Artigo Tianne

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 17

UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE PEDAGOGIA

JESUS CRISTIANNE DA SILVEIRA E SILVA

EDUCAÇÃO INFANTIL E INCLUSÃO SOCIAL: Desafios e possibilidades

Teresina/
PI 2024
JESUS CRISTIANNE DA SILVEIRA E SILVA

EDUCAÇÃO INFANTIL E INCLUSÃO SOCIAL: Desafios e possibilidades

Projeto e Prática de Ação Pedagógica – PPAP


que será apresentado como requisito parcial
para a obtenção de nota aprovativa no curso
de Pedagogia da Faculdade UNIP, Câmpus
Teresina/PI.

Orientador:
Orientador:Prof.
Prof.Jéssica
Dr. Rodrigues
Xxxxxxxxxx

Teresina – PI
2024
"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a
sociedade muda."
Paulo Freire
RESUMO

O interesse em discutir a relevância de uma abordagem inclusiva no contexto da educação regular


desperta atenção, pois desempenha um papel crucial na formação de conceitos e consciências que serão
internalizados pelas pessoas ao longo de suas vidas. As indagações mencionadas serviram como
propulsoras para o avanço deste Trabalho de Conclusão de Curso, que tem como objetivo debater a
inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino. Todas as
atividades no ambiente escolar são fundamentais, pois a educação é um processo em que o professor tem
a responsabilidade de moldar a identidade cultural, psíquica e social do aluno, permitindo que ele participe
ativamente da construção do conhecimento, com uma abordagem didática que considere suas
necessidades e dificuldades individuais. Indivíduos com necessidades especiais enfrentavam desafios
significativos no passado, sendo frequentemente considerados como punições divinas pelos pais. Havia a
crença de que essas condições eram resultado de transgressões religiosas, levando alguns a serem
isolados em residências distantes para evitar o contato com a sociedade. As pessoas com deficiência
enfrentaram inúmeras batalhas ao longo da história e continuam a enfrentar desafios que demandam
revisão e análise para promover um acesso e inclusão mais eficazes nas esferas educacional, profissional
e social. Desde os sacrifícios feitos por esses indivíduos para serem inseridos no ambiente escolar regular,
houve progressos significativos. A inclusão social é um processo de adaptação da sociedade para integrar
pessoas com necessidades especiais em seus sistemas sociais gerais, ao mesmo tempo em que essas
pessoas se preparam para desempenhar seus papéis na comunidade. Esse processo implica numa
colaboração bilateral entre os indivíduos ainda excluídos e a sociedade, com o objetivo de identificar
desafios, encontrar soluções e garantir igualdade de oportunidades para todos os envolvidos (SASSAKI,
1997, p. 41). Essa realidade se torna ainda mais evidente na Educação Infantil devido ao fato de que
muitas crianças não recebem o diagnóstico adequado para suas próprias limitações. Isso pode ocorrer
devido à resistência por parte das famílias em aceitar tais diagnósticos ou às deficiências do sistema de
saúde em atender às demandas de avaliação necessárias. Esses obstáculos acabam dificultando o
trabalho pedagógico nesse contexto específico.

Palavras-chave: Educação; Inclusão; Exclusão; Professor; Pedagógico


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...............................................................................................6
2 OBJETIVOS...................................................................................................9
3 JUSTIFICATIVA...........................................................................................10
4 REFERENCIAL TEÓRICO..........................................................................11
5 METODOLOGIA..........................................................................................15
6 RECURSOS.................................................................................................16
7 REFERÊNCIAS............................................................................................17
6

