Relatório

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Universidade Federal do Rio de Janeiro - UNIRIO

Centro de Ciências Humanas e Sociais - CCH

Disciplina: Antiguidade Clássica


Professora: Claudia Beltrão

Aluno: Henderson Henrique dos Santos


Matrícula: 20242313003

Rio de Janeiro.
2024.2
Sumário

1 Introdução.................................................

2. Aula 1: Introdução à História Antiga...................................

2.1 Entendendo a relevância da História Antiga...................................

2.2 Fortalecendo nossas bases...................................


2.3 As civilizações clássicas...................................
3. As Fontes para o Estudo da História Antiga..................................
3.1 Tipos de fontes e documentos históricos...................................
3.2 Interdisciplinaridade no estudo da história...................................
4. Aula 2: O trabalho com modelo: o Mediterraneo.
4.1 O uso de modelos...................................
4.2. O Mediterrâneo e o Oriente Próximo...................................
4.3 Comércio e Conexões Econômicas...................................
5. Aula 3: A Grécia Antiga: o espaço geográfico e a ocupação humana
5.1 Compreensão do que era o povo grego.................................................
5.2 Território .................................................
5.3 Civilização Micênica.................................................
6. Aula 4: Campo e Cidade no Mundo Helênico Arcaico
6.1 As Estruturas do Campo na Grécia Arcaica.....................................
6.2 As Poleis e a Vida Urbana...............................................
7. Aula 5:As estruturas políticas das poleis clássicas ...............................................
7.1 O Sistema Democrático de Atenas...............................................
7.2 O Governo Oligárquico de Esparta...............................................
8. O Mundo das Poleis...............................................
8.1 Apresentação das Poleis...............................................
8.2 Documentário "Grécia Antiga: O Maior Show da Terra"...............................................

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2.1 Introdução à história antiga - Entendendo a relevância da História Antiga

Iniciando a caminhada do estudo da história antiga, o texto deixa claro a importância de saber
por onde começar os estudos. A busca das “origens” das culturas e povos seria uma busca
quase infinita, que nos faria recuar cada vez mais no tempo e provavelmente se tornaria uma
pesquisa maçante e com pouca qualidade.

Uma forma de iniciar esse caminho, é olharmos para o mundo atual, o nosso próprio tempo, e
observarmos indagações de grupos sociais contemporâneos. O mundo antigo está à nossa
volta, constitui a base da nossa sociedade e cultura, herdamos preconceitos e crenças das
civilizações antigas, e a compreensão desse mundo antigo é a principal forma de
respondermos questões do nosso próprio mundo contemporâneo.

Nascemos com uma sociedade já com seus valores éticos, suas leis e crenças, que vieram
antes de nossas vidas, e que, quando nós somos inseridos, participamos desse processo de
mutação, ou da própria conservação. A história antiga conversa com a nossa sociedade
cotidianamente - um exemplo: na cédula de 100 reais, vemos a representação da imagem da
república brasileira, que claramente é uma referência neoclássica. Outra referência clássica ao
mundo antigo são os próprios prédios públicos: biblioteca, museus, que trazem na sua
arquitetura modelos de prédios antigos.

Conceitos de palavras como: democracia, povos não civilizados, liberdade. Estão no nosso
senso comum com um conceito pré-definido dos significados dessas palavras, mas será que
nós sabemos o real significado?

A relevância dessa pesquisa fica clara para mim, que quando olharmos para o passado nessa
ótica, ajuda a compreendermos a identidade cultural do cidadão contemporâneo, de que
forma nós influenciamos na alteração ou continuidade dessas bases.

2.2 Introdução à história antiga - Fortalecendo nossas bases

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Reiterando a importância de, antes de iniciarmos o estudo, é essencial também nos livrarmos
de ideias que estão baseadas em nossas próprias opiniões, que muitas vezes são construídas
em preconceitos.

Muitas vezes o preconceito vem muito camuflado de uma experiência individual negativa,
mas devemos, como historiador, fazer uma análise com mais profundidade, para tirarmos
essas crenças ou mudá-las.

Também um erro comum seria o de naturalizar hábitos sociais, organizações sociais,


acreditando que sempre existiu ou então que “evoluiu” de forma inerente. Essa “ilusão de
ótica” de acreditar na naturalização de movimentações sociais no nosso cotidiano é uma
postura anacrônica, erro que é inaceitável para o estudante de história.

