0% acharam este documento útil (0 voto)
364 visualizações65 páginas

A Abóbada Celeste No Rito Adonhiramita

Enviado por

Aislan Fabrício
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
364 visualizações65 páginas

A Abóbada Celeste No Rito Adonhiramita

Enviado por

Aislan Fabrício
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 65

O GRUPO ADONHIRAMITA DE ESTUDOS

apresenta

A ABÓBADA CELESTE
NO RITO ADONHIRAMITA
Sergio Emilião
MI - F R+C
OBSERVAÇÕES
• A apresentação foi baseada no Ritual do Grau de Aprendiz Maçom, Rito Adonhiramita, publicado pelo Grande
Oriente do Brasil – GOB, edição 2009
• Os comentários refletem apenas a opinião pessoal do apresentador, e não a posição oficial do Grande Oriente
do Brasil nem de qualquer Potência Simbólica ou Filosófica na qual o Rito Adonhiramita é praticado
• Todas as dúvidas podem e devem ser dirimidas de forma oficial junto à Secretaria Geral de Orientação
Ritualística do Grande Oriente do Brasil, e nos departamentos correspondentes nas demais Potências

AVISO LEGAL
O ingresso na sala virtual desta apresentação implica na tácita concordância com a íntegra do que dispõe a Lei
Geral de Proteção de Dados, Lei Federal n° 13.709, de 14.08.2018
INTRODUÇÃO
• O teto de nossos Templos têm uma decoração singular
• Apesar disso, raramente olhamos para ele, talvez pela
dificuldade que as Lojas possuem para executar uma decoração
atraente
• Algumas Oficinas trabalham em Templos improvisados, por
vezes decorados de acordo com outros Ritos
• Mas os símbolos estão lá, prontos para serem decifrados
• Esta decoração é chamada nos rituais de Abóbada Celeste,
como o nome indica, trata-se de uma representação do céu, e
não é comum a todos os Ritos
• Que céu está sendo retratado? O céu do hemisfério Norte? O
céu de Londres, no dia 24 de junho de 1717? Quando foi
inserido nos rituais? O que dizem os símbolos de sua
decoração? Sempre foi igual? O termo correto é abóboda ou
abóbada?
• Minha intenção é apresentar elementos que possam auxiliar na
compreensão de seu simbolismo, ressaltando que demonstrarei
apenas o meu entendimento
ESCOPO
• Introdução
• A Abóbada
• A Inspiração
• O Teto das Lojas Maçônicas
• A inserção nos Rituais
• A Astronomia
• A Cosmogonia do Antigo Egito
• Os 7 Planetas da Antiguidade
• A Astronomia e a Cabala
• Os 7 Céus de Enoch
• O Simbolismo da Abóbada Celeste na Maçonaria
• A Evolução das Abóbadas Celestes
• A Abóbada Celeste Contemporânea
• A Associação com os Cargos
• Conclusão
A ABÓBADA
• O termo correto é Abóbada, aliás, está gravado assim nos rituais
• O verbete se refere a um elemento de arquitetura, caracterizando uma cobertura
curva, ou côncava, se preferirmos
• Entendo esta definição como fundamental, pois associa os tetos de nossos
Templos ao estilo de arquitetura que consagrou os pedreiros livres do período
operativo, o gótico, apesar de não ser um elemento exclusivo deste estilo
arquitetônico
• As abóbadas, algumas vezes chamadas de cúpulas, eram originalmente
construídas em pedras ou tijolos apoiados uns nos outros, perfeitamente
encaixados, e distribuindo as cargas igualmente em cada uma das pedras ou
tijolos para descarrega-las nos arcos ou colunas de sustentação
• Além de se constituir num exemplo notável da arte de construir, há a contribuição
de cada uma dessas peças individualmente, suportando o seu peso próprio e parte
da carga da peça vizinha, proporcionando a manutenção da estabilidade do
conjunto, o que é muito sugestivo para nós maçons
• O segredo não era apenas o perfeito encaixe, mas a argamassa que os unia, era
isso que diferenciava os cowans, que originaram o “goteira” do nosso idioma
• Portanto, a grafia correta do verbete nos dá outra resposta, se são abóbadas, os
tetos de nossos Templos obrigatoriamente deveriam ser curvos, e não uma
superfície reta
• Assim como no caso das catedrais góticas, a abóbada proporciona a ilusão de
ótica de infinitude, muito própria para a representação do céu
A INSPIRAÇÃO

• As primeiras pinturas em tetos registradas na História são do período


Paleolítico, na verdade, essas pinturas rupestres foram feitas na
superfície irregular dos tetos das cavernas
• Não possuíam simbolismo filosófico, retratavam o cotidiano
• A caverna era um refúgio para os homens primitivos. Nela se escondiam
do ataque dos animais, do frio, da escuridão da noite e dos perigos que a
privação da visão plena proporcionava
• Eles ainda não tinham coragem para observar o céu, fosse por receio do
escuro ou medo dos deuses, que julgavam habitar lá
• Ao que parece, essa tendência se estendeu a palácios e templos da
antiguidade, encontrando-se nessas últimas construções, a origem da
inspiração de nossos tetos
A ABÓBADA DOS TEMPLOS