1. INTRODUÇÃO

O interesse em discutir a relevância de uma abordagem inclusiva no contexto da


educação regular desperta atenção, pois desempenha um papel crucial na formação de
conceitos e consciências que serão internalizados pelas pessoas ao longo de suas vidas.
As indagações mencionadas serviram como propulsoras para o avanço deste
Trabalho de Conclusão de Curso, que tem como objetivo debater a inclusão de alunos
com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino. Partindo do
pressuposto de que práticas pedagógicas diversificadas, as quais possibilitem a
integração dos alunos no ambiente educacional, são essenciais para o processo de
ensino-aprendizagem tanto desses indivíduos quanto dos demais alunos.
A observação realizada na elaboração do texto destaca que o papel do educador
vai além de apenas transmitir conhecimento aos alunos. O educador também deve
dedicar-se ao estudo, criar metodologias ativas e promover um ensino mais significativo
por meio de relações e interações de qualidade.
Todas as atividades no ambiente escolar são fundamentais, pois a educação é
um processo em que o professor tem a responsabilidade de moldar a identidade cultural,
psíquica e social do aluno, permitindo que ele participe ativamente da construção do
conhecimento, com uma abordagem didática que considere suas necessidades e
dificuldades individuais.
O ato de educar representa uma conexão baseada na cooperação, no respeito e
no aprimoramento pessoal, em que todos os envolvidos aprendem por meio de
interações diárias que asseguram o acesso a uma vida cidadã. Consiste em exercer
influência sobre o progresso do estudante, preparando-o para a convivência em uma
sociedade diversificada do ponto de vista social, cultural e econômico através da relação
pedagógica estabelecida. Não se limita à promoção do desenvolvimento intelectual, mas
também busca cultivar aspectos afetivos, como experiências emocionais vivenciadas,
integrando-as ao modo de ser e estar no mundo de cada indivíduo.
No cenário educacional mencionado, o docente deve conceber aulas que
representem desafios, variando as maneiras de apresentar e explorar os conteúdos do
currículo diante das diversas situações e oportunidades que surgem durante as aulas. A
forma como a educação se desenvolve no processo de construção do conhecimento nos
diferentes níveis de ensino requer uma reflexão acerca dos conteúdos transmitidos e das
estratégias empregadas em sala de aula, com o intuito primordial de promover a
7

participação ativa do aprendiz ao longo desse processo.


O estabelecimento da relação entre professor e aluno deve ser embasado em
laços de confiança e afetividade, nos quais o estudante seja reconhecido como sujeito
ativo no processo educacional, apto a analisar de forma crítica temas e debates,
conectando-os com questões vivenciadas e resultantes de suas próprias experiências na
sociedade.
Indivíduos com necessidades especiais enfrentavam desafios significativos no
passado, sendo frequentemente considerados como punições divinas pelos pais. Havia a
crença de que essas condições eram resultado de transgressões religiosas, levando
alguns a serem isolados em residências distantes para evitar o contato com a sociedade.
Esses locais eram conhecidos como manicômios, nos quais as diversas condições não
eram devidamente diferenciadas. Dentro desses estabelecimentos, encontravam-se
pessoas surdas, cegas, autistas, com deficiências físicas e mentais.
As pessoas com deficiência enfrentaram inúmeras batalhas ao longo da
história e continuam a enfrentar desafios que demandam revisão e análise para
promover um acesso e inclusão mais eficazes nas esferas educacional, profissional e
social. Desde os sacrifícios feitos por esses indivíduos para serem inseridos no ambiente
escolar regular, houve progressos significativos.
Contudo, é fundamental avaliar cuidadosamente como se dá a inclusão dessas
crianças no ensino regular atualmente, verificando se estão verdadeiramente integradas
ou segregadas. Historicamente, as pessoas com deficiência eram frequentemente
encaradas sob uma perspectiva patológica, enquadradas no modelo médico de
deficiência que pressupõe que "a pessoa com deficiência é quem precisa ser curada,
tratada, reabilitada, capacitada etc., a fim de se adequar à sociedade tal como ela é, sem
grandes alterações" (SASSAKI, 1997, p. 29).

A inclusão social é um processo de adaptação da sociedade para integrar


pessoas com necessidades especiais em seus sistemas sociais gerais, ao
mesmo tempo em que essas pessoas se preparam para desempenhar seus
papéis na comunidade. Esse processo implica numa colaboração bilateral entre
os indivíduos ainda excluídos e a sociedade, com o objetivo de identificar
desafios, encontrar soluções e garantir igualdade de oportunidades para todos os
envolvidos (SASSAKI, 1997, p. 41).