O anacronismo também pode consistir em uma falta de sensibilidade com o tempo,


descontextualizando e causando um grande erro de interpretação dos fatos, seja ele o que for.
No texto, retrata um exemplo de anacronismo, são os filmes de Hollywood que passam a
visão dos romanos como seres sociais extremamente violentos e sanguinários, e de que os
gregos já eram ao contrário, como seres calmos e da paz. Esse tipo de erro, instaurado no
senso comum, são muitas vezes disseminados por figuras de autoridades, e infelizmente
também por professores que cometem anacronismos, ajudando a transmitir diversos
preconceitos.

2.3 Introdução à história antiga - As civilizações clássicas

Fazendo um recorte social e geográfico, foram escolhidas algumas civilizações clássicas para
o estudo do mundo antigo e feito um recorte de uma área geográfica, sendo o mediterrâneo
antigo, e as civilizações mesopotâmica, egípcia, grega e romana.

Foi escolhida essas civilizações pelo fato de que existem muito da influência dessas
sociedades que formaram a nossa tradição histórica e cultural, muito da nossa identidade
cultural passa por esses grupos.

Na Mesopotâmia, com grupos de pessoas crescentes, surgiram os primeiros desafios de uma


sociedade que precisava se organizar, para produzir alimentos, defender suas áreas. Também

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como forma de controle social, surgiram ali explicações da origem do universo, a criar leis,
formas de medir o tempo, a própria escrita, etc.

A segunda sendo o Egito Antigo, pela criação de diversos mecanismos de governos, a criação
de um corpo de funcionários, com diversas atribuições, como: arrecadação de imposto,
organização do armazenamento, construção de grandes obras. Essas características se
destacam no Egito antigo.

Os gregos, com suas formas de política, cultura e de arquitetura, nos influenciam no nosso
presente, a própria criação da filosofia, o pensamento socrático, a civilização grega não à toa
é chamada de “berço da democracia” já que a primeira forma conhecida como governo
democrático surge em Atenas, deixando uma vasta herança histórica para o mundo
contemporâneo.

A Roma se torna útil para nos olharmos as suas formas de imperialismo, e quais são as
diferenças estruturais para o imperialismo que acontece hoje. O estudo também irá se
perpetuar pelas características do próprio império, de como esse poder era dividido pelo
território, mesmo o Império sendo sociedades bastante distintas.

3.1As fontes para o estudo da História Antiga - Tipos de Fontes e documentos históricos

O objetivo desse tópico é entender os métodos técnicos de pesquisa e o que pode caracterizar
como um documento que nos permite acesso ao mundo antigo.

É importante entender, conforme o texto, que o conceito de documento histórico se alterou


com o tempo. Antes, os historiadores consideravam como documento histórico apenas textos
escritos, e isso acabava afastando uma boa parte da história da antiguidade.

Documentos que hoje podem ser vistos sendo utilizados pela academia, como: vasos,
pinturas, moedas, poesias, histórias, reflexões filosóficas, tratados políticos, etc. Todos esses
documentos devem ser analisados como objetos de estudo, sendo eles produtos da cultura.
Essas fontes permitem que os historiadores reconstruam o passado e compreendam a
organização daqueles grupos sociais.

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3.2 As fontes para o estudo da História Antiga - interdisciplinaridade no estudo da
história

É essencial entendermos a importância da interdisciplinaridade no estudo histórico, porque


quando olharmos diversos tipos de materiais históricos precisamos saber interpretar aquele
documento, muitos edifícios, pinturas, esculturas se enquadram como históricos, e hoje mais
do que nunca dependemos desse trabalho interdisciplinar, combinando diversos saberes e
técnicas de pesquisa.

O trabalho do filósofo, do arqueólogo, da geografia proporciona uma visão mais rica e


detalhada das civilizações antigas. A construção dos conhecimentos das civilizações é um
trabalho em conjunto com diversas pessoas, é imprescindível dialogar com diversas ciências
para saber interpretar essas realidades.

4.1 O trabalho com modelos: o Mediterraneo - O uso de modelos

Historiadores necessitam de uma variedade de metodologias de pesquisa para a


desenvolvê-las, mas depende de diversos fatores como testemunhas disponível, o objetivo da
pesquisa, se não seu trabalho fica escasso e com pouca profundidade, pegando objetos
históricos e classificados os cronologicamente, trabalho esse próximo dos antiquários.

