Transformador Notas de Aula

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Transformador

DATA: 2024
PROFESSOR:
José Manoel (memel) SÉRIE:1º MT

DISCIPLINA: ASSUNTO
Eletrônica Básica Notas de Aula Transformador

NOME:___________________________________________________ N.º : TURMA:


______ _____

TRANSFORMADORES
Indutores
Nome dado a bobinas, choques, enfim a todos os tipos de enrolamentos. Um indutor nada mais é que uma
“grande” quantidade de fios enrolados sobre um núcleo. Este núcleo pode ser de ar, ferro, ferrite, etc. A teoria
que envolve o uso e funcionamento dos indutores é que permite a construção de transformadores de tensão.

Quando um enrolamento é percorrido por uma corrente ele cria um campo eletromagnético, e, se próximo a
este indutor existir outro indutor este campo induzirá uma corrente no outro indutor. Quando a variação do
campo acabar acabará também a indução.

Podemos perceber que se fizermos passar por um indutor uma corrente contínua só induziremos em outro
indutor enquanto a corrente chega ao seu valor normal. Se quisermos induzir sempre precisamos de corrente
alternada, é por isso que só usamos transformadores em corrente alternada.

Reatância indutiva e Indutância


As linhas de indução do campo eletromagnético criadas por uma bobina ou indutor, ao “crescerem” cortam as
suas próprias espiras ou voltas, desta forma até se criar o campo magnético em sua máxima amplitude
teremos a indução de uma corrente, neste próprio indutor, oposta a corrente original. Por este motivo a corrente
não pode crescer instantaneamente até o seu valor máximo, mas se passam alguns instantes até que isto
aconteça. Para se estabelecer a corrente normal no circuito é necessário que seja vencida uma certa inércia
que nele se manifesta, esta oposição a circulação da corrente recebe o nome de reatância indutiva.

Todas as bobinas ou indutores oferecem uma certa reatância indutiva. Esta reatância será tanto maior quanto
mais rápida for a variação da corrente pela bobina. Em outras palavras quanto maior a variação da corrente ou
sua freqüência maior será a reatância indutiva para um mesmo valor de indutor (com uma mesma indutância).

Em corrente alternada teremos sempre variada a direção da corrente pelo indutor, isto faz com que ele defase
a corrente da tensão, ou seja , atrase a corrente que passa por ele em relação a tensão. Esta defasagem é
conhecida como fator de potência.
Quando fazemos uma corrente passar por um indutor aparece sobre o mesmo, “lentamente” um campo
eletromagnético, quando retiramos a corrente este campo diminui e induz no próprio indutor uma tensão e
corrente com sentido contrário ao anterior. Esta tensão contrária pode ser utilizada em certos circuitos ou deve
ser eliminada em outros tipos de circuitos para evitar problemas aos componentes eletrônicos. A finalidade de
um diodo em contrafase com a bobina de um relé é evitar que esta tensão prejudique o circuito.
Em tensão alternada podemos calcular a reatância indutiva (que nada mais é que a dificuldade que o indutor
oferece a circulação da corrente) através da seguinte equação:

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XL = 2 x  x f x L [Ohms] Onde:  = 
f = freqüência aplicada no indutor.
L = valor da indutância [Henry]
Podemos perceber que quanto maior a freqüência maior será a reatância indutiva.

Resumo:
Indutor – nome do componente.
Indutância – grandeza ou unidade de medida dada em Henries, mH, uH.
Reatância indutiva – dada em Ohms, é a resistência que um indutor oferece para a circulação de corrente
(normalmente se relaciona isto com corrente alternada) alternada.

Introdução Teórica
Normalmente a energia elétrica não é gerada sob a forma e parâmetros apropriados a uma determinada
utilização e, assim sendo, o problema de alterações nos valores de tensões e correntes apareceu logo nas
primeiras aplicações industriais. Os aparelhos imaginados para resolver tais problemas são de concepções que
datam de mais de um século. Tais aparelhos recebem a denominação genérica de transformadores e são
melhores conhecidos sob adjetivos que especificam mais acuradamente suas funções particulares, tais como:
elevadores de tensão, abaixadores de tensão, de isolamento, casadores de impedância, de acoplamento, de
pulso, de saída etc.

O funcionamento de um trafo é realizado pelo princípio da indução mútua entre duas ou mais bobinas ou
circuitos indutivamente acoplados. Podemos destacar neste funcionamento a Lei de Faraday (a variação do
fluxo magnético ao redor de uma bobina, induz nela uma tensão) e a Lei de Lenz ( a corrente induzida pela
variação de um fluxo magnético cria também um fluxo magnético que tende a se opor à variação que a
produziu.