Em 1961, no Brasil, a homologação da Lei de Diretrizes e Bases 4024/61 revelou


o descaso do governo com a Educação Especial ao contemplar o artigo 89, que indica a
falta de comprometimento em relação a essa área. O artigo menciona que qualquer
8

iniciativa considerada eficaz pelos conselhos estaduais de educação, voltada para a


educação de pessoas excepcionais, receberá tratamento especial por parte dos poderes
públicos, por meio de bolsas de estudo, empréstimos e subvenções.
Isso implicou na transferência da responsabilidade pela educação das pessoas
com necessidades especiais (NEE) para as Organizações Não Governamentais (ONGs),
enquanto o governo oferecia apoio financeiro por meio de bolsas de estudo. Além disso,
foram criadas classes especiais dentro das escolas como forma de segregação, uma vez
que os alunos não eram integrados às salas de aula regulares e sim separados dos
demais estudantes.
A Organização das Nações Unidas (ONU), em sua "Declaração dos Direitos das
Pessoas Com Deficiências" de 09 de dezembro de 1975, destaca que o termo "pessoas
com deficiência" se refere a qualquer indivíduo que não consiga garantir, total ou
parcialmente, as necessidades de uma vida individual ou social normal, seja por uma
deficiência congênita ou adquirida, afetando suas capacidades físicas ou mentais.
Conforme descrito por Januzzi (2004), é imprescindível estabelecer uma
definição para a deficiência e suas diferentes formas de manifestação. Deficiência é
definida como qualquer perda ou anormalidade em uma estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica que resulte em incapacidade de realizar atividades dentro do
padrão considerado normal para os seres humanos.
A deficiência permanente é aquela que ocorreu ou se estabilizou por tempo
suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de mudança, mesmo com
novos tratamentos. Incapacidade refere-se a uma redução efetiva e significativa da
capacidade de integração social, exigindo o uso de equipamentos adaptados, meios ou
recursos especiais para que a pessoa com deficiência possa receber ou transmitir
informações necessárias para seu bem-estar pessoal e desempenho das funções ou
atividades a serem realizadas (JANUZZI, 2004).
Defendo a relevância de refletir sobre o assunto, a fim de promover o respeito, a
valorização e o reconhecimento crescentes da diversidade nas instituições educacionais.
Recentemente, tem-se observado um aumento significativo de questionamentos em
relação à inclusão, o que tem despertado maior interesse na busca por embasamentos
teóricos e metodológicos sobre esse tema.
É imperativo que a escola, como um ambiente público e diversificado, seja capaz
de reconhecer e respeitar as diferenças existentes entre os indivíduos, tais como cor,
crença, raça, habilidades, limitações, entre outros aspectos. É essencial que a escola se
9

estabeleça como um espaço verdadeiramente voltado para o aprendizado da cidadania.


Essa realidade se torna ainda mais evidente na Educação Infantil devido ao fato
de que muitas crianças não recebem o diagnóstico adequado para suas próprias
limitações. Isso pode ocorrer devido à resistência por parte das famílias em aceitar tais
diagnósticos ou às deficiências do sistema de saúde em atender às demandas de
avaliação necessárias. Esses obstáculos acabam dificultando o trabalho pedagógico
nesse contexto específico.