Os modelos são úteis, mas apresentam neles desafios. Ao montar os modelos, precisamos ter
cuidado para não criar estruturas excessivamente rígidas sobre realidades dinâmicas e
multifacetadas. O risco é ilustrado no texto pela metáfora do “Leito de Procusto”

Um modelo aplicado sem flexibilidade, ele pode “cortar” ou “esticar” aspectos importantes,
para caber dentro da estrutura do modelo, o que resulta em uma péssima interpretação.
Assim, como historiadores, devemos adaptar o modelo às fontes, não ao contrário.

4.2 O trabalho com modelos: o Mediterraneo - O Mediterrâneo e o Oriente Próximo

O Mediterrâneo, com sua posição central entre Europa, África e Ásia, não é apenas um mar,
mas uma vasta rede de ecossistemas, culturas e civilizações que se desenvolveram ao longo
de suas costas e ilhas. Suas águas conectaram povos por meio do comércio, das alianças e até
dos conflitos, servindo como uma verdadeira “encruzilhada” da Antiguidade. Em suas

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margens, civilizações como Egito, Grécia, Roma e Fenícia prosperaram, desenvolvendo
formas de organização social, econômica e política que ainda influenciam o mundo atual.

O Oriente Próximo, que inclui a Mesopotâmia e áreas ao longo do rio Nilo, forma outra
região crucial no desenvolvimento das primeiras civilizações. Conhecida como o "Crescente
Fértil", essa região permitiu o surgimento de culturas agrícolas avançadas, que se tornaram os
primeiros centros urbanos da história. Civilizações como a suméria, babilônica e egípcia
floresceram com o apoio dos rios Tigre, Eufrates e Nilo, cuja fertilidade era essencial para
sustentar grandes populações. Esse ambiente moldou a cultura e a tecnologia, dando origem a
invenções fundamentais, como a escrita e o desenvolvimento das lei.

Juntas, as regiões do Mediterrâneo e do Oriente Próximo criaram uma base de conhecimento


e tradição que viria a influenciar profundamente a cultura ocidental. A interação entre esses
povos e a geografia da região moldaram o desenvolvimento de redes comerciais, sistemas
políticos e tradições culturais complexas.

4.3 O trabalho com modelos: o Mediterraneo - Comércio e Conexões Econômica

As rotas de comércio que cruzavam o Mediterrâneo foram cruciais para o desenvolvimento


econômico das civilizações antigas, criando um sistema de trocas que beneficiava diferentes
culturas e regiões. Produtos como azeite de oliva, vinho, cerâmicas, metais e especiarias
circulavam entre as cidades portuárias, estimulando economias locais e incentivando a
especialização regional. Essa rede comercial impulsionou o surgimento de centros urbanos e
fortaleceu as estruturas políticas e sociais das cidades-estado que dependiam dessas trocas.

Os fenícios, conhecidos como os maiores comerciantes do Mediterrâneo, estabeleceram rotas


que iam desde o Levante até as costas da atual Espanha, onde fundaram a cidade de Cartago,
que mais tarde se tornaria uma das maiores potências econômicas e militares da região.

As mercadorias transportadas incluíam não apenas bens materiais, mas também


conhecimentos tecnológicos e culturais. Os portos gregos, como Atenas e Corinto, também
prosperaram graças ao comércio marítimo e se tornaram influentes centros culturais e
econômicos. Esse comércio marítimo não só solidificou alianças, mas também criava uma

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rede de interdependência que unia as cidades do Mediterrâneo e fomentava a paz, mesmo em
um cenário marcado por rivalidades.

5.1 A grécia Antiga: o espaço geográfico e a ocupação humana - Compreensão do que


era o povo grego

O entendimento do que era a Grécia, para os gregos antigos, é completamente diferente do


conceito de Grécia que existe hoje. Antes, a concepção de Grécia era que onde houvesse
alguém falando a língua grega, ali estava a Grécia. O próprio nome Grécia não foi criado por
gregos, mas sim pelos romanos que propagaram posteriormente.

O povo grego antigo era formado por um conjunto de comunidades que habitavam o território
da Hélade (Grécia) e compartilhavam uma língua e uma cultura comum, o que ajudava a
construir uma identidade. Diferente da concepção moderna, eles não definiram o conceito de
Grécia por fronteiras geográficas fixas, mas sim pela presença de falantes do grego.

5.2 A grécia Antiga: o espaço geográfico e a ocupação humana - Território

A compreensão do território da Grécia Antiga, de acordo com a aula 12, mostra uma região
chamada Hélade, composta pelo sul da Península Balcânica, as ilhas do Mar Egeu e colônias
na Ásia Menor. Este território era muito montanhoso e fragmentado, com vales férteis
limitados, o que promovia a criação de comunidades independentes, chamadas de poleis
(cidades-estado). As montanhas dificultavam a comunicação terrestre, enquanto o mar
proporcionava oportunidades de comércio e expansão cultural e econômica.