O circuito ligado à fonte de tensão alternada , Vin, é chamado de primário. O segundo circuito é chamado de
secundário, Vout, é ele o responsável de fornecer energia para uma carga alternada, verifica-se isso em um
diagrama simplificado conforme a figura 1.

Figura 1:

Um transformador real, carregado produz uma pequena porção de fluxo nos enrolamentos primários e
secundários, Φ1 e Φ2 , respectivamente, além do fluxo mútuo, Φm, como mostra a figura 2 .

O fluxo do primário, produz uma reatância indutiva primária XL1, e o fluxo do secundário, produz uma reatância
indutiva secundária XL2. Os enrolamentos primários e secundários são constituídos de condutores, que
possuem uma certa resistência. A resistência interna do enrolamento primário é R1 e a do secundário é R2.

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As resistências e reatâncias dos enrolamentos do primário e secundário, respectivamente, produzem quedas
de tensão no interior do trafo, como resultado das correntes primárias e secundárias.

Embora essas quedas de tensão sejam internas, é conveniente representá-las externamente como parâmetros
puros em série com um trafo ideal, como mostra a figura . O transformador ideal, mostrado na figura 3, é
imaginado sem quedas internas nas resistências e reatâncias de seu enrolamentos.

R
1 X
L
1 R
2 X
L
2

I
1.Z
1 I
1.Z
2 2

E
1 E
2 Z
L

figura 3:

A dispersão foi incluída na queda de tensão primaria (I1 . Z1) e na queda de tensão secundária, (I2 . Z2). Uma
vez que estas são quedas de tensão indutivas, pela teoria da corrente alternada podemos dizer que a
impedância interna primária do trafo é,

Z1 = R1+ jXL1
(eq. 1)

E a impedância secundária interna do trafo é

Z2 = R2+ jXL2
(eq. 2)

Então se assumirmos que um trafo funcione sob condições ideais ou perfeitas, a transferência de energia de
uma tensão para outra se faz sem nenhuma perda.

Nos trafos temos também as razões de transformações, onde relatamos.

Razão ou Relação de Tensão.


A tensão nas bobinas de um transformador é diretamente proporcional ao número de espiras das bobinas. Esta
relação é expressa através da equação 3.

( eq.3)
(Vp/Vs) = (Np/Ns)

onde, Vp = tensão na bobina do primário, (V);


Vs = tensão na bobina do secundário, (V);
Np = número de espiras da bobina do primário;
Ns = número de espiras da bobina do secundário.

A razão Vp/Vs é chamada de razão ou relação de tensão (RT). A razão Np/Ns é chamada de razão ou relação
de espiras (RE).

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Razão ou Relações de Corrente
A corrente que passa pelas bobinas de um trafo é inversamente proporcional à tensão nas bobinas. Esta é
expressa pela equação 4.

(Vp/Vs) = (Is/Ip) (eq.4)

onde, Ip = corrente na bobina do primário, (A);


Is = corrente na bobina do secundário, (A).
Razão de Impedância
É transferida uma quantidade máxima de potência de um circuito para outro quando a impedância dos dois
circuitos for a mesma ou quando estiverem "casadas". Se os dois circuitos tiverem impedância diferentes, deve
ser usado um trafo de acoplamento como um dispositivo "casador"de impedância entre os dois circuitos.
Construindo-se o enrolamento do trafo, de modo que ele tenha uma razão de espiras definida, o trafo pode
desempenhar qualquer função como "casador"de impedância. A razão de espiras estabelece a relação correta
entre a razão das impedâncias dos enrolamentos do primário e do secundário. Esta relação é expressa através
da equação 5 .

(Np/Ns)² = (Zp/Zs)² ( eq. 5)

Eficiência
A razão entre a potência de saída do enrolamento do secundário e a potência de entrada no enrolamento do
primário. Um trafo ideal tem 100% eficiência porque ele libera toda energia que recebe. Devido às perdas no
núcleo e no cobre, a eficiência do melhor trafo na prática é menor que 100%.

Ef = ( Ps/Pp)
(eq. 6)

onde Ef = eficiência
Ps = potência de saída no secundário, W
Ps = potência de entrada no primário, W

Tipos de Transformadores

Transformador de alimentação: É usado em fontes, convertendo a tensão da rede na necessária aos circuitos
eletrônicos. Seu núcleo é feito com chapas de aço-silício, que tem baixas perdas, em baixas frequências,
por isto é muito eficiente. Às vezes possuem blindagens, invólucros metálicos.