1. OBJETIVOS

Examinar os obstáculos e oportunidades da educação inclusiva enfrentados pelos


docentes das Escolas Públicas de Ensino Regular, levando em conta a organização
escolar, formação inicial e continuada, bem como as abordagens metodológicas
direcionadas para uma educação que valorize a diversidade.
A instituição escolar representa o ambiente de interação social entre os sujeitos,
funcionando como um espaço cultural responsável por promover a socialização do
conhecimento acumulado ao longo da história e contemporaneamente. Sua principal
atribuição consiste em oferecer as condições necessárias para que o indivíduo seja
capaz de desenvolver seu saber e se capacitar para participar ativamente da vida em
sociedade.
Paulo Freire (1996) ensina que um indivíduo se torna um "cidadão" quando é
capaz de questionar, reivindicar seus direitos e lutar por uma educação pública de
qualidade e emancipadora. Ele destaca a importância da escola como um ambiente onde
se pode estudar, trabalhar, crescer, fazer amizades, educar-se e encontrar a felicidade,
visando assim contribuir para a melhoria do mundo. Em consonância com essa
perspectiva, Rodrigues (1988, p.63) afirma que a função primordial da instituição escolar
é repassar e organizar conhecimentos, possibilitando a todos os membros da sociedade
o acesso aos instrumentos de produção cultural, científica, técnica e política necessários
para viverem em sua comunidade.
Consequentemente, é ressaltado que a principal responsabilidade social e
educacional da instituição escolar consiste em garantir o progresso das habilidades
cognitivas, operacionais, sociais e morais por meio de sua dedicação na implementação
do currículo, no estímulo aos processos cognitivos, na promoção da cidadania
participativa e no desenvolvimento ético dos estudantes.
Com o propósito de garantir a implementação de uma prática pedagógica inclusiva
10

de qualidade na educação infantil, é imprescindível dispor de ambientes adequados que


assegurem o acesso e a permanência das crianças com deficiência, bem como
disponibilizar materiais apropriados na escola para que o professor possa conduzir as
atividades de forma igualitária para todos os alunos.
A participação da educação no cotidiano infantil é crucial para o progresso das
crianças na sociedade, representando o ponto de partida para as preocupações dos
sistemas educacionais ao elaborar estratégias e iniciativas que garantam a inclusão de
todas as crianças na educação convencional.
Nesse contexto, a compreensão da educação no âmbito da inclusão educacional
em uma abordagem coletiva por parte da comunidade escolar deve resultar em
mudanças nas instituições de ensino e, sobretudo, promover alterações de postura em
relação aos estudantes.
É relevante ressaltar os Saberes e Práticas da Inclusão que estabelecem
princípios e fundamentos bem-sucedidos no processo de inclusão na educação regular
na etapa da educação infantil: a valorização da diversidade para lidar com as diferenças,
o princípio da identidade na formação do indivíduo, o estabelecimento de laços
solidários, relações interpessoais positivas, interação e sincronia levando em
consideração as necessidades educacionais de todos os alunos.

2. JUSTIFICATIVA

Na sociedade atual, ouve-se, com frequência, falar de inclusão. Afinal, o que


significa incluir? Incluir significa inserir algo, em algum lugar. Isso consiste em um
processo de inserção. Desta forma, o termo inserção se refere a incluir, ou seja, pode-se
dizer que neste contexto faz menção à inclusão de pessoas em algum lugar. Desse
modo, podemos considerar o lugar onde se aprende formalmente a ler a escrever, como
a escola.
A instituição de ensino deve priorizar o desenvolvimento de metodologias
pedagógicas que promovam a construção de conhecimentos e práticas inovadoras, livres
de preconceitos; é essencial adotar uma atitude de apreciação que abrace a diversidade.
Urge que as escolas reexaminem suas práticas discriminatórias e estejam abertas a
ajustes necessários para enfrentar o desafio da inclusão. Realizar inclusão implica em
almejar e efetivar transformações significativas no que diz respeito a concepções e
práticas educacionais. Trata-se de uma alteração que visa estabelecer novas
expectativas, baseadas no princípio da participação coletiva.
11

