Guia de Embarcações
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Ao longo da história existiram centenas de tipos de embarcações; não pretendemos explicar cada uma delas; apenas dar
algumas informações preliminares sobre aquelas que com mais freqüência encontramos afundadas no Brasil.
Barca
Pode tratar-se de uma antiga embarcação à vela dotada de três mastros com
gurupés e vela latina quadrangular no mastro a ré. A partir do século XX, podem
ser encontradas embarcações de convés chato e máquinas de propulsão com esta
mesma designação.
Barcaça
Embarcação de três mastros e velas quadrangulares, usadas entre o Ceará e o norte da Bahia no transporte de passageiros
e utilizada no transporte de sal das salinas do Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Também encontramos com esta
designação embarcações com máquinas para transporte de mercadorias, geralmente com um amplo convés e pouco
casario.
Bergantim
Na idade moderna é conhecido por Bergantim uma embarcação de bordo alto
com cerca de 150 toneladas de deslocamento. Sua propulsão à vela era armada
com gurupés e dois mastros (traquete e principal); usava velas quadradas, com
mezena sustentada por caranguejeira e retranca.
Na segunda metade do século XVIII, a necessidade de navios maiores forçou o
aparecimento de Bergantins de três mastros com velas latinas.
Brigue
Dotada de casco fino, com dois mastros, gurupés com bujarronas, velas de
entremastro triangulares e vela quadrangular no mastro de ré. Brigues eram
utilizados tanto como navios militares como de transporte de mercadoria.
Caravela
Embarcação de casco arredondado e popa alta originária de Portugal (século
XIII); utilizavam geralmente três mastros com velas latinas. Com as grandes
navegações do século XVI, sofreram transformações passando a utilizar velas
redondas quadrangulares (caravela redonda).
Com comprimento médio de 23 metros. por 15 de boca e um deslocamento de
50 T, estas embarcações, em seu período de apogeu, chegaram a atingir 150
toneladas. Foram substituídas pelos galeões a partir do século XVI.
Cargueiro (século XX)
O cargueiro do século XX caracteriza-se pela diversidade de formas. Sua
estrutura e formato estão relacionados com o tipo de carga e rotas que
executam, de pequenos navios de cabotagem a enormes superpetroleiros.
Graças aos modernos métodos eletrônicos e à evolução da cartografia naval,
os naufrágios deste século só são freqüentes nos períodos de guerra, onde os
cargueiros de três castelos e Liberty ships eram os mais típicos.
A partir de pouco antes da metade deste século, a propulsão a vapor deu
lugar a motores diesel. Em relação às demais características será necessária
uma pesquisa quanto ao tipo de navio.
https://www.naufragiosdobrasil.com.br/guiaembarcacoes.htm 1/5
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Chata
Está associado a esta embarcação, um tipo de plataforma de serviço, com convés plano, motorizada ou não, que
geralmente freqüenta águas tranqüilas devido a sua pouca navegabilidade. Pode possuir um grande porão.
Clíper
Veleiro de longo curso, muito utilizado no século XIX para fins comerciais, teria
surgido por volta de 1830 e os últimos exemplares navegaram até 1895. O casco
era muito longo e fino (comprimento 5 ou 6 vezes à largura máxima),
com um deslocamento que podia alcançar 4.500 toneladas. Era armado com três
mastros muito altos, geralmente com 5 velas redondas, gurupés com bujarronas e
uma latina quadrangular na mezena; apresentava ainda vasto velame de entre
mastros.
Cúter
Equipado com vela de pequeno porte, 10 a 15 metros, utilizado a partir do século XVIII. De
casco fino, era armado de um só mastro dotado de uma vela trapezoidal (caranguejeira) e
uma triangular (gavetope), além de gurupés com duas ou três bujarronas. Embarcação
rápida atuava como apoio em operações bélicas ou em comércio costeiro de cabotagem.
Encouraçado
Também conhecidos por couraçados esses navios surgiram na metade do
século XIX em resposta ao aumento do poder de fogo da artilharia naval. De
dimensões avantajadas, tinham como principal característica o alto poder de
fogo e o casco dotado de uma carapaça de aço, que nas partes mais expostas,
atingia 610 mm.