Transformador de áudio: Usado em aparelhos de som a válvula e certas configurações a transistor, no


acoplamento entre etapas amplificadoras e saída ao alto-falante. Geralmente é semelhante ao t. de
alimentação em forma e no núcleo de aço-silício, embora também se use a ferrite. Sua resposta de freqüência
dentro da faixa de áudio, 20 a 20000 Hz, não é perfeitamente plana, mesmo usando materiais de alta qualidade
no núcleo, o que limita seu uso.

Transformador de distribuição: Encontrado nos postes e entradas de força em alta tensão (industriais), são de
alta potência e projetados para ter alta eficiência (da ordem de 99%), de modo a minimizar o desperdício de
energia e o calor gerado. Possui refrigeração a óleo, que circula pelo núcleo dentro de uma carapaça metálica
com grande área de contato com o ar exterior. Seu núcleo também é com chapas de aço-silício, e pode ser
monofásico ou trifásico (três pares de enrolamentos).

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Transformadores de potencial: Encontra-se nas cabines de entrada de energia, fornecendo a tensão
secundária de 220V, em geral, para alimentar os dispositivos de controle da cabine - relés de mínima e máxima
tensão (que desarmam o disjuntor fora destes limites), iluminação e medição. A tensão de primário é alta,
13.8Kv ou maior. O núcleo é de chapas de aço-silício, envolvido por blindagem metálica, com terminais de alta
tensão afastados por cones salientes, adaptados a ligação às cabines. Podem ser mono ou trifásicos.

Transformador de corrente: Usado na medição de corrente, em cabines e painéis de controle de máquinas e


motores. Consiste num anel circular ou quadrado, com núcleo de chapas de aço-silício e enrolamento com
poucas espiras, que se instala passando o cabo dentro do furo, este atua como o primário. A corrente é medida
por um amperímetro ligado ao secundário (terminais do TC). É especificado pela relação de transformação de
corrente, com a do medidor sendo padronizada em 5A, variando apenas a escala de leitura e o número de
espiras do TC.

Transformador de RF: Empregam-se em circuitos de rádio-freqüência (RF, acima de 30kHz), no acoplamento


entre etapas dos circuitos de rádio e TV. Sua potência em geral é baixa, e os enrolamentos têm poucas
espiras. O núcleo é de ferrite, material sintético composto de óxidos de ferro, níquel, zinco, cobalto e magnésio
em pó, aglutinados por um plastificante. Este se caracteriza por ter alta permeabilidade, que se mantém em
altas freqüências (o que não acontece com chapas de aço-silício). Costumam ter blindagem de alumínio, para
dispersar interferências, inclusive de outras partes do circuito.
Transformadores de pulso: São usados no acoplamento, isolando o circuito de controle, de baixa tensão e
potência, dos tiristores, chaves semicondutoras, além de isolarem um tiristor de outro (vários secundários).
Têm núcleo de ferrite e invólucro plástico, em geral.

Perdas nos Transformadores


Além das perdas no cobre dos enrolamentos (devidas à resistência), os transformadores e bobinas apresentam
perdas magnéticas no núcleo.

Histerese: Os materiais ferromagnéticos são passíveis de magnetização, através do realinhamento dos


domínios, o que ocorre ao se aplicar um campo (como o gerado por um indutor ou o primário do
transformador). Este processo consome energia, e ao se aplicar um campo variável, o material tenta
acompanhar este, sofrendo sucessivas imantações num sentido e noutro, se aquecendo. Ao se interromper o
campo, o material geralmente mantém uma magnetização, chamada campo remanecente.

Perdas por correntes parasitas ou de Foucault: São devidas à condutividade do núcleo, que forma, no
caminho fechado do núcleo, uma espira em curto, que consome energia do campo. Para minimizá-las, usam-
se materiais de baixa condutividade, como a ferrite e chapas de aço-silício, isoladas uma das outras por verniz.
Em vários casos, onde não se requer grandes indutâncias, o núcleo contém um entreferro, uma separação ou
abertura no caminho do núcleo, que elimina esta perda.

Relação de transformação ou relação de espira: (Ep/Es) = (Np/Ns)

onde: Np = número de espiras no primário;


Ns = número de espiras no secundário;
Ep = Tensão no primário;
Es = Tensão no secundário.

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