Essas transformações demandam a implementação de estratégias que favoreçam


o progresso do processo de desenvolvimento infantil. É importante salientar que as
instituições escolares precisam reavaliar suas restrições, visando superar as dificuldades
no desempenho acadêmico dos estudantes que demandam uma abordagem
personalizada. Esse esforço visa fomentar a mudança de paradigmas, resultando em
impactos positivos no contexto do ensino e da aprendizagem.
A necessidade de uma transformação na mentalidade e nos valores adotados no
cotidiano para efetivar a inclusão, que vai além de meras instruções técnicas formais. Tal
processo demanda reflexões profundas por parte de toda a comunidade escolar e
sociedade em geral, para reconhecer que o cerne da educação inclusiva é o apreço pela
diversidade existente em uma coletividade humana.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A INCLUSÃO E A EDUCAÇÃO ESCOLAR

A Educação Especial, designação utilizada para se referir à educação destinada a


indivíduos com deficiências, transtornos de comportamento e habilidades excepcionais, é
reconhecida pela Constituição brasileira como um componente essencial do direito à
educação. Segundo a perspectiva da UNESCO, a educação especial é compreendida
como uma modalidade ampliada de ensino, a qual tem como propósito favorecer a
integração na sociedade de pessoas com deficiências, transtornos de comportamento e
habilidades excepcionais.
A inclusão vai além da simples matrícula de estudantes com necessidades
especiais nas escolas, sem levar em consideração suas particularidades. Isso significa
que não basta apenas colocar os alunos na sala de aula e ignorar que entre eles há
crianças que necessitam de atenção especial. É responsabilidade da escola adotar uma
abordagem de acolhimento e apoio ao mesmo tempo, pois tanto o professor quanto o
aluno precisam desse suporte para a ação pedagógica. Assim, com essa assistência, a
aprendizagem bem-sucedida é efetivada.
Conforme mencionado por Aguiar (2004, p.15), é imperativo que as instituições de
ensino sejam capazes de acolher todas as crianças, permitindo que elas aprendam
juntas, independentemente das possíveis adversidades ou disparidades que possam
enfrentar, sejam elas de natureza física, intelectual, social, emocional, linguística ou
outra. Nesse sentido, os dirigentes escolares precisam estar aptos a identificar e atender
12

às diversas necessidades de seus alunos, respeitando tanto diferentes estilos quanto


ritmos de aprendizagem e garantindo uma educação de excelência para todos. Isso pode
ser alcançado por meio da implementação de um currículo adequado, ajustes na
estrutura organizacional, adoção de estratégias pedagógicas eficazes, utilização de
recursos apropriados e parcerias colaborativas com a comunidade escolar.
O respeito e a valorização do estudante com necessidades especiais demandam
que instituições de ensino e profissionais se dediquem à pesquisa e reflexão sobre
inclusão, buscando proporcionar melhores condições para a entrada e permanência na
educação. Promover melhorias no ambiente escolar implica em preparar futuras
gerações para desfrutarem plenamente da vida, sem restrições ou discriminações. Não
podemos tolerar contradições ou aceitar soluções paliativas, mesmo que isso exija
sacrifícios, pois nada se compara à reintegração de um aluno excluído do sistema
educacional, evitando assim a marginalização, o abandono escolar e o estigma
infundado de uma criança (MANTOAN, 1991).
A presença tanto da inclusão quanto da exclusão é evidente na sociedade,
sobretudo no contexto escolar; é possível que uma escola inclua um indivíduo enquanto
exclui outro. No entanto, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), as instituições de ensino são compelidas a admitir todas as crianças,
conforme estabelecido pela Constituição Brasileira:
Conforme estabelecido no art. 205 da Constituição Federal, a educação é um
direito garantido a todos os cidadãos. A Resolução do Conselho Nacional de
Educação/Conselho de Educação Básica nº 2/2001, que estabelece as diretrizes
nacionais para a educação especial na educação básica, determina que as escolas de
ensino regular devem matricular todos os alunos em suas turmas comuns,
providenciando o suporte necessário. Esse suporte pode ser parte do atendimento
educacional especializado previsto no art. 208 da Constituição Federal e ser realizado
em parceria com o sistema público de ensino.
A instituição educacional deve recuperar sua função primordial de instruir, levando
em consideração o potencial de aprendizado de seus estudantes e não se limitando às
necessidades individuais especiais de cada um.
É imperativo que o acesso ao conhecimento seja assegurado a todos os alunos.
Argumentos baseados na ideia de que "sempre foi assim" e "é difícil mudar" são,
portanto, irrelevantes e inapropriados quando se busca genuinamente construir uma
escola inclusiva; não a escola existente atualmente, mas uma outra escola,
13