• A decoração dos templos e locais sagrados na antiguidade reproduzia um


simbolismo específico, voltado não apenas para a religião daquela cultura,
mas para elementos esotéricos e iniciáticos nas antigas Escolas de
Mistério
• O Templo de Dandara, construído em honra da deusa egípcia Hator, é um
dos exemplos mais significativos e ancestrais desse tipo de simbolismo
nos tetos
• Há nele imagens acompanhadas de hieróglifos, textos e desenhos, uma
espécie de história em quadrinhos primitiva
A CAPELA SISTINA

• A decoração de tetos ganha expressão máxima no


Renascimento, na pintura do teto da Capela Sistina,
executada por Michelangelo
• Em ambos os casos, no Egito e no Vaticano, a ideia era
que o observador olhasse para cima e se detivesse na
interpretação dos desenhos, lembrando que não eram
observadores comuns, mas fiéis
• Dentre muitos outros exemplos possíveis, me parece que
estes são suficientes para a compreensão da razão por
trás da decoração das Abóbadas Celestes de nossos
Templos
O TETO DAS LOJAS MAÇÔNICAS
• Certamente não havia abóbadas decoradas nas Lodges dos maçons
operativos, estes espaços eram literalmente alojamentos
• As Lojas de Londres, no início do século XVII, se reuniam em tavernas,
como sabemos, não há o que investigar lá
• A decoração dos tetos dos Templos maçônicos, assim como o
ocorrido com outros elementos, foi inserida em ocasião posterior, com
a implantação de espaços físicos especificamente construídos para
este fim, e, principalmente, com a evolução dos rituais, notadamente a
partir da França
• Mas já existiam Abóbadas Celestes em 1730, segundo o que se infere
da obra “Maçonaria Dissecada”, de Samuel Prichard, nos seguintes
termos:
“Ven – Como é coberta sua Loja?”
“Apr – Com Dossel de Nuvens de diversas cores, ou simplesmente
de nuvens.”
• Como vemos, tudo leva a crer que no início não possuíam quaisquer
símbolos, retratavam apenas o céu
A INSERÇÃO NOS RITUAIS

• Não há descrição da Abóbada Celeste na Compilação Preciosa


da Maçonaria Adonhiramita, e nem menção à sua configuração
nos catecismos
• No Guia dos Maçons Antigos e Aceitos, publicado na França,
em 1758, há menção à Abóbada, em termos muito semelhantes
à descrição de Prichard:
“Ven – Está coberta a Loja?”
“Apr – Sim, por uma abóbada celeste de nuvens diferentes.”
• Tudo leva a crer que esta configuração fosse comum a todos os
Ritos
• A primeira descrição da Abóbada Celeste no Rito Adonhiramita
só vai ocorrer na segunda metade do século XX, no ritual de
Aprendiz publicado pelo Grande Oriente do Brasil em 1963
• Nas edições seguintes, a Abóbada Celeste passa a apresentar
elementos simbólicos da astronomia
A ASTRONOMIA

• Na antiguidade, a astronomia e a astrologia eram uma só ciência


• Atualmente a astronomia possui conceito científico, e a astrologia
característica mística ou esotérica, analisando a influência dos planetas
sobre os seres humanos na passagem do Sol pelo zodíaco, dando origem
aos signos zodiacais que definem as características comuns aos nascidos
sob a regência de determinada constelação. Também possui conceito
divinatório, prevendo acontecimentos através do horóscopo. Os magos
persas já faziam isso
• A astronomia era uma das 7 Ciências, ou Artes, Liberais, integrante do
Quadrivium, as “Quatro Vias” ou caminhos, formados pela geometria,
aritmética, música e astronomia
O CÉU DAS ANTIGAS CIVILIZAÇÕES

• As antigas civilizações elegeram o céu como morada dos


deuses, lembrando que eram politeístas, e os planetas e
estrelas eram considerados deuses, que desta forma se
tornavam visíveis aos olhar humano, e assim interferiam no
destino dos homens
• Por isso, as estrelas e planetas geralmente possuem a
denominação de divindades e mitos do panteão da mitologia
grega
• Os povos antigos pretendiam compreender o Universo através
do conhecimento dos astros
• A cosmogonia das religiões é claramente inspirada na
astronomia
A COSMOGONIA DO ANTIGO EGITO