Essa disposição geográfica influenciou o modo de vida dos gregos antigos, levando-os a
depender fortemente do mar para transporte e comércio. Eles estabeleceram colônias ao
longo do Mediterrâneo, como na Sicília e na Ásia Menor, onde expandiram a influência
grega, construindo uma identidade cultural comum baseada na língua e nos costumes. Esse
processo de colonização foi em parte motivado pela escassez de terras férteis, empurrando os
gregos para a exploração de novas terras e o desenvolvimento de uma talassocracia, ou seja,
um poder baseado no controle marítimo

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5.3 A grécia Antiga: o espaço geográfico e a ocupação humana - A civilização micênica

A civilização micênica, que floresceu entre 1500 e 1150 a.C., foi uma das primeiras
civilizações avançadas na Grécia continental. Influenciada pelos cretenses, desenvolveu uma
estrutura política e econômica centralizada em palácios, como os encontrados em Micenas,
Tirinto e Pilo. Esses palácios funcionavam como centros administrativos e religiosos,
controlando a produção, o armazenamento de alimentos e o comércio. A economia era
fortemente gerida pelo palácio, e a civilização utilizava o sistema de escrita Linear B,
principalmente para registros administrativos, o que confirma um sistema burocrático e
centralizado​.

A civilização micênica também era conhecida pelo seu caráter guerreiro e expansionista.
Seus líderes organizavam expedições marítimas tanto para o comércio quanto para a
pilhagem, o que permitiu a disseminação da cultura grega pelo Mediterrâneo. Essa expansão
culminou na Guerra de Troia, um conflito lendário que refletia as rivalidades com outros
povos da região. No entanto, no século XI a.C., a civilização micênica entrou em declínio,
com o abandono dos palácios e a perda da escrita, possivelmente devido a invasões de povos
como os dórios​.

6.1 Campo e cidade no mundo helênico arcaico - As Estruturas do Campo na Grécia


Arcaica

Na Grécia arcaica, o campo constituía a base econômica e social das comunidades gregas,
representando um modo de vida essencialmente ligado à agricultura e à posse da terra. As
terras gregas eram divididas em pequenas propriedades chamadas oikoi, que englobavam a
casa e os terrenos produtivos ao seu redor. Cada oikos era gerido por uma família e tinha
como principal objetivo garantir a subsistência de seus membros, sendo a produção destinada
tanto ao consumo familiar quanto ao comércio de excedentes. A posse do oikos tinha um
grande valor social, refletindo o status de uma família e sua posição na hierarquia rural.

No contexto das comunidades rurais, os basileis (ou chefes locais) desempenhavam um papel
central, servindo como lideranças políticas e religiosas. No período descrito por Homero,
esses líderes eram responsáveis por tomar decisões que afetavam a vida coletiva e administrar
as terras, garantindo o controle sobre a distribuição de recursos e a proteção da comunidade.
Embora o sistema de basileis tenha se fragmentado com o surgimento das poleis, ele ilustra a

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importância das elites agrárias e a forte associação entre poder e propriedade rural na
sociedade grega.

A agricultura na Grécia arcaica era adaptada às condições geográficas locais, com uma
economia baseada principalmente no cultivo de cereais, vinhas e oliveiras. Esses cultivos
eram selecionados pela capacidade de sobreviver em terrenos acidentados e em condições de
baixa fertilidade, que predominavam em muitas áreas da Grécia. Os gregos também criavam
animais, como cabras e ovelhas, que eram essenciais para a produção de leite, carne e lã.

A estrutura social rural se organizava de modo a facilitar a cooperação entre famílias em


tarefas de colheita e armazenamento, uma prática comum em comunidades agrícolas que
dependiam da ajuda mútua. O trabalho no campo exigia uma gestão cuidadosa dos recursos, e
os membros da família, incluindo mulheres e crianças, participavam ativamente das
atividades agrícolas. Os homens dedicavam-se às atividades mais intensivas, enquanto as
mulheres realizavam tarefas complementares, como a fabricação de tecidos e a preparação de
alimentos, essenciais para o sustento do oikos.