Atingiram o auge entre as duas grandes guerras, quando chegaram a deslocar
mais de 70.000 toneladas. Com a 2ª grande guerra os couraçados começaram
a desaparecer dando lugar aos porta-aviões, como peças principais das
esquadras.
Escuna
Pequeno veleiro de casco de madeira, dotado de dois mastros. Surgiram no século
XVIII e continuam em uso até hoje, com diversas funções como navegação de
cabotagem, pesca e até atividade militar. O velame é latino quadrangular, com
exceção do grande; com duas velas redondas, o gurupés possuía bujarronas.
Outras variações de escunas - com até 7 mastros, casco de aço e 120 metros de
comprimento - apareceram, porém estas já fugiam das características comuns,
tendo possivelmente dado origem aos Clíperes.
Fragata
Existem várias embarcações com esta designação. Após o século XVII,
encontramos uma embarcação desenvolvida pela Inglaterra e posteriormente
aperfeiçoada pela França; com casco afilado, tinha aproximadamente 30 metros
de comprimento, deslocando em torno de 500 toneladas.
Possuía um só convés onde poderiam se alojar aproximadamente 25 canhões.
Com armação redonda à galera e vela latina-triangular na mezena, possuía
gurupés com velas redondas. A partir do século XVIII foi montada uma vela
quadrangular, no mastro a ré com caranguejeira e o gurupés passou a ter bujas
(latinas triangulares). Era uma embarcação que se destacava pela velocidade e
manobrabilidade. Na segunda metade do século XIX desaparecem as fragatas à
vela. Atualmente Fragata refere-se a embarcações motorizadas de porte médio
caracterizadas pela velocidade.
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Galeão
Embarcação utilizada a partir do final do século XV, até o fim do século XVIII,
com finalidades comerciais; possuía bordos muito altos, casco arredondado e
castelos de proa e popa. Podia ser dotada de 3 a 5 cobertas providas de peças de
artilharia (até 120), de ferro e bronze.
Os maiores galeões atingiam 65 metros de comprimento com 20 metros de boca e
deslocamento de até 5.000 toneladas. Eram dotados de três mastros, embora
existam registros de navios de 4 mastros. O velame era redondo com exceção para
o gurupés de velas triangulares e uma vela trapezoidal no mastro de ré.
Eram embarcações lentas e com pouca mobilidade, destinadas a transportar e
proteger comboios, sendo verdadeiras plataformas flutuantes.
Galera
Sob esta definição estão algumas embarcações de propulsão a remo e vela. Estes
barcos antigos já se faziam presentes por volta de 1450 a.C. Podendo ter atingido
comprimento de até 150 metros. Em tempos mais recentes esta determinação é
associada a embarcações de diversos tipos equipadas de remos e vela
coadjuvantes.
Nau
Segundo alguns autores o termo nau está associado ao mesmo tipo de
embarcação chamada de galeão, diferenciando-se as duas embarcações pelo
número de canhões. Segundo Robert Max, as naus eram dotadas de poucos
canhões, pois tinham objetivos comerciais , enquanto os galeões estavam
armados com grande número de canhões;assim sendo em uma viagem a
embarcação podia ser chamada de nau e na viagem seguinte galeão,
dependendo de sua atividade e armamento.
Embarcação de bordos altos e casco arredondado com castelos de proa e popa,
surgiu na metade do século XVI, armada de três mastros com velas redondas,
quadrangular no mastro de ré e gurupés de velas latinas. As maiores naus
podiam atingir 65 metros de comprimento, 20 de largura e deslocar 5.000
toneladas.
Palhabote
Pequena embarcação à vela dotada de dois mastros com velas latinas
quadrangulares e gurupés com velas latinas. Utilizada no transporte de
mercadorias na navegação de cabotagem.
Paquete
Patacho
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Antigo veleiro de dois mastros, o primeiro dotado de velame redondo e o segundo
com vela latina quadrangular. Dispunha ainda de gurupés com velas de proa e de
entremastro. Utilizado com muita intensidade no transporte de mercadorias no
século XIX.
Pontão
Embarcação sem propulsão própria, movida por reboque, também conhecida
como plataforma flutuante ou Alvarenga, utilizada para aumentar a quantidade
de carga de um transporte ou para embarcar mercadorias, carvão entre outros
materiais nos portos, que devido ao baixo calado não podiam receber os vapores
diretamente a seu costado.