• Para os antigos egípcios, antes da criação do


Universo nada existia além de um enorme oceano
denominado Nun, associado ao Chaos dos gregos
• Desse oceano surgiu Atum, o autogerado, princípio
do Sol, que gerou Shu, a deusa do Ar, e Tefnut, o
deus da umidade
• Shu e Tefnut geraram Geb, deus da Terra, e Nut, a
deusa do céu e do Cosmos
• Geb e Nut são os pais de Osíris, o deus dos mortos;
Seth, deus da confusão, e da desordem; Ísis, “a
mãe”, deusa da fertilidade, e Néftis, a “Senhora do
Templo”
• Essa cosmogonia influenciou a mitologia grega e a
tradição hebraica do Livro do Gênesis
OS SETE PLANETAS DA ANTIGUIDADE
• Os primeiros povos da antiguidade a desenvolver estudos sobre os planetas
foram os babilônios por volta de 8000 a.C.
• Os gregos passam a desenvolver esse estudo a partir da Escola Pitagórica,
nos séculos IV e V a.C.
• Eram apenas sete os planetas conhecidos, que segundo a tese, giravam ao
redor de um “fogo central”, no centro do Universo
• Eram considerados planetas o Sol e a Lua
• Eram eles: Vênus, Mercúrio, Marte, Júpiter e Saturno, os astros visíveis a olho
nu
• Esses eram os únicos planetas conhecidos até a invenção do telescópio, no
século XVII
• Os romanos, com base na obra de Cícero, De Natura Deorum, “Sobre a
Natureza dos Deuses”, lhes deram os nomes que conhecemos
• Os povos antigos entendiam que os planetas e as estrelas eram a
materialização de seus mitos e conceitos filosóficos, e isso norteou a
atribuição de seus nomes
• Dos 7 planetas da antiguidade, apenas Marte não figura na Abóbada Celeste
dos Templos Adonhiramitas, provavelmente pela alusão à guerra,
característica dessa divindade
OS SETE CÉUS DE ENOCH
• Alguns autores defendem uma interpretação para estes 7 planetas
conhecidos na antiguidade
• O Livro de Enoch revela que o patriarca bíblico foi alçado ao céu pelo
arcanjo Uriel, e que este lhe apresentou 7 céus, ou Esferas Celestiais
• A narrativa seria uma alegoria à elevação da consciência humana em sete
níveis distintos
• Alguns autores defendem que estas Esferas Celestes ou Planos da Criação
na verdade se referiam à órbita dos planetas conhecidos
• Seria, portanto, uma interpretação sob a luz da doutrina hebraica, do
conhecimento astronômico da civilização antediluviana
• Enxergo nessa hipótese uma possibilidade real
• Segundo a narrativa bíblica Enoch viveu 365 anos, me parece muito
sugestivo e coincidente com a duração do ano solar
• Foi ele quem previu, ou foi informado por Uriel, de que a Terra seria
arrasada numa catástrofe, provavelmente a colisão de um asteroide
• Foi Enoch quem determinou a Tubalcain a construção de duas colunas ocas
para preservar o conhecimento e transmitir às gerações futuras
• Ainda na narrativa bíblica, há quem interprete a Torre de Babel, erguida
após o dilúvio, justamente como um observatório, onde a civilização
descendente de Noé tentava se defender de um novo cataclismo
AS CONSTELAÇÕES DA ANTIGUIDADE

• Da mesma forma que com os planetas, as antigas civilizações identificaram as


estrelas e constelações que eram visíveis a olho nu
• Também as associavam a divindades
• Os antigos astrônomos ligavam as estrelas visíveis no céu e assim formaram
desenhos que acabaram se tornando as constelações
• Além das 12 constelações zodiacais, os povos antigos conheciam a Ursa
Maior, a Ursa Menor, o Boieiro, Orion, e as Plêiades
• Essas eram as estrelas e planetas que foram objeto das doutrinas iniciáticas
das antigas Escolas de Mistério, e foi nelas que muitos séculos depois, os
ritualistas buscaram a inspiração do simbolismo para a decoração do teto de
nossos Templos
CÉU ALEGÓRICO OU FÍSICO?
• Essa é uma questão recorrente, a Abóbada Celeste de
nossos Templos deve retratar um céu físico, real, ou
alegórico?
• Nossos ritualistas optaram pela segunda hipótese, e
acho que acertaram
• Nossas Lojas são Simbólicas, tudo em nossa decoração
é alegórico, remete a um significado especial
• A Maçonaria não é uma escola de astronomia, e nossos
Templos não são planetários
• O que a Maçonaria pretende é pregar princípios morais,
éticos e filosóficos que possam auxiliar no nosso
progresso e evolução
• Por isso a coloração do fundo é azul claro, ou celeste,
porque representa o dia, e trabalhamos “desde o meio-
dia até a meia-noite”
• Os tetos de nossos Templos não retratam astros, mas
sim mitos, eles contam uma história
QUAL É O CÉU RETRATADO?
• Nenhum
• Como vimos, é um céu hipotético, alegórico, ideal
• Os ritualistas inseriram na decoração dos tetos elementos e
símbolos relacionados à Doutrina
• Não há nenhuma preocupação em retratar um mapa estelar ou
reproduzir um determinado momento num local específico
• Nosso ritual estabelece isso quando afirma que a representação
não está em escala
• O que é destacado e representado são os astros que possuem
associação com os princípios maçônicos
• Mas uma coisa é certa, os astros ali representados são
correspondentes à visão do hemisfério norte, o próprio ritual
afirma isso
• E a razão é simples, todas as Escolas Iniciáticas tiveram sua
origem no hemisfério norte, inclusive a Maçonaria
• Não vejo nenhuma razão filosófica que justifique a reprodução do
céu do hemisfério sul, como o Cruzeiro do Sul, por exemplo
A ASTRONOMIA E A CABALA
• Alguns autores defendem a associação das sefirotes da
Árvore da Vida com os astros
• Me parece uma associação muito recente
• Como vimos, eram apenas 7 os planetas conhecidos na
antiguidade, supostamente quando o estudo da Cabala foi
desenvolvido, número inferior às 10 Emanações
• A cultura hebraica era lunar e não solar
• Os autores que defendem essa associação o fazem para
traçar o perfil do indivíduo a partir de seu nascimento, ou
seja, relaciona as sefirotes com os signos do zodíaco
• Me parece que a Cabala é uma doutrina muito mais
abrangente e profunda que isso
O MICROCOSMO
• “Do Oriente ao Ocidente, do Norte ao Sul, do chão ao centro da Terra, e
do solo ao Zênite”
• O Templo maçônico, simbolicamente, é uma imagem em tamanho
reduzido do Universo
• Tudo que existe está alegoricamente contido nele
• A ritualística Adonhiramita deixa isso claro, quando observamos a
dramatização da criação do Universo ser repetida a cada sessão no
processo de Abertura da Loja
• Isso deu aos ritualistas a liberdade, a licença, para inserir no teto os
símbolos que julgaram mais adequados ao aperfeiçoamento dos
maçons
• Devemos, portanto, primeiro observar, depois meditar e refletir sobre o
significado de cada um deles
• Esse também foi um processo evolutivo nos rituais Adonhiramitas
A EVOLUÇÃO DA ABÓBADA CELESTE