fundamentada na necessidade de reconhecer que o termo "TODOS" não admite


exceções (ALMEIDA, 1984).Análise dos motivos de encaminhamento de alunos de
classes especiais de escolas públicas de primeiro grau. São Carlos: Universidade
Federal de São Carlos, 1984.
De acordo com a Cartilha do Ministério da Educação (2013, p. 07), é essencial
promover a acessibilidade e inclusão de estudantes que possuem deficiências,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação e que estão
matriculados em turmas regulares do ensino básico. É fundamental garantir a esses
alunos o direito de compartilhar os espaços de aprendizagem comuns por meio de
adaptações no ambiente físico, nos recursos didáticos e pedagógicos, bem como nas
comunicações e informações disponíveis.
Com o estímulo governamental mencionado, as escolas são incentivadas a
trabalhar de maneira eficaz para promover a inclusão, o que traz maior conforto ao
processo de ensino e aprendizagem visando o sucesso.
De acordo com Stainback (1999, p.21 apud MEC 2006, p.39), as iniciativas
educacionais voltadas para alunos com necessidades especiais matriculados na
Educação Infantil, no Ensino Fundamental e na Educação de Jovens e Adultos têm sido
mais direcionadas desde 1999 sob a perspectiva da inclusão educacional. Neste
contexto, a inclusão é definida como a prática de integrar todos os alunos -
independentemente de suas habilidades, deficiências, origem socioeconômica ou cultural
- em escolas e salas de aula inclusivas, onde todas as necessidades dos estudantes são
atendidas.
Os docentes devem oferecer o suporte considerado mais apropriado, sem praticar
qualquer forma de discriminação. Todos os professores devem atuar como educadores
de todos os estudantes, sem exceções, uma vez que estes têm o direito, conforme
estabelecido por lei, de se matricularem nas redes convencionais de ensino.
Com a inclusão desses discentes na instituição de ensino, torna-se necessário
adotar em sua prática uma abordagem específica para atender às demandas
educacionais de alunos com necessidades especiais, visando efetivamente integrá-los ao
processo educativo. Aprimorar a qualidade do ensino, de modo a promover a inclusão,
implica em investir em um conjunto de diretrizes que norteiam a educação como um todo.
Investir no ambiente físico e em sua estruturação, ou seja, na disposição dos
materiais no contexto educacional, contribui de maneira significativa para o processo de
aprendizagem, uma vez que um espaço bem organizado fortalece a excelência do ensino
14

infantil. Contudo, o aprimoramento da prática pedagógica não se restringe à presença


desses recursos materiais, mas está intrinsecamente ligado à forma como os docentes
os utilizam junto aos estudantes com quem trabalham. São os professores que preparam
o cenário para que as crianças possam aprender de maneira ativa por meio da interação
com seus pares e com os adultos.
Contudo, os professores demonstram uma forte resistência em relação à
integração de crianças com necessidades especiais nas escolas. Eles não se
consideram aptos para lidar com as demandas específicas dessas crianças e acreditam
que terão mais dificuldade no ensino-aprendizagem, devido ao esforço e
comprometimento adicionais exigidos nesse processo. É evidente a falta de preparo dos
professores em relação às crianças com necessidades especiais, porém nota-se também
um desinteresse por parte de alguns educadores em incluir tais crianças no ambiente
escolar. Neste contexto, conforme aponta Mello (2000, p.104):
O ato de lecionar é uma prática baseada nas relações interpessoais: para
interagir, comunicar e colaborar com os demais, torna-se imprescindível lidar com
a diversidade e as discordâncias. Receber e valorizar a variedade de
perspectivas e utilizá-las em benefício do aprimoramento profissional,
desenvolver habilidades para lidar com resistências, conflitos e limitações de
impacto fazem parte do processo de aprendizagem essencial para aqueles que
almejam se tornar professores.