Rebocador
Embarcação caracterizada pelas pequenas dimensões e alta potência de máquinas;
o casco é extremamente reforçado, possui sobre o convés grandes guinchos e
grande área aberta na popa, onde estão fortes cabeços de amarração. O hélice
geralmente é grande em relação ao tamanho do barco.
Saveiro
Embarcação de casco de madeira afilado e de fundo chato, típico do nordeste do Brasil;
pode atingir até 25 toneladas de deslocamento. Dotado de até dois mastros com velas latinas
quadrangulares. Segundo alguns autores, "nos estados do sudeste, é chamado também de
Alvarenga", embora com este nome sejam conhecidas as plataforma.
Submarino
Embora tenham surgido a partir de 1776 (The Turtle), os submarinos
naufragados possíveis de serem visitados são os que atuaram nas grandes
guerras, principalmente a segunda; destacando-se os U-Boats alemães,
que podem ser encontrados em várias partes do mundo, principalmente
nas costas americanas.
O interior destes vasos é muito apertado, o que dificulta o deslocamento
do mergulhador; além disso, encontramos material bélico potencialmente
perigoso.
Na proa e na popa existem tubos de torpedos; na parte central do casco está a
torre onde além de antenas e periscópio está o Snorkel, o equipamento que permite a renovação do ar no interior do
submarino, enquanto a embarcação navegava à baixa profundidade. No início da segunda grande guerra, os submarinos
alemães possuíam no convés um canhão de 35 mm e duas metralhadoras duplas antiaéreas; no final da guerra, com o
grande número de submarinos afundados pela aviação, o canhão e as metralhadoras duplas foram substituídas por
montagens quádruplas de antiaéreo. Também no convés existiam de 3 a 5 escotilhas de acesso ao interior. Abaixo do
convés de madeira, presos ao exterior de casco, podia haver torpedos estocados.
Somente a Alemanha produziu durante a segunda guerra, pouco mais de 1.500 submarinos de várias classes, tamanhos e
armamentos diferentes.
Sumaca
Pequeno veleiro utilizado, até 1930, na navegação de cabotagem no Brasil, possuía dois mastros e gurupés dotados de
velas latinas.
Vapor de hélice
A partir da metade do século XIX as rodas de pás deixaram de ser utilizadas
como meio de propulsão, principalmente devido ao baixo rendimento em
mar agitado, quando devido às vagas, as rodas saíam da água perdendo, a
embarcação, a tração.Durante a segunda metade do século XIX apareceram
os navios de propulsão mista, com os hélices completando a propulsão,
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quando o vento era insuficiente ou contrário à rota desejada. Paralelamente
ao aparecimento dos hélices, sistemas de caldeiras de aço, que
trabalhavam com uma pressão de vapor mais alta (60 libras), permitiram o rápido desenvolvimento destes navios e a
extinção dos últimos veleiros comerciais.
Até meados do século XX os cargueiros eram estruturados com três castelos (proa, meia-nau e popa) e paus de carga nas
aberturas dos porões (estivas) entre os castelos. Neste período encontramos os gigantes da época, com casco de aço e
propulsão tocada a custo de até 16 caldeiras. Alguns vapores atingiam até 200 metros e deslocamento de 10.000
toneladas.
Vapor de Rodas
Foram os primeiros navios com propulsão mecânica a vapor, tendo
surgido em 1690, eram impelidos não por hélices, mas pela rotação de
rodas de pás que possuíam o diâmetro maior que o próprio bordo da
embarcação. Um navio podia ser dotado de apenas uma ou até duas
rodas, posicionadas, quase sempre, a meia-nau .
Navios de tamanhos variados, podiam atingir mais de 90 metros, tendo
sido utilizados em todas as áreas da navegação militar e comercial.
Algumas destas embarcações possuíam além das rodas dois mastros para
o uso de propulsão à vela. Embarcações de breve existência útil - pouco
mais de um século - começaram a ser substituídas por navios a hélice a
partir de 1845.
Consulte nosso guia de estruturas de vapores e conheça mais sobre sua construção e
características, caso deseje identificar as peças pelo visual utilize o esquema na página de
Navios à vapor.
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