• Nossos rituais evoluíram e se modificaram ao longo destes 274 anos de existência formal do Rito Adonhiramita
• Essa transformação foi acompanhada pela configuração física do espaço dos Templos e de sua decoração
• A Abóbada Celeste não fugiu a essa regra
A ABÓBADA CELESTE
1781 A 1963

• Embora não haja descrição da Abóbada Celeste nos rituais desse


período, tudo leva a crer que esta fosse sua configuração
• Um fundo azul celeste, representando céu durante o dia, e
nuvens espalhadas de modo aleatório
A ABÓBADA CELESTE
1963 A 1969

• No ritual do Grau de Aprendiz Maçom, publicado pelo Grande


Oriente do Brasil em 1963, surge a primeira descrição de um
simbolismo diferente na Abóbada Celeste
• “O teto figura uma grande abóbada azulada, com estrelas
formando um grande número de constelações, onde se vê o Sol
nascendo no Oriente, e a Lua ocultar-se no Ocidente”. (pág. 10)
• Como podemos observar, as nuvens foram retiradas
A ABÓBADA CELESTE
CONTEMPORÂNEA

• A partir do ritual do Grau de Aprendiz Maçom, publicado pelo


Grande Oriente do Brasil em 1969, esta passa a ser a configuração
da Abóbada Celeste em nossos Templos
• Como podemos ver, nesta edição ocorre a inserção dos demais
elementos simbólicos
• É sobre ela que iremos aprofundar a análise
A LEI DA CORRESPONDÊNCIA

• “O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está


embaixo é como o que está em cima” (Caiballion)
• Esta é a Lei da Correspondência da Tábua de Esmeraldas de
Hermes Trismegistus, amplamente difundida no hermetismo
• Ao que parece, a associação de alguns dos elementos da Abóbada
Celeste de nossos Templos com a posição geográfica dos cargos
em Loja, foi analisada pelos ritualistas sob este ponto de vista
ASSOCIAÇÃO COM OS CARGOS

• A semelhança entre a localização dos elementos da decoração da


Abóbada Celeste de nossos Templos, e a posição geográfica das 7
Dignidades e do Cobridor Interno, é muito grande para tratar-se de
simples coincidência
• Ao que parece, os ritualistas pretendiam decorar nossos tetos com
símbolos que fossem alusivos à nossa Doutrina, e aos cargos da
Loja
• Essa hipótese ganha mais força quando verificamos o simbolismo
comum nestes dois aspectos
O SOL
• “Assim como, por vontade do Grande Arquiteto do Universo, o Sol
aparece no Oriente para principiar sua carreira e romper o dia, o
Venerável Mestre ali tem assento (...)”
• Parece não restar dúvida de que o Sol está associado ao Venerável
Mestre no Rito Adonhiramita
• Assim como o Sol é o Astro-Rei, o Venerável Mestre é a luz maior da
Oficina
• É essa luz, que simboliza a Sabedoria e a razão, que vai iluminar os
obreiros durante as sessões
• É para sua origem que nos dirigimos na circulação, que aliás, no Rito
Adonhiramita representa exatamente o trânsito aparente do Sol no
firmamento, considerando esse movimento no hemisfério norte, o que é
bastante coerente com a representação dos astros visíveis nessa parte
do planeta e representados na Abóbada Celeste
• O Sol é o centro do sistema solar, todos os planetas giram ao seu redor,
assim como os cargos em Loja, que trabalham em cumprimento às
determinações do Venerável Mestre
• A Maçonaria é um culto solar. A Marcha do Grau referenda isso,
caminhamos das trevas para a luz, na direção do Sol, sua emanação
física
O SOL NAS DIFERENTES CULTURAS
• No antigo Egito, Khepri era o Sol nascente, Ré o Sol
do meio-dia e Atum o Sol poente
• Na Grécia antiga era Helios, e depois Apolo
• Em Roma era Solus Invictus
• Para os hindus é Surya
• Na mitologia nórdica era Sunna
• No xintoísmo é Amaterasu
• Para os astecas era Huitzilopochtli
• Para os Incas era Inti
• Para os celtas era Lugh
• Para os persas era Mithras
• Para os astecas era Tonatiuh
• Na Mesopotâmia era Shamash
• O Sol foi adorado por todas as civilizações
• Representava a luz, a sabedoria, e a vida
• Era o elemento modificador
• Foi o Sol quem converteu Paulo de Tarso e
Constantino I ao cristianismo
• É o símbolo material da Verdadeira Luz
JÚPITER

