegal pelo Estado independe de prévio processo administrativo, mesmo que o ato anulado tenha
produzido efeitos concretos.

b) É quinquenal o prazo para que a administração pública possa anular ato administrativo, sendo
vedado, após o seu decurso, o afastamento da decadência.

c) O ato de promoção de servidor público praticado por erro da administração pública pode ser
objeto de anulação, hipótese em que o servidor terá de restituir os valores correspondentes ao
erário, apesar de tê-los recebido de boa-fé.

d) O ato administrativo que negar pedido de servidor público de licença para tratar de interesses
particulares poderá ser revisto pelo Poder Judiciário quando houver abuso por parte
da administração pública, mediante provocação do interessado.

e) Caso servidor público ajuíze ação tendo por objeto ato omissivo continuado da administração
pública que lhe tenha impedido progressão na carreira, ocorrerá prescrição do fundo de direito,
se a ação for ajuizada após cinco anos do início da omissão.

42. CEBRASPE/ TCU – Técnico Federal de Controle Externo – Conhecimentos Específicos – 2015

Acerca da invalidação, da revogação e da convalidação dos atos administrativos, julgue o item a


seguir.

Agirá de acordo com a lei o servidor público federal que, ao verificar a ilegalidade de ato
administrativo em seu ambiente de trabalho, revogue tal ato, para não prejudicar administrados,
que sofreriam efeitos danosos em consequência da aplicação desse ato.

43. CEBRASPE/ TCU – Técnico Federal de Controle Externo – Conhecimentos Específicos – 2015

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 72
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

Acerca da invalidação, da revogação e da convalidação dos atos administrativos, julgue o item a


seguir.

A revogação de atos pela administração pública por motivos de conveniência e oportunidade não
possui limitação de natureza material, mas somente de natureza temporal, como, por exemplo, o
prazo quinquenal previsto na Lei n.º 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito
do serviço público federal.

44. CEBRASPE/ TC-DF – Técnico de Administração Pública – 2014

No que se refere ao ato administrativo, julgue os itens que se seguem.

Caso determinado servidor, no exercício de sua competência delegada, edite ato com vício
sanável, a autoridade delegante poderá avocar a competência e convalidar o ato administrativo,
independentemente da edição de novo ato normativo.

45. CEBRASPE/ TC-DF – Técnico de Administração Pública - 2014

No que se refere ao ato administrativo, julgue os itens que se seguem.

Ato administrativo de manifesto conteúdo discriminatório editado por ministério poderá ser
invalidado, com efeitos retroativos, tanto pela administração como pelo Poder Judiciário,
ressalvados os direitos de terceiros de boa-fé.

46. CEBRASPE/ TC-DF – Técnico de Administração Pública - 2014

Com relação ao direito administrativo, julgue os itens subsequentes.

Considere que determinado secretário de Estado do DF tenha editado um ato administrativo que,
embora legal, tenha gerado controvérsia entre os servidores do órgão. Nessa situação, havendo
mudança da titularidade do cargo, novo secretário poderá revogar, com efeito retroativo, o
referido ato administrativo.

47. CEBRASPE/ TC-DF – Analista de Administração Pública – Organizações - 2014

Considere que, durante uma fiscalização, fiscais do DF tenham encontrado alimentos com prazo
de validade expirado na geladeira de um restaurante. Diante da ocorrência, lavraram auto de
infração, aplicaram multa e apreenderam esses alimentos. Com base na situação hipotética
apresentada, julgue o item subsecutivo.

Se a aplicação da multa for indevida, a administração tem o poder de anulá-la, de ofício,


independentemente de provocação do interessado

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 73
www.estrategiaconcursos.com.br 75
Antonio Daud
Aula 02

GABARITOS
1. E 17. E 33. C
2. E 18. E 34. E
3. C 19. A 35. E
4. C 20. E 36. B
5. E 21. E 37. B
6. C 22. A 38. C
7. C 23. D 39. C
8. C 24. D 40. C
9. E 25. C 41. D
10. E 26. C 42. E
11. E 27. E 43. E
12. E 28. C 44. C
13. E 29. C 45. C
14. E 30. A 46. E
15. C 31. E 47. C
16. C 32. B

TSE - Concurso Unificado - Noções de Direito Administrativo (Prof. Antonio Daud) - 2024 (Pós-Edital) 74
www.estrategiaconcursos.com.br 75

Você também pode gostar