Concomitantemente à vivência profissional, é possível observar a influência do


tempo e das interações com os colegas no processo de aprendizagem do trabalho
inclusivo. Nesse sentido, o conhecimento dos professores é temporal, uma vez que
"ensinar implica em aprender a ensinar, ou seja, adquirir progressivamente as
competências necessárias para desempenhar a função docente" (WALBER, 2006) A
capacidade de ensinar não é inata ao indivíduo, mas é gradualmente desenvolvida ao
longo da carreira. Segundo esse autor, a carreira é "um caminho temporal caracterizado
pela construção do saber profissional" (TARDIF, 2002, p. 20).
Conforme Tardif (2002, p. 108), somente após um período específico - o tempo da
vida profissional, o tempo da carreira - é que o Eu pessoal começa a se transformar
gradualmente em um Eu profissional, em interação com o contexto do trabalho. A própria
ideia de experiência, essencial no Eu profissional dos professores e na sua concepção
do saber ensinar, está relacionada ao tempo, considerado como um processo de
obtenção de habilidades específicas no trabalho e de autoconhecimento.
É imprescindível que o professor esteja devidamente preparado para lidar com a
diversidade na escola e seja capaz de encontrar soluções para atender às diversas
15

necessidades educacionais presentes na sala de aula. É fundamental promover a


conscientização de toda a sociedade, destacando o papel da escola na conscientização
de que os alunos devem respeitar as diferenças e que todos têm direitos iguais, apesar
do alto índice de preconceito no Brasil. Contudo, é crucial manter o foco principal no
processo de ensino e aprendizagem, cujo objetivo é capacitar os alunos na construção
do conhecimento.
De fato, a resistência à inclusão escolar surge em decorrência da reflexão acerca
da responsabilidade que temos para com os estudantes que foram excluídos por motivos
superficiais e incoerentes. Essa exclusão é muitas vezes respaldada por um sistema
pedagógico escolar que privilegia a concepção de alunos ideais, cujos parâmetros são
determinados de forma arbitrária em termos de normalidade e eficiência (MANTOAN,
2006, p.25).
É possível que haja educadores dedicados exclusivamente aos alunos com
necessidades específicas, como os que atuam nas salas de recursos multifuncionais.
Entretanto, não devem ser os únicos a se dedicar ao tema, pois o trabalho
desempenhado por eles deve estar conectado ao do professor da turma regular. É
essencial que estes profissionais compartilhem informações e colaborem, mesmo que em
ambientes e horários distintos.
Ainda há um longo caminho a percorrer no que diz respeito à implementação do
processo de inclusão nas escolas regulares de Educação Infantil. Os desafios
persistentes incluem a escassez de materiais, a falta de acessibilidade, a carência de
professores e as deficiências na formação. No entanto, é importante ressaltar que a
escola desempenha um papel fundamental na formação dos indivíduos, sendo no
ambiente escolar cotidiano que novas estratégias vão sendo desenvolvidas.

4. METODOLOGIA

Ressalta-se que a análise bibliográfica foi um elemento constante em todas as


fases do estudo, devido à relevância de se familiarizar com outras pesquisas
relacionadas aos temas investigados, a fim de aprimorar as competências na área da
pesquisa. Conforme Santos (2006) destaca, a revisão bibliográfica desempenha um
papel crucial no cenário acadêmico, pois é por meio dela que o pesquisador situa sua
obra no contexto mais amplo da área de pesquisa à qual está vinculado, proporcionando-
lhe uma contextualização adequada.
Os procedimentos metodológicos deste estudo foram estabelecidos com o
16

propósito de examinar os obstáculos e oportunidades da educação inclusiva enfrentados