• Júpiter é o correspondente romano para Zeus da mitologia grega, o pai


dos deuses, senhor do Olimpo
• É o maior planeta do sistema solar
• Astrologicamente está relacionado ao signo de Sagitário, cujo Elemento
é o Fogo, representa o espírito que se desprende da matéria, e possui
polaridade positiva e princípio masculino e ativo
• Sagitário foi inspirado no centauro Quíron, filho de Cronos, o tempo.
Quíron era profeta, médico e sábio, e educou alguns heróis gregos como
Aquiles, Eneias e Jasão
• Júpiter, por sua vez, simboliza a grandeza de espirito, a sabedoria, e a
justiça
• No Rito Adonhiramita está associado ao cargo de ORADOR
JÚPITER

• Filho de Saturno, o tempo, e Reia, o Céu


• Derrotou seu pai e passou a governar o Universo, dividindo a função
com seus irmãos
• Era considerado o Guardião do Estado Romano
• Era o protetor dos cônsules romanos
• Era implacável em seus julgamentos
• Simboliza a JUSTIÇA
MERCÚRIO

• É o planeta mais próximo do Sol, e o mais rápido, por ter a menor órbita
• Astrologicamente está relacionado ao signo de Gêmeos, cujo Elemento é
o AR, representa a capacidade de adaptação, e possui polaridade
positiva e princípio ativo e masculino
• Mercúrio simboliza a capacidade intelectual e o raciocínio lógico
• No Rito Adonhiramita está associado ao cargo de SECRETÁRIO
MERCÚRIO

• Mercúrio é o correspondente romano para Hermes da mitologia grega, o


deus da comunicação, ágil mensageiro do Olimpo
• Esta divindade foi sincretizada de Toth, o deus egípcio das ciências, e
que ensinou a escrita para os homens
• Era filho de Júpiter e Maia, o mais ocupado dos deuses
• Suas sandálias aladas o faziam veloz, e era capaz de transitar inclusive
no Aqueronte, o reino do mortos
• Era corajoso, responsável e voluntarioso
• Simboliza a ESCRITA e a COMUNICAÇÃO
FOMALHAUT

• Fomalhaut é a estrela mais brilhante da Constelação de Peixe Austral,


seu nome significa “Boca do Peixe”
• Para os magos persas era uma das 4 Estrelas Reais, e considerada
símbolo da fortuna
• No Rito Adonhiramita está associada ao cargo de TESOUREIRO
FOMALHAUT

• Fomalhaut é uma expressão árabe, fom-al-hat, que significa “a boca do


peixe”
• Para os antigos povos sírios, um peixe salvou a deusa da fertilidade
Atargatis, quando ela caiu no rio Eufrates
• Esse mito deu origem ao nome da Constelação do Peixe Austral
• Daí, a estrela alfa desta constelação ser chamada de “Boca do Peixe”
• Simboliza a PROSPERIDADE
URSA MAIOR

• Ursa Maior é a constelação mais brilhante no céu do hemisfério norte


• Era uma constelação muito conhecida na antiguidade, notadamente
pelos egípcios
• Na França é chamada de “Caçarola”, e na Inglaterra de “Arado”. Na
Idade Média era a “Carruagem”, e na mitologia nórdica a “Carruagem de
Odin”
• Na Abóbada Celeste estão representadas 7 estrelas dessa constelação,
Alioth, Alkaid, Dubeh, Megrez, Merak, Mizar e Phad
• Seu simbolismo está associado à imortalidade
• No Rito Adonhiramita está associada ao cargo de CHANCELER
URSA MAIOR

• O nome desta constelação derivou de um mito grego, relacionado a


Calisto, uma bela mulher transformada em urso por ciúmes de Hera,
esposa de Zeus
• Transformada em animal, tentou abraçar seu filho, e este iria matá-la,
quando Zeus interfere e os transforma em duas constelações, a Ursa
Maior e a Ursa Menor
• Simboliza a IMORTALIDADE
A ESTRELA DE CINCO PONTAS

• A Estrela de Cinco Pontas é um símbolo maçônico, e não um astro


• Esta era a representação genérica que os povos antigos conceberam
para as estrelas, por conta de seu brilho, que parecia se expandir em
pontas ou raios nessa forma geométrica
• Representa o homem em seu processo evolutivo
• Seu simbolismo completo será compreendido no Grau de Companheiro
Maçom
• No Rito Adonhiramita está associada ao cargo de PRIMEIRO VIGILANTE
A LUA

• A Lua, apesar de não ser um planeta, era considerada assim pelas


antigas civilizações
• Astrologicamente está associada ao signo de Câncer, ao Elemento Água,
ao princípio feminino e passivo, e à polaridade negativa
• Representa a noite, a Coluna do Norte, o Setentrião, a parte menos
iluminado de nossos Templos
• Simboliza exatamente o início do caminho de nossa evolução individual
das trevas para a Luz
• A Lua influencia as marés e a gestação dos seres humanos, foi a lua que
norteou o calendário hebraico, que inspirou o Calendário Adonhiramita
• No Rito Adonhiramita está associada ao cargo de SEGUNDO VIGILANTE
A LUA
• A Lua também era uma divindade para as antigas
civilizações, e nem sempre femininas, como normalmente
se supõe
• No antigo Egito era associada a Toth, Iah e Khonsu, mas
havia Anuket, deusa da lua crescente
• Na Grécia antiga era Selene
• Em Roma era Luna
• Na Suméria era Inana
• Para muitos povos da antiguidade, como os hebreus, por
exemplo, era auxiliar na medição do tempo e na orientação
noturna
• Simboliza as FASES DA VIDA
VÊNUS

