Fake News
Fake News
Fake News
Resumo. Fake News (notícias falsas) são criadas com o objetivo de legitimar ou
invalidar determinado ponto de vista, pessoa ou grupo de pessoas. Este trabalho tem
como objetivo realizar um levantamento bibliográfico e uma pesquisa de campo a
respeito das fake news e da forma como estas vêm ganhando espaço na sociedade.
Em especial, no cenário dos processos eleitorais para presidente no Brasil e EUA,
fazendo uma análise comparativa de como essas notícias falsas ganharam força.
1. Introdução
Segundo Allcott e Gentzkow, fake news são “notícias que são intencionalmente
falsas, que podem confundir seus leitores” (2017, p. 213).
Embora seja possível afirmar que as notícias falsas sempre existiram, o termo
“fake news” ganhou notoriedade particularmente no cenário político em função da
disseminação deliberada de notícias falsas, criadas por pessoas e organizações com o
intuito principal de beneficiar determinado candidato com visões políticas que se busca
defender, ou então, difamar o candidato adversário, tendo como principal meio de
disseminação, as redes sociais (como Facebook, Twitter e Whatsapp), causando uma
polarização ainda maior tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Ainda que o senso comum diga o oposto, as fake news não atingem somente
pessoas com menor poder aquisitivo ou menor grau de instrução, como diz Santos
(2017, p. 16).
“Um estudo realizado pela Universidade de Stanford com 7.804 estudantes
desde o ensino fundamental à faculdade apontou que, aproximadamente, 82%
dos participantes não sabem distinguir um conteúdo patrocinado de uma
notícia real na internet. O estudo, divulgado em novembro de 2016,
demonstrou que a maioria dos estudantes não checam a fonte da notícia, de
forma que a credibilidade de uma notícia está relacionada à quantidade de
detalhes e ao tamanho da foto anexada. A pesquisa comprova que, apesar de
os participantes serem altamente conectados e entenderem de tecnologia e
redes sociais, não têm a noção necessária para avaliar a precisão, à
veracidade e a confiabilidade das matérias noticiadas. Somada a isso a
compulsiva necessidade de posicionamento, curtidas e compartilhamento,
propicia-se a veiculação de notícias falsas.”
2. Revisão de Artigos
Através da plataforma Google Scholar, foram utilizadas palavras-chave afim de
encontrar artigos científicos que poderiam contribuir para o desenvolvimento do
presente artigo.
Uso de algoritmos 1.
1. “O impacto do 2. “O Uso de Bots
algoritmos campanhas https://itsrio.org/wp-
big data e dos nas Eleições
em eleitorais; content/uploads/201
algoritmos nas Brasileiras” (2018)
campanhas 7/03/Andreia-Santos
campanhas
eleitorais 3. “Computational -V-revisado.pdf
eleitorais” (2017)
Propaganda in 2.
Brazil: Social Bots http://irisbh.com.br/o
during Elections” -uso-de-bots-nas-elei
(2017) coes-brasileiras/
3.
http://comprop.oii.ox
.ac.uk/wp-content/up
loads/sites/89/2017/0
6/Comprop-Brazil-1.
pdf
3.1. Clickbaits
Os clickbaits (ou isca de clicks) fazem parte das principais armas para a
disseminação das fake news, em que são escritas manchetes provocativas sobre
determinada notícia, que em sua maioria, não passam de um título para instigar a
curiosidade do leitor, tendo como um dos objetivos principais, a geração de receita
através de publicidade. Essa tática é muito usada para falar de artistas que têm
notoriedade na mídia, como o comediante Whindersson Nunes, que teve seu nome
envolvido em uma notícia que dava a entender que este havia sido detido, quando na
realidade, ele havia postado uma foto em que ficou preso em uma cadeira.
Figura 2: À esquerda, a manchete “Whindersson Nunes é preso após cometer grave erro e motivo é
escancarado em foto chocante”, e à direita, a foto à qual a manchete se refere.
Fonte: (Reprodução/Facebook)
Figura 3: Tweet feito pela deputada Manuela D’Ávila desmentindo a fake news
Fonte: https://twitter.com/ManuelaDavila/status/1047144937345748994
3.3 Bots
Um momento em que foi possível determinar que houve o uso de bots com fins
políticos aconteceu em 2014, em que 45 minutos antes do início de um debate do 2°
turno transmitido em rede nacional, o número de menções por meio de hashtags ao
candidato Aécio Neves triplicou, em contrapartida, as hashtags que referenciavam a
candidata Dilma Rousseff não tiveram o mesmo desempenho (ARNAUDO).
Figura 4: Gráfico representando o número de menções por minuto aos candidatos à presidencia do
Brasil durante um debate no segundo turno
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/09/1524593-analise-das-redes-sociais-mostra-que-perfis-falsos-infl
uenciaram-discussao-na-web.shtml
4. Metodologia
A fim de verificar se é possível que as fake news possam ter influenciado o
resultado dos processos eleitorais para a eleição dos presidentes do Brasil e EUA, em
2018 e 2016, respectivamente, foram selecionadas como ferramentas de embasamento
do presente artigo uma análise bibliográfica e uma pesquisa de campo.
Após a obtenção dos dados, foi feita uma análise dos artigos a fim de obter uma
conclusão acerca da influência das fake news nos processos eleitorais e do papel das
redes sociais na disseminação dessas notícias, e através do questionário, foi possível
mensurar e fazer uma análise comparativa das respostas dadas pelas pessoas
entrevistadas.
5. Resultados
A obtenção de dados foi bem sucedida, sendo feita através da ferramenta Google
Scholar para a pesquisa de artigos, e a ferramenta Google Forms para elaboração do
questionário, que foi respondido por 77 pessoas.
Figura 5: Gráfico representando as respostas dos entrevistados em relação à pergunta “Ao receber
uma notícia, você consegue identificar se ela é falsa?”
Fonte: Google Forms
● 59.7% dos entrevistados afirmam que nunca repassaram uma fake news,
enquanto 40.3% afirmam que já repassaram.
Figura 6: Gráfico representando as respostas dos entrevistados em relação à pergunta “Você acha que
já repassou uma notícia falsa para alguém?”
Fonte: Google Forms
● Os critérios mais usados para identificar se uma notícia é falsa ou não são: Fonte
(84.4%), Conteúdo da Notícia (58.4%) e Tipo de Linguagem Usada na Notícia
(51.9%);