6.2 Campo e cidade no mundo helênico arcaico- As Poleis e a Vida Urbana

As poleis foram a base da organização política e social na Grécia Antiga, desenvolvendo-se a


partir de transformações intensas que ocorreram entre os séculos VIII e VI a.C. Esse período
marcou o surgimento das cidades-estado gregas como centros de vida pública, onde os
cidadãos compartilhavam não só o espaço físico, mas também uma identidade cultural e
política que os unia profundamente. Cada pólis era, essencialmente, uma comunidade
autônoma, regida por leis próprias e formada por cidadãos que valorizavam o pertencimento
àquela coletividade.

A estrutura de uma pólis compreendia áreas distintas e significativas. A acrópole, construída


geralmente em uma colina elevada, era o centro religioso e de defesa da cidade, abrigando
templos e santuários dedicados aos deuses, como o Partenon em Atenas. O ásty era a parte
urbana da pólis, onde se concentravam as edificações públicas, casas e, principalmente, a
ágora – praça pública que funcionava como o coração político e comercial da cidade. Já a
khorá, a área rural ao redor da pólis, era essencial para a produção de alimentos e recursos
naturais, sustentando a vida urbana com os produtos agrícolas necessários.

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Para os gregos, a participação ativa na vida pública era fundamental. A ágora era o lugar onde
cidadãos se reuniam para discutir assuntos de interesse comum, desde questões políticas até
comerciais, funcionando como o núcleo das decisões que moldavam a cidade. A ideia de
cidadania estava no centro dessa organização, mas era reservada a um grupo restrito: apenas
homens livres e nascidos na pólis eram considerados cidadãos de pleno direito, o que excluía
mulheres, escravos e estrangeiros (conhecidos como metecos). Essa exclusão, apesar de
comum a muitas poleis, era uma das limitações do sistema de cidadania grega, que privava
uma grande parte da população de direitos políticos e participação direta na vida cívica.

7.1 As estruturas políticas das poleis clássicas - O Sistema Democrático de Atenas

.Atenas é conhecida por ter sido o berço da democracia, um sistema político que se destacou
no século V a.C. com as reformas de Clístenes e Péricles. Na democracia ateniense, todos os
homens livres nascidos na cidade tinham o direito de participar das decisões governamentais
por meio da Ekklesia, uma assembleia pública onde se discutiam e votavam leis e políticas.
Essa participação direta dos cidadãos era central para a política ateniense. Além da Ekklesia,
Atenas contava com o Conselho dos Quinhentos, formado por cidadãos que ajudavam a
elaborar as leis e organizar a agenda política.

Esse modelo democrático era inovador, pois trazia os cidadãos para o centro das decisões,
permitindo que eles participassem também do sistema judiciário por meio dos dikasteria,
tribunais compostos por cidadãos sorteados. No entanto, essa democracia excluía mulheres,
estrangeiros e escravos. Apesar dessas limitações, o sistema ateniense marcou a história,
influenciando o conceito de democracia como o conhecemos hoje.

7.2 As estruturas políticas das poleis clássicas - O Governo Oligárquico de Esparta

Em contraste com Atenas, Esparta tinha uma estrutura política mais conservadora e
militarizada, onde o poder estava concentrado nas mãos de poucos. A cidade era governada
por uma diarquia - dois reis simultâneo - e pelo Gerúsia, um conselho de anciãos composto
por 28 membros, escolhidos entre os cidadãos mais velhos e respeitados. Esse conselho tinha
o papel de propor leis e orientar as decisões políticas de Esparta, mas as leis só eram
aprovadas após passarem pela Apella, uma assembleia de homens espartanos.

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8.1 O Mundo das Poleis - Apresentação das Poleis

N aula aborda as cidades-estado gregas (poleis) durante o período clássico, focando em suas
características sociais e políticas. As poleis eram comunidades independentes com vida
pública intensa, onde apenas homens cidadãos participavam das decisões políticas, enquanto
mulheres, escravos e estrangeiros ficavam restritos à vida privada. As assembleias e festivais
religiosos, como as Panateneias, eram momentos de união e reafirmação da identidade
coletiva.

8.2 Documentário "Grécia Antiga: O Maior Show da Terra

O documentário complementa a aula ao enfatizar a riqueza cultural e religiosa das poleis. Ele
destaca festivais como os Jogos Olímpicos, que reforçavam a coesão social e o orgulho
cívico. Também aborda o impacto das conquistas de Alexandre, mostrando como a cultura
grega se espalhou e se adaptou aos novos territórios, marcando o início do período helenístico
e o declínio da autonomia política das cidades-estado.

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