• Vênus é o correspondente romano à divindade Afrodite, deusa do amor e


da beleza, para os gregos
• Astrologicamente está associado ao signo de Touro e ao Elemento
TERRA, à polaridade negativa e ao princípio feminino e passivo
• Representa a fidelidade, e a confiabilidade
• No Rito Adonhiramita está associado ao cargo de COBRIDOR INTERNO
VÊNUS

• Vênus é o correspondente romano à divindade Afrodite, deusa


do amor e da beleza, para os gregos
• De modo geral associamos Vênus à beleza e ao amor
passional, mas esotericamente, para as antigas Escolas
Iniciáticas, este planeta representava a harmonização entre o
espiritual e o material, e o ingresso nos mistérios através do
Elemento Terra, como nas nossas Câmaras de Reflexões,
apesar da divindade ter se originado das ondas do mar
• O planeta Vênus foi chamado de Stella Matutina, “Estrela da
Manhã” ou Estrela D’Alva, e associada a Lúcifer na tradição
cristã
• Simboliza o INGRESSO NOS MISTÉRIOS
SATURNO
• Astrologicamente está associado ao signo de Capricórnio e ao Elemento
TERRA. Possui polaridade negativa, e princípio feminino e passivo
• Para as antigas civilizações era considerado “O Grande Maléfico”, mas
na verdade representa os princípios da concentração, da abstração, e da
experiência adquirida através do tempo
• No Rito Adonhiramita não está associado a nenhum cargo, mas ao
conceito de temporalidade, da perseverança, da busca pelo
aperfeiçoamento e superação através do tempo
• Está localizado no término da circulação em Loja, próximo à região entre
Colunas, o que denota seu simbolismo do ciclo eterno de nascimento,
morte e ressurreição
• O ritual determina sua representação acompanhada de seus nove
satélites, Enceladus, Dione, Hyperion, Iapetus, Mimas, Phoebe, Rhea,
Tetis e Titan. Isso raramente é observado, normalmente é retratado na
forma clássica, apenas com os anéis
SATURNO

• Saturno é o correspondente romano à divindade Cronos, deus do tempo


para os gregos, que devorava seus filhos com receio de que a profecia
de que um deles o destronaria se cumprisse
• O tempo tudo consome e devora
• Antes de ser derrotado por Júpiter era ele quem governava o Universo
• Simboliza o TEMPO e a FINITUDE DA EXISTÊNCIA MATERIAL
REGULUS

• Regulus é a estrela mais brilhante da constelação de Leão


• Essa denominação em latim significa “pequeno rei”, sendo também
chamada de Cor Leonis, “Coração do Leão”
• Para os romanos era considerada símbolo da coragem
• No Rito Adonhiramita não está associado a nenhum cargo, mas a uma
das Virtudes Cardeais ou Cardinais, que dá nome ao segundo dos
degraus do Ocidente nos nossos templos
• Está localizada próximo à Coluna do Norte, onde iniciamos nossa
caminhada das trevas para a luz, sem dúvida necessitando de coragem
para não hesitar em nosso propósito evolutivo
REGULUS

• Regulus representa a constelação de Leão


• Está associada ao primeiro dos 12 Trabalhos de Hércules, que era
justamente matar o Leão de Nemeia, animal enorme, devorador de
homens, e de pele indestrutível
• Após tentar matá-lo com diversas armas diferentes Hércules decide
enfrentá-lo com as próprias mãos, utilizando a razão e o raciocínio
lógico, e não apenas sua força física
• O mito grego pretende demonstrar que a luta do herói era consigo
mesmo, contra suas imperfeições, e não contra o mundo exterior
• Simboliza a CORAGEM
ANTARES

• Antares é a estrela mais brilhante da constelação de Escorpião


• Era considerada uma das 4 Estrelas Guardiãs do Céu pelos magos
persas
• Sua denominação é uma aglutinação do prefixo que indica contrários,
anti, e do nome do deus grego da guerra, Áries, ou seja, os gregos
julgavam sua influência como contraposição à guerra, ou seja, a Paz,
que juntamente com a Harmonia e a Concórdia, forma a argamassa que
liga nossas obras
• Antares simboliza a proteção aos Mistérios Divinos, e será melhor
compreendida na Loja de Perfeição
• No Rito Adonhiramita está associada ao cargo de SEGUNDO EXPERTO
ANTARES
• Antares está representando a constelação de Escorpião
• A origem do nome desta constelação reside no mito de Plutão, deus do
submundo, ou Mundo dos Mortos, correspondendo a Hades no panteão
grego
• Foi Hades quem sequestrou Perséfone, dando origem ao mito que
originou os Mistérios de Elêusis dos gregos
• O animal associado a Plutão era o escorpião
• Simboliza a INICIAÇÃO
ORION

• Orion é uma constelação visível em praticamente todos os pontos do


planeta
• Na Abóbada Celeste de nossos Templos é representada apenas por três
estrelas, Alnilom, Alnitak, e Mintaka, apesar de possuir muitas outras,
todas extremamente brilhantes, que formam o chamado “Cinturão de
Orion”
• As estrelas chamadas “Três Marias”, que podem ser vistas no céu do
Brasil, são da constelação de Orion
• No Rito Adonhiramita não está associada a nenhum cargo, mas
encontra-se sobre a projeção do Pavimento Mosaico, justamente onde é
exibido o Painel do Grau
ORION