por docentes das Escolas Públicas de Ensino Regular levando em conta a organização
da escola, capacitação inicial e continuada, bem como abordagens metodológicas
voltadas para um ensino que valorize a diversidade.
Esta pesquisa é classificada como um estudo exploratório com uma abordagem
qualitativa, onde a base teórica da pesquisa incorporou dados quantitativos. A natureza
exploratória deste estudo se destaca por trabalhar com o "universo de significados,
motivos, aspirações, atitudes, crenças e valores. Esse conjunto de dados considerados
qualitativos" representa um nível mais profundo das relações, não podendo
simplesmente reduzir os processos e fenômenos à mensuração de variáveis (MINAYO,
2004, p. 28).
Segundo Minayo (2004), tanto a intencionalidade presente nas ações das pessoas
quanto suas reações estão embutidas na pesquisa qualitativa, que busca elucidar as
complexidades das relações consideradas essenciais e resultantes da atividade humana
criativa, afetiva e racional que pode ser compreendida no dia a dia através da experiência
e explicação.
Além disso, essa abordagem pode responder às questões específicas em um nível
mais profundo das relações ao considerar os participantes do estudo como sujeitos
pertencentes a determinado grupo com suas próprias crenças, concepções, valores,
significados e práticas individuais.

5. RECURSOS

Neste estudo, serão apresentados alguns recursos visuais que podem ampliar os
resultados alcançados em nossa exposição. Diversos recursos visuais podem ser
utilizados em apresentações, tais como tabelas e gráficos, folhetos, demonstrações,
diagramas, vídeos ou áudios, citações, mapas e fotografias. Cada um desses elementos
contribui para enriquecer e tornar mais eficaz a comunicação do conteúdo durante nossa
apresentação oral.
17

6. REFERÊNCIAS

AGUIAR, M. A. S. Avaliação do plano nacional de educação 2001-2009: questões


para reflexão. Educ. Soc., Campinas, v. 31, n. 112, p. 707-727, jul. -set. 2010.
ALMEIDA, C. S. Análise dos motivos de encaminhamento de alunos de classes
especiais de escolas públicas de primeiro grau. São Carlos: Universidade Federal de
São Carlos, 1984.
BRASIL. Educação infantil: saberes e práticas da inclusão: introdução. [4. ed.] /
elaboração Marilda Moraes Garcia Bruno. – Brasília: MEC, Secretaria de Educação
Especial, 2006. 45 p.: il.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 2 ed.
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do
oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 2006
JANUZZI, Gilberto de Martinho. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios
ao início do século XXI. Campinas. Autores Associados, 2004. Coleção Educação
Contemporânea. MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar.
MANTOAN, M.T.E. Compreendendo a deficiência mental: novos caminhos
educacionais. São Paulo: Editora Scipione, 1988.
MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão Escolar: o que é? Por quê? Como fazer? 2.
ed. São Paulo: Moderna, 2006.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em
saúde. 8. ed. São Paulo: HUCITEC, 2004.
MELLO, G. N. Formação inicial de professores para a educação básica: uma (re)
visão radical. São Paulo: Perspect. 2000.
PCN - Parâmetros curriculares nacionais: Matemática/ Secretaria de Educação
Fundamental – Brasília: MEC/ SEF. 1998. 148p.
RODRIGUES, N. Da mistificação da escola a escola necessária. São Paulo: Cortez,
1988.
SANTOS, L. F. A. dos. Apostila Metodologia da Pesquisa Científica. Métodos e
Técnicas de Pesquisa II. Faculdade Metodista de Itapeva. Itapeva, 2006.
SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 4. ed. Rio de
Janeiro, WVA, 1997.
STAINBACK, S.; STAINBACK, W. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre:
Artes Médicas Sul, 1999.
WALBER, Vera Beatriz; SILVA, Rosane Neves da. As práticas de cuidado e a questão
da deficiência: integração ou inclusão? Revista Estudos de Psicologia I, Campinas, n.
23, v.1, p. 29-37, jan. -Mar 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/ com acesso em 11
de Julho de 2024.

Você também pode gostar