• Orion era um gigante, exímio guerreiro, e hábil caçador. Filho de


Poseidon, era capaz de andar debaixo d’água e sobre sua superfície
• Apaixonou-se por Mérope, filha de Eunápio, rei de Quios, que acabou o
deixando cego por ter molestado sua filha
• Foi orientado por Eféstos a procurar Helios, deus do Sol, que poderia
curá-lo da cegueira simplesmente se estivesse na sua presença, e assim
Orion fez
• O mito grego pretende demonstrar que mesmo diante das imperfeições
da personalidade humana, representada pela conduta reprovável de
Orion, que lhe causou a cegueira da ignorância, sermos iluminados pela
luz da razão, se tornarmos dignos
• Simboliza a BUSCA DO APRENDIZ PELA LUZ, e as três estrelas da
Abóbada Celeste se referem aos Painéis dos Três Graus Simbólicos
ARCTURUS

• Arcturus é a estrela mais brilhante da constelação de Boieiro


• Na Abóbada Celeste de nossos Templos é tingida de vermelho porque é
a estrela mais brilhante no hemisfério norte. Por isso está na projeção do
topo da Coluna do Norte
• Era utilizada pelos antigos gregos como indicadora da mudança das
estações do ano
• No Rito Adonhiramita não está associada a nenhum cargo
• Simboliza a pureza e a virtude
ARCTURUS

• Arcturus é um personagem da mitologia romana que aprendeu o


segredo da fabricação do vinho
• Serviu a bebida a alguns pastores, que ao sentirem a embriaguez
imaginaram que tivessem sido envenenados, e o mataram a pauladas
• Zeus o transformou numa estrela da constelação do Boieiro
• Está associado à TAÇA SAGRADA
AS HÍADES

• As Híades não são exatamente uma constelação, mas um aglomerado de


estrelas próximo à constelação de Touro
• Na Abóbada Celeste de nossos Templos são representadas cinco delas,
Aesula, Ambrosia, Dione, Eudora e Koronis. Todos nomes derivados da
mitologia grega
• Elas são chamadas de “irmãs que não param de chorar”
• Estão ligadas aos Mistérios Órficos dos gregos
• No Rito Adonhiramita não estão associadas a nenhum cargo
AS HÍADES

• As Híades eram ninfas, filhas de Atlas e Etra.


• Aesula, ou Fésile, significava “o brilho”; Ambrosia, “imortal”; Dione,
“consagrada a Dionísio”; Eudora, “boas dádivas”, e Koronis, “nobre”
• Eram amas de Dionísio, e quando seu irmão Hias foi morto por um leão,
elas choraram até morrer
• Zeus, como recompensa, por terem protegido Dionísio, as transformou
em estrelas
• Simbolizam a PROTEÇÃO DIVINA AO INICIADO
AS PLÊIADES

• As Plêiades também não são uma constelação, são um aglomerado de


sete estrelas também da constelação de Touro
• Elas eram chamadas de “Sete Irmãs”, e auxiliavam os marinheiros nas
rotas de navegação
• No Rito Adonhiramita não estão associadas a nenhum cargo
• Simbolizam a intuição necessária ao Iniciado para descobrir o caminho
correto na busca da Verdade
AS PLÊIADES

• As Plêiades eram sete irmãs, filhas de Atlas e Pleione


• Na Abóbada Celeste de nossos Templos todas estão
representadas, Alcione, Asterope, Electra, Celena, Maia,
Mérope e Taygeta
• Foram seguidas por Orion enquanto dançavam, não para
mata-las, mas para ver de perto sua beleza. Assustadas,
pediram ajuda a Artêmis, que as transformou em pombas,
que voaram para o céu, e lá chegando, se transformaram
em estrelas
• Simbolizam sete virtudes, CORAGEM, AMOR, LEALDADE,
PERSEVERANÇA, AUTOCONFIANÇA, LIDERANÇA, e
FORÇA.
ALDEBARAN

• Aldebaran é a estrela mais brilhante da constelação de Touro, mas na


verdade pertence ao aglomerado das Híades
• É chamada também de “Olho do Touro”
• Na Grécia antiga era conhecida como “tocha” ou “facho”, e iluminava o
caminho dos viajantes à noite
• No Rito Adonhiramita não está associada a nenhum cargo
• Representa a indicação correta do caminho a ser seguido pelo Iniciado,
por essa razão está alinhada com o eixo central do Templo
ALDEBARAN

• Aldebaran está representando a constelação de Touro


• A constelação de Touro tem sua origem no mito do Touro de Creta, o
sétimo dos 12 Trabalhos de Hércules
• O mito grego pretende alertar sobre a ganância dos homens,
simbolizada na figura do rei Minos, mas não creio que tenha sido essa a
intenção dos ritualistas quando inseriram Aldebaran na Abóbada Celeste
• Aldebaran é uma expressão árabe, al-dabarãn, que significa “aquele que
segue”, por isso é chamada de “Olho do Touro”, pois é nossa visão que
nos faz seguir algo ou alguém
• Simboliza O INICIADO SEGUINDO O CAMINHO DO MESTRE
SPICA

• Spica é a estrela mais brilhante da Constelação de Virgem


• Essa estrela possui a curiosidade de estar representada no globo celeste
da bandeira do Brasil, sendo a única estrela acima da faixa “Ordem e
Progresso”, representando o estado do Pará
• No Rito Adonhiramita não está associada a nenhum cargo
SPICA

• A Virgem, da constelação que leva seu nome, seria a deusa Têmis,


divindade da justiça, que insatisfeita com o comportamento da
humanidade se refugiou no céu
• Spica significa espiga, segundo os historiadores, de trigo
• A denominação da estrela tem raízes no mito de Deméter e Perséfone,
que deu origem aos Mistérios de Elêusis dos gregos. Deméter era
geralmente representada com uma espiga de trigo na mão
• No mapa celeste da Constelação de Virgem, ela está representada pelo
ramo de trigo empunhado pela mão esquerda da virgem
• Na tradição hebraica está associada a Ruth, esposa de Booz
• Simboliza o SUCESSO, o ÊXITO, a BOA SORTE
COMO DEVE SER O TETO DO TEMPLO?

• Não existe uma padronização nem nas dimensões, nem no material empregado
• A normatização deste elemento simbólico traria enormes dificuldades para as Lojas, além de variar de
tamanho em função do espaço físico
• Deve ser curva? Seria o ideal, pois trata-se de uma abóbada, mas além do custo elevado para sua
execução, nem sempre a altura dos tetos permite essa curvatura. O que se vê em alguns casos é o
abaulamento das bordas, junto às paredes, para produzir um efeito parecido
• O bom senso recomenda que seja seguido o diagrama do ritual, o mais próximo possível
• Não vejo objeção na utilização de pintura direta sobre a superfície, adesivos, utilização de elementos em
relevo foscos, com luminescência no escuro, ou iluminação cênica, isso dependerá das condições
específicas de cada Loja
O TETO DO TEMPLO É INVERTIDO?

• Não
• Alguns maçons demonstram dúvida sobre a leitura correta
do diagrama constante no ritual, ou seja, se a decoração
deve ser invertida porque a projeção está no teto
• Essa é uma convenção de desenho técnico estabelecida
pelos nossos ancestrais operativos. Em arquitetura o
desenho dos tetos se chama “planta de teto”, e não é
rebatida
• O conceito é que o observador esteja localizado acima da
planta, e olhando de cima para baixo
• Para simplificar essa leitura, o ritual determina a posição
aproximada de cada um dos elementos na página 30
E AS CONSTELAÇÕES ZODIACAIS?

• Como sabemos, os Templos Adonhiramitas não possuem Colunas


Zodiacais como parte de sua decoração. Não seria lógico que
essas constelações estivessem representadas na Abóbada
Celeste?
• Os ritualistas entenderam que não
• Quem transita pelas casas zodiacais é o Sol, e não o homem
• Nós, Adonhiramitas já representamos esse caminho quando
circulamos em Loja, repetindo o fenômeno do Analema
• As 12 Vibrações Argentinas também nos remetem ao trânsito
zodiacal
• Parece que no seu entendimento os símbolos e mitos
representados seriam mais adequados para a transmissão da
Doutrina
• Ou seja, foi uma opção
CONCLUSÃO
• Assim como os rituais, a Abóboda Celeste de nossos Templos foi se
modificando ao longo de tempo
• Existe na formatação atual um simbolismo grandioso e abrangente,
que vai muito além do aqui apresentado
• Os recursos físicos e financeiros das Lojas comprometem a execução
da Abóbada nos termos ideais, mas penso que as Lojas que tiverem
essa condição e oportunidade devem fazê-la no padrão correto
• A riqueza de informações e da própria Doutrina está presente em todos
os cantos do Templo
• Nada foi inserido nos rituais de maneira fortuita
• Observar o céu para compreender o Universo foi o objetivo das antigas
civilizações
• Compreender o simbolismo de nossos Templos é o desafio de todos
nós maçons
• Perceber, assim como demonstrado na Abóbada Celeste, que isso é
uma tarefa infindável, é chegar próximo da Sabedoria
• Sócrates, no auge de sua carreira afirmava que nada sabia, William
Shakespeare diria que “há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que
possa supor nossa vã filosofia”
BIBLIOGRAFIA

• Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, edições de 1781 a 1787


• SAINT VICTOR, Guillemain de, Origens da Maçonaria Adonhiramita, 1787
• Ritual do 1° Grau, Aprendiz Maçom, Grande Oriente do Brasil, edições de 1836 a 2009
• CASTELLANI, José, Astrologia e Maçonaria
• PRICHARD, Sammuel, Maçonaria Dissecada
• WEOR, Samael Aun, Tratado de Astrologia Hermética
• KIGHT & LOMAS, Robert & Christopher, A Máquina de Uriel
O Grupo Adonhiramita de Estudos foi idealizado por
maçons praticantes do Rito. Agrega Irmãos de todos os
Ritos, de todos os Graus e Qualidades, membros de
Potências Simbólicas Regulares, unidos pelo propósito
de fomentar a pesquisa, a troca de conhecimento, e o
debate sobre nossa Doutrina, história, ritualística e
liturgia.
Os temas tratados se referem ao Grau de Aprendiz.

Todos são bem-vindos! Caso haja interesse em participar,


basta solicitar a inclusão no chat.
Agradecemos a todos pela participação, e contamos com a
presença em nossas próximas palestras.

Que o Grande Arquiteto do Universo nos guie e ilumine!

BOA NOITE!

Você também pode gostar